Linguagem e comunicação Flashcards
Em geral há dominância do hemisfério direito para a linguagem
F, esquerdo
agnosia em que a pessoa não reconhece a doença que tem
anosognosia
Surdez puramente verbal
significa o processamento auditivo estar intacto para o ambiente (chuva, automóvel, etc) mas não conseguir compreender palavras.
Fonemas
sons de uma língua
Morfemas
conjunto de fonemas com sentido
Léxico
conjunto de palavras que formam uma língua
Síntaxe
gramática (combinações admissíveis de palavras numa frase)
Semântica
significados que derivam das combinações lexicais e sintáticas
prosódia
tom de voz, que pode modificar o sentido literal da frase
Discurso
narrativa
O sistema de produção de fala humano é semelhante dos primatas não humanos.
F, os humanos ao produzirem fala produzem sons com constituição específica (formantes) que advêm das caraterísticas do trato vocal que é diferente (temos um angulo reto com a laringe)
“Voice-sensitive activity”: A atividade cerebral para sons vocais (ex. gargalhadas), comparativamente com sons não vocais (ex. chuva), é maior no sulco…
temporal superior direito e esquerdo
Utilizando fMRI, compararam-se vocalizações emocionais (como gritos e gargalhadas) com sons não-vocais mas de igual complexidade.
Observou-se que a ativação foi mais forte no (…) para sons emocionais, sugerindo que esta região é importante na perceção de informação social e emocionalmente relevante
sulco temporal superior
A nossa mente - cérebro parece estar naturalmente preparada para a linguagem
V
A linguagem é adquirida espontaneamente ao longo do desenvolvimento (não requer aprendizagem formal nem esforço)
V
Teoria da descontinuidade (Chomsky)
Propõe que a linguagem terá aparecido repentina e rapidamente ao longo da evolução humana, tendo surgido apenas nos humanos modernos (últimos 200 000 anos).
Enfatiza os aspetos únicos (‘species-specific’) da linguagem, nomeadamente a sintaxe.
Teoria da continuidade (Lieberman)
Propõe que a linguagem terá aparecido gradualmente ao longo da evolução, podendo ter-se desenvolvido a partir de formas mais primitivas de comunicação animal, como por exemplo as vocalizações emocionais.
Enfatiza continuidade entre espécies. Abordagem com perspetiva Darwiniana.
A família KE tem uma mutação genética nos gene FOXP2. Todos os descendentes com esta mutação tem problemas na produção de fala e de frases, e também de gramática.
Uma hipótese para o surgimento da linguagem nos humanos é que…
tenha havido uma mutação no gene FOXP2, mutação essa que permitiria a aquisição da linguagem.
2 grandes conclusões com os estudos de linguagem com primatas não humanos (como a chimpanzé Vicki)
- Conseguiu aprender a comunicar por gestos, e a usá-los em contextos apropriados, mas as frases não tinham sintaxe
- a experiencia nao consegue suprir a falta de patrimonio genetico para a linguagem
A principal diferença entre o cérebro do humano e dos restantes primatas, ao nível da linguagem, é o…
feixe arqueado, que é mais restrito nos primatas não-humanos
O feixe arqueado no humano… (2 grandes caraterísticas)
- liga várias zonas ventrais a dorsais do cérebro.
- é muito mais rico e denso do que o equivalente nas outras especies tendo a ver com a nossa afinidade maior para a linguagem.
A autópsia de Leborgne (“Tan-tan”), conduzida por Broca, revelou uma lesão major na região 1, região que foi posteriormente baptizada como 2.
- inferior do lobo frontal esquerdo – terceira circunvolução frontal inferior
- área de Broca
a descoberta que levou Broca a localizar a linguagem no hemisfério esquerdo foi…
Área de Broca (terceira circunvolução frontal inferior)
Afasia de Broca
Afasia não-fluente em que o output do discurso espontâneo está condicionado (perda de forma gramatical, conexões, preposições, etc)
Forma mais extrema é o Tono-tono
“tono-tono”: dentro da afasia mantém-se preservado algum discurso automático para números, pelo que a representação mental dos números mais pequenos pode ser diferente da dos números grantes
V
Afasia de Wernicke ou afasia fluente
perda da capacidade de compreender fala apesar de terem audição normal; também não consegue produzir fala com sentido, apesar da articulação, gramática e prosódia estarem intactas
Afasia de Wernicke: lesão na área de wenicke ou na…
parte posterior do giro temporal superior.
O fascículo que une a área de Wernicke com a de Broca é o…
fascículo arqueado
O modelo Wernicke-Lichtheim-Geshwind (WLG) coloca a linguagem no hemisfério esquerdo
V
Lesão do fascículo arqueado
mantem-se a produção e compreensão da linguagem intactas, mas não se consegue ouvir e repetir - perda seletiva da capacidade de repetição (consegue ouvir, compreende o que é, mas não consegue repetir porque não tem a ligação)
Existe consenso quanto à localização exata da Área de Broca e de Wernicke
F
Críticas/controvérsias do modelo neurobiológico clássico da linguagem (6)
- Défices no sulco/giro temporal superior nem sempre causam problemas de compreensão
- Há sujeitos com lesões na área de Broca não capazes de discriminar sílabas
- Lesões na área de broca podem levar a problemas de compreensão
- lesões na área de wernicke podem levar a problemas na produção de linguagem
- assenta demasiado em estudos sobre produção e compreensão de palavras isoladas (e a linguagem é mais complexa que isso)
- foco demasiado no feixe arqueado, ignorando outras conexões envolvidas importantes
Tendo em conta as críticas ao modelo neurobiológico clássico da linguagem, o que se mantém atualmente)
A dominância do hemisfério esquerdo para a maioria das funções de linguagem na maioria da população – a origem desta especialização permanece por determinar.
A dominância do hemisfério esquerdo para a linguagem tem uma relação com a lateralidade manual
V
Mesmo quem é esquerdino mantem-se uma dominancia do hemisferio esquerdo na maioria dos sujeitos.
V
Modelos de dupla via (dual stream models): Vias What e Where na visão e na audição sugerem a ideia de que o processamento cortical de informação auditiva ocorre através de duas vias principais, de forma semelhante ao que acontece na visão
V
Modelos de dupla via (dual stream models):
Via Antero-ventral dá som ao significado (“what”)
V
Modelos de dupla via (dual stream models):
Via Antero-ventral: dá som à ação (“where/how”)
F, isso é a postero-ventral
Modelos de dupla via (dual stream models):
Via Antero-ventral - perceção de objetos auditivos e de fala
V
Modelos de dupla via (dual stream models):
Via Antero-ventral - processamento auditivo espacial
F, isso é a postero-ventral
Modelos de dupla via (dual stream models):
Via Antero-ventral - processamento de vozes/falante
V
Modelos de dupla via (dual stream models):
Via Antero-ventral - processamento multisensorial
F, isso é a postero-ventral
Modelos de dupla via (dual stream models):
Via Antero-ventral - assimetria hemisférica, lateralizada à esquerda
V
Modelos de dupla via (dual stream models):
Via Antero-ventral - processamento de aspetos motores associados ao input auditivo
F, isso é a postero-dorsal
Modelos de dupla via (dual stream models):
Via Postero-dorsal - dá som ao significado (“what”)
F, isso é a antero-ventral
Modelos de dupla via (dual stream models):
Via Postero-dorsal - do som à ação (“where”/”how”)
V
Modelos de dupla via (dual stream models):
Via Postero-dorsal perceção de objetos auditivo se de fala
F, isso é a antero-ventral
Modelos de dupla via (dual stream models):
Via Postero-dorsal processamento auditivo espacial
V
Modelos de dupla via (dual stream models):
Via Postero-dorsal - processamento de vozes
F, isso é antero-ventral
Modelos de dupla via (dual stream models):
Via Postero-dorsal - processamento multisensorial
V
Modelos de dupla via (dual stream models):
Via Postero-dorsal - assimetria hemisférica lateralizada à esquerda
F, isso é a antero-ventral
Modelos de dupla via (dual stream models):
Via Postero-dorsal - processamento de aspetos motores associados ao input auditivo
V
Na linguagem, a via (…) é a do som-significado, e a via (…) é a do som-ação
ventral
dorsal
Modelo de Dupla via HP (dual stream): processo e localização hemisférica (5)
- processamento auditivo (bilateral)
- via ventral - análise dos fonemas e reconhece palavras (viés ligeiro para o hemisfério esquerdo)
- rede combinatória (esquerda) que inclui a zona de wernicke
- via dorsal replica alguns elementos do modelo clássico (sensorio-motor, dominado a esquerda)
- rede concetual (distribuída) onde se liga a memória semântica
Modelo de dupla via HP - I. análise espetrotemporal
No 1 processa-se a análise espetral e temporal do sinal acústico. Este processo ocorre bilateralmente, pelo que lesões bilaterais causam 2
- Giro temporal superior
- surdez puramente verbal (“word deafness”)
Modelo de dupla via HP - II. processamento fonológico
No 1 são processamentos os fonemas (unidades elementares dos sons da linguagem). Lesões nesta região podem levar a 2
- sulco temporal superior médio-posterior
- défices de compreensão
Modelo de dupla via HP - III. Acesso/interface lexical
Uma vez criada a representação linguística dos sons, verifica-se se a reconhece ou não como palavra (se faz parte do léxico). Isto ocorre no 1 e no 2.
- Giro temporal médio-posterior
- sulco temporal inferior posterior
Modelo de dupla via HP - III. acesso lexial: o giro temporal médio posterior (pMTG) e o sulco temporal inferior posterior são importantes para a geração de palavras e reconhecimento de palavras. Mas a este nível, o reconhecimento de palavra nestá ainda desconectado do significado.
V
Modelo de dupla via HP - IV. rede concetual - memória e conhecimento de conceitos
Informação conceptual é armazenada em diferentes áreas do cérebro, dependendo do atributo:
- animado vs. inanimado
- ação vs. não-ação
- concreto/imaginável vs. abstrato
V
Modelo de dupla via HP - V. rede combinatória
O 1 e o 2 suportam o processo neurocognitivo de combinação de elementos - daí o seu nome, rede combinatória. No caso da linguagem, é especialmente relevante para combinar palavras em frases.
O lobo temporal anterior (ATL), em geral, e especialmente estas duas regiões, serve como um centro para a combinação de informação, incluindo informação sobre o significado (semântica).
- Giro temporal médio anterior (aMTG)
- sulco temporal inferior anterior (aIST)
Doentes com demência semântica (dificuldade em encontrar palavras, se associação semântica e de compreensão de palavras) têm atrofia bilateral no lobo 1, estando a fase da 2 do modelo de dupla via afetado.
- temporal anterior
- rede combinatória
Modelo de dupla-via HP: V. interface sensório-motora
Falar (produção) é essencialmente uma tarefa motora. O cérebro precisa de uma sofisticada interface sensório-motora para fazer corresponder um determinado significado (via 1) num plano motor (via 2).
A região na fronteira entre os lobos temporal e parietal ou 3 , é uma área importante na tradução entre informação auditiva e planos motores para a produção de fala.
- ventral
- dorsal
- Sylvian Parietal Temporal (Spt)
Modelo de dupla-via HP: V. interface sensório-motora
Lesões na Sylvian Parietal Temporal (Spt) estão associadas a…
erros na produção e dificuldades de repetição mas compreensão e articulação preservadas
A (…) é também ativada por música, pelo que não é específica da fala.
Sylvian Parietal Temporal (Spt)
Modelo de dupla-via HP: VI. rede articulatória
O córtex 1 prepara os movimentos para a produção de fala.
A porção esquerda do 2, está implicada na produção de sequências de sons de fala, bem como na memória procedimental e o processamento musical.
Inibindo esta região temos dificuldades de 3
- pré-motor
- Giro frontal inferior
- nomeação
Um hipótese em aberto é que o (…) tem um papel na compreensão ao ser recrutado para processos de unificação a vários níveis.
Giro frontal inferior, left IFG
Aspetos que não estão contemplados no modelo de dupla-via (2)
prosódia e pragmática