Legislação Especial - PF Flashcards

1
Q

Com relação à lei 10.357, DE 27 DE DEZEMBRO DE 2001 que estabelece normas de controle e fiscalização sobre produtos químicos que direta ou indiretamente possam ser destinados à elaboração ilícita de substâncias entorpecentes, psicotrópicas ou que determinem dependência física ou psíquica, e dá outras providências. Complete:

Art. 10. A pessoa física ou jurídica que, por qualquer motivo, suspender o exercício de atividade sujeita a controle e fiscalização ou mudar de atividade controlada deverá comunicar a paralisação ou alteração ao Departamento de Polícia Federal, no prazo de ______ dias a partir da data da suspensão ou da mudança de atividade.

A

30

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2
Q

Com relação à lei 10.357, DE 27 DE DEZEMBRO DE 2001 que estabelece normas de controle e fiscalização sobre produtos químicos que direta ou indiretamente possam ser destinados à elaboração ilícita de substâncias entorpecentes, psicotrópicas ou que determinem dependência física ou psíquica, e dá outras providências. Complete:

Art. 11. A pessoa física ou jurídica que exerça atividade sujeita a controle e fiscalização deverá informar ao Departamento de Polícia Federal, no prazo máximo de ___ horas, qualquer suspeita de desvio de produto químico a que se refere esta Lei.

A

24

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3
Q

Com relação à lei 10.357, DE 27 DE DEZEMBRO DE 2001 que estabelece normas de controle e fiscalização sobre produtos químicos que direta ou indiretamente possam ser destinados à elaboração ilícita de substâncias entorpecentes, psicotrópicas ou que determinem dependência física ou psíquica, e dá outras providências. Complete:

Art. 15. A pessoa física ou jurídica que cometer qualquer uma das infrações previstas nesta Lei terá prazo de ____ dias, a contar da data da fiscalização, para sanar as irregularidades verificadas, sem prejuízo da aplicação de medidas administrativas previstas no art. 14.

A

30

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4
Q

Com relação à lei 10.357, DE 27 DE DEZEMBRO DE 2001 que estabelece normas de controle e fiscalização sobre produtos químicos que direta ou indiretamente possam ser destinados à elaboração ilícita de substâncias entorpecentes, psicotrópicas ou que determinem dependência física ou psíquica, e dá outras providências. Responda:

Os recursos relativos à cobrança da Taxa de Controle e Fiscalização de Produtos Químicos, à aplicação de multa e à alienação de produtos químicos previstas nesta Lei constituem receita do Fundo Nacional Antidrogas – FUNAD. O Fundo Nacional Antidrogas destinará 80% dos recursos relativos à cobrança da Taxa, à aplicação de multa e à alienação de produtos químicos, referidos no caput deste artigo, ao _________ __ __________ __________, para o reaparelhamento e custeio das atividades de controle e fiscalização de produtos químicos e de repressão ao tráfico ilícito de drogas.

A

Departamento de Polícia Federal

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5
Q

Segundo o art. 28 da lei 11.343/2006 (Lei Anti-drogas), quais são as penas para quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar

A

I - advertência sobre os efeitos das drogas;
II - prestação de serviços à comunidade;
III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.

§ 1º Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar dependência física ou psíquica.

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6
Q

(CESPE - 2018 - Polícia Federal - Delegado de Polícia Federal) Aquele
que adquirir, transportar e guardar cocaína para consumo próprio ficará sujeito às mesmas penas imputadas àquele que adquirir, transportar e guardar cocaína para fornecer a parentes e amigos, ainda que gratuitamente. C ou E?

A

E

No primeiro caso temos um crime de Porte de Drogas para Consumo Pessoal (art. 28) e no segundo caso crime de tráfico (art. 33)

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7
Q

O que significa dizer que a nova lei anti-drogas de 2006 (Art. 28, L. 11.343/06) apresentou uma novatio legis in mellius?

A

Ela trouxe um tratamento benéfico para o réu, pois a antiga lei anti-drogas estabelecia uma pena privativa de liberdade (Detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pagamento de (vinte) a 50 (cinqüenta) dias-multa) para o crime de adquirir, guardar ou trazer consigo, para o uso próprio, substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar.

Portanto, essa nova lei deve retroagir para atingir os fatos praticados sob a égide da antiga lei.

Súmula 501 (STJ): É cabível a aplicação retroativa da Lei n. 11.343/2006, desde que o resultado da incidência das suas disposições, na íntegra, seja mais favorável ao réu do que o advindo da aplicação da Lei n. 6.368/1976, sendo VEDADA a combinação de leis

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8
Q

STJ (INFORMATIVO – 632): A condenação pelo art. 28 da Lei 11.343/2006 (porte de droga para uso próprio) NÃO configura reincidência externa. Qual o argumento para essa determinação?

A

“Argumento principal: se a contravenção penal, que é punível com pena de prisão simples, não configura reincidência, mostra-se desproporcional utilizar o art. 28 da LD para fins de reincidência, considerando que este delito é punido apenas com “advertência”, “prestação de serviços à comunidade” e “medida educativa”, ou, seja, sanções menos graves e nas quais não há qualquer possibilidade de conversão em pena privativa de liberdade pelo descumprimento.”

Obs.: Reincidência externa é em relação a outros crimes. Há reincidência se for em relação ao próprio artigo 28

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9
Q

(CESPE - 2019 - DPE-DF - Defensor Público) Condenação anterior por
delito de porte de substância entorpecente para consumo próprio não faz incidir a circunstância agravante relativa à reincidência, ainda que não tenham decorrido cinco anos entre a condenação e a infração penal posterior. C ou E?

A

C

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10
Q

Porte de Drogas para Consumo Pessoal (art. 28)

STJ (INFORMATIVO – 711): O réu não tem o dever de demonstrar que a droga encontrada consigo seria utilizada apenas para consumo próprio. Cabe à acusação comprovar os elementos do tipo penal, ou seja, que a droga apreendida era destinada ao tráfico. Ao Estado-acusador incumbe demonstrar a configuração do tráfico, que não ocorre pelo simples fato dos réus terem comprado e estarem na posse de entorpecente. Em suma, se a pessoa é encontrada com drogas, cabe ao __________ _________ comprovar que o entorpecente era destinado ao tráfico. Não fazendo esta prova, prevalece a versão do réu de que a droga era para consumo próprio.

A

Ministério Público

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11
Q

Porte de Drogas para Consumo Pessoal (art. 28)

Súmula 630-STJ: A incidência da atenuante da confissão espontânea no crime de tráfico ilícito de entorpecentes exige o reconhecimento da ____________ pelo acusado, não bastando a mera admissão da posse ou
propriedade para uso próprio.

A

traficância

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12
Q

Porte de Drogas para Consumo Pessoal (art. 28)

Quais critérios o juiz utilizará para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal?

A

§ 2º Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente

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13
Q

Porte de Drogas para Consumo Pessoal (art. 28)

§ 3º As penas previstas nos incisos II (prestação de serviços à comunidade) e III (medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo) do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo MÁXIMO de 5 (cinco) meses.

§ 4º Em caso de REINCIDÊNCIA (interna/específica), as penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo MÁXIMO de ________meses

A

10 (dez)

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14
Q

O indivíduo que há 3 anos foi condenado definitivamente pelo crime de
furto e que é preso em flagrante por estar portanto drogas para consumo pessoal, está sujeito às penas de advertência sobre os efeitos das drogas, prestação de serviços à comunidade e medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo, podendo as duas últimas serem aplicadas pelo prazo máximo de 10 (dez meses), tendo
em vista a reincidência

C ou E?

A

E

Esse prazo máximo de 10 meses não é aplicado pois não se trata de uma reincidência ESPECÍFICA

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15
Q

Porte de Drogas para Consumo Pessoal (art. 28)

§ 5º A prestação de serviços à comunidade será cumprida em programas comunitários, entidades educacionais ou assistenciais, hospitais, estabelecimentos congêneres, públicos ou privados sem fins lucrativos, que se ocupem, _____ (obrigatoriamente/preferencialmente), da prevenção do consumo ou da recuperação de usuários e dependentes de drogas.

A

preferencialmente

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16
Q

Haverá prisão em flagrante em se tratando de conduta prevista no art. 28 da Lei Antidrogas?

A

Não

Art. 48. § 2º Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei, não se imporá prisão em flagrante, devendo o autor do fato ser imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na falta deste, assumir o compromisso de a ele comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e providenciando-se as requisições dos exames e perícias necessários

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17
Q

STJ Jurisprudências em Teses

O princípio da insignificância não se aplica aos delitos do art. 33, caput, e do art. 28 da Lei de Drogas, pois tratam-se de crimes de perigo ________ ou presumido

A

abstrato

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18
Q

STJ Jurisprudências em Teses

A comprovação da materialidade do delito de posse de drogas para uso próprio (art. 28 da Lei n. 11.343/2006) exige a elaboração de ______ __ _____________ da substância entorpecente que evidencie a natureza e a quantidade da substância apreendida

A

laudo de constatação

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19
Q

Porte de Drogas para Consumo Pessoal (art. 28)

§ 6º Para garantia do cumprimento das medidas educativas a que se refere o caput, nos incisos I, II e III, a que injustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente a:
I - admoestação verbal;
II - _______

A

multa (medidas de coerção, para o indivíduo que não cumprir as medidas educativas)

Art. 29. Na imposição da medida educativa a que se refere o inciso II do § 6º do art. 28, o juiz, atendendo à reprovabilidade da conduta, fixará o número de dias-multa, em quantidade nunca inferior a 40 (quarenta) nem superior a 100 (cem), atribuindo depois a cada um, segundo a capacidade econômica do agente, o valor de um trinta avos até 3 (três) vezes o valor do maior salário mínimo.

Parágrafo único. Os valores decorrentes da imposição da multa a que se refere o § 6º do art. 28 serão creditados à conta do Fundo Nacional Antidrogas

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20
Q

O crime de porte de entorpecentes para consumo pessoal, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, está sujeito aos prazos prescricionais do CP?

A

Não. No CP o prazo mínimo para prescrição é de 3 anos e o crime de porte de entorpecentes prescreve em 2 anos

Art. 30. Prescrevem em 2 (dois) anos a imposição e a execução das penas, observado, no tocante à interrupção do prazo, o disposto nos arts. 107 e seguintes do Código Penal.

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21
Q

Imagine que durante uma operação policial, encontra-se uma plantação muito grande de coca. Qual deve ser a providência do delegado de polícia? Deve se preservar a plantação até que o juiz determine a queima?

A

Art. 32. As plantações ilícitas serão imediatamente destruídas pelo delegado de polícia na forma do art. 50-A, que recolherá quantidade suficiente para exame pericial, de tudo lavrando levantamento das condições encontradas, com a delimitação do local, asseguradas as medidas necessárias para a preservação da prova.

Art. 50-A. § 3º Em caso de ser utilizada a queimada para destruir a plantação, observar-se-á, além das cautelas necessárias à proteção ao meio ambiente, o disposto no Decreto n. 2.661, de 8 de julho de 1998, no que couber, dispensada a autorização prévia do órgão próprio do Sistema Nacional do Meio Ambiente – Sisnama.

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22
Q

§ 4º As glebas cultivadas com plantações ilícitas serão EXPROPRIADAS, conforme o disposto no art. 243 da Constituição Federal, de acordo com a legislação em vigor.

Essa expropriação pode ser afastada?

A

A expropriação prevista no art. 243 da Constituição Federal pode ser
afastada, desde que o proprietário comprove que não incorreu em
culpa, ainda que in vigilando ou in eligendo

Se ficar comprovado que o proprietário da terra não fiscalizou, pode haver expropriação.
Se for comprovado que o proprietário incorreu em culpa in eligendo, a pessoa que cuidava do terreno era uma pessoa envolvida com crimes e o proprietário relevou.

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23
Q

Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena – reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa

É necessário que a droga pertença ao agente?

A

Não

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24
Q

Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena – reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa

O sujeito que negocia droga por telefone pratica o crime? Ou o crime só se consuma com o recebimento da droga?

A

Informativo 569 (STJ): DIREITO PENAL. CONSUMAÇÃO DO CRIME DE TRÁFICO DE DROGAS NA MODALIDADE ADQUIRIR. A conduta consistente em negociar por telefone a aquisição de droga e também disponibilizar o veículo que seria utilizado para o transporte do entorpecente configura o crime de tráfico de drogas em sua forma consumada - e não tentada -, ainda que a polícia, com base em indícios obtidos por interceptações telefônicas, tenha efetivado a apreensão do material entorpecente antes que o investigado efetivamente o recebesse.

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25
O tráfico de drogas é um crime equiparado a hediondo?
Sim, por isso, tudo que for aplicado na Lei n. 8.072/1999 (Lei dos Crimes Hediondos) será aplicado no tráfico. Obs.: Na Lei de Execução Penal, o tráfico privilegiado não é equiparado ao crime hediondo
26
A submissão dos pacientes ao exame de raios x, a fim de constatar a ingestão de cápsulas de cocaína, ofende o princípio segundo o qual ninguém pode ser compelido a produzir prova contra si?
Não. O mais importante é salvaguardar o bem jurídico vida
27
Em caso de prisão por tráfico de drogas ilícitas, o juiz poderá substituir a pena privativa de liberdade por restritiva de direito?
Se atendidos os requisitos do art. 44 do CP, é possível sim a substituição da pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos, mesmo nos crimes de tráfico Os requisitos do artigo 44 do Código Penal (CP) para substituir uma pena privativa de liberdade por uma pena restritiva de direitos são: - A pena aplicada não for superior a 4 anos - O crime não tenha sido cometido com violência ou grave ameaça - O réu não seja reincidente em crime doloso - A culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado indiquem que a substituição seja suficiente
28
Tráfico de Drogas – Quais as Modalidades Equiparadas?
§ 1º Nas mesmas penas (do caput – reclusão de 5 a 15 anos) incorre quem: I – importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de drogas; II – semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação de drogas; III – utiliza local ou BEM DE QUALQUER NATUREZA de que tem a propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas. IV – VENDE OU ENTREGA drogas ou matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de drogas, sem autorização ou em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, a agente policial disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis de CONDUTA CRIMINAL PREEXISTENTE Obs.: É importante não confundir o agente policial disfarçado com o agente policial infiltrado. Para o segundo caso, é necessária uma autorização judicial. Todavia, para o agente disfarçado, não se necessita de autorização judicial prévia. Uma parte da doutrina anotava que a conduta do agente disfarçado incidiria em flagrante preparado, o que não seria possível, segundo conhecimento sumular do STF. Todavia, com o advento do Pacote Anticrime, é possível que o agente esteja disfarçado para realizar a prisão daquele que se sabe estar na traficância (conduta criminal preexistente). Não fica caracterizado o crime do inc. IV do § 1º do art. 33 da Lei n. 11.343/2006, incluído pela Lei Anticrime, quando o policial disfarçado provoca, induz, estimula ou incita alguém a vender ou a entregar drogas ou matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à sua preparação (flagrante preparado), sob pena de violação do art. 17 do Código Penal e da Súmula n. 145 do Supremo Tribunal Federal
29
Aquele que oferece droga, mesmo que seja em caráter eventual e sem o objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos a consumirem, comete crime?
Sim Uso compartilhado (art. 33, §3º) § 3º OFERECER droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos a consumirem: Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28
30
Equipara-se à figura delitiva do tráfico ilícito de substância entorpecente a conduta daquele que oferece droga, sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento para juntos a consumirem?
Não O art. 33, § 4º, constitui tipo penal autônomo e com pena mais leve. Não é, portanto, uma das modalidades equiparadas ao tráfico de drogas
31
Tráfico Privilegiado (art. 33, §4º) § 4º Nos delitos definidos no caput e no § 1º deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, desde que o agente [..] Quais são os requisitos cumulativos para que seja caracterizado o tráfico privilegiado?
Os requisitos do art. 33, § 4º são cumulativos: 1) Ser primário; 2) Ter bons antecedentes; 3) Não se dedicar a atividades criminosas nem integrar organização criminosa. O art 33, § 4º, pode ser considerado: - Novatio legis in mellius; - Não equiparado a hediondo: LEP, art. 112, § 5º Não se considera hediondo ou equiparado, para os fins deste artigo, o crime de tráfico de drogas previsto no § 4º do art. 33 da Lei n. 11.343, de 23 de agosto de 2006. Obs.: a partir de 2020, o tráfico privilegiado passou a ser previsto de maneira expressa como crime não equiparado ao hediondo
32
O que significa dizer que o tráfico privilegiado é um direito subjetivo do réu?
Isso implica anotar que, se presente os requisitos, o agente deve receber a diminuição, cabendo ao MP demonstrar que esse agente não é primário, que não tem bons antecedentes e que se dedica a atividades criminosas e(ou) a organização criminosa;
33
A eventual presença de majorantes afasta o tráfico privilegiado?
Não. Exemplo: o tráfico interestadual. Neste caso, a não ser que a majorante tenha alguma relação com ausência de pré-requisitos do privilégio, ainda assim é possível ter a figura de tráfico privilegiado em casos em que o crime tenha majorantes
34
A condição de "mula" do tráfico, por si só, afasta a possibilidade de aplicação da minorante de tráfico privilegiado?
Não. A figura de transportador da droga não induz, automaticamente, à conclusão de que o agente integre, de forma estável e permanente, organização criminosa
35
Fases da dosimetria da pena
Na primeira fase há a definição da pena base. Na segunda fase, das causas de agravantes e atenuantes. E, na terceira fase, das causas de aumento e de diminuição
36
Tráfico privilegiado: como é definida a fração de redução da pena?
Diante da ausência de parâmetros legais, é possível que a fração de redução da causa de diminuição de pena estabelecida no art. 33, § 4º, da Lei n. 11.343/2006 seja modulada em razão da qualidade e da quantidade de droga apreendida, além das demais circunstâncias do delito.
37
De acordo com a Lei n. 11.343/2006, levando em conta a jurisprudência do STF e do STJ, é possível que o juiz negue o benefício do tráfico privilegiado pelo simples fato de o acusado ser investigado em inquérito policial ou réu em outra ação penal que ainda não transitou em julgado?
Precedentes jurisprudenciais do STJ consideram que é possível a utilização de inquéritos policiais e/ou ações penais em curso para formação da convicção de que o réu se dedica a atividades criminosas, de modo a afastar o benefício legal previsto no art. 33, § 4º, da Lei n. 11.343/2006. Precedentes recentes do STF orientam no sentido de que não se pode negar a aplicação da causa de diminuição pelo tráfico privilegiado, prevista no art. 33, § 4º, da Lei n. 11.343/2006, com fundamento no fato de o réu responder a inquéritos policiais ou processos criminais em andamento, mesmo que estejam em fase recursal, sob pena de violação ao art. 5º, LIV (princípio da presunção de não culpabilidade).
38
Tráfico de Maquinário (art. 34) Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar Lâmina de barbear, papelotes, sacos plásticos, fita adesiva, pente de cabelo e tampa de caneta podem ser considerados para efeitos do art. 34?
Não
39
Tráfico de Maquinário (art. 34) Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar Em quais situações o crime do art. 34 pode ser absorvido pelo artigo 33?
Absorção pelo art. 33: princípio da consunção. Caderno 131, 18) É possível a aplicação do princípio da consunção entre os crimes previstos no § 1º do art. 33 e/ou no art. 34 pelo tipificado no caput do art. 33 da Lei n. 11.343/2006, desde que não caracterizada a existência de contextos autônomos e coexistentes, aptos a vulnerar o bem jurídico tutelado de forma distinta Exemplo: o sujeito tem uma balança de precisão para traficar. Neste caso, há consunção do art. 33 sobre o 34, ou seja, responderá apenas pelo artigo 33. Todavia, se o sujeito possui um laboratório com máquinas para a fabricação, não há consunção. Um exemplo visual é o da série de TV “Breaking Bad”. Se o sujeito trafica e tem o laboratório, ele poderá responder pelo art. 33 e pelo art. 34.
40
Tráfico de Maquinário (art. 34) Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar Em quais situações o crime do art. 34 NÃO poderá ser absorvido pelo artigo 33?
I – Responderá pelo crime de tráfico de drogas (art. 33) em concurso com o art. 34 o agente que, além de ter em depósito certa quantidade de drogas ilícitas em sua residência para fins de mercancia, possuir, no mesmo local e em grande escala, objetos maquinário e utensílios que constituam laboratório utilizado para a produção, preparo, fabricação e transformação de drogas ilícitas em grandes quantidades. Não se pode aplicar o princípio da consunção porque nesse caso existe autonomia de condutas e os objetos encontrados não seriam meios necessários nem constituíam fase normal de execução daquele delito de tráfico de drogas, possuindo lesividade autônoma para violar o bem jurídico. STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 303213-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 08/10/2013 (Info 531)
41
Associação para o Tráfico (art. 35) Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 desta Lei: Pena – reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e duzentos) dias-multa. O que é preciso para caracterizar esse crime?
Especial fim de agir: art. 33, caput, §1º, e 34. Não é preciso que os agentes efetivamente pratiquem esses crimes. Basta haver a finalidade de traficar. Permanência e Estabilidade: Caderno 131, Tese 26 (STJ) – Para a caracterização do crime de associação para o tráfico de drogas (art. 35 da Lei n. 11.343/2006) é imprescindível o dolo de se associar com estabilidade e permanência, pois se trataria de concurso de pessoas É irrelevante apreensão de drogas na posse direta do agente. Obs.: O crime de associação para o tráfico de entorpecentes (art. 35 da Lei n. 11. 343/2006) NÃO figura no rol taxativo de crimes hediondos ou de delitos a eles equiparados.
42
Qual a diferença entre uma associação para o tráfico e uma Organização Criminosa?
Lei de Organização Criminosa § 1º Considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou mais pessoas estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, OU que sejam de caráter transnacional
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Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 desta Lei: Pena – reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e pagamento de 1.500 (mil e quinhentos) a 4.000 (quatro mil) dias-multa Qual a diferença entre financiamento e custeio?
O financiamento é quando o agente financia o tráfico, mas o lucro que ele objetiva auferir, os ganhos que ele objetiva auferir é do próprio financiamento, da natureza financeira do tráfico: um sujeito financia uma organização criminosa com 100 mil reais, uma prática de tráfico de drogas. Ele financia com 100 mil reais, esperando obter 300 mil reais, ou seja, um lucro de 200 mil reais – não quer saber como isso vai ser feito, quando vai ocorrer aquele tráfico. Ele investe dinheiro e quer dinheiro de volta sem ter qualquer relação, sem se prender à cadeia de tráfico. O custeio implica custeamento de determinada ação específica. Exemplo: a organização criminosa comprará drogas que chegarão da Bolívia no valor de 50 mil reais. O “investidor” tem a expectativa de que quando essa droga entrar no Brasil e for transformada, isso vai render, pelo menos, dez vezes mais. Há uma ligação com a cadeia do tráfico. O financiamento se desprende da cadeia do tráfico, o custeio está vinculado à cadeira do tráfico Obs.: A doutrina considera o crime do art. 36 equiparado a hediondo
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Por que o crime de financiamento ou custeio do tráfico é uma exceção pluralista à teoria monista?
Do ponto de vista da teoria monista, agentes, coautores, partícipes respondem todos pela mesma conduta, pelo tráfico de drogas. Em tese, aquele que custeasse, financiasse, responderia, por exemplo, como partícipe ou, dependendo da situação, seria penalizado em relação à mesma conduta praticada pelo autor, aplicando a teoria monista do concurso de pessoas. Quando a lei coloca como figura autônoma o financiamento do tráfico, está colocando uma exceção pluralista a essa teoria clássica monista do concurso de pessoas quando, na verdade, aquele que vai custear não vai responder a título de participação no tráfico, mas vai responder, autonomamente, pela conduta de financiar ou de custear o tráfico de drogas, inclusive, com uma penalidade expressiva, uma pena trazida pela legislação brasileira e que é muito expressiva A doutrina classifica como uma exceção pluralista, quantos autores, coautores e partícipes vão responder por figuras delitivas diferentes, embora, em tese, contribuam para aquele mesmo intento, para a prática daquela mesma conduta, que é o tráfico em si. Há a criminalização em figura autônoma da conduta de financiar o custeio.
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Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 desta Lei: Pena – reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e pagamento de 1.500 (mil e quinhentos) a 4.000 (quatro mil) dias-multa Quando há o financiamento esporádico, o sujeito responde pelo art. 36?
Não A legislação determina que, para o sujeito responder pelo financiamento e custeio do tráfico, deve estar presente uma estabilidade, uma reiteração na conduta porque se ele financiar ou custear de maneira esporádica, de modo que o sujeito responderá pelo crime de tráfico, sob o art. 33, pela majorante do art. 40, inciso VII, com o aumento da pena de 1/6 a 2/3. O financiamento esporádico dá azo à aplicação da majorante do art. 40, inciso VII.
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Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 desta Lei: Pena – reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e pagamento de 1.500 (mil e quinhentos) a 4.000 (quatro mil) dias-multa É um crime equiparado a hediondo?
Sim. A doutrina considera o crime do art. 36 equiparado a hediondo. No art. 33, caput, está considerado como crime equiparado a hediondo o § 1º do art. 33. Há uma divergência doutrinária com relação ao art. 34 (tráfico de maquinário) e, pelo menos, uma unanimidade doutrinária com relação ao art. 36, que é considerado, pela doutrina, como equiparado a hediondo.
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Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 desta Lei: Pena – reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e pagamento de 1.500 (mil e quinhentos) a 4.000 (quatro mil) dias-multa O sujeito que se autofinancia responde pelo art. 36?
Caderno 131, Tese 17 (STJ) – O agente que atua diretamente na traficância e que também financia ou custeia a aquisição de drogas deve responder pelo crime previsto no art. 33, caput, da Lei n. 11.343/2006 com a incidência da causa de aumento de pena prevista no art. 40, VII, da Lei nº 11.343/2006, afastando-se, por conseguinte, a conduta autônoma prevista no art. 36 da referida legislação Obs.: o sujeito que se autofinancia não responde pelo art. 36, e sim pelo art. 33 com a majorante do inciso VII do art. 40, à semelhança daquele indivíduo que pratica o financiamento ou custeio de forma esporádica. O autofinanciamento não dá azo à aplicação do art. 36: o sujeito que pega os seus próprios recursos e investe na própria conduta do tráfico por ele exercida.
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Qual crime é conhecido como “crime do fogueteiro”?
Art. 37. Colaborar, COMO INFORMANTE, com grupo, organização ou associação destinados à prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 desta Lei: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e pagamento de 300 (trezentos) a 700 (setecentos) dias-multa Obs.: Para se enquadrar nesse tipo penal, o agente deve colaborar como informante de forma esporádica, eventual, SEM vínculo efetivo Se o sujeito tem uma ligação com a associação para o tráfico, por exemplo, o sujeito está vinculado diretamente à prática dos crimes de tráfico de droga, isto é, há um vínculo, um liame entre o sujeito que está passando a informação e as próprias pessoas que constituem aquela associação para o tráfico, que lidam diretamente com a prática do tráfico de drogas. É necessário observar se naquela situação o sujeito está atuando apenas como informante, muitas vezes, de maneira eventual ou se ele tem uma ligação com a própria associação, se ele em uma participação de natureza mais efetiva naquela conduta de associação para o tráfico porque pode, assim, existir não o crime previsto no art. 37, mas o crime do art. 35.
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É possível que alguém seja condenado pelo art. 35 e, ao mesmo tempo, pelo art. 37, da Lei de Drogas em concurso material, sob o argumento de que o réu era associado ao grupo criminoso e que, além disso, atuava também como “olheiro”?
Não. Segundo decidiu o STJ, nesse caso, ele deverá responder apenas pelo crime do art. 35 (sem concurso material com o art. 37). Considerar que o informante possa ser punido duplamente (pela associação e pela colaboração com a própria associação da qual faça parte), contraria o princípio da subsidiariedade e revela indevido bis in idem, punindo-se, de forma extremamente severa, aquele que exerce função que não pode ser entendida como a mais relevante na divisão de tarefas do mundo do tráfico
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É atípica, por falta de previsão na legislação pertinente ao assunto, a conduta do agente que simplesmente colabora, como informante, com grupo ou associação destinada ao tráfico ilícito de entorpecentes. C ou E?
E O sujeito que simplesmente colabora vai responder pelo art. 37, a título de colaboração com o tráfico.
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Art. 38. Prescrever ou ministrar, CULPOSAMENTE, drogas, sem que delas necessite o paciente, ou fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pagamento de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) dias-multa. Parágrafo único. O juiz comunicará a condenação ao Conselho Federal da categoria profissional a que pertença o agente E se houver dolo?
Responde pela figura do tráfico de drogas, art. 33.
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Quem, após consumir drogas, conduz embarcação coletiva de passageiros, expondo a dano potencial a incolumidade alheia, comete, de acordo com a lei, crime qualificado?
Sim Art. 39. Conduzir EMBARCAÇÃO ou AERONAVE após o consumo de drogas, expondo a dano potencial a incolumidade de outrem: Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além da apreensão do veículo, cassação da habilitação respectiva ou proibição de obtê-la, pelo mesmo prazo da pena privativa de liberdade aplicada, e pagamento de 200 (duzentos) a 400 (quatrocentos) dias-multa. Parágrafo único. As penas de prisão e multa, aplicadas cumulativamente com as demais, serão de 4 (quatro) a 6 (seis) anos e de 400 (quatrocentos) a 600 (seiscentos) dias-multa, se o veículo referido no caput deste artigo for de transporte coletivo de passageiros. Observe que no parágrafo único existe uma nova cominação de penas: a pena não será mais de seis meses a 3 anos, mas de 4 a 6 anos, inclusive aumentando a pena de multa. Como há uma nova cominação de penas, há uma qualificadora, uma figura qualificada, se o veículo for de transporte coletivo de passageiros porque o dano potencial é muito maior
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Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um ____ _______ a _____ _____, se: I - a natureza, a procedência da substância ou do produto apreendido e as circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade do delito; II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de função pública ou no desempenho de missão de educação, poder familiar, guarda ou vigilância; III - a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de estabelecimentos prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de recintos onde se realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de reinserção social, de unidades militares ou policiais ou em transportes públicos; IV - o crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça, emprego de arma de fogo, ou qualquer processo de intimidação difusa ou coletiva; V - caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre estes e o Distrito Federal; VI - sua prática envolver ou visar a atingir criança ou adolescente ou a quem tenha, por qualquer motivo, diminuída ou suprimida a capacidade de entendimento e determinação; VII - o agente financiar ou custear a prática do crime
sexto a dois terços O quantum de majoração é de 1/6 a 2/3. É uma espécie de escala em que o juiz vai determinar desde o menor aumento até o maior aumento de acordo com a proporcionalidade, razoabilidade, o caso concreto em si. O aumento de pena dá-se quando a conduta reveste-se de maior gravidade. Por ter maior gravidade, o legislador atribui essa causa de aumento de pena
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Qual é a natureza da majorante?
É uma causa de aumento de pena. Dentro da dosimetria, há três fases. Na primeira fase, definição da pena base; na segunda fase, as atenuantes e as agravantes; e, na terceira fase, a aplicação dos privilégios, as causas de diminuição de pena como, por exemplo, o tráfico privilegiado e também as causas de aumento de pena, chamadas de majorantes. O aumento de pena dá-se quando a conduta reveste-se de maior gravidade. Por ter maior gravidade, o legislador atribui essa causa de aumento de pena
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Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois terços, se: I – a natureza, a procedência da substância ou do produto apreendido e as circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade do delito; É preciso que haja a transposição de fronteiras?
Não. Obs.: A transnacionalidade do delito refere-se ou à droga que está entrando, ou á droga que está saindo do país Súmula 607 – STJ: A majorante do tráfico transnacional de drogas (art. 40, I, da Lei n. 11.343/2006) configura-se com a prova da destinação internacional das drogas, ainda que não consumada a transposição de fronteiras. A transposição de fronteiras atraia a competência da Justiça Federal (Súmula 522, STF)
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Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois terços, se: V – caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre estes e o Distrito Federal; É necessário que haja a efetiva transposição de fronteiras?
Não Súmula 587, STJ: Para a incidência da majorante prevista no art. 40, V, da Lei n. 11.343/2006, é desnecessária a efetiva transposição de fronteiras entre estados da Federação, sendo suficiente a demonstração inequívoca da intenção de realizar o tráfico interestadual.
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Supondo que o sujeito saia de Ponta Porã, fronteira com Pedro Juan Caballero, no Paraguai. Ele vai a Pedro Juan, pega a droga, entra no Brasil, passa por Mato Grosso do Sul, passa por São Paulo e chega ao Rio de Janeiro. Um outro sujeito que saia com droga do Paraguai, entre no Brasil em Mundo Novo, no Paraná, vai para São Paulo e chega a Minas Gerais. São situações em que o sujeito, ao mesmo tempo em que trouxe a droga do Paraguai para o Brasil, em uma situação de tráfico transnacional, passou por mais de um Estado da federação. Esses sujeitos vão responder, ao mesmo tempo, pela majorante do tráfico transnacional e pela majorante do tráfico interestadual? Serão duas as majorantes aplicadas a esses sujeitos?
Segundo a jurisprudência, depende. Se o sujeito pegou a droga em Pedro Juan Caballero, passou pelo Mato Grosso do Sul, passou por São Paulo, chegou ao Rio de Janeiro, mas não tinha a intenção de pulverizar a droga por mais Estados, responderá apenas pela majorante do tráfico transnacional. Se o sujeito, além de ter pego a droga no Paraguai, tinha a intenção de pulverizar a droga por mais de um Estado, aplica-se tanto a majorante do tráfico transnacional quanto a majorante do tráfico interestadual. Caderno 131, Tese 38 (STJ) – É cabível a aplicação cumulativa das causas de aumento relativas à transnacionalidade e à interestadualidade do delito, previstas nos incisos I e V do art. 40 da Lei de Drogas, quando evidenciado que a droga proveniente do exterior se destina a mais de um estado da Federação, sendo o intuito dos agentes distribuir o entorpecente estrangeiro por mais de uma localidade do país.
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Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois terços, se: II – o agente praticar o crime prevalecendo-se de função pública ou no desempenho de missão de educação, poder familiar, guarda ou vigilância;
É necessário que o sujeito utilize-se da facilidade da função pública para praticar o crime de tráfico. Exemplo: um policial sabe que, se for parado em um posto de fiscalização da Polícia Rodoviária Federal, ele terá menos dificuldade em ser liberado do que um cidadão comum. Se esse policial fizer uso dessa sua condição para facilitar a prática de um crime, ele se prevalecerá da sua função pública. Outra situação grave é o sujeito que pratica no desempenho de missão de educação, poder familiar, guarda ou vigilância. Por exemplo, um professor que conhece muita gente. No primeiro caso da função pública, é prevalecendo-se, no segundo caso basta estar no desempenho de funções que a sociedade espera que o sujeito não cometa esse tipo de crime. A sociedade depositou muita confiança nesse sujeito
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Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois terços, se: IV – o crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça, emprego de arma de fogo, ou qualquer processo de intimidação difusa ou coletiva; Imaginando que esteja um bombeiro militar portando uma arma ostensivamente e esteja levando drogas na mochila, esteja traficando. Ele vai responder por esta majorante?
Não. Quando se refere ao “emprego de arma de fogo”, é um critério valorativo. O emprego de arma de fogo está associado a um processo de intimidação difuso ou coletivo. Não é simplesmente o sujeito estar traficando, portando a arma porque a simples visão de um bombeiro ou de um policial civil fardado e armado não intimida, não se constitui uma intimidação difusa ou coletiva. Nesse caso, poderia haver a majorante de alguém que se prevalece do cargo. Tudo depende da situação da análise do caso concreto. Esse emprego de arma de fogo deve ser um emprego de arma de fogo intimidativo, que gere essa intimidação difusa ou coletiva, não apenas estar com a arma de fogo
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Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois terços, se: III – a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de estabelecimentos prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de recintos onde se realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de reinserção social, de unidades militares ou policiais ou em transportes públicos; Para que essa majorante seja aplicada, é necessária a comprovação de que a mercadoria tinha por objetivo atingir os estudantes de uma determinada escola?
Não STJ (Informativo 622): “(...) é desnecessária a efetiva comprovação de que a mercancia tinha por objetivo atingir os estudantes, sendo suficiente que a prática ilícita tenha ocorrido em locais próximos, ou seja, nas imediações de tais estabelecimentos, diante da exposição de pessoas ao risco inerente à atividade criminosa da narcotraficância”. (...) Não incide a causa de aumento de pena se a prática de narcotraficância ocorrer em dia e horário em que não facilite a prática criminosa e a disseminação de drogas em área de maior aglomeração de pessoas. Ex: se o tráfico de drogas é praticado no domingo de madrugada, dia e horário em que o estabelecimento de ensino não estava funcionando, não deve incidir a majorante.
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Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois terços, se: III – a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de estabelecimentos prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de recintos onde se realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de reinserção social, de unidades militares ou policiais ou em transportes públicos; O tráfico de drogas cometido em local próximo a igrejas está incluído nesse majorante?
Não O tráfico de drogas cometido em local próximo a igrejas não foi contemplado pelo legislador no rol das majorantes previstas no inciso III do art. 40 da Lei n. 11.343/2006, não podendo, portanto, ser utilizado com esse fim tendo em vista que no Direito Penal incriminador não se admite a analogia in malam partem
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Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois terços, se: III – a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de estabelecimentos prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de recintos onde se realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de reinserção social, de unidades militares ou policiais ou em transportes públicos; O tráfico de drogas cometido nas redondezas de uma escola em um domingo de madrugada está incluído nesse majorante?
Não Caderno 131, STJ – Tese 41: A incidência da majorante prevista no art. 40, inciso III, da Lei n. 11.343/2006 deve ser excepcionalmente afastada na hipótese de não existir nenhuma indicação de que houve o aproveitamento da aglomeração de pessoas ou a exposição dos frequentadores do local para a disseminação de drogas, verificando-se, caso a caso, as condições de dia, local e horário da prática do delito
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O sujeito que, de dentro de unidade prisional, organiza a dinâmica de grupo e comanda o tráfico de drogas, dando ordens para que seus comparsas, de fora do presídio, executem a comercialização do entorpecente responde pelo crime de tráfico de drogas, sendo inaplicável a majorante do art. 40, III (infração cometida nas dependências ou imediações de estabelecimentos prisionais), tendo em vista que a droga não passou por dentro do presídio C ou E?
E Informativo 659, STJ: Se o agente comanda o tráfico de drogas de dentro do presídio, deverá incidir a causa de aumento de pena do art. 40, III, da Lei n. 11.343/2006, mesmo que os efeitos destes atos tenham se manifestado a quilômetros de distância. Não é necessário que a droga passe por dentro do presídio para que incida a majorante prevista no art. 40, III, da Lei nº 11.343/2006
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Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois terços, se: III – a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de estabelecimentos prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de recintos onde se realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de reinserção social, de unidades militares ou policiais ou em transportes públicos; Se o agente leva a droga em transporte público, mas não a comercializa dentro do meio de transporte, incidirá essa majorante?
NÃO. A majorante do art. 40, II, da Lei n. 11.343/2006 somente deve ser aplicada nos casos em que ficar demonstrada a comercialização efetiva da droga em seu interior.
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Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois terços, se: VI – sua prática envolver ou visar a atingir criança ou adolescente ou a quem tenha, por qualquer motivo, diminuída ou suprimida a capacidade de entendimento e determinação A presença da criança ou adolescente no contexto delitivo causa suficiente para a incidência da majorante?
Não Enunciado 5 da I Jornada de Direito Penal e Processo Penal CJF/STJ – Para a aplicação do art. 40, inc. VI, da Lei n. 11.343/2006, é necessária a prova de que a criança ou adolescente atua ou é utilizada, de qualquer forma, para a prática do crime, ou figura como vítima, não sendo a mera presença da criança ou adolescente no contexto delitivo causa suficiente para a incidência da majorante
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Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois terços, se: VI – sua prática envolver ou visar a atingir criança ou adolescente ou a quem tenha, por qualquer motivo, diminuída ou suprimida a capacidade de entendimento e determinação A participação de menor pode ser considerada para configurar o crime de associação para o tráfico (art. 35)?
Sim Informativo 576, STJ: A participação de menor pode ser considerada para configurar o crime de associação para o tráfico (art. 35) e, ao mesmo tempo, como causa de aumento de pena. Informativo 576, STJ: A participação do menor pode ser aplicada tanto para agravar o crime de tráfico de drogas (art. 33) quanto para agravar o de associação para o tráfico (art. 35) praticados no mesmo contexto. Não há bis in idem porque são delitos diversos e totalmente autônomos, com motivação e finalidades distintas. O que o Informativo 576 considera é que pode existir o sujeito que trafica e que, ao mesmo tempo, constitui uma associação para o tráfico junto àquele menor, ele respondendo pela associação para o tráfico de drogas (majorada pelo art. 35 com a majorante do inciso VI do art. 40), pelo tráfico de drogas (art. 33) também majorado com a mesma majorante do inciso VI do art. 40, SEM QUE ISSO IMPLIQUE BIS IN IDEM
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Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois terços, se: VII – o agente financiar ou custear a prática do crime Em que situações (2) práticas essa majorante será aplicada?
1) Financiamento ou custeio eventual. 2) Autofinanciamento ou autocusteio.
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A participação do menor pode ser considerada para configurar o crime de associação para o tráfico (art. 35) e, ao mesmo tempo, para agravar a pena como causa de aumento do art. 40, VI, da Lei n° 11.343/2006?
Sim, pode ser considerada sem que isso implique bis in idem
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Qual a diferença entre delação premiada e colaboração premiada?
Há uma corrente que diferencia delação premiada de colaboração premiada. A delação premiada é um ato unilateral, partindo do delator. Já a colaboração premiada é um acordo cuja proposta pode ser feita pelo MP ou Delegado de Polícia.
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Art. 41. O indiciado ou acusado que colaborar VOLUNTARIAMENTE com a investigação policial e o processo criminal na identificação dos demais coautores ou partícipes do crime e na recuperação total ou parcial do produto do crime, no caso de condenação, terá pena reduzida de ___ a ____
um terço a dois terços A delação é admissível durante a investigação e durante a instrução processual penal. Voluntariedade: não é exigível espontaneidade, mas é uma vontade de o agente delatar para voltar ao seio familiar, por exemplo. Voluntário significa dizer que o agente não está sendo coagido pelo Estado para delatar. Requisitos cumulativos: identificação dos demais coautores ou partícipes E a recuperação total ou parcial do produto do crime. Abrange o proveito do crime? A legislação não fala em relação ao proveito do crime, portanto é tão somente o PRODUTO do crime. Por exemplo, o produto é a própria droga, o proveito seria uma lancha que o agente comprou com o dinheiro do tráfico. Obs.: Não confunda o benefício previsto no art. 41 com a causa de diminuição de pena do tráfico privilegiado (33, § 4°) que é de 1/6 a 2/3. A REDUÇÃO NA DELAÇÃO PREMIADA É de 1/3 a 2/3
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O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente com a investigação policial e o processo criminal na identificação dos demais coautores ou partícipes do crime e na recuperação total ou parcial do produto do crime, no caso de condenação, poderá ser beneficiado com o perdão judicial. C ou E?
E A Lei de Drogas não prevê o perdão judicial. Não confunda com a Lei de Organização Criminosa, pois lá prevê o benefício do perdão judicial.
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Quais os critérios para definição da Pena Base (art. 42) na lei anti-drogas?
Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considerará, com preponderância sobre o previsto no art. 59 do Código Penal, a natureza e a quantidade da substância ou do produto, a personalidade e a conduta social do agente
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Como é fixada a pena de multa na lei anti-drogas?
Art. 43. Na fixação da multa a que se referem os arts. 33 a 39 desta Lei, o juiz, atendendo ao que dispõe o art. 42 desta Lei, determinará o número de dias-multa, atribuindo a cada um, segundo as condições econômicas dos acusados, valor não inferior a um trinta avos nem superior a 5 (cinco) vezes o maior salário-mínimo. Parágrafo único. As multas, que em caso de concurso de crimes serão impostas sempre cumulativamente, podem ser aumentadas até o décuplo se, em virtude da situação econômica do acusado, considerá-las o juiz ineficazes, ainda que aplicadas no máximo. Obs.: Estes são os critérios adotados para aplicação e fixação da pena de multa: - Análise das condições econômicas dos acusados. - Estabelece-se um quantum mínimo e máximo de cinco vezes o salário mínimo para cada dia-multa. - As multas podem ser aumentadas até o décuplo nos casos em que o acusado possua extenso patrimônio.
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Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 a 37 desta Lei são inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia e liberdade provisória, vedada a conversão de suas penas em restritivas de direitos Quais as inconstitucionalidades desse artigo?
Nem todos os crimes elencados no art. 44 são hediondos. A doutrina e jurisprudência entendem que os delitos dos art. 33, § 1º, e 36 são equiparados a crimes hediondos. Contudo, há jurisprudência no sentido de que os artigos 35 e 37 não são equiparados a crimes hediondos. Há divergência doutrinária quanto ao artigo 34. A CF/1988 não nega a concessão de sursis, logo não pode a Lei de Drogas vedar a aplicação do instituto. É inconstitucional vedar a liberdade provisória, uma vez que a regra é liberdade, nos termos da CF/1988. Como também é inconstitucional a vedação da conversão das penas em restritivas de direitos, pois a vedação fere o princípio da individualização da pena
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Lei anti-drogas Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput deste artigo, dar-se-á o livramento condicional após o cumprimento de _____ ______ da pena, vedada sua concessão ao reincidente específico.
dois terços
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Lei anti-drogas: quais os requisitos para aplicação da inimputabilidade?
Art. 45. É isento de pena o agente que, em razão da dependência, OU sob o efeito, proveniente de caso fortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo da ação ou da omissão, qualquer que tenha sido a infração penal praticada, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento Parágrafo único. Quando absolver o agente, reconhecendo, por força pericial, que este apresentava, à época do fato previsto neste artigo, as condições referidas no caput deste artigo, poderá determinar o juiz, na sentença, o seu encaminhamento para tratamento médico adequado
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Art. 46. As penas podem ser reduzidas de um _____ a ______ _______ se, por força das circunstâncias previstas no art. 45 desta Lei, o agente não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento
terço a dois terços
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O autor do crime de porte de drogas para uso pessoal será processado e julgado perante o Juizado Especial Criminal, sob o rito da Lei n. 9.099/1995 C ou E?
C
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Lei antidrogas: no caso de prisão em flagrante, quando o juiz deve ser comunicado?
Há doutrina que entendem que a comunicação ao juiz pode ocorrer em até 24 horas, acompanhado do Auto de Prisão em Flagrante que possui o prazo de 24 horas. Contudo, a lei dispõe que a comunicação deve ser IMEDIATA.
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Lei antidrogas: no caso de prisão em flagrante, em quanto tempo o juiz certifica da regularidade FORMAL do laudo preliminar e determina a destruição da droga?
O juiz competente, no prazo de 10 dias, certifica da regularidade FORMAL do laudo preliminar e determina a destruição da droga, devidamente guardada amostra para o laudo definitivo
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Lei antidrogas: no caso de prisão em flagrante, qual o prazo para destruição da droga?
15 dias
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(ADAPTADA/CESPE/2016/TJ-DFT/JUIZ) A lavratura do auto de prisão em flagrante e o estabelecimento da materialidade do delito exigem a elaboração do laudo definitivo em substância, cuja falta obriga o juiz a relaxar imediatamente a prisão, que será considerada ilegal. C ou E?
E A lavratura do auto de prisão em flagrante é acompanhada de laudo preliminar, não necessitando do laudo definitivo
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Qual o prazo para destruição das drogas apreendidas SEM A OCORRÊNCIA DE PRISÃO EM FLAGRANTE?
30 dias e sem necessidade de autorização judicial 1) Plantação ilícita: dispensa autorização judicial; realizada pela autoridade policial; imediatamente, guardando amostra para laudo definitivo. 2) Sem flagrância: dispensa a autorização judicial; realizada pela autoridade policial; prazo máximo de 30 dias. 3) Com flagrante: precisa de autorização judicial; executada pela autoridade policial; prazo de 15 dias
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Lei antidrogas Prazos do Inquérito Policial Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo de 30 (trinta) dias, se o indiciado estiver PRESO, e de 90 (noventa) dias, quando SOLTO. Esses prazos podem ser modificados?
Sim Parágrafo único. Os prazos a que se refere este artigo podem ser DUPLICADOS pelo juiz, ouvido o Ministério Público, mediante pedido justificado da autoridade de polícia judiciária.
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Lei antidrogas Parágrafo único. A remessa dos autos far-se-á sem prejuízo de diligências complementares: (Obs! AUTOS APARTADOS) I - necessárias ou úteis à plena elucidação do fato, cujo resultado deverá ser encaminhado ao juízo competente até 3 (três) dias antes da audiência de instrução e julgamento; II - necessárias ou úteis à indicação dos bens, direitos e valores de que seja titular o agente, ou que figurem em seu nome, cujo resultado deverá ser encaminhado ao juízo competente até 3 (três) dias antes da audiência de instrução e julgamento. O que são autos apartados?
AUTOS APARTADOS, ou seja, autos físicos, nos fóruns e varas ficam nas pastas físicas, que são os autos do processo. Não é a mesma pasta dos autos do inquérito policial, será uma pasta de autos apartados
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Lei antidrogas Art. 53. Em qualquer fase da persecução criminal relativa aos crimes previstos nesta Lei, são permitidos, além dos previstos em lei, mediante autorização judicial e ouvido o Ministério Público, os seguintes procedimentos investigatórios: I - a infiltração por agentes de polícia, em tarefas de investigação, constituída pelos órgãos especializados pertinentes II - a não-atuação policial sobre os portadores de drogas, seus precursores químicos ou outros produtos utilizados em sua produção, que se encontrem no território brasileiro, com a finalidade de identificar e responsabilizar maior número de integrantes de operações de tráfico e distribuição, sem prejuízo da ação penal cabível. Na hipótese do inciso II deste artigo, quais os requisitos para que a ação controlada seja autorizada?
Na hipótese do inciso II deste artigo, a autorização será concedida desde que sejam conhecidos o itinerário provável e a identificação dos agentes do delito ou de colaboradores A ideia dessa atuação não policial é observar o traficante, e o grau de influência que ele possui na distribuição de drogas em uma determinada região. Pode-se abrir mão de fazer o flagrante para chegar a um resultado mais efetivo.
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(ADAPTADA/CESPE/2016/TJ-DFT/JUIZ) O magistrado, durante a persecução penal em juízo, poderá, independentemente da oitiva do MP, autorizar a infiltração de investigador em meio a traficantes, para o fim de esclarecer a verdade real, ou poderá, ainda, autorizar que não atue diante de eventual flagrante, com a finalidade de identificar e responsabilizar o maior número de integrantes de operações de tráfico e distribuição C ou E?
E No trecho “independentemente da oitiva do MP” está errado, porque, no Art. 53, está expresso que deve ser ouvido o Ministério Público. Isso vale tanto para infiltração quanto para ação controlada.
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Sobre os procedimentos da instrução criminal prevista na Lei Antidrogas Quando o juiz der vistas ao MP da investigação, ele pode oferecer denúncia e arrolar até 5 testemunhas. Qual a conduta do juiz diante desse pedido do MP?
Antes de o juiz receber a denúncia, há um procedimento de defesa prévia. A fase de defesa prévia é para reforçar o contraditório e a ampla defesa. A lei de drogas traz penas bem elevadas, neste caso, o legislador trouxe um reforço para o contraditório e a ampla defesa para realmente garantir que não vai haver nenhuma injustiça num processo envolvendo a Lei n. 11. 343 A defesa prévia funciona antes de o juiz receber essa denúncia. O juiz notifica, que é diferente de citar. Citar é quando o juiz recebe a denúncia e chama o acusado para integrar o polo passivo daquela ação penal Caso não apresente defesa prévia já recebe denúncia? Não, neste caso o juiz vai nomear um defensor público ou um defensor dativo, dependendo da situação econômica do acusado. E o juiz também, para reforçar essa etapa de defesa prévia, pode determinar apresentação do preso, diligências e perícias. Depois da etapa de defesa prévia, o juiz em 5 dias vai decidir se recebe ou não a denúncia.
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Sobre os procedimentos da instrução criminal prevista na Lei Antidrogas Após o juiz receber a denúncia do MP, em quanto tempo será marcada a AIJ?
30 dias Depois que o juiz receber a denúncia, vai marcar a Audiência de Instrução e Julgamento (AIJ). A regra geral é que seja do dia do recebimento da denúncia até 30 dias. Quando o juiz precisar avaliar a dependência, (porque muitas vezes a avaliação da dependência vai depender de prova pericial para ver se é um caso de semi-imputabilidade, inimputabilidade), esse prazo é maior até a audiência, sendo de 90 dias
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Sobre os procedimentos da instrução criminal prevista na Lei Antidrogas O MP e a defesa poderão arrolar até ______ testemunhas na denúncia e na defesa preliminar, respectivamente.
cinco
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Sobre os procedimentos da instrução criminal prevista na Lei Antidrogas Qual deve ser o último ato da Audiência de Instrução e Julgamento (AIJ)?
O interrogatório do acusado deixou de seu primeiro ato da Audiência de Instrução e Julgamento (AIJ), e passou a ser o último ato, porque isso privilegia o contraditório e a ampla defesa.
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Sobre os procedimentos da instrução criminal prevista na Lei Antidrogas Art. 58. Encerrados os debates, proferirá o juiz sentença de imediato, ou o fará em _____ dias, ordenando que os autos para isso lhe sejam conclusos.
10 (dez) O Art. 58 diz que a sentença será proferida de imediato. Esse prazo de 10 dias é impróprio, ou seja, cujo desrespeito não implica nulidade. Se o juiz demorar 20 ou 30 dias não importa, pois não implica nulidade processual. Por isso se chama prazo impróprio pela doutrina de processo penal.
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Sobre os procedimentos da instrução criminal prevista na Lei Antidrogas Pode haver condenação sem que haja o laudo definitivo?
A regra é não poder. Mas o STJ em julgado recente disse o seguinte: STJ (HC 365.599/PE, 01.12.2016) (....) 2. Isso, no entanto, não elide a possibilidade de que, em situação EXCEPCIONAL, a comprovação da materialidade do crime de drogas possa ser efetuada pelo próprio laudo de constatação provisório, quando ele permita grau de certeza idêntico ao do laudo definitivo, pois elaborado por perito oficial, em procedimento e com conclusões equivalentes. Isso porque, a depender do grau de complexidade e de novidade da droga apreendida, sua identificação precisa como entorpecente pode exigir, ou não, a realização de exame mais complexo que somente é efetuado no laudo definitivo
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Lei n. 13.869, de 2019, ou Lei de Abuso de Autoridade Art. 1⁰ Esta Lei define os crimes de abuso de autoridade, cometidos por agente público, servidor ou não, que, no exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las, abuse do poder que lhe tenha sido atribuído § 1⁰ As condutas descritas nesta Lei constituem crime de abuso de autoridade quando praticadas pelo agente com a finalidade específica de prejudicar outrem ou beneficiar a si mesmo ou a terceiro, ou, ainda, por mero capricho ou satisfação pessoa Existe abuso de autoridade culposo?
Não A Lei exige o dolo, não é admitido nenhum tipo de conduta culposa. O crime de abuso de autoridade exige o dolo específico do agente que comete o crime por mero capricho, para beneficiar alguém ou prejudicar alguém (mnemônico MPB) Mnemônico MPB para decorar o dolo específico do crime de abuso de autoridade: - Mero capricho ou satisfação pessoal; - Prejudicar outrem; - Beneficiar a si mesmo ou a outrem.
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Lei n. 13.869, de 2019, ou Lei de Abuso de Autoridade Existe crime de hermenêutica?
§ 2⁰ A divergência na interpretação de lei ou na avaliação de fatos e provas não configura abuso de autoridade. Portanto, não há crime de hermenêutica, ou seja, de interpretação de leis.
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Lei n. 13.869, de 2019, ou Lei de Abuso de Autoridade Quem é o agente público sujeito do crime?
Art. 2⁰ É sujeito ativo do crime de abuso de autoridade qualquer agente público, servidor ou não, da administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de Território, compreendendo, mas não se limitando a: I – servidores públicos e militares ou pessoas a eles equiparadas; II – membros do Poder Legislativo; III – membros do Poder Executivo; IV – membros do Poder Judiciário; V – membros do Ministério Público; VI – membros dos tribunais ou conselhos de contas
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Lei n. 13.869, de 2019, ou Lei de Abuso de Autoridade Art. 2⁰ É sujeito ativo do crime de abuso de autoridade qualquer agente público, servidor ou não, da administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de Território, compreendendo, mas não se limitando a: I – servidores públicos e militares ou pessoas a eles equiparadas; II – membros do Poder Legislativo; III – membros do Poder Executivo; IV – membros do Poder Judiciário; V – membros do Ministério Público; VI – membros dos tribunais ou conselhos de contas O que significa dizer que esse rol é não taxativo?
O rol é meramente exemplificativo, não exaustivo e não taxativo, ou seja, a Lei apresenta alguns exemplos mas o rol pode ser ampliado. Dessa forma, outros agentes públicos podem cometer crime de abuso de autoridade.
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Lei n. 13.869, de 2019, ou Lei de Abuso de Autoridade Quem é o sujeito ativo dessa Lei?
Parágrafo único. Reputa-se agente público, para os efeitos desta Lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função em órgão ou entidade abrangidos pelo caput deste artigo.
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Na lei de abuso de autoridade foi inserido o art. 15 – A que trata sobre a violência institucional. A alteração foi promovida pela lei n. 14.321/2022. Quem são os sujeitos passivos dessa lei?
Violência Institucional (Lei n. 14.321/2022) Art. 15 – A. Submeter a vítima de infração penal ou a testemunha de crimes violentos a procedimentos desnecessários, repetitivos ou invasivos, que a leve a reviver, sem estrita necessidade: I – a situação de violência; ou II – outras situações potencialmente geradoras de sofrimento ou estigmatização: Obs.: tanto a vítima de infração penal como a testemunha de crimes violentos são sujeitos passivos desta lei. A ideia da lei é evitar a revitimização no sistema penal seja na fase do inquérito seja na fase do processo judicial.
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Violência Institucional (Lei n. 14.321/2022) Art. 15 – A. Submeter a vítima de infração penal ou a testemunha de crimes violentos a procedimentos desnecessários, repetitivos ou invasivos, que a leve a reviver, sem estrita necessidade: I – a situação de violência; ou II – outras situações potencialmente geradoras de sofrimento ou estigmatização: Quais os majorantes dessa lei?
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. § 1º Se o agente público permitir que terceiro intimide a vítima de crimes violentos, gerando indevida revitimização, aplica-se a pena aumentada de 2/3 (dois terços). § 2º Se o agente público intimidar a vítima de crimes violentos, gerando indevida revitimização, aplica-se a pena em dobro.”
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Violência Institucional (Lei n. 14.321/2022) Art. 15 – A. Submeter a vítima de infração penal ou a testemunha de crimes violentos a procedimentos desnecessários, repetitivos ou invasivos, que a leve a reviver, sem estrita necessidade: I – a situação de violência; ou II – outras situações potencialmente geradoras de sofrimento ou estigmatização: Trata-se de uma ação penal pública incondicionada. O que isso significa?
Não é necessário requerimento nem representação da vítima para instaurar inquérito
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Violência Institucional (Lei n. 14.321/2022) Art. 15 – A. Submeter a vítima de infração penal ou a testemunha de crimes violentos a procedimentos desnecessários, repetitivos ou invasivos, que a leve a reviver, sem estrita necessidade: I – a situação de violência; ou II – outras situações potencialmente geradoras de sofrimento ou estigmatização De quem é a competência?
Competência – Juizados Especiais Criminais, inclusive no caso de aumento de pena; Obs.: a pena máxima é de 1 ano e mesmo no caso de aumento da pena em dobro, ela passa a ser de 2 anos. Nesse sentido, não tem como sair do Juizado Especial Criminal. Compete a este juizado julgar o crime de violência institucional.
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Violência Institucional (Lei n. 14.321/2022) Art. 15 – A. Submeter a vítima de infração penal ou a testemunha de crimes violentos a procedimentos desnecessários, repetitivos ou invasivos, que a leve a reviver, sem estrita necessidade: I – a situação de violência; ou II – outras situações potencialmente geradoras de sofrimento ou estigmatização Cabe acordo de não persecução penal?
A doutrina tem divergido em relação ao cabimento do acordo de não persecução penal, pois o artigo 28 A dispõe que somente cabe acordo de não persecução penal se o crime foi praticado sem violência ou grave ameaça. O art. 28–A não exige que seja uma violência física. Dessa forma, ainda não há jurisprudência consolidada, mas tem prevalecido, na doutrina, o entendimento de que não caberia o acordo de não persecução penal, pois se trata de um tipo de crime praticado com violência.
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Um servidor aposentado pode cometer o crime de abuso de autoridade?
No que tange ao sujeito ativo do crime de abuso de autoridade, destaca-se que, de acordo com a legislação, o servidor aposentado pode ser considerado sujeito ativo, embora exista controvérsia nesse ponto. Prevalece a compreensão de que, em geral, o servidor aposentado não pode cometer o crime de abuso de autoridade de forma isolada, uma vez que a lei pressupõe o exercício da função pública. Entretanto, em situações de coautoria ou participação, o servidor aposentado pode ser responsabilizado.
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Os crimes da lei de abuso de autoridade são de ação penal pública incondicionada. O que isso significa?
A ação penal para os crimes de abuso de autoridade é pública incondicionada, eliminando a necessidade de representação da vítima. Isso implica que o Ministério Público pode instaurar o inquérito de ofício, e a vítima não precisa se manifestar para que o processo seja iniciado Não é necessário requerimento nem representação da vítima para instaurar inquérito
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Os crimes da lei de abuso de autoridade são de ação penal pública incondicionada. Será admitida ação penal privada?
§ 1º Será admitida ação privada se a ação penal pública não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal. § 2º A ação privada subsidiária será exercida no prazo de 6 (seis) meses, contado da data em que se esgotar o prazo para oferecimento da denúncia Quanto ao prazo decadencial impróprio para a ação penal privada subsidiária da pública, é fundamental compreender que esse prazo de seis meses é improrrogável. Após o término desse prazo, a vítima não pode mais requerer a ação penal privada subsidiária da pública, respeitando assim o princípio da segurança jurídica e a estabilidade das relações processuais.
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Quais os efeitos da condenação no crime de abuso de autoridade?
Art. 4º São efeitos da condenação: I – tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime (Formação de título executivo judicial - automático), devendo o juiz, a requerimento do ofendido, fixar na sentença o valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos por ele sofridos; II – a inabilitação para o exercício de cargo, mandato ou função pública, pelo período de 1 (um) a 5 (cinco) anos; III – a perda do cargo, do mandato ou da função pública. Parágrafo único. Os efeitos previstos nos incisos II e III do caput deste artigo são condicionados à ocorrência de reincidência em crime de abuso de autoridade e não são automáticos, devendo ser declarados motivadamente na sentença.
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Quais são as penas restritivas de direitos substitutivas das privativas de liberdade previstas na lei de abuso de autoridade?
Art. 5º As penas restritivas de direitos substitutivas das privativas de liberdade previstas nesta Lei são: I - prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas; II - suspensão do exercício do cargo, da função ou do mandato, pelo prazo de 1 (um) a 6 (seis) meses, com a perda dos vencimentos e das vantagens; Nesse contexto, é crucial observar que tais penas serão aplicadas quando a condenação não ultrapassar quatro anos, o crime não for doloso, o réu não for reincidente e outros critérios justificarem a substituição da pena. Obs.: Somente essas duas são permitidas, ao contrário do artigo 43 do Código Penal, que prevê cinco possibilidades, como prestação pecuniária, perda de bens ou valores, prestação de serviço à comunidade, interdição temporária de direitos e limitação de fim de semana
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Sobre a lei de abuso de autoridade: Art. 6º As penas previstas nesta Lei serão aplicadas independentemente das sanções de natureza civil ou administrativa cabíveis. A regra geral é a tríplice responsabilização e a independência dessas três instâncias. No entanto, há duas exceções para essa independência. Quais são elas?
Art. 7º As responsabilidades civil e administrativa são independentes da criminal, não se podendo mais questionar sobre a existência ou a autoria do fato quando essas questões tenham sido decididas no juízo criminal. Art. 8º Faz coisa julgada em âmbito cível, assim como no administrativo-disciplinar, a sentença penal que reconhecer ter sido o ato praticado em estado de necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. O artigo 7º reforça a independência das responsabilidades civil e administrativa em relação à criminal, salientando que questões sobre existência ou autoria do fato, quando decididas no juízo criminal, não podem ser questionadas novamente. Ex.: Se ficar decidido no juízo criminal que Fulano não praticou o ato, isso não poderá ser mais questionado no âmbito civil O artigo 8º conclui estabelecendo que a sentença penal que reconhecer ato praticado em legítima defesa, estado de necessidade, estrito cumprimento do dever legal ou exercício regular do direito (ou seja, as excludentes de ilicitude) faz coisa julgada em âmbito civil e administrativo.
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Lei n. 13.869, de 2019, ou Lei de Abuso de Autoridade Art. 9º Decretar medida de privação da liberdade em manifesta desconformidade com as hipóteses legais: Pena - detenção, de 1 (um) a ________ anos, e multa. Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judiciária que, dentro de prazo razoável, deixar de: I - relaxar a prisão manifestamente ilegal; II - substituir a prisão preventiva por medida cautelar diversa ou de conceder liberdade provisória, quando manifestamente cabível; III - deferir liminar ou ordem de habeas corpus, quando manifestamente cabível.
4 (quatro)
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Lei n. 13.869, de 2019, ou Lei de Abuso de Autoridade Art. 10. Decretar a condução coercitiva de testemunha ou investigado manifestamente descabida ou sem prévia intimação de comparecimento ao juízo: Pena - detenção, de 1 (um) a _____ anos, e multa
4 (quatro)
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Lei n. 13.869, de 2019, ou Lei de Abuso de Autoridade Art. 12. Deixar injustificadamente de comunicar prisão em flagrante à autoridade judiciária no prazo legal: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a ______anos, e multa. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem: I - deixa de comunicar, imediatamente, a execução de prisão temporária ou preventiva à autoridade judiciária que a decretou; II - deixa de comunicar, imediatamente, a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontra à sua família ou à pessoa por ela indicada; III - deixa de entregar ao preso, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, a nota de culpa, assinada pela autoridade, com o motivo da prisão e os nomes do condutor e das testemunhas; IV - prolonga a execução de pena privativa de liberdade, de prisão temporária, de prisão preventiva, de medida de segurança ou de internação, deixando, sem motivo justo e excepcionalíssimo, de executar o alvará de soltura imediatamente após recebido ou de promover a soltura do preso quando esgotado o prazo judicial ou legal.
2 (dois)
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Lei n. 13.869, de 2019, ou Lei de Abuso de Autoridade Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante violência, grave ameaça ou redução de sua capacidade de resistência, a: I - exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido à curiosidade pública; II - submeter-se a situação vexatória ou a constrangimento não autorizado em lei; III - produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro: Pena - detenção, de 1 (um) a _______ anos, e multa, sem prejuízo da pena cominada à violência.
4 (quatro)
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Lei n. 13.869, de 2019, ou Lei de Abuso de Autoridade Art. 15. Constranger a depor, sob ameaça de prisão, pessoa que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, deva guardar segredo ou resguardar sigilo: Pena - detenção, de 1 (um) a ______anos, e multa. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem prossegue com o interrogatório: I - de pessoa que tenha decidido exercer o direito ao silêncio; ou II - de pessoa que tenha optado por ser assistida por advogado ou defensor público, sem a presença de seu patrono
4 (quatro)
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Lei n. 13.869, de 2019, ou Lei de Abuso de Autoridade Uma testemunha devidamente notificada a comparecer em audiência judicial não atendeu à notificação nem apresentou motivo justificado. A autoridade judicial determinou, então, a condução coercitiva da testemunha, mediante apoio policial. Considerando essa situação hipotética e os termos da legislação que dispõe sobre os crimes de abuso de autoridade, julgue o item a seguir. Caracterizado o crime de abuso de autoridade, caberá ao conduzido representar criminalmente contra a autoridade que determinou a medida, cuja representação é condição de procedibilidade para eventual ação penal. C ou E?
E O crime de abuso de autoridade é de ação penal pública incondicionada, estando a representação dispensada
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Lei n. 13.869, de 2019, ou Lei de Abuso de Autoridade Há algum artigo que determina pena de reclusão?
Todas as penas previstas na Lei 13869/2019 são penas de detenção (sendo de regime aberto ou semiaberto) e multa
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Lei n. 13.869, de 2019, ou Lei de Abuso de Autoridade Art. 16. Deixar de identificar-se ou identificar-se falsamente ao preso por ocasião de sua captura ou quando deva fazê-lo durante sua detenção ou prisão: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, como responsável por interrogatório em sede de procedimento investigatório de infração penal, deixa de identificar-se ao preso ou atribui a si mesmo falsa identidade, cargo ou função É uma infração de menor potencial ofensivo?
Sim, pois a pena máxima não supera 2 anos, cabendo aos institutos despenalizadores da Lei 9.099 em princípio
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Lei n. 13.869, de 2019, ou Lei de Abuso de Autoridade Art. 18. Submeter o preso a interrogatório policial durante o período de repouso noturno, salvo se _______________ ou ______________: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa Assim, via de regra é proibido submeter o preso a interrogatório durante repouso noturno. Mas há duas exceções. Quais são elas?
capturado em flagrante delito ou se ele, devidamente assistido, consentir em prestar declarações A prática de interrogar durante o período de repouso noturno qualifica-se como um instrumento de crueldade ou tortura. Salvo as exceções como flagrante ou consentimento assistido (presença de um advogado)
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Lei n. 13.869, de 2019, ou Lei de Abuso de Autoridade Se algum agente público impede que o pleito de algum preso chegue ao juiz com a finalidade específica de prejudicar ou favorecer a si mesmo, isso poderá ser configurado como crime de abuso de autoridade?
Sim Art. 19. Impedir ou retardar, injustificadamente, o envio de pleito de preso à autoridade judiciária competente para a apreciação da legalidade de sua prisão ou das circunstâncias de sua custódia: Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Parágrafo único. Incorre na mesma pena o magistrado que, ciente do impedimento ou da demora, deixa de tomar as providências tendentes a saná-lo ou, não sendo competente para decidir sobre a prisão, deixa de enviar o pedido à autoridade judiciária que o seja A pena de 1 a 4 anos não admite mais os institutos da composição civil e da transação penal, porque não é uma infração de menor potencial ofensivo. No entanto, a pena mínima de 1 ano admite o acordo de não persecução penal e os sursis processuais.
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Lei n. 13.869, de 2019, ou Lei de Abuso de Autoridade Art. 20. Impedir, sem justa causa, a entrevista pessoal e reservada do preso com seu advogado: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a ______ anos, e multa. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem impede o preso, o réu solto ou o investigado de entrevistar-se pessoal e reservadamente com seu advogado ou defensor, por prazo razoável, antes de audiência judicial, e de sentar-se ao seu lado e com ele comunicar-se durante a audiência, salvo no curso de interrogatório ou no caso de audiência realizada por videoconferência.
2 (dois) Garante o direito de o advogado conversar sozinho de uma forma pessoal e reservada com seu cliente, não podendo ser negado ou impedido de qualquer forma. E isso deve ser feito ANTES do interrogatório. Além disso, a lei garante ao réu o direito de ser colocado ao lado do advogado para facilitar sua comunicação durante a audiência. Vinculado ao artigo 185 CPP
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Lei n. 13.869, de 2019, ou Lei de Abuso de Autoridade Manter presos de ambos os sexos na mesma cela ou espaço de confinamento é crime de abuso de autoridade?
PODE ser. Não é permitido presos do mesmo sexo no mesmo espaço de confinamento ou na mesma cela, caso ocorra com a intenção de haver dolo e finalidade específica, será caracterizado como crime de abuso de autoridade Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem mantém, na mesma cela, criança ou adolescente na companhia de maior de idade ou em ambiente inadequado, observado o disposto na Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente)
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Lei n. 13.869, de 2019, ou Lei de Abuso de Autoridade Art. 22. Invadir ou adentrar, clandestina ou astuciosamente, ou à revelia da vontade do ocupante, imóvel alheio ou suas dependências, ou nele permanecer nas mesmas condições, sem determinação judicial ou fora das condições estabelecidas em lei O artigo 5º, inciso XI, da Constituição Federal traz a previsão sobre os casos em que a busca e apreensão domiciliar é permitida. Regra Geral – É necessário o mandado judicial e o cumprimento só poderá ocorrer nos horários estipulados, sendo das 5h às 21h Quais as exceções a essa regra geral?
Exceção – Na situação de flagrante, desastre e socorro é permitida a entrada no domicílio a qualquer momento. Caso tenha o consentimento do dono do imóvel, a entrada também poderá acontecer a qualquer momento Macete: FDS (flagrante | delito | socorro) e consentimento
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Previsão no artigo 245 do Código de Processo Penal: Art. 245. As buscas domiciliares serão executadas de dia, salvo se o morador consentir que se realizem à noite, e, antes de penetrarem na casa, os executores mostrarão e lerão o mandado ao morador, ou a quem o represente, intimando-o, em seguida, a abrir a porta. O conceito de dia passa a ter uma nova interpretação com o artigo 22, § 1º, II da Lei n. 13.869, de 2019, ou Lei de Abuso de Autoridade. Qual é esse novo conceito?
O conceito de dia passa a ter uma nova interpretação com o artigo 22, § 1º, II caracterizado das 5h até as 21h, com mandado ou salvo as exceções. Art. 22. § 2º Não haverá crime se o ingresso for para prestar socorro, ou quando houver fundados indícios que indiquem a necessidade do ingresso em razão de situação de flagrante delito ou de desastre
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Lei n. 13.869, de 2019, ou Lei de Abuso de Autoridade Art. 23. Inovar artificiosamente, no curso de diligência, de investigação ou de processo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de eximir-se de responsabilidade ou de responsabilizar criminalmente alguém ou agravar-lhe a responsabilidade: Pena – detenção, de 1 (um) a ______ anos, e multa. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem pratica a conduta com o intuito de: I – Eximir-se de responsabilidade civil ou administrativa por excesso praticado no curso de diligência; II – Omitir dados ou informações ou divulgar dados ou informações incompletos para desviar o curso da investigação, da diligência ou do processo
4 (quatro)
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Lei n. 13.869, de 2019, ou Lei de Abuso de Autoridade Art. 24.Constranger, sob violência ou grave ameaça, funcionário ou empregado de instituição hospitalar pública ou privada a admitir para tratamento pessoa cujo óbito já tenha ocorrido, com o fim de alterar local ou momento de crime, prejudicando sua apuração Nesse caso, cabe acordo de não persecução penal?
Nessa situação, não cabe o acordo de não persecução penal, pois é necessário que o crime tenha sido praticado sem violência ou grave ameaça.
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Lei n. 13.869, de 2019, ou Lei de Abuso de Autoridade Art. 24.Constranger, sob violência ou grave ameaça, funcionário ou empregado de instituição hospitalar pública ou privada a admitir para tratamento pessoa cujo óbito já tenha ocorrido, com o fim de alterar local ou momento de crime, prejudicando sua apuração Caso essa violência gere uma lesão corporal grave, o agente responderá por qual crime?
Pelos dois Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, além da pena correspondente à violência
127
A Constituição faz referência à tortura: XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem A Lei n. 8.072/1990 impôs uma alteração desse trecho. Qual foi ?
A Lei n. 8.072/1990 dispõe que também não é cabível o indulto para os crimes hediondos e equiparados – isso causou um questionamento, pois a Constituição não se refere ao indulto, apenas que seria inafiançável e que não caberia graça e anistia. Superando essa discussão, o STF (Supremo Tribunal Federal) entendeu que, quando a Constituição refere-se à graça, ela está se referindo ao poder de graça do Presidente da República, o qual inclui a graça (que é individual) e o indulto (que é de natureza coletiva). Assim, essa parte da Lei n. 8.072/1990 é constitucional
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O art. 1º da Lei de Tortura dispõe que: Art. 1º Constitui crime de tortura: I – constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental: a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa; Pena – reclusão, de dois a oito anos. Esse artigo refere-se à chamada tortura ______
Também chamada de tortura institucional. Por que tortura institucional? Porque essa modalidade de tortura no passado foi muito praticada em instituições públicas. Outra nomenclatura utilizada é tortura probatória.
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O art. 1º da Lei de Tortura dispõe que: Art. 1º Constitui crime de tortura: I – constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental: a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa; Pena – reclusão, de dois a oito anos. Quando que ocorre a consumação desse crime?
O crime de tortura (tortura-prova; tortura para a prática de crime; tortura discriminatória) se consuma quando efetivamente se causa sofrimento físico ou mental. Portanto, é cabível a tentativa quando o sujeito emprega a violência ou grave ameaça, mas, por circunstâncias alheias à sua vontade, não consegue causar o sofrimento físico ou mental.
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O art. 1º da Lei de Tortura dispõe que: Art. 1º Constitui crime de tortura: I – constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental: a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa; Pena – reclusão, de dois a oito anos. Nessas modalidades de tortura, em que há o sofrimento físico ou mental, é indispensável o exame de corpo de delito?
Não, porque o sentimento físico pode até deixar vestígios, mas o sofrimento mental não deixará vestígios físicos
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O art. 1º da Lei de Tortura dispõe que: Art. 1º Constitui crime de tortura: I – constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental: a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa; Pena – reclusão, de dois a oito anos O que diferencia a tortura-prova das demais modalidades de tortura?
O que irá distinguir a tortura-prova das outras modalidades é o objetivo, a finalidade. A tortura prova tem a finalidade ou o dolo específico de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa.
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O art. 1º da Lei de Tortura dispõe que: Art. 1º Constitui crime de tortura: I – constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental: a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa; Pena – reclusão, de dois a oito anos Trata-se de crime comum ou próprio?
Trata-se de um crime comum, isto é, pode ser cometido por qualquer pessoa – não é praticado apenas por agentes estatais e não exige uma qualidade especial do sujeito ativo. Exemplo de tortura praticada por particular: namorado/namorada constrange física ou mentalmente o/a namorado/namorada para obtenção de informações em redes sociais.
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O crime de tortura, na modalidade de constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico e mental com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima, é delito próprio, que só pode ser cometido por quem possua autoridade, guarda ou poder sobre a vítima C ou E?
E O crime de tortura-prova é um delito comum.
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Agentes de polícia civil prenderam um ladrão de automóveis em flagrante delito e, para conseguir informações sobre a quadrilha de que ele participava, disseram-lhe que ele sofreria graves consequências caso não entregasse imediatamente seus cúmplices. Intimidado, o preso entregou o nome de seus comparsas. Nessa situação, os policiais não cometeram crime de tortura, que somente se consuma com a violência, não bastando para a sua caracterização a existência de uma ameaça, ainda que grave. C ou E?
E O crime de tortura-prova se consuma tanto com o emprego de sofrimento físico quanto mental. A Lei de Tortura exige violência ou grave ameaça, mas o momento consumativo ocorre quando há sofrimento físico ou mental.
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LEI 13.869/2019 Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante violência, grave ameaça ou redução de sua capacidade de resistência, a: III – produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro: Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, sem prejuízo da pena cominada à violência. Por que isso não é crime de tortura?
O momento consumativo do crime de tortura-prova ocorre quando se emprega o sofrimento físico ou mental, já o art. 13 da Lei n. 13.869/2019 prevê a violência ou grave ameaça, mas não prevê o sofrimento físico ou mental. Se houvesse o emprego de sofrimento físico ou mental não seria abuso de autoridade, mas o crime de tortura.
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O art. 1º da Lei de Tortura dispõe que: Art. 1º Constitui crime de tortura: I – constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental: a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa; Pena – reclusão, de dois a oito anos O crime de tortura absorve outros crimes?
A tortura absorve, via de regra, crimes menos graves, como, por exemplo, lesões leves e o próprio crime de abuso de autoridade. Contudo, se houver desígnios autônomos, não irá ocorrer a absorção – por exemplo, em um primeiro momento o agente tortura um indivíduo preso e, após, resolve expor o corpo ou parte do corpo do preso à curiosidade pública
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O art. 1º da Lei de Tortura dispõe que: Art. 1º Constitui crime de tortura: I – constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental: b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa; Pena - reclusão, de dois a ____ anos
oito A finalidade desse dispositivo é que, ao constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando sofrimento físico ou mental, a pessoa torturada provoque uma ação ou omissão de natureza criminosa. Exemplo: João ameaça Joana, afirmando que matará o filho dela (Enzo) caso ela não mate Floriosmildo (o desafeto de João). O que está acontecendo aqui? João está constrangendo Joana com uma grave ameaça, causando um sofrimento mental, para que ela provoque uma ação de natureza criminosa – há, aqui, o crime de tortura.
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O crime de tortura é de ação penal pública incondicionada?
Sim
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O art. 1º da Lei de Tortura dispõe que: Art. 1º Constitui crime de tortura: I – constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental: c) em razão de discriminação racial ou religiosa (macete toRturRa) Pena – reclusão, de dois a oito anos Essa tortura discriminatória abrange a discriminação de natureza sexual?
Não O motivo, o dolo específico, o que move o agente é a discriminação racial ou religiosa. Não se inclui a discriminação sexual, por idade ou por gênero, apenas a discriminação racial ou religiosa
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II – submeter alguém, sob sua GUARDA, PODER OU AUTORIDADE, com emprego de violência ou grave ameaça, a INTENSO sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo. Pena - reclusão, de dois a oito anos Esse inciso II da lei de tortura refere-se a qual tipo de tortura?
Tortura castigo ou punitiva
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II – submeter alguém, sob sua GUARDA, PODER OU AUTORIDADE, com emprego de violência ou grave ameaça, a INTENSO sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo. Pena - reclusão, de dois a oito anos Trata-se de um crime comum ou próprio essa tortura castigo?
A tortura castigo ou punitiva é um crime próprio, em que se exige uma qualidade especial do sujeito ativo, isto é, que ele tenha uma relação de guarda, autoridade ou poder (GAP) sob a vítima. Há, nessa modalidade, um INTENSO sofrimento físico ou mental – outro elemento distintivo em relação ao inciso I. Outra distinção é o dolo específico de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo
142
O agente penitenciário que detém a guarda de um sentenciado e, como forma de aplicar-lhe um castigo, o ameaça de morte e o submete a intenso sofrimento físico com o emprego de choques elétricos e submersão em água para asfixia parcial, causando-lhe lesões corporais simples, responde pelo crime de tortura, que absorve os de ameaça e de lesões corporais. C ou E?
C Trata-se, portanto, do crime de tortura castigo. Esse crime de tortura absorve delitos mais leves, como, no caso, ameaça e lesões corporais leves.
143
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal Trata-se de uma modalidade equiparada a que tipo de tortura?
Tortura castigo. Na tortura castigo não se exige que a pessoa esteja presa ou submetida a medida de segurança, já essa modalidade equiparada é mais específica, pois ela refere-se a uma pessoa presa ou submetida a medida de segurança. Observe que essa modalidade equiparada não exige os elementos violência ou grave ameaça, nem apresenta um dolo específico
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Um agente penitenciário federal determinou que José, preso sob sua custódia, permanecesse de pé por dez horas ininterruptas, sem que pudesse beber água ou alimentar-se, como forma de castigo, já que José havia cometido, comprovadamente, grave falta disciplinar. Nessa situação, esse agente cometeu crime de tortura, ainda que não tenha utilizado de violência ou grave ameaça contra José. C ou E?
C Trata-se de modalidade equiparada a tortura castigo
145
O que é o crime de tortura imprópria?
Omissão perante tortura § 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos A CF/88 prevê um mandado de criminalização, dando a entender que os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem responderão pelo crime de tortura, inclusive com a mesma pena. Contudo, ao ir ao crime de tortura imprópria, vê-se que a pena, para aquele que se omite, é de detenção de um a quatro anos, enquanto os mandantes e os executores são apenados, em regra, com reclusão de dois a oito anos
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Omissão perante tortura (Tortura imprópria) § 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos Trata-se de crime comum ou próprio?
Embora o nome seja tortura imprópria, esse crime é considerado um crime próprio, uma vez que se exige uma condição especial do sujeito ativo, qual seja, que ele tenha o dever de evitar ou de apurar. Além disso, na classificação dos crimes, trata-se de um crime omissivo próprio, em que há a previsão expressa de uma conduta omissiva
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Cinco guardas municipais em serviço foram desacatados por dois menores. Após breve perseguição, um dos menores evadiu-se, mas o outro foi apreendido. Dois dos guardas conduziram o menor apreendido para um local isolado, imobilizaram-no, espancaram-no e ameaçaram-no, além de submetê-lo a choques elétricos. Os outros três guardas deram cobertura. Nessa situação, os cinco guardas municipais responderão pelo mesmo crime de tortura?
Sim Há, aqui, a modalidade de tortura-castigo – os agentes causaram intenso sofrimento físico nos menores pois haviam sido desacatados. Os três guardas que deram cobertura não responderão por tortura imprópria? Não, pois dar cobertura não é simplesmente se omitir, dar cobertura é participar, é garantir que o crime aconteça.
148
Caso haja resultado agravador (preterdolo), o crime de tortura será qualificado?
Sim O resultado agravador ocorre quando o sujeito se excede, isto é, não tinha o dolo de lesionar gravemente nem de matar, contudo, por se exceder nos meios de execução, esses resultados acabam acontecendo mesmo que inicialmente ele não desejasse. O agente não queria matar, mas torturar, contudo, por ter causado sofrimento ou violência “além da conta”, a vítima veio a morrer. Há, aqui, o preterdolo, porque no crime antecedente havia o dolo de torturar, mas o resultado (no caso, a morte) ocorreu a título de culpa. § 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos.
149
O crime de tortura que resulta em lesão corporal de natureza grave ou gravíssima é punível conforme as penas previstas para esse delito, acrescidas das referentes ao delito de lesão corporal grave ou gravíssima C ou E?
E Não se trata de concurso. O agente responderá por uma pena mais elevada se resultar em lesão corporal de natureza grave ou gravíssima (pena de quatro a dez anos). O resultado agravante torna o crime qualificado, aumentando a pena base
150
Muitas leis penais preveem a majorante de um sexto a dois terços. Contudo, na Lei de Tortura, a majorante é de um sexto (1/6) a _________
1/3 § 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço: I – se o crime é cometido por agente público; II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos; III – se o crime é cometido mediante sequestro. Mnemônico sugerido para lembrar as hipóteses de majoração: “A agente grávida sequestrou o idoso de 60 deficiente no ACRI”
151
O crime de tortura absorve o crime de abuso de autoridade e de lesão corporal leve?
Sim
152
Há, no Código Penal (CP), uma agravante genérica, qual seja, quando o sujeito pratica um crime com abuso da situação de hospitalidade, isto é, em um ambiente familiar o sujeito se aproveita da relação de confiança típica dessa coabitação para cometer um crime. Assim dispõe o CP: Art. 61. São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime: II – ter o agente cometido o crime: f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei específica; Caso o sujeito pratique o crime em uma relação doméstica, por exemplo, praticando o crime contra uma criança ou adolescente, aplicar-se-á essa agravante do Código Penal juntamente com a majorante da Lei de Tortura? Isso seria bis in idem (punir duas vezes pelo mesmo fato)?
O STJ, no Informativo n. 589, entendeu que não configura bis in idem, pois os motivos são diferentes. A Lei de Tortura pune com maior gravidade o sujeito porque a vítima/sujeito passivo está em especial condição, como, por exemplo, uma gestante, uma criança ou um adolescente. Já quando o Código Penal refere-se às relações de hospitalidade, coabitação, relações domésticas, ele quer proteger esse ambiente, isto é, a punição é mais grave como forma de proteção desse ambiente. Portanto, as razões de maior penalização (a agravante e a majorante) são razões de origens diversas – como são razões distintas, não há problema em considerar tanto a agravante quanto a majorante.
153
Na Lei de Tortura, os efeitos da condenação são automáticos. O que isso significa?
Automático é aquele efeito que independe (não depende) de motivação específica por parte do juiz na sentença penal condenatória, isto é, eles serão aplicados porque decorrem da própria lei. O efeito não automático depende que o juiz motive especificamente na sentença penal condenatória, caso não motive, ele não será aplicado § 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada. O sujeito automaticamente perderá o cargo, a função ou o emprego público e também haverá uma interdição (ou inabilitação) para seu exercício pelo dobro da pena aplicada. Assim, caso o sujeito, por exemplo, seja condenado pelo prazo de 8 anos, ele ficará pelo prazo de 16 anos sem poder exercer cargo, função ou emprego público.
154
A tortura é um crime equiparado a hediondo. Qual o percentual mínimo de cumprimento da pena para haver progressão de regime?
40% se for réu primário e sem resultado morte
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O Pacote Anticrime trouxe uma novidade, qual seja, é vedado o livramento condicional para o sujeito que praticar um crime de tortura com resultado morte. É permitido se o agente for réu primário?
Não, é vedado mesmo se for réu primário
156
Nos casos de crime de tortura é possível a substituição por pena restritiva de direitos?
O STJ, conforme entendimento da Sexta Turma proferido no ano de 2019, nega a substituição por pena restritiva de direito. Nesse caso, o entendimento deu-se em relação ao crime de tortura imprópria (art. 1º, § 2º, da Lei n. 9.455/1997)
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Lei 9.455/1997 - Lei de Tortura Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido em território nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira Há, aqui, duas situações: a) a vítima é brasileira (o crime não foi praticado no Brasil, por isso se diz extraterritorialidade: aplicar a lei brasileira a um caso que não aconteceu no território nacional); b) quando o sujeito, mesmo não tendo praticado o crime no Brasil, encontre-se sob jurisdição brasileira. Nesse caso, aplica-se o princípio da personalidade passiva para o primeiro caso, isto é, olha-se para a vítima (no caso, ser brasileira). Há uma situação de extraterritorialidade condicionada ou incondicionada?
A doutrina divide-se: parcela da doutrina (majoritária) entende que seria o caso de uma extraterritorialidade incondicionada; outra corrente doutrinária entende que seria uma extraterritorialidade condicionada (doutrina minoritária), pois deveria acontecer, nesse caso, uma situação em que seja negada a extradição
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Suponha que João, penalmente capaz, movido por sadismo, submeta Sebastião, com emprego de violência, a contínuo e intenso sofrimento físico, provocando-lhe lesão corporal de natureza gravíssima. Nessa situação, João deverá responder pelo crime de tortura e, se condenado, deverá cumprir a pena em regime inicial fechado. C ou E?
E Sadismo ou vingança não são elementos subjetivos aptos a qualificar, a fazer o sujeito responder pelo crime de tortura, isso porque não há esse elemento subjetivo previsto no crime de tortura. Na Lei de Tortura estão previstos alguns elementos subjetivos, como: obter uma confissão, obter uma prova; discriminação racial ou religiosa; fazer o sujeito empreender uma ação ou omissão de natureza criminosa; castigar o sujeito. Não há, contudo, o elemento sadismo (gostar de ver o outro sofrer) e o dolo de vingança. Além disso, o STJ e o STF (esse último de maneira indireta) consideram inconstitucional a previsão do cumprimento da pena em regime inicial fechado
159
A Lei n. 12.037/2009 trata do procedimento de identificação criminal e regulamenta o que está expresso na Constituição. A CF/1988 tem um dispositivo que trata da identificação criminal. Art. 5º (…) LVIII – o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei O que é uma identificação civil?
Art. 2º A identificação civil é atestada por qualquer dos seguintes documentos: I – carteira de identidade; III – carteira profissional; IV – passaporte; V – carteira de identificação funcional; VI – outro documento público que permita a identificação do indiciado. Parágrafo único. Para as finalidades desta Lei, equiparam-se aos documentos de identificação civis os documentos de identificação militares.
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A Lei n. 12.037/2009 trata do procedimento de identificação criminal Art. 1º O civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nos casos previstos nesta Lei O que é uma identificação criminal?
Identificação criminal é estabelecer a identidade do acusado através de: registro, guarda e recuperação. Estabelecer a identidade do acusado é fundamental para que uma pessoa não seja condenada de maneira equivocada, exemplo: o indivíduo que usa o documento falso de outra pessoa, isso pode gerar situações sociais conflituosas indesejadas para a vítima. Além disso, a identificação criminal é importante para que seja evitada a impunidade
161
A Lei n. 12.037/2009 trata do procedimento de identificação criminal Art. 1º O civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nos casos previstos nesta Lei De modo genérico, em quais situações a identificação criminal será necessária?
- Se houver dúvidas quanto a identificação civil - Se for necessário para as investigações policiais Art. 3º Embora apresentado documento de identificação, poderá ocorrer identificação criminal quando: I – o documento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação; II – o documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o indiciado; III – o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informações conflitantes entre si; IV – a identificação criminal for essencial às investigações policiais, segundo despacho da autoridade judiciária competente, que decidirá de ofício ou mediante representação da autoridade policial, do Ministério Público ou da defesa; V – constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações; VI – o estado de conservação ou a distância temporal ou da localidade da expedição do documento apresentado impossibilite a completa identificação dos caracteres essenciais.
162
A Lei n. 12.037/2009 trata do procedimento de identificação criminal Art. 1º O civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nos casos previstos nesta Lei Quem poderá solicitar a identificação criminal quando ela for necessária às investigações policiais?
O próprio juiz por ofício ou mediante requisição da autoridade policial, MP ou da própria defesa
163
A Lei n. 12.037/2009 trata do procedimento de identificação criminal Em que circunstâncias a prisão preventiva pode ser decretada?
Art. 313 CPP § 1º Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da medida.
164
A Lei n. 12.037/2009 trata do procedimento de identificação criminal Art. 5º A identificação criminal incluirá o processo datiloscópico e o __________, que serão juntados aos autos da comunicação da prisão em flagrante, ou do inquérito policial ou outra forma de investigação
fotográfico
165
A Lei n. 12.037/2009 trata do procedimento de identificação criminal Em que hipótese poderá ser incluída a coleta de material biológico para a obtenção do perfil genético?
IV – a identificação criminal for essencial às investigações policiais, segundo despacho da autoridade judiciária competente, que decidirá de ofício ou mediante representação da autoridade policial, do Ministério Público ou da defesa; Art. 5º-A. Os dados relacionados à coleta do perfil genético deverão ser armazenados em banco de dados de perfis genéticos, gerenciado por unidade oficial de perícia criminal.
166
A Lei n. 12.037/2009 trata do procedimento de identificação criminal § 1º As informações genéticas contidas nos bancos de dados de perfis genéticos não poderão revelar traços somáticos ou comportamentais das pessoas, exceto determinação genética de __________, consoante as normas constitucionais e internacionais sobre direitos humanos, genoma humano e dados genéticos.
gênero
167
A Lei n. 12.037/2009 trata do procedimento de identificação criminal Art. 7º-B. A identificação do perfil genético será armazenada em banco de dados sigiloso, conforme regulamento a ser expedido pelo Poder _____________
Executivo
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A Lei n. 12.037/2009 trata do procedimento de identificação criminal Art. 7º No caso de não oferecimento da denúncia, ou sua rejeição, ou absolvição, é facultado ao indiciado ou ao réu,, requerer após o arquivamento definitivo do inquérito, ou trânsito em julgado da sentença a retirada da identificação _________ do inquérito ou processo, desde que apresente provas de sua identificação civil
fotográfica Observe que o artigo não menciona nada sobre a identificação datiloscópica
169
A Lei n. 12.037/2009 trata do procedimento de identificação criminal Art. 7º-A. A exclusão dos perfis genéticos dos bancos de dados ocorrerá: I - no caso de absolvição do acusado; ou II - no caso de condenação do acusado, mediante requerimento, após decorridos ______ anos do cumprimento da pena
20 (vinte)
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A Lei n. 12.037/2009 trata do procedimento de identificação criminal Qual o objetivo da criação do Banco Nacional Multibiométrico e de Impressões Digitais?
§ 2º O Banco Nacional Multibiométrico e de Impressões Digitais tem como objetivo armazenar dados de registros biométricos, de impressões digitais e, quando possível, de íris, face e voz, para subsidiar investigações criminais federais, estaduais ou distritais
171
A Lei n. 12.037/2009 trata do procedimento de identificação criminal § 6º No caso de bancos de dados de identificação de natureza civil, administrativa ou eleitoral, a integração ou o compartilhamento dos registros do Banco Nacional Multibiométrico e de Impressões Digitais será limitado às ___________ ____________e às informações necessárias para identificação do seu titular.
impressões digitais
172
A Lei n. 12.037/2009 trata do procedimento de identificação criminal Quem poderá requerer ao juiz competente o o acesso ao Banco Nacional Multibiométrico e de Impressões Digitais?
§ 11. A autoridade policial e o Ministério Público poderão requerer ao juiz competente, no caso de inquérito ou ação penal instaurados, o acesso ao Banco Nacional Multibiométrico e de Impressões Digitais.
173
A Lei n. 12.037/2009 trata do procedimento de identificação criminal. Nesse contexto, julgue o item abaixo em C ou E Mesmo em caso de apresentação do documento de identificação civil, é possível a identificação criminal em caso de constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações
C
174
A Lei n. 12.037/2009 trata do procedimento de identificação criminal. Nesse contexto, julgue o item abaixo em C ou E O rol de documentos que atestam a identificação civil está taxativamente previsto na referida lei.
E O rol é exemplificativo e não taxativo
175
A Lei n. 12.037/2009 trata do procedimento de identificação criminal. Nesse contexto, julgue o item abaixo em C ou E É vedado mencionar a identificação criminal do indiciado em atestados de antecedentes ou em informações não destinadas ao juízo criminal, antes do trânsito em julgado da sentença condenatória.
C
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A. M. B. foi indiciada em inquérito policial (IP) por crime de estelionato (Art. 171 do CP). Após a instauração do IP, quando de sua oitiva na delegacia, o delegado determinou sua identificação criminal, pois a indiciada não portava a identidade civil. Encaminhado o inquérito, o Ministério Público entendeu não haver crime e, ao apresentar a denúncia, pediu seu arquivamento que foi aceito pelo Juízo Criminal. Preocupada com sua imagem perante terceiros, A. M. B. requereu a retirada de sua identificação fotográfica do inquérito policial. Nos termos da Lei n.12.037/09, a indiciada tem direito a essa requisição?
Tem esse direito garantido e deverá ter seu pedido atendido, desde que apresente provas de sua identificação civil.
177
Segundo o ECA, quais as definições de criança, adolescente e adulto jovem?
Criança (pessoa com 0-12 anos incompletos), adolescente (pessoa entre 12 e 18 anos) e jovem adulto (pessoa entre 18 e 21 anos)
178
Criança que pratica ato infracional poderá ser punida com privação de liberdade?
Não poderá ser privada de liberdade, ou seja, não poderá cumprir medida socioeducativa. Para crianças apenas medida protetiva
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Quando o ECA se aplica ao jovem adulto?
Numa situação hipotética, um adolescente praticou um ato infracional grave, como latrocínio (ou tentativa de latrocínio) ou homicídio (ou tentativa de latrocínio) quando possuía 17 anos e 10 meses e fugiu. Porém, foi localizado apenas com 19 anos de idade, tendo sido apreendido, pois já havia mandado de busca e apreensão. Nesta situação não será aplicado o Código Penal, mas o ECA, pois quando praticou o ato infracional, o adolescente era inimputável, sendo levada em consideração a sua idade na data do fato. Por esta razão, a lei prevê a aplicação excepcional, podendo alcançar o infrator até completar os 21 anos de idade. Como o Código Penal, o ECA adotou a teoria da atividade para considerar quando ocorreu o ato infracional: no momento da ação ou da omissão, ainda que outro seja o resultado.
180
Segundo a CF e o ECA, quem são os responsáveis por assegurar os direitos fundamentais das crianças?
A CF trouxe o princípio da responsabilidade tripartida, englobando a família, a sociedade e o Estado. O Artigo 4º do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é mais específico: Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária
181
A Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança define criança como toda pessoa com menos de ___ anos de idade
18
182
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) pode ter aplicação excepcional aplicável ao jovem adulto, ou seja, aquele entre 18 e 21 anos. Porém, numa situação hipotética, em que um adolescente praticou um ato infracional grave, quando possuía 17 anos e fugiu, tendo sido localizado com mais de 21 anos de idade, o que acontece?
Aplicam-se as mesmas regras de prescrição penal (Art. 109 CP), conforme a seguinte súmula: Súmula n. 338 do STJ A prescrição penal é aplicada nas medidas socioeducativas. Deste modo, a medida socioeducativa prescreve, até porque o ECA também prevê que se o menor completar 21 anos durante sua internação (medida mais gravosa, privativa de liberdade e que possui prazo máximo de 3 anos), terá sua liberação compulsória, obrigatoriamente. Neste sentido, sua defesa – advogado particular ou defensoria pública – irá alegar a prescrição. Código Penal: Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no § 1o do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se: IV - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não excede a quatro; Considerando que a pena máxima da internação é de 3 anos, ela irá prescrever em 4 anos (metade do prazo do CP)
183
O que é ato infracional?
É a conduta descrita como crime ou como contravenção penal. Desta forma, o ECA adotou a tipicidade delegada, em que o ato praticado pelo menor, ou seja, a conduta, tem que estar prevista no Código Penal ou em Lei Extravagante. Portanto, em prova deve-se escrever ato infracional análogo ao homicídio ou ao tráfico de drogas etc., por exemplo Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei. Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser considerada a idade do adolescente à data do fato Obs.: trata-se do critério biológico ou cronológico ou etário, devendo ser observada a idade do menor na data do fato
184
Súmula 108 STJ A aplicação de medida socioeducativa ao adolescente pela pratica de ato infracional é da competência exclusiva do _______ (conselho tutelar/juiz)
juiz Obs.: o MP pode propor acumulação de medidas, mas é o juiz quem homologa
185
Súmula n. 605 do STJ A superveniência da maioridade penal não interfere na apuração de ato infracional nem na aplicabilidade de medida socioeducativa em curso, inclusive na liberdade assistida, enquanto não atingida a idade de ___ anos.
21
186
ECA Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que ela se dirige, as exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e a condição peculiar da criança e do adolescente como pessoas em desenvolvimento. Qual a interpretação adotada pelo ECA?
A interpretação adotada pelo ECA é a interpretação teleológica, ou seja, vai levar em consideração os fins sociais a que ela se dirige. Não se trata, portanto, de uma interpretação autêntica ou literal.
187
(CESPE/2018/PF) Julgue os próximos itens, a respeito das Leis ns. 13.445/2017, 11.343/2006, 8.069/1990 e suas alterações. Situação hipotética: Francisco, com dezessete anos e dez meses de idade, praticou ato infracional equiparado a furto. O promotor de justiça ofereceu representação ao juiz, propondo a instauração de procedimento para a aplicação da medida socioeducativa. Entretanto, com a demora na tramitação do procedimento, Francisco completou dezenove anos de idade antes da sentença. Assertiva: Nessa situação, o juiz ainda poderá aplicar medida socioeducativa a Francisco, mesmo que este já tenha completado a maioridade penal.
C
188
O maior, ao praticar um crime de ação penal pública incondicionada, receberá a “denúncia” do Ministério Público e, dessa forma, iniciará a ação penal. Entretanto, ao se tratar do adolescente que cometeu ato infracional, o Ministério Público usará o termo __________, sendo importante destacar que apenas o promotor pode ______________
“representação” / representar
189
Segundo ECA, qual o prazo máximo para criança/adolescente permanecer em estabelecimento policial?
5 dias
190
O que é uma Internação sanção?
Ocorre quando o adolescente descumprir uma medida anteriormente imposta pelo juiz. Máximo de 3 meses
191
A liberdade assistida, também chamada de _______ _________, é a única medida socioeducativa com prazo mínimo, ou seja, que pode ser prorrogada.
medida padrão
192
ECA: Qual o prazo para infiltração policial virtual (art. 190)?
90 dias, admitindo prorrogações
193
No Brasil, os pobres têm mais poder que os ricos. Isso ocorre porque o sistema político adotado no Brasil é a democracia, no qual a vontade da maioria prevalece, e, no Brasil, existem mais pobres que ricos. Com relação ao argumento anterior, julgue os itens seguintes. A afirmativa “No Brasil, os pobres têm mais poder que os ricos”, é uma premissa
E Trata-se de uma conclusão
194
As medidas socioeducativas podem ser decoradas pelo mnemônico “PAI LIO”. Quais são elas?
Prestação de serviços à comunidade Advertência Internação em estabelecimento educacional Liberdade assistida Inserção em regime de Semiliberdade Obrigação de reparar o dano
195
A descrição abaixo corresponde a qual medida socioeducativa? Trata-se de admoestação verbal, é a mais branda das medidas. Requisitos: Prova da materialidade e indícios suficientes da autora do ato infracional. Essa medida gera efeitos jurídicos, ficará registrada na Vara da Infância e Juventude.
Advertência É a única que exige apenas indícios e não prova de autoria
196
A descrição abaixo corresponde a qual medida socioeducativa? Trata-se de medida por tarefa e não por desempenho. Uma vez reparado o dano, extingue-se a medida. O objetivo é promover a compensação da vítima, restituir o bem. Essa medida será aplicada quando o adolescente atingiu a esfera patrimonial da vítima. Requisitos: Prova da autoria e da materialidade.
Obrigação de reparar o dano
197
A descrição abaixo corresponde a qual medida socioeducativa? Será realizada gratuitamente, tarefas de interesse geral. O juiz deve estabelecer a carga horária máxima de prestação do serviço durante a semana, sendo o limite de oito horas semanais. Prazo: Max. 06 meses. Requisitos: materialidade e autoria.
Prestação de serviço à comunidade
198
A descrição abaixo corresponde a qual medida socioeducativa? O adolescente receberá um ORIENTADOR, o adolescente permanecerá com a família, não há privação da liberdade. Prazo: MÍNIMO 06 meses
Liberdade assistida É a única que estabelece prazo mínimo. Portanto, poderá ser prorrogada.
199
A descrição abaixo corresponde a qual medida socioeducativa? Trata-se de medida restritiva da liberdade. È privação no noturno e liberação no diurno. Trata-se de privação relativa. Prazo: indeterminado, limitado a no máximo 03 anos. Requisitos: materialidade e autoria. Essa medida não poderá ser aplicada com a remissão. Essa medida pode ser aplicada de início ou como forma de transição para o regime meio aberto.
Inserção em regime de semiliberdade
200
A descrição abaixo corresponde a qual medida socioeducativa? Trata-se de medida privativa da liberdade. Em regra, aplicada para atos infracionais praticados com violência ou grave ameaça à pessoa. Princípios: brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.
Internação
201
Quais os 3 princípios da internação enquanto medida socioeducativa?
Brevidade, excepcionalidade (a Internação é a medida mais gravosa, só poderá ser aplicada em último caso) e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento
202
Quais as três condições para aplicação da internação como medida socioeducativa?
Imagem
203
Quais são as medidas protetivas do ECA? MIIIA RECO
MIIIA RECO: M de matrícula em escola; I de inclusão em serviço ou programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio, promoção da família, da criança e do adolescente; I de inclusão em programa social oficial ou comunitário de orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos. Exemplo: adolescente que é usuário de drogas, álcool; I de Inclusão em programa de acolhimento familiar; A de acolhimento institucional, que era chamado de abrigo, antes da lei ser alterada; R de requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial; E de encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade; C de colocação em família substituta; e O de orientação, apoio e acompanhamento temporários
204
A competência para aplicar medida protetiva é do juiz e do Conselho Tutelar. Contudo, o Conselho Tutelar não pode aplicar todas as medidas protetivas. Quais medidas apresentam restrição jurisdicional e podem ser aplicadas apenas por juiz?
É reserva jurisdicional: acolhimento institucional, inclusão em programa de acolhimento familiar e colocação em família substituta. Em caso de urgência, o Conselho Tutelar pode encaminhar uma criança para o acolhimento institucional, mas precisa da carta-guia do juiz. As outras medidas podem ser aplicadas pelo Conselho Tutelar, sem necessidade de homologação do Poder Judiciário
205
As medidas protetivas são exclusivas para aplicação à crianças?
Não. As medidas protetivas poderão ser aplicadas à criança, ao adolescente e, excepcionalmente, ao jovem adulto. A medida protetiva não é exclusiva da criança, mas se uma criança vier a praticar ato infracional, ela só pode receber medida protetiva.
206
O acolhimento institucional tem prazo de 18 meses. Então, o juiz reavaliará, e pode, dependendo da necessidade da criança e do adolescente, aumentar esse prazo. O acolhimento institucional e a inclusão em programa de acolhimento familiar são medidas excepcionais e temporárias. A cada __ meses o juiz deve reavaliar essas medidas
3
207
Medida protetiva será aplicada para uma criança ou adolescente somente quando for praticado ato infracional?
Não. O Art. 98 dispõe sobre quando uma criança ou adolescente estará em situação de vulnerabilidade. São três hipóteses: - Quando por ação, omissão o abuso dos pais ou responsável; - Quando por ação e omissão do Estado; - Quando pela conduta do menor quando ele praticou o ato infracional.
208
Em que situações um adolescente poderá ser apreendido?
O adolescente só poderá ser apreendido em dois casos: em flagrante de ato infracional ou por ordem judicial. Se o adolescente não está em flagrante de ato infracional e o delegado realiza a apreensão dele, o delegado responde por crime que está tipificado no ECA, e não pelo abuso de autoridade
209
Quais as fases do Auto de Investigação do Ato Infracional (AIAI)?
Fase policial. Fase ministerial. Fase judicial.
210
Acerca do Auto de Investigação do Ato Infracional (AIAI), em que condição deverá ser feito o Boletim de Ocorrência Circunstanciado (BOC)?
Quando não tiver violência no ato infracional, seja com ou sem flagrante 1) Com flagrante – Com violência (Ex.: roubo) → Oitiva → Auto de Apreensão (Autoridade Policial) → Juiz → Ministério Público (MP) (usa o Art.180). – Sem violência (Ex.: furto) → Oitiva → Boletim de Ocorrência Circunstanciado (BCO) (Autoridade Policial) → Juiz → Ministério Público (MP) (usa o Art.180) 2) Sem flagrante – Com violência (Ex.: latrocínio) → Oitiva → Relatório Policial → Juiz → Ministério Público (MP) (usa o Art. 180). – Sem violência (Ex.: Tráfico de drogas) → Oitiva → Boletim de Ocorrência Circunstanciado (BOC) → Juiz → Ministério Público (MP) ( utiliza Art. 180). Obs.: O Ministério Público poderá representar, dar remissão para o adolescente ou promover o arquivamento dos autos Art. 180. Adotadas as providências a que alude o artigo anterior, o representante do Ministério Público poderá: I – promover o arquivamento dos autos; II – conceder a remissão (perdão) III – representar à autoridade judiciária para aplicação de medida sócio-educativa (lembre-se que não existe denúncia contra ato infracional, mas sim representação)
211
Auto de Apreensão: violência ou grave ameaça com o flagrante do ato infracional. Se chama Auto de Apreensão, pois o adolescente ficará apreendido e poderá ser encaminhado para internação provisória, que terá prazo máximo de __ dias.
45
212
Quando o adolescente pratica ato infracional, o promotor pode representar. A representação é a peça que dá início à ação socioeducativa, visto que não existe ação penal contra adolescente, e sim ação socioeducativa. A ação socioeducativa fica na mão do Ministério Público, para utilizar a representação e encaminhar ao juiz. A denúncia dá início a ação penal, e a representação dá início à ação socioeducativa. A representação é peça ___________, pois é exclusiva do Ministério Público.
incondicionada
213
No art. 180 do ECA, o promotor pode promover o arquivamento dos autos, oferecer representação, ou ainda conceder a remissão. Qual a natureza jurídica e classificação da remissão?
A. Natureza Jurídica: perdão/acordo/transação, que pode ser feito com o Ministério Público ou com o juiz. B. Classificação: remissão ministerial e remissão judicial A remissão pode ser com exclusão do processo, com suspensão do processo, ou com extinção do processo. Porém, compete ao MP conceder a remissão como forma de exclusão do processo. A exclusão (e não extinção) do processo é um ato administrativo praticado pelo promotor de justiça. Obs.: O juiz também poderá conceder remissão, mas aí será na forma de extinção ou suspensão
214
ECA Até que momento o MP pode oferecer remissão?
- O promotor só pode conceder o perdão antes de iniciado o processo - Para ter eficácia deve ser homologada pelo juiz, - Pode ser concedida após a oitiva informal do art. 179; - Não implica o reconhecimento ou a comprovação da responsabilidade; - Não prevalece para efeitos de antecedentes; - Pode ser concedida ante indícios de materialidade e autoria; e - Pode ser concedida para ato infracional de menor gravidade. - Efeito: exclusão
215
ECA Até que momento o juiz pode oferecer remissão?
- Até o momento da sentença - Esse benefício exige um mínimo de instrução, razão pela qual não deve ser concedida antes da audiência de apresentação; - Não implica reconhecimento ou a comprovação da responsabilidade; - Não prevalece para efeitos de antecedentes; - Pode ser cumulada com qualquer medida em meio ABERTO. Obs.: o juiz pode conceder a remissão, e cumular a remissão com uma das hipóteses de medida socioeducativa, mas só pode medida educativa em meio aberto. Ou seja, não pode internação nem a inserção em regime de semiliberdade. - Aplicada para atos infracionais de menor gravidade. - Efeito: extinção ou suspensão
216
ECA: qual a diferença entre remissão própria e imprópria?
Remissão própria/pura/simples/incondicionada é a remissão dada pelo juiz ou pelo promotor sem medida socioeducativa. O processo é extinto, vai para o arquivo. Remissão imprópria/condicionada é a remissão com medida socioeducativa
217
ECA: o que acontece caso tenha divergência entre juiz e MP sobre remissão?
Se houver conflito entre o Ministério Público e o juiz, ainda persiste no ECA a regra de que os autos vão para o PGJ. O PGJ pode conceder remissão, pode representar ou designar um novo promotor para o feito. O STJ entende que o Ministério Público também quando concede remissão, pode acumular a remissão com uma das hipóteses de medidas socioeducativas, salvo as duas mais gravosas. Porém, quando o promotor faz isso, a homologação é feita pelo juiz.
218
Se o adolescente descumprir remissão imprópria, não poderá haver conversão para semiliberdade ou internação C ou E?
C A remissão imprópria é a remissão com medida socioeducativa. Com a remissão, não pode aplicar nem a internação nem a inserção em regime de semiliberdade.
219
3 requisitos para ser um conselheiro tutelar
A lei exige três requisitos para Conselheiro: é preciso residir no local, ter idoneidade moral, e ser maior de 21 anos de idade
220
3 características do Conselho Tutelar
O Estatuto da Criança e do Adolescente traz três características do Conselho Tutelar: precisa ser um órgão autônomo, permanente e não jurisdicional. É um órgão que não é subordinado ao Poder Judiciário, mas o Poder Judiciário pode revisar as decisões tomadas pelo Conselheiro
221
Os acolhimentos de crianças e adolescentes realizados pelo Conselho Tutelar, nos limites do artigo 101 do Estatuto da Criança e do Adolescente, prescindem de guia específica C ou E?
E Há necessidade de guia específica do juiz
222
Quais crianças poderão participar do programa de apadrinhamento segundo o ECA?
Só podem participar crianças que estão no acolhimento institucional ou incluídas em regime de acolhimento familiar. Devem participar, prioritariamente, crianças com remota possibilidade de reinserção familiar ou colocação em família substituta
223
Segundo entendimento do STJ, o adolescente apreendido em flagrante de ato infracional análogo ao tráfico de entorpecentes não ficará necessariamente sujeito à imposição de medida socioeducativa de internação C ou E
C
224
Qual o tipo de ação penal em crimes praticados contra crianças?
Ação penal pública incondicionada
225
ECA: qual crime terá como pena reclusão, multa e perda de bens?
O art. 244-A dispõe sobre prostituição infantil. No ECA, a pena para esse crime será de reclusão, multa e perda de bens e valores.
226
Art. 241-A do ECA. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática ou telemático, fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente. Qual a competência desse crime?
Se a divulgação ocorreu por meio da internet livre, da internet aberta, a competência é da Justiça Federal. Se não for em internet livre, a competência é da Justiça Comum Estadual.
227
Qual a competência das infrações administrativas contra crianças?
Justiça comum estadual A infração administrativa trata-se de algo mais brando (mais leve), ela ocorre, por exemplo, em casos em que crianças conseguem comprar revistas inapropriadas para sua faixa etária. Nesses casos, a pessoa que realiza a venda está praticando uma infração administrativa. Ela pode ser praticada tanto por pessoa física quanto por pessoa jurídica, e a sanção é uma multa.
228
Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou adolescente: Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. § 1º o Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita, recruta, coage, ou de qualquer modo intermedeia a participação de criança ou adolescente nas cenas referidas no caput deste artigo, ou ainda quem com esses contracena. Em que condições haverá aumento de pena para quem pratica esse crime tipificado no ECA?
§ 2 o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente comete o crime: I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de exercê-la; II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade; III – prevalecendo-se de relações de parentesco consanguíneo ou afim até o terceiro grau, ou por adoção, de tutor, curador, preceptor, empregador da vítima ou de quem, a qualquer outro título, tenha autoridade sobre ela, ou com seu consentimento. Obs.: Lembre-se que primo é parente de 4º grau
229
Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente: Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa O que muda se esse crime for praticado por meio da internet livre?
Nesse crime não cabe juizado especial, pois ele só é aplicável quando a pena máxima não passa de dois anos. Se ele foi praticado por meio da internet livre (aberta), a competência é da Justiça Federal, mas se foi por meio da Internet privada (como as redes sociais), a competência será da Justiça Comum Estadual.
230
Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática ou telemático, fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente: Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. § 1º Nas mesmas penas incorre quem: I – assegura os meios ou serviços para o armazenamento das fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput deste artigo; II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de computadores às fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput deste artigo No parágrafo 2o há uma condição objetiva de punibilidade. Qual?
§ 2º As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1 o deste artigo são puníveis quando o responsável legal pela prestação do serviço, oficialmente notificado, deixa de desabilitar o acesso ao conteúdo ilícito de que trata o caput deste artigo.
231
Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente: Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Há alguma exclusão de tipicidade para esse artigo?
§ 1º A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de pequena quantidade o material a que se refere o caput deste artigo. § 2º Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a finalidade de comunicar às autoridades competentes a ocorrência das condutas descritas
232
A lei de Infiltração Policial Virtual Altera a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), para prever a infiltração de agentes de polícia na internet com o fim de investigar crimes contra a dignidade sexual de criança e de adolescente. Quais são esses crimes?
ECA art. 240 (utilização de menor em cena pornográfica) art. 241 (comércio de material pedófilo) art.241 A (difusão da pedofilia) art.241 B (posse de material pornográfico) art.241 C (simulacro de pedofilia) art.241 D (aliciamento de menores) CP art. 154 A (invasão de dispositivo de Informática) art. 217 A (estupro de Vulnerável) art. 218 (corrupção de menores) art. 218 A (satisfação de lascívia) art. 218 B (prostituição infantil)
233
Quem pode requerer a infiltração policial virtual para investigar crimes contra a dignidade sexual de criança e de adolescente?
- MP por meio de requerimento - Autoridade policial por meio de representação Nos termos do artigo 144 CF, a autorização legislativa será deferida pelo juiz apenas para policiais federais e policiais civis, são os competentes para apuração de delitos.
234
Quais os prazos para infiltração policial virtual com o objetivo de investigar crimes contra a dignidade sexual de criança e de adolescente?
- Não poderá exceder o prazo de 90 dias. - Eventuais renovações: totalizando 720 dias.
235
Quais as duas possibilidades de crime culposo estão previstas no ECA?
Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de gestante de manter registro das atividades desenvolvidas, na forma e prazo referidos no art. 10 desta Lei, bem como de fornecer à parturiente ou a seu responsável, por ocasião da alta médica, declaração de nascimento, onde constem as intercorrências do parto e do desenvolvimento do neonato: . Pena – detenção de seis meses a dois anos Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de gestante de identificar corretamente o neonato e a parturiente, por ocasião do parto, bem como deixar de proceder aos exames referidos no art. 10 desta Lei: Pena – detenção de seis meses a dois anos.
236
Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade, procedendo à sua apreensão sem estar em flagrante de ato infracional ou inexistindo ordem escrita da autoridade judiciária competente: Pena – detenção de seis meses a dois anos. Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que procede à apreensão sem observância das formalidades legais. O sujeito ativo desse crime é qualquer pessoa. O sujeito passivo é a criança ou o adolescente. É um crime comum, doloso, comissivo e permanente. Sendo praticado por autoridade policial, responderá pelo crime de abuso de autoridade ou pelo ECA?
ECA, assim como no caso do crime do art. 231 Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela apreensão de criança ou adolescente de fazer imediata comunicação à autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à pessoa por ele indicada: Pena – detenção de seis meses a dois anos.
237
Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a constrangimento: Pena – detenção de seis meses a dois anos Trata-se de crime próprio?
Sim, pois o sujeito ativo é aquele que tenha guarda/autoridade/vigilância
238
Qual é o crime da barriga de aluguel tipificado no ECA?
Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a terceiro, mediante paga ou recompensa: . Pena – reclusão de um a quatro anos, e multa. Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece ou efetiva a paga ou recompensa. O sujeito ativo desse crimes é o pai/a mãe/o tutor/o guardião. O sujeito passivo é a criança/o adolescente. É um crime próprio, doloso, formal no “prometer” e material no “efetivar “.
239
ECA x CP quanto ao crime de tráfico de pessoas. Ao traficar crianças, o agente responde pelo ECA ou pelo CP?
Art. 239 Se a criança for enviada para o exterior sem a observância das formalidades legais ou com o fito de obter lucro, o agente será penalizado conforme o ECA. Se o crime for praticado com os fatos do art. 149-A, então é nesse artigo que o agente será enquadrado.
240
Art. 245 do ECA. Deixar o médico, professor ou responsável por estabelecimento de atenção à saúde e de ensino fundamental, pré-escola ou creche, de comunicar à autoridade competente os casos de que tenha conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente Pelo ECA, essa conduta enquadra-se como infração administrativa. E pela lei Henry Borel?
Pela lei Henry Borel é crime Lei 14.344/2022. Art. 26. Deixar de comunicar à autoridade pública a prática de violência, de tratamento cruel ou degradante ou de formas violentas de educação, correção ou disciplina contra criança ou adolescente ou o abandono de incapaz: Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos
241
Lei n. 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA) Art. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente, os deveres inerentes ao pátrio poder poder familiar ou decorrente de tutela ou guarda, bem assim determinação da autoridade judiciária ou Conselho Tutelar
242
Lei n. 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA) Art. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente, os deveres inerentes ao poder familiar ou decorrente de tutela ou guarda, bem assim determinação da autoridade judiciária ou Conselho Tutelar Trata-se de crime ou de infração administrativa?
Infração administrativa Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência. Ex.2: O art. 14 do ECA estabelece a obrigatoriedade da vacinação de crianças quando recomendada por autoridade sanitária. Se os responsáveis pela criança decidirem não vaciná-la, nos termos da lei eles estão descumprindo os deveres do poder familiar e podem ser multados pelo Estado.
243
Lei n. 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA) Art. 250. Hospedar criança ou adolescente desacompanhado dos pais ou responsável, ou sem autorização escrita desses ou da autoridade judiciária, em hotel, pensão, motel ou congênere Trata-se de crime ou de infração administrativa?
Infração administrativa
244
Lei n. 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA) Art. 201 XI – inspecionar as entidades públicas e particulares de atendimento e os programas de que trata esta Lei, adotando de pronto as medidas administrativas ou judiciais necessárias à remoção de irregularidades porventura verificadas; Esse artigo trata das competências de que instituição?
MP Exemplo: um adolescente praticou ato infracional e o juiz aplicou-lhe a internação (medida socioeducativa mais gravosa), pois praticou um ato infracional análogo ao homicídio. O MP, nesse caso, pode fiscalizar a unidade de internação (tanto pública como particular)
245
Lei n. 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA) Nos procedimentos afetos à Justiça da Infância e da Juventude, inclusive os processos relativos à execução das medidas socioeducativas, adotar-se-á o sistema recursal do _______
CPC (código de processo civil) Os recursos serão interpostos independentemente de preparo, isso significa que não precisa recolher custas
246
Lei n. 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA) Quais os prazos do sistema recursal?
Em todos os recursos, salvo nos embargos de declaração (ED), o prazo para o Ministério Público e para a defesa será sempre de 10 (dez) dias. No Estatuto da Criança e do Adolescente, com exceção do embargo de declaração que o prazo é de 5 (cinco) dias, os demais recursos todos são de 10 (dez )dias; MP e Fazenda Pública não têm prazo em dobro; A DP (defensoria pública) tem prazo em dobro; As Contagens dos prazos: dias corridos. Diferente do processo de código civil que vai ser contados em dias úteis; Os recursos terão preferência de julgamento e dispensarão revisor; (com o novo CPC a exigência deixou de existir);
247
Lei n. 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA) A. Art. 199-A. A sentença que deferir a adoção produz efeito desde logo, embora sujeita a apelação, que será recebida exclusivamente no efeito devolutivo, salvo se se tratar de adoção internacional ou se houver perigo de dano irreparável ou de difícil reparação ao adotando. Neste caso vai ser recebido no efeito devolutivo e __________
suspensivo.
248
Lei n. 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA) Quando acontecer uma infração administrativa, tipificada no ECA, praticada contra criança e adolescente, a peça que dá início para apuração da infração administrativa é a Representação ou o Auto de Infração lavrado por servidor efetivo ou credenciado. Quem poderá fazer a representação?
MP ou conselho tutelar O julgamento (a competência) será na VIJ. É o juiz que aplicará a multa pela infração administrativa
249
Lei n. 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA) Procedimento para infiltração policial virtual (arts. 190-A a 190-E). Quem pode fazer essa solicitação?
O procedimento acontece com autorização do juiz. Para isso, precisa-se de requerimento do Ministério Público ou de representação de delegado de polícia. O juiz pode autorizar ou não.
250
Lei n. 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA) A Lei n. 9.099, de 26 de setembro de 1995 sobre juizado especial criminal pode ser aplicada aos crimes cometidos contra crianças?
Art. 226. § 1º Aos crimes cometidos contra a criança e o adolescente, independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei n. 9.099, de 26 de setembro de 1995 § 2º Nos casos de violência doméstica e familiar contra a criança e o adolescente, é vedada a aplicação de penas de cesta básica ou de outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que implique o pagamento isolado de multa. Alterações vindas com a Lei Henry Borel de 2022
251
Lei n. 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA) Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem o tem sob sua guarda em virtude de lei ou ordem judicial, com o fim de colocação em lar substituto: Pena – reclusão de dois a seis anos, e multa Se não houver esse dolo específico, responde também nesse mesmo artigo?
No art. 237 do ECA, há o elemento subjetivo/dolo, acrescido da finalidade específica do tipo, qual seja, colocar a vítima em lar substituto. Se a subtração não tiver essa finalidade específica, haverá o crime de subtração de incapaz do art. 249 do CP.
252
Lei n. 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA) Suponha que Marcos, maior imputável, subtraia, em coautoria com o adolescente Ricardo, menor com várias condenações por atos infracionais anteriores, o celular de uma mulher, mediante grave ameaça com emprego de arma de fogo. Nessa hipótese, Marcos responderá somente pelo crime de roubo duplamente circunstanciado?
Não. O agente responderá em concurso formal de crimes (roubo e corrupção de menores).
253
Lei n. 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA) É da justiça estadual a competência para processar e julgar o delito de divulgação de pornografia infantil, ainda que o material pornográfico ultrapasse as fronteiras nacionais, visto que não há, nesse caso, interesse da União a atrair a competência da Justiça Federal. C ou E?
Errado. O STJ, interpretando a decisão do STF, afirmou que, quando se fala em “praticados por meio da rede mundial de computadores (internet)”, o que o STF quer dizer é que a postagem de conteúdo pedófilo-pornográfico deve ter sido feita em um ambiente virtual propício ao livre acesso. Por outro lado, se a troca de material pedófilo ocorreu entre destinatários certos no Brasil, não há relação de internacionalidade e, portanto, a competência é da Justiça Estadual. Assim, o STJ afirmou que a definição da competência para julgar o delito do art. 241-A do ECA passa pela seguinte análise: * Se ficar constatada a internacionalidade da conduta: Justiça FEDERAL. Ex.: publicação do material feita em sites que possam ser acessados por qualquer sujeito, em qualquer parte do planeta, desde que esteja conectado à internet.
254
Lei n. 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA) Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente. Há dispositivo que verse sobre a redução de pena?
§ 1o A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de pequena quantidade o material a que se refere o caput deste artigo.
255
Lei n. 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA) A condenação criminal do pai ou da mãe não implicará a destituição do poder familiar, exceto na hipótese de condenação por crime doloso sujeito à pena de reclusão contra outrem igualmente titular do mesmo poder familiar ou contra filho, filha ou outro descendente. Essa perda será automática?
Não
256
Lei n. 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA) Constitui crime, punido com pena de reclusão de 4 (quatro) a 8 (oito) anos e multa, produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou adolescente, aumentando-se a pena de 1/3 se o agente comete o crime prevalecendo-se de relações de parentesco consanguíneo ou afim até o _________ grau, ou por adoção, de tutor, curador, preceptor, empregador da vítima ou de quem, a qualquer outro título, tenha autoridade sobre ela, ou com seu consentimento.
terceiro
257
Lei n. 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA) Artigo 19-B incluído pela Lei n. 13.509/2017, a criança e o adolescente em programa de acolhimento institucional ou familiar poderão participar de programa de apadrinhamento. O apadrinhamento consiste em: estabelecer e proporcionar à criança e ao adolescente vínculos externos à instituição para fins de convivência familiar e comunitária e colaboração com o seu desenvolvimento nos aspectos social, moral, físico, cognitivo, educacional e financeiro. Quais os pré-requisitos para ser padrinho/madrinha?
Podem ser padrinhos ou madrinhas pessoas maiores de 18 (dezoito) anos não inscritas nos cadastros de adoção, desde que cumpram os requisitos exigidos pelo programa de apadrinhamento de que fazem parte. Pode ser pessoa física ou jurídica.
258
Lei n. 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA) Segundo a Lei n. 8.069/1990, o regime de semiliberdade pode ser efetivado como forma de transição para o meio aberto, com admissão da realização de atividades externas pelo adolescente, mediante autorização judicial. C ou E?
E Trata-se do art. 120 – o regime de semiliberdade pode ser efetivado como forma de transição para o meio aberto, com admissão da realização de atividades externas pelo adolescente, independentemente de autorização judicial.
259
Lei n. 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA) Considere que Sílvio, de vinte e cinco anos de idade, integrante de uma organização criminosa, com a intenção de aliciar menores para a prática de delitos, tenha acessado a sala de bate-papo em uma rede social na Internet e, após longa conversa, tenha induzido um menor a subtrair veículo de terceiro. Nessa situação hipotética, segundo entendimento do Superior Tribunal de Justiça, para que Sílvio possa responder por crime tipificado no ECA, é necessário que seja provada a efetiva corrupção do menor. C ou E?
E Trata-se de crime previsto no art. 244-B do ECA, o STJ entendeu que o delito é formal e lançou a súmula 500: “A configuração do crime do art. 244-B do ECA independe da prova da efetiva corrupção do menor, por se tratar de delito formal.” Nesta questão temos o § 1º do citado artigo, conhecido como CORRUPÇÃO ELETRÔNICA.
260
Lei n. 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA) Nos termos do art. 227 do referido Estatuto, todos os crimes que estão tipificados no ECA só se procedem mediante denúncia do MP. A ação penal é pública ___________
incondicionada.
261
Lei n. 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA) As infrações administrativas previstas no ECA configuram condutas contrárias a preceitos normativos que estabelecem uma ingerência do Estado na vida das pessoas físicas ou jurídicas, com vistas à proteção dos direitos das crianças e dos adolescentes, apregoando sanções de cunho administrativo, ou seja, restritivas de direitos, mas não restritivas de ____________
liberdade.
262
Lei n. 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA) A PF deflagrou operação e contou com a participação de 11 policiais federais, sendo realizado o cumprimento de dois mandados de busca e apreensão nas residências dos investigados. Durante o cumprimento das buscas e varredura nas mídias, foram encontrados arquivos com pornografia de crianças e adolescentes que os investigados armazenavam e publicavam por meio da internet, o que resultou na prisão em flagrante de ambos. Os investigados responderão por quais crimes?
Os investigados responderão pelos crimes de compartilhamento de arquivos contendo pornografia infantil, presente no art. 241-A da Lei n. 8.069/1990, cuja pena varia entre 3 e 6 anos de reclusão, e ainda pelo crime de posse de arquivos identificados por ocasião do cumprimento das buscas, o que resultou nos flagrantes, presente no art. 241-B, cujas penas variam de 1 a 4 anos de reclusão. Via de regra, não há automática consunção quando ocorre armazenamento e compartilhamento de material pornográfico infanto-juvenil (art.241-A e art.241-B do ECA). Deveras, o cometimento de um dos crimes não perpassa, necessariamente, pela prática do outro, mas é possível a absorção, a depender das peculiaridades de cada caso, quando as duas condutas guardem, entre si, uma relação de meio e fim estreitamente vinculadas
263
Lei n. 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA) Considere que Carlos, com 30 anos de idade, capaz, utilizou um adolescente de 13 anos de idade e juntos praticaram as condutas descritas nos artigos 33 e 35 da Lei n. 11.343/2006. Logo, Carlos responderá em concurso formal de crimes, o juiz aplicará a Lei n. 11.343/2006 em concurso com o art. 244-B do ECA. C ou E?
Errado. Se o maior praticar uma das condutas tipificadas na Lei de Drogas (arts. 33, 34, 35, 36, 37) não responderá pelo art. 244-B, responderá pela Lei de Drogas com a majorante do art. 40 da própria Lei.
264
Lei n. 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA) É obrigatória a imposição de medidas socioeducativas nos casos de atos infracionais?
Segundo o art. 112, VII, verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente pode aplicar qualquer uma das medidas protetivas previstas no art. 101, incisos I a VI do ECA, e a protetiva de encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade, está prevista no art. 101, I, do Estatuto. Pode aplicar apenas a medida protetiva, não sendo obrigatória a aplicação de medida socioeducativa.
265
Lei n. 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA) Divulgar total ou parcialmente, sem autorização devida, por qualquer meio de comunicação, nome, ato ou documento de procedimento policial, administrativo ou judicial relativo a criança ou adolescente a que se atribua ato infracional constitui _________ (crime/ato infracional).
ato infracional
266
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) Como são classificadas as armas de fogo quanto à portabilidade?
❑ De Porte: dimensões e peso reduzidos que podem ser disparadas pelo atirador com apenas uma de suas mãos. Ex: revólveres e pistolas. ❑ Portátil: devido às suas dimensões ou ao seu peso, podem ser transportadas por uma pessoa, mas não conduzida em um coldre, tais como fuzil, carabina e espingarda. ❑ Não Portátil: devido às suas dimensões ou ao seu peso, precisam ser transportadas por mais de uma pessoa, com a utilização de veículos, automotores ou não, ou sejam fixadas em estruturas permanentes.
267
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) Qual a diferença entre uma arma de repetição, semi-automática e automática?
❑ De Repetição: Arma em que a recarga exige a ação mecânica do atirador sobre um componente para a continuidade do tiro. O sistema mecânico pode ser dar por alavanca, bomba e ferrolho. ❑ Semi-automática: arma que realiza, automaticamente, todas as operações de funcionamento com exceção do disparo, exigindo, para isso novo acionamento do gatilho ❑ Automática: arma em que o carregamento, o disparo e todas as operações de funcionamento ocorrem continuamente enquanto o gatilho estiver sendo acionado (é aquela que dá rajadas). Ex: metralhadora
268
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) As armas de fogo dissimuladas, com aparência de objetos inofensivos, são classificadas como de uso permitido, restrito ou proibido?
Proibido
269
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) A classificação legal, técnica e geral bem como a definição das armas de fogo e demais produtos controlados, de usos proibidos, restritos, permitidos ou obsoletos e de valor histórico serão disciplinadas em ato do _______ ___ ________ __________, mediante proposta do Comando do Exército.
chefe do Poder Executivo Federal
270
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) Qual a diferença entre as bases de dados SINARM (Sistema Nacional de Armas) x SIGMA (Sistema de Gerenciamento Militar de Armas)?
O Sistema Nacional de Armas – Sinarm, instituído no Ministério da Justiça, no âmbito da Polícia Federal, tem circunscrição em todo o território nacional O Sigma, instituído no âmbito do Comando do Exército do Ministério da Defesa, manterá cadastro nacional das armas de fogo importadas, produzidas e comercializadas no País que NÃO ESTEJAM PREVISTAS NO ART. 3º (SINARM)
271
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) Qual a diferença entre cadastro e registro de arma de fogo?
Cadastro: inclusão da arma de fogo de produção nacional ou importada em banco de dados, com a descrição de suas características Registro: Matrícula da arma de fogo que esteja vinculada à identificação do respectivo proprietário em banco de dados
272
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) Qual órgão responsável pela emissão do CRAF (certificado de registro de arma de fogo)?
Polícia Federal O CRAF será expedido pela Polícia Federal e será precedido de autorização do Sinarm
273
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) De acordo com a Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003 as armas de uso restrito serão, na forma do regulamento desta Lei, registradas no(a) ___________ __ ___________
Comando do Exército
274
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) CRAF (certificado de registro de arma de fogo) versa sobre porte ou posse de arma de fogo?
Posse de arma de fogo. O certificado de Registro de Arma de Fogo, com validade em todo o território nacional, autoriza o seu proprietário a manter a arma de fogo exclusivamente no interior de sua residência ou domicílio, ou dependência desses, ou, ainda, no seu local de trabalho, desde que seja ele o titular ou o responsável legal pelo estabelecimento ou empresa. §5º Aos residentes em área rural, para os fins do disposto no caput deste artigo, considera-se residência ou domicílio toda a extensão do respectivo imóvel rural
275
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) Quais os 6 requisitos para aquisição de arma de fogo?
1) Efetiva necessidade 2) Comprovação de idoneidade, com a apresentação de certidões negativas de antecedentes criminais fornecidas pela Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e de não estar respondendo a inquérito policial ou a processo criminal, que poderão ser fornecidas por meios eletrônicos 3) Ocupação lícita 4) Residência certa 5) Comprovação de capacidade técnica 6) Comprovação de aptidão psicológica para o manuseio de arma de fogo, atestadas na forma disposta no regulamento desta Lei
276
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) O interessado em adquirir arma de fogo de uso permitido que comprove estar autorizado a portar arma de fogo de uso permitido, com as mesmas características daquela a ser adquirida, consoante a Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003, estará dispensado de quais requisitos?
Capacidade técnica e aptidão psicológica
277
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) Os requisitos de que tratam os incisos I, II e III do art. 4º (aquisição de arma de fogo) deverão ser comprovados periodicamente, EM PERÍODO NÃO INFERIOR A _____ ANOS, na conformidade do estabelecido no regulamento desta Lei, para a renovação do Certificado de Registro de Arma de Fogo
3 (TRÊS) Esse regulamento será feito via decreto. A aquisição de munição somente poderá ser feita no calibre correspondente à arma registrada e na quantidade estabelecida no regulamento desta Lei.
278
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) O _______ expedirá autorização de compra de arma de fogo após atendidos os requisitos anteriormente estabelecidos, em nome do requerente e para a arma indicada, sendo intransferível esta autorização.
Sinarm
279
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) Em quanto tempo a autorização de compra de arma de fogo será concedida/recusada contando a partir da data da requisição?
A expedição da autorização a que se refere o §1º será concedida, ou recusada com a devida fundamentação, no prazo de 30 (trinta) dias úteis, a contar da data do requerimento do interessado
280
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) A autorização para o porte de arma de fogo, de uso permitido em todo o território nacional, é de competência do(a) ________ e somente será concedida após autorização do (a) __________.
Polícia Federal / Sinarm Art. 10. A autorização para o porte de arma de fogo de uso PERMITIDO, em todo o território nacional, é de competência da Polícia Federal e somente será concedida após autorização do Sinarm.
281
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) A comercialização de armas de fogo, acessórios e munições entre pessoas físicas somente será efetivada mediante autorização do ___________
Sinarm
282
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) Art. 9º. Compete ao (...) _________ __ ____________, nos termos do regulamento desta Lei, o registro e a concessão de porte de trânsito de arma de fogo para colecionadores, atiradores e caçadores
Comando do Exército
283
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) Art. 9º. Compete ao (...) ________ ___ _______________, nos termos do regulamento desta Lei, (...) a concessão de porte de trânsito de arma de fogo para (...) representantes estrangeiros em competição internacional oficial de tiro realizada no território nacional.
Comando do Exército
284
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) Art. 9º. Compete ao __________ __ __________ a autorização do porte de arma para os responsáveis pela segurança de cidadãos estrangeiros em visita ou sediados no Brasil (...)
Ministério da Justiça
285
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) Quais os requisitos para que o caçador de subsistência tenha porte de arma de fogo?
Art. 6º, §5º Aos residentes em áreas rurais, maiores de 25 (vinte e cinco) anos que comprovem depender do emprego de arma de fogo para prover sua SUBSISTÊNCIA ALIMENTAR FAMILIAR será concedido pela Polícia Federal o PORTE DE ARMA DE FOGO, na categoria caçador para subsistência, de uma arma de uso permitido, de tiro simples, com 1 (um) ou 2 (dois) canos, de alma lisa e de calibre igual ou inferior a 16 (dezesseis), desde que o interessado comprove a efetiva necessidade em requerimento ao qual deverão ser anexados os seguintes documentos: I - documento de identificação pessoal; II - comprovante de residência em área rural; e III - atestado de bons antecedentes
286
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) Quais os requisitos para o porte de arma de fogo para o cidadão?
Art. 10. A autorização para o porte de arma de fogo de uso PERMITIDO, em todo o território nacional, é de competência da Polícia Federal e somente será concedida após autorização do Sinarm. §1º A autorização prevista neste artigo poderá ser concedida com eficácia temporária e territorial limitada, nos termos de atos regulamentares, e dependerá de o requerente: I – demonstrar a sua EFETIVA NECESSIDADE por exercício de atividade profissional de risco ou de ameaça à sua integridade física; II – atender às exigências previstas no art. 4º desta Lei (Idoneidade, ocupação lícita, residência certa, capacidade técnica e aptidão psicológica); III – apresentar documentação de propriedade de arma de fogo, bem como o seu devido registro no órgão competente.
287
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) Cite uma situação do cotidiano que implicará na perda automática da eficácia da autorização para porte de arma de fogo
§2º A autorização de porte de arma de fogo, prevista neste artigo, perderá automaticamente sua EFICÁCIA caso o portador dela seja detido ou abordado em estado de EMBRIAGUEZ ou sob efeito de SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS OU ALUCINÓGENAS.
288
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) Somente terão porte de arma de fogo em serviço e fora dele os integrantes das guardas municipais das capitais dos Estados e dos Municípios com mais de 500.000 (quinhentos mil) habitantes. C ou E?
E Todos os integrantes das guardas municipais possuem direito a porte de arma de fogo, em serviço ou mesmo fora de serviço, independentemente do número de habitantes do Município [STF. Plenário. ADC 38/DF, ADI 5538/DF e ADI 5948/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgados em 27/2/2021 (Info 1007).] §3º A autorização para o porte de arma de fogo das guardas municipais está condicionada à formação funcional de seus integrantes em estabelecimentos de ensino de atividade policial, à existência de mecanismos de fiscalização e de controle interno, nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei, observada a supervisão do Ministério da Justiça.
289
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) Quais os critérios para que agentes e guardas prisionais tenham porte funcional full?
§ 1º-B. Os integrantes do quadro efetivo de agentes e guardas prisionais poderão portar arma de fogo de propriedade particular ou fornecida pela respectiva corporação ou instituição, MESMO FORA DE SERVIÇO, desde que estejam: I - submetidos a regime de dedicação exclusiva; II - sujeitos à formação funcional, nos termos do regulamento; e III - subordinados a mecanismos de fiscalização e de controle interno.
290
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) Auditor fiscal possui porte funcional de arma de fogo?
Sim, mas apenas durante o serviço X - integrantes das Carreiras de Auditoria da Receita Federal do Brasil e de Auditoria-Fiscal do Trabalho, cargos de Auditor-Fiscal e Analista Tributário.
291
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) De acordo com a Lei 10826/2003, o presidente do tribunal ou o chefe do Ministério Público designará os servidores de seus quadros pessoais no exercício de funções de segurança que poderão portar arma de fogo, respeitado o limite máximo de _______ do número de servidores que exerçam funções de segurança.
50%
292
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) As armas de fogo utilizadas pelos servidores das instituições descritas no inciso XI do art. 6º (Tribunais do Poder Judiciário e Ministérios Públicos) serão de propriedade, responsabilidade e guarda das respectivas instituições, somente podendo ser utilizadas quando em serviço, devendo estas observar as condições de uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão competente, sendo o certificado de registro e a autorização de porte expedidos pela Polícia Federal em nome do(a) ____________
instituição
293
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) Art. 25. As armas de fogo apreendidas, após a elaboração do laudo pericial e sua juntada aos autos, quando não mais interessarem à persecução penal serão encaminhadas pelo JUIZ COMPETENTE ao ____________ __ ___________, no prazo de até 48 (quarenta e oito) horas, para DESTRUIÇÃO OU DOAÇÃO aos órgãos de segurança pública ou às Forças Armadas, na forma do regulamento desta Lei
COMANDO DO EXÉRCITO Obs! Comando do Exército – lista quais armas são passíveis de doação e define quais instituições podem receber. Juiz – Decide qual instituição vai receber.
294
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) Quando não mais interessarem à investigação, as armas de fogo apreendidas terão qual destino?
Destruição ou doação
295
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) Quais os bens jurídicos tutelados?
❑ Incolumidade pública (STJ – Jurisprudência em Teses Ed. Nº 108) ❑ Segurança Pública e Paz Pública (STJ – Jurisprudência em Teses Ed. Nº 102)
296
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) O que significa dizer que os crimes previstos na lei são de perigo abstrato?
Não é necessário demonstrar que o bem jurídico foi efetivamente exposto a perigo, por serem crimes de perigo abstrato
297
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) O simples fato de possuir ou portar munição caracteriza os delitos previstos nos arts. 12, 14 e 16 da Lei 10.826/2003, por se tratar de crime de perigo abstrato e de mera conduta, sendo prescindível a demonstração de lesão ou de perigo concreto ao bem jurídico tutelado, que é a incolumidade pública C ou E?
C
298
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) Em regra, a competência para julgar os crimes previstos nessa lei é da Justiça Comum Estadual. No entanto, há uma exceção. Qual?
Aos juízes federais compete processar e julgar: V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente
299
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) No caso específico de tráfico internacional de arma de fogo, em que a ação se inicie no território nacional e tenda à consumação no território estrangeiro, ou vice-versa, a ação penal correspondente é pública incondicionada e de competência da _________ __________
justiça federal
300
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) Quais os artigos que possuem pena de detenção?
Art. 12 e Art. 13 (posse irregular de arma de fogo de uso permitido e omissão de cautela) Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, em desacordo com determinação legal ou regulamentar, no interior de sua residência ou dependência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o titular ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa: Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
301
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) Se a arma de fogo é encontrada no interior do caminhão dirigido por motorista profissional, trata-se de crime de ______ (posse/porte) de arma de fogo (art. 14 do Estatuto do Desarmamento).
porte O veículo utilizado profissionalmente NÃO pode ser considerado “local de trabalho” para tipificar a conduta como posse de arma de fogo de uso permitido (art. 12). STJ. 6ª Turma. REsp 1219901-MG, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 24/4/2012 (Info 496).
302
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) A conduta do agente que mantém sob guarda, no interior de sua residência, arma de fogo de uso permitido com registro vencido configura posse ilegal de arma de fogo?
Não configura o crime de posse ilegal de arma de fogo (art. 12 da Lei nº 10.826/2003) a conduta do agente que mantém sob guarda, no interior de sua residência, arma de fogo de uso permitido com registro vencido. Se o agente já procedeu ao registro da arma, a expiração do prazo é mera irregularidade administrativa que autoriza a apreensão do artefato e aplicação de multa. A conduta, no entanto, não caracteriza ilícito penal. Tal entendimento, todavia, é restrito ao delito de posse ilegal de arma de fogo de uso permitido (art. 12 da Lei nº 10.826/2003), não se aplicando ao crime de porte ilegal de arma de fogo (art. 14), muito menos ao delito de porte ilegal de arma de fogo de uso restrito (art. 16), cujas elementares são diversas e a reprovabilidade mais intensa
303
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) A posse de arma de fogo em desacordo com determinação legal ou regulamentar, ainda que a arma esteja desmuniciada ou comprovadamente inapta a realizar disparos, configura delito previsto no Estatuto do Desarmamento. C ou E?
E Desmuniciada configura delito, mas inapta a realizar disparos não. Demonstrada por laudo pericial a inaptidão da arma de fogo para o disparo, é atípica a conduta de portar ou de possuir arma de fogo, diante da ausência de afetação do bem jurídico incolumidade pública, tratando-se de crime impossível pela ineficácia absoluta do meio [Jurisprudência em Teses STJ – Ed. N. 108].
304
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) O porte de pequena quantidade de munição desacompanhada da arma de fogo pode afastar excepcionalmente a configuração típica em razão da ausência de potencial lesivo (princípio da insignificância). C ou E?
C O simples fato de os cartuchos apreendidos estarem desacompanhados da respectiva arma de fogo não implica, por si só, a atipicidade da conduta, de maneira que as peculiaridades do caso concreto devem ser analisadas a fim de se aferir: a) a mínima ofensividade da conduta do agente; b) a ausência de periculosidade social da ação; c) o reduzido grau de reprovabilidade do comportamento; e d) a inexpressividade da lesão jurídica provocada Não se reconhece a incidência excepcional do princípio da insignificância ao crime de posse ou porte ilegal de munição, quando acompanhado de outros delitos, tais como o tráfico de drogas.
305
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) A apreensão de mais de uma arma de fogo, acessório ou munição, em um mesmo contexto fático, não caracteriza concurso formal ou material de crimes, mas delito único [Jurisprudência em Teses – STJ – Ed n. 23]. Em regra, é um crime único, considerando arma de fogo, acessório ou munição, contanto que sejam de mesmo ______. Mesmo contexto fático, pois se forem contextos distintos, responderá por mais de um crime. Apesar de ser um único delito, na dosimetria da pena, se leva isso em consideração.
calibre
306
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) Os tipos penais dos arts. 12 e 16 da Lei nº 10.826/2003 tutelam bens jurídicos diversos e, por essa razão, deve ser aplicado o __________ ________ quando apreendidas armas ou munições de uso permitido e de uso restrito no mesmo contexto fático. O art. 16 do Estatuto do Desarmamento, além da paz e segurança públicas, também protege a seriedade dos cadastros do Sistema Nacional de Armas, sendo inviável o reconhecimento de crime único, pois há lesão a bens jurídicos diversos
concurso formal
307
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) Em hipóteses de apreensão de armas de fogo e/ou munições de uso permitido e restrito, num mesmo contexto fático, há crime único, aplicado o princípio da consunção, e não concurso de crimes, uma vez que se trata de condutas que tutelam o mesmo bem jurídico. C ou E?
E Não há crime único, e sim concurso formal de crimes, pois entende-se que tutelam bens jurídicos distintos
308
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) Após discutir com alguns vizinhos, Lúcio efetuou disparos de arma de fogo para o alto na via pública, atingindo o telhado de uma das casas, o que fez com que os moradores da localidade, dois dias depois, registrassem o fato na delegacia de polícia. A autoridade policial representou pela busca e apreensão de eventual prova de crime na residência de Lúcio, o que foi deferido pelo juízo competente. No cumprimento do mandado, foi apreendida na residência uma arma de fogo sem registro, sendo certo que Lúcio não tinha autorização legal para portar ou possuir qualquer tipo de arma. Restando comprovados os fatos por prova oral e pericial, Lúcio responderá por quais crimes?
Responderá pelos crimes de posse de arma de fogo e de disparo de arma de fogo, em concurso material; Não se aplica o princípio da consunção quando os delitos de posse ilegal de arma de fogo e disparo de arma em via pública são praticados em momentos diversos e em contextos distintos [Jurisprudência em Teses – STJ – Ed nº 102].
309
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de 18 (dezoito) anos ou ____________ SE APODERE de ARMA DE FOGO que esteja sob sua posse ou que seja de sua propriedade: Pena – DETENÇÃO, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.
pessoa portadora de deficiência MENTAL
310
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa portadora de deficiência MENTAL SE APODERE de ARMA DE FOGO que esteja sob sua posse ou que seja de sua propriedade: Pena – DETENÇÃO, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa. Estamos diante, então, de um crime relacionado à violação de um dever objetivo de cuidado, portanto trata-se de crime __________ (culposo/doloso)
culposo É um crime de menor potencial ofensivo, ou seja, cabe transação penal, suspensão condicional do processo e competência do juizado especial. Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprietário ou diretor responsável de empresa de segurança e transporte de valores que DEIXAREM DE registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de arma de fogo, acessório ou munição que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro) horas depois de ocorrido o fato.
311
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) Na lei em apreço, o artigo que dispõe sobre o delito de omissão de cautela prevê reprimenda para aquele que deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de dezoito anos ou pessoa portadora de deficiência mental se apodere de munição que esteja sob sua posse ou que seja de sua propriedade. C ou E?
E Se trata de arma de fogo, e não de munição nem de acessórios
312
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) Thanos, Policial Militar, detentor de porte de arma e proprietário de arma de fogo devidamente registrada, esquece sua arma de fogo em cima da mesa do seu escritório. Sua filha Gamora, de 8 anos de idade, se apodera da arma de fogo, leva para a escola, mas antes que houvesse uma consequência mais grave, o vigilante da escola percebeu um volume diferente na bolsa da criança e, realizando uma inspeção, encontrou a referida arma de fogo Qual infração penal cometida por Thanos?
A conduta de Thanos se tipifica como crime de omissão de cautela, delito de perigo abstrato, que se consumou quando Gamora se apoderou da arma, mesmo que não tenha acontecido consequências mais graves
313
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) Porte ilegal de arma de fogo e roubo circunstanciado pelo emprego de arma de fogo Aplica-se concurso de crimes ou consunção?
Depende. Se for comprovado que o porte ilegal foi estabelecido única e exclusivamente com a finalidade de praticar o roubo, o porte ilegal será absorvido pelo roubo
314
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) Porte ilegal de arma de fogo e homicídio. Aplica-se concurso de crimes ou consunção?
Depende. Se for comprovado que o porte ilegal foi estabelecido única e exclusivamente com a finalidade de praticar o homicídio, o porte ilegal será absorvido pelo mais grave que é o crime de homicídio
315
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa O crime na modalidade transportar admite participação?
Sim O crime de porte de arma de fogo, seja de uso permitido ou restrito, na modalidade TRANSPORTAR, admite participação. STJ. 6ª Turma. REsp 1887992-PR, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 07/12/2021 (Info 721).
316
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, desde que essa conduta não tenha como finalidade a prática de outro crime: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. É necessária a comprovação de que havia pessoas nas proximidades?
Não. Lembre-se que se trata de um crime de perigo abstrato
317
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, desde que essa conduta não tenha como finalidade a prática de outro crime: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. E se o disparo for em lugar ermo, deserto ou não habitado?
Não haverá crime
318
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, desde que essa conduta não tenha como finalidade a prática de outro crime: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. Se o disparo for acidental ainda responderá pelo crime?
Não, pois trata-se de crime doloso
319
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, desde que essa conduta não tenha como finalidade a prática de outro crime: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. Em que consiste o Princípio da subsidiariedade expressa (soldado de reserva)?
Só haverá crime tipificado pelo art. 15 se comprovado que essa conduta não tinha como finalidade a prática de outro crime
320
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso restrito, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. POSSE ou PORTE ilegal de arma de fogo de uso RESTRITO é crime hediondo?
Não mais, pois como pacote anticrime que entrou em vigor em 2020, deixou de considerar isso como crime hediondo. O roubo ou homicídio com emprego de arma de fogo de uso restrito, por sua vez, é crime hediondo
321
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) § 1º Nas mesmas penas incorre quem: I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de identificação de arma de fogo ou artefato; IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com numeração, marca ou qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado; II – modificar as características de arma de fogo, de forma a torná-la equivalente a arma de fogo de uso proibido ou restrito OU para fins de dificultar ou de qualquer modo induzir a erro autoridade policial, perito ou juiz III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar; V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo, acessório, munição ou explosivo a criança ou adolescente; VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou adulterar, de qualquer forma, munição ou explosivo Trata-se de modalidades equiparadas a qual crime?
POSSE ou PORTE ilegal de arma de fogo de uso RESTRITO (art. 16)
322
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) POSSE ou PORTE ilegal de arma de fogo de uso RESTRITO (art. 16) § 1º Nas mesmas penas incorre quem: III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar; Se uma pessoa for flagrada portando artefato explosivo, quando ela será enquadrada no estatuto do desarmamento e quando será enquadrada na lei antiterror?
Será enquadrada na lei antiterror se ela portar artefato explosivo com o intuito de praticar atos terroristas Lei Antiterror – (Lei nº 13.260/2016): § 1º São atos de terrorismo: I - usar ou ameaçar usar, transportar, guardar, portar ou trazer consigo explosivos, gases tóxicos, venenos, conteúdos biológicos, químicos, nucleares ou outros meios capazes de causar danos ou promover destruição em massa; Art. 2º O terrorismo consiste na prática por um ou mais indivíduos dos atos previstos neste artigo, por razões de xenofobia, discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia e religião, quando cometidos com a finalidade de provocar terror social ou generalizado, expondo a perigo pessoa, patrimônio, a paz pública ou a incolumidade pública.
323
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) POSSE ou PORTE ilegal de arma de fogo de uso RESTRITO (art. 16) § 1º Nas mesmas penas incorre quem: V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo, acessório, munição ou explosivo a criança ou adolescente; Esse inciso gerou uma derrogação do artigo 242 do ECA (vide abaixo). Por que não gerou uma revogação completa? Art. 242 do ECA [Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente arma, munição ou explosivo: Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos]
Porque o Art. 242 não especifica arma de fogo, apenas arma. Portanto, se alguém vender, fornecer ou entregar uma arma branca a uma criança, responderá pelo 242 do ECA. Se vender, fornecer ou entregar uma arma de fogo, responderá pelo art. 16, §1º, V do estatuto do desarmamento
324
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) Se alguém for flagrado na rua com um artefato explosivo e um revólver calibre .38, responderá por qual crime?
Concurso formal impróprio – art. 14 e art. 16, §1º, III, pois o objeto material é distinto e desígnios autônomos
325
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) POSSE ou PORTE ilegal de arma de fogo de uso PROIBIDO (art. 16, §2º) § 2º Se as condutas descritas no caput e no §1º deste artigo envolverem arma de fogo de uso PROIBIDO, a pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos. Trata-se de crime hediondo?
Sim
326
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, e multa. Trata-se de crime hediondo?
Sim
327
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, e multa. O trecho "exercício de atividade[...]" pressupõe habitualidade?
Sim
328
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, e multa. Agente que adquire arma de fogo que sabe ser produto de crime patrimonial anterior e, posteriormente, a vende no exercício de atividade comercial. Responde somente pelo art. 17?
Não. Concurso material de crimes: receptação e comércio ilegal de arma de fogo
329
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) Quem vende ou entrega arma de fogo a policial disfarçado pode responder pelo crime de comércio ilegal art.17 ?
Depende. §2º Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização ou em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, a agente policial disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente. Se não há elementos comprobatórios razoáveis, faz-se valer a Súmula 145 STF - Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação
330
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) Conduzir arma de fogo, no exercício de atividade comercial, sem autorização, configura qual crime?
Comércio ilegal de arma de fogo
331
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território nacional, a qualquer título, de arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização da autoridade competente: Pena - reclusão, de 8 (oito) a 16 (dezesseis) anos, e multa. Trata-se de crime hediondo?
Sim
332
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território nacional, a qualquer título, de arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização da autoridade competente: Pena - reclusão, de 8 (oito) a 16 (dezesseis) anos, e multa. É aplicável o princípio do insignificância?
Não
333
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território nacional, a qualquer título, de arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização da autoridade competente: Pena - reclusão, de 8 (oito) a 16 (dezesseis) anos, e multa. Basta apenas a procedência estrangeira do artefato para aplicar o crime do art. 18?
Para a configuração do tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou munição não basta apenas a procedência estrangeira do artefato, sendo necessário que se comprove a internacionalidade da ação. [Jurisprudência em Teses STJ – Ed. 108].
334
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) A conduta de adquirir arma de fogo de origem internacional, de uso permitido, mas sem o registro adequado, de forma individual, e sem caracterizar um estabelecimento de comércio clandestino, configura qual crime?
Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido Obs.: Não confunda com os verbos presentes no art. 18 do tráfico internacional: importar | exportar e favorecer. Adquirir não está tipificado no art. 18
335
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena é aumentada da __________ se a arma de fogo, acessório ou munição forem de uso proibido ou restrito
METADE
336
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a pena é aumentada da ________ se: I - forem praticados por integrante dos órgãos e empresas referidas nos arts. 6º (porte funcional), 7º (empregados das empresas de segurança privada e de transporte de valores) e 8º (armas de fogo utilizadas em entidades desportivas legalmente constituídas) desta Lei; ou II - o agente for reincidente específico em crimes dessa natureza
METADE
337
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) Policial Civil pratica o tráfico internacional de arma de fogo de uso restrito. A ele será aplicada quantas majorantes?
CP, art. 68, Parágrafo único - No concurso de causas de aumento ou de diminuição previstas na parte especial, PODE o juiz limitar-se a um só aumento ou a uma só diminuição, prevalecendo, todavia, a causa que mais aumente ou diminua
338
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) Considere o seguinte caso hipotético: Astrômio foi surpreendido pela Polícia Militar, portando arma de fogo, de uso permitido, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar. Astrômio é reincidente específico neste crime. Diante desta situação e nos termos da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003 (Estatuto do Desarmamento), é correto afirmar que Astrômio cometeu qual crime?
O crime de “porte ilegal de arma de fogo de uso permitido”, cuja pena será aumentada de metade em razão da reincidência específica.
339
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) A abolitio criminis temporária, prevista nos artigos 5º, § 3º, e 30, durante a sua vigência temporal, abrangeu todos os crimes previstos na Lei nº 10.826/2003?
Não. Até 2005, era o caso dos arts. 12 e 16. De 2005 até 2009, apenas o art. 12, logo não foram todos os crimes.
340
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) Art. 32. Os possuidores e proprietários de arma de fogo poderão entregá-la, espontaneamente, mediante recibo, e, presumindo-se de boa-fé, serão indenizados, na forma do regulamento, ficando extinta a _____________ de eventual posse irregular da referida arma
punibilidade Não exclui a tipicidade (não confunda com abolitio criminis temporária), extingue a punibilidade apenas da POSSE irregular
341
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) Paulo foi abordado pela polícia portando, sem autorização, um revólver calibre 38 (arma de uso permitido) com a numeração de série raspada. Diante dessa situação, à luz da Súmula n. 668 do STJ, é correto afirmar que se trata de um crime hediondo?
A Súmula n. 668 do Superior Tribunal de Justiça estabelece expressamente que não é hediondo o delito de porte ou posse de arma de fogo de uso permitido, ainda que com numeração, marca ou qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado. No caso descrito, Paulo está portando uma arma de uso permitido (revólver calibre 38) cuja numeração foi raspada. Apesar de essa conduta configurar infração penal (prevista no Estatuto do Desarmamento), ela não se enquadra entre os crimes hediondos, seguindo o entendimento consolidado pela Súmula n. 668-STJ. Dessa forma, a resposta correta é que não se trata de crime hediondo.
342
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) O crime de disparo de arma de fogo não admite fiança C ou E?
E Apesar de o parágrafo único do artigo 15 da Lei n. 10.826/2003 dizer que o crime de disparo de arma de fogo é inafiançável, essa previsão foi declarada inconstitucional pelo STF, por meio da Adin 3.112-1.
343
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) Inclui-se dentre as competências do SINARM cadastrar a identificação do cano da arma, as características das impressões de raiamento e de microestriamento de projétil disparado, conforme marcação e testes obrigatoriamente realizados pelos Peritos da Polícia Federal antes de liberada a comercialização do armamento. C ou E?
E A competência do SINARM trazida pela assertiva está quase correta, salvo a parte final, pois as marcações e testes serão obrigatoriamente realizadas pelo fabricante do armamento, não pela PF.
344
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) No crime de posse irregular de arma de fogo, se o agente for reincidente específico em crimes dessa natureza, haverá aumento de pena de metade?
Não. O aumento de pena a que a questão se refere aplica-se aos demais crimes do Estatuto, com exceção dos crimes de posse irregular e omissão de cautela.
345
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) Nos crimes previstos nos arts. 17 (comércio ilegal) e 18 (tráfico internacional), a pena é aumentada da metade se a arma de fogo, acessório ou munição forem de uso proibido ou __________
restrito
346
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) O crime de disparo de arma de fogo (art. 15 da Lei n. 10.826/2003) é crime de perigo _________ (abstrato/concreto), que presume a ocorrência de dano à segurança pública e prescinde, para sua caracterização, de comprovação da lesividade ao bem jurídico tutelado
abstrato
347
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) O crime de comércio ilegal de arma de fogo preenche os requisitos legais objetivos para ser enquadrado como infração praticada por organização criminosa?
Sim As organizações criminosas praticam infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter transnacional. O comercio ilegal de arma de fogo tem pena de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, e multa Lei 12.850/13 Art. 1º Esta Lei define organização criminosa e dispõe sobre a investigação criminal, os meios de obtenção da prova, infrações penais correlatas e o procedimento criminal a ser aplicado. § 1º Considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou mais pessoas estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter transnacional. Lei 10.826/03 Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, e multa.
348
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) Após ter cumprido pena pelo crime de tráfico internacional de arma de fogo previsto no Estatuto do Desarmamento (Lei n.º 10.826/2003), Joel praticou novamente tal crime, em situação temporal e legal que tipificou a reincidência. Nessa situação hipotética, em caso de nova condenação, a pena de Joel poderá ser aumentada?
Será aumentada da metade, dada a reincidência específica em crime para o qual o referido estatuto prevê causa de aumento de pena Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a pena é aumentada da metade se: I - forem praticados por integrante dos órgãos e empresas referidas nos arts. 6º, 7º e 8º desta Lei; ou II - o agente for reincidente específico em crimes dessa natureza
349
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) É conduta atípica o porte ilegal de arma de fogo de uso permitido com registro de cautela vencido?
Incorreta. A Corte Especial do STJ decidiu que, uma vez realizado o registro da arma, o vencimento da autorização não caracteriza ilícito penal, mas mera irregularidade administrativa que autoriza a apreensão do artefato e aplicação de multa (APn n. 686/AP, Rel. Min. João Otávio de Noronha, Corte Especial, DJe de 29/10/2015). Tal entendimento, todavia, é restrito ao delito de posse ilegal de arma de fogo de uso permitido (art. 12 da Lei nº 10.826/2003), não se aplicando ao crime de porte ilegal de arma de fogo (art. 14), muito menos ao delito de porte ilegal de arma de fogo de uso restrito (art. 16), cujas elementares são diversas e a reprovabilidade mais intensa. STJ. 6ª Turma. AgRg no AREsp 885.281-ES, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro, julgado em 28/04/2020 (Info 671).
350
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) Na tipificação do crime de omissão de cautela, a arma de fogo é o único objeto material previsto?
Sim Omissão de cautela Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa portadora de deficiência mental se apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse ou que seja de sua propriedade: Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.
351
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) O crime de porte de arma de fogo de uso proibido, embora seja inafiançável, é suscetível de liberdade provisória C ou E?
C Destaque-se, inicialmente, que o crime de porte ou posse de arma de fogo de uso proibido tem como pena reclusão, de quatro a doze anos. Esse crime tem relação com as armas que não podem ser utilizadas em hipótese alguma, nem mesmo pelas Forças Armadas. Esse crime é considerado hediondo, nos termos do art. 1º, parágrafo único, II da Lei n. 8.072/90, motivo pelo qual se afigura inafiançável. Apesar do não cabimento da fiança, admite-se a concessão de liberdade provisória para os crimes hediondos ou equiparado nas hipóteses em que ausentes os requisitos para a decretação da prisão preventiva.
352
Lei nº 9605/1998 (Lei dos Crimes Ambientais) Art. 225 da CF. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade devida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. § 3º as condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados O que diz respeito as chamadas sanções na esfera civil?
1) Sanção na esfera civil – Lei n. 6.938/1981 e outras. – Sanção que trata da reparação de um bem de domínio público, de interesse coletivo. 2) Sanção na esfera penal – Código Penal. – Sanção que diz respeito à restrição de direito ou de liberdade. 3) Sanção na esfera administrativa – Decreto n. 6.514/2008. – Sanção relativa a multas, embargos, suspensão de atividades etc.
353
Lei nº 9605/1998 (Lei dos Crimes Ambientais) O que significa dizer que se trata de uma ação penal pública incondicionada?
A ação penal proposta pelo Ministério Público (MP) é pública e incondicionada, independendo da vontade da vítima ou de terceiros. Uma vez constatada a infração em que há previsão de crime e se trata de uma infração de direito, o MP tem a obrigação constitucional de promover uma ação civil pública e uma ação penal No caso da ação penal, o MP vai até a Justiça buscar penalizar o infrator por violação de algum direito estabelecido no regramento ambiental brasileiro, que está assentado sobre um tripé: - Ato infracional = materialidade = violação ao direito. - Autoria = agente = réu. - Circunstâncias = dolo = objetivos.
354
Lei nº 9605/1998 (Lei dos Crimes Ambientais) Quais os 3 tipos de penas derivadas dos crimes ambientais?
1) Privativa de liberdade = prisão = reclusão (f)/detenção(a) 2) Restritivas de direito - Prestação de serviços à comunidade - Interdição temporária de direitos - Suspensão parcial ou total da atividade - Prestação pecuniária - Recolhimento domiciliar 3) Multa
355
Lei nº 9605/1998 (Lei dos Crimes Ambientais) Em relação a multas por crimes ambientais, quem determina o valor?
A multa é determinada pelo agente autuante que observará a gravidade, os antecedentes e a condição econômica do infrator
356
Lei nº 9605/1998 (Lei dos Crimes Ambientais) A caça é permitida no Brasil?
Via de regra não. Art.29 Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida: Pena - detenção de seis meses a um ano, e multa.
357
Lei nº 9605/1998 (Lei dos Crimes Ambientais) A guarda doméstica de uma espécie silvestre sempre será punível?
Não Art. 29 § 2º No caso de guarda doméstica de espécie silvestre não considerada ameaçada de extinção, pode o juiz, considerando as circunstâncias, deixar de aplicar a pena
358
Lei nº 9605/1998 (Lei dos Crimes Ambientais) § 3º São espécimes da ________ silvestre todos aqueles pertencentes às espécies nativas, migratórias e quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, que tenham todo ou parte de seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos limites do território brasileiro, ou águas jurisdicionais brasileiras.
fauna
359
Lei nº 9605/1998 (Lei dos Crimes Ambientais) Art. 29 § 4º A pena é aumentada de ________, se o crime é praticado: I – contra espécie rara ou considerada ameaçada de extinção, ainda que somente no local da infração; II – em período proibido à caça; III – durante a noite; IV – com abuso de licença; V – em unidade de conservação; VI – com emprego de métodos ou instrumentos capazes de provocar destruição em massa.
metade
360
Lei nº 9605/1998 (Lei dos Crimes Ambientais) Em quais circunstâncias o abate de animal não é considerado crime?
Art.37 Não é crime o abate de animal, quando realizado: I - em estado de necessidade, para saciar a fome do agente ou de sua família; II - para proteger lavouras, pomares e rebanhos da ação predatória ou destruidora de animais, desde que legal e expressamente autorizado pela autoridade competente;
361
Lei nº 9605/1998 (Lei dos Crimes Ambientais) Art. 38. Destruir ou danificar floresta considerada de preservação permanente, mesmo que em formação, ou utilizá-la com infringência das normas de proteção: Pena – detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente. Parágrafo único. Se o crime for ________, a pena será reduzida à metade.
culposo
362
Lei nº 9605/1998 (Lei dos Crimes Ambientais) O que são Unidades de Conservação de Proteção Integral?
Art. 40 § 1º Entende-se por Unidades de Conservação de Proteção Integral as Estações Ecológicas, as Reservas Biológicas, os Parques Nacionais, os Monumentos Naturais e os Refúgios de Vida Silvestre. § 2º A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas de extinção no interior das Unidades de Conservação de Proteção Integral será considerada circunstância agravante para a fixação da pena.
363
Lei nº 9605/1998 (Lei dos Crimes Ambientais) Cite dois biomas com proteção específica na lei de crimes ambientais
Restingas e mangues Art. 50. Destruir ou danificar florestas nativas ou plantadas ou vegetação fixadora de dunas, protetora de mangues, objeto de especial preservação: Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.
364
Lei nº 9605/1998 (Lei dos Crimes Ambientais) Art. 53. Nos crimes previstos nesta Seção, a pena é aumentada de um sexto a um ________ se: I – do fato resulta a diminuição de águas naturais, a erosão do solo ou a modificação do regime climático; II – o crime é cometido: a) no período de queda das sementes; b) no período de formação de vegetações; c) contra espécies raras ou ameaçadas de extinção, ainda que a ameaça ocorra somente no local da infração; d) em época de seca ou inundação; e) durante a noite, em domingo ou feriado.
terço
365
Lei 6938/1981 Política Nacional de Meio Ambiente III - ___________, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente: a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; c) afetem desfavoravelmente a biota; d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos; Qual conceito abordado acima?
poluição
366
Lei nº 9605/1998 (Lei dos Crimes Ambientais) Art. 58. Nos crimes dolosos previstos nesta Seção (Poluição e outros crimes ambientais), as penas serão aumentadas: I – de um sexto a um terço, se resulta dano irreversível à flora ou ao meio ambiente em geral; II – de um terço até a metade, se resulta lesão corporal de natureza grave em outrem; III – até o _______, se resultar a morte de outrem Parágrafo único. As penalidades previstas neste artigo somente serão aplicadas se do fato não resultar crime mais grave
dobro
367
Lei nº 9605/1998 (Lei dos Crimes Ambientais) Pichação urbana é crime ambiental?
Sim Art. 65. Pichar, ou por outro meio conspurcar edificação ou monumento urbano: Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. § 1º Se o ato for realizado em monumento ou coisa tombada em virtude do seu valor artístico, arqueológico ou histórico, a pena é de 6 (seis) meses a 1 (um) ano de detenção, e multa.
368
Lei nº 9605/1998 (Lei dos Crimes Ambientais) Art. 70. Considera-se infração administrativa ambiental toda ação ou omissão que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente. Quais são as autoridades competentes para lavrar um auto de infração ambiental?
§ 1º São autoridades competentes para lavrar auto de infração ambiental e instaurar processo administrativo os funcionários de órgãos ambientais integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente – Sisnama, designados para as atividades de fiscalização, bem como os agentes das Capitanias dos Portos, do Ministério da Marinha.
369
Lei nº 9605/1998 (Lei dos Crimes Ambientais) Art. 71. O processo administrativo para apuração de infração ambiental deve observar os seguintes prazos máximos: I – _______ dias para o infrator oferecer defesa ou impugnação contra o auto de infração, contados da data da ciência da autuação;
vinte Com a instituição das audiências de conciliação, pode-se esperar a audiência de conciliação para oferecer a sua defesa ou impugnação ao auto de infração por não querer conciliar. Como as audiências de conciliação estão sendo marcadas até 10 meses depois do cometimento da infração ambiental, o prazo de 20 dias, na verdade, só vale depois que a audiência for realizada.
370
Lei nº 9605/1998 (Lei dos Crimes Ambientais) Quais os tipos de sanções que podem ser aplicadas às infrações administrativas ambientais?
Art. 72. As infrações administrativas são punidas com as seguintes sanções, observado o disposto no art. 6º: I – advertência; II – multa simples; III – multa diária; IV – apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e flora, instrumentos, petrechos, equipamentos ou veículos de qualquer natureza utilizados na infração; V – destruição ou inutilização do produto; VI – suspensão de venda e fabricação do produto; VII – embargo de obra ou atividade VIII – demolição de obra; IX – suspensão parcial ou total das atividades; XI – restritiva de direitos
371
Lei nº 9605/1998 (Lei dos Crimes Ambientais) Art. 75. O valor da multa de que trata este Capítulo (Infração administrativa) será fixado no regulamento desta Lei e corrigido periodicamente, com base nos índices estabelecidos na legislação pertinente, sendo o mínimo de R$ 50,00 (cinquenta reais) e o máximo de ____________
R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais)
372
Lei nº 9605/1998 (Lei dos Crimes Ambientais) Cite 4 atenuantes de penas aplicadas a crimes ambientais
1- Escolaridade: o baixo grau de instrução ou a escolaridade do agente 2- Arrependimento (reparação ou mitigação) 3- Comunicação prévia do perigo 4- Colaboração com agentes encarregados da vigilância e do controle ambiental
373
Lei nº 9605/1998 (Lei dos Crimes Ambientais) A autoridade ambiental que tiver conhecimento de infração ambiental é obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante processo administrativo próprio, sob pena de _______________
corresponsabilidade
374
Lei nº 9605/1998 (Lei dos Crimes Ambientais) A mera fabricação de balões que possam provocar incêndios nas florestas e demais formas de vegetação constitui crime ambiental?
Sim Art. 42. Fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar incêndios nas florestas e demais formas de vegetação, em áreas urbanas ou qualquer tipo de assentamento humano: Pena – detenção de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente
375
Lei nº 9605/1998 (Lei dos Crimes Ambientais) Um agricultor teve sua plantação de milho atacada por um grupo de animais. Depois de alguns dias e de perdas significativas em sua lavoura, ele abateu alguns desses animais para proteger sua colheita. Nessa situação hipotética, conforme as disposições da Lei n.º 9.605/1998, o agricultor cometeu crime?
Não cometeu um crime, desde que tenha obtido autorização legal e expressa da autoridade competente
376
Lei nº 9605/1998 (Lei dos Crimes Ambientais) No que diz respeito à conduta de matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida, caracterizada pela Lei n.º 9.605/1998 como crime ambiental contra a fauna, julgue os itens seguintes como C ou E Caso o agente empregue método ou instrumento capaz de provocar destruição em massa dos espécimes, a pena aplicada ao crime descrito será aumentada até o triplo
E Será aumentada de metade § 4º A pena é aumentada de metade, se o crime é praticado: I – contra espécie rara ou considerada ameaçada de extinção, ainda que somente no local da infração; II – em período proibido à caça; III – durante a noite; IV – com abuso de licença; V – em unidade de conservação; VI – com emprego de métodos ou instrumentos capazes de provocar destruição em massa
377
Lei nº 9605/1998 (Lei dos Crimes Ambientais) No que diz respeito à conduta de matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida, caracterizada pela Lei n.º 9.605/1998 como crime ambiental contra a fauna, julgue os itens seguintes como C ou E A conduta criminosa descrita não se aplica aos atos de pesca
C
378
Lei nº 9605/1998 (Lei dos Crimes Ambientais) No que diz respeito à conduta de matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida, caracterizada pela Lei n.º 9.605/1998 como crime ambiental contra a fauna, julgue os itens seguintes como C ou E No caso de guarda doméstica de espécie silvestre não considerada ameaçada de extinção, o juiz, considerando as circunstâncias da prática do crime, poderá deixar de aplicar a pena
C
379
Lei nº 9605/1998 (Lei dos Crimes Ambientais) O sujeito que maltrata um cavalo castigando-o com chicote e deixando-o com vários cortes na pele comete o crime de maus-tratos aos animais na forma qualificada, podendo ser preso em flagrante, devido à alteração legislativa em 2020 C ou E?
E Em 2020, de fato, houve alteração no art. 32 da Lei n. 9.605/1998, que trata do crime de maus tratos aos animais. No entanto, somente os maus-tratos contra cães e gatos foram alçados à forma qualificada, deixando de ser uma infração de menor potencial ofensivo. Em relação às outras espécies, continuam sendo enquadradas no caput. Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. (...) § 1º-A Quando se tratar de cão ou gato, a pena para as condutas descritas no caput deste artigo será de reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, multa e proibição da guarda.
380
Lei nº 9605/1998 (Lei dos Crimes Ambientais) O termo de compromisso a ser firmado para o cumprimento do disposto na lei que estabelece as sanções penais e administrativas decorrentes de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente é de competência de qual órgão público?
Dos órgãos ambientais integrantes do SISNAMA responsáveis pela execução de programas e projetos e pelo controle e pela fiscalização dos estabelecimentos e das atividades suscetíveis de degradarem a qualidade ambiental
381
Lei nº 9605/1998 (Lei dos Crimes Ambientais) Os instrumentos utilizados na prática da infração ambiental serão vendidos, garantida a sua descaracterização por meio da reciclagem, ou destinados ao órgão ambiental, para utilização em ações de fiscalização. C ou E?
E § 5º Os instrumentos utilizados na prática da infração serão vendidos, garantida a sua descaracterização por meio da reciclagem.
382
Lei nº 9605/1998 (Lei dos Crimes Ambientais) Qual o destino de produtos perecíveis ou madeira apreendidos?
Art. 25, § 3º, da Lei n. 9.605/1998: § 3º Tratando-se de produtos perecíveis ou madeiras, serão estes avaliados e doados a instituições científicas, hospitalares, penais e outras com fins beneficentes
382
Lei nº 9605/1998 (Lei dos Crimes Ambientais) O pagamento de multa federal substitui a multa imposta pelos estados, municípios, Distrito Federal ou territórios, na mesma hipótese de incidência?
Não. É o contrário. O pagamento de multa imposta pelos estados, municípios, Distrito Federal ou territórios substitui a multa federal na mesma hipótese de incidência.
383
Lei nº 9605/1998 (Lei dos Crimes Ambientais) Conforme entendimento do STJ, a responsabilidade ambiental na esfera administrativa é de natureza ________, de modo que é necessário verificar dolo ou culpa na ação do agente
subjetiva
384
Lei nº 9605/1998 (Lei dos Crimes Ambientais) § 1º Se o infrator cometer, simultaneamente, duas ou mais infrações, ser-lhe-ão aplicadas, ___________, as sanções a elas cominadas
cumulativamente
384
Lei nº 9605/1998 (Lei dos Crimes Ambientais) Art. 25. Verificada a infração, serão apreendidos seus produtos e instrumentos, lavrando-se os respectivos autos. § 1º Os animais serão prioritariamente libertados em seu habitat ou, sendo tal medida inviável ou não recomendável por questões sanitárias, entregues a jardins zoológicos, fundações ou entidades assemelhadas, para guarda e cuidados sob a responsabilidade de técnicos habilitados. § 2º Até que os animais sejam entregues às instituições mencionadas no § 1º deste artigo, o órgão autuante zelará para que eles sejam mantidos em condições adequadas de acondicionamento e transporte que garantam o seu bem-estar físico. § 3º Tratando-se de produtos perecíveis ou madeiras, serão estes avaliados e doados a instituições científicas, hospitalares, penais e outras com fins beneficentes. § 4º Os produtos e subprodutos da fauna não perecíveis serão destruídos ou __________ [...]
doados a instituições científicas, culturais ou educacionais.
385
Lei nº 9605/1998 (Lei dos Crimes Ambientais) Art. 101. Constatada a infração ambiental, o agente autuante, no uso do seu poder _________, poderá adotar as seguintes medidas administrativas: I – apreensão; II – embargo de obra ou atividade e suas respectivas áreas; III – suspensão de venda ou fabricação de produto; IV – suspensão parcial ou total de atividades; V – destruição ou inutilização dos produtos, subprodutos e instrumentos da infração; e VI – demolição.
de polícia
386
Lei nº 9605/1998 (Lei dos Crimes Ambientais) Art. 15. São circunstâncias que _________________ a pena, quando não constituem ou qualificam o crime: I – reincidência nos crimes de natureza ambiental; II – ter o agente cometido a infração: a) para obter vantagem pecuniária; b) coagindo outrem para a execução material da infração; c) afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, a saúde pública ou o) meio ambiente; d) concorrendo para danos à propriedade alheia; e) atingindo áreas de unidades de conservação ou áreas sujeitas, por ato do Poder Público, a regime especial de uso. f) atingindo áreas urbanas ou quaisquer assentamentos humanos; g) em período de defeso à fauna; h) em domingos ou feriados; i) à noite; j) em épocas de seca ou inundações; l) no interior do espaço territorial especialmente protegido; m) com o emprego de métodos cruéis para abate ou captura de animais; n) mediante fraude ou abuso de confiança; o) mediante abuso do direito de licença, permissão ou autorização ambiental; p) no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou parcialmente, por verbas públicas ou beneficiada por incentivos fiscais; q) atingindo espécies ameaçadas, listadas em relatórios oficiais das autoridades competentes; r) facilitada por funcionário público no exercício de suas funções.
agravam
387
Lei nº 9605/1998 (Lei dos Crimes Ambientais) Aquele que praticar a pesca mediante utilização de técnica não permitida por lei estará sujeito à penalidade de ________
detenção Art. 34. Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares interditados por órgão competente: Pena - detenção de um ano a três anos ou multa, ou ambas as penas cumulativamente. Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem: I - pesca espécies que devam ser preservadas ou espécimes com tamanhos inferiores aos permitidos; II - pesca quantidades superiores às permitidas, ou mediante a utilização de aparelhos, petrechos, técnicas e métodos não permitidos; III - transporta, comercializa, beneficia ou industrializa espécimes provenientes da coleta, apanha e pesca proibidas.
388
Lei nº 9605/1998 (Lei dos Crimes Ambientais) Pessoa jurídica que praticar crime contra o meio ambiente por decisão do seu órgão colegiado e no interesse da entidade poderá ser responsabilizada penalmente, estando necessariamente sujeita às mesmas sanções aplicadas às pessoas físicas. C ou E?
E É possível a responsabilização penal da pessoa jurídica por delitos ambientais independentemente da responsabilização concomitante da pessoa física que agia em seu nome. A jurisprudência não mais adota a chamada teoria da “dupla imputação”. STJ. 6ª Turma. RMS 39.173-BA, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 6/8/2015 (Info 566). STF. 1ª Turma. RE 548181/PR, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 6/8/2013 (Info 714).
388
Lei nº 9605/1998 (Lei dos Crimes Ambientais) Quais as condições necessárias para a responsabilização penal de pessoa jurídica por crimes contra o meio ambiente?
A responsabilização penal de pessoa jurídica por crimes contra o meio ambiente depende de que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual ou de seu órgão colegiado e, também, de que seja cometida no interesse ou benefício da sua entidade.
389
Lei nº 9605/1998 (Lei dos Crimes Ambientais) Art. 16. Nos crimes previstos nesta Lei, a suspensão condicional da pena pode ser aplicada nos casos de condenação a pena privativa de liberdade não superior a ______ anos.
três
390
Lei nº 9605/1998 (Lei dos Crimes Ambientais) Art. 13. O ___________ ___________ baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade do condenado, que deverá, sem vigilância, trabalhar, freqüentar curso ou exercer atividade autorizada, permanecendo recolhido nos dias e horários de folga em residência ou em qualquer local destinado a sua moradia habitual, conforme estabelecido na sentença condenatória
recolhimento domiciliar
391
Lei nº 9605/1998 (Lei dos Crimes Ambientais) Art. 10. As penas de ___________ ____________ __ ___________ são a proibição de o condenado contratar com o Poder Público, de receber incentivos fiscais ou quaisquer outros benefícios, bem como de participar de licitações, pelo prazo de cinco anos, no caso de crimes dolosos, e de três anos, no de crimes culposos.
interdição temporária de direito
392
Lei nº 9605/1998 (Lei dos Crimes Ambientais) Tratando-se de delito omissivo próprio — como o de deixar de cumprir obrigação de relevante interesse ambiental quando se tem o dever legal ou contratual de fazê-lo —, há dispensa de investigação aprofundada acerca da relação de causalidade entre conduta e resultado. C ou E?
C Nos crimes omissivos próprios, a simples omissão do agente já caracteriza o crime, independentemente da produção de um resultado concreto. Como exemplo, pode-se citar o crime de deixar de cumprir obrigação ambiental quando se tem dever legal ou contratual de fazê-lo. Nesses casos, não é necessário investigar profundamente a relação de causalidade entre conduta e resultado, pois a infração ocorre pela simples inação do agente.
393
Lei nº 9605/1998 (Lei dos Crimes Ambientais) Na hipótese de uma das pessoas em relação conjugal convivente cometer maus-tratos reiterados contra animal doméstico do lar do casal, o outro cônjuge responderá pelo mesmo crime, por omissão imprópria. C ou E?
C Nos crimes omissivos impróprios (ou comissivos por omissão), o agente responde quando tinha o dever jurídico de evitar o resultado e não o faz. No caso de maus-tratos reiterados a um animal doméstico, se um dos cônjuges tinha ciência da prática criminosa do outro e tinha o dever jurídico de impedir, mas se omitiu, poderá responder pelo crime na condição de garante (artigo 13, §2º, do Código Penal).
394
Lei nº 9605/1998 (Lei dos Crimes Ambientais) O funcionário público que, dolosamente, tiver omitido informação em procedimentos de licenciamento ambiental só responderá criminalmente se sua conduta estiver relacionada a dano ambiental causado pelo licenciado C ou E?
E O funcionário público que dolosamente omite informações em um processo de licenciamento ambiental pode responder pelo crime de falsidade ideológica ambiental ou mesmo por prevaricação ambiental, independentemente da ocorrência de dano ambiental concreto. A responsabilidade penal não depende de o dano ambiental se concretizar, bastando a conduta ilícita por parte do agente público.
395
Lei nº 9605/1998 (Lei dos Crimes Ambientais) Art. 53. Nos crimes previstos nesta Seção (crimes contra a flora), a PENA é aumentada de um sexto a um terço se: I – do fato resulta a diminuição de águas naturais, a erosão do solo ou a modificação do regime climático; II – o crime é cometido: a) no período de queda das sementes; b) no período de formação de vegetações; c) contra espécies raras ou ameaçadas de extinção, ainda que a ameaça ocorra somente no local da infração; d) em época de seca ou inundação; e) durante a noite, em domingo ou _________.
feriado
396
Lei nº 9605/1998 (Lei dos Crimes Ambientais) A interdição permanente de direitos inclui-se entre as penas restritivas de direitos C ou E?
E Nos termos da Lei n.º 9.605/1998, entre as penas restritivas de direito está a interdição TEMPORÁRIA: Art. 8º As penas restritivas de direito são: I - prestação de serviços à comunidade; II - interdição temporária de direitos; III - suspensão parcial ou total de atividades; IV - prestação pecuniária; V - recolhimento domiciliar
397
Lei nº 9605/1998 (Lei dos Crimes Ambientais) O fato de o agente de crime ambiental comunicar previamente ao órgão competente o perigo iminente de degradação ambiental enseja atenuação da pena?
Sim Art. 14 - São circunstâncias que atenuam a pena: III - comunicação prévia pelo agente do perigo iminente de degradação ambiental;
398
Lei nº 9605/1998 (Lei dos Crimes Ambientais) Quais penas podem ser aplicadas à pessoa jurídica?
A pena de multa e as penas restritivas de direitos e de prestação de serviços à comunidade podem ser aplicadas a pessoa jurídica
399
Lei nº 9605/1998 (Lei dos Crimes Ambientais) A pena restritiva de direitos deve ter a mesma duração da pena privativa de liberdade substituída?
Sim
400
Lei nº 9605/1998 (Lei dos Crimes Ambientais) Quais são as penas restritivas de direitos da pessoa jurídica?
Art. 22. As penas restritivas de direitos da pessoa jurídica são: I – suspensão parcial ou total de atividades; II – interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade; III – proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele obter subsídios, subvenções ou doações.
401
Lei nº 9605/1998 (Lei dos Crimes Ambientais) A pessoa jurídica pode ser condenada à prestação de serviços à comunidade, tais como o custeio de programas e projetos ambientais e a execução de obras de recuperação de áreas degradadas; caso a pessoa jurídica seja constituída, preponderantemente, com a finalidade de facilitar ou ocultar a prática de crime ambiental, será decretada sua liquidação forçada, e seu patrimônio, considerado instrumento do crime, será perdido em favor do ______________
Fundo Penitenciário Nacional
402
Lei nº 9605/1998 (Lei dos Crimes Ambientais) É atípica a conduta de realizar experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, quando para fins científicos, se não existirem recursos alternativos de pesquisa?
Sim § 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos. Assim, deve observar duas hipóteses: 1) Se não existirem recursos alternativos: conduta atípica. 2) Se existirem recursos alternativos: conduta equiparada a maus-tratos.
403
Lei nº 10.446/2002 (Atribuições Extraordinárias da PF) Quais são os requisitos gerais cumulativos para que a lei seja aplicada?
A infração penal deve ser de repercussão interestadual ou internacional e, além disso, deve exigir repressão uniforme em todo o território nacional
404
Lei nº 10.446/2002 (Atribuições Extraordinárias da PF) Art. 1º Na forma do inciso I do § 1º do art. 144 da Constituição, quando houver repercussão interestadual ou internacional que exija repressão uniforme, poderá o Departamento de Polícia Federal do Ministério da Justiça, sem prejuízo da responsabilidade dos órgãos de segurança pública arrolados no art. 144 da Constituição Federal, em especial das Polícias Militares e Civis dos Estados, proceder à investigação, dentre outras, das seguintes infrações penais O rol dessas infrações penais é taxativo ou exemplificativo?
Exemplificativo
404
Lei nº 10.446/2002 (Atribuições Extraordinárias da PF) A atuação extraordinária da Polícia Federal ocorre de maneira ___________ às atribuições dos demais órgãos da segurança pública
concorrente Art. 1º Na forma do inciso I do § 1º do art. 144 da Constituição, quando houver repercussão interestadual ou internacional que exija repressão uniforme, poderá o Departamento de Polícia Federal do Ministério da Justiça, sem prejuízo da responsabilidade dos órgãos de segurança pública arrolados no art. 144 da Constituição Federal, em especial das Polícias Militares e Civis dos Estados, proceder à investigação, dentre outras, das seguintes infrações penais
404
Lei nº 10.446/2002 (Atribuições Extraordinárias da PF) A PF pode atuar de forma extraordinária em casos não previstos no rol trazido pela lei?
Presentes os requisitos (repercussão internacional ou interestadual que exija repressão uniforme), nos casos não previstos no rol trazido pela lei, a atuação da PF depende de autorização ou determinação do Ministro da Justiça Art. 1º (...) Parágrafo único. Atendidos os pressupostos do caput, o Departamento de Polícia Federal procederá à apuração de OUTROS CASOS, desde que tal providência seja autorizada ou determinada pelo Ministro de Estado da Justiça.
405
Lei nº 10.446/2002 (Atribuições Extraordinárias da PF) I – sequestro, cárcere privado e extorsão mediante sequestro (arts. 148 e 159 do Código Penal), se o agente foi impelido por motivação política OU quando praticado em razão da _________ __________ exercida pela vítima
função pública
406
Lei nº 10.446/2002 (Atribuições Extraordinárias da PF) O crime de formação de cartel cabe atuação extraordinária da PF?
Sim, desde que presentes os requisitos gerais II – formação de cartel (incisos I, a, II (em vigor), III e VII do art. 4º da Lei nº 8.137, de 27 de dezembro de 1990);
407
Lei nº 10.446/2002 (Atribuições Extraordinárias da PF) IV – furto, roubo ou receptação de cargas, inclusive bens e valores, transportadas em operação interestadual ou internacional, quando houver ___________ da atuação de quadrilha ou bando em mais de um Estado da Federação
indícios
407
Lei nº 10.446/2002 (Atribuições Extraordinárias da PF) III – relativas à violação a direitos humanos, que a República Federativa do Brasil se comprometeu a reprimir em decorrência de tratados ____________ de que seja parte
internacionais
408
Lei nº 10.446/2002 (Atribuições Extraordinárias da PF) VI - furto, roubo ou dano contra instituições financeiras, incluindo agências bancárias ou caixas eletrônicos, quando houver indícios da atuação de associação criminosa em mais de um Estado da Federação. É necessário que essa instituição financeira seja pública?
Não
408
Lei nº 10.446/2002 (Atribuições Extraordinárias da PF) V - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou __________ e venda, inclusive pela internet, depósito ou distribuição do produto falsificado, corrompido, adulterado ou alterado (art. 273, CP).
medicinais
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Lei nº 10.446/2002 (Atribuições Extraordinárias da PF) VII – quaisquer crimes praticados por meio da rede mundial de computadores que difundam conteúdo misógino O que são crimes de conteúdo misógino?
Definidos como aqueles que propagam o ódio ou a aversão às mulheres
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Lei nº 10.446/2002 (Atribuições Extraordinárias da PF) Se o titular de secretaria de determinado estado da Federação for sequestrado e o caso tiver repercussão interestadual ou internacional que exija repressão uniforme, então a investigação a ser feita pelo DPF dependerá de autorização do Ministro da Justiça?
Independerá de autorização, se o crime for cometido em razão da função pública exercida ou por motivação política
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Lei nº 10.446/2002 (Atribuições Extraordinárias da PF) A apuração das infrações penais praticadas contra empresas públicas da União somente é de competência da Polícia Federal caso tenham repercussão interestadual, exigindo repressão uniforme. C ou E?
E. Empresa pública está no âmbito da atuação ordinária da Polícia Federal Art. 144. (...) § 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se a: (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998) I – apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;
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Lei nº 10.446/2002 (Atribuições Extraordinárias da PF) Cabe à _______ ________ apurar infrações penais cometidas contra a ordem política ou em detrimento de bens, serviços ou interesses da União ou outros delitos de repercussão interestadual.
Polícia Federal. É uma atuação ordinária da PF Art. 144. (...) § 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se a: (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998) I – apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;
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Lei nº 10.446/2002 (Atribuições Extraordinárias da PF) Nos casos de infrações penais cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, o Departamento de Polícia Federal poderá apurar outras hipóteses que não as expressamente arroladas na Lei n. 10.446/2002, desde que tal providência seja autorizada ou determinada pelo __________
A autorização deve partir do Ministro da Justiça.