ITU Flashcards
Qual é o principal agente etiológico da Infecção do Trato Urinário (ITU)?
Escherichia coli.
Em que situação clínica deve-se suspeitar de ITU em crianças menores de 2 anos?
Febre sem sinais localizatórios.
Quais são os exames necessários para o diagnóstico de ITU?
Urina tipo 1 (EAS) e urocultura, para identificar leucocitúria e bacteriúria.
Qual é o tratamento empírico recomendado para ITU até o resultado da urocultura?
Amoxicilina-clavulanato ou cefuroxima.
Quais exames de seguimento devem ser solicitados após o diagnóstico de ITU e em que situações?
O seguimento pode incluir uretrocistografia miccional para avaliar o refluxo vesicoureteral, principalmente em casos de ITU recorrente ou anormalidades no ultrassom renal.
Como é feita a graduação do refluxo vesicoureteral?
A graduação do refluxo vesicoureteral é realizada por meio da uretrocistografia miccional, que avalia o grau de refluxo de urina dos ureteres para a bexiga.
: O que é uma Infecção do Trato Urinário (ITU) e qual a sua prevalência na infância?
A ITU é uma infecção bacteriana comum na infância, responsável por até 14% das consultas anuais no pronto-socorro, sendo uma causa importante de febre sem sinais localizatórios em lactentes.
Quais são as formas clínicas de apresentação da ITU?
Cistite (infecção restrita à bexiga urinária) e pielonefrite (infecção que acomete os ureteres e rins, podendo causar cicatriz renal persistente).
Quais são as possíveis complicações de uma ITU não tratada de forma adequada?
Hipertensão arterial sistêmica e insuficiência renal crônica.
Qual a diferença entre cistite e pielonefrite?
Cistite é a infecção restrita à bexiga urinária, enquanto pielonefrite envolve o acometimento dos ureteres e rins, podendo causar danos renais permanentes.
Por que infecções da uretra não são consideradas ITU?
Para ser considerada ITU, é necessário o comprometimento pelo menos da bexiga; infecções restritas à uretra não são classificadas como ITU.
Qual o padrão de incidência de ITU em relação ao sexo e faixa etária?
É mais comum em meninas, exceto no primeiro ano de vida, onde o predomínio pode ser masculino. Tem um pico bimodal de incidência em pré-escolares (3-5 anos) e na adolescência.
Quais fatores estão associados ao risco aumentado de ITU?
Fatores relacionados ao hospedeiro, como alterações anatômicas ou funcionais do trato urinário e hábitos de higiene inadequados.
Quais são os principais fatores de risco de ITU relacionados ao hospedeiro em lactentes?
Idade < 1 ano (principalmente < 3 meses), sexo feminino, raça branca, e ausência de circuncisão nos meninos.
Qual é a prevalência de ITU em lactentes não circuncidados em comparação aos circuncidados?
A prevalência de ITU é de 20% em lactentes não circuncidados e 2,4% em lactentes circuncidados.
Como a circuncisão afeta o risco de ITU em meninos lactentes?
A circuncisão reduz o risco de ITU, pois a colonização do prepúcio, especialmente por Proteus, facilita a ascensão bacteriana e o desenvolvimento da infecção.
: Quais são as malformações do trato urinário que aumentam o risco de ITU?
Malformações obstrutivas, como obstrução da junção pieloureteral e ureterovesical, válvula de uretra posterior, e refluxo vesicoureteral.
Quais anormalidades funcionais do trato urinário estão associadas a um maior risco de ITU?
: Bexiga neurogênica e disfunção miccional.
Como a epidemiologia da ITU varia conforme a idade e o sexo das crianças?
No primeiro ano de vida, a ITU é mais comum em meninos (3,7%) do que em meninas (2%). No período neonatal, 20,3% dos meninos são afetados contra 5% das meninas. Após essa idade, as ITUs tornam-se mais comuns em meninas.
Quais fatores não relacionados ao trato urinário contribuem para o aumento do risco de ITU?
Instrumentação do trato urinário (como cateteres), constipação intestinal, imunossupressão, atividade sexual, e predisposição genética.
Qual é o principal mecanismo de desenvolvimento da ITU?
A maioria das ITUs ocorre pela ascensão de bactérias que colonizam a região periuretral (flora intestinal) através da uretra até a bexiga.
: Qual é a principal bactéria implicada nas ITUs comunitárias e quais fatores de virulência ela possui?
Escherichia coli uropatogênica é a principal bactéria, com fatores de virulência como fímbrias do tipo P, flagelos, antígeno polissacarídeo da cápsula, fator 1 neutralizante citotóxico e secreção de siderófilos.
: Quais são as principais bactérias causadoras de ITU e suas prevalências?
- Escherichia coli uropatogênica: 54-67%
Proteus mirabilis: 5-12%
Klebsiella pneumoniae: 6-7%
Enterococcus: 3-9%
Pseudomonas: 2-6%
: Como as fímbrias do tipo P da Escherichia coli uropatogênica contribuem para a patogenicidade da bactéria?
As fímbrias do tipo P permitem a ligação aos digalactosídeos das células uroepiteliais, ajudando a resistir ao clareamento pelo fluxo urinário.
Qual é o papel dos flagelos na patogenicidade da Escherichia coli uropatogênica?
Os flagelos garantem a mobilidade da bactéria no trato urinário, facilitando a colonização e infecção.
Como o antígeno polissacarídeo da cápsula da Escherichia coli contribui para a infecção?
Ele impede a fagocitose e a lise induzida por complemento, ajudando a bactéria a evadir o sistema imunológico do hospedeiro.
: O que são siderófilos e como eles ajudam a Escherichia coli a sobreviver no trato urinário?
Siderófilos são proteínas que capturam ferro do hospedeiro e são reinternalizadas pela bactéria, permitindo que ela utilize os nutrientes do hospedeiro para sobreviver e proliferar.
Quais fatores de risco estão associados à ITU causada por Proteus mirabilis e Staphylococcus saprophyticus?
Proteus mirabilis: lactentes não circuncidados.
Staphylococcus saprophyticus: adolescentes do sexo feminino com vida sexual ativa.
Quais condições estão associadas a um maior risco de ITU por Pseudomonas e Candida?
Pseudomonas: imunossupressão ou pós-manipulação cirúrgica do trato urinário.
Candida e outros fungos: antibioticoterapia de amplo espectro prolongada, cateteres urinários e imunossupressão.
Quando é mais provável a ocorrência de ITU por bactérias diferentes de Escherichia coli?
Em casos de malformações do trato urinário, idade jovem e antibioticoterapia prévia.
: Em quais situações a disseminação hematogênica de ITU é mais comum, e quais os microrganismos mais implicados?
: A disseminação hematogênica é mais comum em recém-nascidos, crianças com imunodeficiências, na sepse e em anomalias obstrutivas do trato urinário. Os microrganismos mais implicados são: Streptococcus do grupo B, Staphylococcus aureus, Candida e Salmonella.
: Qual é a principal manifestação de ITU viral e em qual grupo de pacientes é mais comum?
A ITU viral se manifesta principalmente como cistite, como a cistite hemorrágica por adenovírus 11 e 21, que é autolimitada, dura de 4 a 7 dias e é mais comum em meninos pré-escolares.
Quem está em risco de desenvolver pielonefrite viral?
Imunodeprimidos.
: Quais fatores da história clínica e do exame físico indicam maior predisposição à ITU em crianças?
Doença renal ou ITU prévia, malformações do trato urinário, litíase, constipação intestinal, hábito urinário alterado, massas abdominais, secreção vaginal ou peniana, fimose em meninos, e aderências ou corpos estranhos na região genital.
O que é o sinal de Giordano e o que sua presença indica?
: O sinal de Giordano é a dor à punho-percussão da loja renal (ângulo costofrênico). A presença desse sinal é indicativa de pielonefrite, mas sua ausência não exclui o diagnóstico.
: Por que é difícil diferenciar cistite de pielonefrite em recém-nascidos e lactentes?
Em recém-nascidos e lactentes, a sintomatologia é inespecífica e, portanto, não permite diferenciar entre cistite e pielonefrite. Nesses casos, o tratamento deve ser sempre como pielonefrite.