INFEC. VIAS AÉREAS SUP Flashcards
Qual é a evolução típica do resfriado comum?
O resfriado comum geralmente dura de 7 a 10 dias. Os sintomas, como coriza, espirros, congestão nasal e dor de garganta, tendem a melhorar após o terceiro dia. Febre pode ocorrer nos primeiros dias, especialmente em crianças.
Qual é o tratamento recomendado para o resfriado comum?
O tratamento é sintomático, incluindo hidratação, repouso, analgésicos (como paracetamol ou ibuprofeno) para febre e dor, e descongestionantes nasais. Antibióticos não são indicados.
Quais são as formas de apresentação da Covid-19 em crianças?
Assintomática, sintomas leves (febre, tosse, fadiga), sintomas gastrointestinais (diarreia, dor abdominal) e formas graves como a Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P).
O que é a Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P
Condição grave associada à Covid-19 caracterizada por febre persistente, inflamação multissistêmica e sintomas que podem envolver pele, mucosas, sistema cardiovascular, gastrointestinal e neurológico.
Quais são os critérios diagnósticos para sinusite aguda?
Sintomas persistentes (>10 dias), febre alta com secreção nasal purulenta por 3-4 dias, ou piora dos sintomas após melhora inicial.
Como diferenciar celulite periorbitária de celulite intraorbitária?
Celulite periorbitária envolve tecidos ao redor do olho sem comprometimento visual ou dor ao mover os olhos; celulite intraorbitária apresenta proptose, comprometimento visual, e dor ao mover os olhos.
Qual é o tratamento padrão para sinusite aguda?
Antibióticos (amoxicilina ou amoxicilina-clavulanato) e descongestionantes nasais para casos bacterianos confirmados.
Quais são os principais agentes etiológicos da otite média aguda?
Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae, e Moraxella catarrhalis.
Como é realizado o diagnóstico clínico da otite média aguda?
Otoscopia mostrando abaulamento da membrana timpânica, opacificação, diminuição da mobilidade, ou otorreia.
Qual é o tratamento de escolha para otite média aguda?
: Amoxicilina é o antibiótico de primeira linha; analgesia com paracetamol ou ibuprofeno.
: Quando suspeitar de faringite estreptocócica?
Em presença de febre alta, exsudato amigdaliano, ausência de tosse e linfadenopatia cervical anterior.
O que é a Síndrome PFAPA?
: Síndrome de febre periódica com estomatite aftosa, faringite e adenite cervical; autolimitada e recorrente em crianças.
: Quais são as características clínicas do crupe?
Tosse “latido”, estridor inspiratório, rouquidão e desconforto respiratório, geralmente precedidos por sintomas de infecção respiratória viral.
Qual é o tratamento indicado para o crupe?
Nebulização com epinefrina e corticosteroides orais (dexametasona); oxigênio e intubação em casos graves.
: Quais são as estruturas que compõem o trato respiratório superior?
Nariz, cavidades nasais, faringe e laringe.
Quais tipos de epitélio revestem as vias respiratórias e onde cada tipo está localizado?
Epitélio pavimentoso estratificado reveste a orofaringe e a nasofaringe; epitélio colunar ciliado reveste os seios paranasais, a orelha média e as vias aéreas abaixo da epiglote.
Qual é o desafio na interpretação das culturas das vias aéreas superiores?
Distinguir entre a condição de portador assintomático e uma infecção ativa.
Por que as crianças são consideradas importantes na disseminação de vírus respiratórios?
Devido à interação frequente com outras crianças, exploração oral do ambiente, troca de brinquedos e menor imunidade específica.
Qual a diferença entre gotículas e aerossóis em termos de transmissão de vírus respiratórios?
Gotículas (>5 micra) se depositam rapidamente e têm curta distância de transmissão (cerca de 1 metro); aerossóis (<5 micra) permanecem no ar por horas, percorrem distâncias maiores e podem atingir pequenas vias aéreas.
Como prevenir a transmissão de vírus por gotículas e por aerossóis?
: Gotículas: uso de máscara cirúrgica; Aerossóis: uso de máscaras N95.
Quais fatores de risco aumentam a frequência de infecções de vias aéreas superiores em crianças?
Frequentar creche e contato frequente com outras crianças.
O que é a nasofaringite aguda e qual a sua prevalência?
Também conhecida como resfriado comum, é a doença aguda mais frequente no mundo, com 500 milhões de casos por ano.
Qual é a incidência média de episódios de nasofaringite aguda em pré-escolares e adultos?
Pré-escolares têm de 5 a 7 episódios por ano; adultos têm de 2 a 3 episódios por ano.
Qual é a etiologia mais comum da nasofaringite aguda?
É de etiologia viral, com o rinovírus sendo o agente mais comum, responsável por 30 a 50% dos casos. Outros agentes incluem coronavírus, influenza, parainfluenza, Vírus Sincicial Respiratório (VSR) e adenovírus.
Quais vírus predominam no outono e no final da primavera, e quais predominam no inverno e na primavera?
Rinovírus e parainfluenza predominam no outono e no final da primavera; VSR, adenovírus e coronavírus predominam no inverno e na primavera.
Quais são as principais formas de transmissão da nasofaringite aguda?
Contato com mãos e objetos contaminados com secreções infectadas, além de transmissão respiratória por gotículas e aerossóis.
Qual é o período de transmissão da nasofaringite aguda em relação ao início dos sintomas?
A transmissão ocorre de 2 dias antes até 5 dias após o início dos sintomas, com pico entre o 2º e o 3º dia da doença.
Quais são os principais sintomas da nasofaringite aguda e como evoluem?
Obstrução nasal, coriza (inicialmente hialina, depois purulenta), espirros, tosse (seca no início, depois produtiva), febre, cefaleia, dor de garganta e mialgia. Os sintomas nasais e tosse podem durar até 15 dias; febre dura 24-48 horas.
Qual é o período de incubação e o pico de gravidade dos sintomas na nasofaringite aguda?
Período de incubação é de 2 a 5 dias. O pico de gravidade ocorre entre 3 a 6 dias após o início dos sintomas.
Por que a presença de secreção nasal amarelada não é específica de sinusite?
Porque é comum no resfriado comum a secreção nasal evoluir para amarelada durante o curso normal da infecção.
: Como é feito o diagnóstico do resfriado comum?
O diagnóstico é clínico, sem necessidade de exames complementares, diferenciando de outras IVAS e doenças alérgicas como a rinite alérgica.
: Quais são os diagnósticos diferenciais da nasofaringite aguda?
Faringite bacteriana, sinusite bacteriana e rinite alérgica.
Qual é o tratamento recomendado para a nasofaringite aguda?
Tratamento de suporte com antitérmicos para febre, inalação e lavagem nasal com soro fisiológico. Anti-histamínicos e descongestionantes não são recomendados para menores de 5 anos.
Quais são os riscos associados ao uso de descongestionantes nasais em crianças menores de 5 anos?
Risco de intoxicação por derivados imidazolínicos, como a nafazolina, que pode causar bradicardia, hipotermia e sonolência.
Qual é o manejo da intoxicação por nafazolina em crianças?
Tratamento de suporte até a melhora do paciente, que pode ocorrer entre 12 a 24 horas.
Qual é a prevalência da influenza no mundo, de acordo com a OMS?
Anualmente, 5 a 10% dos adultos e 20 a 30% das crianças são infectadas.
Quais grupos de risco são mais suscetíveis a casos graves, complicações e óbitos por influenza?
Idosos, crianças menores de 2 anos, gestantes, puérperas, portadores de doenças crônicas e imunossuprimidos.
Quais são os tipos de vírus influenza que infectam humanos e suas características principais?
Tipos A e B. O Influenza A pode infectar outras espécies e possui subtipos H1N1 e H3N2. O Influenza B é dividido em linhagens Victoria e Yamagata.
Como o vírus influenza A é classificado?
Com base em suas glicoproteínas de superfície: hemaglutinina (18 subtipos) e neuraminidase (11 subtipos). A hemaglutinina facilita a adesão e fusão celular, enquanto a neuraminidase permite a liberação do vírus da célula infectada.
Qual é o período de transmissão do vírus influenza e por que as crianças são mais transmissoras?
De 1 a 2 dias antes até 5 dias após o início dos sintomas. Crianças excretam o vírus mais precocemente, com maior carga viral e por períodos mais longos (7 a 10 dias).
Em quais condições climáticas o vírus influenza se dissemina com mais facilidade?
Em clima frio e seco, geralmente entre maio e setembro no hemisfério sul, que favorece a disseminação, sobrevivência do vírus e depressão do sistema imunológico do hospedeiro.
Qual é a função das glicoproteínas HA1 e HA2 da hemaglutinina no vírus influenza?
HA1 é responsável pela adesão viral aos receptores de ácido siálico nas células do trato respiratório; HA2 facilita a fusão entre o envelope viral e a membrana celular.
O que caracteriza a síndrome gripal de acordo com a definição atual do Ministério da Saúde?
Quadro respiratório agudo com pelo menos dois dos seguintes sintomas: febre, calafrios, dor de garganta, dor de cabeça, tosse, coriza, distúrbios olfativos ou gustativos.
Quais são os sintomas mais comuns da síndrome gripal em crianças?
Febre súbita e alta (até o 3º dia), coriza, tosse não produtiva, rouquidão e odinofagia. Sintomas gastrointestinais podem ocorrer em até 30% dos casos.
Como diferenciar a infecção por influenza de outras infecções virais respiratórias?
Influenza pode ser sugerida por mialgia e sintomas gastrointestinais (mais comuns na influenza B), tosse e expectoração (influenza A H1N1) e sintomas nasais proeminentes (influenza A H3N2).
Qual é o método de diagnóstico de certeza para a infecção por influenza e quando ele deve ser realizado?
Identificação do vírus influenza em amostra de secreção nasofaríngea colhida por swab nas primeiras 72 horas de sintomas. Métodos incluem imunofluorescência, teste rápido antigênico e PCR.
Quando suspeitar de complicação bacteriana secundária após uma infecção por influenza?
Na presença de piora dos sintomas após 5 dias do início ou persistência dos sintomas acima de 10 dias. Outros sinais incluem rinorreia unilateral, febre alta, dificuldade respiratória e toxemia.
Quais são as complicações bacterianas mais comuns em crianças após infecção por influenza?
Otite Média Aguda (OMA) em cerca de 20% dos casos e rinossinusite aguda em 3,5% dos casos.
Qual a duração típica da síndrome gripal e quais sintomas podem persistir por mais tempo?
Duração de 3 a 5 dias; tosse e mal-estar podem persistir por cerca de 2 semanas.
O que é Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e quais são seus fatores de risco?
É uma evolução grave da síndrome gripal, mais comum em menores de 2 anos ou pacientes com doenças de base.
Quais são os sinais de gravidade que definem a SRAG em pacientes com síndrome gripal?
Dispneia ou desconforto respiratório, pressão persistente no tórax, saturação de O2 < 95% em ar ambiente, coloração azulada nos lábios ou rosto.
Quais sinais adicionais indicam SRAG em crianças?
Batimentos de asa nasal, cianose, tiragem intercostal, desidratação e/ou inapetência.
Como deve ser manejada a SRAG e quais são suas possíveis complicações?
Deve ser manejada em ambiente hospitalar devido ao risco de insuficiência respiratória e necessidade de suporte ventilatório. Outras complicações incluem hemorragia pulmonar, encefalopatia e choque séptico.
: Quais características clínicas estão associadas a um pior prognóstico de SRAG em crianças?
Idade mais avançada (acima de 3 anos), saturação de O2 < 90% na admissão, necessidade de FiO2 > 60%, pneumorragia, encefalopatia, choque séptico, aumento de transaminases > 100 UI/L, e DHL > 500 UI/L.
Qual é a abordagem geral para o tratamento da síndrome gripal e SRAG?
Medidas de suporte, hidratação, repouso e uso de medicamentos sintomáticos como analgésicos e antitérmicos.
Quais precauções devem ser tomadas para pacientes internados com síndrome gripal?
Precauções de contato e gotículas; uso de máscara N95 durante procedimentos que gerem aerossóis, como aspiração e intubação.
Qual é a eficácia e a importância do uso de antivirais no tratamento da influenza?
Antivirais, como oseltamivir e zanamivir, reduzem sintomas, complicações, hospitalizações e mortalidade, sendo mais eficazes quando iniciados nas primeiras 48 horas de sintomas.
Em quais situações o Ministério da Saúde recomenda o uso de antivirais para influenza?
: Em indivíduos com síndrome gripal com fatores de risco para complicações (como crianças, gestantes, idosos, entre outros) e em casos de SRAG.
Quais são os antivirais indicados para o tratamento da influenza e como são administrados?
Oseltamivir (via oral, 12/12 horas por 5 dias) e zanamivir (via inalatória, 12/12 horas por 5 dias).
Quais são as contraindicações do uso de zanamivir no tratamento da influenza?
Contraindicado em menores de 5 anos, pacientes com doença respiratória crônica (risco de broncoespasmo grave), e em pacientes em ventilação mecânica (risco de obstrução dos circuitos do ventilador).
Por que a síndrome gripal e a SRAG são consideradas de notificação compulsória?
Devido à sua alta transmissibilidade e potencial de evolução para casos graves e complicações, especialmente em populações de risco.
Quais são as principais medidas de prevenção para reduzir a transmissão do vírus influenza?
Higienização frequente das mãos com álcool em gel (na ausência de sujidade visível), evitar contato próximo com infectados, e praticar a “etiqueta da tosse” (cobrir o rosto ao tossir e evitar usar as mãos para tossir ou limpar o nariz).
Como a vacinação ajuda na prevenção da influenza e como é determinada a composição da vacina?
A vacinação previne a influenza, mas sua eficácia depende da correspondência com as cepas circulantes. A OMS atualiza as vacinas anualmente com base na prevalência das cepas dos últimos 5 a 8 meses.
Quais são os tipos de vacinas contra a influenza disponíveis no Programa Nacional de Imunizações (PNI) e no setor privado?
O PNI utiliza a vacina trivalente (uma cepa de influenza A H1N1, uma de A H3N2 e uma de B - linhagem Victoria ou Yamagata). Vacinas tetravalentes, que contêm ambas as linhagens de influenza B (Victoria e Yamagata), estão disponíveis no setor privado.
Qual é a recomendação de primovacinação para crianças menores de 9 anos contra a influenza?
Realizar duas doses da vacina com intervalo de um mês entre elas.
Qual é a eficácia esperada das vacinas contra a influenza, mesmo quando as cepas são compatíveis?
A eficácia varia de 40 a 60%, o que significa que mesmo pessoas vacinadas podem desenvolver síndrome gripal ou SRAG.
O que é a quimioprofilaxia e para quem é indicada na prevenção da influenza?
É o uso de antivirais (oseltamivir ou zanamivir) uma vez ao dia por 10 dias para contatos de casos identificados de influenza. Indicada para indivíduos de alto risco para infecção ou complicações e deve ser iniciada em até 48 horas após o contato.
Para quais pessoas é indicada a quimioprofilaxia contra influenza se não foram vacinadas ou vacinadas há menos de 2 semanas?
Pessoas com risco elevado de complicações.
Quando a quimioprofilaxia é indicada para crianças menores de 9 anos com fatores de risco?
Se foram expostas a um caso suspeito no intervalo entre a 1ª e a 2ª dose da vacina ou com menos de 2 semanas após a 2ª dose.
Quem são os candidatos à quimioprofilaxia por apresentarem graves deficiências imunológicas?
Pessoas com graves deficiências imunológicas ou outros fatores que possam interferir na resposta à vacinação contra influenza.
: Em quais situações profissionais de laboratório são indicados para quimioprofilaxia?
Se não vacinados ou vacinados há menos de 15 dias e que manipularam amostras clínicas de origem respiratória contendo o vírus influenza sem uso adequado de EPIs.
Quais trabalhadores de saúde são indicados para quimioprofilaxia contra influenza?
Aqueles não vacinados ou vacinados há menos de 15 dias que estiveram envolvidos em procedimentos invasivos geradores de aerossóis ou na manipulação de secreções de casos confirmados, sem uso adequado de EPIs.
: Em que circunstâncias os residentes de alto risco em instituições fechadas devem receber quimioprofilaxia para influenza?
Durante surtos de influenza em instituições fechadas ou hospitais de longa permanência.
Qual é a relevância da COVID-19 na infância em termos de gravidade e mortalidade?
: Crianças e adolescentes geralmente apresentam formas leves ou assintomáticas. Em 2020, representaram menos de 2,5% das internações e apenas 0,62% das mortes por COVID-19 no Brasil.
Quais fatores podem explicar a menor gravidade da COVID-19 em crianças?
Menor expressão do receptor ACE2 nas células das vias aéreas, dificultando a entrada do vírus, e uma resposta imune inata menos propensa a tempestades de citocinas.
Quais são as condições que aumentam o risco de gravidade da COVID-19 em crianças?
Idade inferior a 1 ano, cardiopatias, pneumopatias, hemoglobinopatias, neuropatias, nefropatias, hepatopatias, doenças associadas à imunossupressão, diabetes mellitus, obesidade, gestação e puerpério.
Quais são os sintomas mais comuns da COVID-19 em pacientes pediátricos?
: Febre, tosse, coriza, obstrução nasal, dor de garganta, mialgia, dispneia, diarreia e vômitos. Sintomas gastrointestinais são mais comuns em menores de 3 anos, e sintomas álgicos e alterações de olfato e paladar são mais comuns em adolescentes.
Como a apresentação clínica da COVID-19 pediátrica pode ser diferenciada de outras infecções virais respiratórias?
Clinicamente, não é possível diferenciar a COVID-19 de outras infecções virais respiratórias apenas pelos sintomas, como febre e tosse, que são comuns a várias viroses.
Por que a febre como sintoma único não exclui o diagnóstico de COVID-19 em crianças?
A febre pode ser o único sintoma isolado de COVID-19 (quadro de febre sem sinais localizatórios) e a ausência de febre não é suficiente para descartar a infecção.
: Como é a taxa de transmissão do SARS-CoV-2 em crianças em comparação aos adultos?
A taxa de transmissão do SARS-CoV-2 em crianças não é maior do que a dos adultos infectados, sendo até menor em alguns casos.
O que é a Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P) e quando ocorre?
: A SIM-P é um quadro pós-infeccioso que ocorre em média 4 semanas após a infecção aguda pelo SARS-CoV-2 e faz parte das manifestações inflamatórias da COVID-19 na infância.
Quais são os critérios diagnósticos da SIM-P?
Febre persistente (> 38ºC) por ≥ 3 dias, elevação de marcadores inflamatórios (VHS, PCR, procalcitonina), evidência de COVID-19 (PCR, teste antigênico, sorológico positivo ou contato com caso confirmado), exclusão de diagnósticos diferenciais, e pelo menos dois achados clínicos específicos.
: Quais são os achados clínicos que podem ser observados na SIM-P?
: Conjuntivite não purulenta, lesão cutânea bilateral, inflamação mucocutânea, manifestações gastrointestinais (diarreia, vômito, dor abdominal), hipotensão ou choque, disfunção miocárdica, pericardite, valvulite, anormalidades coronarianas, e coagulopatia (TP, TTPa, D-dímero elevados).
: Quais doenças inflamatórias apresentam manifestações semelhantes à SIM-P?
Doença de Kawasaki, síndrome de ativação macrofágica e síndrome do choque tóxico.
Quais são as diferenças entre a SIM-P e a doença de Kawasaki?
SIM-P acomete crianças mais velhas, requer febre de menor duração (≥ 3 dias), tem mais manifestações gastrointestinais e maior frequência de disfunção miocárdica e choque.
Quais são os sinais de gravidade em crianças com COVID-19 que podem evoluir para uma condição grave?
Piora aguda do quadro respiratório (SRAG) ou recrudescência dos sintomas semanas após a infecção, caracterizando a SIM-P.
Qual é o método padrão-ouro para o diagnóstico de COVID-19 na fase aguda?
PCR em tempo real, que detecta o material genético (RNA) do vírus em amostras respiratórias.
Quais tipos de amostras respiratórias possuem maior sensibilidade para o PCR na detecção do SARS-CoV-2?
Maior sensibilidade no lavado broncoalveolar, seguido de escarro, swab nasofaríngeo e swab orofaríngeo.
Qual é o momento ideal para a coleta de amostras para o PCR de COVID-19?
Nos primeiros 7 dias de sintomas.
Para que é indicada a sorologia para SARS-CoV-2, e quando deve ser feita?
Indicada para avaliação de infecção prévia, como no diagnóstico de SIM-P. Deve ser coletada a partir de 7 dias de sintomas.
Quando está indicada a realização de tomografia de tórax em crianças com suspeita de COVID-19?
Apenas na presença de achados duvidosos na radiografia de tórax e na investigação de complicações, não sendo indicada para todos os casos com sintomas respiratórios.
Quais achados de imagem podem ser encontrados em tomografias de tórax de crianças com COVID-19?
Infiltrados subpleurais em vidro-fosco, condensações em halo uni ou bilaterais e espessamento brônquico, embora não sejam patognomônicos.
Quais exames são essenciais em pacientes pediátricos com suspeita de SIM-P?
Ecocardiograma para avaliação da função cardíaca, eletrocardiograma e, em casos de disfunção miocárdica grave, ressonância nuclear magnética cardíaca e angiotomografia computadorizada.
Qual é a recomendação para exames de imagem em pacientes pediátricos com COVID-19 que apresentam apenas síndrome gripal?
Não há necessidade de exames de imagem, pois eles não mudam a conduta nesses casos sem gravidade.
Qual é o manejo clínico geral da COVID-19 na infância?
Medidas de suporte, com atenção à possibilidade de piora clínica a partir da 2ª semana devido à “tempestade de citocinas”.
Quando o uso de antivirais e antibióticos é indicado no tratamento da COVID-19 em crianças?
Não há recomendação para o uso sistemático de antivirais; antibióticos devem ser reservados para casos de suspeita ou confirmação de complicação bacteriana.
: Qual é a recomendação sobre o uso de terapia antitrombótica na COVID-19 pediátrica?
Não é recomendada de rotina; deve ser considerada de forma individualizada com base nos fatores de risco e achados laboratoriais.
Quando o uso de corticoides, como a dexametasona, é recomendado em crianças com COVID-19?
: Não é recomendada de rotina, mas pode ser considerada na SRAG e como terapia adjunta na SIM-P.
: Como é o manejo da Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P)?
Semelhante ao tratamento da doença de Kawasaki, com imunoglobulina humana intravenosa e ácido acetil salicílico (AAS) em doses altas na fase febril, seguidas de doses baixas de manutenção.
O que pode ser considerado nos casos de falha de resposta ao tratamento com imunoglobulina na SIM-P?
Uso de metilprednisolona em doses altas (pulsoterapia).
Por que gestantes são consideradas um grupo de risco para COVID-19?
Devido à sua maior morbimortalidade em comparação à população geral.
O que demonstraram os estudos sobre a presença do vírus SARS-CoV-2 em placenta, líquido amniótico, sangue de cordão umbilical e leite materno?
Não há presença do vírus nessas amostras, mas anticorpos contra o SARS-CoV-2 foram detectados, sugerindo proteção por imunização passiva.
: Como ocorre a transmissão da COVID-19 para o recém-nascido?
: A transmissão ocorre principalmente pela via respiratória (gotículas de cuidadores infectados) e pelo contato com secreções infectadas.
Quais medidas são necessárias para reduzir o risco de infecção por COVID-19 em recém-nascidos filhos de mães infectadas?
Medidas de prevenção incluem minimizar o contato com secreções infectadas e adotar precauções respiratórias, além de medidas para proteger os profissionais de saúde envolvidos no parto.
Qual é a importância da imunização passiva em recém-nascidos de mães com COVID-19 ou vacinadas contra a doença?
A imunização passiva, demonstrada pela presença de anticorpos contra o SARS-CoV-2, pode ajudar a proteger o recém-nascido contra a infecção.
Qual é a paramentação recomendada para a equipe de saúde na sala de parto de mãe com COVID-19?
A equipe deve usar avental, luvas, óculos ou protetor facial, gorro e máscara N95 ou PFF-2.
Quais são as recomendações sobre o clampeamento do cordão umbilical em recém-nascidos de mães com COVID-19?
O clampeamento tardio pode ser feito (1 a 3 minutos para RN > 34 semanas e 30 a 60 segundos para RN < 34 semanas), mas o RN não deve ser posicionado sobre o abdome ou tórax materno durante esse período.
O contato pele-a-pele imediato é recomendado para recém-nascidos de mães com COVID-19?
: Não, o recém-nascido deve ser encaminhado para cuidados de rotina sem contato pele-a-pele imediato, mesmo se estiver com boa vitalidade.
Quando a amamentação e o contato são liberados para recém-nascidos de mães com COVID-19?
: Apenas quando medidas de higiene e prevenção forem adotadas, como uso de máscara pela mãe e ausência de secreções infectantes.
Quais são as recomendações para manobras de reanimação neonatal em recém-nascidos de mães com COVID-19?
As manobras devem ser realizadas a uma distância mínima de 2 metros da mãe.
Em quais condições o recém-nascido pode ser encaminhado para alojamento conjunto com a mãe após o parto?
: Se o recém-nascido estiver em boas condições clínicas, ele pode ficar em alojamento conjunto em um quarto privativo, com aleitamento materno mantido seguindo medidas de precaução (lavagem das mãos e uso de máscara pela mãe).
O que pode ser feito caso a mãe não se sinta segura em amamentar o recém-nascido diretamente?
Pode ser feita a ordenha do leite materno e a oferta do leite por copo ou colher por um cuidador saudável, mas essa opção não é obrigatória e depende da escolha da mãe.
Quais são os seios paranasais e quais estão presentes ao nascimento?
Os seios paranasais são os seios maxilares, etmoidais, frontais e esfenoidais. Ao nascimento, apenas os seios maxilares e etmoidais estão formados.
Quando começam a se formar os seios esfenoidais e frontais?
Os seios esfenoidais começam a se formar entre 2 e 3 anos de idade, e os seios frontais entre 3 e 4 anos de idade.
: Quando ocorre a completa aeração dos seios maxilares, etmoidais e esfenoidais?
A completa aeração dos seios maxilares, etmoidais e esfenoidais ocorre até os 13 a 14 anos de idade.
Como é o desenvolvimento dos seios frontais ao longo da vida?
Os seios frontais continuam a crescer e aerar mesmo após os 18 anos de idade.
O que é sinusite e quando é chamada de rinossinusite?
Sinusite é o processo inflamatório da mucosa dos seios paranasais. É chamada de rinossinusite quando há acometimento associado da mucosa nasal.
Qual é a causa mais comum de rinossinusite infecciosa e como é seu curso clínico?
A rinossinusite viral é a mais comum, sendo um quadro autolimitado com curso clínico semelhante ao da nasofaringite aguda.
Qual porcentagem dos resfriados comuns evolui para rinossinusite bacteriana, e quais são os fatores de risco?
Apenas 5 a 10% dos resfriados comuns evoluem para rinossinusite bacteriana. Fatores de risco incluem crianças de 4 a 7 anos, sazonalidade de vírus respiratórios (outono e inverno), tabagismo passivo, rinite alérgica, hipertrofia de adenoide, desvio de septo e pólipo nasal.
Quais são os três fatores relacionados à patogênese viral que contribuem para a sinusite bacteriana?
Obstrução do óstio do seio paranasal, disfunção ciliar e espessamento do muco produzido nos seios da face.
Como a falha nos mecanismos de clareamento mucociliar contribui para a sinusite bacteriana?
A falha no clareamento mucociliar cria um ambiente propício para a proliferação bacteriana nos seios paranasais.
Quais são as principais bactérias envolvidas na sinusite bacteriana em crianças e suas respectivas frequências?
Streptococcus pneumoniae: 30%
Moraxella catarrhalis: 20%
Haemophilus influenzae não tipável: 20%.
Como a vacinação contra o pneumococo (pneumo10V) influenciou a etiologia da sinusite bacteriana?
A vacinação reduziu a importância relativa do Streptococcus pneumoniae e aumentou a frequência de Haemophilus influenzae não tipável.
Quais são os agentes etiológicos mais comuns em complicações de sinusite bacteriana?
Staphylococcus aureus e anaeróbios.
Quais tipos de infecções podem ocorrer em pacientes imunocomprometidos com sinusite?
: Infecções fúngicas, principalmente por Aspergillus.
Como o quadro clínico da sinusite bacteriana se diferencia da nasofaringite viral?
Pela persistência ou piora dos sintomas ao invés de melhora, como seria esperado na nasofaringite viral.
Quais são os três critérios clínicos para o diagnóstico de sinusite bacteriana?
Sintomas persistentes: Coriza nasal e/ou tosse diurna (pior à noite) por mais de 10 dias sem melhora.
Piora da evolução: Piora ou novo início de coriza nasal, tosse diurna ou febre após melhora inicial, geralmente no 6º ou 7º dia de doença.
Sintomas graves: Febre ≥ 39°C com coriza nasal purulenta por mais de 3 dias consecutivos.
O que é o “sinal da vela” e o que ele sugere?
O “sinal da vela” é o gotejamento de secreção amarelo-esverdeada da nasofaringe em direção à orofaringe à oroscopia, altamente sugestivo de sinusite bacteriana.
: Qual exame físico pode indicar sinusite bacteriana?
Palpação dolorosa ou desconfortável da região dos seios da face (maxilar e frontal).
Quais exames de imagem são indicados para sinusite bacteriana e em quais situações?
Exames de imagem como tomografia ou ressonância de seios da face são indicados apenas em casos de suspeita de complicação orbitária ou do sistema nervoso central, ou em infecções persistentes ou recorrentes não responsivas a antibióticos.
Por que exames de imagem de rotina, como raio-X ou tomografia, não são indicados para o diagnóstico de sinusite bacteriana?
Porque alterações nos seios paranasais podem ocorrer mesmo na rinossinusite viral, sem significar infecção bacteriana associada.
Qual é o ponto importante a lembrar sobre o diagnóstico de sinusite bacteriana em provas?
: O diagnóstico de sinusite bacteriana é clínico, e exames complementares não são necessários uma vez que os critérios clínicos estejam presentes.
: Quais são os mecanismos de resistência aos betalactâmicos das bactérias comuns na sinusite bacteriana e suas incidências no Brasil?
Streptococcus pneumoniae: Alteração nas proteínas ligadoras de penicilina (PBPs) - 10-15% (50% com resistência intermediária).
Haemophilus influenzae: Produção de betalactamase - 10-42%.
Moraxella catarrhalis: Produção de betalactamase - 100%.
Streptococcus pneumoniae: Alteração nas proteínas ligadoras de penicilina (PBPs) - 10-15% (50% com resistência intermediária).
Haemophilus influenzae: Produção de betalactamase - 10-42%.
Moraxella catarrhalis: Produção de betalactamase - 100%.