Intoxicações e acidentes por animais peçonhentos Flashcards

1
Q

Qual o acidente com o maior número de notificações no Brasil?

A

O escorpiônico.

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2
Q

O acidente ofídico mais comum é por cobra peçonhenta ou não peçonhenta?

A

Peçonhenta (85%).

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3
Q

Quais as principais cobras peçonhentes do Brasil? Como é o nome do aciedente com elas?

A

Jararaca (principal - botrópico), surucucu (3p - laquético), cascavel (2p - crotálico) e coral (4p - elapídico).

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4
Q

Quais as principais regiões do Brasil com acidente ofídico?

A

Norte e Norteste (> 80% em área rural).

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5
Q

Qual o habitat das principais cobras do Brasil?

A

Jararaca e coral em todo o Brasil, cascavel em campos e áreas aberta e secas e a surucucu em região florestal (amazônica ou atlântica).

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6
Q

Quais são fatores de mau px no acidente ofídico?

A

Uso de torniquete, atraso no soro e picada em extremidades.

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7
Q

Qual o grande marcador das cobras peçonhentas (diferente de venenoso por ter um aparelho inoculador)?

A

A presença da fosseta loreal, sendo um orifício localizado entre os olhos e as narinas, e os dentes inoculadores.
*A cobra coral não apresenta fosseta loreal e com dentes inoculadores pequenos apesar de ser peçonhenta.

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8
Q

Como diferenciar cada cobra por aspectos físicos?

A

Jararaca (caiçara): cauda lisa.
Surucucu: escamas eriçadas.
Cascavel: guizo ou chocalho.
Coral: aneis de várias cores (pretos, brancos e vermelhos).

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9
Q

Como diferenciar a falsa coral da coral?

A

A falsa apresenta a barriga branca e os aneis um pouco diferentes da verdadeira.

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10
Q

Qual o mecanismo de ação da lesão pela picada da jararaca?

A

Ação proteolítica (grande alteração LOCAL) - PRINCIPAL!!!
Outros: coagulante e hemorrágica.

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11
Q

Qual o QC do acidente botrópico?

A

Alteração precoce no local da picada de dor e edema endurado, podendo haver equimose e sangramento local. Pode haver bolha, necrose, abcesso e sd compartimental. Pode haver gengivorraxia, epistaxe e hematúria.

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12
Q

Qual o tratamento para o acidente botrópico?

A

Todo acidente ofídico peçonhento eu irei admnistrar o SORO!!! O que muda é a quantidade de soro administrado.
*Outras medidas: repouso e elevação do membro afetado.

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13
Q

Quanto de soro adm no aciedente botrópico?

A

Leve (manifestações apenas locais e discretas/ausentes): 2-4 amp.
Moderada (manifestações locais evidentes, sem manifestações sistêmicas): 4-8.
Grave (com manifestações sistêmicas): 12.

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14
Q

Qual o mecanismo de ação da lesão pela picada da surucucu (laquético)?

A

Efeito proteolítico!!!
Outros: coagulante, hemorrágico e neurotóxico.

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15
Q

Qual o QC do laquético?

A

Reação inflamatória importante no local, com diferenciação por haver ESTÍMULO VAGAL (!!!), com hipotensão, tonturas, bradicardia, vômitos e diarreia.

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16
Q

Qual dado epidemiológico é importante para pensar em laquético?

A

Acidente em área florestal.

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17
Q

Qual o mecanismo de ação da lesão pela picada crotálica?

A

Ação neurotóxica (impede liberação de Ach - BNM) e miotóxica.
Outros: coagulante.

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18
Q

Qual o QC do crotálico?

A

Efeitos locais são discretos, manifestações neurológicas (ptose palpebral, flacidez, oftalmoplegia - fáscies miastênica -, diplopia, insuficiência respiratória) e miotóxica (rabdomiólise - mialgia, urina escurecida, IRA por NTA).

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19
Q

Quais os labs do crotálico?

A

Elevação de CPK, AST, LDH e aldolase.

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20
Q

Qual o mecanismo de ação da lesão pela picada elapídica?

A

Neurótoxica (BNM).

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21
Q

Qual o QC do acidente elapídico?

A

Dor leve e parestesia local com manifestações sistêmicas de fraqueza muscular progressiva, podendo evoluir para insuficiência respiratória.

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22
Q

Posso usar neostigmina para o acidente elapídico?

A

Não de forma rotineira, podendo ser realizado um teste antes para ver se é responsivo ou não. Caso for usada, devo usar sempre a atropina antes.

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23
Q

O que não é recomendado fazer no local da ferida no acidente ofídico?

A

Torniquete ou garrote, cortar ou perfurar o local, etc.

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24
Q

Quais os principais escorpiões no Brasil?

A

Do gênero Tytius: serrulatus, (amarelo), que é o principal, bahiensis (marrom) e paraensis (preto).

25
Q

Quais pacientes apresentam maior risco de acidente grave pelos escorpiões?

A

Crianças.

26
Q

Qual o mecanismo de ação da toxina escorpiônica?

A

Ativa canais de Na despolarizando as terminações nervosas, havendo liberação de Ach e catecolaminas.

27
Q

Qual o QC do acidente escorpiônico?

A

Dor local de instalação imediata e muito intensa, podendo haver parestesia, eritema e sudorese local. Após algumas horas podem surgir as manifestações sistêmicas, como confusão mental, hipo/hipertensão, arritmias cardíacas, sialorreia, EAP e choque.

28
Q

Quais alterações possíveis do ECG do escorpionismo?

A

Supra de ST com onda Q de necrose, que tendem a desaparecer após alguns dias.

29
Q

Qual a classificação do acidente de escorpião?

A

Leve: locais apenas.
Moderado: locais + sistêmicos.
Grave: locais + sistêmicos graves (vômitos profusos, sialorreia, alteração de ECG, IC, coma, convulsão, EAP, choque, bradis).

30
Q

Qual o tto do escorpionismo?

A

Maioria: apenas sintomáticos e observação.
Acidentes moderados(2-3 amp)/graves(4-6 amp): soro antiescorpiônico ou antiaracnídico. Caso bradi importante ou BAVT = atropina.

31
Q

Por que adm o soro antiaracnídeo no escorpionismo?

A

Pois serve para escorpião também e é usado quando o antiescorpiônico está indisponível ou na impossibilidade de diferenciação com o araneísmo.

32
Q

Quais as principais aranhas de acidentes no Brasil?

A

Loxosceles (p marrom), Phoneutria (2p armadeira) e Latrodecus (3p viúva-negra).

33
Q

Qual a epidemiologia do araneísmo?

A

3° principal acidente com a menor letalidade entre os 3.

34
Q

Qual o mecanismo de ação do veneno da Loxosceles?

A

Enzima esfingomielinase sobre a membrana das células (p endotélio e hemácias), havendo grande inflamação, coagualção e sistema complemento.

35
Q

Qual o QC da Loxosceles?

A

Forma cutânea (99%): início lento e progressivo de dor, edema endurado e eritema. Pode haver a lesão característica, com ou sem alteração do estado geral, febre, vômitos e diarreia.
Forma cutâneo-visceral (hemolítica): hemólise intravascular, havendo anemia, icterícia e hemoglobinúria, podendo ocorrer CIVD e IRA.

36
Q

Qual a lesão característica da Loxosceles?

A

Lesão eritematosa com área isquêmica no centro mesclada com áreas violáceas, podendo haver necrose, escara e úlcera de difícil cicatrização - placa marmórea.

37
Q

Qual o tto da Loxosceles?

A

Depende do tipo de acidente (quanto antes adm o soro, melhor a resposta:
- Leve: lesão incaracterística e sem comprometimento sistêmico - sem SAA.
- Moderada: lesão característica, sistêmicos inespecíficos, sem hemólise - 5 amps.
- Grave: hemólise - 10 amps.
*Posso associar com prednisona em crianças.

38
Q

Qual o QC da aranha armadeira?

A

Predomínio de manifestações locais (dor imediata, edema, eritema, parestesia e sudorese), confundindo muito com escorpiônico. Podem haver os sistêmicos (sudorese, tremor, convulsões, arritmias, etc).

39
Q

Qual o tto da aranha armadeira?

A

SAA apenas de moderado a grave (manifestações sistêmicas).

40
Q

Qual mecanismo de ação da viúva-negra?

A

Alfalatrotoxina, atuando nas terminações de dor e SNA.

41
Q

Qual o QC da viúva-negra?

A

Dor de leve intensidade, manifestações sistêmicas: motoras (dor irradiada e contração espasmódica, dor com rigidez abdominal, podendo lembrar abdome agudo), fáscies latrodectísmica (eritema e sudorese em face e pescoço, edema palpebral, blefaroconjuntivite, expressão de dor e pode haver trismo de masseter), taquicardia, HAS, etc.

42
Q

Qual o tto da viúva-negra?

A

Analgesia, podendo usar, além disso, BZD, gluconato de cálcio e clorpromazina s/n.

43
Q

Qual o QC do acidente por lagarta?

A

Dor imediata em queimação, edema e eritema irradiando para o membro (pode haver bolhas e necrose). Pode haver linfonodomegalia dolorosa. O QC geralmente é autolimitado em 24h.

44
Q

Qual uma complicação preocupante das lagartas?

A

Ocorre no gênero Lonomia, podendo provocar um distúrbio na coagulação, podendo haver atividade pró-coagulante ou fibrinolítica. As manifestações incluem: cefaleia, mal estar e dor abdominal, evoluindo para gengivorraxia, epistaxe, etc.

45
Q

Qual o tto das lagartas?

A

Caso sem sangramento: observação nas primeiras 24h do acidente - lavagem.
Sangramento: soroterapia (antilonômico).

46
Q

Qual a faixa etária mais acometida por intoxicações?

A

< 6 anos.

47
Q

Qual os agentes mais frequentes das intoxicações?

A

Óbito: CO.
Mais comum: paracetamol.

48
Q

Quais os passos gerais do tratamento da intoxicação?

A

Oferecer suporte clínico, prevenir a absorção de mais droga, administrar antídotos e acelerar a eliminação.

49
Q

Como prevenir que mais droga seja absorvida na intoxicação?

A

Tópica: retirar as roupas e lavar de forma abundante com água.
Ingestão: lavagem gástrica ou carvão ativado (geralmente até 1h da ingestão).

50
Q

Qual o MA do carvão ativado na intoxicação?

A

Adsorve as substâncias ingeridas, impedindo sua absorção. Dose 1 g/kg de peso. CI em ingestão de corrosivos.

51
Q

Qual a dose terapêutica e tóxica do acetaminofeno?

A

Terapêutica: 80 mg/kg em crianças e 4g em adultos por dia (a cada 4-6h).
Tóxica: > 250 mg/kg em crianças e > 12 g em adultos.

52
Q

Como é o metabolismo do paracetamol?

A

90% é metabolizado no fígado em compostos hidrossolúveis e excretados na urina sem problemas. 5% é eliminado na urina sem alterações e 5% é metabolizado pelo P450 em NAPQI (tóxico), sendo rapidamente conjugado à glutationa, sendo eliminado na urina sem toxicidade.

53
Q

Como é o metabolismo do paracetamol em doses tóxicas?

A

As vias de conversão em composto hidrossolúvel para eliminar na urina são saturadas, desviando para o metabolismo pelo P450, havendo maior produção de NAPQI, que irá consumir glutationa até depletar essa substância, gerando o acúmulo de NAPQI, promovendo injúria hepática.

54
Q

Qual o QC da overdose por paracetamol?

A

Primeiras 24h: inespecífico (vômitos, palidez, diaforese).
24-72h: melhora dos sintomas agudos e elevação de AST/ALT, iniciando dor em HCD e hepatomegalia discreta.
72-96h: maior risco de óbito, com alterações em seu ápice, voltando as manifestações agudas, porém agora com encefalopatia e icterícia, alargamento do TAP, acidose, hipoglicemia e brb > 4.
4d-2s: nos sobreviventes, há recuperação (bx com necrose centrolobular).

55
Q

Qual o tto do paracetamol?

A

Suporte, lavagem gástrica, carvão ativado, USO DE N-ACETIL-CISTEÍNA (antídoto - induz síntese de glutationa) em até 8-10h (ou 24-36h).

56
Q

Até quanto tempo após a intoxicação por paracetamol eu posso usar a n-acetil-cisteína?

A

O melhor método é pela dosagem plasmática do paracetamol (nomograma de Rumack-Matthew).

57
Q

Qual o MA da toxicidade por ADTs?

A

Bloqueio da recaptação pré-sináptica de monoaminas neurotransmissoras, como adrenalina e serotonina.

58
Q

Qual o QC dos ADTs?

A

Neurológico: sedação, convulsão, coma.
Cardíaco: taquicardia, hipotensão, anormalidades de condução, arritmias (aumento de QT, alargamentode QRS).
Anticolinérgicos: midríase, retenção urinária, boca seca.

59
Q

Qual o tto dos ADTs?

A

Carvão ativado, suporte, bicarbonato de sódio (caso arritmia ou distúrbios de condução, com alvo de pH > 7,5).