Instestino 1 - Diarreias, DII, Sd. Disabsortiva Flashcards
Intestino Delgado
*6 metros de comprimento e superfície de absorção de 300m2
- Composto pelo duodeno (20 cm), jejuno (2,5 m) e o íleo (3,5 m)
- Faz a absorção de nutrientes (carboidratos, proteínas e lipídios), fluidos e eletrólitos
- Presença de vilosidades (evaginação) e entre elas as criptas (buracos ou invaginação da mucosa)
- Vilosidade: absorção do intestino
- Criptas: contém céls secretoras
- Epitélio intestinal é do tipo cilíndrico simples, contendo enterócitos (céls colunares primastica c/ microvilos absortivos) e céls caliciforme (secretoras de muco)
- Nas criptas os enterócitos ficam ao lado das céls neuroendócrinas (argentafins ou de Kulchitsky)
- Barreira de proteção: Céls tronco (repitelização), céls de Paneth (neutrófilo especializado protetor das céls tronco por secreção de defensiva), Imunoglobulina A (secreta da por linfócitos B do MALT)
Instestino Grosso
- Compostos pelo cólon
- Faz a absorção do “resto” dos líquidos (fluidos) e eletrólitos
- Mede 1,5 m
- Epitélio cilíndrico simples
- Composto por enterocitos (poucos microvilos) e criptas (céls tubulares profundas)
- Função de absorver fluidos, moldar fezes e controlar as evacuações
Absorção e Secreção intestinal de fluidos
- Líquidos são absorvidos por gradientes os osmóticos (NaK-ATPase)
- Absorção sempre excede a secreção em pessoas normais
- Diarreia é ≠ da incontinência fecal (perda involuntária das fezes)
Diarreia
- Eliminação de fezes amolecidas de consistência líquida, ou seja, ↑ do conteúdo líquido nas fezes
- Aumento do numero de evacuações diárias (>3x/dia)
- Aumento de massa fecal (>200 g/dia)
- Pode ocorrer por desbalanço entre absorção e secreção de fluidos (delgado ou cólon)
Classificação da diarreia (DURAÇÃO)
- Aguda (< 2 semanas): tipo Secretória
- Protraída ou persistente (entre 2-4 semanas)
- Crônica (>4 semanas): decorrente de infeção/ DII/ SII/ Deficiência de lactose
Classificação da diarreia (ORIGEM)
- ALTA (intestino delgado): ↑ volume, ↓ frequência (3-4 evacuações/ 24h), pode ter restos alimentares e pode ter esteatorreia
- BAIXA (intestino grosso): ↓ volume/ quantidade, ↑ frequência (8-10 evacuações/24h), se irritação no reto por ter tenesmo (desconforto em evacuar) e urgência fecal
Classificação da diarreia (MECANISMO FISIOPATOLÓGICO) - Osmótica
*Acúmulo de solutos não absorvidos que impede absorção de líquidos
- Presença de substância osmoticamente ativa e não absorvível pelo epitélio (perda maior de água na luz).
- Ex: cliste sais de Mg, sais fosfato, sorbitol, manitol, glicerina, deficiência de lactase (intolerância à lactose)*
- Cessa com jejum, não havendo diarreia noturna (≠ da secretória)
- Absorção de eletrólitos está preservada (GAP os molar fecal elevado >125 mOsm/L) com anion gap aumentado
Classificação da diarreia (MECANISMO FISIOPATOLÓGICO) - Secretória
- Não invasiva (não inflamatória): sem sangue, pus ou muco.
- 1 Ex: laxativos, bactérias produtores de toxinas (cólera), VIPoma, diarreia dos ácidos biliares (pós-vagotomia troncular ou colecistectomia que devia ser absorvido no íleo), diarreia dos ácidos graxos.
- Invasiva ou Disenteria (inflamatória): com muco e/ou pus e/ou sangue e/ou pus. Lesão direta da mucosa (enterite, colite ou enterocolite infecciosas ou inflamatórias) → avaliado por EAF e lactoferrina fecal
- Não cessam com jejum (GAP osmolar fecal baixo <50 mOsm/L com AG reduzido, rico em Na e K nas fezes)
- Inibição da absorção hidroeletrolítica ou estimulo da secreção (desidratação)
Diarreia + Esteatorreia (Síndrome Disabsortiva)
- Esteatorreia: ↑ da eliminação fecal de lipídios (origem de dç do intestino delgado)
- Mecanismo secretório colônico (diarreia dos ácidos graxos), mecanismo de má absorção de carboidratos dissacarídeos (deficiência de lactase) e massa lipídica fecal
Diarreia funcional
- Hipertolidade intestinal (SII/pseudodiarreia e diarreia diabética exacerbada no período noturno c/ constipação/diarreia por supercrescimento bacteriano )
- SII: Redução da consistência das fezes e aumento na frequência de evacuação diária
- Não ocorre no período noturno
- Alternância de diarreia com constipação e cólica abdominal (pseudodiarreia por não ter > 200g/dia)
Classificação Epidemiológica das Diarreias
- Viajantes: infecção bacteriana (E. Coli enterotoxigênica - ETEC), infestação por protozoários (giárdia), esperou tropical
- Epidemia ou surto: Infecção viral (rotavírus), bacteriana, toxina alimentar (S. Aureus), protozoários (criptosporídeo)
- Diabetes (crônica): neuropatia autonômica (alt. da motilidade), supercrescimento bacteriano, uso de medicações (arcabose, metformina), insuficiência exocrína do pâncreas
- Imunodeprimidos: infecções oportunistas (BK,MAC,Cryptospora, CMV, herpes), neoplasia (linfoproliferativa), drogas
- Institucionalizados (idosos): impactação intestinal (hipersecreção), drogas, colite pseudomembranas (ATB), dç vascular intestinal
Diarreia Aguda Inflamatória (ou invasiva)
- Disenteria: sangue, pus e/ou muco
- Febre
- EAF positivo para hemácias, leucócitos fecais e lactoferrina
- Geralmente afetam o cólon (baixo volume e alta frequência), dor QIE, tenesmo e urgência fecal
- Causas: viral (CMV), protozoários (entamoeba), bactérias c/ produção intestinal de citotoxinas (E. Coli/ETEC - O157:H7, Vibrio, Clostridium) ou c/ invasão da mucosa (Shigella, Salmonella, E. Coli enteroinvasiva/EIEC, aeromas, Yersinia, Chlamydia, N. Gonorrhoeae, Listeria, plesiomomas)
- Sempre pedir exames*
Diarreia Aguda Não Inflamatória (não invasiva)
- Fezes aquosas, sem sangue/pus/muco
- Sem febre
- EAF normal (não é necessário pedir)
- Causas: viral (noravirus, rotavirus), protozoários (Giárdia, Cyclosporo e Cryptosporidium), bactérias enterotoxinas pré-formadas (S. Aureus, Bacillus cereus, Clostridium perfringens) ou produção intestinal de enterotoxinas (E.coli/ETEC, vibrio cholerae)
- Não necessitam realizar exames de diagnóstico etiológico e só é feito medidas de suporte de hidratação ± antidiarreico*
Indicações de solicitação de exames para diarreias agudas
- Diarreia >7-10 dias
- Piora progressiva
- ≥ 6 episódios/dia
- Diarreia aquosa profusa com desidratação
- Idoso frágil (>70 anos)
- Imunodeprimidos
- Diarreia adquirida no hospital (internação ≥3 dias)
- Sinais de comprometimento sistêmico (alteração mental/renal)
- Sinais de diarreia inflamatória (invasiva): febre (>38,5ºC), sangue/pus/muco, dor abdominal muito intensa
Exames Iniciais para diagnóstico etiológico das diarreias agudas indicadas
- EAF (elementos anormais nas fezes):hemácias, leucócitos e muco
- Coprocultura
- Pesquisa de toxina do C. Difficile (se internação ou uso de ATB recente)
- Testes parasitológicos se: diarreia >10 dias; região endêmica; surto com origem em fonte de água; infecção pelo HIV; pratica de sexo anal
Tratamento das diarreias agudas
- Dieta: de acordo com aceitação do paciente e leves (sopa, chás, torradas, arroz, frutas)
- Hidratação: risco de desidratar nos extremos de idade; preferível oral (soro caseiro - 1L água fervida + 1 colher chá rasa com sal/3g + 1 colher sopa rasa c/ açúcar/20g); EV se não tolera VO (Ringer lactato evita acidose do SF)
- Antidiarreico: SÓ no NÃO inflamatório (não invasivo); ↑ consistência e ajuda na urgência fecal (Loperamida, Bismuto,racecadotrila)
- Probióticos
- ATB (ver indicações*): fluroquinolonas (ciprofloxacino ou levofloxacino por 3-5 dias) ou STX-Trimetropin ou doxiciclina
Indicações de ATB empírico nas diarreias agudas
- Presença de leucócitos fecais no EAF
- Disenteria + febre + dor abdominal intensa
- Desidratação importantes
- ≥ 8 evacuações/dia
- Imunodeprimidos
- Necessidade de hospitalização pela diarreia
Diarreia Crônica
*>4 semanas
- Osmótica (gap osmolar fecal >75- 125): intolerância à lactose*, uso de laxativos, lactulose ou manitol
- Secretória(gap osmolar <50): VIPoma (Sd. Werner-Morrison ou Diarreia Aquosa Hipocalêmica-Hipoclorídrica), Sd. Carcinoide (serotonina), Carcinoma medular de tireoide (calcitonina)
- Disabsortiva (esteatorreia alta)
- Invasivas ou Inflamatórias: DII, enterite eosinofílicas, alergia à proteína do leite de vaca(APLV)
- Funcional: SII e neuropatia diabética
- Diarreia factícia
Diarreia Crônica - Manejo:
- Sempre indicado investigação com exames (exceto se toxicidade medicamentos a)
- Hemograma, bioquímica, exame de fezes completo com parasitológico (3 amostras + pesquisa de antígenos de Giárdia e Ameba), EAF e gordura fecal
- Imunodeprimidos: pesquisar agentes oportunista
- Suspeite de DII ou neoplasia: Retossigmoidoscopia ou colonoscopia
- Disabsortiva: dosar autoanticorpos antitransgluataminase tecidual IgA e biopsia
- SII é diagnóstico de exclusão!
- Tratamento é especifico em cada doença
Síndrome Disabsortivas
- Não absorve o que foi digerido
- Não consegue digerir para absorver
- É necessário uma digestão adequada e uma mucosa que absorve bem
- Problema na Absorção e/ou digestão
Absorção
- Proteínas: ação da pepsia no estômago e finalizada duodeno pela tripsina e quimotripsina → aminoácidos ácidos, básico (cistina) e neutros (triptofano)
- Carboidratos: amilase (salivar e pancreáticos), oligossacarídeos e dissacarídeos (maltose, lactose, sacarose) → monossacarídeos (glicose, frutose e galactose)
- Gordura: triglicerídeos → emulsificação → lipólise pela lipase → ác. graxos e monoglicerídeos → formação das micelas por sais biliares e colecistocinina → reesterificação dos ács. graxos e formação dos quilomícrons (vitaminas ADEK)
Sítios de absorção dos nutriente
- Delgado proximal: gorduras, carboidratos, ferro, cálcio, ác. fólico
- Delgado médio: proteínas, carboidratos, ác. fólico
- Íleo distal: cobalamina (B12) e sais biliares
- Delgado e cólon (ceco): água e eletrólitos
Sinais e sintomas da Síndrome Disabsortiva
- Gordura em excesso (Esteatorreia): fezes amareladas, fétidas, oleosas/brilhantes e aderentes ao vaso, que boiam no vaso (muito gás)
- Deficiência de vitamina D (dç óssea)
- Desnutrição
- Carência de B12 (an. megaloblástica/neurológica)
- Perda de peso (apetite mantido)
- Diarreia ALTA
- Deficiência Vitamina K (coagulopatia)
Abordagem Diagnóstica
- Anamnese e exame físico
- Confirma disabsorção/ confirmar a Esteatorreia por:
- Teste Quantitativo de gordura fecal: >7 g/dia por 3 dias (padrão-ouro)
- Teste Qualitativo: Sudan III (corante)
- Teste Semi Quantitativo: Esteatócrito
- Se um dos teste for positivo: Identificar se é problema na Absorção ou na Digestão: Teste da D-Xilose urinária
- Normal (>5g): Problema na digestão
- Anormal (<5g): Problema na Absorção por Lesão de mucosa ou Crescimento bacteriano ou Deficiência da Lactase
Testes Confirmatórios de Esteatorreia (gordura fecal)
- Quatitativo: de gordura presente nas fezes acumuladas em 72 h (+ se >7g/dia)
- Ausência de gordura fecal não exclui Sd. disabsortiva
- Peso fecal diário deve ser >200g/dia
- Diarreias podem induzir uma esteatorreia 2ª
- Qualitativo: microscopia corada por Sudan III com 2 lâminas
- 1ª adição de água e álcool: detectar triglicerídeos → insuf. pancreática exógena
- 2ª adição de ác. acético: ác. graxos livres → dç intestino delgado e def. de ác. biliares (dç ileal, colestase)
- Diferencia entre causas digestivas e mal absortivas
Teste da D-Xilose Urinária: Detectar problema na absorção ou digestão
- Falso-positivo se urina colhida antes das 5h, IR, ascite, retardo esvaziamento gástrico.
- Falso-negativo: lesão intestinal leve ou predominante baixa (íleo distal)
- Digere 25g de D-xilose e 5g são encontradas na urina após 5h; não depende de enzimas pancreáticas para ser absorvida.
- Normal >5g: Integridade da mucosa normal (intestino proximal) e há absorção → Insuf. Pancreática → Teste da Secretina e ↓ elastase
- Anromal <5g: não absorveu, mas não indica se só foi problema na mucosa
- Lesão mucosa: Ex. imagens + biópsia
- Crescimento Bacteriano (esclerodermia): catabolizam/”comem” xilose antes da absorção → Aspirado duodenal + cultura de delgado (padrão-ouro) >10 elevado à 6
- Deficiência de lactase: exalação de hidrogênio
Teste de Insuficiência Pancreática Exócrina:
*Teste da D-xilose NORMAL
- Testes Bentiromida: quimotripsina não libera PABA não eliminando arilaminas na urina (<50% da ingerida)
- Pancreolaurial: ausência de fluorosceína na urina
- Quimiotripsina fecal e elastase fecal:↓ elastase
- Secretina: é o mais SENSÍVEL, faz injeção estimulante de secretina (liberação de bicarbonato) e/ou colecistoquinina p/ pâncreas (liberação de tripsina, amilase e lipase)
Teste de Schilling
*Não é muito usado atualmente, mas indica origem da má absorção
- Administração de B12 marcada oral (se absorvida é excretada na urina) e B12 não marcada IM (supre a deficiência)
- Causas de má absorção de B12: hipocloridria, ausência de FI (an. perniciosa), Deficiência exócrina do pâncreas, supercrescimento bacteriano e lesão ileal
- Possui 4 fases p/ diagnosticar a causa
- Se Teste de Schilling normal suspeitar: Deficiência de B12 na dieta e incapacidade de aproveitamento da B12 dos alimentos, pela ↓ da secreção de ácido gástrico (acloridria)
Fases do Teste de Schilling
- Cobalamina livre: confirma má absorção
- Cobalamina livre + FI: se B12 marcada na urina indica anemia pernicionsa
- Cobalamina livre + extrato pancreático: se B12 na urina indica insuf. pancreática exócrina
- Cobalamina livre + ATB (metronidazol + cefalexina): se B12 na urina indica supercresicmento bacteriano
- Se persistir a ausência de B12 na urina: suspeitar de lesão ileal (Dç de Crohn, linfoma, ressecção ileal)
Teste Respiratório de Exalação do Hidrogênio (H2)
- Supercrescimento bacteriano (teste da lactulose): gram - entéricos fermentam a lactulose formando H2 (>20 ppm)
- Intolerância à lactose (teste da lactose): lactose é dissacarídeo e não absorvida diretamente pela mucosa necessitando da lactase, a ausência dessa aumento níveis de H2 respiratório (ação bactérias intestinais)
Estudos Radiológicos
- Exame baritádo: trânsito de delgado
- Calcificações pancreáticas: pancreatite crônica
- Lesão mucosa Dç de Crohn
- Condições predisponentes p/ supercresciemento bacteriano: diverticulose, alça cega
Biópsia de intestino:
- Sempre Anormal e diagnóstica: Dç de Whipple, Sd. imunodeficiência, Abetalipoproteinemia
- Diagnóstico c/ lesões focais e esparsas (pode não aparecer): linfoma, Dç de Crohn, amiloidose
- Anormal mas não diagnóstica: Supercresciemnto bacteriano, Dç celíaca, Def. de B12
- Normal: Deficiência de dissacaridase, dç pancreáticas, retocolite ulcerativa (só cólon)
Sd. Disabsortiva por Digestão Inadequada
- Insuf. pancreática exócrina: dor abdominal recorrente e incapacidade de fazer lipólise de triglicerídeos
- Pós-gastrectomia: vagotomia troncula c/ piloroplastia ou antrectomia (Billroth I e II)
- Gastrinoma (Sd. Zollinger- Ellison)
- Colestase Acentuada: ↓ ácidos biliares
- Supercrescimento bacteriano: BII, diverticulose, enteropatia diabética → desconjugação dos ác. biliares por germes anaeróbicos
- Doença ou ressecção do íleo distal: Dç de Crohn*, linfoma e TB
Sd. Disabsortiva por Anormalidade da mucosa intestinal
- Deficiência de dissacaridases (intolerância à lactose)
- Dç celíaca
- Espru tropical: anemia megaloblástica por def. de B12
- Giardíase e estrongiloidíase
- Doença de Whipple
- Dç de Crohn
- Gastroenterite eosinofílica: obstrução funcional, má absorção e ascite
- Abetalipoproteinemia: distúrbio dos quilomicrons c/ esteatorreia, ataxia, retinite pigmentosa
- Enterite por radiação
Intolerância à lactose (deficiêncai de lactase)
*Biópsia de delgado é NORMAL na deficiência 1ª
- Primária: mais em negros e causa mais comum de diarreia crônica no mundo*** (sem esteatorreia)
- Secundária: qualquer dç que cause lesão dos enterócitos
- Intolerância ao leite: plenitude, cólicas, flatulência e diarreia (sem esteatorreia se 1ª)
- Lactose (glicose + galactose) permanece intestino e fermentada por bactérias (gás) e age como substância osmótica
- Fezes c/ pH<5,5 e gap osmolar alto (osmótica)
- Dx: teste de exalação de lactose-H2
Doença de Whipple
- Agente Etiológico: Tropheryna whipplei (bacilo gram + do solo)
- Epidemio: homens >50 anos, zona rural (1/3) e história de exposição ao solo (2/3)
- QC: Sd. disabsortiva (infecta mucosa do delgado), artralgia/artrite, Miorritmia Oculomastigatória (Patognomônico)
- Dx: Biópsia de delgado com Macrófagos PAS +
5, TTO: Ceftriaxona IV (2 semanas) + SMZ/TMP por 1 ano (por ser ↑ disseminado pelo corpo)
Doença de Whipple - Clínica
*40% dos pctes com dç intestinal apresenta acometimento concomitante do SNC
- Dç infecciosa multissistêmica
- Sd. Disabsortiva: esteatorreia, perda de peso, dor abdominal
- Febre, linfadenomegalia periférica
- Anormalidades neurológicas: nistagmo, oftalmoplegia, distúrbios dos nervos cranianos, demência
- Endocardite subaguda (ICC)
- Artrite: poliartralgia ou migratória de grandes articulações
- Patognomônico: MIORRITMIA OCULOMASTIGATÓRIA (mvtos involuntários repetitivos de convergência ocular e contração da musculatura mastigatória)
- Pode estr associada à paresia do olhar vertical
Doença de Whipple - Diagnóstico e TTO
- Biópsia de delgado: Macrófagos PAS-positivos
- Coleta de liquor + PCR do liquor
- Se não tratada é fatal
- Resposta dramática (7-14 dias) com Ceftriazona 1g IV 12/12h ou meropenem por 2 semanas
- SMX-TMP 800/160 mg VO (Bactrim 12/12h) por 1 ano
- Após 1 ano repetição semestral da biópsia de delgado + pesquisa bactéria no líquor por no mínimo 1 ano
Sd. Disabsortiva outras causas:
- Síndrome do intestino curto: dç Crohn, trauma abdominal, isquemia enteromesentérica (ressecção delgado >40-50%)
- Obstrução linfática: Linfoma (por invasão mucosa, obstrução e proliferação bacteriaa) e linfangectasias
- Dç cardiovasculares (perfusão sanguínea do delgado)
- Má absorção induzida por medicamentos
- Má absorção dos idosos
- Má absorção e aids (Kaposi, infecções)
Sd. Disabsortiva - Doença Celíaca ou “espru não troprica ou celíaco ou enteropatia induzida pelo glúten”
- Dça autoimune de caráter PERMANENTE, só aparece em pessoas geneticamente predispostos
- Glúten: mistura de prtnas do endosperma (reservas nutritivas) das sementes dos cereais (trigo,centeio,aveia,cevada) constituída pela GLIADINA (fração tóxica e deflagadora da dça)
Doença Celíaca - Fisopatologia
- Predominante em brancos caucasianos
- Maioria são oligo ou assintomático
- Predisposição: HLA-DQ2 (95%)/ DQ 8+ (5%)
- Dça não se manifesta se não houver um desses
- Gatilho: GLIADINA (reconhecida como antígeno) → reação imune da mucosa do delgado
Doença Celíaca - Clínica
*Depende diretamente da extensão do comprometimento intestinal
- Clássica: diarreia alta crônica e esteatorreia
- Subclínica: Oteopenia + Emagrecimento; Anemia Ferropriva REFRATÁRIA
- Sd. disabsorção completa: Carência de: ferro, ác. fólico, B12 (anemia), Vit D (dça óssea), Vit K (cogulopatia), Vit A (hiperceratose cutânea), Vit E (neuropatia)
- Dça grave e completa é típica em crianças pequenas <2 anos c/ desmame materno (geral não ocorre em adultos)
- Atípicas (extraintestinais): fadiga, depressão, An. ferropriva refratária, osteopenia/porose, baixa estatura, atraso puberal, amenorreia, nefropatia por IgA, infertilidade e dermatite herpetiforme (10%)
Causas de Anemia Ferropriva REFRATÁRIA
- Síndrome Nefrótica
2. Doença Celíaca
Doenças Imunes Associadas à Doença Celíaca
- Dermatite Herpetiforme (principal e presente em 10% dos celíacos, mas todos portadores de DH são celíacos): erupção papulovesicular pruriginosa em região extensora
- DM 1
- Hashimoto
- Hepatite Autoimune
- Deficiência de IgA
Doença Celíaca - Sorologia
- Antitransglutaminase IgA tecidual (IgA anti-tTG): mais sensível (95%) se negativo e alta suspeita deve dosar IgA total no sangue
- IgG anti-gliadina “deaminada” (IgG anti-DGP): 3% dos celíacos tem deficiência seletiva de IgA
- Antigliadina e antiendomísio: não indicado de rotina por ↓ sensibilidade e especificidade
- Todos autoanticorpos podem ser usados para verificar adesão terapêutica pois se torna indetectáveis após 3-12 meses sem glúten
Doença Celíaca - Diagnóstico em Adultos
- Antitransglutaminase IgA tecidual (IgA anti-tTG) + EDA com Biópsia duodenal positiva
- Macroscopia: atrofia e aplianamento das dobras mucosas e vilosidades
- Microscopia: infiltração linfocítica no epitélio, atrofia das vilosidade e HIPERplasia das criptas
- Biópsia não é patognomônica mas é comum
- Dx definitivo é reversão do quadro após início da dieta sem glúten (nova EDA)
Doença Celíaca - Diagnóstico em Crianças
- Dx é provável com presença de IgA anti-tTG + Biópsia
2. Dx definitivo: iniciar dieta sem gluten e se melhora do quadro + Anticorpo NEGATIVO = Dça Celíaca
Tratamento da Doença Celíaca
- SUSPENSÃO DO GLÚTEN (reponde à imunossupressores mas não indicado)
- Proibidos: Trigo (farinha), aveia, centeio, cevada, malte*, cerveja, whisky, gim, milanesas, maionese, ketchup, mostarda, enlatados
- Permitidos: arroz, batate, milho, mandioca, leite, vinho, champanhes, saquê, manteiga, margarina, óleos vegetais, soja, feijão, ervilha.
- Evitar laticínios no começo pela intolerância à lactose TRANSITÓRIA (mucosa intestino atrofiada c/ def. de lactase)
Complicações e Prognóstico da Doença Celíaca
- Principal persistência dos sintomas é a má adesão dietética, mas < 5% são refratário mesmo com dieta correta
- Dça refratária tipo 1 ou com linfócitos policlonais: indicaod uso de glicocorticoides (ou azatioprina)
- Tipo 2 ou com linfócitos monoclonais: expressam CD3 e CD8 é indicado corticoide mas 50% formam um Linfoma T intestinal (LNH) nos próximos 5 anos.
- Principal complicação se manter glúten: LINFOMA T INTESTINAL
Doenças Inflamatórias Idiopáticas (DII) - RCU e DC
- Manifestação Sistêmica e Idiopática
- Principal fator de risco: História familia positiva (10-25%)
- Acometimento bimodal: entre 15-40 anos (principal) e 50-80 anos
- Distúrbio na regulação da imunidade da mucosa intestinal que leva processo inflamatório espontâneo contra germes da microbiota fisiológica
- Mais em brancos e judeus
- Sd. Turner e Wiskott-Aldrich tem ↑ incidência nas DII
Associações com a DII
- Cigarro: protege para RCU e prejudica na DC (= Doença do Cigarro)
- Algumas mulheres tem piora dos sintomas durante menstruação
- AINE estão associadas c/ reagudizações das DII e surgimento de doença refratária
Retocolite Ulcerativa - Anatomopatologia
- Restrita ao reto e ao cólon
- Reto pode estar normal na terapia tópica com enema de corticoide
- EXCLUSIVA do RETOCÓLON
- EXCLUSIVA da MUCOSA
- Progressão ascendentes e uniforme (homogênea)
- Poupa o ânus*
- Acomete mais retossigmoide - proctite ou proctossigmoidite (40-50%)
- Colite esquerda - se estende até flexura esplênica (30-40%)
- Pancolite - inflamação além da flexura esplênica à direita (20-30%)
- Ileíte de refluxo ocorre RARAmente na pancolite → complicação da colite grave por inflamação sem ter a doença no íleo
Retocolite Ulcerativa - Alterações Clínico-patológico:
- Erosões e ulcerações (sangramento), hiperemia, muco/pus/ sangue
- Perda de haustrações (cano de chumbo) → sem pregas
- Pseudopólipos (15-30%) → pós-inflamatório não pré/maligno*
- Perda do padrão vascular típico do cólon (precoce)
- Mucosa pálida, atrófica, aspecto tubular (cronicidade)
- BIÓPSIA: Criptite, microabscessos
Doença de Crohn - Anatomopatologia
- Acomete da boca ao ânus (Crohn tudo) → qualquer parte do tubo digestivo
- Progressão salteado/ descontínua e focal/ heterogênea
- Trasmural: formação de estenoses e fístulas
- Ileocolite: Dor/massa em QID (>50%)
- Adora o ÂNUS (33%) e “poupa” o reto → fistulas, fissuras, abscessos
Doença de Crohn - Clínico - patológico
- Úlceras aftoides sobre placas de Peyer (delgado) ou linfoides (cólon): 1ª sinal mais precoce
- Estenoses → obstrução
- Pedras de calçamento
- Fístulas (vagina)
- Fissuras Perianais
- BIÓPSIA: Granuloma não caseoso (30%) e pouco sensível (S=30%) só é um achado patognomônico se exluidos afecções granulomatosas (TB, sarcoidose…)
Doença de Crohn - Anatomopatológico
- Acomete mais o íleo que a RCU
- Porção distal do íleo e o cólon ascendente são os mais comprometidos (ileocolite em 70-75%)
- 10-20% são exclusivo do cólon
- O reto está preservado em 50% (na RCU está mais acometido)
- 20% tem doença limitada ao intestino delgado (ileíte de Crohn ou enterite regional)
- 5% predominante na cavidade oral (úlcera aftoides) ou mucosa gastroduodenal.
- Invasão da serosa por tecido adiposo (fat wrapping)
RCU X DC
- Localização: retocolon (RCU) e todo TGI (DC)
- Padrão: contínuo/ascentende (RCU) e salteado (DC)
- Envolvimento de plano profundo (DC)
- Envolvimento do canal anal (DC)
- Granuloma não caseoso (DC)
- Fístulas (DC)
- 10-20% das colites não são possíveis diferenciar, só após a resposta terapêutica
Manifestações Extraintestinais das DII
- R esposta imune (febre, leucocitose, ↑ PCR)
- C olangite esclerosante (RCU)
- U veíte e episclesrite (sem evoluir pra cegueira)
- E ritema Nodoso (+DC) e Pioderma Gangrenoso (+RCU)
- Dor articular/ Espondilite Anquilosante (DC)
- C álculos renais e biliares (DC)
RCU - Manifestações Clínicas
- Diarreia invasiva (sangue e muco) intercalado por períodos assintomáticos (insidioso)
- Diarreia sanguinolenta*, cólicas/dor abdominal, febre
- Urgência para defecar
- Se só retossigmoide: fezes normais ou endurecidas com períodos de constipação
- Difuso: cólicas intensas, tenesmo, fezes pastosas e noturnas
- Anemia ferropriva (perda sangue crônico), Hipoalbuminemia
- Extraintestinas se doença mais extensa
- Não faz esteatorreia (não acomete delgado geralmente)
DC - Manifestações Clínicas
- Diarreia crônica invasiva associada à dor abdominal
- Sintomas gerais: febre, anorexia, perda de peso
- Massa palpável no QID: alça intestinal edemaciado, diâmetro aumentado,doloroso ou abscesso intra-abdominal
- Doença perineal
- Se DC gastroduodenal imita doença ulcerosa péptica
- Se acometimento extenso: síndrome disabsortiva grave
- Faz esteatorreia (na RCU não faz)
Complicações da DII
- Sangramento: microscópios/sangue oculto nas fezes (DC) e macroscópico/hematoquezia (RCU)
- Megacólon Tóxico/ perfuração/ peritonite: colite grave na DC e RCU
- Estenoses: inflamação repetitivas na DC
- Fístulas transmurais: enteroentéricas/vesicais/ mesentéricas/cutâneas, retovaginais
- Câncer Colorretal: extensão do acometimento da mucosa e duração da doença
Megacólon Tóxico - Complicação das DII
*Pode ser precipitado por antidiarreicos
- Inflamação na camada MUSCULAR, perda do tônus intrínseco e adelgaçamento da parede intestinal
- Pode dilatar qualquer região, mais predominante do transverso e no cólon direito
- Mais COMUM na RCU
- Clinica: distensão + dor abdominal + febre alta + leucocitose + anemia + ↑ FC (>120 bpm)+ ↓ PA/ sistólica + ↓ peristalse
- Rx: cólon transverso ≥6cm
Megacólon Tóxico - Critérios Diagnósticos
- Rx com distensão colônica (>6 cm)
- Pelo menos 3: febre >38ºC, FC>120 bpm/min leucocitose com neutrofilia, anemia
- Pelo menos um: desidratação, alteração do nível de consciência, distúrbios eletrolíticos, hipotensão arterial
Megacólon Tóxico - Complicações e Tratamento
- Pode ocorrer em colite grave
- Risco de perfuração e peritonite séptica
- TTO: inicialmente clíncio com ATB + Corticoide IV
- Sem melhora em 36h: acrescentar ciclosprina ou infliximab
- Sem melhora/refratário em até 72h: colectomia + ileostomia (alto risco de perfurar)
Megacólon Tóxico - Causas
- Inflamatórias: RCU, DC
- Infecciosas bacterianas: Clostridium difficile, Salmonella, Shingella, Campylobacter, Yersinia
- Vira:CMV
- Parasitas: Cryptosporidium, Entamoeba
- Outras: Sarcoma de Kaposi, colite pseudomembranosa
Adenocarcinoma Colorretal
- RCU (maior risco) e DC
- FR: longa duração (>8 anos) e extensão (± colangite esclerosante na RCU)
- Gravidade do episódio inicial não é FR
- Dx/ vigilância: após 8-10 anos da doença c/ Colonoscopia + Biópsia anual/bianual
- Alerta: Displasia epitelial de baixo grau (exige confirmação e seguimento por 3-6 meses)
- Indicação cx colectomia: displasia de alto grau confirmada, displasia associada à lesão ou massa (DALM), câncer
DII e gestação
- Fertilidade preservada
- Complicações gestacionais está associada a atividade da doença
- Se RCU ativa piora a doença na gestação
- TTO: sulfassalazina e corticoide + ácido fólico 1mg 2x/dia
Manifestações Articulares nas DII
- Pode ter qualquer padrão de acometimento (periférico ou central)
- Não é deformante e c/ caráter migratório
- Oligoartrite periférica tem correlação com atividade da doença
- Espondilite não tem relação com a intensidade da doença intestinal
- Portadores de DII podem apresentar HLA-B27
Manifestações oculares e cutâneomucosas nas DII
- Eritema nodoso (paniculite): DC
- Pioderma gangrenoso: indolor, cura c/ cicatrização (RCU)
- Lesões labiais e úlceras aftosas orais (estomatite)
- Uveíte, conjuntivite, episclerite
- Manifestações extraintestinal na DC: cutâneas, reumatológicas e oculares
Associação ou não com à atividade da doença intestinal e manifestações extraintestinais:
- Associada: artrite periférica, eritema nodoso, episclerite
- Não associada: espondilite anquilosante, pioderma gangrenoso, uveíte
- Manifestações extraintestinais ocorrem por migração de leucócitos autorreativos, ativados no intestino inflamado.
Manifestações Extraintestinais da DII
- Hepática e biliares: hepatite focal ou esteatose, pericolangite (triadite portal), colangite esclerosante, cirrose biliar
- Colangite esclerosante é o principal FR p/ colangiocarcinoma
- Oteoporose e osteomalacia (↓ absorção e corticoide)
- Cálculos de oxalato de cálcio: má absorção de Ca que se liga aos ác. graxos e faz hiperoxalúria livre
- Cálculo de ác. úrico
- Hipercoagulabilidade: TVP, TEP, AVC
Diagnóstico das DII
- RCU: Retossigmoidoscopia + biópsia (criptite)
- Autoanticorpo: p-ANCA/anticitoplasma de neutrófilo,padrão perinuclear de IF (60-70%) na RCU e 5-10% na DC
- DC: ileocolonoscopia (ou cápsulas endoscópicas em delgado) + biópsia (granulomas não caseosos)
- Autoanticorpo: ASCA (60-70%) na DC e RCU (10-15%)
- Anti-OmpC (antiporina e anti-CBir1 (antiflagelina) pior prognóstico na DC
- Colprotectina fecal: marcador de inflamação intestinal (dxx de SII)
Diagnósticos Diferenciais de DII
- Sd. do cólon irritável: biópsias normais
- Infecção entérica bacteriana (Salmonella, Shigella, Campylobacter, Clostridium, Yersinia)
- TB intestinal
- Apendicite
- Hemorroidas
- Carcinoma de cólon
- Linfoma intestinal
- Colite colágena
Tratamento da DII - Medicamentoso
- Indução da remissão
- Leve a moderada: aminosalicilatos (5-ASA com ação tópica na mucosa) ± corticoide (se não resposta à ASA)
- Grave: corticoide ± imunossupressor (azatioprina ou ciclosporina) ± inibidor TNF-a (infliximab, adalimumab)
- Manutenção: aminosalicilatos ± imunossupressor
Tratamento da DII - Indicações de Cirurgia
- Fístulas/ Fissuras refratárias
- Obstrução intestinal: principal indicação na DC → Estricturoplastia (estenosoplastia - alarga sem remover)
- Hemorragia maciça/ Megacólon tóxico refratário
- Displasia de alto grau/ câncer
- Refratariedade ao tto clínico
- Abscessos
Medicamentos na DII
- Mesalazina, Sulfasalazina (+folato): VO, Retal → agem bem na doença distal (não tem ação na ileíte e não cicatrizam fístulas)
- Corticoide: vias retal, oral ou IV → usar preferenciamente no “ataque” na indução da remissão graves (melhora rápida da inflamação)
- Imunomoduladores: azatioprina e marcaptopurina → DII moderada a graveou c/ corticodependência
- MTX é de 2ª linha
- Inibidores anti-TNFa (aumenta risco de infecções oportunistas - TB, micoses)
Fatores de Risco para DC “Agressiva” - Considerar início precoce de biológicos
- Idade jovem
- Presença de doença perineal
- Presença de doença estenosante
- Necessidade de corticoterapia
Classificação de gravidade da DC
- Leve a moderada: tolera dieta oral, s/ desidratação, s/ inflamação sistêmica
- Moderada a grave: sinal de inflamação sistêmica (febre), perda ponderal, anemia, leve que não responde ao tto
- Grave a fulminante: toxêmico (febre alta, prostração), sd. consuptiva, massa palpável, e que não responde aos anti-TNF
Tratamento Cirúrgico da DC
- DC é altamente recidivante sendo feito cx em casos muito refratários
- Alto risco de Sd. do intestino curto
- Recidiva em 20% em 1 ano e 80% em 10-15 anos
- Medicamento na prevenção de recidia: Biológicos (anti-TNFa)
- Retirada do segmento doente
- Estricturoplastia (estenoplastia)
Tratamento Cirúrgico na RCU
- Possibilidade de CURA: proctocolectomia total (dç restria ao cólon) → só se muito refratária e/ou extremamente grave
- Colectomia à Hartmann + Ileostomia: em casos de urgência (megacólon e fulminante) → depois é feito a IPAA
- Colectomia + anastomose entre bolsa ileal + reto (IPDRA) ou ânus (IPAA) → Cirurgia mais usada atualmente é a IPAA
Tratamento da Colite Grave/Fulminante na RCU
- Ocorre em 15% da RCU (pancolite)
- Toxemia: febre, prostação, hipovolemia, hemorragia c/ transfusão, dor/ distensão abdominal
- Dieta zero por 24-48h até melhora
- Cateter nasogástrico
- NPT se desnutridos
- Hemotransfusão se Ht <25-28%
- Tromboprofilaxia
- Ciprofloxacina + metronidazol + Corticoide IV± anti-TNFa
- Fulminante ou megacólon após 48-72 h refratários: colectomia total
Colite Pseudomembranosa
- ATBterapia →
- Alteração da microflora colônica →
- Exposição a esporos do C. difficile e colonização →
- Liberação de toxinas A (enterotoxina) e B (citotoxina)→
- Lesão inflamatória da mucosa
- Diarreia leve e transitória até colite grave associada a placas mucosas exsudativas
Colite Pseudomembranosa
- Principal causa de infecção entérica hospitalar
- Processo hospitalar induzido por toxinas bacterianas com placas exsudativas (pseudomembranas) aderidas à mucosa colônica inflamada
- Mais causada pelas toxinas do Clostridium difficile (bactéria anaeróbica comensal normal do intestino que se prolifera após uso ATB de amplo espectro)
- C. difficile tem alta capacidade de se tornar resistente à ATB
- Bacteroides: microbiota fisiológica que impede crescimento do C. difficile (“inimigos”)
Colite Pseudomembranosa - Principais ATBs
- Frequentemente: Clindamicina, Ampicilina, Amoxicilina, Cefalosporina, Fluroquinolonas
- Ocasionalmente: Sulfonamidas, eritromicina, trimetroprima
- Raramente: aminoglicosídeos, tetraciclina, cloranfenicol, metronidazol, vancomicina
Fatores de Risco da Colite Pseudomembranosa
- Idade ≥ 65 anos
- Comorbidades graves (debilitados)
- Uso de múltiplos ATBs
- ATB prolongada (>10 dias)
- Cx gastrointestinal prévia
- Alimentação por sonda enteral
- Uso de IBP ou quimioterapia
- Exposição a companheior de quarto portador
- Cças e adultos c/ baixos títulos de anticorpos antitoxina A
Colite Pseudomembranosa - Manifestações Clínicas
- Pode ter início um dia após uso de ATB ou até 6 semanas após seu término*
- Colite leve é mais comuns: diarreia aquosa profusa c/ dor abdominal
- Maioria está febril e c/ leucocitose (>15mil)
- Graves: desidratação, hipotensão, taquicardia, megacólon tóxico, perfuração
- Colite fulminante: febre, leucocitose, dor abdomina, diarreia invasia
Formas clínicas de CPM do C. difficile
- Portadores assintomáticos (2/3 dos hospitalizados e portadores de IgG contra toxina A)
- Diarreia sem colite: 3-4 evacuções aquosas/dia (dxx c/ osmótica)
- Colite sem pseudomembrana: eritema difuso ou em placas
- Colite com pseudomembrana: placas esbranquiçadas ou amareladas
- Colite fulminante
- Colite com enteropatia perdedora de proteína: hipoalbuminemia, ascite e edema periférico s/ sintomas graves
- Infecção recorrente: 15-35% mais em idosos
CPM - Diagnóstico
- Pesquisa de toxinas nas fezes (ELISA ou PCR são sensível e específico) + clínica com uso recente de ATB
- Retossigmoidoscopia ou colonoscopia: sugere mas não obrigatório (pseudomembranas pode não estar 100% presentes)
- Coprocltura: demorada e não confirma dx (assintomáticos)
- TC: evidencia colite (espessamento da parede colônica)
CPM - Tratamento
- Proibido drogas constipantes (loperamida) pois retardam eliminação da toxina
- C. difficile é resistente ao álcool gel (preferir lavar as mãos)
- Suspensão do ATB ou troca
- Leves a moderados: Metronizadol 500mg VO 8/8h por 10-14 dias
- Graves: Vancomicina 125 mg VO 6/6h por 10-14 dias
- CPM grave: leucocitose >15 mil, IRA, albumina plasmática <3g/dl
- Íleo paralítico: enemas de vancomicina + metronizadool IV
- Fulminantes: Vancomicina 500 mg VO 6/6h + Metronidazol 500 mg IV 8/8h se refratário → colectomia subtotal
- Recidivas: probióticos + repetir 1º tto → refratários fazer vancomicina c/ desmame → refratários Transplante Fecal (resposta em 90-94%)
Síndrome do Intestino Irritável
- Dor abdominal crônica ou recorrente associada a alterações do hábito intestina, na ausência de qualquer lesão orgânica detectável no TGI
- Patologia comum (20-25%)
- Mais em mulheres e jovens
- Associada à depressão, ansiedade, pânico, quadros álgicos
- Se preencher todos critérios exceto dor abdominal: diarreia ou constipação funcional
Síndrome do Intestino Irritável - Etiologia e Fisiopatogenia
- Alterações de motilidade (acelerada ou retardada): delgado e colônica (resposta à estimulos)
- Hipersensibilidade visceral (↓ limiar de dor)
- Processamento sensorial alterado no SNC
- Gastroenterite bacteriana prévia
Síndrome do Intestino Irritável - Manifestações Clínicas
- Dor ou desconforto abdominal recorrente
- Alterações do hábito intestinal: diarreia e/ou cosntipação
- Outros sintomas GI: distensão abdominal, flatulência, RGE, disfagia, náusea, vômitos, saciedade precoce, dor torácica não cardíaca
- Extraintestinais: disfunção sexual, dispareunia, dismenorrreia, disúria/ polaciúria, lombalgia, fibromialgia, cefaleia
Síndrome do Intestino Irritável - Manifestações Clínicas
- Cólica abdominal que alivia c/ evacuações*: sinal mais comum
- Contipação: <3x/sem, fezes endurecidas e formato alterado
- Diarreia líquida-pastosa c/ muco (pseudodiarreia)
Síndrome do Intestino Irritável - Diagnóstico e Critérios de Roma IV
- Identificação da síndrome clínica típica + exclusão de outras causas
- Critérios Roma: dor abdominal recorrente 1x ao dia por semana nos últimos 3 meses mais 2 ou mais abaixo:
- Relação com evacuação; associada à mudança na frequência das evacuações; associada à mudança na forma das fezes
Síndrome do Intestino Irritável - Sinais de alerta que sugerem doença orgânica
- Hematoquezia
- Perda ponderal
- Anemia
- Hx familiar de câncer, doença inflamatória intestinal ou doença celíaca
- Febre recorrente
- Diarreia crônica intensa
- 60-75% mantém sintomas por toda vida após manejo
Síndrome do Intestino Irritável - Diagnóstico Diferencial
- Diarreia funcional*
- Intolerância à lactose
- Doença diverticular
- Úlcera duodenal
- Doença do trato biliar
- Parasitose intestinal
- Gastroenterite alérgica
- DC/ RCU
Síndrome do Intestino Irritável - Tratamento
- Suporte psicossocial e psicoterapia (TCC): assegura benignidade, atividades físicas, cessar tabagismo, álcool, refeições regulares, estresse
- Mudança dietética: evitar cafeína, gordura, carboidratos pouco absorvidos
- Fármacos se grave/ refratário:
- Antiespasmódicos (anticolinérgicos): ↓ dor/ cólica e diarreia
- Antidiarreicos: loperamida ou difenoxilato
- Anticonstipantes: osmóticos (lactulose e sorbitol)
- Antagonista de 5HT3 de serotonina: ondansetron
- Psicotrópicos
- Probióticos
Tumor Carcinoide
- Tumor de células neuroendócrinas, células enterocromafins (coram no cromato de potássio) ou argentafins (cora prata)
- Potencial maligno variável
- Podem se manifestar por uma síndrome paraneoplásica: Síndrome carcinoide
- São raros
- Único fator de risco: hx familiar positivo de 1º grau
- Não há etiologia conhecida
Tumor Carcinoide - Localizações mais comuns
- Tubo digestivo (2/3 dos casos)
- Literatura cx: Apêndice
- Literatura clínica: íleo
- Árvore broncopulmonar (1/3)
Classificação “Embrionária” dos Tumores Carcinoides
- Principais causadores de Sd. Carcinoide são do intestino médio (70%)
- Intestino posterior tem melhor prognóstico e não causa Sd. carcinoide
- Intestino anterior (foregut): trato respiratório, timo, estômago e pâncreas → Produção de 5-HTP, histamina e ACTH
- Intestino médio (midgut): delgado e cólon proxima → Produção de 5-HT (serotonina), taquicininas, mediadores vasoativos
- Intestino posterior (hindgut): cólon distal e reto → somatostatina e peptídeo YY
Classificação da WHO dos Tumores Carcinoides
- WHO I: tumor bem diferenciado, baixo índice proliferativo (<2%), tem <2 cm e confinado à mucosa ou submucosa
- WHO II: bem diferenciado, alto índice proliferativo (2-15%), tem >2 cm e localmente invasivo
- WHO III: pouco diferenciado com índice proliferativo extremamente alto (>15%), são de grande tamanho e c/ metástase
Classificação dos Carcinoides Gástricos
1, Tipo 1: 70-80% dos casos, predomina em mulheres e à gastrite atrófica/ anemia perniciosa, tem <1cm e costumam ser multicêntricos
2, Tipo 2: 5%, ocorre junto com Sd. Zollinger-Ellison e c/ NEM-1
3. Tipo 3: até 20%, sem relação com doenças acima, comportamento agressivo e metástases
Classificação dos Carcinoides Pulmonares
- Típicos: baixo índice proliferativo, ausência de necrose
2. Atípicos: alto índice proliferativo, presença de necrose
Tumores Carcinoides - Manifestações Clínicas
- Maioria assintomáticos (indolentes)
- Sitnomas se metástase à distância
- Pulmonar: hemoptise, tosse, pneumonias de repetição, atelectasia obstrutiva
- TGI: dor abdominal e sinais obstrutivos
Síndrome Carcinoide
*Ocorre em < 10%
- Mais associada ao intestino delgado e só faz síndrome se metástase hepática*
- Ação da serotonina que não é drenada pela circulação porta
- Flushing cutâneo (80%): eritematoso*, violáceo, persistente, vermelho brilhante
- Diarreia (30-80%): ação serotonina
- Lesão cardíaca (10-70%): serotonina e taquicininas → endomiocariofibrose
- Asma (<25%)
- Pelagra (DDD: dermatite, diarreia, demência)
Tumor Carcinoide - Diagnóstico
- Imuno-histoquímica p/ croogranina A (CgA), enolase neurônio-específica (NSE), sinaptofisina e serotonina: origem neuroendócrina
- Screening: dosagem CgA no sangue e 5-HIAA na urina 24h
- Octroscan: cintilografia p/ receptores de somatostatina
- PET-scan
Síndrome de Schawann-Diamonds
- Doença autossômica recessiva
- Insuficiência pancreática: estertorareia
- Baixa estatura
- Neutropenia clínica
- Alterações esqueléticas
- Dx com dç celíaca (Sd. Disabsortivas)