Infecções respiratórias da infância Flashcards
Como determinar a topografia de um quadro de infecção respiratória aguda?
Presença de dispneia / taquipneia – acometimento de vias aéreas inferiores
Presença de estridor – acometimento de via aérea média
Sem taquipneia e sem estridor – IVAS
A partir de qual frequência respiratória é considerado como taquipneia?
até 2 meses de idade: ≥ 60 irpm
2 meses - 1 ano: ≥ 50 irpm
1 - 5 anos: ≥ 40 irpm
Qual o principal agente etiológico do resfriado comum?
Principal: Rinovírus
Outros: coronavírus, influenza, vírus sincicial respiratório
Qual o quadro clínico característico do resfriado comum?
Coriza: presença de secreção hialina até o 3º dia; a partir disso, torna-se mucopurulenta
Tosse: principalmente noturna (gotejamento pós nasal)
Febre: pode estar presente
Obstrução nasal, hiperemia de mucosas, odinofagia
Como é feito o diagnóstico de um resfriado comum?
Clínico!
Qual o tratamento a ser instituído em casos de resfriado comum?
- Sintomáticos: antipiréticos (exceto AAS – risco de desenvolver Sd de Reye)
- Lavagem nasal abundante
- Aumentar ingesta de líquidos: fluidificar secreções
- Mel: ajuda no combate à tosse noturna / só usado em >1 ano (risco de botulismo)
Quais as principais complicações relacionadas ao resfriado comum?
Otite média aguda e Sinusite bacteriana
Por que a OMA é muito comum em < 2 anos?
Devido à anatomia das tubas auditivas nesta idade, que são mais curtas e horizontalizadas. Isso facilita a ascensão de bactérias patogênicas oriundas da nasofaringe
Qual a fisiopatologia relacionada à OMA?
Disfunção tubária (inflamação decorrente da nasofaringe) + acúmulo de secreção na orelha média (tuba não consegue drenar) + colonização bacteriana
Quais os principais agentes etiológicos relacionados à OMA?
- Streptococcus pneumoniae
- Haemophilus influenzae não tipável
- Moraxella catarralis (menos comum)
Qual o achado em exame físico mais específico da OMA?
Abaulamento de membrana timpânica
Qual o quadro clínico característico da OMA?
- Otalgia
- Otorreia (nem sempre está presente; apenas em caso de perfuração da membrana timpânica)
- Febre
- Irritabilidade e choro excessivo
Qual o tratamento que deve ser instituído em caso de OMA?
Sintomáticos + ATB (se indicado)
Quais as indicações de se utilizar antibioticoterapia em casos de OMA?
< 6 meses: todos os casos
6 meses - 2 anos: OMA bilateral - grave* - otorreia
> 2 anos: grave* - otorreia
- Quadros graves: febre >39ºC, sintomas >48h, dor moderada/intensa
Quais os principais mecanismos de resistência dos agentes etiológicos no quadro de OMA?
S. pneumoniae: promove menor afinidade nas PBP (Proteínas ligadoras de penicilinas – penicillin binding protein)
H. influenzae: produção de beta lactamase (100% de resistência)
M. catarrallis: produção de beta lactamase (50% de resistência)
Qual antibiótico de escolha para o tratamento da OMA?
Amoxicilina
- 40-50 mg/Kg/dia : H. influenzae e M. catarrallis
- 80-90 mg/Kg/dia : S. pneumoniae
Quais são as indicações para instituir Amox + Clavulanato em pacientes com OMA?
- Falha terapêutica com uso de Amoxicilina
- OMA + conjuntivite = quadro promovido por Haemophilus influenzae (portanto, há 100% de resistência a amoxicilina)
- ATBterapia há <30 dias
Quais as principais complicações de um quadro de OMA?
- Otite média serosa (por efusão)
- Mastoidite aguda
Qual o quadro clínico e conduta diante de um quadro de otite média serosa?
- QC: otorreia com origem em orelha média abundante, porém sem sinais de inflamação e abaulamento em membrana timpânica
- CD: observação por 3 meses; após isso, caso continue a secreção, optar por timpanoplastia
Qual o quadro clínico e conduta diante de um quadro de mastoidite?
- QC: paciente com apagamento do sulco retroauricular, desvio do pavilhão auditivo, dor intensa em região mastoidea
- CD: TC + ATB parenteral + miringotomia (drenagem)
Quais os agentes etiológicos mais relacionados ao quadro de mastoidite aguda?
- H. influenzae nao tipável
- S. pneumoniae
- Streptococcus grupo A
Quais seios paranasais tipicamente são acometidos em quadro de sinusite bacteriana aguda em crianças?
Seios etmoidais e maxilares, pois são os únicos formados até os 5 anos de idade
Quais os agentes etiológicos mais comuns em quadro de sinusite bacteriana?
Os mesmos da OMA:
- Streptococcus pneumoniae
- Haemophilus influenzae não tipável
- Moraxella catarralis (menos comum)
Quando pensar em uma complicação bacteriana de uma infecção viral?
- Duração dos sintomas >10 dias
- Piora súbita do quadro
- Quadro grave (febre >39ºC)
Qual o tratamento a ser instituído em quadros de sinusite bacteriana?
Suporte + ATB terapia (amoxicilina)
ATB deve ser mantido por até 7 dias após a resolução do quadro clínico
Qual é a possível complicação resultante de um quadro de sinusite bacteriana?
Celulite orbitária
Qual o quadro clínico da celulite orbitária? Qual o tratamento?
QC:
- Edema palpebral
- Proptose ocular
- Dor à movimentação ocular
Tratamento:
- Internação + ATB parenteral
Como diferenciar um quadro de celulite orbitária de celulite periorbitária?
Na celulite periorbitária, não há acometimento de planos mais profundos. Portanto, não há comprometimento da motricidade ocular, apenas edema e hiperemia palpebral
Quais os possíveis diagnósticos diferenciais da sinusite bacteriana e como diferenciá-los?
Rinite alérgica
- Presença de intenso prurido nasal; secreção nasal rica em eosinófilos
Sífilis congênita
- <3 meses de idade (o que é incomum na sinusite), pênfigo palmoplantar, hepatoesplenomegalia…
Corpo estranho
- Rinorreia fétida UNILATERAL
Qual o principal agente etiológico em casos de faringite bacteriana aguda?
Streptococcus beta-hemolítico do grupo B (S. pyogenes)
Quais as potenciais complicações extra-amigdalianas de um quadro de faringite bacteriana?
Febre reumática e GNPE
Qual o quadro clínico da faringite bacteriana?
Odinofagia, febre, manifestações inespecíficas
NÃO TEM: tosse, coriza (se presente, pensar em faringite viral)
EF: presença de exsudato tonsilar, pétequias no palato, linfonodomegalia cervical
Como é feito o diagnóstico da faringite bacteriana?
Na maioria das vezes, o diagnóstico é clínico. Porém, sempre que possível, realizar confirmação bacteriológica com teste rápido + cultura.
Como é feita a interpretação dos testes rápidos na faringite bacteriana?
Teste rápido positivo: tratar faringite bacteriana
Teste rápido negativo: solicitar cultura; cultura negativa: acompanhamento; cultura positiva: tratar faringite bacteriana
Para se realizar a profilaxia da febre reumática, a ATBterapia deve ser instituída até quantos dias após o início do quadro?
Até 9 dias
Qual o antibiótico de escolha para casos de faringite bateriana?
1) Pen G benzatina - dose única IM
2) Amoxicilina por 10 dias
3) Azitromicina (apenas para alergia a penicilina)
Qual o quadro clínico típico de um abscesso peritonsilar?
Paciente com odinofagia e febre não tratada, que evolui com sialorreia, disfagia e trismo.
Ao exame físico, cúpula tonsilar aumentada, com desvio da úvula.
Quais as principais complicações supurativas da faringite bacteriana?
- Abscesso peritonsilar
- Abscesso retrofaríngeo
Quais os principais agentes etiológicos envolvidos em um quadro de abscesso peritonsilar?
Etiologia polimicrobiana (gram + / anaeróbios)
Qual o tratamento a ser instituído em quadro de abscesso peritonsilar?
Drenagem + ATB
Qual o quadro clínico típico de paciente com abscesso retrofaríngeo?
Febre alta, odinofagia, disfagia, dor à mobilização do pescoço
Qual o principal diagnóstico diferencial de abscesso retrofaríngeo?
Torcicolo
Quais os achados radiográficos típicos de um paciente com abscesso retrofaríngeo?
Aumento do espaço retrofaríngeo
Qual o agente etiológico mais comum e o quadro clínico típico de um paciente com febre faringoconjuntival?
Ag etiológico: adenovírus
Febre + conjuntivite + adenomegalia pré-auricular
Quais os principais diagnósticos diferenciais da faringite bacteriana?
- Faringites virais:
a) Febre faringoconjuntival
b) Herpangina
c) Mononucleose infecciosa - PFAPA
Qual o agente etiológico e o quadro clínico típico da Herpangina?
Ag etiológico: vírus Coxsackie A
QC: odinofagia, com presença de úlceras em cavidade oral muito dolorosas