hmt Flashcards

1
Q

Forma mais comum de leucemia

A

Mundo: LMA (mais comum nos orientais)
Ocidente: LLC

Crianças (<15 anos): LLA

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2
Q

Diferença entre leucemias agudas e crônicas

A

Agudas: acúmulo de céls progenitoras (blastos), devido a um bloqueio da maturação

Crônicas: acúmulo de céls maduras ou quase maduras (que podem ser derivadas de clones neoplásicos jovens)

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3
Q

Definição de leucemia aguda

A

Blastos ocupam >20% (OMS) ou 30% (FAB) do total de céls nucleadas da medula

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4
Q

Subtipos de LMA (FAB) e suas principais características de tipagem e imunofenotipagem

A
M0 (2-3%) - indiferenciada
M1 (20%) - diferenciação mínima
M2 (30-40%) - mieloblastos
M3 (5-10%) - promielócitos
M4 (15-20%) - mielócitos e monócitos
M5 (10%) - monoblastos
M6 (5%) - eritroblastos
M7 (1%) - megacarioblastos

Grânulos azurófilos: linhagem granulocítica (M2, M3 e M4)

Bastonetes de Auer: patognomônico de LMA, presente em M1-4

Coloração positiva para

  • Mieloperoxidase ou Sudan Black B: LMA mieloblástica (M1-4)
  • Esterases não específicas: LMA monoblástica (M4-5)

Imunofenotipagem (padrão-ouro para tipar as leucemias)

  • LMA de origem mieloide (M0-5): CD13, CD14, CD33
  • LMA indiferenciada (M0-1): CD34 (marca cél tronco, pior prognóstico)
  • M6: glicoforina, espectrina
  • M7 - fator vW, GP IIb/IIIa
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5
Q

Subtipos de LLA (FAB)

A

L1 (crianças 80% / adultos 20%) - “variante infantil”
L2 (crianças 17% / adultos 70%) - “variante do adulto”
L3 (crianças 3% / adultos 5%) - “variante burkitt-like”

Coloração positiva para

  • PAS (Schiff): LLA derivada de céls B
  • Fosfatase ácida: LLA derivada de céls T

Imunofenotipagem (padrão-ouro para tipar as leucemias):

  • Blasto linfoide: CD10, CD 19, CD20
  • linf B: CD22, CD39
  • linf T: CD2, CD3, CD5 e CD7
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6
Q

Bastonetes de Auer são patognomônicos de:

A

LMA

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7
Q

Linfomas mais comuns na infância

A

1º. linfoma T linfoblástico (linfoblástico de céls pré-T) - 40%

2º. linfoma de burkitt - 30%

3º. linfoma difuso de grandes céls B - 25%

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8
Q

Linfomas mais comuns em adultos HIV+

A

1º. linfoma imunoblástico

2º. linfoma de burkitt

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9
Q

Linfoma não Hodgkin de pior prognóstico

A

Linfoma/leucemia de céls T associado ao HTLV-1

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10
Q

Linfoma de Hodgkin - critério para dx histológico

A

Presença de céls de Reed-Sternberg + “pano de fundo” formado por linfócitos, plasmócitos e eosinófilos

Obs:

  • As céls de Reed-Sternberg forma a minoria da pop celular
  • As céls de Reed-Sternberg não são patognomônicas do LH (podem ser encontradas tb nos LNs de pctes com mononucleose, carcinomas, sarcomas ou LNH)
  • As céls de Reed-Sternberg do LH clássico possui marcadores que confirmam o dx de LH: CD15 (Leu-M1) e CD30 (Ki-1)
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11
Q

Tipos de linfoma de Hodgkin segundo a OMS

A
  1. LH Clássico: CD15+ e CD30+
    Subtipos:
    1.1 - Esclerose nodular (65%): adenopatia cervica/mediastinal assintomática em adultos jovens; 2º melhor prognóstico
    1.2 - Celularidade mista (25%): homens; sintomas B; 70% associado ao EBV; subtipo mais comum na AIDS
    1.3 - Rico em linfócitos (5%): melhor prognóstico
    1.4 - Depleção linfocitária (<5%): pior prognóstico; muitas vezes sem linfadenopatia; idosos e AIDS; associado ao EBV
  2. LH com predomínio linfocitário (LHPL): CD20+
    - Inúmeros linfócitos no pano de fundo, céls L&H (linfo-histiocíticas, “céls em pipoca; variante da cél de Reed-Sternberg); bom prognóstico, indolente, mt recaída, mas boa resposta terapêutica
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12
Q

Neoplasias hematológicas que cursam com prurido

A

Linfomas (LH e LNH) e policitemia vera

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13
Q

Cadeias de LN mais acometidas no linfoma de Hodgkin

A

cervicais anteriores, supraclaviculares e mediastinais

Obs: a disseminação é por contiguidade em 90% dos casos: cervicais > supraclaviculares > mediastinais/hilares > abd superiores/baço >abd inferiores > inguinais > hematogênica (fígado, medula óssea)

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14
Q

Febre de Pel-Ebstein - o que é e o que indica

A

dias de febre alta alternados com dias sem febre

mt sugestiva de linfoma (mas a febre do linfoma pode ter qualquer padrão)

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15
Q

Linfonodomegalia + dor nos linfonodos desencadeada por ingestão de bebida alcoolica - hipótese?

A

linfoma de hodgkin

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16
Q

hemograma no linfoma de hodgkin

A

anemia normo normo
leucocitose com linfopenia, monocitose e eosinofilia
trombocitose

Obs: VSG, LDH e beta2-microglobulina geralmente estão elevados

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17
Q

Linfomas - Estadiamento de Ann Arbor modificado / Lugano

A

Estágio I: 1 região linfonodal (I) ou 1 local extralinfático sem acometimento linfonodal (IE)

Estágio II: >=2 regiões linfonodais do mesmo lado do diafragma (II) ou >=1 região linfonodal (do mesmo lado do diafragma) associada a acometimento limitado de um local extralinfático contíguo (IIE)

Estágio III: acometimento de regiões linfonodais dos 2 lados do diafragma

Estágio IV: acometimento extralinfático não contíguo, com ou sem envolvimento linfonodal

Adicionar letras:

  • Sintomas B: A - todos ausentes / B - pelo menos 1 presente - APENAS para linfoma de Hodgkin
  • Doença volumosa/”bulky” (Ann Arbor): X (no Lugano, não coloca X, mas coloca o maior diâmetro visto na TC)
  • — doença volumosa: LH - >=10cm ou >=1/3 do diâmetro torácico // LNH - varia conforme o subtipo
  • Doença extranodal limitada contígua: E (doença extranodal contígua/próxima que está dentro do campo de irradiação da doença nodal da mesma extensão anatômica; doença mais extensa é estágio IV)

Doença limitada: estágios I e II
Doença avançada: estágios III e IV

Obs:

  • Região linfonodal = 1 LN ou 1 grupo de LNs adjacentes ou baço ou anel de Waldeyer (tonsilas palatinas, faríngeas/adenoides, tubárias e linguais -> tonsilas palatinas, base da língua e nasofaringe)
  • Existem 2 regiões linfonodais no mediastino: 1 dos LN hilares, 1 de todos os outros
  • Estágio II com doença volumosa (bulky) será classificado como doença limitada ou avançada conforme a histologia e fatores prognósticos
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18
Q

Exames para estadiamento do linfoma de Hodgkin

A

biópsia de um LN acometido (para dx)

anamnese (sintomas B)
exame físico 
PET-TC (ou TC com contraste) do tórax, abd e pelve; TC específica do pescoço, se necessário
LN aumentados (EF, imagem): bx se for mudar o tto
biópsia de medula óssea para pctes selecionados (sintomas B, estágio IIB-IV, citopenia)
RNM de crânio, se suspeita de acometimento do SNC
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19
Q

Tto linfoma de Hodgkin

A

Doença limitada (estágios I e II - 1 lado do diafragma) com prognóstico favorável*: QT (ABVD) + RT da área envolvida

  • Prognóstico favorável - critérios europeus (todos os seguintes): <50 anos, sem doença mediastinal volumosa (sem LN >10cm ou >1/3 do diâmetro torácico), máx 3 regiões acometidas, VSG <50 sem sintomas B ou <30 com sintomas B; (EUA - ECOG: <40 anos, VSG <50, sem doença volumosa, sem sintomas B, subtipo esclerose nodular)

Doença limitada com prognóstico desfavorável**: QT (ABVD) + RT da área envolvida ou apenas QT (para pctes sem doença volumosa)

** Prognóstico desfavorável: ausência de >=1 critério favorável (EUA - ECOG: ou subtipo de celularidade mista)

Doença avançada (estágios III e IV - 2 lados do diafragma ou acometimento extranodal não contíguo ou extenso): QT (ABVD), + RT se doença mediastinal volumosa ou doença residual

ABVD: adriamicina (doxorrubicina), bleomicina, vinblastina e dacarbazina

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20
Q

Linfomas não-hodgkin associados à AIDS

A

linfomas B de alto grau de malignidade - principalmente linfoma B difuso de grandes céls (tipo imunoblástico) e burkitt (juntos: 70%), linf 1ário do SNC e linf de cavidades serosas

Obs:

  • Principal FR: queda do CD4
  • Linfoma 1ário do SNC está associado a CD4 <50
  • EBV está associado ao linfoma 1ário do SNC (100%), burkitt e linf b difuso de gr céls tipo imunoblástico
  • Linfoma de cavidades seroras é específico de AIDS e está associado ao EBV e ao herpes-8
  • O LNH na AIDS pode ser policlonal
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21
Q

Principais transplantes associados ao linfoma não hodgkin

A

coração e coração-pulmão

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22
Q

linfoma hodgkin x não-hodgkin - diferenças

A

LH: acomete LNs com disseminação contígua / acomete pp LNs cervicais, supraclaviculares e mediastinais / sintomas B são fatores independentes de mau prognóstico / prognóstico mais associado ao estadiamento

LNH: acomete os LNs de maneia não contígua / acomete com mais frequencia o anel de Waldeyer, os LNs epitrocleares e os abd / sintomas B não são fatores independentes de mau prognóstico / acometimento extranodal é mais frequente / prognóstico mais associado ao tipo histológico

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23
Q

Causa mais comum de massa testicular em idosos

A

linfoma não hodgkin

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24
Q

Linfoma não hodgkin - IPI (international prognostic index)

A
idade >60 anos
LDH elevado
ECOG performance status >1
Ann Arbor III-IV
doença extranodal em >1 local

Obs:
- Para o linfoma B folicular indolente, utiliza-se o FLIPI, que troca o perfomance status e o acometimento extranodal por Hb (1pt se <12) e nº de LNs acometidos (1pt se >4)

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25
Q

LNH mais comum

A

linfoma difuso de grande céls B - 30%

2º: linfoma folicular - 20%

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26
Q

LNH - linfoma folicular de céls B - características e tto

A

linfoma de céls B indolente
2º LNH mais comum
70% dos LNH indolentes
idosos (60 anos)
dx geralmente em estágio avançado (III-IV)
leucemização em 30%
imunofenotipagem: linf B (CD19,20,79), CD10 e CD43
t(14;18) em 85%
índice prognóstico próprio: FLIPI (ao contrario dos outros LNH, que usam o IPI)
terapia não altera mt o prognóstico e é reservada aos casos de doença localizada (curativa) ou na presença de sintomas/complicações (paliativa)
virtualmente todos morrem do linfoma
a forma cutânea primária tem alta chance de cura

Tto:
Estágio I/IE (1 região linfonodal ou acometimento limitado de 1 local extranodal): radioterapia (cura em 50%)
Estágio II (>1 região linfonodal do mesmo lado do diafragma ou doença nodal+extranodal limitada): variável (alguns como estágio I, alguns como estágio III/IV)
Estágio III-IV (2 lados do diafragma, doença extranodal extensa): rituximab (anti-CD20) +- QT
»> tto apenas se sintomas (sintomas B, compressão, complicações, etc), comprometimento funcional de algum órgão acometido, citopenia ou progressão da doença

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27
Q

LNH - linfoma linfocítico pequeno - características

A

linfoma de céls B indolente
forma linfomatosa da LLC (diferente apresentação da mesma doença)
linfadenopatia + <5.000 linfócitos no dx (se mais, é LLC; se sem linfadenopatia é linfocitose monoclonal de céls B)
hipogamaglobulinema (linf B anérgicos)
idosos (65 anos)
linfoma sistêmico mais indolente - maioria tem dx em estágio avançado
Sd de Richter: transformação em linfoma difuso de grandes céls B
imunofenotipagem: linf B (CD19,20), CD5 e CD23

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28
Q

LNH - linfoma MALT - características

A

linfoma de céls B indolente
mais comum: gástrico
geralmente surge de doença inflamatória benigna
- gastrite crônica pelo h. pilory - linfoma gástrico
- poli-infestação parasitária - linfoma intestinal mediterrâneo
- tireoidite de hashimoto - linfoma tireoidiano
- sd de sjogren - linfoma das gl salivares

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29
Q

LNH - linfoma difuso de grandes céls B - características

A

linfoma de céls B agressivo
LNH mais comum
90% dos LNH agressivos
40-70 anos
LN de crescimento rápido na região cervical ou no abd 40% com apresentação extranodal (pp TGI)
aprox metade é dx em estágio inicial
imunofenotipagem: linf B (CD19,20,79) e CD45 (bcl2)
subtipo imunoblástico (10%): mais agressivo, subtipo mais comum na AIDS

Tto:

  • Doença limitada (restrita a 1 campo de irradiação, geralmente estágio I-II): R-CHOP (rituximab + QT) + RT do campo envolvido (ou apenas R-CHOP)
  • Doença avançada (não restrita a 1 campo de irradiação, geralmente estágios III-IV): R-CHOP (ou R-outra QT, em alguns casos)
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30
Q

LNH - linfoma de céls do manto - características

A

linfoma de céls B agressivo
linfoma difuso de pequenas céls clivadas
60 anos
homens
linfadenopatia generalizada, esplenomegalia, acometimento do anel de Waldeyer, do TGI (polipose linfomatosa) e da MO
imunofenotipagem: linf B (CD19,20,79), CD5, FMC7, ciclina D1 (bcl1)
t(11;14)

Tto: imunoquimioterapia (rituximab + QT) + transplante autólogo de céls hematopoieticas

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31
Q

LNH - linfoma de Burkitt - características e tto

A

linfoma de céls B altamente agressivo
2º linfoma mais comum em crianças (1º: linfoma linfoblástico de céls pré-T)
raro em adultos, exceto HIV+ (2º mais comum)
crescimento tumoral mt rápido
alta chance de cura com QT
linfoma B de peq céls não clivadas (AP: aspecto em céu estrelado)
forma esporádica: provavelmente a mais comum no brasil; 11 anos, meninos; doença extranodal no TGI (dor abd, ascite, massa palpável) e SNC; associação com EBV é discreta e controversa
forma endêmica africana: meninos, 7 anos; massa mandibular/facial; forte associação com EBV
forma do HIV+: doença no TGI e SNC, adenopatia, sint B; associada ao EBV em 40%
imunofenotipagem: linf B (CD19,20,79), CD10, CD21 (na forma endêmica, EBV+)
translocações envolvendo o cromossomo 8 (oncogene c-myc)
linfoma burkitt-like: variante que predomina em adultos

Tto: poliquimioterapia com ou sem rituximab + profilaxia do SNC (QT intratecal - ex: metrotexto e citarabina)

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32
Q

LNH - micose fungoide

A

linfoma de céls Th indolente
linfoma T cutâneo primário mais comum
sexo masculino
Estágios
- I: lesões inespecíficas, bx não diagnóstica
- II: placas eritematosas infiltradas e descamativas, bx pode revelar o dx
- III: lesões vegetantes vermelho-acastanhadas, frequentemente ulceram, predominam na face, axilas, virilha, região inframamária e antecubital; bx é dx
Sd de Sezary: eritrodermia descamativa difusa + linfadenopatia + leucemização (linfócitos com núcleos cerebriformes no sangue periférico - céls de sezary)
AP: microabscessos de Pautrier são patognomônicos
imunofenotipagem: linf T (CD2,3) e CD4

Estadiamento TNMB (b=blood):

T1 - placas em <10% da superfície cutânea
T2 - placas em >10% da superfície cutânea
T3 - lesões ulcerovegetantes
T4 - eritrodermia generalizada

N0 - LN neg
N1 - LN aumentados, sem neoplasia
N2 - LN não aumentados, com neoplasia
N3 - LN aumentados com neoplasia

M0 - sem mtx
M1 - com mtx

B0 - sem céls de sezary no sg
B1 - poucas céls de sezary no sg
B2 - mts céls de sezary no sg (>=1000/mcL)

Sobrevida:

  • Estágio IA (T1 N0 M0 B0-1) tem sobrevida normal
  • T3-4 pioram a sobrevida
  • B2, N3 e M1 pioram mt a sobrevida
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33
Q

microabscessos de Pautrier na histologia são patognomônicos de:

A

micose fungoide (LNH de céls T)

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34
Q

LNH - linfoma linfoblástico de céls pré-T - características

A

linfoma de céls T altamente agressivo
derivado das céls presentes no timo
linfoma mais comum da infância
meninos
pré-escolares, adolescentes e 20-30 anos
altamente agressivo
linfadenopatia, massa mediastinal de crescimento rápido, complicações compressivas, derrame pleural/pericárdico, sintomas B
maioria em estágio avançado
imunofenotipagem: CD3, CD7
propensão a acometer o SNC (linfangite linfomatosa)
boa resposta terapêutica (cura em 60% das crianças e 40% dos adultos)

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35
Q

LNH - linfoma/leucemia associada ao HTLV-1

A

linfoma de céls Th altamente agressivo
LNH de pior prognóstico
altamente agressivo, má resposta à terapia
adultos (~40 anos)
forma aguda leucêmica (60%): linfocitose, linfócitos com núcle em forma de trevo/flor, hiperCa sintomática, lesões cutâneas, lesões ósseas líticas, linfadenopatia generalizada, hepatoesplenomegalia, infiltrado pulmonar difuso, sobrevida de 5 meses
forma linfomatosa (20%): linfadenopatia generalizada, sem leucemização
forma crônica (15%): lesões cutâneas e linfocitose
forma latente (5%): lesões cutâneas e pulmonares
imunofenotipagem: linf T (CD2,3,5), CD4, CD25

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36
Q

LNH - linfoma anaplásico de grandes céls T

A

linfoma de céls T agressivo
derivado de céls T ou céls nulas
2º linfoma T mais comum (1º: micose fungoide)
50% dos linfomas de grandes céls em crianças
linfoma agressivo com melhor resultado terapêutico (cura em 80%)
35 anos
linfadenopatia periférica/retroperitoneal, sintomas B, lesões cutâneas linfomatosas
imunofenotipagem: CD30 (Ki-1), prot ALK
t(2;5) - prot ALK - bom prognóstico

forma cutânea primária: variante “benigna”, adultos velhos, lesões polipoides localizadas infiltrando a derme e o subcutâneo, pode regredir espontaneamente ou apresentar remissões prolongadas com a QT

Tto: IFN-alfa + zidovudina

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37
Q

Tto LNH mais comuns

A

INDOLENTES
Geral: tto apenas se bem inicial (curativo) ou se sintomas/complicações/progressão (paliativo)

Linfoma linfocítico:
- Estágio I/IE (1 região linfonodal ou acometimento limitado de 1 local extranodal): radioterapia (cura em 50%)
- Estágio II (>1 região linfonodal do mesmo lado do diafragma ou doença nodal+extranodal limitada): variável (alguns como estágio I, alguns como estágio III/IV)
- Estágio III-IV (2 lados do diafragma, doença extranodal extensa): rituximab (anti-CD20) +- QT
»> tto apenas se sintomas (sintomas B, compressão, complicações, etc), comprometimento funcional de algum órgão acometido, citopenia ou progressão da doença

AGRESSIVOS
Geral: tto precoce e agressivo

Linfoma difuso de grandes céls B:

  • Doença limitada (restrita a 1 campo de irradiação, geralmente estágio I-II): R-CHOP (rituximab + QT) + RT do campo envolvido (ou apenas R-CHOP)
  • Doença avançada (não restrita a 1 campo de irradiação, geralmente estágios III-IV): R-CHOP (ou R-outra QT, em alguns casos)

R-CHOP: rituximab - ciclofosfamida, doxorrubicina, vincristina e prednisona

Linfoma de céls do manto:
- imunoquimioterapia (rituximab + QT) + transplante autólogo de céls hematopoieticas

Linfoma primário do SNC: QT combinada com metrotexato + rituximab

Linfoma de Burkitt: poliquimioterapia com ou sem rituximab + profilaxia do SNC (QT intratecal - ex: metrotexto e citarabina)

Linfomas de céls T agressivos: CHOP

Linfoma associado ao HTLV: IFN-alfa + zidovudina

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38
Q

Tto do linfoma primário do SNC

A

Indução com QT combinada com metrotexato + rituximab

Consolidação: sem 1a linha bem estabelecida (QT, QT+transplante autólogo, RT)

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39
Q

Neutropenia febril - definição, origem mais comum da infecção, germes mais frequentes, estratificação de risco, tto

A

Definição:

  • Neutrófilos <500 ou <1000 com previsão de queda para <500 nas próximas 48h
  • Temp bucal >=38,3 ºC em medida única ou >= 38ºC por 1h ou Tax >37,8ºC em medida única]

Origem mais comum da infecção: TGI com mucosite

Germes mais frequentes:

  • Hemocultura positiva: stafilo coagulase neg (como o S. epidermidis) e outros G+
  • Geral: provavelmente flora do TGI (G-)
  • Fungos:
  • – Após 1ª semana: leveduras (Candida)
  • – Após 2ª semana: filamentosos (Aspergillus e Fusarium)

Estratificação de risco

  • Alto risco (>=1): expectativa de neutropenia por >7 dias, disfunções orgânicas crônicas (insuf hep/card/renal, DPOC), disfunções orgânicas agudas (insuf hep, IRA, hipoxemia), alteração da homeostase (instab hemodin, confusão mental), sintomas de mucosite intensa (dor abd, N/V, diarreia), sinais de infecção em cateter venoso profundo (flogose, febre+calafrios qnd o cateter é usado)
  • Baixo risco: ausência de todos os acima

Conduta:

  • Baixo risco: breve observação hospitalar e atb VO (cipro + amoxi-clav // cipro // levofloxacina)
  • Alto risco: internação e atb IV
  • Atb
  • – Sempre: cobertura antipseudomonas*
  • – Situações especiais**: associar cobertura estendida para G+ (vanco)
  • Duração:
  • – Foco identificado: duração padrão para aquela infecção ou até neutr >500 (o que demorar mais)
  • – Sem foco:
  • —— Cobertura anti-pseudomonas: até neutr >500 e ausência de febre por 48h
  • ——- Vanco: suspender se nenhum G+ for isolado após 48h
  • Cobertura anti-pseudomonas:
  • Penicilinas: ticarcilina (+- clavulanato), piperacilina (+- tazobactam)
  • Cefalosp: ceftazidime (3ªg), cefepime (4ªg)
  • Monobactâmicos: aztreonam
  • Carbapenêmicos: imipenem, meropenem
  • Fluoroquinolonas: cipro e levofloxacina
  • Colistina (se GMR)
  • Aminoglicosídeos podem ser associados aos acima em infecções graves

**Situações especiais: mau estado clínico, hipotensão, suspeita de infecção de cateter venoso profundo, infecção de pele ou partes moles, pneumonia, história de colonização por MRSA

Obs:

  • Na ausência de febre, abordar o paciente neutropênico como neutropenia febril se houver algum indício de infecção (hipotensão, dispneia, hipotermia, etc)
  • Mesmo na ausência de outros achados de infecção (além de febre), a maioria dos casos está associada a um processo infeccioso
  • Na maioria das vezes não é possível documentar a infecção (foco, hmc)
  • Não realizar toque retal ou qualquer outra manipulação do reto na vigência de neutropenia febril (EDA e fibrobronco pode fazer)
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40
Q

Diagnóstico imunofenotípico de LLC

A

CD5+ e ausência de FMC-7

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41
Q

Células de Mott são características de:

A

mieloma múltilplo

Céls de Mott: assincronia núcleo-citoplasma, plasmócitos grandes bi/trinucleados, com vacúolos citoplasmáticos

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42
Q

Ossos acometidos pelo mieloma múltiplo

A

ossos com medula óssea funcionante -> crânio, clavículas, esterno, costelas, escápulas, coluna, pelve e extremidades proximais

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43
Q

Causas de anemia no mieloma múltiplo

A

ocupação medular pelo mieloma e liberação de fatores inibitórios da eritropoiese secretados pela neoplasia

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44
Q

Características da dor óssea no mieloma múltiplo

A

dor intermitente, associada aos movimentos, intensa, refratária aos AINEs

ela geralmente inicia na região lombar e pode irradiar para o membro inferior

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45
Q

Rx com múltiplas pequenas lesões ósseas líticas (aspecto de pontilhado) - hipóteses e ddx

A

mieloma múltiplo, mtx de Ca de tireoide, mama ou pulmão

dor intermitente associada aos movimentos -> MM
dor contínua pior à noite -> mtx (ou MM com fratura)

lesões vertebrais com desaparecimento do espaço intervertebral, poupando os pedículos -> MM
lesões com acometimento dos pedículos vertebrais -> mtx

Obs: as lesões ósseas do MM não são detectadas na cintilo, só no Rx, TC, RNM e PET-scan

46
Q

Paciente com mieloma múltiplo que apresenta proteinúria com presença de proteína de Bence Jones na urina - quais outras alterações podem ser encontradas nos exames laboratoriais desse pcte?

A

A proteína de Bence Jones pode provocar lesão tubular proximal e é a principal causa de Síndrome de Fanconi em adultos -> ATR tipo II, bicarbonatúria, aminoacidúria, glicosúria, hipofosfatemia, hipouricemia

47
Q

Leucemias associadas ao cromossomo philadelphia

A

LMC e LLA

48
Q

Síndromes mieloproliferativas crônicas - quais são, qual a característica que define o grupo, quais os achados em comum, qual o principal achado de cada uma delas (célula que acumula e mutação genética), qual a ordem de frequência

A

policitemia vera, mielofibrose idiopática, trombocitemia essencial e muitos incluem tb LMC

São neoplasias hematológicas cujo clone neoplásico se origina de uma célula tronco e é capaz de se diferenciar nas células hematológicas maduras

Achados em comum: esplenomegalia, evolução indolente, medula hiperplásica na fase inicial, possível evolução para mielofibrose com metaplasia mieloide, possível progressão para LMA

LMC > granulocitose
Policitemia vera > eritrocitose
Trombocitemia essencial > trombocitose
Mielofibrose idiopática > leucoeritroblastose e hemácias em lágrima (dacriócitos) no sangue periférico

Mutações:
LMC > bcr-abl [95%]
Policitemia vera > JAK-2 (V617F) [>95%]
Trombocitemia essencial > JAK-2, MPL, TET2
Mielofibrose idiopática > JAK-2 [65%], MPL [40%]

Frequência: policitemia vera > LMC > mielofibrose idiopática > trombocitemia essencial

49
Q

LMC - características

A
  • 95% apresenta chromossomo Philadelphia / t(9;22) / mutação bcr-abl
  • clone se diferencia em céls preferencialmente da linhagem granulocítica -> neutrófilos, bastões, mielócitos, metamielócitos, mieloblastos, eosinófilos e basófilos
  • Típico: leucocitose neutrofílica acentuada com desvio à esquerda + esplenomegalia de grande monta; basofilia proeminente e persistente
  • Febre, perda de peso, astenia, dor em QSE, saciedade precoce, equimoses
  • Labs: anemia, leucocitose, trombocitose, hiperuricemia (gota), vit B12 aumentada, LDH aumentado
  • O clone se diferencia em neutrófilo maduro, com função normal ou levemente reduzida -> infecções não são comuns
  • Causa mais comum de óbito: crise blástica
  • Dx: RT-PCR do sangue periférico com detecção do RNAm da mutação bcr-abl (ou aspirado de medula)
  • Tto: imatinibe
50
Q

Basofilia proeminente e persistente - pensam em:

A

LMC

51
Q

Leucocitose acentuada - ddx LMC x reação leucemoide

A

Achados sugestivos de:

  • LMC: esplenomegalia, t(9;22), fosfatase alcalina leucocitária reduzida, eosinofilia, basofilia
  • Reação leucemoide: corpúsculos de Döhle (granulações nos neutrófilos), fosfatase alcalina leucocitária aumentada, eosinopenia, basopenia
52
Q

Fase acelerada e crise blástica da LMC - critérios dx

A

Fase acelerada:

  • leucocitose progressiva não responsiva ao tto
  • esplenomegalia progressiva não responsiva ao tto
  • plq >1 milhão não responsiva ao tto
  • plq <100.000 não relacionada ao tto
  • basofilia >= 20%
  • blastos 10-19% (sg ou MO)
  • evolução citogenética (novas anomalias)

Crise blástica

  • blastos >= 20% (sg ou MO)
  • grandes focos ou grupamentos de blastos na MO
  • cloroma ou sarcoma mieloblástico (Tu extramedular)
53
Q

Condição mais associada à síndrome de hiperviscosidade

A

macroglobulinemia de walderstrom

54
Q

O uso de etoposídeo para tto de Ca aumenta o risco de LMA secundária principalmente nos pacientes com qual alteração genética?

A

mutações envolvendo o braço longo do cromossomo 11 (ex: 11q23)

55
Q

Plasmocitoma solitário - o que é

A

é um tumor ósseo constituído de plasmócitos neoplásicos monoclonais; representa uma “forma localizada” de mieloma

é uma lesão cística, única, maior e mais irregular do que o MM; não tem componente M

56
Q

Principal causa de morte nos pctes com mieloma múltiplo

A

infecção bacteriana

Obs:

  • Os pctes têm uma hipogamaglobulinemia funcional e problemas na imunidade celular inata e adquirida
  • Patógenos mais comuns nas fases iniciais: bactérias encapsuladas (pneumococo, Haemophilus influenzae - pneumonia, sinusite)
  • Patógenos mais comuns nas fases tardias e durante o tto: S. aureus e G- entéricos - sepse
  • Profilaxia com SMX-TMP
57
Q

Principal causa de IRA no mieloma múltiplo

A

hipercalcemia

58
Q

Formas em que o mieloma múltiplo afeta o rim

A

Proteína de Bence Jones (cadeias leves de Ig) causa dano tubular proximal -> Sd de Fanconi (ATR2, bicarbonatúria, aminoacidúria, glicosúria, hipofosfatemia, hipouricemia)

Quando as céls tubulares proximais já estão tão lesadas que não conseguem mais reabsorver a Proteína de Bence Jones, ela segue pelo nefron e forma cilindros de cadeia leve, que geram uma nefropatia crônica obstrutiva (rim do mieloma)

A hiperCa pode gerar nefrocalcinose, facilitar a formação de cilindros de cadeia leve, formar cristais de fosfato de Ca e provocar uma IRA por desidratação (na crise hipercalcêmica, com vômitos e poliúria)

o depósito tecidual progressivo de cadeias leves que se transformaram em fibrilas amiloides gera amiloidose AL em 10% dos pctes, o que pode gerar uma glomerulopatia amiloide (que geralmente cursa com Sd nefrótica). A presença de proteinúria no EQU convencional sugere amiloidose. As fibrilas amiloides coram pelo vermelho congo

A presença de alto turn over celular leva à hiperuricemia, que pode causar nefropatia pelo ácido úrico

59
Q

Pcte com mieloma que apresenta sinais de compressão medular - tto?

A

Emergência oncológica -> corticoterapia imediata e, assim que possível, radioterapia

60
Q

Principal causa de alteração do estado mental no pcte com mieloma múltiplo

A

crise hipercalcêmica

61
Q

Paciente com MM que apresenta cefaleia, N/V, desorientação, convulsões, redução do nível de consciência, poliúria aquosa (diabetes insipidus nefrogênico) ou oligúria (hipovolemia) - hipótese

A

crise hipercalcêmica

62
Q

Síndrome POEMS e mieloma osteosclerótico - o que são?

A

Síndrome POEMS:

  • Polyneuropathy, Organomegaly, Endocrinopathy, Monoclonal protein, Skin changes
  • É uma síndrome caracterizada pela presença de uma gamopatia monoclonal (geralmente da cadeia leve lambda) e polineuropatia periférica associadas a outras alterações características
  • Também é chamada de mieloma osteoesclerótico devido à grande associação entre a Sd POEMS e a presença de lesões osteoescleróticas (presente em quase todos os pctes)
  • Polineuropatia sensitivomotora, distal, simétrica, com progressão gradual para porções proximais
  • Dx: 2 critérios obrigatórios + 1 critério maior + 1 critério menor
  • — Critérios obrigatórios: gamopatia monoclonal e polineuropatia periférica
  • — Critérios maiores: lesões osteoescleróticas, doença de Castleman, VEGF elevado
  • — Critérios menores: organomegalia, aumento de líquido extravascular (edema, ascite, derrame pleural), endocrinopatia, alterações cutâneas, papiledema, trombocitose/policitemia
  • Tto:
  • — 1-3 lesões ósseas: RT
  • — >3 lesões ósseas ou sintomas graves: QT ou TMO
63
Q

Policitemia vera - importância, idade, labs, clínica, critérios dx e tto

A
  • Sd mieloproliferativa mais comum
  • Acúmulo de eritrócitos é a principal característica, mas pode haver acúmulo das outras linhagens também (pancitose -> única neo hematológica)
  • Adultos velhos e idosos (50-80 anos)
  • Mutação JAK-2 (ex: V617F) em >95%
  • Ht >60% com SatO2 >92% -> quase sempre é policitemia vera
  • Hiperviscosidade -> cefaleia, turvação visual, tonturas, parestesias
  • Fraqueza, perda de peso, sudorese, febre baixa
  • Hipervolemia -> HAS, congestão pulmonar, dispneia
  • Prurido desencadeado pelo banho quente, com boa resposta a antihistamínicos
  • EF: pletora facial, esplenomegalia, pletora conjuntival, eritrocianose das extremidades; pode haver tb hepatomegalia e equimoses
  • Maior risco de úlcera péptica e hemorragia digestiva
  • Ht normal com hemácias mt microcíticas -> policitemia vera + anemia ferropriva (sangramento)
  • Labs: eritrocitose (leucocitose, trombocitose), aumento da fosfatase alcalina leucocitária, hiperuricemia, pseudo-hiperK, B12 elevada
  • Complicações: trombose arterial ou venosa (principal complicação), hemorragias (pp pós-op)
  • Dx (OMS): A1+A2+qualquer B ou A1+2 Bs
  • — A1: eritrocitose (Hb>18 H, >16 M)
  • — A2: mutação JAK-2
  • — B1: pancitose na MO
  • — B2: EPO baixa
  • — B3: formação de colônia eritroide endógena in vitro

Tratamento:

  • Flebotomia com o objetivo de manter Ht <=45% em homens e <=43% em mulheres
  • Droga mielossupressora na presença de dificuldade de flebotomias regulares, alta necessidade de flebotomias, plq >1.000.000, história prévia de trombose ou prurido intratável -> hidroxiureia (IFN-alfa em gestantes)
  • TODOS: AAS em baixas doses (prevenir trombose)
  • Hiperuricemia: alopurinol
64
Q

Definição, causas e investigação de eritrocitose

A

Definição:

  • Homens: Hb >18
  • Mulheres: Hb >16

Causas:

  • hemoconcentração
  • tabagismo
  • hipóxia crônica (DPOC, hipoventilação, cardiopatias congênitas cianóticas, FAV pulmonar congênita, etc)
  • produção supra-fisiológica de androgênios (anabolizantes, Ca renal, hepatocarcinoma, hidronefrose, rins policísticos, cisto renal simples), policitemia rubra vera

Investigação:

  • Homem >40 anos, com eritrocitose proeminente, esplenomegalia, trombocitose, leucocitose e SatO2 normal -> pesquisa da mutação JAK-2 - se positiva, é policitemia vera
  • Demais casos: teste das hemácias marcadas com 51Cr
  • — Massa eritrocitária normal: eritrocitose relativa (hemoconcentração, tabagismo) ou espúria
  • — Massa eritrocitária aumentada:
  • ——- SatO2 <92%: hipóxia crônica -> solicitar imagem torácica e provas de função pulmonar
  • ——- SatO2 >92%: Tu produtor de eritropoietina ou nefropatia -> solicitar eco de vias urinárias e TC abd
  • ——- Se todos os exames forem normais e houver história familiar de eritrocitose, pensar em Hb de alta afinidade pelo O2 -> determinação da P50 (<25mmHg)
65
Q

Única neoplasia hematológica que pode apresentar pancitose

A

policitemia vera

66
Q

Mielofibrose idiopática (metaplasia mieloide agnogênica) - idade, mutações, achados/clínica, labs, dx e tto

A
  • Adultos velhos e idosos
  • Mutações JAK-2 e MPL
  • Principais achados: esplenomegalia de grande monta, leucoeritroblastose e hemácias em lágrima (dacriócitos) no sangue periférico
  • Metaplasia mieloide -> esplenomegalia, hepatomegalia, compressão extrínseca da medula espinhal
  • Hiperesplenismo -> anemia e plaquetopenia
  • Esplenomegalia importante -> saciedade precoce, dor em QSE, plenitude pós-prandial
  • Hipertensão portal
  • Compressão da medula -> Sd de mielite transversa (paraplegia, nível sensitivo, alteração esfincteriana)
  • Fadiga, astenia, perda de peso, sudorese noturna
  • Dor óssea nas porções proximais dos membros
  • EF: esplenomegalia, hepatomegalia, equimoses, petéquias, achados de hipertensão portal
  • Labs: anemia, leucocitose/leucopenia, trombocitose em fases iniciais, plaquetopenia em fases mais avançadas, hiperuricemia, aumento da fosfatase alcalina leucocitária e sérica, LDH elevado, B12 elevada, alb baixa
  • Esfregaço de sangue periférico: leucoeritroblastose, poiquilocitose (hemácias em lágrima/dacriócitos), plaquetas gigantes degranuladas (fragmentos de magacariócitos)
  • Dx: biópsia (e não aspirado) de MO

Tratamento:

  • Sintomáticos com doença de alto risco: TMO alogênico (única chance de cura) ou inibidores do JAK-2 (ruxolitinib)
  • Sintomáticos com doença de baixo risco: hidroxiureia
  • Esplenectomia se esplenomegalia sintomática refratária à hidroxiureia, plaquetopenia intensa ou demanda transfusional inaceitavelmente elevada
  • Compressão da medula e dor óssea: radioterapia externa
  • Hipertensão porta: TIPS
67
Q

Neoplasia mais frequentemente associada ao quilotórax

A

linfoma

68
Q

Critérios para o Dx de mieloma múltiplo, gamopatia monoclonal de significado indeterminado, MM assintomático (smoldering) e plasmocitoma (medular ou extramedular)

A

MIELOMA MÚLTIPLO

  • Plasmocitose medular ≥ 10% ou plasmocitoma (medular ou extramedular) confirmado por biópsia + 1 dos abaixo:
  • – Lesão em órgão alvo (“CARO”)
  • —– Cálcio > 11mg/dL
  • —– Anemia - Hb <10mg/dL ou 2mg/dL abaixo do normal
  • —– Rim - Cr >2 mg/dL ou ClCr <40 mL/min
  • —– Osso - ≥ 1 lesão osteolítica ≥ 5 mm em exame de imagem
  • – Presença de marcador de alto risco de progressão para dano em órgão alvo
  • —– Plasmocitose medular ≥ 60%
  • —– Dosagem de cadeias leves livres no soro com relação cadeia “envolvida”/ cadeia “não envolvida” ≥ 100 (desde que a cadeia envolvida seja ≥ 100 mg/L)
  • —– RNM com >1 lesão focal envolvendo osso ou medula óssea

GAMOPATIA MONOCLONAL DE SIGNIFICADO INDETERMINADO

  • Proteína M sérica (proteína sérica monoclonal) <3 g/dL
  • Plasmocitose medular <10%
  • Ausência de lesões em órgão-alvo ou amiloidose

MM ASSINTOMÁTICO (SMOLDERING)

  • Proteína M sérica ≥ 3 g/dL ou urinária ≥ 500 mg/24h ou plasmocitose medular 10-60%
  • Ausência de condições definidoras de MM (lesão em órgão alvo ou marcador de alto risco)

PLASMOCITOMA SOLITÁRIO

  • Lesão solitária com plasmócitos monoclonais no osso ou em tecido mole, comprovada por biópsia
  • MO normal, sem plasmócitos monoclonais
  • Rx e RNM demonstram apenas 1 lesão
  • Ausência de lesão em órgãos alvo (“CARO”), exceto pela causada pelo plasmocitoma
69
Q

Fatores prognósticos mais importantes no mieloma múltiplo

A

albumina e beta2-microglobulina

70
Q

Estadiamento do MM - ISS (International Staging System)

A

Estágio I: B2M <3.5 mg/L + alb ≥3.5 g/dL
Estágio II: neither stage I nor stage III
Estágio III: B2M ≥5.5 mg/L

B2M = beta2-microglobulina sérica
alb = albumina sérica
71
Q

Tto do MM

A

QT seguida de TMO autólogo, quando possível

QT -> imunomodulador (lenalidomida) + corticoide (dexametasona) + inibidor de proteassoma (bortezomib ou carfilzomib) -> esquema VRd (com bortezomib) ou KRd (com carfilzomib)

Obs: todos os pctes com <77 anos devem ser avaliados para a possibilidade de TMO

72
Q

Apresentação mais comum da macroglobulinemia de Waldestrom

A

Sd de hiperviscosidade (blurring or loss of vision, headache, vertigo, nystagmus, dizziness, tinnitus, sudden deafness, diplopia, ataxia, confusion, dementia, disturbances of consciousness, stroke, or coma; alterações no FO, como vasos em salsicha, hemorragias, papiledema, exsudato)

Obs:

  • Sintomas geralmente aparecem quando a viscosidade é >4 e sempre estão presentes quando >8
  • Tto: plasmaférese de urgência
  • Outras manifestações da MW: sintomas B, fraqueza, fadiga, sangramento crônico da gengiva ou do nariz, outros sangramentos, infecções recorrentes, neuropatia periférica (sensitiva e motora, distal, simétrica, lentamente progressiva), outras alterações neurológicas, linfadenopatia, hepatoesplenomegalia, crioglobulinemia (Raynaud, cianose/gangrena de dígitos, glomerulite, poliartralgias), crioaglutinina (anemia hemolítica); labs: anemia, plaquetopenia (50% dos com sangramento), TP prolongado, VSG aumentado, rouleaux no sangue periférico, hiperuricemia, pseudo-hipoNa, LDH aumentado, beta2-microglobulina aumentada. Dor óssea é raro
73
Q

Macroglobulinemia de Waldestrom - diagnóstico

A

Biópsia de medula + eletroforese de proteínas com imunoeletroforese

Critérios:

  • Gamopatia monoclonal IgM (qualquer valor)
  • Bx de medula com >= 10% de células neoplásicas típicas (plasmócitos com o perfil imunofenotípico esperado)
74
Q

Macroglobulinemia de Waldestrom - tratamento

A

Indicado apenas para pctes sintomáticos ou com alterações laboratoriais importantes ou disfunção orgânica importante relacionada à doença.

Rituximab com ou sem quimioterapia

Se hiperviscosidade sintomática: plasmaferese de urgência

75
Q

Qual o principal (mais potente) agonista plaquetário?

A

Colágeno (ligação com a GP VI, que participa da adesão plaquetária e transmite os primeiros sinais de ativação plaquetária)

Obs: outros agonistas incluem ADP, cálcio, epinefrina, trombina, tromboxano A2

76
Q

Drogas que atuam interferindo na hemostasia primária - como agem, principais exemplos

  1. Bloqueadores do receptor P2Y12
  2. Antagonistas da GP IIb/IIIa (integrina alfa IIb-beta 3)

Drogas que atuam interferindo na hemostasia secundária - como agem, principais exemplos

  1. Inibidor direto da trombina
  2. Inibidores diretos do fator Xa
A
  1. Bloqueio do receptor de ADP (P2Y12) presente na superfície plaquetária, o que previne a ativação do complexo de receptores GPIIb/IIIa, reduzindo a agregação plaquetária. O ADP também é responsável pelo recrutamento de plaquetas inativas, o que é inibido por esses fármacos. Exemplos: clopidogrel (bloqueio irreversível), prasugrel (irreversível), ticagrelor (reversível), ticlopidina (irreversível). Suspender 5-7 dias antes dos procedimentos (quando indicado)
  2. O bloqueio dos receptores GP IIb/IIIa inibe a agregação plaquetária. Exemplo: abciximab
  3. Inibe o fator IIa (trombina), que pertence à via final comum da coagulação (ativa os fatores I, V, VIII e XIII) e favorece a ativação e agregação plaquetária. Ex: dabigatran (pradaxa)
  4. Inibem o fator Xa, que é o início da via final comum da coagulação, prejudicando a formação do coágulo de fibrina e a ativação plaquetária. Ex: rivaroxaban (xarelto) e apixaban (eliquis)
77
Q

Fatores da coagulação dependentes da vitamina K

A

Fatores II, VII, IX e X (cascata da coagulação)
Proteínas C e S (anticoagulantes)

Obs:

  • A vitamina K é necessária para a carboxilação dos resíduos de ácido glutâmico dessas moléculas
  • A varfarina bloqueia a carboxilação dependente da vit K
  • Via: extrínseca - fator VII // intrínseca - fator IX (que tb pode ser ativado pela extrínseca) // comum - fatores II e X
  • Fator II = protrombina
  • Proteína C: degrada os fatores VIIIa e Va
  • Proteína S: cofator da prot C + inativação independente dos fatores VIIIa, Va e Xa
78
Q

Hemostasia secundária - vias da coagulação

A

Via intrínseca:

  • Iniciada pelo contato com uma superfície negativa (colágeno) - “via de contato”
  • F XII -> XI -> IX-> (IXa + VIIIa) -> X
  • Tenase (X-ase) da via intrínseca: IXa + VIIIa
  • Exame: TTPa

Via extrínseca:

  • Iniciada pelo contato com endotélio lesado, que libera fator tecidual (FT)- “via que simula lesão tecidual”
  • FT -> VII -> (VIIa + FT) -> X (e IX)
  • Tenase da via extrínseca: FT + VIIa
  • Exame: TP

Via comum:

  • (Xa + Va) -> II (protrombina) e VIII
  • — IIa (trombina) -> I (fibrinogênio) - Ia (fibrina) -> rede de fibrina (estabilizada pelo XIIIa)
  • — IIa -> V, VIII e XIII
  • Protrombinase: Xa + Va + Ca ionizado

Obs:

  • Fator III = fator tecidual
  • Fator IV = cálcio
  • Fator VI = fator Va (não é mais usado)
79
Q

Trombofilia hereditária mais frequente

A

Fator V de Leyden (resistência à proteína C ativada)

A proteína C tem papel anticoagulante por degradar os fatores VIIIa e Va. Nessa doença, o fator V tem mutações que o torna resistente à proteína C

80
Q

Plaquetopenia com VPM aumentado - hipóteses

A

destruição periférica de plq - PTI, PTT
hereditário - Sd de Bernard-Soulier

VPM = vol plaquetário médio (anisocitose)
normal: 3-12 fL

Obs:

  • Disfunção medular -> VPM normal
  • Sd de Wiscott-Aldrich -> VPM baixo
81
Q

Valor de plq abaixo do qual o risco de sangramento espontâneo torna-se relevante

A

50.000, principalmente <30.000

comum <20.000

82
Q

Qual parte da hemostasia cada exame abaixo avalia?

  • tempo de sangramento
  • tempo de retração do coágulo
  • tempo de coagulação
  • tempo de tromboplastina parcial ativado
  • tempo de protrombina
  • tempo de trombina
A
  • tempo de sangramento: hemostasia primária (plq e FvW)
  • tempo de retração do coágulo: hemostasia primária
  • tempo de coagulação: vias intrínseca e comum (tempo para o sg coagular em um tubo de vidro, que ativa a via intrínseca; normal 5-10min; detecta apenas deficiência grave de algum dos fatores)
  • TTPa: vias intrínseca e comum (condições que mais elevam: HNF, hemofilias A e B, CIVD, anti-fator VIII, anticoagulante lúpico
  • TP: vias extrínseca e comum (condições que mais elevam: varfarina, def de vit K, insuf hepática, def do fator VII e do X)
  • tempo de trombina: deficiência/disfunção do fibrinogênio (trombina adicionada ao plasma converte fibrinogênio em fibrina; normal: 5-15s para formação do coágulo, sendo que este está sólido e aderente à parede do tubo após 60s)
  • —- Está aumentado tb no uso de heparina e no envenenamento botrópico (serpentes) -> Teste de Reptilase não estará alargado nestes casos, apenas nos distúrbios do fibrinogênio
83
Q

Tempo de retração do coágulo aumentado - hipóteses

A

plaquetopenia <50.000 e trombastenia de Glanzmann

84
Q

Hipóteses:

  1. Plq <50.000 com TP e TTPa normais
  2. Plaquetopenia com TP e/ou TTPa alargados
  3. Plq normal com tempo de sangramento aumentado (>10 min)
  4. Tempo de sangramento e TTPa alargados, restante normal
  5. Provas da hemostasia primária normal +
  6. 1 TTPa alterado e TP normal
  7. 2 TP alterado e TTPa normal
  8. 3 TP e TTPa alterados
  9. 4 TP e TTPa normais
A
  1. Causas de trombocitopenia sem coagulopatia - PTI, PTT, Sd hemolítico-urêmica, anemia aplásica, leucemia, hiperesplenismo, etc
  2. Causas de trombocitopenia com coágulopatia - insuficiência hepática com hiperesplenismo, CIVD, heparina (com trombocitopenia imunomediada)
  3. Distúrbios da função plaquetária - doença de von Willebrand, distúrbio da função plaquetária hereditários (trombastenia de glanzman, sd de bernard-soulier) ou adquiridos (uremia, paraproteinemia, circulação extracorpórea)
  4. Doença de Von Willebrand
  5. 1 Distúrbio da via intrínseca - heparina, hemofilias A ou B, doença de von Willebrand (redução do F VIII), anticorpos anti-F VIII, IX ou X (as deficiências de F XII, cininogênio de alto peso molecular e pré-calicreína alargam o TPPa, mas não causam sangramento)
  6. 2 Distúrbio da via extrínseca: insuf hepática, def de vit K (colestase), varfarina, CIVD, anti-F VII, deficiência hereditária de F VII
  7. 3 Distúrbio na via final comum: insuf hepática, def de vit K, varfarina, heparina, CIVD, deficiências hereditárias da via comum (fibrinogênio, protrombina, F X ou V)
  8. 4 Doença de von Willebrand, hiperfibrinólise, deficiência de F XIII ou disfibrinogenemia
    - — Se desordem provavelmente adquirida, o teste da lise da euglobulina e o aumento dos PDF confirmam hiperfibrinólise
85
Q

Quais são os 5 mecanismos de trombocitopenia

A

pseudotrombocitopenia (artefatual): inclui paraproteinemias; dx confirmado pela contagem manual no esfregaço de sg periférico

destruição periférica acelerada: + comum; Etiologia imune (+ comum) - PTI idiopática ou secundária (LES, HIV, HCV, linfoma, etc), infecções - ou não-imune - PTT, sd hemolítico-urêmica, CIVD

diminuição da produção na MO: mielodisplasias, anemia aplásica, leucemia; dx por bx e aspirado de MO

trombopoiese ineficaz: def de B12 e/ou ácido fólico

Distribuição anormal: sequestro esplênico (hipertensão portal, infiltração esplênica [LMC, mielofibrose idiopática, linfomas, doença de Gaucher]) ou trombocitopenia dilucional (transfusão maciça de CHAD)

86
Q

PTI crianças x adultos

A

Forma infantil: pico 1-4 anos, geralmente aguda (<6 meses), 20% cronifica (>12 meses), 70-80% tem resolução espontânea, 65% tem associação com infecção viral respiratória ou exantemática e vacinação (ocorre 1-4 semanas após), sangramentos graves são incomuns

Forma adulta: pico 20-40 anos, geralmente crônica (>12 meses), resolução espontânea é rara, geralmente sem associação com infecções, pode haver recaída após imunizações, o sangramento pode ser grave, os episódios de sangramento podem durar dias a semanas e são intermitentes

Obs:
- Sangramento típico de distúrbio da hemostasia primária -> petéquias, equimoses, sangramento mucoso, epistaxe inicialmente responsiva a tamponamento, sangramento menstrual excessivo, hematúria, sangramento digestivo, sangramento no SNC (pp HSA); não ocorrem hematomas (típico da hemostasia 2ária)

87
Q

A presença de bolhas hemorrágicas na mucosa oral (“púrpura úmida”) ou hemorragia retiniana no pcte com PTI é prenúncio de:

A

hemorragia cerebral

88
Q

Diagnóstico de púrpura trombocitopênica imune (PTI) idiopática e indicações de aspirado de MO

A

Diagnóstico de exclusão. PTI causa plaquetopenia isolada (sem alterações no hmg ou nas provas da coagulação)

Presença de plaquetopenia + esfregaço periférico mostrando nº reduzido de plq (que podem ser macroplaquetas) e ausência de outros achados que apontem para outra etiologia + ausência de causas secundárias de PTI (LES, HCV, HIV, linfoma, drogas, etc)

Indicações de aspirado de MO

  • Idade >60 anos, para descartar mielodisplasia (UtD diz que essa prática não é mais recomendada)
  • Achados sugestivos de outro dx
  • PTI refratária ao tto

Achados no aspirado de MO: medula normal ou com hiperplasia megacariocítica e megacariócitos imaturos

89
Q

Tto PTI idiopática em crianças e em adultos

A

CRIANÇAS

  • Medidas gerais: restrição de atividades com risco de trauma, evitar uso de anticoagulantes e antiplaquetários (incluindo AINEs), controle da menstruação (com progesterona)
  • Assintomáticos ou com sangramento cutâneo leve sem FR para sangramento grave: watchful waiting
  • Assintomáticos ou com sangramento leve-moderado e com moderado risco para sangramento grave*: corticoide VO
  • Assintomáticos ou com sangramento leve-moderado e com alto risco para sangramento grave**: Ig IV ou anti-D + 1 dose de corticoide IV
  • Sangramento mucoso grave ou suspeita de hemorragia interna, porém sem ameaça à vida (hemorragia digestiva ou pulmonar sem instabilidade, epistaxe grave prolongada, hemorragia muscular ou articular, etc): tto combinado (2 ou 3 agentes - corticoide, IVIG, anti-D)
  • Hemorragia com ameaça à vida (hemorragia intracraniana, hemorragia interna com instabilidade, etc): terapia combinada com os 3 agentes + transfusão de plq
  • Moderado risco de sangramento grave: plq <10.000 com sangramento cutâneo mais extenso (>100 petéquias, >5 equimoses com >3cm)
    • Alto risco de sangramento grave:
  • Sangramento mucoso sem necessidade de intervenção imediata
  • Plq <30.000 + 1 dos seguintes: TCE/cefaleia intensa inexplicada sem TC disponível para descartar sangramento, plano de procedimento invasivo com risco de sangramento, uso de antiplaquetário/anticoagulante, coagulopatia, estilo de vida com alto risco de trauma, impossibilidade de supervisão próxima por parte dos pais

ADULTOS

  • Sangramento clinicamente significativo ou plq <30.000 -> corticoide (2ª escolha: IVIG)
  • Sangramento grave + plq <30.000: corticoide (ou IVIG) + transfusão de plq
  • Sem sangramento + plq >30.000: observação
90
Q

Tto PTI associada ao HIV

A

Início ou modificação do TARV

91
Q

Doença hemorrágica do RN - etiologia

A

deficiência de vit K no RN

92
Q

Púrpura trombocitopênica trombótica (PTT) - fisiopato, manifestações, labs, dx (com achado característico na histopato) e tto

A
  • Mulheres (2:1), 20-40 anos
  • Fisiopato: dano endotelial (etiologia desconhecida) faz com que as céls endoteliais liberem subst que ativam as plq, especialmente FvW de maior tamanho -> oclusão trombótica disseminada da microcirculação -> anemia hemolítica microangiopática (esquizócitos), trombocitopenia, sintomas neurológicos, febre e insuficiência renal
  • Histopato (característico, mas pouco frequente): depósitos hialinos subendoteliais
  • Labs: anemia hemolítica (reticulocitose, policromatofilia, BI elevada, LDH elevado, haptoglobina baixa, coombs direto negativo, hemoglobinúria, hemossiderinúria, esquizócitos), plaquetopenia, leucocitose (pode ter desvio), coagulograma normal, azotemia, elevação das enzimas hepáticas
  • TC crânio: múltiplas pequenas hipodensidades
  • Dx: clínica; pode ser confirmado por bx (pele, gengiva, MO) em 50% (depósitos hialinos subendoteliais)
  • Tto: plasmaférese (transfusão de plasma fresco congelado para estabilizar o pcte até conseguir a plasmaférese)
  • Transfusão de plaqutas é contraindicada
93
Q

Pcte com anemia hemolítica + plaquetopenia + sintomas neurológicos* + febre + IRA - principal hipótese (da pêntade)?

*cefaleia, paralisia de NCs, hemiparesia, afasia, confusão mental, convulsão, torpor, coma, etc

A

púrpura trombocitopênica trombótica (PTT)

Obs:

  • A pêntade é vista em 40%. O restante apresenta apenas anemia hemolítica, plaquetopenia e sintomas neurológicos
  • O quadro inicia com mal estar e fraqueza
  • Pode ter leucocitose com desvio
  • Tto: plasmaférese (transfusão de plasma fresco congelado para estabilizar o pcte até conseguir a plasmaférese)
  • Transfusão de plaqutas é contraindicada
94
Q

Manejo do sangramento associado à uremia/IRC

A

Desmopressina/DDAVP (aumento da atividade do FvW) - tto mais rápido para o sangramento agudo
Diálise (toxinas urêmicas interferem com a função plaquetária)
CHAD ou EPO (hmt <24% piora a função plaquetária)
Crioprecipitado (aumento da função plaquetária)
Estrógenos conjugados em baixas doses

Transfusão de plq não está indicada (elas tb se tornam disfuncionantes no ambiente urêmico)

95
Q

Indicação CHAD com

  1. Leucodepleção (filtragem de neutrófilos)
  2. Lavagem (retirada do plasma sobrenadante)
  3. Irradiação (mata linf T)
A
  1. Leucodepleção (filtragem de neutrófilos): pctes que fazem mt reação febril não hemolítica ou que precisarão de múltiplas transfusões de plq
  2. Lavagem (retirada do plasma sobrenadante): pctes com história de alergia/anafilaxia a proteínas do plasma (ex: deficiência de IgA, que tem maior risco) - obs: hemácias lavadas = desglicerolisadas
  3. Irradiação: pctes imunodeprimidos ou que receberão sg doado de familiares, prevenindo a doença enxerto vs hospedeiro
96
Q

A Trombastenia de Glanzmann é um distúrbio da hemostasia __________ caracterizado por defeito na _______________________, devido à deficiência de ______________

A

A Trombastenia de Glanzmann é um distúrbio da hemostasia primária caracterizado por defeito na agregação plaquetária, devido à deficiência de glicoproteína IIb/IIIa (= integrina alfa2b-beta3)

Obs:

  • A agregação plaquetária ocorre através da ligação da GP IIb/IIIa ao fibrinogênio, que forma uma ponte entre uma plq e outra
  • Labs: plaquetometria normal, plq que não se agregam in vitro, tempo de sangramento prolongado, ausência de clamps plaquetários no esfregaço do sg periférico, tempo de retração do coágulo prolongado
  • Clínica: criança com <5 anos com sangramento típico de distúrbio da hemostasia primária (petéquias, equimoses, sangramento de mucosas; sangramento sem hematomas, hemartroses ou sangrmantos em órgãos)
  • Tto: transfusão de plq
97
Q

Sangramento típico da hemostasia 1ária, 2ária ou ambos:

  1. Sangramento de órgãos e tecidos internos; hematoma dissecante profundo, hematoma em articulações, músculos, retroperitônio, órgãos internos; sangramento cessa de imediato após cirurgias, porém recidiva horas depois, quando é volumoso e de difícil controle
  2. Hemorragia cerebral, retiniana e digestiva, hematúria, menorragia
  3. Sangramento de pele e mucosas; petéquias, equimoses (púrpura); persistência do sangramento após cortes superficiais; sangramento em pequena quantidade persistente por longos períodos, mas que pode ser controlado por tamponamento mecânico.
A
  1. hemostasia 2ária
  2. ambos
  3. hemostasia 1ária

Obs: plaquetopenia extrema (ex: <10.000) pode gerar sangramento de hemostasia 2ária, pq a deficiência de fosfolipídio plaquetário prejudica a formação das tenases e da protrombinase, levando a um defeito também das vias da coagulação.

98
Q

A Síndrome de Bernard Soulier é um distúrbio da hemostasia __________ caracterizado por defeito na _______________________, devido à deficiência de _____________

A

A Síndrome de Bernard Soulier é um distúrbio da hemostasia primária caracterizado por defeito na adesão plaquetária, devido à deficiência de glicoproteína Ib

Obs:

  • A GP Ib é responsável pela ligação ao FvW
  • Plaquetas gigantes ou linfocitoides ou macroplaquetas
  • Pode haver discreta plaquetopenia
  • Labs: plq normais ou baixas, tempo de sangramento alargado, comprometimento da resposta a testes funcionais (como o da ristocetina)
  • Clínica: criança com <5 anos com sangramento típico de distúrbio da hemostasia primária (petéquias, equimoses, sangramento de mucosas; sangramento sem hematomas, hemartroses ou sangrmantos em órgãos)
  • Tto: transfusão de plq
99
Q

Drogas antiplaquetárias mais potentes

A

Inibidores da GP IIb/IIIa -> abciximab, tirofibran

100
Q

Qual a desordem hereditária hemorrágica mais comum

A

Doença de von Willebrand

Obs: existem formas adquiridas da síndrome de von willebrand (doenças hematológicas linfo e mieloproliferativas, Tu de wilms, carcinomas, doenças auto-imunes, estenose aórtica, prolapso mitral e outras doenças com alto fluxo vascular, hipotireoidismo, ácido valproico, ciprofloxacina, etc)

101
Q

Doença de von Willebrand - subtipos

A

Tipo 1 (80%): redução leve-moderada do FvW (50% de atividade ou 0,5 mg/dL); sangramento imediato após traumas ou procedimentos invasivos; autossômica dominante

Tipo 2: defeito qualitativo do fator ou no tamanho dos multímeros; formação de agregados plaquetários rapidamente depurados; pode haver plaquetopenia; autossômica dominante

Tipo 3 (rara): deficiência quase total do FvW, com atividade do fator VIII muito baixa; sangramento grave; única autossômica recessiva

102
Q

Alterações laboratoriais (da hemostasia) típicas da doença de von willebrand

A

tempo de sangramento prolongado, TTPa (possivelmente) alargado e demais provas da coagulação normais

Obs:

  • DvW é uma alteração da hemostasia primária
  • TTPa alargado pq o FvW é um transportador do fator VIII, protegendo-o da destruição no sangue; com a redução do FvW, o F VIII é mais destruído, alargando o TTPa, porém não ao ponto de causar sangramento por coagulopatia
  • A atividade do FvW é flutuante -> pode não haver nenhuma alteração laboratorial
103
Q

Paciente com sangramento* imediato prolongado após traumas/procedimentos invasivos - principal hipótese

*sangramento excessivo na FO, equimoses, sangramentos em mucosas, sangramentos gastrointestinais

A

distúrbio da hemostasia primária -> alteração plaquetária ou doença de von willebrand

104
Q

Pcte com suspeita de doença de von willebrand - como investigar?

A

Solicitar:

  • Ag do FvW no plasma (VWF:Ag)
  • Atividade do FvW no plasma (teste da ristocetina - FvW:RCo / ligação do FvW ao colágeno - FvW:CB)
  • Atividade do fator VIII (FVIII)
105
Q

Tratamento da doença de von willebrand

A

Hemorragias leves: DDAVP (desmopressina); antifibrinolíticos se sangramento em mucosa

Hemorragias graves ou refratárias a DDAVP: concentrados ricos em FvW (concentrado de FVIII de alta ou intermediária purificação - Humate-P)

Profilaxia de sangramentos:

  • Evitar antiplaquetários (AAS, AINEs)
  • DDAVP antes de cirurgias
  • Procedimentos dentários: antifibrinolíticos (ác epsilonaminocaproico/EACA e ác tranexâmico)
106
Q

Hemofilia - o que é, tipo de herança, manifestação típica, lab típico, tto

A
  • Atividade muito baixa do fator VIII (hemofilia A) ou IX (hemofilia B)
  • Herança ligada ao X recessiva (mt mais em homens;
    mulheres heterozigotas -> 50% dos filhos homens são hemofílicos)
  • Hemofilia A é mais comum e tem maior risco (70%) de ser grave (com atividade do F VIII <1% do normal)
  • Manifestação típica: hemartrose e outros hematomas
  • Labs: TTPa alargado (corrigido com a prova da mistura), tempo de coagulação possivelmente aumentado, redução da atividade do fator envolvido (VIII ou IX), demais provas hemostáticas normais
  • Tto: reposição de fator VIII (hemof A) ou IX (hemof B) purificado ou recombinante
    — Obs: antigamente o tto era com crioprecipitado para a hemof A e plasma fresco congelado para a B
107
Q

Paciente realiza CHAD e, durante ou até 6h horas após, apresenta taquidispneia, hipoxemia, cianose, febre

RxT: infiltrados pulmonares bilaterais, silhueta cardíaca normal

Principal hipótese?

A

TRALI (lesão pulmonar aguda relacionada à transfusão)

Obs:

  • Definição de TRALI: new acute lung injury (ALI)/acute respiratory distress syndrome (ARDS) occurring during or within six hours after blood product administration
  • Fisiopato: aloanticorpos do plasma do doador reagem contra leucócitos do receptor, induzindo-os a se agregarem e se aderirem ao endotélio alveolar, onde liberam citocinas e aumentam a permeabilidade capilar
  • O quadro é de insuficiência respiratória aguda hipoxêmica
  • Rx com edema pulmonar não cardiogênico: sem cardiomegalia, derrame pleural, linhas B de Kerley ou redistribuição da vascularização; PAWP geralmente ≤18 mmHg
  • Critérios obrigatórios: hipoxemia (SatO2 <90%, P/F <=300) + infiltrados pulmonares bilaterais
  • Para fechar o dx, não pode haver outro FR para ALI/ARDS no momento (aspiration, toxic inhalation, pneumonia, toxic contusion, near drowning, shock states, severe sepsis, multiple trauma, burn injury, acute pancreatitis, cardiopulmonary bypass, or drug overdose) - se houver, é no máximo possível TRALI ou SARA associada à transfusão
108
Q

Crioprecipitado - composição e principais indicações

A

Composição: fibrinogênio, fator VIII, FvW, fator XIII e fibronectina

Obs: cada bolsa de crioprecipitado tem metade da qtidade de fibrinogênio de um plasma fresco congelado, porém com volume 10x menor

Indicação: repor fibrinogênio na CIVD, afibrinogenemia e hipofibrinogenemia hereditária

109
Q

Plasma fresco congelado - composição e principais indicações

A

Composição: todos os fatores da circulação

Indicações: intoxicação por cumarínicos, insuf hepática, CIVD, PTT, coagulopatias hereditárias (exceto hemofilia A)
»» Nesses casos, só está indicado se sangramento por coagulopatia ou pré-procedimento com INR >1,5 (ou TP atividade <50%) ou TTPa >55s

110
Q

Reação transfusional mais frequente

A

reação febril não hemolítica

Obs:

  • Clínica: febre, calafrios e mal-estar durante a transfusão
  • Conduta: antipiréticos + interromper a transfusão temporariamente até descartar reação hemolítica
111
Q

Síndrome de Heyde - o que é

A

sangramento gastrointestinal por angiodisplasia em paciente com estenose aórtica

Obs: alguns multímeros grandes do FvW são degradados quando passam pela EA, gerando uma Sd de von Willebrand adquirida, que aumenta o risco de sangramento, pp em idosos, que apresentam nº aumentado de angiodisplasias

112
Q

Hemotransfusão maciça - complicações

A
  • hipotermia se infusão de sangue frio (pode gerar distúrbio hemodinâmico e hemostático)
  • alcalose metabólica (citrato -> bica)
  • hipoK (alcalose metabólica) ou hiperK (oligúricos)
  • hipoCa transitória (citrato pode quelar Ca)
  • hipervolemia e congestão pulmonar (cardiopatas e nefropatas)
  • hemorragia (hipotermia, trombocitopenia dilucional, coagulopatia dilucional)