Hepatologia Felina - Matéria 2º teste Flashcards

1
Q

LIPIDOSE HEPÁTICA FELINA (LHF)

A
  • Síndrome metabólica encontrada em animais obesos que ultrapassam um período de anorexia e catabolismo agudos
  • Acumulação excessiva de triglicéridos no citoplasma dos hepatócitos (> 50%) → Resultando em colestase e disfunção hepática grave
  • Geralmente associada a outras situações (secundária)
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2
Q

LIPIDOSE HEPÁTICA FELINA (LHF)
EPIDEMIOLOGIA

A
  • Meia idade (pode ocorrer em qualquer idade)
  • Sem predisposição de raça ou género
  • Animais obesos
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3
Q

LIPIDOSE HEPÁTICA FELINA (LHF)
TIPOS

A
  • LHF idiopática
  • LHF secundária (cerca de 85% dos casos): + Animais obesos, que
    passaram por um período de anorexia devido a uma doença primária / stress → Tornam-se anoréxicos e perdem peso muito rapidamente
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4
Q

Doenças hepáticas por ordem de incidência:

A
  • Lipidose hepática felina
  • Complexo colangite / colangiohepatite felino
  • Processos neoplásicos
  • Obstrução extra-hepática do ducto biliar
  • Comunicação porto-sistémica congénita
  • Hepatopatia tóxica aguda
  • Doença hepática secundária
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5
Q

LIPIDOSE HEPÁTICA FELINA (LHF)
COMORBILIDADES ASSOCIADAS AO SURGIMENTO DA LHF

A
  • Complexo colangite/colangiohepatite felino,
  • Obstrução extra-hepática do ducto biliar,
  • Hepatite crónica,
  • Comunicações porto-
    sistémicas congénitas,
  • Adenocarcinoma biliar,
  • Linfoma ou linfossarcoma hepático,
  • Neoplasias (extra-hepáticas),
  • Pancreatite,
  • Diabetes mellitus (↑ Lipólise),
  • Doença do ID,
  • Doença renal,
  • Hipertiroidismo,
  • Piómetra, Cardiomiopatia
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6
Q

LIPIDOSE HEPÁTICA FELINA (LHF)
FISIOPATOLOGIA

A
  • Os TG são sintetizados a partir de AG provenientes de síntese hepática/circulação sistémica (alimentação, movimentação a partir dos depósitos gordos)
  • Animal saudável → Equilíbrio entre a quantidade de AG que entram no fígado, a sua β - oxidação para obtenção de energia e a formação de várias moléculas contendo lípidos (fosfolípidos, lipoproteínas, TG e ésteres do colesterol) com a sua consequente exportação para outras partes do organismo

➔ Os TGs podem acumular-se no fígado, devido a alterações do metabolismo lipídico → Conduzindo a que a taxa de síntese de lípidos no fígado exceda a sua taxa de exportação sistémica ou de utilização na β - oxidação dos ácidos gordos

  • TGs num animal normal no fígado – 1%; TGs num animal com LHF – pode atingir os 43%
  • A gordura do órgão pode 2/3x o seu peso
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7
Q

LIPIDOSE HEPÁTICA FELINA (LHF)
FATORES PREDISPONENTES

A

Todos os fatores que facilitam a acumulação intrahepatocitária de quantidades excessivas deTG

  1. Condições metabólicas
  2. Fármacos / Toxinas
  3. Fatores nutricionais
  4. OBESIDADE
  • Anorexia (Catabolismo) – Mobilização de AGs a partir dos adipócitos
  • Subnutrição crónica por dieta mal formulada ou síndrome de má-digestão/má-absorção – Deficiências em determinados componentes (ex. L-carnitina)
  • ↓ Disponibilidade de proteínas na dieta
  • Deficiência em glutationa – Compromete a produção de ATP
  • Toxinas e endotoxinas
  • IBD
  • Sobrecrescimento bacteriano
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8
Q

LIPIDOSE HEPÁTICA FELINA (LHF)
FATORES PREDISPONENTES: Fatores nutricionais

A
  • Sobrenutrição (↑gordura hepática)
  • ↑ carbohidratos (influência inibitória sobre a oxidação de gordura na mitocôndria favorecendo o acúmulo de gordura hepática)
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9
Q

LIPIDOSE HEPÁTICA FELINA (LHF)
FATORES PREDISPONENTES: OBESIDADE

A
  • Gatos obesos → Inapetência → Libertação de ácidos gordos a partir dos seus amplos depósitos adiposos periféricos → Desafia a capacidade do fígado para a sua utilização/dispersão
  • Um animal obeso que venha a apresentar anorexia terá um risco muito elevado de desenvolver uma acumulação excessiva de TGs hepáticos

O equilíbrio metabólico entre a lipólise e o armazenamento de TG é influenciado por:
a. Glicemia
b. Mecanismos neurais
c. Mecanismos hormonais
- Hormona sensível à lipase (HSL)
- Lipoproteína lipase (LPL)

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10
Q

LIPIDOSE HEPÁTICA FELINA (LHF)
Hormona sensível à lipase (HSL)

A
  • Promove a lipólise
  • Ativada por: Noradrenalina, Adrenalina, Hormona do crescimento, Glucagon, Corticosteroides e Tiroxina
  • Stress promove a sua ativação porque → ↑ Libertação de catecolaminas
  • Inibida por: Insulina
  • Uma vez que este efeito é reforçado na ausência de insulina, é frequente a acumulação hepática de TG oculta ou evidente, em diabéticos não regulados
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11
Q

LIPIDOSE HEPÁTICA FELINA (LHF)
Lipoproteína lipase (LPL)

A
  • Hidrólise dos TG dos quilomicrons e lipoproteínas de muito baixa densidade e decompõem-nos em AG livres e glicerol
  • Durante a fome:
    • ↓ LPL e ↑ HSL → Favorece o acúmulo de gordura hepatocelular
    • Deste modo, um indivíduo obeso em anorexia tem um risco aumentado de mobilização de gordura periférica e excessiva retenção hepática de TGs
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12
Q

LIPIDOSE HEPÁTICA FELINA (LHF)
POSSÍVEIS ALTERAÇÕES (devemos avaliar os valores destes componentes)

A
  • DEFICIÊNCIA EM VITAMINA K
  • DEFICIÊNCIA EM COBALAMINA (VITAMINA B12)
  • DEFICIÊNCIA EM TIAMINA (VITAMINA B1)
  • DEFICIÊNCIA EM L-CARNITINA
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13
Q

LIPIDOSE HEPÁTICA FELINA (LHF)
DEFICIÊNCIA EM VITAMINA K

A
  • Diminuição da ingestão na dieta / síntese pela microbiota por administração de antibióticos
  • Alteração do ciclo epoxidase da vitamina K associada a disfunção hepática
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14
Q

LIPIDOSE HEPÁTICA FELINA (LHF)
DEFICIÊNCIA EM COBALAMINA (VITAMINA B12)

A
  • Em gatos com suspeita de doença pancreática/intestino distal
  • Necessária para as reações de metilação dos aa lipotrópicos e seus intermediários e síntese de SAMe
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15
Q

LIPIDOSE HEPÁTICA FELINA (LHF)
DEFICIÊNCIA EM TIAMINA (VITAMINA B1)

A

Em gatos com respostas pupilares lentas, sinais vestibulares, ventroflexão cervical grave
(DD: hipofosfatemia, hipocalemia, EH, hipertiroidismo, fraqueza neuromuscular (ex: miastenia gravis) e doenças que causam dor cervical vertebral ou muscular) e reações posturais anormais)

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16
Q

LIPIDOSE HEPÁTICA FELINA (LHF)
DEFICIÊNCIA EM L-CARNITINA

A
  • A L-carnitina pode provir da dieta e é sintetizada no fígado a partir da lisina, metionina e SAMe
  • Responsável pelo transporte dos AG (sob a forma de acil-carnitina) para a mitocôndria, onde ocorre a sua β-oxidação, ajudando a remover grupos acetil tóxicos da mitocôndria
  • Nos animais com LHF a síntese de Carnitina encontra-se ↓ devido a uma menor disponibilidade de SAMe que é necessária para a sua formação
  • Num animal com LHF apesar de níveis séricos e musculares por vezes normais, a nível hepatocelular há deficiência
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17
Q

LIPIDOSE HEPÁTICA FELINA (LHF)
SINAIS CLÍNICOS

A
  1. Letargia, fraqueza (+)
  2. Desidratação (+)
  3. Vómito (+)
  4. Icterícia (+)
  5. Bordos hepáticos palpáveis
  6. Perda de massa gorda nos membros e tronco dorsal
  7. Ventro flexão do pescoço – Deficiência em B1 (Tiamina)
  8. Encefalopatia hepática (EH) (não é frequente): Depressão e ptialismo na maioria dos casos, mas também coma, ataxia e convulsões
  • A EH pode estar relacionada com:
    • Disfunção hepática grave
    • Deficiência em arginina → Pode ocorrer num gato com anorexia, pois os gatos não têm capacidade de sintetizar arginina que é necessária para transformar NH3 em ureia
    • Falhas no ciclo da ureia podem resultar na produção de metabolitos tóxicos (ácido orótico) que vão interferir com a produção e exportação de lipoproteínas VLDL
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18
Q

LIPIDOSE HEPÁTICA FELINA (LHF)
DIAGNÓSTICO

A

a. ANAMNESE E SINAIS CLÍNICOS → Geralmente sugestivos
b. HEMOGRAMA
c. BIOQUÍMICA SÉRICA
d. ALTERAÇÕES ELETROLÍTICAS
e. ANÁLISE DE URINA
f. RADIOGRAFIA ABDOMINAL
g. ECOGRAFIA ABDOMINAL
h. CITOLOGIA E BIOPSIA HEPÁTICA → Diagnóstico definitivo

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19
Q

LIPIDOSE HEPÁTICA FELINA (LHF)
DIAGNÓSTICO: HEMOGRAMA

A
  • Anemia não regenerativa + Leucograma de stresse (refletem doença primária causa da anorexia)
  • Poiquilocitose (eritrócitos anormais) → Frequente nestes animais devido a stresse oxidativo e de alterações lipídicas na membrana dos glóbulos vermelhos
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20
Q

LIPIDOSE HEPÁTICA FELINA (LHF)
DIAGNÓSTICO: BIOQUÍMICA SÉRICA

A
  1. ALT: Normal / Moderadamente ↑
  2. ALP: Marcadamente ↑ (aproximando-se dos valores observados em gatos com obstrução extra-hepática do ducto biliar)
  3. GGT: Geralmente, normal
    • GGT aumentada reflete pancreatite, neoplasia pancreática, colangiohepatite, obstrução ducto biliar, colelitíase ou neoplasia da árvore biliar
  4. ↑ Ácidos biliares (particularmente 2 horas pós-pandrial)
  5. Hiperbilirrubinemia
  6. ↓ Ureia (devido a anorexia/↓ do ciclo da ureia)
  7. Hiperglicemia ligeira-moderada (resistência à insulina), Fructosamina
  8. Hipercolesterolemia
  9. Perfil de coagulação alterados e teste PIVKA (proteínas induzidas na ausência/existência de antagonistas da vitamina K)
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21
Q

LIPIDOSE HEPÁTICA FELINA (LHF)
DIAGNÓSTICO: ALTERAÇÕES ELETROLÍTICAS

A
  • Hipocalemia (++) → Reflete inapetência (fator de mau prognóstico)
  • Hipocloremia (pode surgir na presença de vómitos)
  • Hipofosfatemia (anuncia síndrome de realimentação)
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22
Q

LIPIDOSE HEPÁTICA FELINA (LHF)
DIAGNÓSTICO: ANÁLISE DE URINA

A

Bilirrubinúria, cristais de bilirrubina e presença de urobilinogénio
- Em alguns animais é visível a presença de lipidúria no exame do sedimento

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23
Q

LIPIDOSE HEPÁTICA FELINA (LHF)
DIAGNÓSTICO: RADIOGRAFIA ABDOMINAL

A
  • Pouco informativa
  • Hepatomegalia (+)
  • A imagem radiográfica poderá ser importante no diagnóstico da doença primária que desencadeou a anorexia, e consequentemente a LHF
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24
Q

LIPIDOSE HEPÁTICA FELINA (LHF)
DIAGNÓSTICO: ECOGRAFIA ABDOMINAL

A
  • Pouco informativo → Alterações que se verificam em outras doenças hepáticas e mesmo em gatos obesos, mas clinicamente normais
  • Hepatomegalia; Parênquima hepático homogéneo; Difusamente hiperecóico
  • Permite identificar putativas causas primárias
  • Auxiliar importante na realização da citologia hepática
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25
Q

LIPIDOSE HEPÁTICA FELINA (LHF)
DIAGNÓSTICO: CITOLOGIA HEPÁTICA

A
  • Hepatócitos apresentam-se difusamente vacuolizados
  • A citologia permite diagnóstico presuntivo de LHF, linfoma hepático e sépsis hepática aberta, mas não de complexo colangite/colangiohepatite felino
  • Para se estabelecer o diagnóstico definitivo é necessário fazer uma estimativa do número de hepatócitos afetados → > 80% dos hepatócitos observados no aspirado devem estar alterados
  • Laparotomia ou por laparoscopia (evitar pelo perigo de complicações anestésicas ou hemorrágicas)
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26
Q

LIPIDOSE HEPÁTICA FELINA (LHF)
DIAGNÓSTICO: Aspeto MACROSCÓPICO do fígado

A
  • Hepatomegalia, Fígado pálido, amarelo, friável e com um padrão reticulado evidente
  • As amostras de biopsia flutuam no formol e devem ser coradas com Oil red O em amostras congeladas; A parafina causa extração da gordura
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27
Q

LIPIDOSE HEPÁTICA FELINA (LHF)
DIAGNÓSTICO: HISTOPATOLOGIA

A
  • Vacuolização difusa dos hepatócitos, evidência de colestase e ausência de inflamação ou necrose
  • É importante tentar procurar a causa primária na biopsia do fígado / outros órgãos
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28
Q

LIPIDOSE HEPÁTICA FELINA (LHF)
TRATAMENTO

A

✓ Tratar a causa primária subjacente
✓ Tratamento sintomático e de suporte

A. NUTRIÇÃO (+ importante)
B. FLUIDOTERAPIA

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29
Q

LIPIDOSE HEPÁTICA FELINA (LHF): TRATAMENTO - NUTRIÇÃO

A

1) FORNECIMENTO GRADUAL DE UMA DIETA EQUILIBRADA
2) COLOCAÇÃO DOS TUBOS DE ALIMENTAÇÃO

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30
Q

LIPIDOSE HEPÁTICA FELINA (LHF): TRATAMENTO - NUTRIÇÃO - FORNECIMENTO GRADUAL DE UMA DIETA EQUILIBRADA

A
  • PROTEÍNAS: Rica em proteínas que assegure as necessidades energéticas (75 kcal/kg/dia) e proteicas do animal (35-50% das calorias totais) → De modo a inibir a lipólise + Fornecer os nutrientes necessários para a síntese de lipoproteínas
    • A restrição proteica deve ser reservada unicamente para aqueles animais que manifestem sinais de EH → Restringir o mínimo (25%)
  • HC, Fibra e Gordura: A suplementação não é aconselhada pelos seus efeitos inibitórios na oxidação mitocondrial dos AG
  • Estimulantes de apetite (diazepam, oxazepam e ciproheptadina) estão contraindicados → Não asseguram a ingestão das necessidades calóricas totais + Benzodiazepinas sofrem biotransformação e conjugação hepática
  • Forçar a comida está contraindicado → Pode levar mais tarde ao desenvolvimento de aversão pela comida (o mesmo cuidado terá que ser posto na introdução de dietas clínicas no internamento)
  • A síndrome de realimentação (se alimentarmos o animal em demasia) evolui com secreção de insulina que retira das células P (anemia hemolítica e astenia), K e Mg
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31
Q

LIPIDOSE HEPÁTICA FELINA (LHF): TRATAMENTO - NUTRIÇÃO - COLOCAÇÃO DOS TUBOS DE ALIMENTAÇÃO

A

Procedimento + aconselhado

  • TUBOS NASOGÁSTRICOS → Inicialmente, enquanto o animal não se encontra estável
    • Colocados apenas com uma sedação ligeira
    • Estes tubos são mantidos unicamente por períodos muito curtos, uma vez que provocam desconforto nasal e faríngeo e apresentam uma maior predisposição para obstruir
  • TUBOS DE ESOFAGOSTOMIA (+)/GASTRONOMIA →
    Quando o animal se encontrar mais estável
    • Os tubos de esofagostomia apresentam + vantagens:
      • Fáceis de colocar
      • Menos invasivos
      • Menos complicações
    • O tubo de alimentação só pode ser retirado depois de termos a certeza que o animal ingere a quantidade de comida necessária e se encontra clinicamente em fase de recuperação
    • VÓMITO associado ao tubo de alimentação deve ser corrigida ↓ a quantidade de alimento por refeição e ↑ o número de refeições por dia
      • Se não resultar: Antieméticos
        • O uso de Metoclopramida pode ser vantajoso devido aos seus efeitos procinéticos que facilitam o esvaziamento gástrico; O exercício físico estimula motilidade entérica
32
Q

LIPIDOSE HEPÁTICA FELINA (LHF): TRATAMENTO - FLUIDOTERAPIA

A

1) REHIDRATAÇÃO
2) SUPLEMENTAÇÃO

33
Q

LIPIDOSE HEPÁTICA FELINA (LHF): TRATAMENTO - FLUIDOTERAPIA -REHIDRATAÇÃO

A
  • Solução salina isotónica por via IV
  • ↑ circulação hepática e facilitar os processos de destoxificação
  • Soluções com lactato devem ser evitadas uma vez que estes animais apresentam incapacidade de metabolização hepática do lactato (ou seja, não convertem o lacto em bicarbonato, e pode provocar acidose)
34
Q

LIPIDOSE HEPÁTICA FELINA (LHF): TRATAMENTO - FLUIDOTERAPIA - SUPLEMENTAÇÃO

A
  1. VITAMINAS DO COMPLEXO B
  2. ANTIOXIDANTES
  3. TAURINA
  4. VITAMINA K1
  5. FÓSFORO

CONTRAINDICADO:
× Glucose → A maioria dos gatos apresenta-se euglicemica e, por outro lado, tal suplementação pode conduzir a uma maior acumulação de TG intra-hepáticos por uma deficiente oxidação dos AG
× Corticosteroides → Estimulam lipólise e acumulação de AGs no fígado, induzem catabolismo e ↑ risco de hiperglicemia
× Tetraciclinas (↓ síntese de apo e lipoproteínas); Cloranfenicol (náuseas, inapetência e interacção no metabolismo de determinadas drogas); Trimetropim-sulfa (idiossincrasias hepáticas); Cimetidina (interfere no metabolismo de determinados princípios ativos); Benzodiazepinas; Propofol

35
Q

LIPIDOSE HEPÁTICA FELINA (LHF)
TRATAMENTO - FLUIDOTERAPIA - SUPLEMENTAÇÃO com VITAMINAS DO COMPLEXO B

A

tiamina,
riboflavina,
niacinamida,
D-pantenol,
piridoxina,
cianocobolamina

36
Q

LIPIDOSE HEPÁTICA FELINA (LHF)
TRATAMENTO - FLUIDOTERAPIA - SUPLEMENTAÇÃO com ANTIOXIDANTES

A

Vit E,
N-acetilcisteína
SAMe

37
Q

LIPIDOSE HEPÁTICA FELINA (LHF)
TRATAMENTO - FLUIDOTERAPIA - SUPLEMENTAÇÃO com TAURINA

A
  • Gatos com LH perdem taurina na urina
  • A taurina é um Aa essencial é necessário à conjugação dos ácidos biliares (tornando-os + hidrossolúveis para serem + facilmente eliminados) no gato
  • A administração de ursodeoxicolato pode piorar a deficiência em taurina, causando toxicidade celular e formação de ácido litocólico que é hepatotóxico
38
Q

LIPIDOSE HEPÁTICA FELINA (LHF)
TRATAMENTO - FLUIDOTERAPIA - SUPLEMENTAÇÃO com VITAMINA K1

A

A suplementação deve preceder a colocação de tubos de alimentação, cateteres, cistocentese, aspirados hepáticos ou biopsias hepáticas

39
Q

LIPIDOSE HEPÁTICA FELINA (LHF)
TRATAMENTO - FLUIDOTERAPIA - SUPLEMENTAÇÃO com FÓSFORO

A

(a hipofosfatemia geralmente reflete as 12 horas após o reinício da alimentação)
- Monitorize os níveis séricos a cada 6 horas e descontinue o aporte quando os níveis séricos atinjam os > 2mg/dL
- Como a correção é feita com fosfato de potássio evite a instalação de hipercalemia quando administra concomitantemente potássio

40
Q

LIPIDOSE HEPÁTICA FELINA (LHF)
TRATAMENTO resumido

A
  • Alimentação com uma dieta equilibrada (60 kcal/kg/dia)
  • Restrição proteica contraindicada (a menos que exista EH)
  • Correção da desidratação com uma solução isotónica sem lactato nem glucose
  • Correção da hipocalemia (não pode exceder uma taxa de 0.5 meq/kg/hora)
  • Correção da hipofosfatemia (fosfato de potássio)
  • Suplementação com vitamina K1
  • Suplementação com L-carnitina
  • Suplementação com vitaminas do complexo B
  • Suplementação com cobalamina (B12)
  • Suplementação com tiamina (B1)
  • Suplementação com taurina
  • Suplementação com arginina
  • Suplementação com vitamina E e SAMe
41
Q

LIPIDOSE HEPÁTICA FELINA (LHF)
PROGNÓSTICO

A
  • Quando se identifica a causa primária e se o animal, na fase crítica, sobrevive 72 horas ao tratamento de suporte, a taxa de sobrevivência é de 85%
  • Com um suporte nutricional imediato e agressivo cerca de 60% dos gatos afetados sobrevivem
  • Uma vez que o animal recupera não existe tendência para a recorrência da doença
42
Q

COMPLEXO COLANGITE/COLANGIOHEPATITE FELINO

A
  • Na colangite o processo inflamatório localiza-se na árvore biliar, estendendo-se depois para o parênquima hepático
  • Geralmente ocorre fibrose a nível dos ductos biliares, que pode impedir a sua atividade normal
  • Não existe predisposição etária, racial ou de género
43
Q

COMPLEXO COLANGITE/COLANGIOHEPATITE FELINO
CLASSIFICAÇÃO

A

(Feita pela WSAVA – no gato, classificou em 3 formas distintas):
A. COLANGITE NEUTROFÍLICA/SUPURATIVA (forma aguda) (gato e cão)
- A principal característica deste processo é a presença de uma inflamação purulenta no lúmen e no epitélio dos ductos biliares, associada a colestase
B. COLANGITE LINFOCÍTICA/ESCLEROSANTE (forma crónica) (gato)
C. COLANGITE ASSOCIADA A INFESTAÇÃO PARASITÁRIA (forma crónica) (gato e raramente cão)
D. COLANGITE DESTRUTIVA ASSOCIADA A ESGANA OU REAÇÃO IDIOSSINCRÁTICA A FÁRMACOS (sulfamidas, amoxicilina-clavulânico, etc) (cão)

44
Q

COLANGITE NEUTROFÍLICA/SUPURATIVA
ETIOLOGIA

A

DESCONHECIDA, mas suspeita-se de:

  1. INFEÇÕES BACTERIANAS → Ascendentes a partir do duodeno – Isto pode ocorrer no intestino e no pâncreas devido a alterações de pressão, e por no gato existir união dos ductos biliares com os ductos pancreáticos (ligação entre eles), com posterior penetração na papila duodenal (o que explica a causa de
    Triade nestes animais (inflamação concomitante do fígado, pâncreas e intestino))
    • A cultura de bílis dos gatos afetados geralmente revela a presença de bactérias comensais da microbiota intestinal (E.coli, Enterococus, Bacteroides, Clostridium, Staphilococus e Streptococus α-hemolitico)
      • Estase biliar (devido a cálculos biliares, infestação parasitária ou devido a pancreatite) predispõe a infeções ascendentes a partir do duodeno
  2. INFEÇÕES SISTÉMICAS → Septicemias bacterianas ou devido a infeções por agentes hepatotrópicos (ex. salmonela ou o agente causador da toxoplasmose e da peritonite infeciosa felina (coranavírus))
45
Q

COLANGITE NEUTROFÍLICA/SUPURATIVA
FISIOPATOLOGIA

A

Associada a Doença intestinal moderada-grave / Doença pancreática intersticial crónica suave (Triadite)
- Refluxo duodenal de bactérias durante o vómito
- Obstrução extra-hepática do ducto biliar por oclusão cirúrgica, carcinoma pancreático ou colelitíase
- Pode ocorrer → Bílis viscosa e de colelitíase → Devido à desconjugação da bilirrubina conjugada (normalmente solúvel) → Devido a Enzimas bacterianas (E. coli produz β-glucoronidase) / Produtos inflamatórios bloqueando o fluxo biliar

46
Q

COLANGITE NEUTROFÍLICA/SUPURATIVA
SINAIS CLÍNICOS

A

Os sinais clínicos surgem de uma forma aguda (menos de 2 semanas)
1. Depressão, Febre
2. Anorexia
3. Desidratação
4. Diarreia
5. Vómitos
6. Ptialismo
7. Icterícia (devido a colestase intra-hepática e por vezes obstrução biliar extra-hepática)
8. Dor abdominal com desconforto à palpação do abdómen cranial

47
Q

COLANGITE NEUTROFÍLICA/SUPURATIVA
DIAGNÓSTICO

A

a. Hemograma
b. Bioquímica
c. Análise da urina
d. Imagiologia
e. Colecistocentese
f. Biopsia hepática

48
Q

COLANGITE NEUTROFÍLICA/SUPURATIVA
DIAGNÓSTICO: Hemograma

A

Alterações + frequentes:
- Leucocitose por neutrofilia, com desvio à esquerda
- Poiquilocitose

49
Q

COLANGITE NEUTROFÍLICA/SUPURATIVA
DIAGNÓSTICO: Bioquímica

A
  • ALT: ↑
  • ALP E GGT: ↑
  • ↑ Ácidos biliares (em jejum e pós-pandriais)
  • Hiperbilirrubinemia
  • Hipercolesterolemia
  • ↑ dos tempos de coagulação (-) – Em alguns animais por diminuição da produção hepática de fatores de coagulação e deficiência em vitamina K, embora a ocorrência de hemorragias espontâneas seja rara
50
Q

COLANGITE NEUTROFÍLICA/SUPURATIVA
DIAGNÓSTICO: Imagiologia

A

→ Não diferencia CN de CL
✓ Pode diagnosticar IBD e pancreatite

RADIOGRAFIA:
- Possíveis alterações:
- Distensão da vesícula biliar e dos ductos biliares intra e extra-hepáticos
- Espessamento e irregularidade da parede da vesícula biliar (por vezes presença de sedimento) e dos ductos biliares (por inflamação e edema e a ectasia do lúmen destas estruturas devido a colecistite ou à obstrução biliar)
- Colelitos (radiotransparentes ao exame radiográfico, ou radiopacos se calcificados) – A CS predispõe ao aparecimento de colelitíase

ECOGRAFIA:
- Hiperecogenicidade difusa
- Outras observações ecográficas incluem dilatação e tortuosidade do ducto cístico e do colédoco

51
Q

COLANGITE NEUTROFÍLICA/SUPURATIVA
DIAGNÓSTICO: Colecistocentese

A
  • CITOLOGIA BILIAR → Permite identificar inflamação neutrofílica e/ou presença de bactérias
  • CULTURA BILIAR → Necessária para identificar o agente infecioso e permitir a execução de testes de sensibilidade aos antibióticos
    • Frequentemente a bílis apresenta alteração de cor → Castanho-escuro normal a Verde-escuro
52
Q

COLANGITE NEUTROFÍLICA/SUPURATIVA
DIAGNÓSTICO: Biopsia hepática

A
  • A técnica a preferir é a biopsia realizada por laparotomia em vários lobos hepáticos
  • Em animais com encefalopatia hepática, hipotensão, coagulopatias deve realizar-se por citologia aspirativa ecoguiada sujeitando o animal a sedação

HISTOPATOLOGIA:
- Tricrómio de Masson
- Células inflamatórias (fase aguda – neutrófilos nas áreas porta com extensão ocasional para o parênquima hepático e edema; fase crónica – LP)
- Dependendo da cronicidade da doença surgem vários graus de hiperplasia e fibrose ductal
- Fibrose periductal concêntrica indicadora de doença biliar obstrutiva

53
Q

COLANGITE NEUTROFÍLICA/SUPURATIVA
TRATAMENTO

A

A. ANTIBIOTERAPIA (+ importante)
B. ÁCIDO URSODESOXICÓLICO
C. TERAPIA IMUNOSSUPRESSORA
D. TRATAMENTO DE SUPORTE
E. TRATAMENTO CIRÚRGICO

54
Q

COLANGITE NEUTROFÍLICA/SUPURATIVA
TRATAMENTO: ANTIBIOTERAPIA

A

Escolha deve ser baseada na cultura da amostra e na realização de testes de sensibilidade
- Enquanto se aguarda pelos resultados deve ser escolhido um antibiótico de largo espectro, bactericida, que mantenha níveis terapêuticos na bílis e que não necessite de metabolização hepática
- A combinação amoxicilina-ácido clavulânico, as cefalosporinas e as fluoroquinolonas combinados com metronidazol (tratamento de anaeróbios) são geralmente eficazes
- Tratamento mantido ≥ 4-6 semanas para minimizar os riscos de recorrência

55
Q

COLANGITE NEUTROFÍLICA/SUPURATIVA
TRATAMENTO: ÁCIDO URSODESOXICÓLICO

A
  • 1 com consequente eliminação dos ácidos biliares tóxicos
  • Reduz a proporção de ácidos biliares hidrofóbicos que exercem efeitos tóxicos na membrana celular do hepatócito e dos organelos intracelulares
  • Efeito anti-inflamatório, imunomodulador e anti-fibrótico
56
Q

COLANGITE NEUTROFÍLICA/SUPURATIVA
TRATAMENTO: TERAPIA IMUNOSSUPRESSORA

A

Nas colangites neutrofílicas crónicas com mecanismo imunomediado:
- Corticosteroides (4-6 meses) segue-se à administração de antibiótico que se deve manter por 4 semanas

57
Q

COLANGITE NEUTROFÍLICA/SUPURATIVA
TRATAMENTO: TRATAMENTO DE SUPORTE

A
  1. NUTRIÇÃO (assegurar as necessidades energéticas e nutricionais do animal (nasoesofágicos))
    • A dieta fornecida deve ser de fácil digestão, com suplementação em proteínas e arginina
  2. FLUIDOTERAPIA (correção dos desequilíbrios hídricos e eletrolíticos)
  3. ANTIOXIDANTES: SAMe restaura os níveis hepáticos de glutationa, que protege as células de lesões oxidativas e de taurina e cisteína que são necessárias para a conjugação dos ácidos biliares
    ´4. VITAMINA K: Deve ser feita nos animais com tempos de coagulação aumentados e anteriormente à realização de citologia ou de biopsia hepática
  4. CONTROLO DA DOR (ex. buprenorfina, a meperidina, o butorfanol e o fentanil (em adesivo))
58
Q

COLANGITE NEUTROFÍLICA/SUPURATIVA
TRATAMENTO: TRATAMENTO CIRÚRGICO

A

COLECISTECTOMIA (remoção da vesícula biliar) → Pode ser necessário em alguns casos para remoção da bílis viscosa e de colélitos
- A remoção cirúrgica é seguida de lavagem biliar para assegurar a desobstrução de todo o sistema biliar

59
Q

COLANGITE NEUTROFÍLICA/SUPURATIVA
PROGNÓSTICO

A
  • O prognóstico é menos favorável que o da CL
  • Frequente recorrência dos sinais clínicos após o tratamento inicial
  • Prognóstico reservado quando necessitam de intervenção cirúrgica e/ou háa presença de afeções concorrentes como pancreatite e IBD
  • A manutenção da terapia por períodos prolongados é muito importante e idealmente deveria ser realizada uma biopsia hepática antes de suspender a antibioterapia, com a finalidade de monitorizar a remissão das lesões histopatológicas
60
Q

COLANGITE LINFOCÍTICA

A
  • Doença crónica (progressão lenta de semanas a meses) frequente, caracterizada por um infiltrado inflamatório constituído por pequenos linfócitos (TCD3+) e, ocasionalmente, plasmócitos IgA positivos e eosinófilos restrita às áreas porta
  • Associada a graus variados de hiperplasia e fibrose dos ductos biliares
  • Por vezes de difícil distinção de linfoma bem diferenciado
61
Q

COLANGITE LINFOCÍTICA
EPIDEMIOLOGIA

A
    • Jovens
  • Sem predisposição de género
  • Raças: Persa
62
Q

COLANGITE LINFOCÍTICA
ETIOLOGIA

A
    • Desconhecida
  • Há autores que suspeitam que a infeção com Bartonella spp ou Helicobacter spp despoletam a reação imunomediada
  • Possível existirem fatores genéticos envolvidos
  • A natureza deste infiltrado indica que os mecanismos imunomediados desempenham um papel determinante na patogenia desta afeção
63
Q

COLANGITE LINFOCÍTICA
SINAIS CLÍNICOS

A
  1. Ativos e com apetite normal (≠ CS)
    • Maioria mantém uma boa condição corporal e podem estar aparentemente bem
  2. Icterícia
  3. Ascite progressiva
  4. Hepatomegalia
  5. Linfadenomegalia generalizada (mesentérica periférica)
  • Em estádios finais da doença devido ao desenvolvimento de → Cirrose e Hipertensão portal; Podem surgir sinais de EH
64
Q

COLANGITE LINFOCÍTICA
DD

A

PIF;
Linfoma (animais com CL ductopenia, lipogranulomas e preenchimento dos ductos biliares por linfócitos; animais com linfoma e CL hiperplasia e fibrose dos ductos biliares)

65
Q

COLANGITE LINFOCÍTICA
DIAGNÓSTICO

A

a. Hemograma
b. Bioquímica
c. ANÁLISE DO LÍQUIDO ASCÍTICO
d. Imagiologia
e. Histopatologia

66
Q

COLANGITE LINFOCÍTICA
DIAGNÓSTICO: Hemograma

A

Linfocitose

67
Q

COLANGITE LINFOCÍTICA
DIAGNÓSTICO: Bioquímica

A
  • ↑ ALT, FA e GGT
  • ↑ Ácidos biliares
  • ↑ Bilirrubina
  • ↑ Globulinas séricas (↑ γ (gama) globulinas)
68
Q

COLANGITE LINFOCÍTICA
DIAGNÓSTICO: ANÁLISE DO LÍQUIDO ASCÍTICO

A

Líquido:
- Geralmente amarelado claro e espesso
- Geralmente amarelado claro, espesso
- Concentração proteica elevada (a maioria são globulinas)
- Conteúdo celular baixo (linfócitos pequenos, neutrófilos degenerados e outras células inflamatórias)

69
Q

COLANGITE LINFOCÍTICA
DIAGNÓSTICO: Imagiologia

A

RADIOGRAFIA:
- Hepatomegalia
- Ascite

ECOGRAFIA:
- Ecogenicidade heterogénea, por vezes nodular e com evidência de margens irregulares
- Na presença de cirrose o fígado apresenta-se hiperecogénico
- Linfoadenomegalia abdominal

70
Q

COLANGITE LINFOCÍTICA
DIAGNÓSTICO: Histopatologia

A

O infiltrado inflamatório embora seja principalmente constituído por linfócitos, apresenta um número variável de outras células inflamatórias, nomeadamente neutrófilos

A fibrose está presente numa extensão variável, podendo ser grave em processos avançados

71
Q

COLANGITE LINFOCÍTICA
TRATAMENTO

A

A. CORTICOSTEROIDES
B. CLORAMBUCILO ou METOTREXATO
C. Metronidazol
→ Deprime a imunidade celular (útil?)
D. Colchicina (anti-fibrótico)
E. Ácido ursodesoxicólico – Contraindicado nos casos de obstrução
F. SAMe
G. Suporte nutricional
H. Diuréticos da ansa
(ex. furosemida) → Em casos de ascite moderada
- Diuréticos poupadores de potássio em associação com os IECAs podem ser uma alternativa para o tratamento da ascite
I. Antibióticos (6-8 semanas) – Após culturas positivas e TSA de bílis colhida por centese da vesícula biliar!

72
Q

COLANGITE LINFOCÍTICA
TRATAMENTO: CORTICOSTEROIDES

A

Etapa principal do tratamento, baseado na componente imunomediada da afeção
- Prednisolona (dose imunossupressora administrada por via oral de 1 a 2 mg/kg por dia)
- Dose é gradualmente reduzida ao longo de um período de 6-12 semanas, de acordo com a progressão da doença
- Os tratamentos prolongados são geralmente bem tolerados pelos gatos, sendo que a ocorrência de efeitos secundários é mínima
- Antes de cada redução de dose deve ser avaliada a evolução clínica do animal através da imagem ecográfica e da determinação dos parâmetros bioquímicos afetos à função hepática

74
Q

COLANGITE LINFOCÍTICA
TRATAMENTO: CLORAMBUCILO ou METOTREXATO

A

(agentes imunossupressores)
- Clorambucilo: Usado em combinação com a prednisolona, nos animais com alterações graves deve ser mantido durante ≥ 8 semanas
- Metotrexato: pode ser usado naqueles animais que não responderam ao tratamento com prednisolona/clorambucilo
- Risco acrescido de infeções secundárias: queratite por herpes vírus, pielonefrite ou sarna demodécica

75
Q

COLANGITE LINFOCÍTICA
PROGNÓSTICO

A
  • A maioria dos animais responde bem ao tratamento, com um tempo de sobrevivência médio de 36 meses
  • O prognóstico dos animais com ascite parece ser menos favorável
  • Alguns gatos necessitam de tratamentos repetidos com prednisolona ou de um tratamento prolongado a doses baixas
76
Q

COLANGITE CRÓNICA POR INFESTAÇÃO PARASITÁRIA

A
  • Afeção inflamatória causada pela migração de formas larvares da família Opisthorchiidae e Dicrocoeliidae no sistema biliar
  • As larvas migram do duodeno para o fígado através dos ductos biliares, como resultado surge inflamação, malformação e ectasia destes ductos
    • O infiltrado inflamatório é constituído por neutrófilos, linfócitos, plasmócitos e alguns eosinófilos
      • Por vezes, os ovos operculados do parasita são vistos no interior dos canalículos biliares na análise histopatológica de amostras colhidas por biopsia hepática
        • A visualização de ovos do parasita ou o próprio parasita no interior de canalículos biliares estabelece o diagnóstico definitivo
77
Q

COLANGITE CRÓNICA POR INFESTAÇÃO PARASITÁRIA
TRATAMENTO

A
  1. Praziquantel (3 dias)
  2. Antibioterapia prolongada (3-6 semanas) – Devido a predisposição para infeções secundárias
78
Q

COLANGITE CRÓNICA POR INFESTAÇÃO PARASITÁRIA
PROGNÓSTICO

A

Bom

No entanto → Os ductos que sofreram malformação e dilatação não recuperam, tornado este animal mais suscetível às infeções bacterianas secundárias