Estomatologia Flashcards

1
Q

DOENÇA PERIODONTAL
Definição

A

Doença inflamatória progressiva e cíclica do periodonto, induzida pela placa bacteriana (predominantemente anaeróbios de gram negativo) subgengival e que evolui com perda de inserção periodontal

É o problema mais comumente diagnosticado em pequenos animais.

Apresenta poucos ou nenhuns sinais clínicos externos e, por isso, muitas vezes a terapia é aplicada já tarde no percurso da doença – por consequência, é a doença menos tratada.

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2
Q

A doença periodontal não controlada tem inúmeras consequências graves tanto a nível local como a nível
sistémico:

A

LOCAIS:
▪ Fistulas oronasais (ONF)
▪ Lesões peri-endo de classe III
▪ Fraturas patológicas
▪ Problemas oculares
▪ Osteomielite
▪ ⬆ incidência de carcinoma oral

SISTÉMICAS:
▪ Doença renal
▪ Doença hepática
▪ Doença pulmonar
▪ Doença cardíaca
▪ Osteoporose
▪ Efeitos adversos na gravidez
▪ Diabetes Mellitus

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3
Q

ESTÁGIOS DA DOENÇA PERIODONTAL

A

Gengivite
Periodontite

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4
Q

Gengivite

A
  • Sinal inicial.
  • Inflamação limitada à gengiva provocada por bactérias da placa, podendo estar ou não associada a cálculo (= tártaro, placa calcificada pelos minerais da saliva).
  • Por sua vez, pode existir cálculo sem existir gengivite. O cálculo não é patogénico por si só.
  • Pode ser revertida por uma profilaxia dentária completa e tratamento em casa constante.
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5
Q

Periodontite

A
  • Sinal mais tardio.
  • inflamação das estruturas mais profundas do dente (ligamento periodontal e osso alveolar) causada por microorganismos.
  • provoca a destruição progressiva dos tecidos levando a recessão gengival, formação de bolsa periodontal ou ambas.
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6
Q

RECESSÃO GENGIVAL

A

Processo no qual a gengiva que envolve os dentes se afasta dos mesmos, expondo mais o dente e progressivamente a sua raiz.
Os dentes apresentam-se mais longos e com um tom acastanhado perto da gengiva.

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7
Q

BOLSA PERIODONTAL

A

Ocorre quando entram bactérias no sulco entre a gengiva e o osso que envolve o dente e não são removidas, causando inflamação e posterior destruição do osso e, por consequência, um aprofundamento desse sulco.
Bolsas leves a moderadas podem ser reduzidas ou eliminadas por remoção adequada de placa e cálculo. No entanto, a perda de tecido ósseo é irreversível. Sem cirurgia regenerativa, apenas podemos interromper a sua progressão.

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8
Q

DOENÇA PERIODONTAL
ETIOLOGIA
Bactérias orais

A

As bactérias orais aderem ao dente pela placa. A placa pode conter até 100 milhões de bactérias por grama!

Estas bactérias estão organizadas em biofilme contidas numa matriz composta por glicoproteínas salivares e polissacáridos extracelulares, matriz esta que elas próprias produzem. O facto de estarem assim organizadas em biofilme permite que consigam viver em ambientes hostis – formam-se em qualquer ambiente e superfície húmida, seja biótica ou abiótica. Deste modo, são 1000 a 1500 x mais resistentes a antibióticos do que as bactérias de vida livre.

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9
Q

Tipos de bactérias existentes na cavidade oral
Numa placa saudável

A

bactérias gram-positivas aeróbicas facultativas e cocos

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10
Q

Tipos de bactérias existentes na cavidade oral
gengivite

A

aumento do nº de bactérias gram-negativas móveis e espécies anaeróbicas

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11
Q

Tipos de bactérias existentes na cavidade oral
bolsas periodontais

A

elevado nº de espiroquetas

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12
Q

Tipos de bactérias existentes na cavidade oral
doença periodontal

A

bastonetes gram-negativos são cerca de 74% da flora microbiótica

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13
Q

Tipos de bactérias existentes na cavidade oral
doença periodontal crónica

A

elevado nº de espiroquetas

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14
Q

PROCESSO DE COLONIZAÇÃO

A
  1. As bactérias colonizadoras primárias têm capacidade de adesão, aderindo assim à coroa do dente. Nem todas as bactérias têm esta capacidade de adesão.
  2. A partir do momento em que fazem a adesão, possibilitam a formação de estruturas glicoproteicas que depois facilitam a adesão das bactérias que não têm capacidade de adesão inicial.
  3. Finaliza com a expansão das colónias para outros locais ainda livres de bactérias.
  4. A formação da placa pode evoluir para mineralização e cálculo.
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15
Q

Postulados de Socransky

A

Afirmam que para ser considerada como periodontopatogénica, as espécies bacterianas têm de possuir os seguintes critérios:

ASSOCIAÇÃO
ELIMINAÇÃO
RESPOSTA DO HOSPEDEIRO
VIRULÊNCIA
MODELOS ANIMAIS

A doença periodontal não é considerada uma infeção convencional, pois se se colocar as bactérias orais de um cão com doença periodontal noutro cão saudável, este não desenvolve obrigatoriamente a mesma doença. Segue, então, os postulados de Socransky

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16
Q

Postulados de Socransky
ASSOCIAÇÃO

A

Relacionamos os agentes etiológicos apenas com locais onde haja doença ativa. No mesmo dente vamos encontrar zonas de grande atividade e zonas de dormência

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17
Q

Postulados de Socransky
ELIMINAÇÃO

A

Se se eliminar o agente há paragem do desenvolvimento da doença

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18
Q

Postulados de Socransky
RESPOSTA DO HOSPEDEIRO

A

resposta do hospedeiro tem de validar o papel específico do agente na doença.

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19
Q

Postulados de Socransky
VIRULÊNCIA

A

o agente tem que possuir fatores de virulência relevantes para a iniciação e progressão da doença

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20
Q

Postulados de Socransky
MODELOS ANIMAIS

A

a patogenia do agente num animal modelo tem que concluir que pode causar doença periodontal

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21
Q

Há 2 tipos de placa

A

▪ Placa da superfície do dente – placa supragengival (na coroa)
▪ Placa entre o osso alveolar e a gengiva – placa subgengival

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22
Q

as bactérias da placa subgengival secretam

A

toxinas – citotoxinas e endotoxinas
bacterianas – e subprodutos metabólicos que podem invadir os tecidos por si mesmos e então causar inflamação, começando na gengivite e acabando na periodontite. MAIS GRAVE!

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23
Q

A inflamação produzida pela combinação de bactérias subgengivais + resposta do hospedeiro

A

danifica o tecido do dente, e diminui o suporte ósseo devido à atividade osteoclástica

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24
Q

À medida que a doença periodontal progride ao longo do tempo

A

há uma perda continua de tecido ósseo num padrão não linear com estágios ativos de destruição seguidos de fases de repouso

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25
Q

O estágio final da doença periodontal é

A

a perda do dente

No entanto, a esse ponto, a doença já causou outros problemas significativos

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26
Q

Ortoclusão classe 0 ou Mordida em Tesoura

A

Dentes desalinhados que, ao mastigar, maceram o espaço gengival entre outros dois dentes. Acumulam-se também alimentos, pêlos, depósitos de placa que predispõem ao desenvolvimento da doença periodontal

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27
Q

Animais braquicéfalos

A

Não há espaço para os dentes nascerem e erupcionar normalmente.
Esses dentes rodam e formam como que uma ilha de dentes que facilita os depósitos de cálculo.

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28
Q

Hiperplasia gengival

A

genética em boxers e pode ser induzida por medicamentos (como ciclosporina) tomados por um longo período de tempo

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29
Q

hipoplasia do esmalte

A

há falta de formação do esmalte dentário expondo a dentina, que é rugosa e assim facilita o depósito de placa. Uma das causas para esta hipoplasia é o vírus da esgana – tem tropismo para as células que produzem o esmalte (ameloblastos), destruindo-as, e estas já não conseguem repor o esmalte

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30
Q

progressão da doença periodontal é determinada pela

A

virulência das bactérias combinada com a resposta do hospedeiro

A resposta do hospedeiro é até a que muitas vezes lesiona o tecido periodontal. No entanto, os pacientes com sistema imunológico débil normalmente têm uma doença periodontal mais grave do que os indivíduos com boa saúde

Os glóbulos brancos lutam contra a infeção fagocitando as bactérias e libertando enzimas para destruir os invasores bacterianos, estejam em curso ou após a sua morte. Quando libertadas, essas enzimas causam ainda mais inflamação nos tecidos gengivais e periodontais.

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31
Q

Um indivíduo que não tem suscetibilidade genética, sujeito às mesmas condições ambientais

A

não desenvolve doença

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32
Q

Os processos destrutivos envolvidos na progressão da doença periodontal resultam essencialmente

A

da resposta inflamatória que se desencadeia e esta é influenciada por fatores genéticos

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33
Q

A resposta imunitária depende de determinados genes, nomeadamente os que dão origem

A

às citocinas (pex. IL-1). As citocinas vão induzir células como os fibroblastos a produzir prostaglandina e metaloproteinase matriz responsáveis associadas respetivamente à destruição óssea e à degradação do tecido conjuntivo.. Temos assim uma justificação para o aumento da destruição periodontal conforme o aumento da resposta inflamatória do individuo.

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34
Q

IL-1

A

▪ Promove reabsorção óssea.
▪ Permite entrada de cels. infl. nos locais com infeção
▪ Estimula libertação de PGE2 pelos fibroblastos e macrófagos.
▪ Estimula libertação de metaloproteinase que degradam as proteínas da matriz extracelular

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35
Q

IL-6

A

▪ Promove reabsorção óssea.
▪ Modula a resposta inflamatória a gram negativos.

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36
Q

a presença de um determinado polimorfismo num indivíduo não é necessariamente sinónimo de

A

este vir a desenvolver doença periodontal

nem a sua ausência é sinónimo de a não vir a desenvolver!

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37
Q

Doença periodontal é uma doença …

A

multifatorial

Um só polimorfismo não dá origem à doença. No entanto, um conjunto grande de polimorfismos juntamente com fatores ambientais (maior densidade bacteriana), fatores comportamentais (comer pedras do chão com fraturas do esmalte) e fatores microbianos podem predispor à instalação da doença.

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38
Q

PATOGENIA
A nível dos tecidos periodontais:

A

Na presença da placa madura ocorre ulceração do revestimento epitelial, migração apical de bactérias patogénicas, como Porphyromonas gingivalis com consequente degradação do ligamento periodontal e reabsorção óssea

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39
Q

PATOGENIA
A nível celular:

A

Aumento do número de linfócitos, monócitos, macrófagos, neutrófilos e mastócitos que são atraídos para o local, onde libertam citocinas proinflamatórias e vasoativas, como a histamina, que promove vasodilatação

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40
Q

PATOGENIA
A nível bioquímico:

A

As citocinas proinflamatórias aumentadas regulam a liberação de MMPs (envolvidas na reabsorção óssea e degradação do colagénio); fragmentos de colagénio fornecem nutrição para bactérias patogénicas; ocorre produção de prostaglandina (envolvida na reabsorção óssea).

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41
Q

Propriedades invasoras da bactérias:

A

Produzem exotoxinas
Produzem endotoxinas

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42
Q

exotoxinas:

A

Hialuronidase → Aumenta a permeabilidade dos tecidos
Colagenase → Destrói o tecido conjuntivo
Protease → Lesa a membrana celular
Fosfolipase → Induz reabsorção óssea mediada por prostaglandinas
Leucotoxinas → Necrose e apoptose dos leucócitos

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43
Q

endotoxinas

A

Os lipopolissacáridos das paredes das bactérias de gram negativo ativam os osteoclastos promovendo a reabsorção do osso e alteram a resposta imune.

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44
Q

1º sinal clínico

A

GENGIVITE – eritema (gengiva fica vermelha por causa da vasodilatação capilar) + edema + sangramento gengival durante a escovagem/mastigação + halitose

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45
Q

2º sinal clínico

A

PERIODONTITE – perda de conexão entre a gengiva e o dente, a zona periodontal migra apicalmente. Começa a haver perda alveolar.

… em alguns casos:
A migração apical resulta em RECESSÃO GENGIVAL e a profundidade do sulco mantém-se.
Por causa da recessão, a raiz do dente começa a ficar exposta e a doença é facilmente identificada num exame com o animal consciente.

… noutros casos
A gengiva permanece com a mesma altura mas a zona de conexão continua a mover-se apicalmente acabando por se formar uma BOLSA PERIODONTAL.
Só diagnosticada com o animal sob anestesia, usando uma sonda periodontal

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46
Q

3º sinal clínico

A

EXFOLIAÇÃO DO DENTE – a perda alveolar é contínua até haver exfoliação do dente

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47
Q

4ª sinal clinico

A

PERDA PERMANENTE - depois da exfoliação do dente, a área deixa de estar infetada mas a perda óssea é permanente

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48
Q

reabsorção horizontal

A

Epitélio juncional acima da crista

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49
Q

reabsorção vertical

A

Epitélio juncional abaixo da crista

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50
Q

Pseudobolsa

A

Quando se mede a profundidade do sulco há profundidade acrescida não por haver bolsa periodontal mas sim porque houve sobrecrescimento, hiperplasia da gengiva

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51
Q

ONF – Fístula oronasal

A

Mais comum em raças de cães pequenos (especialmente condrodistróficas) de idade mais avançada. Pode ocorrer com menos frequência noutras raças e em felinos.

Aparecem quando a doença periodontal progride para cima ao longo da face palatal dos caninos maxilares (embora qualquer dente maxilar seja candidato). Isto vai resultar numa comunicação entre a cavidade oral e a cavidade nasal, criando infeção na mesma (sinusite)

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52
Q

ONF – Fístula oronasal
Sinais clínicos

A
  • descarga nasal crónica
  • espirros
  • anorexia ocasional
  • halitose
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53
Q

ONF – Fístula oronasal
Diagnostico Final

A

Animal precisa de anestesia
Introduz-se uma sonda periodontal na face palatal do dente, verificando-se uma fissura.

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54
Q

ONF – Fístula oronasal
Tratamento

A

Extração do dente e fecho da fissura com uma aba muco-gengival

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55
Q

Abcesso Perio-endo Classe III

A

Também em cães pequenos e toy, mais velhos.

Ocorre em dentes multi-raizados.

O local mais comum é a raiz distal dos primeiros molares mandibulares.

A perda periodontal ocorre apicalmente e acessa o sistema endodôntico causando infeção por contaminação bacteriana. A infeção espalha-se por dentro do dente através da câmara pulpar e causa ramificações periapicais nas outras raízes.

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56
Q

Fraturas Patológicas

A

Afeta os caninos e primeiros molares da mandíbula

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57
Q

Fraturas Patológicas
Ocorre por:

A

▪ Perda periodontal crónica que enfraquece o osso.
▪ Por causa da extração dentária.
▪ Em cães pequenos porque os dentes são mais largos em proporção com a mandíbula

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58
Q

Fraturas Patológicas
Têm um prognóstico reservado por várias razões:

A
  • a cura adequada é difícil de obter por causa da falta de osso remanescente.
  • há pouco oxigênio na área.
  • pela dificuldade em fixar rigidamente a mandíbula caudal.
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59
Q

Fraturas Patológicas
Resolução:

A

Existem inúmeras opções de fixação das fraturas patológicas mas o uso de fios, pinos ou placas é geralmente necessário. Independentemente do método de fixação, a(s) raiz(es) com doença periodontal devem ser extraídas para que a cura ocorra.

Se uma das raízes de um dente multi-enraizado afetado estiver periodontalmente saudável, há uma chance ainda maior de fratura mandibular por causa do aumento da força necessária para extrair a raiz saudável. Uma forma alternativa de tratamento para esses casos é seccionar o dente, extrair a raiz doente e realizar terapia de canal radicular na raiz saudável.

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60
Q

Inflamação perto da órbita

A

Pode potencialmente levar a cegueira.

Quando a inflamação ocorre nos ápices dos molares e 4ºs pré-molares superiores, ocorre muito perto do tecido ótico colocando-o em risco.

Nos gatos (especialmente os braquicefálicos) os ápices dos caninos maxilares criam o mesmo problema.

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61
Q

Carcinoma Oral

A

Possivelmente relacionado com a inflamação crónica que existe na periodontite

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62
Q

Osteomielite crónica

A

É uma área de osso infetado, morto.

As doenças dentarias são a causa nº1 de osteomielite crónica. Para piorar, quando uma área de osso está necrótica, não responde a qualquer tipo de terapia com antibiótico. Sendo assim, a terapia definitiva geralmente requer um desbridamento cirúrgico agressivo.

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63
Q

IMPACTO SOCIAL DA DOENÇA PERIODONTAL

A

Os animais ficam com dor, deixam de se alimentar como antes, têm alterações de comportamento (retraídos deixando de conviver com as famílias ou agressivos), halitose e desenvolvem corrimentos nasais. Estes dois últimos, principalmente, tornam a aceitação destes animais dentro das famílias mais complicada.

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64
Q

CONSEQUÊNCIAS SISTÉMICAS SEVERAS

A

A formação de placa e o seu crescimento vai provocar uma resposta inflamatória com chuva de citocinas. Estas células fazem com que aumente a permeabilidade vascular, permitindo assim a entrada das bactérias na circulação tendo acesso ao resto do corpo. Deste modo, a doença periodontal:

  • Afeta em 1º lugar o pulmão devido à sua grande vascularização, podendo causar pneumonia.
  • Afeta rins e fígado (abcessos hepáticos) levando a uma perda de função deste órgãos ao longo do tempo.
  • Afeta válvulas cardíacas que estejam previamente lesionadas (pex. por displasia valvular) e causa endocardite e/ou miocardite que pode resultar em infeções intermitentes e doença tromboembólica.
  • Pode causar artrites
  • Pode causar enfarte cerebral e enfarte do miocárdio.
  • Baixa o peso à nascença e aumenta a morte fetal.
  • Pode ⬆ lípidos inflamatórios, causando um estado de lipidemia geral → estado de inflamação de todo o corpo levando a processos de doenças crónicas e respostas imunes anormais.
  • Com a manutenção do estado de resposta inflamatória sistémica, pode conduzir mais tarde à instalação de tumores
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65
Q

Doença Periodontal e Diabetes Mellitus

A

A doença periodontal pode levar à resistência à insulina, resultando num pobre controlo da diabetes mellitus (podendo, como consequência, causar doença microvascular).

Foi também demonstrado que a diebetes mellitus é um fator de risco para a doença periodontal.

As duas doenças têm uma relação bidirecional → uma piora a outra

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66
Q

GRAUS DA DOENÇA PERIODONTAL
PD0

A

(Normal)

Periodonto normal, sem inflamação gengival ou periodontite clinicamente evidentes

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67
Q

GRAUS DA DOENÇA PERIODONTAL

A

0 a 4

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68
Q

GRAUS DA DOENÇA PERIODONTAL
PD1

A

(Gengivite)

  • Gengivite (GI, GII ou GIII) sem perda de inserção;
  • Tamanho e arquitectura da margem alveolar normais;
  • Profundidade do sulco gengival normal (≤ 3mm no cão e ≤ 0,5mm no gato);
  • Sem evidência de dor.
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69
Q

GRAUS DA DOENÇA PERIODONTAL
PD2

A

(Periodontite Incipiente)

  • Formação das bolsas periodontais (3-5mm no cão e 1mm no gato);
  • Sinais radiográficos que evidenciam perda de inserção até 25%;
  • Mobilidade normal ou grau 1;
  • Envolvimento da furca (F0 ou F1);
  • Desconforto moderado em certos doentes
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70
Q

GRAUS DA DOENÇA PERIODONTAL
PD3

A

(Periodontite Moderada)

  • Formação das bolsas periodontais (5-7mm no cão e 1-2mm no gato);
  • Sinais radiográficos que evidenciam perda de inserção de 25 a 50%;
  • Mobilidade grau 1 ou grau 2;
  • Envolvimento da furca (F1 ou F2);
  • Dor de moderada a acentuada.
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71
Q

GRAUS DA DOENÇA PERIODONTAL
PD4

A

(Periodontite Avançada)
* Formação das bolsas periodontais (>7mm no cão e >2mm
no gato);
* Sinais radiográficos que evidenciam perda de lnserção superior a 50%;
* Mobilidade grau 2 ou grau 3;
* Envolvimento ou exposição da furca (F2 ou F3);
* Dor de moderada a acentuada.

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Q

TRATAMENTOda Doença periodontal

A

O pilar da terapia periodontal é uma profilaxia dentária completa. Deve ser realizada enquanto o paciente está sob anestesia geral com um tubo endotraqueal adequadamente inflado. A profilaxia deve incluir as seguintes etapas:
1. Examinação e consulta pré-cirúrgica
2. Lavagem com Clorexidina
3. Limpeza Supragengival
4. Limpeza da placa Subgenvival e do Cálculo
5. Polir
6. Lavagem do sulco
7. Terapia com fluor (opcional)
8. Sondagem periodontal, avaliação oral e mapeamento dental
9. Radiografia
10. Plano de tratamento
11. Aplicação de uma barreira selante (opcional)
12. Educação do tutor

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73
Q

TRATAMENTO
1. Examinação e consulta pré-cirúrgica

A

O médico veterinário deve realizar uma examinação física e oral o mais completa possível.

A examinação física é importante para procurar problemas de saúde e ajudar a induzir uma anestesia segura.

Primeiro deve-se observar o animal a comer e a beber e só depois anestesiar para avaliar a cavidade oral.

A examinação oral identifica patologias óbvias (como dentes fraturados, dentes intrinsecamente manchados, dentes móveis, massas orais e lesões reabsortivas) e também permite uma avaliação preliminar do estado periodontal.

Antes de passar às etapas seguintes, é importante conhecer o equipamento de profilaxia dentária:
* Aspirador dentário
* Seringa de 3 vias
* Sonda de higienização (destartarizador)
* Turbina
* Peça de mão com borracha de polimento

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74
Q

TRATAMENTO
2. Lavagem com Clorexidina

A

Já com o animal anestesiado.

A cavidade oral é uma área bastante contaminada e a limpeza convencional pode ser invasiva. Consequentemente, as limpezas profiláticas resultam muitas vezes em bacteremia transitória. É então recomendado enxaguar a cavidade oral com solução de Gluconato de Clorexidina a 0,12% antes de iniciar a lavagem profilática para diminuir a carga bacteriana pré-existente.

Os membros do staff que realizam a profilaxia dentária devem usar equipamento de proteção (luvas, mascara e óculos) para também diminuir a contaminação bacteriana, pois os higienistas estão muito sujeitos a desenvolver conjuntivite sética e otites!

Em conjunto com a lavagem sulcal, este procedimento é o chamado “one-stage full-mouth
desisnfection”.

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75
Q

TRATAMENTO
3. Limpeza Supragengival

A

Inicialmente, faz-se a revelação da placa com luz ultravioleta ou com reveladores da placa como a eritrosina ou verde malaquita.

Após a visualização da placa, a limpeza supragengival propriamente dita é realizada com raspagem mecânica ou manual.

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76
Q

TRATAMENTO
3. Limpeza Supragengival - tipos de sondas de higienização / destartarizador

A
  • Manuais
  • Mecânicos
    • Sónico - Funcionam por ar de
      compressão; Vibram a 2 - 6 500
      Hz; São mais lentos mas mais seguros pois não provocam cavitação
    • Ultrassónicos
      • Magnetorestritivos - Com padrão elítico, limpeza + eficaz
      • Piezoelétricos - Com padrão linear, limpeza - eficaz

Estas sondas de higienização mecânicas podem, no entanto, deixar ainda algum cálculo para trás e acabar por prejudicar o dente. Deste modo, é recomendada a combinação de uma sonda de higienização mecânica ultrassónica + sonda manual para uma remoção de calculo assegurada.

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77
Q

TRATAMENTO
3. Limpeza Supragengival - modo de uso das sondas de higienização / destartarizador

A

Não se deve usar a ponta do instrumento diretamente no dente porque não é efetivo na redução de cálculo e pode danificar o osso. A parte que apoiamos no dente resume-se aos últimos 1 a 3 mm do lado do instrumento, sempre com um toque suave e num contacto máximo de 15 segundos. O instrumento deve ser mantido em constante movimento correndo lentamente sobre o dente com movimentos amplos e sobrepostos para abranger cada milímetro quadrado.

A sonda de higienização manual é um instrumento triangular com arestas de corte afiadas e com ponta afiada. Num destartarizador universal, a lâmina faz 90º com o eixo longitudinal.

O instrumento é segurado pela parte da borracha, como uma caneta (entre o polegar e o indicador). O dedo médio é colocado perto da extremidade para sentir as vibrações que sinalizam cálculo residual ou dente áspero/doente. É usado paralelamente à superfície do dente com a lâmina colocada na margem gengival. Fazem-se movimentos de “puxão” (para evitar lacerar a gengiva) sobrepostos várias vezes até o dente ficar liso.

A placa residual e o cálculo podem ser identificados usando uma solução reveladora de placa ou secando a superfície do dente com ar (o cálculo residual aprece como giz).

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78
Q

TRATAMENTO
4. Limpeza da placa Subgenvival e do Cálculo

A

Este é o passo mais importante da profilaxia pois o controlo da placa subgengival é suficiente para tratar a doença periodontal. Infelizmente, é também o passo mais difícil:
▪ o calculo subgengival é mais duro que o supragengival e tende a estar preso nas irregularidades da superfície dentária.
▪ a visualização desta parte do dente é difícil e limitada por causa do sangramento dos tecidos inflamados (requer bom tato por parte do veterinário).
▪ os sulcos ou bolsas periodontais possivelmente existentes limitam o movimento do instrumento.

O problema destes entraves é que, se ficar cálculo residual, este vai aumentar proporcionalmente ao aumento da profundidade da bolsa periodontal.

Para a limpeza da placa subgengival, a destartarização mecânica e manual (com cureta) devem ser feitas em conjunto, mais uma vez.

A cureta tem duas arestas cortantes e ponta romba. Desta maneira, não corta o anexo periodontal, desde que não seja aplicada força excessiva.

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79
Q

TRATAMENTO
4. Limpeza da placa Subgenvival e do Cálculo - tipos de cureta

A
  • Universal - Têm um ângulo de 90º e podem, por isso, ser usadas por toda a boca desde que o instrumento esteja adaptado ao dente
  • Gracey - Têm ângulos diferentes e são por isso especificas para uma determinada área do dente

As curetas estão rotuladas por números, cujo menor número corresponde ao menor ângulo. Quanto menor o ângulo, mais rostral na boca pode ser usado

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80
Q

TRATAMENTO
4. Limpeza da placa Subgenvival e do Cálculo - procedimento

A
  1. Colocar a face da cureta plana contra a superfície do dente.
  2. Inserir o instrumento gentilmente na base do sulco/bolsa periodontal.
  3. Rodar o instrumento de modo a que fique paralelo ao eixo longo do dente.
  4. O instrumento está na posição adequada para remover o cálculo, para descamação da superfície da raiz e para o desbridamento subgengival.
  5. Com o instrumento em contacto solido com o dente, puxá-lo da bolsa com um golpe curto e firme.

Este processo é repetido as vezes necessárias, com sobreposições, até a raiz ficar suave.

No final do processo, deve-se passar a cureta à procura de áreas mais rugosas que indiquem patologia da raiz ou cálculo residual.

Novamente, a limpeza pode ser avaliada secando a superfície do dente – qualquer calculo residual aparecerá farináceo.

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81
Q

TRATAMENTO
4. Limpeza da placa Subgenvival e do Cálculo - LESÕES TÉRMICAS

A

Os destartarizadores tradicionais (principalmente os piezoeletricos) NÃO DEVEM ser usados subgengivalmente para não causar lesões térmicas na gengiva e na polpa do dente.

A água que sai do destartarizador sai sempre no fundo do instrumento pois permite que este arrefeça mais.

Se a destartarização sobreaquecer o dente, para além de aquecer o esmalte, aquece a polpa – é um tecido mole dentro de um tecido duro, com o calor começa a expandir batendo nas paredes do tecido duro e morre (polpite/necrose térmica da polpa).

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82
Q

TRATAMENTO
5. Polir

A

Polir o dente fará com que a superfície do dente fique ainda mais macio e retarda o crescimento de placa dentária.

O polimento é realizado com um instrumento com ponta de borracha de baixa velocidade (até 3000 RPM) e com ângulo de 90º.

É importante usar uma boa quantidade de polidor pois se usarmos o instrumento seco, para além de ineficiente, pode sobreaquecer o dente.

Deve-se aplicar uma ligeira pressão no dente para conseguir polir as áreas subgengivais. Cada dente deve ser polido durante um máximo de 5 segundos (por causa do sobreaquecimento). Se for necessário mais tempo, faz-se uma pequena pausa e só depois se volta a polir o mesmo dente.

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83
Q

TRATAMENTO
6. Lavagem do sulco

A

Durante as etapas de limpeza e polimento, resíduos como cálculo e pasta de profilaxia (alguns dos quais
estão carregados de bactérias) acumulam-se no sulco gengival. Em alguns casos esses depósitos são visíveis
mas em todos os casos há depósitos microscópicos. A presença destes depósitos indetetáveis faz com que ocorra
infeção e inflamação contínuas. Deste modo, uma lavagem do sulco é fortemente recomendada.

A lavagem sulcal é realizada com uma cânula de ponta romba.

A cânula é colocada suavemente no sulco e depois injeta-se a solução de lavagem (salina estéril ou de
clorexidina) enquanto se move lentamente o instrumento ao longo das arcadas.

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84
Q

TRATAMENTO
7. Terapia com fluor (opcional)

A

Os aspetos positivos do fluor incluem o endurecimento da estrutura dentária, a diminuição da sensibilidade dentária e a inibição da atividade plaquetária e bacteriana. A diminuição da sensibilidade dentária é mais importante em pacientes com recessão gengival e consequente exposição da raiz.

A preparação de flúor deve ser aplicada nos dentes durante o tempo prescrito (3 minutos para espuma e 10 minutos para gel). Depois do tempo de contato apropriado, o flúor deve ser removido com um pano ou soprado com ar comprimido. O flúor não pode ser enxaguado com água, pois diminui a sua eficácia.

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85
Q

TRATAMENTO
8. Sondagem periodontal, avaliação oral e mapeamento dental - sondagem periodontal

A

A sondagem periodontal para avaliar bolsa periodontal realiza-se com uma sonda periodontal, porque as bolsas não são diagnosticadas por radiografia.

A sondagem Periodontal é realizada inserindo suavemente a sonda no bolso até parar e, em seguida, “caminhar” o instrumento ao redor do dente. As medições de profundidade devem ser feitas em 6 pontos ao redor de cada dente. Num sulco normal, a profundidade em cães é de 0 a 3 mm e em gatos é de 0 a 0,5 mm. Achados anormais devem ser registados no prontuário odontológico.

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86
Q

TRATAMENTO
8. Sondagem periodontal, avaliação oral e mapeamento dental - sondagem periodontal

A

A sondagem periodontal para avaliar bolsa periodontal realiza-se com uma sonda periodontal, porque as bolsas não são diagnosticadas por radiografia.

A sondagem Periodontal é realizada inserindo suavemente a sonda no bolso até parar e, em seguida, “caminhar” o instrumento ao redor do dente. As medições de profundidade devem ser feitas em 6 pontos ao redor de cada dente. Num sulco normal, a profundidade em cães é de 0 a 3 mm e em gatos é de 0 a 0,5 mm. Achados anormais devem ser registados no prontuário odontológico.

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87
Q

TRATAMENTO
8. Sondagem periodontal, avaliação oral e mapeamento dental - mapeamento dental

A

Fácil e eficiente se realizado por 2 pessoas, sendo que uma pessoa avalia a boca e dita as descobertas patológicas e outra regista-as no gráfico.

Este mapeamento faz-se usando o Sistema Triadan modificado. O sistema Triadan modificado usa números para identificar os dentes.

Cada quadrante é numerado começando no maxilar direito com a série 100. Isso progride no sentido horário de modo que o maxilar esquerdo seja 200, o mandibular esquerdo é 300, e o mandibular direito é a série 400.

Em seguida, começando na linha média rostral, os dentes são contados distalmente, começando com o primeiro incisivo, que é o dente 01, os caninos são sempre os números 04, os primeiros molares são 09. Por exemplo, o quarto pré-molar superior esquerdo é o dente 208.

As alterações encontradas são registadas num odontograma ou tabela dentária. Tudo o que estiver normal não se coloca no odontograma!

Todo o odontograma é de leitura, apenas com informação gráfica preenchido à base de símbolos (canto inferior direito) e numeração romana, nada é escrito por extenso.

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88
Q

TRATAMENTO
8. Sondagem periodontal, avaliação oral e mapeamento dental - Medição do grau de gengivite

A

Indice 0 (GI 0) - Gengiva saudável com bordo fino e não inflamado, não se assinala na tabela;

Índice 1 (GI I) - Gengiva ligeiramente inflamada (gengivite marginal), surge um ligeiro eritema e/ou edema. A gengiva não sangra na prova com sonda periodontal;

Índice 2 (GI II) - Gengiva moderadamente inflamada, com eritema e edema óbvios. A gengiva sangra na prova quando tocada;

Índice 3 (GI III) - Gengiva muito inflamada, hiperplásica ou atrófica, com eritema e edema óbvios. A gengiva sangra espontaneamente e por vezes profusamente na prova. Pode ocorrer a formação de bolsas e a ulceração da gengiva.

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89
Q

TRATAMENTO
9. Radiografia

A

Devem ser feitas radiografias dentárias de todas as áreas com patologia anotadas no exame odontológico. Isto inclui qualquer bolsa periodontal maior do que o normal ou fraturada, dentes lascados, massas, inchaços ou falha de dentes

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90
Q

TRATAMENTO
9. Radiografia - As maiores limitações à avaliação radiográfica do osso alveolar

A

▪ A perda do osso periodontal não se torna radiograficamente evidente até que 30% a 50% da mineralização seja perdida.
▪ Há situações onde o exame clínico é necessário. Ex. se há perda de osso apenas na face lingual/palatal ou vestibular do osso alveolar.
▪ Na fase incipiente de gengivite há evidência clínica mas não há alterações radiográficas.
▪ As furcas de grau 1 (F1) não são radiograficamente evidentes.

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91
Q

TRATAMENTO
9. Radiografia - exposição das radiografias

A

Para interpretação da doença periodontal as radiografias devem ser ligeiramente subexpostas. Radiografias demasiado subexpostas, queimadas ou mal posicionadas não permitem o diagnóstico.

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92
Q

TRATAMENTO
9. Radiografia - A melhor técnica radiográfica para evitar distorção das imagens

A

técnica paralela (vista lateral direta)

Antes de efetuar a avaliação radiográfica deve-se realizar uma higienização dado que o cálculo é radiodenso e pode obscurecer lesões patológicas numa radiografia, tal como pode ser confundido com outras lesões.

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93
Q

TRATAMENTO
9. Radiografia - A avaliação do aspeto radiográfico do periodonto envolve:

A
  1. A continuidade da lâmina dura - a lâmina dura deve ser visível, contínua e mesmo linear. Na doença periodontal perde estas características.
  2. A espessura do espaço do ligamento periodontal - o espaço do ligamento periodontal torna-se largo e irregular
  3. A forma, altura e densidade do processo ósseo alveolar - os bordos dos septos interalveolares perdem a sua nitidez anatómica
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94
Q

TRATAMENTO
9. Radiografia - A perda vertical de osso

A

Ocorre quando há uma área de recessão com o tecido adjacente ficando mais alto e perto da JCE.

Na fase inicial da perda óssea: bolsa óssea com três paredes, sendo definido pela raiz como uma parede e três superfícies do osso alveolar.

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95
Q

TRATAMENTO
9. Radiografia - A perda horizontal de osso

A

A perda horizontal de osso define-se como o processo
osteolítico que conduz à diminuição da altura do bordo alveolar e à
exposição radicular.

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96
Q

Os graus de furca

A

O envolvimento da furca aparece como uma perda de densidade e perda de substância na face coronal do osso interradicular em três graus:

Grau 1 – A sonda pode ser inserida na área da furca mas a destruição é menor do que um terço da largura horizontal.

Grau 2 – A sonda explora mas não passa através da furca.

Grau 3 – A sonda passa através da furca de um lado ao outro.

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97
Q

Anquilose

A

A anquilose da ligação periodontal aparece como ausência do espaço do ligamento periodontal. Não há delimitação significativa entre o osso alveolar e a substância radicular. O cemento reabsorvido é substituído por aposição de osso

98
Q

Osteomielite

A

A periodontite crónica pode causar osteomielite total da maxila ou da mandíbula com dor e perda de função, podendo ocorrer também infeção à distância, resposta imune ou fratura patológica.

99
Q

TRATAMENTO
10. Plano de tratamento

A

Nesta etapa, o veterinário usa todas as informações disponíveis (visual, tátil e radiográfica) para determinar a terapia apropriada. É importante considerar a saúde geral do paciente, o interesse do proprietário e a sua vontade de realizar cuidados em casa.

Depois de formar um plano de tratamento dentário adequado para o paciente, uma estimativa deve ser criada e o tutor deve ser contactado para consentimento. Existem várias possibilidades de terapêutica dependendo do tipo de patologia. Se o tratamento necessário for extenso e implicar uma anestesia prolongada, deve-se reagendar o restante trabalho.

100
Q

TRATAMENTO
11. Aplicação de uma barreira selante (opcional)

A

Esta barreira selante é uma substância cerosa que comprovadamente diminui a placa bacteriana e o cálculo. Embora não tenha sido comprovado que diminui gengivite e, posteriormente, doença periodontal, como a colocação é abaixo da margem gengival, supõe-se que também diminua esses problemas.

Esta cera é eletroestaticamente repulsiva para a adesão das bactérias.

Também existem selantes à base de AB como a doxiciclina (coloca-se na forma pastaosa no sulco que depois endurece com água) que vai libertando o AB no sulco durante umas semanas evitando um ambiente favorável à adesão de bactérias.

Após a profilaxia, os dentes são secos e o produto é aplicado. O tutor terá de continuar a aplicar o produto em casa, semanalmente

101
Q

Cuidado domiciliar

A

2 grandes métodos no cuidado domiciliário relativamente à dentição: método ativo e método passivo

O método ativo é o gold standard

102
Q

Cuidado domiciliar ativo

A

consiste na escovagem dos dentes do animal. Existem escovas e pastas veterinárias comercializadas – Stomidine® – mas uma escova suave de criança é igualmente eficaz. As pastas para pessoas NÃO SÃO recomendadas porque podem causar problemas gástricos se deglutidas. Algumas pastas dentárias têm ação enzimática de degradação de biofilme e produzem oxigénio (matando as bactérias anaeróbias das zonas mais profundas) – Orozyme®. Também existem preparações antimicrobianas à venda que podem ser usadas em substituição da pasta de dentes, especialmente em casos de doença periodontal estabelecida.

A técnica de escovagem adequada requer o uso de um movimento circular com a escova num ângulo de 45 ° com a margem gengival. Uma vez por dia + três dias por semana é considerado o mínimo para pacientes com boa saúde bucal. Para pacientes com doença periodontal estabelecida, é necessária escovagem diária

103
Q

Stomidine®

A

Com Digluconato de Clorexidina, um antisséptico químico, com ação antifúngica, bactericida e bacteriostática capaz de eliminar e inibir a proliferação de tanto bactérias gram-positivas quanto gram-negativas.

104
Q

Orozyme®

A

Com enzimas sendo uma delas a enzima Superóxido Dismutase catalisa a dismutação do superóxido em oxigénio e peróxido de hidrogénio

105
Q

Alternativas à escovagem

A
  • enxaguar a boca do animal com solução de clorexidina (com spray) – diminui a gengivite, se for feito consistentemente ao longo do tempo – Bexident®.
  • Gel oral de ácido de Zinco também pode ser usado – diminui a placa (produz muito fluxo salivar, arrastando os detritos) e gengivite (permite a recuperação do tecido gengival) – Clunia®.
  • Também pode ser usado Ácido Ascóbico (importante na produção de colagénio que é a principal proteína estrutural da gengiva), Taurina (tem ação quelante sobre os compostos de enxofre e AGV que produzem o mau hálito) e Carboximetilcelulose (muco-adesiva e proporciona um maior tempo de contacto do produto com as superfícies da cavidade oral).

Embora escovar os dentes melhore muito a saúde oral dos nossos animais, não elimina a necessidade de limpezas profissionais.

106
Q

cuidado domiciliar passivo

A

opção alternativa para minimizar a doença periodontal. É realizada pela mastigação de biscoitos especiais – Orozyme® – como os croquetes revestidos de polifosfatos – Bogadent® – que fazem a quelação do cálcio da saliva (utilizado para produzir o cálculo).

Também se podem usar plaque off como aditivo do alimento (algas marinhas, não dar a animais com hipertiroidismo) que torna o cálculo mais mole sendo deglutido pelo animal.

Como estes métodos não requer trabalho por parte do proprietário, há uma maior conformidade com o mesmo. Apesar de não ser o método standard, a conformidade que proporciona ao tutor é importante pois a consistência do tratamento a longo prazo é o fator-chave na eficácia dos cuidados odontológicos domiciliares

107
Q

Modo como cuidados passivos e ativos atuam

A

Os cuidados passivos são mais eficazes nos molares e pré-molares.

Os cuidados ativos são mais eficazes para os incisivos e caninos.

Deste modo, uma combinação de cuidados ativos e passivos é a melhor solução

108
Q

Terapia periodontal – bolsas periodontais

A

Quaisquer bolsas periodontais com profundidades superiores ao normal (dependendo da espécie) são patológicas e precisam de terapia especifica. Esta terapia envolve a remoção da infeção da superfície da raiz (placa, cálculo, tecido de granulação) e o seu alisamento. Estes passos permitem uma recolocação normal da gengiva e assim uma diminuição da profundidade da bolsa.

109
Q

Terapia periodontal – bolsas periodontais
Em cães, bolsas entre 3 e 6 mm que não estão associadas a mobilidade dentária ou outros problemas

A

são tratadas com alisamento radicular fechado e raspagem subgengival - semelhante à destartarização subgengival

110
Q

Terapia periodontal – bolsas periodontais
método adicional para promover a reconexão local

A

tratamento com antimicrobianos. Existem vários produtos disponíveis, incluindo o gel de doxiciclina. O gel de doxiciclina é misturado conforme explicado na embalagem e depois inserido na bolsa periodontal até transbordar. O gel é umedecido (o que o endurece) e entra dentro do sulco. Se algum produto sair da bolsa, deve ser voltar a ser humedecido e recolocado.

111
Q

Terapia periodontal – bolsas periodontais
Bolsas periodontais > 5-6 mm

A

requerem procedimentos avançados, sendo que o cálculo torna-se irregular em bolsas com profundidades superiores a 6 mm

112
Q

Terapia periodontal – bolsas periodontais
Cirurgia periodontal

A

indicada para dentes com perda óssea alveolar moderada, níveis de bifurcação II e III, e áreas inacessíveis. Sem ser nestes casos específicos, a cirurgia periodontal avançada não deve ser feita sem antes haver limpeza profissional dos dentes e compromisso de cuidados domicilares.

113
Q

O uso racional local e sistémicos dos antibióticos

A

Num animal saudável, não há vestígios de bacteremia após 6 horas. Assim, só devem ser administrados AB no caso de:
* Doença cardíaca clinicamente evidente;
* Doença renal ou hepática clinicamente evidentes;
* Doentes imuno-suprimidos ou geriátricos;
* Doentes com próteses (ex: anca);
* Doentes sujeitos a outro procedimento cirúrgico durante o mesmo episódio anestésico (Princípio da Anacorese);
* Quando haja extrações ou cirurgia periodontal cruenta;
* Animais mais velhos, doentes ou desportistas (sujeitos a grande stress).

Os AB, se necessários, devem ser administrados 3 a 5 dias antes e 3 a 5 dias depois dos procedimentos
profiláticos.

É usada com maior frequencia a Espiramicina (Stomorgyl®). A sua grande vantagem assenta no uso racional dos AB, evitando ao máximo a resistência aos mesmos.
Quando há situações de osteomielite usa-se a Clindamicina

114
Q

Antissépticos

A

A clorexidina é actualmente o antisséptico mais utilizado e o mais eficaz.

Na cavidade oral, a clorexidina é adsorvida por todas as superfícies, incluindo pela película dos dentes. Depois de adsorvida, tem uma ação bacteriostática persistente com duração de mais de 12 horas. É muito útil na prevenção e controlo da placa bacteriana no período pós-cirúrgico.

115
Q

Maneio da Dor

A

BLOQUEIOS NERVOSOS
OPIÓIDES
AINES

Dor leve: Um AINE é provavelmente tudo o que é necessário para dor leve em qualquer das espécies.

Dor moderada a grave: Um opiáceo μ-agonista puro e um AINE são considerados eficazes para dor moderada a grave. Um adesivo transdérmico de Fentanil deve ser considerado se se
prevê dor grave.
A Buprenorfina sublingual ou transmucosal pode ser uma boa alternativa para gatos com dor moderada.
Tramadol após cirurgia.

116
Q

Maneio da Dor
BLOQUEIOS NERVOSOS

A

▪ Essenciais em cirurgia oral!
▪ Ajudam a minimizar o uso de anestésicos gerais e analgésicos pós-operatórios (- dose, - consequências).

117
Q

Maneio da Dor
OPIÓIDES

A

Opioides agonistas puros; recetores μ: (dor moderada a grave)
MORFINA
HIDROMORFONA
FENTANIL

Usar com cautela:
Hipotiroidismo
Insuf. Renal
Insuf. Adrenocortisol

Hidromorfona causa hipertermia em gatos –> Usar antagonistas se houver hipertermia pela Hidromorfona:
▪ Nalbufina
▪ Butorfanol
▪ Naloxona

Opiáceo agonista parcial, recetores μ:
BUPRENORFINA - Boa alternativas aos opióides puros pois antecipa a dor pós-operatória leve a moderada.

TRAMADOL - Tem alguma afinidade para o recetor μ opioide; no entanto, seu principal efeito é inibir a recaptação de serotonina e norepinefrina. Este analgésico é frequentemente usado após a cirurgia em qualquer das espécies.

118
Q

Maneio da Dor
AINEs

A

Ex: Meloxican
▪ Tratamento da componente inflamatória da dor.
▪ Complemento aos opiácios DURANTE a cirurgia

CAUTELA
* Ulcera gastrointestinal
* Insuf. Renal e Hepática
* Hipoproteinemia
MONITORIZAR PRESSÃO ARTERIAL no pós-operatório

Qualquer um destes pode ser usado em conjunto com a Medetomidina em baixa dose em animais saudáveis.
No pós-operatório os analgésicos devem ser usados por 4 dias.

119
Q

Vacinação periodontal

A

A mais recente arma na luta contra a doença periodontal é a vacina Porphyromonas (Porphyromonas Denticanis-Gulae-Salivosa Bacterin; Pfizer Animal Health). Consiste numa bactéria contra os agentes patogénicos periodontais mais comuns no cães domésticos. Ainda não se sabe se esta vacina terá resultados positivos em cães com doença periodontal, mas é uma teoria a avaliar. O único efeito colateral comum são as reações locais, consistindo principalmente em dor localizada no local de injeção

120
Q

Regeneração Tecidular Periodontal Guiada

A

Técnica em que são usadas membranas de colagénio sobre a crista óssea. Com esta membrana pretendemos afastar tecidos que não devem ser colocados em relação ao defeito (como epitélio, pex).

121
Q

Regeneração Tecidular Periodontal Guiada
Objetivos:

A
  • Evitar a migração apical do epitélio gengival (membrana cresce rapidamente evitando o crescimento dos outros tecidos)
  • Manter a integridade da interface coagulo-dente (importante preservar o coagulo porque tem FC e de diferenciação que permitem o crescimento celular).
  • Promover o repovoamento da ferida por células do osso e do ligamento periodontal (células do osso em contacto com o ligamento periodontal).
122
Q

Regeneração Tecidular Periodontal Guiada
usamos as seguintes membranas (absorvíveis + usadas):

A
  • Não-absorvível
    • Celulose (Filtro de Milipore®, Surgicel®), e-PTFE (Gore-Tex®), Teflon Flexivel®
  • Absorvível
    • Ácido poliláctico + éster de ácido cítrico (Guidor R), Ácido poliglicólico, Copolímeros de PLA e PGLA (Resolut®), Poliglactina-910 (Vycril®)
  • Colagénio
    • Tendão bovino de tipo I, Derme porcina de tipo I and II, (Bioguide ©)
  • Sulfato de cálcio
    • (Plaster of ParisR)
123
Q

Regeneração Tecidular Periodontal Guiada
Características do veículo:

A

▪ Biocompatível com o tecido a regenerar, biodegradável e biomimético.
▪ Manter uma cultura celular (primária ou modificada) in vivo.
▪ Não deve induzir respostas inflamatórias exuberantes.
▪ Adsorção de reguladores e a sua liberação controlada.
▪ Deve estabilizar o coágulo de fibrina e permitir a neovascularização.
▪ Proteger o osso neoformado.
▪ Manutenção do espaço (não deve colapsar em 6-8 semanas).
▪ Livre de vectores de doenças transmissíveis e munologicamente inerte.
▪ A sua arquitectura deve excluir tecidos indesejados (epitélio gengival) e facilitar a colonização por células do fenótipo desejado e o crescimento para o seu interior dos tecidos.
▪ Consistência compatível com manipulação fácil (fácil de cortar, moldar e suturar).

124
Q

Regeneração Tecidular Periodontal Guiada
Técnica de Regeneração Tecidular Guiada

A
125
Q

Regeneração Tecidular Periodontal Guiada

A

Depois de limpar o cálculo, temos uma “fenda” com grande perda de osso. Queremos que o osso cresça tanto como o saudável, que regenere.

Para isso precisamos de:
* Uma unidade gengival competente.
* Neoformação do osso e do cemento.
* Nova inserção das fibras de Sharpey:
* O ligamento periodontal (tecido inicial para a RTG) tem de crescer com elevada densidade e as fibras têm de ser oblíquas

Quando fica essa “fenda”, podem acontecer 3 situações:
1. Não há proteção entre a ferida e o tecido ósseo podendo ocorrer fusão do tecido ósseo com a dentina e o cemento causando uma anquilose prejudicial.
OU
2. Reabsorção radicular.
OU
3. Crescimento do epitélio que impede que os outros tecidos cresçam, impedindo uma boa adesão

Queremos evitar que qualquer uma destas duas situações aconteça e, para isso, usamos esta técnica de regeneração guiada. A membrana de colagénio vai permitir o crescimento do ligamento periodontal (ideal) ficando em contacto com o defeito. Segue-se o crescimento do osso alveolar e do tecido conjuntivo subgengival

126
Q

Estomatite Paradental Ulcerativa Crónica (EPUC)
conhecida como:

A
  • Estomatite ulcerativa
  • Mucosite de contacto
  • Estomatite idiopática
  • Estomatite linfocítica-plasmocítária
  • Estomatite reativa à placa
127
Q

Estomatite Paradental Ulcerativa Crónica (EPUC)

A

É uma doença dolorosa e muitas vezes debilitante que envolve áreas das mucosas que contactam com a placa bacteriana e o cálculo, sendo este bastante irritante e alergénio.

Assume muitas vezes uma forma ulcerativa em conjunto com uma grande inflamação.

128
Q

Estomatite Paradental Ulcerativa Crónica (EPUC)
Etiologia

A

Ocorre em cães predispostos (resposta hiperimune) e em cães de lábios de muitos grandes, onde há muita justaposição entre os dentes, os lábios e as bochechas.

Raças com predisposição genética: Maltês, Galgo, Cavalier King Charles Spaniel e Scottish Terrer.

129
Q

Estomatite Paradental Ulcerativa Crónica (EPUC) diferente de doença periodontal

A

Na doença paradental, o quadro lesional refere-se às mucosas no interior dos lábios e das bochechas, palato e língua e, ocasionalmente, tecidos da orofaringe.

Na EPUC as lesões inflamatórias não incluem os dentes e raramente incluem a gengiva, a menos que seja acompanhada de doença periodontal. A aparência da síndrome resulta no termo de “lesões de beijo” porque as lesões estão localizadas onde as mucosas bucais se esfregam contra os dentes carregados de placa e cálculo

130
Q

Estomatite Paradental Ulcerativa Crónica (EPUC)
Exame clínico

A

é difícil de fazer sem anestesia geral pois os doentes mais afetados manifestam dor significativa na manipulação da mucosa oral.

Devemos avaliar primeiramente a mucosa apical aos caninos e aos quatro pré-molares pois são as zonas que provavelmente estão mais envolvidas.

As áreas de recessão gengival (provenientes de possível doença periodontal adjacente) com a exposição das raízes exacerbam a inflamação e a dor.

131
Q

Estomatite Paradental Ulcerativa Crónica (EPUC)
SINAIS CLÍNICOS

A

▪ Halitose marcada;
▪ Ptialismo com saliva espessa e ocasionalmente hemorrágica;
▪ Dor na boca;
▪ Febre;
▪ Depressão;
▪ Dificuldade em apreender e mastigar os alimentos, sobretudo os mais duros.
▪ Gengiva e mucosa inflamada, por vezes ulcerada, e necrose com formação de uma pseudomembrana.
▪ Esta situação pode também envolver o desenvolvimento de dermatite das pregas labiais (principalmente nos Cockers).

132
Q

Estomatite Paradental Ulcerativa Crónica (EPUC)
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS

A

▪ Doença periodontal grave;
▪ Gengivite ulcerativa necrosante aguda secundária a espiroquetas;
▪ Infeção bacteriana grave;
▪ Placa eosinofílica;
▪ Contacto com irritantes;
▪ Queimadura quimica ou térmica;
▪ Corpo estranho;
▪ Infeção fúngica;
▪ Neoplasia;
▪ Azotemia;
▪ Doenças autoimunes (pênfigos das mucosas, lúpus eritematoso, pênfigos bolhoso, eritema multiforme, epidermólise bolhosa) – nestes casos faz-se o teste ANA (anticorpos anti-nucleares, para confirmar se é doença autoimune, seguido de biópsia

No exame histológico de uma biopsia em cunha, as doenças bolhosas autoimunes são caracterizadas por fissura subepitelial. As lesões de mucosite de contacto geralmente apresentam infiltrado linfocítico e plasmocitário

133
Q

Estomatite Paradental Ulcerativa Crónica (EPUC)
DIAGNÓSTICO

A

▪ Historia clinica;
▪ Hemograma (leucocitose e neutrofilia são frequentes nestes doentes)
▪ Eletroforetograma (hiperproteinemia é frequente nestes doentes, neste teste de diagnostico aparece gamopatia policlonal)
▪ Biopsia;
▪ Sondagem e radiografia intraoral (para saber se há doença periodontal);
▪ Testes para doença autoimune (ANA);
▪ Culturas bacterianas e testes de sensibilidade aos antibióticos;

134
Q

Estomatite Paradental Ulcerativa Crónica (EPUC)
TRATAMENTO

A

Nestes doentes, mesmo uma pequena quantidade de placa pode iniciar uma reação inflamatória ulcerativa dolorosa pelo que os dentes devem ser escrupulosamente limpos acima e abaixo da linha da gengiva, curetados e depois polidos.

O tratamento é, então, sobretudo profilático exigindo cuidados domiciliários persistentes com escovagem dos dentes duas vezes por dia para evitar a acumulação de placa e a aplicação diária de uma barreira de gel (pode ser útil no controle da mucosite e da ulceração).

Recomenda-se a aplicação de um selante dental ceroso (Oravet®) no momento da anestesia. Dura 6 meses, sendo necessário complementar com aplicação domiciliária semanal. Este selante vai ajudar a diminuir o acúmulo de placa nos dentes que não foram extraídos, sendo que faz repulsão eletrostática das bactérias

Em certas situações, também se recomenda a extração de algumas peças dentárias.

A doença paradental é mais difícil de resolver no cão do que no gato. Devido à conformação dos lábios vamos ter sempre contacto com as zonas de placa mesmo que não haja dentes.

135
Q

Estomatite Paradental Ulcerativa Crónica (EPUC)
TRATAMENTO - exodontia

A

▪ É sempre aconselhável a extração de peças com doença periodontal das classes 3 e 4, doenças endodôntica, dentes com reabsorção dentária ou em apinhamento
▪ Em casos mais avançados em que o tutor não pode provir o controlo da placa duas vezes por dia ou se tal cuidado não é bem sucedido, por exemplo, nas zonas mais inacessíveis (como os molares) ou adjacentes às áreas ulceradas, a exodontia pode resultar em rápida eliminação da inflamação e dor.
▪ Outra grande vantagem da exodontia compreende o facto de o osso alveolar não ficar mais enfraquecido, o que aconteceria se os dentes doentes fossem deixados no lugar.

136
Q

Estomatite Paradental Ulcerativa Crónica (EPUC)
TRATAMENTO - Se toda a dentição for removida e a doença persistir, devemos considerar o uso de:

A
  • Imunossupressores como Prednisolona, Azatiorpina ou Ciclosporina;
  • AINEs;
  • Anti-histaminicos como Cetirizina com efeito anti-eosinofílico pronunciado;
  • Tetraciclina/Niamicina + Ciclosporina;
  • Metronidazol em doses antiinflamatórias.

Sugere-se a administração de Pentoxifilina (vasodilatador periférico) e Sucralfato diretamente nas úlceras.

137
Q

Estomatite Paradental Ulcerativa Crónica (EPUC)
PROGNÓSTICO

A

mau quando ocorre doença frustrante insidiosa cronica
recidicante

138
Q

Neoplasias Estomatologico-Dentárias
Tempo de diagnóstico

A

A maior parte dos tumores é diagnosticada num estado muito avançado de crescimento (de 3 a
12 meses de evolução).

Não devemos deixar que exista doença periodontal durante muito tempo pois o facto de existir um ambiente inflamatório na cavidade oral de forma continuada pode dar origem a um ambiente propício ao desenvolvimento de neoplasias

139
Q

Neoplasias Estomatologico-Dentárias
SINAIS CLÍNICOS

A

Independentemente do tecido de origem, em generalidade, os animais apresentam ptialismo, halitose e por vezes hemorragia ou disfagia.

Por vezes há dispneia causada pela presença de grandes tumores na parte mais caudal da cavidade oral incluindo as amígdalas, tumores caudais da faringe e linfadenopatia metastática. Este tipo de lesões pode, principalmente nos gatos, prejudicar quer a respiração quer a deglutição

É muito frequente em tumores da cavidade oral ocorrer compromisso com a cavidade nasal havendo corrimentos sanguinolentos ou purulentos.

Pode ainda haver hiporexia (diminuição do apetite), perda de dentes, salivação sanguinolenta, exoftalmia, disfagia, mastigação difícil e dolorosa e ainda polidipsia psicogénica.

Nos gatos pode ainda ocorrer assimetria facial muitas vezes com espirros e corrimentos nasais, levam as patas ao nariz ou à boca e têm perda de peso.

O rastreio da cavidade oral (examinação da cavidade 1 vez por ano ou de 6 em 6 meses) facilita a descoberta destes sintomas e das estruturas proliferativas.

140
Q

Neoplasias Estomatologico-Dentárias
EPIDEMIOLOGIA
TUMORES ORAIS DO CÃO

A

▪ As massas orais do cão podem ser benignas (invasão local sem metastização à distância) ou malignas (invasão local e metastização à distância).
▪ 6% de todos os tumores em cães ocorrem na cavidade oral (gengiva), sendo o 4º cancro mais frequente nesta espécie.
▪ O cancro de boca é 2,6 vezes mais frequente em cães do que em gatos e cães machos são 2,4% mais propensos a ter malignidade oral do que as fêmeas.
▪ Nos melanomas, fibrosarcomas de alto grau e carcinoma espinocelular amigdaliano, metástases à distância podem já ter ocorrido no momento em que o tumor é reconhecido.
▪ A maioria dos outros tumores orais não envolve metastização.

141
Q

Neoplasias Estomatologico-Dentárias
EPIDEMIOLOGIA
TUMORES ORAIS DO GATO

A

▪ Os tumores no gato são geralmente malignos (> 90%).
▪ 3-10% de todos os tumores nesta espécie geralmente provém da gengiva ou da língua

142
Q

Neoplasias Estomatologico-Dentárias
DIAGNÓSTICO

A

TMN
Sistema de estadiamento tumoral

T - Tumor
M - Metástase
N - Nódulo / linfonodo

143
Q

Neoplasias Estomatologico-Dentárias
DIAGNÓSTICO T

A

Extremamente importante!!

Quando no exame oral estamos perante uma massa devemos fotografar essa massa (para depois comparar com as próximas fotografias para saber se diminuiu ou evoluiu), medir o diâmetro nas três dimensões, descrever a localização da massa e descrever as suas características de superfície (se está ulcerada, se é verrucosa ou se é lisa).

De seguida avaliamos por radiografia regional (geralmente intraoral) para avaliar a reabsorção óssea (sendo que esta ocorre quando há formação de tumor).

Depois da avaliação oral, fazemos biópsia (pode ser incisional, excisional ou citológica aspirativa) da massa tumoral.

Na citologia aspirativa são aspiradas as células da massa a diagnosticar e são avaliadas as características de malignidade de cada células (mitoses, alterações nucleares).

Podemos ainda fazer biopsia por aposição em que encostamos uma lamina ao tumor e fazemos a leitura

144
Q

Neoplasias Estomatologico-Dentárias
DIAGNÓSTICO N

A

Relacionado com os nódulos linfáticos mandibulares e retrofaríngeos e com a sua citologia aspirativa.

Antes da realização da citologia é necessário palpar estes linfonodos para avaliar aumento do volume, assimetrias, dureza, mobilidade, se se confundem com outras estruturas, temperatura.

A biopsia e a citologia aspirativa são então feitas tantos nos linfonodos aparentemente reativos como nos de tamanho normal.

145
Q

Neoplasias Estomatologico-Dentárias
DIAGNÓSTICO M

A

Faz-se radiografia do tórax para avaliar metástases (metastização à distância). Convém fazer três projeções radiográficas pois as metástases pulmonares, quando muito pequenas, não são muitas vezes encontradas só com uma projeção.

Faz-se também ecografia abdominal sendo que muitas vezes se encontram massas no fígado ou no baço que podem ser metástases de tumores com origem noutras regiões.

Podemos avaliar metástases também por analítica clinica com colheitas de sangue e urina

146
Q

Neoplasias Estomatologico-Dentárias
Estadiamento do tumor

A

O estadiamento do tumor serve para conseguirmos decidir o que vamos fazer em termos de tratamento e o prognóstico do animal.

T - tamanho tumor
N - compromisso linfonodular
M - metástases

Estadios
I: T1; N0, N1a, N2a; M0
II: T2; N0, N1a, N2a; M0
III: T3; N0, N1a, N2a; M0 ou Qq T se N1b e M0
IV: Qq T; N2b, N3 ou M1

(Seguir pela tabela)

Por exemplo: tumor de 4cm, que invade o osso, linfonodos bilaterais são móveis com desenvolvimento tumoral, com metástases à distância:
➔ T2b N2b M0 (entre estádio III e IV)
Esta leitura tem que ser constantemente adaptada conforme os tratamentos que vamos fazendo

147
Q

TUMORES DA CAVIDADE ORAL
Podem ser:

A
  • ODONTOGÉNICOS = benignos
  • NÃO ODONTOGÉNICOS = malignos
    • Primários (origem do tumor na cavidade oral, nos tecidos
      não dentários)
    • Secundários (origem noutro órgão e metastiza para a
      cavidade oral)
148
Q

TUMORES MALIGNOS ORAIS MAIS FREQUENTES NO CÃO

A

▪ Melanoma (+++)
▪ Carcinoma espinocelular (++)
▪ Fibrosarcoma (+)
▪ Osteosarcoma
▪ Osteocondrosarcoma
▪ Mastocitoma
▪ Hemangiosarcoma
▪ Tumor da bainha dos nervos periféricos
▪ Linfoma

149
Q

TUMORES MALIGNOS ORAIS MAIS FREQUENTES NO GATO

A

▪ Carcinoma espinocelular (+++)
▪ Fibrosarcoma (++)
▪ Osteosarcoma
▪ Hemangiosarcoma
▪ Melanoma

150
Q

Tumores Melanocíticos

A
  • O melanoma pode ser melânico (60%) ou amelanótico (40%).
  • Há tumefação focal da maxila ou mandíbula (tumor lobulado, ulcerado e friável, podendo apresentar-se necrosado).
  • Pode ocorrer na gengiva, lábios, língua e palato duro.
  • Tem atividade invasiva local com osteólise.
  • Metastiza rapidamente nos pulmões, fígado e cérebro (pode ocorrer regressão espontânea das metástases).
151
Q

Tumores Melanocíticos
EPIDEMIOLOGIA

A
  • Tumor mais frequente nos cães machos de raças pequenas e com mucosas pigmentadas. Nestes cães, este tumor representa 4% de todos os tumores (sendo 35% dos tumores orais).
  • Raças predisponentes: Caniche, Dachshund, Scottish Terrier e Golden Retriever.
  • Frequente em animais > 10 anos de idade
152
Q

Tumores Melanocíticos
DIAGNÓSTICO CITOLÓGICO da MASSA

A

Os melanócitos podem ser identificados na citologia como células fusiformes, redondas ou epitelioides com granulação. Devem ser diferenciados dos “melanófagos” que são macrófagos que consumiram melanina.

No diagnóstico citológico observam-se grânulos de melanina

153
Q

Tumores Melanocíticos
DIAGNÓSTICO CITOLÓGICO do ASPIRADO DE LINFONODO

A

Observam-se “melanófagos” e células de melanócitoma que não deveriam estar presentes num linfonodo, o que é indicativo de metástases.

154
Q

Tumores Melanocíticos
ESTADIAMENTO

A

É uma variável a ter em conta no prognóstico.

Deve-se colher biopsia mesmo após citologia diagnóstica pois a histopatologia fornece dados importantes para o prognóstico e a presença de margens sujas sugere nova cirurgia. Fazer o TMN:

Estadio I – tumor com < 2cm diâmetro
Estadio II – tumor 2 – 4 cm diâmetro sem metástases LN
Estadio III – tumor com > = 4cm diâmetro e metástase no LN
Estadio IV – metástases à distância

155
Q

Tumores Melanocíticos
TRATAMENTO

A

Cirurgia
Radioterapia
Quimioterapia
Cuidados paliativos
Imunoterapia

156
Q

Tumores Melanocíticos
TRATAMENTO - Cirurgia

A

Quando não há metástases, faz-se exérese radical da massa com margens amplas (> 2cm), incluindo osso subjacente (maxilectomia ou mandibulectomia).

157
Q

Tumores Melanocíticos
TRATAMENTO - Radioterapia

A

A Radioterapia visa o controlo local do tumor e pode aplicar-se hipofracionada (ex: 6 semanas, 1x semana – 6 Gray ou 4 – 8 Gray).

Não existe em Portugal, tutores têm que se deslocar a Espanha!

Quando já há metastização regional e ainda não há metástases à distância, deve remover-se o tumor macroscópico (quando a resseção é incompleta ou há margens sujas) e aplicar de seguida radioterapia no tumor primário e LN.

Faz-se, então, radioterapia definitiva do tumor primário e linfonodos regionais quando não se consegue a exérese da massa e não há metastização à distância.

Pode-se adotar uma radioterapia paliativa em animais com metástases à distância ou se há restrições financeiras a outros tratamentos. Nestes casos já não fazemos cirurgia.

Prognóstico – 50-70% respondem bem, 25% não respondem e 25-30 % atingem remissão parcial. Pode recidivar ou surgir metástases à distância.

158
Q

Tumores Melanocíticos
TRATAMENTO - Quimioterapia

A

Faz-se quimioterapia nos animais sujeitos a excisão cirúrgica e radioterapia e com metastização avançada (carboplatina ou cisplatina) – ineficaz, não acrescenta muito valor quando já foi feito protocolo de cirurgia e radioterapia.

159
Q

Tumores Melanocíticos
TRATAMENTO - Cuidados paliativos

A

Piroxicam → não causa diminuição acentuada do tumor mas atrasa a progressão da doença, reduz a dor e a inflamação, causa inibição da angiogénese e da COX2 (inibe formação PGE2 que por sua vez inibe função das células NK responsáveis pelo ataque às células do tumor).

Cimetidina → também inibe angiogénese e promove apoptose e a resposta imune do hospedeiro contra o tumor inibindo as células T supressoras. Inibe o crescimento celular, a usar em tumores pequenos

160
Q

Tumores Melanocíticos
TRATAMENTO - Imunoterapia

A

Vacina DNA tirosinase xenogénica humana (em animais com doença controlada a nível local/regional, aumenta a sobrevivência, usada como complemento)
+
Tirosinase (glicoproteína do melanossoma essencial para a síntese de melanina)

A imunização promove a produção de anticorpos e células T citotóxicas contra o melanoma.

4 tratamentos de 2/2 semanas e depois 6/6 meses.
(cada dose ronda os 80€)

Prognóstico: 75% dos animais sobrevivem 15 meses comparando com os 5 meses que sobrevivem apenas com a cirurgia.

161
Q

Tumores Melanocíticos
PROGNÓSTICO (taxas de resposta)

A
  • Cirurgia conservadora apenas – 3-4 meses. Recidiva local > 70%.
  • Cirurgia radical apenas
    • 12-19 meses no estadio I;
    • 5-6 meses para estadio II;
    • 3 meses para estadio III;
    • recidiva local de 20-50%.
  • Quimio e Radio não previnem metástases.
  • Radioterapia em tumores microscópicos – 5 -12 meses e recidiva local de 26%;
  • Radioterapia em tumores macroscópicos – 15 meses. Taxa de resposta de 82 a 94% e recidiva/progressão local de 45%.
  • Quimioterapia em tumores macroscópicos - taxa de resposta de 18-28%.
  • Quimioterapia em tumores microscópicos – 9 meses com carboplatina adjuvante após excisão ou excisão e radioterapia.
  • Prognóstico < de 25%, sobrevivem 1 ano ou mais.
162
Q

Tumores Melanocíticos
Fatores de prognóstico negativo em doentes sujeitos a radioterapia:

A
  • Localização mandibular caudal ou maxilar rostral;
  • Invasão e lise óssea;
  • Índice mitótico > 3 HPF;
  • Acentuada atipia nuclear;
  • Mais inflamação e necrose;
  • Margens sujas;
  • Tumor oral;
  • Tamanho do tumor - Grande massa.
  • A histopatologia pode mão prever o comportamento do tumor corretamente.
163
Q

Tumores Melanocíticos
MONITORIZAÇÃO

A

Exame estomatológico-dentário (para avaliar recidiva aos 15 dias) 1 mês e a cada 6 meses
+
Radiografia torácica e palpação dos linfonodos devem ser realizados a cada 6 meses

164
Q

Carcinoma Espinocelular
No gato
Características

A

▪ Tumor friável, rosado por vezes com aparência verrucosa de couve-flor, podendo ser proliferativo ou ulcerativo;
▪ Surge sobretudo na área gengival e sublingual;
▪ Tem atividade invasiva local com osteólise (não amigdaliano);
▪ Metastiza com menos velocidade (não amigdaliano) e mais velozmente (amigdaliano – LN regionais e depois pulmão, maior malignidade).

165
Q

Carcinoma Espinocelular
No gato
Epidemiologia

A

▪ Na pele é o tumor mais frequente nas raças albinas de gatos ( > 75% tumores dos gatos), andam no exterior sujeitos aos UV;
▪ Nos gatos a média de idades de surgimento é 10 anos de idade, mas pode surgir em animais com 5 meses, não há preferência em relação ao género

166
Q

Carcinoma Espinocelular
No gato
Fatores de Risco

A

▪ Exposição ao fumo de tabaco;
▪ Alimentação regular com atum enlatado;
▪ Ingestão excessiva de comida enlatada;
▪ Uso de coleiras antiparasitárias;
▪ Genética;
▪ Exposição à poluição atmosférica- amigdaliano (10 x mais em áreas urbanas) ;
▪ Radioterapia – gengival

167
Q

Carcinoma Espinocelular
No gato
Tratamento

A

▪ Maxilectomia ou madibulectomia, cirurgia agressiva (margens superiores a 2cm);
▪ Carboplatina + Protocolo acelerado de radioterapia no amigdaliano ou no localizado nas bochechas.
▪ Criocirurgia no caso de lesões < 2cm diâmetro, fixas e minimamente invasivas no osso (risco de fraturas MD e fístulas oronasais MX).

168
Q

Carcinoma Espinocelular
No gato
Prognóstico

A

▪ Com a forma amigdaliana < 10% sobrevivem 1 ano;
▪ Com a forma lingual (base da) o tempo de sobrevida < 3 meses;
▪ Com a forma mandibular sem cirurgia e com quimioterapia e radioterapia é mau +- 6 meses;
▪ Com a forma mandibular e se operado (mandibulectomia) e radioterapia – 14 meses

169
Q

Carcinoma Espinocelular
No cão
Caracteristicas

A

▪ Tumor friável, rosado por vezes com aparência verrucosa de couve-flor, podendo ser proliferativo
ou ulcerativo;
▪ Surge sobretudo na área gengival, lábios, língua, palato e faringe;
▪ Tem atividade invasiva local com osteólise;
▪ Metastiza com menos velocidade (não amigdaliano) 5-10% LN regionais e 3% pulmão e mais velozmente (amigdaliano – 98% LN regionais e 63% pulmão, baço e fígado).

170
Q

Carcinoma Espinocelular
No cão
Epidemiologia

A

▪ Tumor mais frequente nas raças de cães pequenos (amigdaliano), nas raças grandes (não amigdaliano); nos Samoiedos e Labradores do Retriever CEC
lingual;
▪ Nos cães surge sobretudo em cães de meia idade ou idosos (CEC papilar em animais < 1 ano), sem predileção de género

171
Q

Carcinoma Espinocelular
TRATAMENTO
Gengiva e Língua (não amigdaliano)

A

Resseção agressiva da massa e LN.

Se as margens não forem limpas: fazer radioterapia, quimioterapia e tratamento paliativo (Piroxicam OU Piroxicam + Carboplatina OU Docetaxel + Ciclosporina.

A recidiva local é frequente: resseção agressiva de 40 a 60% da língua é possível mantendo a função

172
Q

Carcinoma Espinocelular
TRATAMENTO
Amígdala

A

Resseção agressiva da massa e LN, seguida de quimioterapia e tratamento paliativo

173
Q

Carcinoma Espinocelular
Complicações pós-operatorias

A

▪ Recidiva do tumor primário;
▪ Hemorragias trans e pós-operatórias;
▪ Deiscência das suturas;
▪ Rânulas cervicais ou sublinguais– deve ligar os ductos salivares se os lesar;
▪ Não confundir com edema sublingual pós-cirúrgico;
▪ Necrose óssea depois de criocirurgia ou radioterapia; - Deiscência e cicatrização inapropriada em zonas irradiadas.

174
Q

Carcinoma Espinocelular
Nutrição clinica

A

▪ Alimento líquido ou em paté;
▪ Evitar mastigar brinquedos depois da resseção radical;
▪ Sonda de esofagostomia quando há dificuldade na preensão, mastigação e mesmo deglutição

175
Q

Carcinoma Espinocelular
Prognóstico

A

▪ A resseção ampla na forma rostral pode ser curativa;
▪ Em massas não recetáveis pequenas, fazer radioterapia – 450 dias de tempo médio de sobrevida;
▪ Na forma amigdaliana e após cirurgia e radioterapia – 100 dias // se acrescentar quimioterapia – 270 dias;
▪ A forma lingual pode ser curada com resseção ampla e se tiver < 2cm na parte rostral ou média; se não for recetável, usar radioterapia com 4 meses de esperança média de vida.

176
Q

Fibrossarcoma

A

▪ Massa geralmente firme e lisa (na maxila) que causa desfiguramento mas que geralmente não sangra espontaneamente;
▪ Tem atividade invasiva local com osteólise;
▪ Pode surgir em zonas irradiadas e onde se colocaram implantes metálicos.

177
Q

Fibrossarcoma
EPIDEMIOLOGIA

A

Tumor mesenquimatoso, típico de cães machos jovens, de raças grandes e gatos

178
Q

Fibrossarcoma
TRATAMENTO

A

Exérese da massa
+
Radioterapia paliativa
(no caso de tumores inoperáveis e que causam dor e desconforto)

Quimioterapia geralmente não se usa pois geralmente não metastiza

179
Q

Fibrossarcoma
Prognóstico

A

Excelente nos casos tratados com resseção com margens limpas ou resseção incompleta combinada com radioterapia.

180
Q

Lesões não neoplásicas
(são inflamatórias, não correspondem a tumores)

A
  • Hiperplasia fibrosa focal
  • Hiperplasia gengival
  • Complexo do Granuloma eosinofílico
  • Quistos dentígeros ou foliculares (sem dentes)
  • Odontomas
181
Q

Hiperplasia fibrosa focal

A

Geralmente secundária à irritação crónica decorrente do cálculo subgengival.

Frequentemente observada em raças braquicefálicas, incluindo Boxers e Bulldogs.

O tratamento dessas lesões é a gengivectomia com bisturi elétrico de aro.

Qualquer cálculo nas superfícies do dente ou da raiz que seja coberto pela hiperplasia excessiva deve ser escalado e polido.

O controle diário da placa em casa é fundamental para evitar a recorrência.

182
Q

Hiperplasia gengival

A

Aumento do número de células normais numa disposição normal. Pode ser causada iatrogenicamente por toma prolongada de Ciclosporina, anticonvulsivos e antihipertensivos.

Frequente em certas raças de cães, pex. Boxer.

O Tx consiste também em gengivectomia com bisturi elétrico de aro.

183
Q

Complexo do Granuloma eosinofílico

A

Afeta cães e gatos e causa lesões ulceradas e elevadas na língua, lábios e palato (úlceras indolentes). Já não é tão frequente.

Em gatos, acredita-se que a condição esteja ligada à infestação de pulgas ou alergias alimentares.

Essas lesões respondem bem aos corticosteroides, mas podem regredir espontaneamente. A remoção cirúrgica também é uma opção.

184
Q

Quistos dentígeros ou foliculares (sem dentes)

A

Defeito do desenvolvimento. Vão se formar quistos à volta da coroa de dentes que conseguem brotar. O epitélio que reveste o quisto produz líquido e esse líquido promove a deformação facial

185
Q

Odontomas

A

Tumores raros (talvez malformação?) indutivos benignos diagnosticados em cães e gatos jovens (6-18 anos) e que provêm do folículo dentário.

Não metastizam mas invadem localmente (intraósseos), caracterizados pela ocorrência em tecidos dentários duros e moles (esmalte, dentina, cemento, papila dental).

O Odontoma pode ser:
* composto: observam-se estruturas semelhantes a dentes rudimentares (dentículos).
* complexo: o arranjo dos tecidos dentais é casual sem recordar verdadeiros dentes. Apresenta radiologicamente uma aparência de massa opaca amorfa.

A excisão cirúrgica completa é geralmente curativa

186
Q

TUMORES ODONTOGÉNICOS/BENIGNOS
Origem

A

Origem na lâmina dentária (ectoderme, endoderme e mesênquima), tecido embrionário destinado a dar origem aos dentes e tecidos de sustentação dentária.

Originam-se de remanescentes do epitélio odontogénico (restos de Malassez e restos de Serres localizados no estroma do ligamento periodontal e na gengiva), nas áreas de suporte dos dentes da mandíbula e maxila.

187
Q

TUMORES ODONTOGÉNICOS/BENIGNOS

A

Podem ocorrer em qualquer idade mas animais jovens geralmente apresentam tumores de origem odontogénica.

São neoplasias localmente invasivas. Não metastizam à distância! São raros os casos de tumores benignos que se transformam em malignos.

O tumor é indutivo quando consegue causar reação estromal no tecido conjuntivo adjacente.

Apresentam-se como uma tumefação focal da gengiva/mucosa alveolar. Estas alterações são usualmente observadas pelo tutor, acidentalmente, ou pelo médico-veterinário durante o exame físico de rotina. Geralmente não se apresentam com hemorragia ou dão origem a halitose, a menos que sejam massas volumosas o suficiente para poderem ser trincadas pelos dentes opositores durante o encerramento da boca.

188
Q

TUMORES ODONTOGÉNICOS/BENIGNOS
Estes tumores consistem, então, em:

A

epúlides

Epúlide é o termo clínico para lesões expansivas, com crescimento exofítico local, da gengiva. Pode ser de 3 tipos:
* Epúlide fibromatosa/ossificante = Fibroma odontogénico periférico
* Epúlide acantomatosa e adamantinoma = Ameloblastoma acantomatoso
* Hiperplasia fibrosa focal

189
Q

TUMORES ODONTOGÉNICOS/BENIGNOS
ETIOLOGIA

A

Desconhecida, embora a genética pode desempenhar algum papel na doença

190
Q

TUMORES ODONTOGÉNICOS/BENIGNOS
EXAME FÍSICIO

A

Ao exame físico encontra-se, como já foi referido, uma tumefação focal da gengiva ou da mucosa alveolar, na maior parte das vezes circunscrita e raramente ulcerada.

▪ Podem ocorrer desfiguramento secundário se houver invasão da maxila ou mandíbula.
▪ Os dentes estão deslocados mas firmemente aderidos.
▪ Os linfonodos mandibulares encontram-se dentro dos limites normais.
▪ O apetite e o nível de atividade geralmente não são afetados

191
Q

TUMORES BENIGNOS NO CÃO

A

Geralmente:
▪ Hiperplasia gengival
▪ Fibroma odontogénico periférico
▪ Ameloblastoma acantomatoso

Ocasionalmente:
▪ Granuloma piogénico
▪ Quisto dentígero
▪ Odontoma
▪ Papiloma
▪ Osteoma
▪ Plasmocitoma
▪ Epúlide de células gigantes
▪ Tumor odontogénico produtor de amiloide

192
Q

TUMORES BENIGNOS NO GATO

A

Geralmente:
▪ Hiperplasia gengival

Ocasionalmente:
▪ Epúlide de células gigantes
▪ Osteoma
▪ Plasmocitoma

Raramente:
▪ Fibroma odontogénico periférico
▪ Ameloblastoma acantomatoso
▪ Ameloblastoma indutivo
▪ Tumor odontogénico produtor de amiloide
▪ Odontoma

193
Q

Fibroma odontogénico periférico
ETIOLOGIA

A

Mesenquimatoso ou misto

194
Q

Fibroma odontogénico periférico
EPIDEMIOLOGIA

A

▪ Prevalência: Frequente
▪ Raças: Braquicéfalas
▪ Idade: > 5 anos
▪ Género: Machos

195
Q

Fibroma odontogénico periférico
FATORES DE RISCO

A

Má higiene estomatológico-dentária

196
Q

Fibroma odontogénico periférico
APRESENTAÇÃO CLINICA

A

Apresenta-se como um tumor epitelial indutivo com origem no estroma do ligamento periodontal. Ocorre nas massas fixas à gengiva, de crescimento lento, mais frequentes perto dos Caninos (envolvendo-o), PM e M maxilares.

É um tumor firme pedunculado ou séssil, que atinge 0,5-3 cm de diâmetro. Geralmente coberto por epitélio oral e de ulceração infrequente. Elevado grau de destruição óssea (?) dúvidas. Não costuma metastizar.

É constituído sobretudo por fibroblastos e por epitélio odontogénico (tecido semelhante à dentina, cemento ou osso).

197
Q

Fibroma odontogénico periférico
TRATAMENTO

A

Antes de qualquer tratamento, deve ser feita uma higienização oral em todos os dentes para não contaminar o campo cirúrgico.

O tratamento consiste na exérese com margem de segurança de 2-3 cm que geralmente é curativa. Se a excisão é incompleta, recidiva lentamente.

Deve extrair-se a peça dentária e curetar o local de extração para remover o remanescente de ligamento periodontal para obter um bom prognóstico.

A radioterapia é eficaz mas geralmente não é requerida!

198
Q

Fibroma odontogénico periférico
O CASO DO GATO

A

▪ Prevalência: Pouco frequente.
▪ Raças: Sem predileção apontada.
▪ Idade: FOP e ECG > 7 anos // AA e Epúlides múltiplas em jovens adultos.
▪ Género: Sem predileção apontada.

As epúlides felinas múltiplas podem não ter origem no Ligamento Periodontal mas podem representar lesões reativas com origem no periósteo.

199
Q

Ameloblastoma acantomatoso
ETIOLOGIA E FISIOPATOGENIA

A

Tumores epiteliais que derivam do remanescente dos:
▪ restos epiteliais de Malassez no ligamento periodontal (Ameloblastoma central ou intraósseo)
▪ restos epiteliais de Serres no tecido conjuntivo da gengiva (Ameloblastoma periférico, acantomatoso ou extraósseo)

Os centrais não causam dor pelo que os doentes são assintomáticos nos estadios iniciais, manifestando-se depois com tumefação facial e deslocamento dentário com má oclusão. Nos radiogramas podemos observar lise óssea com estruturas quísticas uni ou multiloculares à volta das raízes.

No caso dos periféricos surge tumefação da gengiva, ocorre invasão e reabsorção óssea com deslocamento dentário.

Localizados sobretudo na mandíbula rostral, ao nível dos incisivos ou caninos ou caudalmente perto do 1º Molar e também na maxila caudal perto do carniceiro.

São tumores não indutivos que apesar da sua aparência benigna podem ser considerados localmente invasivos (reabsorção do osso) mas que não metastizam.

200
Q

Ameloblastoma acantomatoso
EPIDEMIOLOGIA

A

▪ Distribuição: 18% Prevalência:
▪ Frequente Raças: Pastor Alemão
▪ Idade: > 7 anos, mas pode afetar cães com 1 ano.
▪ Género: Fêmeas
▪ Raros em gatos

201
Q

Ameloblastoma acantomatoso
FORMAS / SUBTIPOS

A

Tumores com aspeto de couve flor avermelhados, ulcerados, de crescimento rápido e que sangram com facilidade (0,5-10 cm de diâmetro);

A massa é constituída sobretudo por células basais

202
Q

Epúlide de células gigantes ou Tumor ou granuloma de células gigantes

A

É um tumor de aparência lisa e de cor vermelho-púrpura. Tem crescimento rápido com alterações inflamatórias e ulcerativas.

Há formação de osteoide e de tecido ósseo.

Parece ser variante do fibroma odontogénico periférico no qual a intensa inflamação e ulceração resultam aumento da atividade osteoclástica.

Na citologia visualiza-se a presença de CGM.

203
Q

Epúlide de células gigantes ou Tumor ou granuloma de células gigantes
EPIDEMIOLOGIA

A

▪ Distribuição: 2%
▪ Prevalência: Rara
▪ Idade: Desconhecido
▪ Género: Machos

204
Q

Tumor odontogénico produtor de amiloide ou epitelial calcificado

A

É um tumor epitelial benigno não indutivo que invade localmente mas não metastiza.

Raro e típico de doentes velhos (8-13 anos).

Nas radiografias parece ameloblastomas com lesões quísticas com amiloide que tende a calcificar (cora com Vermelho do Congo).

O tratamento consiste na exérese (mandibulectomia ou maxilectomia) com margem apropriada de 2-3 cm que geralmente é curativa.

205
Q

Ameloblastoma acantomatoso
Diagnósticos Diferenciais

A

❖ Anatomia Normal.
❖ Tecido cicatricial (Lesões de mastigação na mucosa bucal ou sublingual).
❖ Inflamação por corpo estranho.
❖ Abcesso apical.
❖ Osteomielite/Sequestro ósseo.
❖ Osteopatia craniomandibular.

206
Q

Ameloblastoma acantomatoso
TRATAMENTO

A
  1. Principal: Exérese (com o mínimo compromisso funcional e estético).
    • O tratamento consiste na exérese agressiva (mandibulectomia, maxilectomia) com margem apropriada de 2-3 cm
  2. Resseção marginal (massa e pequena porção de tecido saudável que a rodeia) geralmente impede recidiva.
  3. Resseção ampla (massa e margens livres de 1-2cm) no caso do Ameloblastoma Acantomatoso.
  4. Retirar ligamento periodontal após exodontia no caso do Fibroma Odontogénico Periférico.
  5. Radioterapia para tumores radiossensíveis (Ameloblastoma Acantomatoso) e inoperáveis, para diminuir taxa de crescimento (atenção que tumores malignos podem desenvolver-se na área irradiada em 3,5- 12,5% casos no cão).
    • radioterapia confere controlo de longa duração em 90% animais especialmente nos pequenos tumores. Nos grandes (> 4cm), apenas confere 30% de controlo, podendo desenvolver-se vários anos mais tarde tumores malignos nos locais irradiados.
  6. Criocirurgia - destruição
  7. Quimioterapia intralesional (Bleomicina) no caso de Ameloblastoma Acantomatoso.
  8. Quimioterapia sistémica apenas como tratamento adjunto.
  9. Resolução de situações de desconforto (Analgesia e Exodontia).

Associado à síndrome da hipercalcemia, que tem de ser tratada.

207
Q

Ameloblastoma acantomatoso
COMPLICAÇÕES

A

❖ Recidiva do tumor primário (monitorizar após 6 meses e a cada semestre).
❖ Hemorragia intraoperatória ou póst-operatória (providenciar sangue compatível).
❖ O uso de eletrocautério pode obscurecer o exame das margens histológicas dos tecidos excisados e causar deiscência da sutura

208
Q

Ameloblastoma acantomatoso
PROGNOSTICO

A

✓ Excelente prognóstico para os casos onde se procedeu à exérese completa (margem cirúrgicas limpas na confirmação histopatológica) ou os tumores responderam bem à radioterapia.
✓ No caso de donos que não autorizam cirurgia para AA, podem manter-se com radioterapia

209
Q

Papilomas Orais por Papiloma Vírus

A

Consiste em lesões exofíticas autolimitadas (que regridem espontaneamente). Houve já quem referisse a transformação maligna deste tumores em Carcinoma Espinocelular.

Em cães jovens (< 2 anos). Associado a uma quebra de imunidade por imunossupressores, idade mais velha ou doenças associadas como a Leishmaniose

Contagia outros cães e gatos mas não o homem.

210
Q

Papilomas Orais por Papiloma Vírus
TRATAMENTO

A

▪ Exérese quando a doença não está muito evoluída e quando prejudica alguma função corporal (ex: disfagia).
▪ Auto-vacina em casos mais exuberantes – colhemos material tumoral, mandamos para laboratório e mandamos fazer auto-vacina.
▪ Vacina modificada de papilomavírus – bons resultados.

211
Q

Como distinguir histologicamente fibrossarcoma de hiperplasia fibrosa?

A

Fibroma Odontogénico Periférico:
* Massa celular de tecido conjuntivo separada do epitélio superficial por uma zona histologicamente normal de tecido conjuntivo fibroso. Este parece fios entrelaçados dentro de tecido conjuntivo laxo.
* Altamente vascularizado com restos de epitélio odontogénico.
* Osso e matriz osteoides, de dente ou semelhante a cemento estão presentes.

Hiperplasia Fibrosa Focal:
* Tecido conjuntivo fibroso denso.
* Fibroblastos maduros e dispersos.
* Perto do epitélio há fibroblastos estrelados jovens.
* Focos de calcificação distrófica sem epitélio odontogénico.
* Aspeto superficial ulcerado com inflamação associada.

212
Q

Complexo estomatite-gengivite felino / Lesões inflamatórias ulcerativas e proliferativas gato

A
  • À semelhança de outras doenças no caso do gato, caso ele tenha pancreatite temos sempre de investigar se tem colangite ou IBD, que dará origem à triadite.
  • É muito raro vermos só uma doença ao nível da boca, por norma, vemos várias.
  1. Complexo granuloma eosinofílico
  2. Complexo gengivite estomatite felino / Estomatite crónica /estomatite linfoplasmocitária
213
Q

Complexo granuloma eosinofílico felino

A
  • É uma doença frequente em gatos (rara em cães), que afeta a pele (placa eosinofílica), lábio superior (úlcera indolente), palato, e / ou língua (granuloma eosinofilico) e representa um padrão de reação a diferentes estímulos tais como Herpesvírus felino-1, antigénios ambientais, alimentares e parasitas, que urge identificar previamente ao tratamento com IS ou Amoxicilina-clavulânico.
  • Não se sabe propriamente o que o causa diretamente, mas atualmente são mais raras.
  • Histologicamente: infiltrado eosinofílico com um número variável de mastócitos, histiócitos e linfócitos.
214
Q

Complexo gengivite estomatite felino / Estomatite crónica /estomatite linfoplasmocitária

A
  • Síndrome mal definido, caracterizado por lesões inflamatórias na sua maior parte ulcerativas ou ulcero-proliferativas na gengiva ou mucosa oral.
  • Animal com mau estado do pelo (não consegue efetuar a sua limpeza)
  • Apático
215
Q

Classificação da inflamação da cavidade oral
Quanto à localização:

A

Nesta patologia é afetada a mucosa alveolar:
* Mucosite alveolar - Inflamação da mucosa alveolar (a mucosa que cobre o processo
alveolar e que se estende desde a junção mucogengival até ao sulco vestibular e ao palato/assoalho da boca).
* Mucosite labial e bucal (envolve o lábio e/ou a bochecha)
Visualiza-se gengivite, cálculo, placa e ulcera também!!!!
* Mucosite caudal - Inflamação da mucosa da cavidade oral caudal, limitada medialmente pelos arcos glossopalatinos, dorsalmente pelo palato mole e duro, e rostralmente pela mucosa alveolar e bucal (Normalmente são calicivirus positivos)
* Pode ser ulcerativa ou proliferativa
(estas lesões são simétricas, sendo que, não devemos preocuparmo-nos em fazer biopsia para excluir neoplasia)
* Estomatite caudal marcada que se estende à submucosa e Palatite.
* Queilite – inflamação do lábio, incluindo a junção mucocutânea e a pele do lábio.
* Glossite- Inflamação da língua
* Gengivite – inflamação da gengiva
* Osteomielite – inflamação do osso. No gato devido à vascularização causa-nos problemas adicionais.
* Amigdalite - pode envolver tonsilas ou amígdalas.

216
Q

Classificação da inflamação da cavidade oral
Quanto à intensidade da inflamação:

A
  1. Ausência de lesão
  2. Inflamação ligeira, não ulcerativa, não proliferativa, sem sangramento espontâneo, sem sangramento induzido por pressão suave
  3. Inflamação ligeira, não ulcerativa, não proliferativa ou ligeira, sem sangramento espontâneo, sem sangramento induzido por pressão suave
  4. Inflamação moderada, ulcerativa ou úlcero-proliferativa, sem sangramento espontâneo, com sangramento induzido por pressão suave
  5. Inflamação grave, ulcerativa ou úlcero-proliferativa, com sangramento espontâneo
217
Q

Classificação da inflamação da cavidade oral
Quanto à Área afetada pela lesão

A

0 a 6
(0. Ausência de lesão)

218
Q

Complexo estomatite-gengivite felino
Etiopatogenia:

A
  • Multifatorial (genética, stresse ambiental, dieta, Bartonella henselae (arranhadela do gato), Calicivírus e Herpesvírus, FIV, FeLV), na qual o sistema imunológico do hospedeiro responde inadequadamente (hiper-reactividade) à placa bacteriana.
  • A maioria dos animais com estomatite caudal é portadora crónica de calicivírus, enquanto apenas 30% dos animais com CGEFF, mas sem Estomatite cronica o são.
  • Predisposição: siamesses, burmese, absinios, persas e main coons.
  • Na maioria dos animais suspeita-se que, em jovem, haja contato com calicivírus, dando origem à síndrome respiratória infeciosa dos gatos.
    • Animais contactam com muitas partículas de calicivírus→ sistema imunitário reage de forma anómala (hiper-reactividade à presença de placa bacteriana na boca)→ sistema imunitário perde a imunotolerância
      à placa bacteriana.
    • Provém de mães não desparasitadas ou de locais onde não há controlo sanitário, ou mesmo do facto de vivem em colonia→ hierarquia na alimentação
219
Q

Complexo estomatite-gengivite felino
Sinais Clínicos

A
  • Disfagia ou anorexia que causa perda de peso
  • Ptialismo, odontoprise e levam a pate à face.
  • Pelo em mau estado pela dificuldade na realização do grooming.
  • Halitose e saliva espessa e hemorrágica
  • Glossite, queilite e linfadenopatia dos sub mandibularese/ou retrofaríngeos.
  • Aumenta a agressividade ou o animal isola-se (dor).
220
Q

Complexo estomatite-gengivite felino
Diagnósticos diferenciais

A
  • Complexo do granuloma eosinofílico: lesões mais localizadas no palato, filtrum, lábios e língua;
  • Neoplasia: CEC e Linfosarcoma;
  • Corpos estranhos lineares alojados na base da língua e corpos estranhos penetrantes que se alojam na mucosa, (ex. praganas);
  • Doença periodontal;
  • Lesões de reabsorção dentária
  • Infeções virais crónicas: VLFe, VIF, CVF e HVF – 1;
  • Reações adversas a medicamentos;
  • Síndromes sistémicas imuno-mediados: Lúpus eritematoso sistémico e afeções penfigoides;
  • Inflamação por vómito persistente ou refluxo de ácido gástrico e bílis.
221
Q

Complexo estomatite-gengivite felino
Plano diagnóstico: 1. Anamnese

A
  • Despiste dos vírus. (FILV e FELV, calicivírus)→ Animal teve doença respiratória por calicivírus ou herpes vírus quando era pequeno? (nesta fazer a carga microbiana é superior)
  • Importante observar o animal a comer e a beber→ Dificuldade na preensão, mastigação e deglutição do alimento (vocalização e deixa cair alimento);
  • Início da manifestação dos sinais clínicos e/ou períodos de latência;
  • Tipo de alimentação;
  • Mudança recente de dieta;
  • Tipo de comedouros e de bebedouros;
  • História de episódio de stresse;
  • Cuidados periodontais profiláticos, como por exemplo, o uso de dietas dentárias, barras dentárias, retardantes da deposição de placa ou escovagem dentária;
  • Realização de tratamentos estomatológico dentários prévios (antibióticos e corticosteroides);
  • Tratamento médico ou conservativo realizado ou em curso, como por exemplo, administração de fármacos imunomoduladores (ex.: administração prévia de corticosteroides).
222
Q

Complexo estomatite-gengivite felino
Plano diagnóstico: 2. Avaliação clínica

A
  • Exame Estomatológico-dentário (abre a boca com dificuldade) - Este exame é feito com o animal acordado, a comer e a beber e depois com o animal sedado para podermos preencher o odontograma
  • Preenchimento do odontograma/periodontograma;
  • Exame radiográfico intraoral.
  • Intensidade da Estomatite Caudal.
223
Q

Complexo estomatite-gengivite felino
Plano diagnóstico: 3. Avaliação Laboratorial

A

A. Avaliação nutricional
B. Patologia clínica
* Hemograma (revela leucocitose e anemia moderada de doença inflamatória crónica)
* Bioquímica sérica: Proteínas Totais e Eletroforese das proteínas plasmáticas (Proteinograma ou Eletroforetograma). Todos os animais com complexo gengivite tem gamopatia policlonal necessário para o seu diagnóstico PCR para calicivírus e eletroforese→ aumento dos níveis séricos das globulinas (↑ IgG e ↓IgA). e a eletroforese das proteínas séricas revela uma gamopatia policlonal que reflete uma resposta inflamatória linfoide crónica típica dos doentes
imunologicamente hiperreativos
C. Despiste dos seguintes agentes infeciosos:
* Calicivírus (PCR) (falsos negativos devido à sua elevada variabilidade genética)
* FIV, FeLV (serologia)
* VPIF, HVF
* Pasteurela multocida (pode estar presente, mas é difícil)
D. Perfil imunológico - Anticorpos Antinucleares (teste ANA)→ através de imunofluorescência ou ELISA
E. Biopsia incisional realizada sob anestesia geral e consecutivo exame histopatológico das lesões (nas lesões assimétricas) para descartar outras doenças inflamatórias e neoplasias da cavidade oral ou Linfoma→ Em casos raros em que o doente não responde ao tratamento para complexo gengivite-estomatite ou que responde mas recidiva, pode ser realizada uma biópsia pois podemos estar perante um linfoma ou outro tumor da cavidade oral.

*As citologias aspirativas e as culturas bacterianas a partir de material proveniente da boca não têm valor diagnóstico devido à abundancia de restos celulares e bacterianos na superfície das lesões.

224
Q

Complexo estomatite-gengivite felino
Plano diagnóstico: 4. Biopsia e Histopatologia

A
  • Não é vantajoso, apenas nos vai dizer que é uma inflamação com infiltrado linfoplasmocitário estar a gastar dinheiro com isto não justifica e vamos acrescentar morbilidade ao animal.
  • Células inflamatórias adicionais incluindo linfócitos, eosinófilos, macrófagos e neutrófilos podem estar presentes;
  • Grandes células plasmáticas com acumulação citoplasmática de IgG – Corpos de Russel;
  • Poucos mastócitos e plasmócitos IgA e IgM;
  • Nos casos crónicos ou que recidivam devemos repetir as biopsias para nos certificarmos que não estamos em presença de uma neoplasia oral.
225
Q

Complexo estomatite-gengivite felino
Plano diagnóstico: 5. Diagnóstico radiográfico

A

(Importantíssimo, até porque o tratamento implica extração dentaria)

Ver se existe:
* Reabsorção dentária, reabsorção vertical do osso (lesão periodontal)→
* Lesões de reabsorção cobertas por granulomas (quando a dentina é exposta-canais expostos-, causa dor e de forma a minimizar a dor, vai criar estes granulomas na baia de reabsorção)

Todos os gatos com CGEF têm perda de osso alveolar, que pode ser localizada, semi-generalizada e generalizada

226
Q

Complexo estomatite-gengivite felino
Tratamento

A
  • Numa fase inicial, realizar tratamento periodontal com higienização profissional prévia através do uso de sonda, curetagem supra e subgengival de forma a eliminar todo o cálculo e placa bacteriana e polimento, reduzindo, assim, o estímulo para a inflamação;
  • Extração é o tratamento de eleição (pode ser múltipla ou radical)
  • Os dentes afetados com doença periodontal, com retração gengival, mobilidade, bolsa periodontal ou exposição de furca assim como com reabsorção dentária felina devem ser extraídos;
  • Este procedimento profilático deve realizar-se três vezes por ano e em combinação com os cuidados domiciliários.

Tratamento cirurgico
Tratamento médico

227
Q

Complexo estomatite-gengivite felino
Tratamento médico

A

Se, após esta abordagem cirúrgica, a inflamação se mantiver, poder-se-á optar por uma terapêutica médica incluindo:
* Interferões
* Imunossupressores (1º opção)
* AINEs (2º opção)
* Corticosteroides
* Dieta Clínica
* Células tronco

228
Q

Complexo estomatite-gengivite felino
Tratamento médico: Interferões

A
229
Q

Complexo estomatite-gengivite felino
Tratamento médico: Interferões

A
  • não protegem diretamente as células contra a infeção viral, mas tornam o ambiente celular menos propício para a replicação viral.
  • Ligam-se a recetores específicos na superfície celular e induzem um sinal que, por meio da síntese de enzimas, interfere nos processos de replicação celular e viral.
  • ómega recombinante felino (rFeIFN-Ω), Virbagen®:
    • é indicado nos animais com infeção por CVF, VIF e/ou VLF , ou seja, com PCR positivo.
    • Antivirais, incluindo FIV e FeLV
    • Antitumorais, por inibição da angiogénese, no caso de sarcomas vacinais felinos e outras neoplasias.
    • Antiproliferativos
    • Antibacteriano
    • Regulação da produção de citoquinas anti- e pro inflamatórias.
    • Intervém na modulação antigénica da superfície celular
    • Intervém na produção de anticorpos.
    • Pode ser administrado: topicamente oro-mucosa, intralesionalmente e subcutaneamente.
    • Caso a inflamação seja ligeira a moderada: Administrar 1-2 MUI/animal (0,1-0,2 ml/kg da solução reconstituída), intralesionalmente, podendo associar-se a administração da mesma solução na dose de 1-2 MUI/kg, SC. Após 2-4 semanas, administrar a dose de 1-2 MUI/kg, SC, QOD, num total de 5 injeções.
    • Caso a inflamação seja grave, repetir o tratamento após 2-6 semanas na dose de 1-2 MUI/kg, SC, QOD, num total de 3-5 injeções.
  • Alfa-2 recombinante humano:
    • Sendo relativos a outra espécie, o gato vai criar anticorpos anti
    • Tratamento de infeções virais por FIV, FeLV, calicivírus, HVF, PIF. Em relação à retrovirose felina pode ser utilizada tanto in vitro quanto in vivo.
    • Também é muito utilizada no tratamento de GECF, não só pelo seu efeito antiviral, mas também pelo seu efeito imunomodelador.
    • Administração descontínua é melhor que a contínua → contínua e em doses elevadas levam à produção de anticorpos neutralizantes, podendo levar à inibição dos efeitos terapêuticos
230
Q

Complexo estomatite-gengivite felino
Tratamento médico: Imunossupressores

A
  • Ciclosporina A, 0,5 a 10 mg/kg, PO, BID, de forma a obter-se níveis séricos de 250 a 500 ng/mL, devendo ser monitorizados 48 horas após o início do tratamento e depois a intervalos regulares;
  • Azatioprina;
  • Clorambucilo.

Nota: No caso da ciclosporina devemos avisar os donos que só após 3 semanas de tratamento é que se começam a ver as primeiras melhorias, caso contrário o dono pode parar o tratamento ou consultar outro médico veterinário que não seja especializado na área. Até porque a administração deste fármaco causa vómitos, diarreia, entre outros → dono nas primeiras semanas só consegue ver os efeitos adversos e nenhuma melhoria.

231
Q

Complexo estomatite-gengivite felino
Tratamento médico: Corticosteroides

A

o prof não usa. 1º porque no gato estão associados a obesidade, diabetes e não servem para nada nesta doença, a não ser mascarar sinais clínicos → animais que tomaram previamente à cirurgia têm pior prognóstico (atraso na cicatrização)

232
Q

Complexo estomatite-gengivite felino
Tratamento médico: Dieta Clínica

A
  • Recipientes de metal ou cerâmica (nunca de plástico pois estão associados a hipersensibilidade)
  • Dietas hipoalergénicas
  • Antioxidantes (imunoestimulante e benéfica integridade mucosas)
  • Por vezes sonda esofágica, tubo de faringostomia ou gastrotomia antes e/ou depois da cirurgia
233
Q

Complexo estomatite-gengivite felino
Tratamento médico: Células tronco

A
  • Autólogas (não causa reação, são seguras, mas demoram mais a obter e não podem ser usadas em gatos com o vírus sincicial felino) → eficácia de 71%
  • Alogénicas (mais fácil obter, padronização entre tratamentos, mas pode provocar resposta imune) → resposta mais retardada e eficácia de 57%
234
Q

Complexo estomatite-gengivite felino
Cuidados pós cirúrgicos

A
  • Analgesia
    • Durante 1 semana, pelo menos
    • Cão: Morfina, petidina, bupremorfina, fentanil, meloxicam, Carprofeno, ketoprofeno
    • Gato: Morfina, petidina, bupremorfina , butorfanol, fentanil, Carprofeno, ketoprofeno→ meloxicam + bupremorrfina
  • Antibioterapia e probióticos
    • Para evitar o desconforto gastrointestinal
  • Nutrição clínica
    • Alimento húmido durante 2-5 dias
    • Evite barras dentárias e brinquedos por 14 dias
    • Reavalie passados 5 – 7 dias
  • Medicação adicional (gel tópico de colagénio de suporte, ajuda a diminuir a infeção e a acelerar a cicatrização)

Animais FIV e FeLV positivos têm pior prognóstico

235
Q

Lesões de Reabsorção Odontoclástica Felina

A

Não é uma lesão de origem bacteriana - acontece por alteração no metabolismo do cálcio

236
Q

Lesões de Reabsorção Odontoclástica Felina
Classificação (com base na sua gravidade (estádios 1 a 5) e na sua localização (tipos 1 a 3)):

A
  • Estádio 1 (TR 1): Perda suave de tecido dentário duro (cemento ou cemento e esmalte). A seta indica o cemento afetado.
  • Estadio 2 (TR 2): Perda moderada de tecido dentário duro (cemento ou cemento e esmalte com perda de dentina que não se estende à cavidade pulpar).
  • Estadio 3 (TR 3): Perda em profundidade de tecido dentário duro (cemento ou cemento e esmalte com perda de dentina que se estende à cavidade pulpar); a maior parte do dente retém a sua integridade.
  • Estadio 4 (TR 4): Perda extensa de tecido dentário duro (cemento ou cemento e esmalte com perda de dentina que se estende à cavidade pulpar); a maior parte do dente perdeu a sua integridade.
  • TR4a Coroa e raiz igualmente afetadas dentário duro (cemento ou cemento e esmalte com perda de dentina que se estende à cavidade pulpar); a maior parte do dente perdeu a sua integridade.
    Osteoblasto a reabsorver osso
  • TR4b A coroa está mais gravemente afetada do que a raíz. Situação mais comum - muistas vezes leva mesmo à perda da coroa
  • TR4c A raíz está mais gravemente afetada do que a coroa. A situação em que ainda existe coroa mas a raiz foi completamente reabsorvida (acontece muito no canino)
  • Estadio 5 (TR 5): Remanescentes de tecido dentário duro surgem como radiopacidades irregulares, sendo a cobertura gengival completa. Sem coroa, sem gengiva definida.
    • Conhecidos como fantasmas dentários - em que as estruturas dentárias são absorvidas e o remanescente é incorporado no osso alveolar.
237
Q

Lesões de Reabsorção Odontoclástica Felina
* Tipos de reabsorção com base na aparência radiográfica

A
  • Numa radiografia de um dente com aparência de tipo 1, está presente uma radiotransparência focal ou multifocal com radiopacidade normal no espaço do ligamento periodontal.
  • Numa radiografia de um dente com aparência de tipo 2 (T2), o espaço do ligamento periodontal está estreitado pelo menos nalgumas áreas e há uma diminuição da radiopacidade de parte do dente. (já há perda do ligamento)→ anquilose dentoalveolar (fusão da raiz com o osso alveolar)
  • Numa radiografia de um dente com aparência de tipo 3 (T3)/ “neck lesions”, imagens de ambos os tipos 1 e 2 estão presentes no mesmo dente. Um dente com esta aparência tem áreas de espaço do ligamento periodontal normais, estreitadas ou perdidas, e há radiolucidez focal ou multifocal no dente e diminuição da radiopacidade noutras áreas do dente. (uma daz raizes não tem ligamento)
238
Q

Lesões de Reabsorção Odontoclástica Felina
Etiologia e Patogenia

A
  • São muito frequentes, mas a causa ainda não é conhecida.
  • Tipo I inflamatório associado à doença periodontal – raízes com densidade normal e espaço do ligamento periodontal intacto.
  • Tipo II ou idiopático– raízes radiolúcidas e falta claramente o espaço do ligamento periodontal..
  • Devido ao facto das primeiras lesões detetáveis se situarem ao nível da junção cemento-esmalte, as lesões de reabsorção foram descritas como lesões do colo, lesões da linha cervical ou cáries felinas. As cáries são lesões passivas de desmineralização do esmalte conduzidas por bactérias enquanto as lesões de reabsorção fazem parte de um programa de destruição ativo e progressivo dos tecidos dentários conduzido por células clásticas.
  • Lesões de reabsorção Odontoclástica felina são por vezes confundidas com cáries. Contudo há que ter em atenção que é muito pouco provável um gato ter uma cárie, uma vez que os gatos têm os dentes espalmados (porque servem para cortar) e as cúspides umas atrás das outras - denominam-se cecodontes (enquanto que os humanos e os cães possuem bunodontes ou cecobunodontes que têm as cúpides umas ao lado das outras e estes sim são susceptiveis que terem cáries).
  • O gato geralmente não tem dentes bunodontes como os nossos molares que têm cavidades onde se acumula comida, isto é importante porque a cárie dentária [explicação da fisiopatologia da cárie] deriva da transformação dos açúcares por parte das bactérias, que causa produção de ácidos que desmineralizam os cristais de hidroxiopatite, alteram a sua configuração desmineralizando o esmalte. O esmalte perde desta maneira a sua dureza levando à formação de cavidades que quando chegam à polpa infetam toda a estrutura viva do dente (tecido conjuntivo laxo, vasos saguíneos e vasos linfáticos), podendo depois progredir para outras partes do organismo levando bactérias.

.
* Fisiopatologia da doença periodontal - é acumulação de bactérias/placa bacteriana no sulco; sendo que neste caso não se podem formar abcessos periapicais como no caso da cárie, mas podem formar-se abcessos periodontais.
* No caso das lesões de reabsorção odontoclástica felina - neck lesion - lesões do colo, há uma alteração do metabolismo do cálcio (muitas vezes por excesso de vit. D nas rações (até 15x mais) - as vitaminas A D E K (vitaminas lipossolúveis) não devem ser dadas em excesso) que leva à ativação dos odontoblastos com reabsorção dentária não programada.

239
Q

Lesões de Reabsorção Odontoclástica Felina
Diagnóstico

A
  • Inspeção visual e o exame debaixo de anestesia com explorador dentário apenas detetam lesões em estadio final (defeito obvio na coroa)
  • Radiografia dentária intraoral deteta mais precocemente as lesões, quando estão a nível radicular (há perda de definição radicular, perda do espaço do ligamento periodontal, perda da estrutura dentária (ou da definição da sua estrutura), por vezes reabsorção dentária total, dentes em que houve reabsorção da coroa, dentes em que há alterações radiculares).
  • Aconselha-se uma série de radiografias a toda a boca a gatos que se apresentam para tratamento.
  • Sobretudo após evidência nos 3 pre-molares mandibulares 307 e 407 (9/10 gatos doentes evidenciam doença nestas peças) – teste rápido de rastreio.
  • No final para saber se realmente extraímos a raiz toda e no pré operatório para saber quantas raízes necessitam de ser extraídas e qual é a conformação radicular (sendo que normalmente as raízes apresentam uma conformação divergente - contudo no caso de existir alguma convergência ao nível das raízes pode não ser sensato usar uma técnica de extração simples com um luxador mas sim uma técnica aberta - pois o já referido instrumento pode fraturar a raiz convergente).
240
Q

Lesões inflamatórias vesículo-bulhosas e ulcerativas

A
  • Penfigoide mucomembranoso
  • Pênfigos
    • Pênfigos vulgar
    • Pênfigos foliáceo
    • Epidermólise bolhosa adquirida
    • Lúpus eritematoso sistémico
    • Eritema multiforme