HEPATITES VIRAIS E AUTOIMUNE Flashcards

1
Q

QUAL O VÍRUS QUE MAIS COMUMENTE CAUSA HEPATITE NAS CRIANÇAS?

A

VÍRUS A

  • Na maioria das vezes é BENIGNA e AUTOLIMITADA
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2
Q

HEPATITES VIRAIS (VÍRUS A, B, C, D e E):

  1. QUAL O ÚNICO DNA VÍRUS?
  2. QUAIS VÍRUS NÃO DESENVOLVEM A FORMA CRÔNICA DA DOENÇA? (2)
  3. PARA QUAIS VÍRUS EXISTE VACINA? (3)
  4. QUAIS VÍRUS SÃO DE TRANSMISSÃO FECAL-ORAL (2), QUAIS SÃO DE TRANSMISSÃO PARENTERAL /VERTICAL (2) E QUAIS SÃO DE TRANSMISSÃO APENAS PARENTERAL (1)?
A
  1. VÍRUS B (HBV)
  2. VÍRUS A e VÍRUS E
  3. VÍRUS A, VÍRUS B e VÍRUS E
  4. TRANSMISSÃO FECAL-ORAL: VÍRUS A e VÍRUS E

TRANSMISSÃO PARENTERAL/VERTICAL: VÍRUS B e VÍRUS C

TRANSMISSÃO APENAS PARENTERAL: VÍRUS D

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3
Q

QUAIS OS VÍRUS QUE MAIS FREQUENTEMENTE CAUSAM SINTOMAS NA FASE AGUDA DA DOENÇA? (2)

A

VÍRUS A e VÍRUS B

  • O espectro clínico é amplo, variando desde formas assintomáticas, anictéricas e ictéricas típicas até a insuficiência hepática aguda grave.
  • A maioria das hepatites virais agudas é assintomática, independentemente do vírus causador.
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4
Q

QUAIS AS 3 FASES DE APRESENTAÇÃO DAS HEPATITES VIRAIS AGUDAS, SEMELHANTES EM TODOS OS VÍRUS?

A

Nos casos sintomáticos de hepatite viral aguda, ela apresenta-se em 3 fases:

FASE PRODRÔMICA: duração de dias.

  • Pode simular uma síndrome gripal, além de sintomas gastrointestinais como anorexia, náuseas, vômitos, desconforto abdominal.

FASE ICTÉRICA: duração de semanas.

  • Ocorre icterícia por aumento da bilirrubina direta, podendo haver colúria e acolia.
  • HIPERBILIRRUBINEMIA PROGRESSIVA + AUMENTO DAS TRANSAMINASES (100x limite superior, porém não há correlação com a gravidade do quadro). Fosfatase alcalina e gama-GT normais ou pouco aumentadas.
  • Os sintomas prodrômicos de síndrome gripal melhoram, mas os sintomas GI permanecem e podem até se agravar.
  • Atenção: a maioria dos pacientes com hepatite viral aguda NÃO desenvolve icterícia.

FASE DE CONVALESCENÇA: duração de semanas.

  • Melhora clínica e laboratorial progressiva.
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5
Q

QUAIS SÃO AS PRINCIPAIS ALTERAÇÕES LABORATORIAIS ENCONTRADAS NA FASE AGUDA DAS HEPATITES VIRAIS? (4)

A

SOLICITAR: HEMOGRAMA, AST, ALT, BILIRRUBINA TOTAL E FRAÇÕES, URINA I

  • Hemograma com padrão de infecção viral: LEUCOPENIA DISCRETA COM LINFOCITOSE
  • Elevação acentuada das aminotransferases (até 100x o limite superior da normalidade), com PREDOMÍNIO DA TGP (ALT).
  • Aumento de BILIRRUBINA DIRETA
  • Urina I com BILIRRUBINÚRIA

AS HEPATITES VIRAIS SÃO DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA!

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6
Q

PARA QUAIS HEPATITES VIRAIS EXISTE TRATAMENTO ESPECÍFICO?

A

O TRATAMENTO É DE SUPORTE NA MAIORIA DOS CASOS, SENDO QUE EXISTE TRATAMENTO ESPECÍFICO PARA O VÍRUS B (APENAS EM ALGUMAS SITUAÇÕES) E PARA O VÍRUS C (SEMPRE!!)

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7
Q

QUAL A DEFINIÇÃO DE HEPATITE VIRAL CRÔNICA?

QUAIS VÍRUS TEM A CAPACIDADE DE CRONIFICAÇÃO DA HEPATITE? (3)

A

HEPATITE VIRAL CRÔNICA:

REPLICAÇÃO VIRAL PERSISTENTE, POR > 6 MESES!

Apenas os vírus B, C e D têm a capacidade de cronificação!

  • É assintomática na maioria dos casos, em geral com manifestações clínicas aparecendo apenas em fases adiantadas de acometimento hepático.
  • Muitas vezes, o diagnóstico é feito ao acaso, a partir de alterações esporádicas de exames de avaliação de rotina.
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8
Q

QUAL A HEPATITE VIRAL MAIS ASSOCIADA AO PADRÃO COLESTÁTICO DE APRESENTAÇÃO DA DOENÇA?

A

HEPATITE A!

Mesmo assim, ocorre em < 5% dos casos

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9
Q

HEPATITE A:

QUAIS SÃO AS 5 FORMAS DE APRESENTAÇÃO DA DOENÇA? QUAL É A MAIS COMUM?

A

A idade em que ocorre o contato com o vírus influencia na apresentação clínica — crianças em geral têm quadro oligo ou assintomático, enquanto 80% dos adultos infectados apresentam algum tipo de manifestação clínica.

5 formas de apresentação da doença:

  1. Assintomática: forma mais comum, principalmente em crianças;
  2. Sintomática clássica: 30% das crianças < 6 anos, sendo mais frequente quanto mais velho for o paciente;
  3. Colestática: <5% dos casos, mas a hepatite A é a hepatite viral mais associada a esse padrão;
  4. Recidivante: em até 10% dos casos, sendo mais comum em adultos. Há recuperação clínica e laboratorial, seguida por novo aumento das aminotransferases e, em alguns casos, recidiva dos sintomas, que em geral são mais leves que na fase inicial;
  5. Fulminante: rara, ocorre em <1% dos casos.
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10
Q

HEPATITE A:

  • QUAL O PERÍODO DE MAIOR CONTÁGIO DA DOENÇA?
  • COMO E QUANDO DEVE SER REALIZADO O ISOLAMENTO DO PACIENTE INFECTADO?
A
  • DE SEMANAS ANTES ATÉ POUCOS DIAS APÓS O INÍCIO DA FASE ICTÉRICA.
  • É RECOMENDADO O ISOLAMENTO DE CONTATO POR 1 A 2 SEMANAS APÓS O APARECIMENTO DA ICTERÍCIA, apesar de o isolamento não afetar muito na disseminação da doença, já que os pacientes eliminam vírus nas fezes semanas antes de apresentarem sintomas!
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11
Q

HEPATITE A:

COMO REALIZAR O DIAGNÓSTICO?

QUAL O TRATAMENTO?

QUAL O PROGNÓSTICO?

A

DIAGNÓSTICO: QUADRO CLÍNICO

+ ANTI-HAV IgM - pode ser detectado desde o início do quadro e cai em 3-6 MESES

+ ANTI-HAV IgG - também surge na fase aguda, mas permanece positivo por tempo indeterminado, conferindo imunidade permanente ao indivíduo!

TRATAMENTO: SINTOMÁTICOS + SUPORTE CLÍNICO

PROGNÓSTICO: tem prognóstico excelente: imunidade permanente, não cronifica e não deixa sequelas, exceto nos casos em que evoluem para a forma fulminante. Geralmente benigna e autolimitada!

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12
Q

HEPATITE A:

  • QUAIS SÃO AS FORMAS DE PREVENÇÃO CONTRA A HEPATITE A? (3 maneiras)
  • COMO REALIZAR A PROFILAXIA PRÉ-EXPOSIÇÃO? (3 opções)
  • COMO REALIZAR A PROFILAXIA PÓS-EXPOSIÇÃO? (3 opções)
A

FORMAS DE PROFILAXIA CONTRA HEPATITE A:

  • VACINA
  • IMUNOGLOBULINA
  • MEDIDAS HIGIÊNICAS (lavagem das mãos e preparo adequado de alimentos)

PROFILAXIA PRÉ-EXPOSIÇÃO:

  • Vacina: dose única aos 15 meses (PNI)
  • Vacina + IG: quando a viagem ocorrer em <2 semanas e o paciente tiver > 40 anos, for imunocomprometido ou tiver doença hepática crônica;
  • IG apenas: indicada para < 12 meses, pacientes alérgicos à vacina e pacientes que optem por não receber a vacina.

PROFILAXIA PÓS-EXPOSIÇÃO:

  • Vacina: indicada entre 1 e 40 anos;
  • Vacina + IG: > 40 anos, imunocomprometidos ou pacientes com doença hepática crônica;
  • IG apenas: indicada para < 12 meses ou pacientes com contraindicação para a vacina.
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13
Q

HEPATITE B:

QUAL A PRINCIPAL VIA DE CONTAMINAÇÃO NA POPULAÇÃO PEDIÁTRICA?

A

PRINCIPAL VIA DE CONTAMINAÇÃO: TRANSMISSÃO VERTICAL - a chance de cronificação é muito maior do que a aquisição horizontal do vírus.

Modo mais comum em adolescentes e adultos: relações sexuais desprotegidas.

  • Quando a gestante infectada está na fase replicativa da doença, ou seja, tem HBeAg detectável, o risco de transmissão é de 70 a 100%!! Quando HBeAg não reagente, a transmissão ocorre em 5 a 30% dos casos, se não for realizada a adequada profilaxia.
  • O HBsAg pode ser encontrado no leite materno, mas NÃO HÁ EVIDÊNCIAS DE QUE A HEPATITE B POSSA SER TRANSMITIDA PELA AMAMENTAÇÃO, por isso ela não é contraindicada.
  • O período de incubação: 8 a 12 semanas.
  • O HBV permanece viável durante longo período fora do corpo humano.
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14
Q

HEPATITE B:

O QUE ACONTECE CASO O PACIENTE NÃO SEJA CAPAZ DE DESENVOLVER O ANTICORPO ANTI-HBS?

A

O VÍRUS NÃO SERÁ ELIMINADO!

O PACIENTE SE TORNA UM PORTADOR CRÔNICO ASSINTOMÁTICO

OU DESENVOLVE HEPATITE B CRÔNICA

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15
Q

DIAGNÓSTICO DE HEPATITE B AGUDA - O QUE SIGNIFICA:

  • HBsAg positivo
  • HBsAg negativo
  • Anti-HBc total negativo
  • Anti-HBc IgM positivo
  • Anti-HBc IgG positivo
  • Anti-HBs positivo
  • Anti-HBs negativo
  • HBeAg
  • Anti-HBe positivo
A
  • HBsAg POSITIVO: o vírus está presente, podendo ser uma hepatite B aguda, hepatite B crônica ou um portador assintomático do vírus.
  • HBsAg negativo: o vírus não está circulando. Em casos raros de antigenemia baixa, os exames podem não detectar o antígeno circulante, ou seja, o é um falso-negativo = infecção oculta pelo vírus B.
  • Anti-HBc total negativo: paciente nunca teve contato com o vírus. Como o anti-HBc IgM aparece em média 1-2 semanas após o HBsAg, em raros casos podemos ter HBsAg positivo e anti-HBc negativo.
  • Anti-HBc IgM positivo: hepatite B aguda - fica positivo por 4-5 meses no soro.
  • Anti-HBc IgG positivo: se a fração IgM for negativa, significa infecção antiga pelo vírus (o paciente teve um contato em algum momento da vida).
  • Anti-HBs positivo: o paciente teve hepatite B e CUROU ou recebeu a VACINA e foi imunizado.
  • Anti-HBs negativo: o paciente não conseguiu eliminar o vírus. Se HBsAG positivo, é um portador crônico! Se todas as sorologias negativas, incluindo o anti-HBs, o paciente é suscetível ao vírus -> deve ser vacinado!
  • HBeAg: indica alta infectividade. Na hepatite B crônica, a agudização do quadro será marcada pelo ressurgimento do HbeAg.
  • Anti-HBe: o organismo suprimiu a replicação viral. Se o paciente evoluir para cura (eliminação completa do vírus), o anti-HBe permanece positivo por longo período e indica apenas um passado de replicação viral.
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16
Q

COMO REALIZAR O DIAGNÓSTICO DE HEPATITE B EM PACIENTES < 18 MESES?

A

Em todo paciente <18 meses com HBsAg positivo deve ser realizada a PESQUISA DIRETA DO DNA VIRAL por técnica de PCR ou técnica de branched-DNA.

A positividade do anti-HBc pode ocorrer por passagem materna transplacentária desse anticorpo, então não auxilia no diagnóstico nesses casos!

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17
Q

Paciente com HbsAg positivo, aminotransferases elevadas e HBeAg indetectável.

QUAL O PROVÁVEL DIAGNÓSTICO?

A

MUTAÇÃO VIRAL NA REGIÃO PRÉ-CORE

Essa mutação do vírus ocasiona uma FALHA NA EXPRESSÃO DO ANTÍGENO “E”!

Clinicamente, o achado é de um paciente com sinais de “infecção ativa”, ou seja, HbsAg positivo e aminotransferases elevadas, mas com HBeAg indetectável, podendo até mesmo ser encontrado anti-HBe positivo.

Nesses casos, solicitar a pesquisa quantitativa do DNA-HBV, que detecta altos níveis de carga viral.

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18
Q

A HEPATITE B É MAIS COMUM NA FORMA AGUDA OU NA FORMA CRÔNICA, NA POPULAÇÃO PEDIÁTRICA?

A

FORMA CRÔNICA

90% dos recém-nascidos e 20 a 30% das crianças < 5 anos infectadas evoluem para cronificação!!!

Uma particularidade preocupante sobre esse vírus é a possibilidade de evolução para hepatocarcinoma independentemente da ocorrência de cirrose.

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19
Q

QUAIS SÃO AS 4 FASES EVOLUTIVAS DA FORMA CRÔNICA DA HEPATITE B?

A

FORMA CRÔNICA = HBsAg DETECTÁVEL POR > 6 MESES! 4 FASES EVOLUTIVAS:

FASE IMUNOTOLERANTE:

  • HBsAg e o HBeAg são positivos, a carga viral é alta, mas ainda não há lesão hepática = as aminotransferases são normais.
  • O tratamento nesta fase não é recomendado
  • É indicado o acompanhamento semestral com TGO, TGP, falc, gamaGT e marcadores virais de hepatite e anual com dosagem de alfafetoproteína, carga viral e USG de abdome total).
  • Esta fase pode durar DÉCADAS em crianças, principalmente as que adquiriram o vírus por transmissão vertical;

FASE IMUNORREATIVA:

  • Há replicação viral, mas o sistema imune começa a reagir, sendo a reação do organismo a responsável pela lesão dos hepatócitos e consequente aumento das aminotransferases.
  • Realizar seguimento a cada 2-6 meses
  • Tratamento pode ser indicado, dependendo do grau de lesão hepática, atividade inflamatória e níveis de AST/ALT;

FASE DE BAIXA REPLICAÇÃO/fase de portador inativo:

  • Quando há SOROCONVERSÃO PARA ANTI-HbE
  • TGO e TGP normais, carga viral baixa e ausência de inflamação no tecido hepático.
  • Nessa fase, pode haver hepatocarcinoma, embora seja muito raro que isso ocorra na infância.
  • Seguimento - semelhante à fase imunotolerante;

FASE DE REATIVAÇÃO: pode ocorrer por imunodepressão ou mutações virais que “escapam” do sistema imune.

  • Carga viral elevada + Biópsia hepática com atividade inflamatória moderada ou grave e graus variados de fibrose.
  • O seguimento deve ser a cada 3-6 meses.
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20
Q

HEPATITE B CRÔNICA:

QUAIS EXAMES DEVEM SER SOLICITADOS A CADA 6-12 MESES (9)? QUAIS EXAMES DEVEM SER SOLICITADOS ANUALMENTE (1)?

A

A CADA 6-12 MESES:

  1. Hemograma
  2. Coagulograma
  3. Eletrólitos: Sódio/potássio
  4. Função renal: Ureia e creatinina
  5. TGO (AST) e TGP (ALT)
  6. Bilirrubina total e frações
  7. Proteína total e albumina.
  8. US abdome
  9. Alfa-fetoproteína

*Os 2 últimos para acompanhar o aparecimento de carcinoma hepatocelular!*

A CADA 12 MESES:

  1. Urina 1
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21
Q

QUAIS SÃO AS PRINCIPAIS MANIFESTAÇÕES EXTRA-HEPÁTICAS DOS PACIENTES COM HEPATITE B CRÔNICA?

A

As manifestações extra-hepáticas podem ocorrer pela ação dos complexos imunes circulantes (HBsAg + Anti-HBs):

  • Poliarterite nodosa
  • Glomerulonefrite membranosa
  • Polimialgia reumática
  • Vasculite leucocitoclástica
  • Síndrome de Guillain-Barré
  • Doença de Gianotti-Crosti - erupção maculopapular eritematosa, não pruriginosa e simétrica sobre a face, membros e nádegas, sem acometimento das mucosas, com duração média de 15 a 20 dias. Mais comum em < 4 anos. Em geral, os sinais de lesão hepatocelular iniciam quando a dermatite começa a melhorar.O prognóstico é bom, com remissão espontânea na grande maioria dos casos sem nenhum tipo de intervenção terapêutica.
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22
Q

HEPATITE B CRÔNICA:

QUAIS SÃO AS INDICAÇÕES DE TRATAMENTO NA POPULAÇÃO PEDIÁTRICA?

(3)

A

1ª INDICAÇÃO: associação dos seguintes fatores:

  • HBsAg positivo
  • Carga viral > 2.000 UI/ml
  • TGO e TGP 1,5x acima da normalidade em 2 dosagens com diferença de 6 meses
  • Biópsia hepática compatível com hepatite crônica (atividade inflamatória moderada/grave, com ou sem fibrose);

2ª INDICAÇÃO:

  • CIRROSE COMPENSADA CLINICAMENTE + biópsia hepática compatível com CIRROSE COM ATIVIDADE INFLAMATÓRIA;

3ª INDICAÇÃO:

  • CIRROSE DESCOMPENSADA CLINICAMENTE - não há a necessidade de biópsia hepática
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23
Q

HEPATITE B CRÔNICA:

QUAL A MEDICAÇÃO DE ESCOLHA, NOS CASOS INDICADOS?

A

TENOFOVIR!

  • Age na SUPRESSÃO VIRAL e age CONTRA AS MUTAÇÕES DO HBV!
  • Dose: TENOFOVIR 300 mg/dia - o tempo de tratamento depende da conversão sorológica
  • Objetivo: ANTI-HBS POSITIVO ou, pelo menos, Anti-HBe POSITIVO
  • Pode prejudicar a função renal ao longo do tempo!
  • Quando houver contraindicação: ENTECAVIR
24
Q

TRATAMENTO HEPATITE B CRÔNICA:

  • COM QUANTO TEMPO DEVEMOS AVALIAR A RESPOSTA AO TRATAMENTO E QUAIS EXAMES SOLICITAR?
  • QUANDO SUSPENDER O TRATAMENTO?
A

AVALIAÇÃO DA RESPOSTA AO TRATAMENTO:

  • AO FINAL DA 24ª SEMANA (6 MESES): SOLICITAR HBV-DNA
  • AO FINAL DA 48ª SEMANA (12 MESES): SOLICITAR HBV-DNA, HBsAg, anti-HBs, HBeAg e anti-HBe.

QUANDO SUSPENDER O TRATAMENTO:

HBV-DNA INDETECTÁVEL

+ REDUÇÃO SUSTENTADA DE HBsAg

+ ANTI-HBe REAGENTE EM 2 EXAMES ANUAIS

25
Q

PROFILAXIA PRÉ-EXPOSIÇÃO PARA HEPATITE B:

QUANDO ESTÁ INDICADA A REALIZAÇÃO DA VACINA, PELO PNI?

A

PNI - 4 DOSES:

AO NASCER (MONOVALENTE)

+ AOS 2, 4 E 6 MESES (PENTAVALENTE = DTP + HiB + hepatite B)

  • Induz imunidade em 90 a 95% das pessoas após o esquema completo.
  • O MS disponibiliza a vacina para todas as pessoas que não têm conhecimento/comprovação de vacinação prévia + não tenham infecção pelo HBV (= HBsAg negativos) - nesses casos, a imunização é realizada em três doses (zero, um e seis meses).
26
Q

COMO É REALIZADA A PROFILAXIA PÓS EXPOSIÇÃO AO VÍRUS DA HEPATITE B?

A

SEMPRE = VACINA + IMUNOGLOBULINA HIPERIMUNE (IGHAHB)

A profilaxia pós-exposição está indicada para pessoas nunca vacinadas e sem evidência de infecção pelo vírus B, nas seguintes situações:

  • Prevenção da infecção perinatal;
  • Vítimas de acidentes com material biológico positivo ou fortemente suspeito de infecção por HBV;
  • Comunicantes sexuais de casos agudos de hepatite B;
  • Vítimas de abuso sexual;
  • Imunodeprimidos após exposição de risco, mesmo que previamente vacinados.
27
Q

QUAIS SÃO AS 3 PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES RELACIONADAS À INFECÇÃO PELO HBV?

A
  1. EVOLUÇÃO PARA HEPATITE CRÔNICA COM CIRROSE
  2. HEPATOCARCINOMA (não necessariamente passa pelo estágio de cirrose)
  3. HEPATITE FULMINANTE (< 1%)
28
Q

HEPATITE FULMINANTE PELO HBV:

QUAL O FATOR QUE AUMENTA O RISCO DESSE DESFECHO?

A

COINFECÇÃO OU SUPERINFECÇÃO PELO VÍRUS D (HDV)!

NESSES CASOS, A MORTALIDADE É DE CERCA DE 30%!

29
Q

Como realizar a profilaxia pós-exposição para RNs de mães com sorologia desconhecida para Hepatite B?

A

Administrar imediatamente a vacina e, simultaneamente, solicitar a pesquisa de HBsAg materno.

Se HBsAg materno reagente -> realizar imunoglobulina até o 7º dia de vida.

30
Q

HEPATITE C:

QUAL A PRINCIPAL FORMA DE TRANSMISSÃO NAS CRIANÇAS?

E EM ADOLESCENTES E ADULTOS?

A
  • Crianças: TRANSMISSÃO VERTICAL - em até 5% dos bebês nascidos de mães infectadas. Em gestante coinfectadas pelo HIV ou com altos títulos de viremia, o risco de transmissão aumenta para 20%.
  • Adolescentes e adultos: VIA PARENTERAL, pelo contato com sangue contaminado.

Não há evidências quanto à via de parto preferencial e não há contraindicação à amamentação.

31
Q

HEPATITE C:

QUAIS SÃO AS 3 FORMAS DE EVOLUÇÃO DA DOENÇA NA CRIANÇA INFECTADA POR TRANSMISSÃO VERTICAL?

A

Nos paciente que adquiriram o vírus por transmissão vertical, existem três desfechos possíveis:

  • 20 a 40% - resolução espontânea;
  • 50% - infecção crônica assintomática (CV detectável intermitente + aminotransferases normais);
  • 30% - infecção crônica ativa (CV persistentemente detectável + aminotransferases alteradas).

A chance de resolução espontânea diminui quanto mais velho for o paciente no momento da infecção, sendo rara em crianças em idade escolar.

32
Q

COMO REALIZAR O DIAGNÓSTICO DE HEPATITE C AGUDA?

(3 possibilidades)

A
  1. Soroconversão recente, há <6 meses: positivação do anti-HCV
  2. Positivação recente, há <6 meses, do HCV RNA
  3. Quadro clínico-laboratorial típico + aminotransferases >10x limite superior da normalidade.

  • obs: os níveis séricos de aminotransferases não têm relação com a gravidade da doença*
  • Na prática, não é dosado o HCV-Ag, pelos métodos convencionais.*
33
Q

HEPATITE C CRÔNICA:

  • QUAL A DEFINÇÃO DE HEPATITE C CRÔNICA?
  • ACOMPANHAMENTO: QUAIS EXAMES SOLICITAR E A CADA QUANTO TEMPO?
A

HEPATITE C CRÔNICA =

ANTI-HCV REAGENTE > 6 MESES

+ HCV-RNA POSITIVO POR > 6 MESES

Em crianças, a doença hepática progride lentamente e a cirrose e o carcinoma hepático são raramente encontrados!

Solicitar, A CADA 6-12 MESES:

  1. ALBUMINA
  2. AST/ALT
  3. BILIRRUBINA TOTAL E FRAÇÕES
  4. RNI
  5. HEMOGRAMA (PLAQUETAS)
34
Q

MANIFESTAÇÕES EXTRA-HEPÁTICAS DO HCV:

QUAIS SÃO AS 5 MAIS COMUNS?

A

As mais comuns são:

  1. Crioglobulinemia mista tipo II
  2. Glomerulonefrite membranoproliferativa (mesangiocapilar)
  3. Linfoma de células B
  4. Porfiria cutânea tarda
  5. Líquen plano.
35
Q

DIAGNÓSTICO DE HEPATITE C:

  • QUAL DEVE SER O 1º EXAME SOLICITADO?
  • CASO O EXAME INICIAL SEJA POSITIVO, QUAL EXAME SOLICITAR EM SEGUIDA?
A
  • Pesquisa de ANTI-HCV = teste inicial - por avaliação sorológica clássica (tipo ELISA) ou por testes rápidos. São detectados cerca de 30 a 60 dias após a exposição ao vírus;
  • Se ANTI-HCV POSITIVO -> solicitar HCV-RNA (biologia molecular) - pode ser detectado 2 semanas após a exposição ao agente.
36
Q

COMO INVESTIGAR O DIAGNÓSTICO DE HEPATITE C EM CRIANÇAS <18 MESES DE IDADE?

A

PESQUISA DO HCV-RNA

O 1º teste é feito a partir dos 3 MESES de idade -> intervalo de 6 a 12 meses -> realizar 2º teste

A pesquisa de anticorpos não tem validade nesta faixa etária, pois correspondem aos anticorpos maternos.

37
Q

COMO INVESTIGAR O DIAGNÓSTICO DE HEPATITE C NOS LACTENTES (TRANSMISSÃO VERTICAL)?

A

REALIZAR A PESQUISA DO ANTICORPO ANTI-HCV AOS 18 MESES DE IDADE -> se anticorpos mantidos após os 18 meses = são produzidos pela criança -> SOLICITAR A CARGA VIRAL -> se positiva, confirma a infecção.

38
Q

DIAGNÓSTICO DE HEPATITE C NOS LACTENTES:

QUAL A INTERPRETAÇÃO, DE ACORDO COM OS SEGUINTES RESULTADOS:

  1. Anti-HCV não reagente após os 18 meses
  2. Anti-HCV e carga viral detectáveis
  3. Anti-HCV reagente, mas carga viral indetectável após os 18 meses
A

A triagem dos lactentes expostos pode resultar em 3 situações:

  1. Anti-HCV não reagente após os 18 meses: negativas para hepatite C;
  2. Anti-HCV e carga viral detectáveis: infectadas pelo vírus da hepatite C;
  3. Anti-HCV reagente, mas carga viral indetectável após os 18 meses: provável contato e cura espontânea do vírus da hepatite C.
39
Q

SENDO DADO O DIAGNÓSTICO DA INFECÇÃO PELO HCV, QUAL O PRÓXIMO PASSO?

A

Realizar a GENOTIPAGEM VIRAL através de testes moleculares, pois há diferença no tratamento de acordo com o genótipo viral encontrado!

40
Q

CRIANÇA COM DIAGNÓSTICO DE HEPATITE C:

A CADA QUANTO TEMPO DEVE SER ACOMPANHADO CLINICAMENTE E LABORATORIALMENTE?

QUAL O PRINCIPAL OBJETIVO DESSE ACOMPANHAMENTO?

A

DEVE SER ACOMPANHADO ANUALMENTE, COM EXAME FÍSICO COMPLETO E EXAMES LABORATORIAIS!

O OBJETIVO PRINCIPAL DO SEGUIMENTO É A BUSCA POR SINAIS DE CIRROSE HEPÁTICA.

41
Q

HEPATITE C:

QUAL O EXAME PADRÃO OURO PARA O DIAGNÓSTICO E A AVALIAÇÃO DA EXTENSÃO DA CIRROSE HEPÁTICA?

QUAL O EXAME MAIS REALIZADO/INDICADO NA PRÁTICA, POR SER MENOS INVASIVO?

A

PADRÃO OURO = BIÓPSIA HEPÁTICA!

EXAME MAIS INDICADO = ELASTOGRAFIA - menos invasiva e tem boa acurácia!

A biópsia está indicada apenas em casos de dúvida diagnóstica ou para investigação de diagnósticos diferenciais.

42
Q

CRIANÇAS COM CIRROSE HEPÁTICA SECUNDÁRIA À HEPATITE C:

A CADA QUANTO TEMPO DEVE SER REALIZADO O SEGUIMENTO?

COM QUAIS EXAMES (2)?

QUAL O PRINCIPAL OBJETIVO DESSE ACOMPANHAMENTO?

A

CRIANÇAS COM CIROSSE DEVEM SER ACOMPANHADAS COM ELASTOGRAFIA + DOSAGEM DE ALFA-FETOPROTEÍNA A CADA 6 MESES, COM O PRINCIPAL OBJETIVO DE VIGILÂNCIA DO CARCINOMA HEPATOCELULAR!

É INDICADA TAMBÉM A REALIZAÇÃO DE ENDOSCOPIA DIGESTIVA ALTA PARA O RASTREIO DE VARIZES ESOFÁGICAS A CADA 3 ANOS!

43
Q

COMO É REALIZADA A CLASSIFICAÇÃO EM CIRROSE COMPENSADA E CIRROSE DESCOMPENSADA?

A

Pelo ESCORE CHILD-PUGH:

Os pacientes podem ser classificados em:

  • A: escore de 5 a 6
  • B: 7 a 9
  • C: acima de 10

B ou C = DESCOMPENSADOS - devem ser cadastrados para o transplante hepático!

44
Q

ESCORE CHILD-PUGH:

QUAIS SÃO OS PARÂMETROS AVALIADOS (5) E COMO É REALIZADA A SOMA DAS PONTUAÇÕES?

A

ESCORE CHILD-PUGH:

  1. BILIRRUBINA SÉRICA
  2. ENCEFALOPATIA
  3. ASCITE
  4. TEMPO DE PROTROMBINA (SEGUNDOS / RNI)
  5. ALBUMINA SÉRICA
45
Q

TRATAMENTO HEPATITE C:

QUAIS SÃO AS INDICAÇÕES PARA O TRATAMENTO?

A

O TRATAMENTO ESTÁ INDICADO PARA TODOS OS PACIENTES COM HEPATITE C AGUDA OU CRÔNICA, INDEPENDENTEMENTE DA PRESENÇA DE FIBROSE HEPÁTICA!

  • EXCETO: CRIANÇAS < 3 ANOS de idade - o tratamento não está recomendado, devido à falta de medicamentos aprovados para essa faixa etária e pela alta chance de cura espontânea!
  • É importante saber o estadiamento da doença e se há cirrose associada para definir a terapêutica a ser utilizada.
  • Objetivos do tratamento:
    • Erradicar o vírus - ausência de HCV-RNA na 12ª ou 24ª semana após o término do tratamento!
    • Prevenir a progressão da doença hepática e o desenvolvimento de complicações
46
Q

PROFILAXIA PARA HEPATITE C:

QUAIS AS MEDIDAS PRÉ E PÓS EXPOSIÇÃO?

A

NÃO EXISTEM!

Não existe vacina nem medidas que possam prevenir a infecção por via parenteral ou a transmissão vertical da hepatite C!

O anti-HCV não é um anticorpo protetor e não confere imunidade! Isso significa que um paciente curado pode ser reinfectado.

47
Q

HEPATITE D:

POR QUE A INFECÇÃO PELO VÍRUS HDV SÓ OCORRE EM PACIENTES INFECTADOS PELO VÍRUS B?

A

Pois o HDV é um RNA VÍRUS INCOMPLETO, formado por genoma e capsídio próprios, mas envelopado pelo antígeno “s” do vírus B. Por isso, a infecção só ocorre em pacientes HBsAg+, ou seja, infectados pelo vírus B.

A principal forma de transmissão, assim como a hepatite B, é a via parenteral.

48
Q

HEPATITE D:

COMO CONFIRMAR O DIAGNÓSTICO?

A

DIAGNÓSTICO:

ANTI-HDV TOTAL POSITIVO

+ HBsAg+

  • ANTI-HDV TOTAL: aparece após 2 a 4 semanas na coinfecção e após 10 semanas na superinfecção
  • A hepatite D deve sempre ser investigada em pacientes HBsAg+ que residem em áreas endêmicas.
  • Não há tratamento específico! A indicação é controlar os sintomas e a infecção pelo HBV!
  • Não existe vacina específica, mas a vacina para hepatite B consegue proteger de forma indireta contra o vírus D!
49
Q

HEPATITE D:

QUANDO SUSPEITAR DE INFECÇÃO POR HDV?

QUAIS SÃO AS 2 FORMAS DE INFECÇÃO POR ESSE VÍRUS? QUAIS ANTICORPOS ENCONTRAREMOS EM CADA UMA DESSAS SITUAÇÕES (2 em cada)?

A

SUSPEITAR DE INFECÇÃO POR HDV EM TODA CRIANÇA COM SINAIS DE INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA AGUDA!

Os sintomas são semelhantes às demais formas de hepatite, mas em geral são mais proeminentes!

A INFECÇÃO PELO HDV PODE OCORRER DE 2 FORMAS:

  • COINFECÇÃO: infecção simultânea pelo HBV e HDV em indivíduo suscetível. Não aumenta a chance de cronificação, mas pode aumentar a taxa de hepatite fulminante, quando comparada à infecção isolada pelo HBV. Nesses casos, encontraremos anti-HBc IgM + anti-HDV IgM positivos.
  • SUPERINFECÇÃO: infecção pelo HDV em um portador crônico do HBV. Eleva muito o risco de cronicidade (80% dos casos), a evolução para cirrose é mais rápida e o risco de hepatite fulminante é alto (20%)! Marcadores sorológicos encontrados: anti-HBc IgG + anti-HDV IgM positivos.
50
Q

HEPATITE E:

  • Forma de transmissão?
  • Manifestações clínicas?
  • Tratamento?
  • Profilaxia?
  • Principal complicação?
A
  • Forma de transmissão: fecal-oral
  • Manifestações clínicas: sintomas semelhantes à Hepatite A = sintomas gripais, manifestações gastrointestinais
  • Tratamento: suporte, de acordo com os sintomas.
  • Profilaxia: existe vacina disponível, mas não há profilaxia pós-exposição.
  • Principal complicação: RISCO ELEVADO DE HEPATITE FULMINANTE EM GESTANTES - em até 20% das mulheres infectadas durante a gestação.
51
Q

Paciente do sexo feminino com vários sinais e sintomas compatíveis com síndrome hepatocelular, porém sem marcadores virais e sem história de uso de álcool ou drogas.

QUAL DIAGNÓSTICO DEVEMOS PENSAR?

A

HEPATITE AUTOIMUNE!

É comum haver outras doenças autoimunes associadas!

52
Q

HEPATITE AUTOIMUNE:

QUAL A FISIOPATOLOGIA DA DOENÇA?

A

FISIOPATOLOGIA:

AGRESSÃO CRÔNICA AOS HEPATÓCITOS, MEDIADA POR AUTOANTICORPOS. OCORRE UMA AGRESSÃO INSIDIOSA E PERSISTENTE, LEVANDO À MORTE CELULAR CRÔNICA ACOMPANHADA DE REGENERAÇÃO, LEVANDO AO APARECIMENTO DE TECIDO FIBRÓTICO -> CIRROSE!

  • Pode estar associada a outras doenças autoimunes: doença celíaca, anemia perniciosa, DM tipo I, tireoidites, vitiligo, artrite reumatoide, retocolite ulcerativa etc.
  • É uma doença mais frequente em mulheres e a distribuição etária é bimodal, sendo o primeiro pico dos 10 aos 25 anos e o segundo, dos 45 aos 60 anos.
53
Q

HEPATITE AUTOIMUNE:

PODE APRESENTAR-SE COM PADRÃO DE HEPATITE AGUDA OU HEPATITE CRÔNICA.

QUAIS SÃO AS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS EM CADA CASO? (2 HEPATITE AGUDA / 3 HEPATITE CRÔNICA)

A

HEPATITE AGUDA:

SÍNDROME HEPATOCELULAR CLÁSSICA (fadiga, hepatomegalia, icterícia, anorexia, mal-estar, náuseas, dor abdominal, prurido, vasculite cutânea, aumento de aminotransferases)

+ ARTRALGIA DE PEQUENAS ARTICULAÇÕES (sintoma inespecífico, mas bem característico)

HEPATITE CRÔNICA - 3 formas de apresentação:

  • Oligossintomáticos - aumento discreto de aminotransferases em exames de rotina.
  • Sintomas flutuantes - períodos de surtos intercalados com períodos de remissão.
  • Sintomáticos graves - sinal de que já existe cirrose!
54
Q

HEPATITE AUTOIMUNE:

QUAL O ACHADO LABORATORIAL CARACTERÍSTICO?

A

ALTOS NÍVEIS DE AUTOANTICORPOS CIRCULANTES - HIPERGAMAGLOBULINEMIA POLICLONAL, com predomínio de IgG (os níveis séricos de IgG > 16 g/L)

  • É comum também: FATOR REUMATÓIDE POSITIVO + REDUÇÃO DO COMPLEMENTO (C3 E C4)
  • O aumento das aminotransferases, da bilirrubina e os demais marcadores da função hepática se alteram de acordo com a gravidade do quadro!
55
Q

HEPATITES AUTOIMUNES TIPO 1 E TIPO 2:

QUAL A DIFERENÇA NA EPIDEMIOLOGIA, NO QUADRO CLINICO E NOS ANTICORPOS MAIS COMUMENTE ENCONTRADOS EM CADA TIPO?

A

Existem 2 tipos, diferenciados pelas características clínicas e os autoanticorpos encontrados:

Tipo I: mais comum = hepatite autoimune clássica.

  • Mais comum em mulheres jovens e adolescentes
  • Associada ao HLA DR3, DR4 e B8
  • Importante hipergamaglobulinemia.
  • Em 1/3 dos casos tem apresentação aguda e evolui precocemente para cirrose (43% em três anos).
  • Anticorpos associados: FAN padrão homogêneo + ANTI-MUSCULO LISO.

Tipo II:

  • Mais comum em crianças, mulheres e na população do Mediterrâneo.
  • A evolução para cirrose é ainda mais precoce que no tipo I.
  • Anticorpo associado: ANTI-LKM 1
56
Q

A HEPATITE AUTOIMUNE TIPO II POSSUI 2 SUBTIPOS:

“QUAL O VERDADEIRO”?

QUAL A DIFERENÇA NA EPIDEMIOLOGIA, NA DOSAGEM DE ANTICORPOS ANTI-LKM1 E NO TRATAMENTO?

A

HEPATITE AUTOIMUNE TIPO IIA: “verdadeira”

  • Mais comum em crianças do sexo feminino
  • Anticorpo anti-LKM 1 em altos títulos
  • Hipergamaglobulinemia acentuada
  • Têm boa resposta ao tratamento com CORTICOIDE

HEPATITE AUTOIMUNE TIPO IIB:

  • Acomete homens mais velhos
  • Tem associação com hepatite C crônica
  • Baixos títulos do anti-LKM 1
  • O tratamento com melhor resposta é o INTERFERON.
57
Q

HEPATITE AUTOIMUNE:

QUAL A INDICAÇÃO E QUAL O TRATAMENTO?

A

A hepatite autoimune é geralmente mais grave em crianças! Por isso, o tratamento deve ser iniciado assim que for feito o diagnóstico, para TODAS AS CRIANÇAS:

  • CORTICOIDE (prednisolona 1 a 2 mg/kg/dia) por 8 a 12 semanas.
  • Alguns autores recomendam a associação com AZATIOPRINA, com objetivo de usar uma dose menor de corticoide e, assim, minimizar os efeitos colaterais.

80% dos pacientes respondem de maneira adequada, com melhora clínica em alguns dias, laboratorial em algumas semanas e histológica em até 24 meses. Entretanto, até 50% dos pacientes apresentam recidiva, marcada pelo retorno dos sintomas e aumento das aminotransferases. Nos casos de recidiva, a melhor opção terapêutica é o transplante hepático.