DOENÇAS METABÓLICAS DO FÍGADO Flashcards
AS SITUAÇÕES A SEGUIR DEVEM NOS FAZER PENSAR EM QUAL TIPO DE DOENÇA?
- História familiar positiva para distúrbio genético conhecido.
- Mortes súbitas ou inexplicadas em irmãos.
- Pais consanguíneos.
- Atraso do desenvolvimento.
- Vômitos intermitentes.
- Acometimento de meninos na família materna.
- Doenças clínicas recorrentes.
ERROS INATOS DO METABOLISMO!
QUAL ERRO INATO DO METABOLISMO DEVE ENTRAR COMO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL PARA UM RN COM COLESTASE NEONATAL?
DEFICIÊNCIA DE ALFA-1-ANTITRIPSINA
DEFICIÊNCIA DE ALFA-1-ANTITRIPSINA (AAT):
- QUAL A FUNÇÃO DA ALFA-1-ANTITRIPSINA?
- QUAIS SÃO OS 4 FENÓTIPOS PRINCIPAIS DA DOENÇA?
- A ALFA-1-ANTITRIPSINA É UMA PROTEÍNA DE FASE AGUDA PRODUZIDA PELO FÍGADO, RESPONSÁVEL PELA INIBIÇÃO DE VÁRIAS ENZIMAS (*TRIPSINA), IMPEDINDO O DANO TECIDUAL!
- Existem quatro fenótipos principais, de acordo com o nível sérico e função da AAT:
- NORMAL: níveis AAT e função normais;
- DEFICIENTE: níveis plasmáticos de AAT <35% dos valores normais.
- NULO: nenhuma AAT detectável no plasma. É o fenótipo mais raro e o de maior risco para formas graves de doença pulmonar;
- DISFUNCIONAL: níveis séricos normais de AAT, mas com função inadequada.
QUAL O PADRÃO DE HERANÇA GENÉTICA DA DEFICIÊNCIA DE ALFA-1-ANTITRIPSINA?
PADRÃO DE HERANÇA AUTOSSOMICA RECESSIVA
DEFICIÊNCIA DE ALFA-1-ANTITRIPSINA:
QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS ÓRGÃOS AFETADOS PELA DOENÇA?
PULMÃO E FÍGADO
A manifestação varia de acordo com o genótipo herdado. Alguns casos apresentam também ALTERAÇÕES CUTÂNEAS.
DEFICIÊNCIA DE ALFA-1-ANTITRIPSINA:
QUAL A MANIFESTAÇÃO PULMONAR PREDOMINANTE?
Doença pulmonar:
Principal alteração = ENFISEMA PULMONAR. As manifestações iniciam no final da infância e início da idade adulta - a lesão é acelerada pela exposição a fatores ambientais (**tabagismo), infecções e fatores ocupacionais;
Sintomas: Dispneia, sibilância recorrente, tosse crônica e perda progressiva da função pulmonar.
Os níveis séricos baixos ou a função anormal da AAT levam ao desequilíbrio da relação protease-antiprotease, prevalecendo a ação agressiva sobre a protetora.
Os sintomas respiratórios são muito mais comuns que os problemas hepáticos. Porém, na pediatria iremos detectar mais casos com manifestações relacionadas ao fígado, já que a doença respiratória tem apresentação mais tardia, com início dos sintomas por volta dos 40-50 anos de idade.
DEFICIÊNCIA DE ALFA-1-ANTITRIPSINA:
QUAL A MANIFESTAÇÃO HEPÁTICA PREDOMINANTE?
Doença hepática:
- Quadro clínico = CIRROSE - pelo acúmulo de polímeros da AAT no hepatócito.
- A gravidade depende da capacidade individual de degradar os polímeros acumulados.
- Em RNs, a forma mais comum é a hepatite neonatal com colestase (é a causa de 1 a 10% das colestases neonatais), podendo evoluir com complicações (ascite, cirrose, carcinoma hepatocelular)
DEFICIÊNCIA DE ALFA-1-ANTITRIPSINA:
QUAL A PRINCIPAL FORMA DE ACOMETIMENTO CUTÂNEO DA DOENÇA?
PANICULITE
COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO DA DEFICIÊNCIA DE ALFA-1-ANTITRIPSINA?
Na suspeita clínica -> DOSAR NÍVEL SÉRICO DA AAT -> se nível baixo -> exame confirmatório (focalização isoelétrica - identifica as variantes da AAT)
Obs: sendo uma proteína de fase aguda, na vigência de processo inflamatório a dosagem pode estar falsamente normal!
- Genotipagem: apenas em casos duvidosos, com discrepância entre nível de AAT e fenótipo ou para identificação de variantes raras.
- Diagnóstico diferencial: doenças hemorrágicas e outras causas de icterícia, infecções virais, hemocromatose, doença de Wilson e hepatite autoimune.
DEFICIÊNCIA DE ALFA-1-ANTITRIPSINA - TRATAMENTO DA DOENÇA PULMONAR:
- QUAL O TRATAMENTO CONTÍNUO?
- QUAL O TRATAMENTO INDICADO NOS PERÍODOS DE EXACERBAÇÃO? (2)
- O QUE DEVE SER ORIENTADO AOS PACIENTES? (2)
Tratamento da doença pulmonar:
- Reposição de AAT INTRAVENOSA - terapia recente de eficácia controversa, sendo liberada apenas para > 18 anos. Em casos avançados, considerar o transplante pulmonar.
- Nas exacerbações: BRONCODILATADORES + CORTICOIDE INALATÓRIO
- Orientações:
- Evitar a exposição ao tabagismo
- Vacinação anual: INFLUENZA e ANTI-PNEUMOCÓCICA
Tratamento da doença hepática: Não existe tratamento específico, sendo o manejo direcionado à prevenção e tratamento das complicações. É recomendado evitar exposição a toxinas hepáticas, como álcool e alguns tipos de medicamento. O transplante de fígado é uma opção terapêutica em casos avançados.
DEFICIÊNCIA DE ALTA-1-ANTITRIPSINA:
COMO DEVE SER REALIZADO O SEGUIMENTO DOS PACIENTES DE DURANTE INFÂNCIA?
- Provas de função hepática a cada 6 meses se alguma alteração ou anualmente se normais.
- Se cirrose estabelecida = ecografia hepática a cada 6 meses para rastreio de carcinoma hepatocelular.
É recomendado investigar parentes de primeiro grau de pacientes diagnosticados com deficiência de AAT.
ERRO INATO DO METABOLISMO CARACTERIZADO POR ALTERAÇÕES HEPÁTICAS + NEUROLÓGICAS/PSIQUIÁTRICAS + OFTALMOLÓGICAS:
QUAL O DIAGNÓSTICO MAIS PROVÁVEL?
DOENÇA DE WILSON
DOENÇA DE WILSON
A DOENÇA É CARACTERIZADA PELO ACÚMULO DE…?
DOENÇA DE WILSON
= ACÚMULO DE COBRE NOS TECIDOS
QUAL O PADRÃO DE HERANÇA GENÉTICA DA DOENÇA DE WILSON?
HERANÇA AUTOSSÔMICA RECESSIVA
DOENÇA DE WILSON:
- QUAL A FUNÇÃO DO COBRE NO ORGANISMO?
- QUAL O METABOLISMO FISIOLÓGICO DO COBRE?
- O cobre age como cofator nos processos de coagulação, neurotransmissão, produção de ceruloplasmina, radicais livres e pigmentos.
- CERULOPLASMINA = principal carreador do cobre! O cobre é transportado por ela e também age como cofator para a sua produção!
- METABOLISMO DO COBRE: é absorvido no estômago e duodeno e carreado até o fígado, onde é incorporado à apoceruloplasmina pela proteína ATP7B,, resultando na formação da ceruloplasmina (responsável por 90% do cobre circulante). A principal via de eliminação do cobre é por excreção biliar.