DOENÇAS METABÓLICAS DO FÍGADO Flashcards

1
Q

AS SITUAÇÕES A SEGUIR DEVEM NOS FAZER PENSAR EM QUAL TIPO DE DOENÇA?

  • História familiar positiva para distúrbio genético conhecido.
  • Mortes súbitas ou inexplicadas em irmãos.
  • Pais consanguíneos.
  • Atraso do desenvolvimento.
  • Vômitos intermitentes.
  • Acometimento de meninos na família materna.
  • Doenças clínicas recorrentes.
A

ERROS INATOS DO METABOLISMO!

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2
Q

QUAL ERRO INATO DO METABOLISMO DEVE ENTRAR COMO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL PARA UM RN COM COLESTASE NEONATAL?

A

DEFICIÊNCIA DE ALFA-1-ANTITRIPSINA

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3
Q

DEFICIÊNCIA DE ALFA-1-ANTITRIPSINA (AAT):

  • QUAL A FUNÇÃO DA ALFA-1-ANTITRIPSINA?
  • QUAIS SÃO OS 4 FENÓTIPOS PRINCIPAIS DA DOENÇA?
A
  • A ALFA-1-ANTITRIPSINA É UMA PROTEÍNA DE FASE AGUDA PRODUZIDA PELO FÍGADO, RESPONSÁVEL PELA INIBIÇÃO DE VÁRIAS ENZIMAS (*TRIPSINA), IMPEDINDO O DANO TECIDUAL!
  • Existem quatro fenótipos principais, de acordo com o nível sérico e função da AAT:
  1. NORMAL: níveis AAT e função normais;
  2. DEFICIENTE: níveis plasmáticos de AAT <35% dos valores normais.
  3. NULO: nenhuma AAT detectável no plasma. É o fenótipo mais raro e o de maior risco para formas graves de doença pulmonar;
  4. DISFUNCIONAL: níveis séricos normais de AAT, mas com função inadequada.
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4
Q

QUAL O PADRÃO DE HERANÇA GENÉTICA DA DEFICIÊNCIA DE ALFA-1-ANTITRIPSINA?

A

PADRÃO DE HERANÇA AUTOSSOMICA RECESSIVA

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5
Q

DEFICIÊNCIA DE ALFA-1-ANTITRIPSINA:

QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS ÓRGÃOS AFETADOS PELA DOENÇA?

A

PULMÃO E FÍGADO

A manifestação varia de acordo com o genótipo herdado. Alguns casos apresentam também ALTERAÇÕES CUTÂNEAS.

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6
Q

DEFICIÊNCIA DE ALFA-1-ANTITRIPSINA:

QUAL A MANIFESTAÇÃO PULMONAR PREDOMINANTE?

A

Doença pulmonar:

Principal alteração = ENFISEMA PULMONAR. As manifestações iniciam no final da infância e início da idade adulta - a lesão é acelerada pela exposição a fatores ambientais (**tabagismo), infecções e fatores ocupacionais;

Sintomas: Dispneia, sibilância recorrente, tosse crônica e perda progressiva da função pulmonar.

Os níveis séricos baixos ou a função anormal da AAT levam ao desequilíbrio da relação protease-antiprotease, prevalecendo a ação agressiva sobre a protetora.

Os sintomas respiratórios são muito mais comuns que os problemas hepáticos. Porém, na pediatria iremos detectar mais casos com manifestações relacionadas ao fígado, já que a doença respiratória tem apresentação mais tardia, com início dos sintomas por volta dos 40-50 anos de idade.

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7
Q

DEFICIÊNCIA DE ALFA-1-ANTITRIPSINA:

QUAL A MANIFESTAÇÃO HEPÁTICA PREDOMINANTE?

A

Doença hepática:

  • Quadro clínico = CIRROSE - pelo acúmulo de polímeros da AAT no hepatócito.
  • A gravidade depende da capacidade individual de degradar os polímeros acumulados.
  • Em RNs, a forma mais comum é a hepatite neonatal com colestase (é a causa de 1 a 10% das colestases neonatais), podendo evoluir com complicações (ascite, cirrose, carcinoma hepatocelular)
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8
Q

DEFICIÊNCIA DE ALFA-1-ANTITRIPSINA:

QUAL A PRINCIPAL FORMA DE ACOMETIMENTO CUTÂNEO DA DOENÇA?

A

PANICULITE

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9
Q

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO DA DEFICIÊNCIA DE ALFA-1-ANTITRIPSINA?

A

Na suspeita clínica -> DOSAR NÍVEL SÉRICO DA AAT -> se nível baixo -> exame confirmatório (focalização isoelétrica - identifica as variantes da AAT)

Obs: sendo uma proteína de fase aguda, na vigência de processo inflamatório a dosagem pode estar falsamente normal!

  • Genotipagem: apenas em casos duvidosos, com discrepância entre nível de AAT e fenótipo ou para identificação de variantes raras.
  • Diagnóstico diferencial: doenças hemorrágicas e outras causas de icterícia, infecções virais, hemocromatose, doença de Wilson e hepatite autoimune.
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10
Q

DEFICIÊNCIA DE ALFA-1-ANTITRIPSINA - TRATAMENTO DA DOENÇA PULMONAR:

  • QUAL O TRATAMENTO CONTÍNUO?
  • QUAL O TRATAMENTO INDICADO NOS PERÍODOS DE EXACERBAÇÃO? (2)
  • O QUE DEVE SER ORIENTADO AOS PACIENTES? (2)
A

Tratamento da doença pulmonar:

  • Reposição de AAT INTRAVENOSA - terapia recente de eficácia controversa, sendo liberada apenas para > 18 anos. Em casos avançados, considerar o transplante pulmonar.
  • Nas exacerbações: BRONCODILATADORES + CORTICOIDE INALATÓRIO
  • Orientações:
  1. Evitar a exposição ao tabagismo
  2. Vacinação anual: INFLUENZA e ANTI-PNEUMOCÓCICA

Tratamento da doença hepática: Não existe tratamento específico, sendo o manejo direcionado à prevenção e tratamento das complicações. É recomendado evitar exposição a toxinas hepáticas, como álcool e alguns tipos de medicamento. O transplante de fígado é uma opção terapêutica em casos avançados.

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11
Q

DEFICIÊNCIA DE ALTA-1-ANTITRIPSINA:

COMO DEVE SER REALIZADO O SEGUIMENTO DOS PACIENTES DE DURANTE INFÂNCIA?

A
  • Provas de função hepática a cada 6 meses se alguma alteração ou anualmente se normais.
  • Se cirrose estabelecida = ecografia hepática a cada 6 meses para rastreio de carcinoma hepatocelular.

É recomendado investigar parentes de primeiro grau de pacientes diagnosticados com deficiência de AAT.

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12
Q

ERRO INATO DO METABOLISMO CARACTERIZADO POR ALTERAÇÕES HEPÁTICAS + NEUROLÓGICAS/PSIQUIÁTRICAS + OFTALMOLÓGICAS:

QUAL O DIAGNÓSTICO MAIS PROVÁVEL?

A

DOENÇA DE WILSON

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13
Q

DOENÇA DE WILSON

A DOENÇA É CARACTERIZADA PELO ACÚMULO DE…?

A

DOENÇA DE WILSON

= ACÚMULO DE COBRE NOS TECIDOS

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14
Q

QUAL O PADRÃO DE HERANÇA GENÉTICA DA DOENÇA DE WILSON?

A

HERANÇA AUTOSSÔMICA RECESSIVA

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15
Q

DOENÇA DE WILSON:

  • QUAL A FUNÇÃO DO COBRE NO ORGANISMO?
  • QUAL O METABOLISMO FISIOLÓGICO DO COBRE?
A
  • O cobre age como cofator nos processos de coagulação, neurotransmissão, produção de ceruloplasmina, radicais livres e pigmentos.

- CERULOPLASMINA = principal carreador do cobre! O cobre é transportado por ela e também age como cofator para a sua produção!

  • METABOLISMO DO COBRE: é absorvido no estômago e duodeno e carreado até o fígado, onde é incorporado à apoceruloplasmina pela proteína ATP7B,, resultando na formação da ceruloplasmina (responsável por 90% do cobre circulante). A principal via de eliminação do cobre é por excreção biliar.
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16
Q

O QUE OCORRE NA DOENÇA DE WILSON PARA QUE OCORRA A DEPOSIÇÃO DE COBRE NOS TECIDOS?

QUAIS SÃO OS 3 PRINCIPAIS TECIDOS EM QUE O COBRE SE DEPOSITA?

A

DOENÇA DE WILSON:

OCORRE A MUTAÇÃO DA PROTEÍNA ATP7B, que é responsável pela incorporação do cobre à apoceruloplasmina, levando à formação da ceruloplasmina. Além disso, a deficiência dessa proteína prejudica a excreção do cobre pela bile.

Desse modo, O COBRE ACUMULADO SE DEPOSITA OS TECIDOS, especialmente no FÍGADO, CÉREBRO E CÓRNEA.

17
Q

Nas crianças com Doença de Wilson, o quadro clínico inicial costuma ser a DOENÇA HEPÁTICA:

  • QUAIS OS SINAIS E SINTOMAS ENCONTRADOS?
  • QUAIS AS ALTERAÇÕES LABORATORIAIS?
A

O espectro é bem variável - desde alterações das aminotransferases em assintomáticos até insuficiência hepática aguda ou doença hepática crônica, podendo evoluir para cirrose.

  • Principais sinais e sintomas:

- Icterícia, hepatomegalia, ascite

- HDA

- Estigmas de doença hepática crônica

- Alterações no estado mental por encefalopatia hepática

  • Alterações laboratoriais:

- Nível sérico baixo de ceruloplasmina

- AST/ALT elevadas

- Hipoalbuminemia

- Trombocitopenia

- Coagulopatia

- Anemia hemolítica

18
Q

DOENÇA DE WILSON - ACOMETIMENTO NEUROLÓGICO:

  • QUAIS OS PRINCIPAIS LOCAIS DE DEPOSIÇÃO DO COBRE NO SNC?
  • QUAIS SÃO OS SINAIS E SINTOMAS MAIS COMUNS?
  • QUAL UM ACHADO FREQUENTE NA AVALIAÇÃO OFTALMOLÓGICA DESSE PACIENTES?
A

Doença neurológica: 10 a 25% dos pacientes, em geral a partir da 2ª década de vida.

  • As manifestações são variáveis e se relacionam à deposição de cobre nos GÂNGLIOS DA BASE e CEREBELO, trazendo prejuízo principalmente MOTOR.
  • Sinais e sintomas mais comuns: disartria, ataxia, tremores, parkinsonismo, comprometimento cognitivo, mioclonias, incontinência urinária e disfunção autonômica.
  • ANÉIS DE KAYSER-FLEISCHER - presentes em 98% dos pacientes com manifestações neurológicas. É incomum em crianças e regride com o tratamento.

Os sintomas psiquiátricos não são muito comuns na faixa etária pediátrica. Podem incluir depressão, mudança de personalidade, dificuldade de aprendizado e alucinações.

19
Q

DOENÇA DE WILSON:

  • QUAL A FAIXA ETÁRIA PREDOMINANTE AO DIAGNÓSTICO?
  • QUAIS SÃO AS 3 ETAPAS PARA A REALIZAÇÃO DO DIAGNÓSTICO?
  • QUAL O ESCORE UTILIZADO PARA O DIAGNÓSTICO DA DOENÇA, DE ACORDO COM ACHADOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS?
A
  • IDADE ESCOLAR - é rara a abertura do quadro antes dos 5 anos e após os 35 anos.
  • 3 ETAPAS:
  • 1ª ETAPA = AVALIAÇÃO CLÍNICA + LABS PARA AVALIAR FUNÇÃO HEPÁTICA + TESTES DO METABOLISMO DO COBRE
  • 2ª ETAPA = TESTES MOLECULARES
  • 3ª ETAPA = se testes moleculares indisponíveis ou inconclusivos -> DOSAGEM DE COBRE HEPÁTICO
  • APÓS A REALIZAÇÃO DA ETAPAS É REALIZADO O ESCORE DE FERENCI - pontuação de 4 ou mais = Doença de Wilson.
20
Q

QUAIS SÃO OS TESTES UTILIZADOS PARA AVALIAR O METABOLISMO DO COBRE? (2)

A
  1. DOSAGEM DE CERULOPLASMINA SÉRICA
  2. DOSAGEM DO COBRE URINÁRIO NA URINA DE 24 HORAS
21
Q

O TRATAMENTO DA DOENÇA DE WILSON É REALIZADO EM 2 ETAPAS. QUAL O OBJETIVO DE CADA ETAPA DO TRATAMENTO?

A

1ª ETAPA: objetivo = remover o cobre acumulado

2ª ETAPA: objetivo = evitar novo acúmulo de cobre.

22
Q

DOENÇA DE WILSON - 1ª ETAPA DO TRATAMENTO:

  • QUAL O OBJETIVO DESSA ETAPA:
  • COMO É REALIZADA A PRIMEIRA ETAPA?
  • COMO REALIZAR A MONITORIZAÇÃO DA RESPOSTA AO TRATAMENTO?
A
  • Objetivo = Remover o cobre acumulado
  • A remoção do cobre é realizada pelo uso de quelantes = D-PENICILAMINA (dose: 20 mg/kg/dia). Melhora clínica em 2-6 meses.

Obs: em alguns pacientes, esta terapia pode piorar os sintomas neuropsiquiátricos, sendo então indicada a TRIENTINA (quelante de 2ª linha). Para ambas as drogas, é necessário monitorizar a função renal e os efeitos tóxicos medulares.

  • MONITORIZAÇÃO DA RESPOSTA AO TRATAMENTO: DOSAGEM DO COBRE URINÁRIO: entre 200 e 500 mcg/24 horas.
23
Q

DOENÇA DE WILSON - 2ª ETAPA DO TRATAMENTO:

  • QUAL O OBJETIVO DESSA ETAPA?
  • COMO É A REALIZADA A SEGUNDA ETAPA DE TRATAMENTO? (2)
  • COMO REALIZAR A MONITORIZAÇÃO DO TRATAMENTO CONTÍNUO?
  • O QUE FAZER NOS CASOS DE INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA AGUDA OU DOENÇA HEPÁTICA DESCOMPENSADA QUE NÃO RESPONDEM À TERAPIA MEDICAMENTOSA?
A
  • Objetivo = EVITAR NOVO ACÚMULO DE COBRE
  • 2ª ETAPA / ETAPA DE MANUTENÇÃO:
  • Dieta com baixo teor de cobre (evitar consumo de moluscos, nozes, chocolate, cogumelos e carnes) pelo menos até a normalização das enzimas hepáticas e a remissão dos sintomas.
  • Droga: ZINCO (na forma de acetato, sulfato ou gluconato) por toda a vida - também é recomendado para crianças assintomáticas, pois evita a progressão da doença!
  • MONITORIZAÇÃO DO TRATAMENTO: solicitar 1x/semana no início do tratamento, a cada 1-3 meses até a remissão e a cada 3-6 meses após: exame físico, hemograma, função hepática, função renal, proteinúria, cobre sérico e cobre urinário de 24 horas
  • TRANSPLANTE DE FÍGADO - é curativo para a doença de Wilson porque corrige o defeito enzimático!

O prognóstico para pacientes que aderem ao tratamento é excelente, mesmo nos paciente que já têm doença hepática avançada! Em pacientes sem doença hepática avançada, a expectativa de vida é normal.

24
Q

HEMOCROMATOSE HEREDITÁRIA:

É CARACTERIZADA POR QUAL ALTERAÇÃO?

A

ABSORÇÃO EXCESSIVA DO FERRO PROVENIENTE DA DIETA, com consequente lesão tecidual.

Existem 4 tipos de hemocromatose hereditária, sendo o tipo 1 o mais comum (92% dos casos)

É a doença genética mais comum em populações caucasianas!

25
Q

HEMOCROMATOSE HEREDITÁRIA:

  • ONDE O FERRO INGERIDO É ABSORVIDO E COMO ELE É ELIMINADO DO NOSSO CORPO?
  • QUAL O MECANISMO FISIOPATOLÓGICO DA HEMOCROMATOSE? QUAIS OS PRINCIPAIS LOCAIS DE DEPOSIÇÃO DO FERRO (5)?
A
  • De todo o ferro ingerido na dieta, 10% é absorvido na mucosa do intestino delgado e a eliminação ocorre aproximadamente na mesma porção através do suor, células da pele e do trato gastrointestinal. Assim, o ferro corporal se mantém praticamete constante.
  • Na hemocromotose, uma mutação leva à absorção excessiva de ferro. Como não há um mecanismo fisiológico de excreção do ferro em excesso, ele se acumula no organismo e se deposita - FÍGADO, PÂNCREAS, ARTICULAÇÕES, PELE E HIPÓFISE.

Os mecanismos exatos para que ocorra a absorção excessiva ainda não estão claros.

26
Q

HEMOCROMATOSE HEREDITÁRIA:

QUAIS SÃO AS QUEIXAS INICIAIS MAIS COMUNS, QUE APARECEM JÁ NA FAIXA ETÁRIA PEDIÁTRICA?

A

Raramente ocorrem sintomas <20 anos de idade!

As queixas mais comuns são inespecíficas:

DOR ABDOMINAL, FRAQUEZA, GANHO DE PESO, ALTERAÇÕES NO SONO.

  • Outras alterações: hepatomegalia, elevação AST/ALT, icterícia, ascite, cirrose, hipogonadismo hipogonadotrófico, artropatia, arritmias e insuficiência cardíaca.
  • Possuem risco elevado de desenvolver carcinoma hepatocelular.
  • São mais predispostos a infecções por bactérias que têm virulência aumentada na presença de ferro - Yersinia enterocolitica, Vibrio vulnificus, Listeria monocytogenes e Pasteurella pseudotuberculosis.
27
Q

QUAL A TRÍADE CLÁSSICA DA HEMOCROMATOSE HEREDITÁRIA?

*Aparece apenas na fase ADULTA, após os 40 anos de idade!

A

TRÍASE CLÁSSICA:

CIRROSE (fígado)

+ DIABETES

+ PIGMENTAÇÃO DA PELE

(“diabético bronzeado”)

28
Q

HEMOCROMATOSE HEREDITÁRIA:

  • QUAIS EXAMES SOLICITAR DIANTE DA SUSPEITA CLÍNICA? (2)
  • COMO CONFIRMAR O DIAGNÓSTICO?
A
  • Na suspeita clínica -> avaliar metabolismo do ferro: SATURAÇÃO DE TRANSFERRINA e FERRITINA SÉRICA. É considerado alterado:

Sat transferrina > 45% + Ferritina sérica > 200 em homens e > 150 em mulheres

  • CONFIRMAÇÃO = TESTE GENÉTICO para detectar mutações HFE.
29
Q

HEMOCROMATOSE HEREDIÁRIA:

QUAL O TRATAMENTO?

(2 opções terapêuticas: uma para pacientes sem anemia e outra para pacientes com anemia associada)

A

2 opções terapêuticas:

QUELANTES DE FERRO (deferoxamina, deferiprona, deferasirox) - para pacientes anêmicos.

FLEBOTOMIA - para pacientes sem anemia significativa:

  • Indicações: Sintomáticos + ferritina > 500 + sat transferrina > 60%

ou Evidência de sobrecarga de ferro em órgão através de exames de imagem (RM, US)

Obs: nos pacientes que não se enquadram nesses critérios, pode ser feito acompanhamento anual sem tratamento.

  • Benefícios: melhora das varizes esofágicas, redução no grau de fibrose hepática, reversão da disfunção ventricular esquerda e reversão parcial do hipogonadismo secundário em homens.
  • Monitorização da resposta ao tratamento: dosagem de ferritina sérica e sat transferrina.
30
Q

SE UMA PESSOA HÍGIDA INGERIR CRONICAMENTE QUANTIDADES ELEVADAS DE FERRO, ELA PODERÁ TER AS MESMAS MANIFESTAÇÕES DA HEMOCROMATOSE?

A

NÃO!!

A ABSORÇÃO INTESTINAL DE FERRO É REGULADA FISIOLOGICAMENTE DE ACORDO COM O NÍVEL DE FERRO SÉRICO! A DOENÇA SÓ OCORRE PORQUE HÁ UMA MUTAÇÃO QUE LEVA A UMA ABSORÇÃO INTESTINAL EXAGERADA DO FERRO, INDEPENDENTE DESSE MECANISMO REGULATÓRIO!