Hemorragia Digestiva Alta Flashcards

1
Q

Quais são as classificações da HDA?

A
  • Sangramento maciço: aquele que se acompanha de alterações circulatórias indicativas de perdas volêmicas expressivas, tais como hipotensão, taquicardia, oligúria, sede e sinais de vasoconstrição periférica. (Perda de no mínimo 20% do volume intravascular, ou, transfusão de mais de 2l).
  • Sangramenro manifesto: aquele onde se evidencia hematêmese e/ou melena e/ou hematoquezia, porém sem comprometimento hemodinâmico, não requerem hemotransfusões volumosas, não tem sinais de perda volêmica.
  • Sangramento oculto: detectado por pesquisa positiva de sangue oculto nas fezes, com ou sem anemia, porém não se traduzindo por hematêmese, melena, hematoquezia ou repercussão hemodinâmica aguda.
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2
Q

Quais são as principais etiologias da HDA?

A
1- úlcera péptica
2- lesão aguda da mucosa gastroduodenal
3- úlcera gástrica 
4- varizes esofagianas 
5- síndrome de Mallory-Weiss
6- esofagites 
7- câncer gástrico
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3
Q

Como é caracterizada a lesão na mucosa gástrica duodenal?

A

Aparecimento de erosões superficiais da mucosa gástrica, acometendo inicialmente a região proximal (secretora de ácido e pepsina) do estômago. São caracterizadas por múltiplas lesões hemorrágicas, puntiformes, associadas com alterações da superfície epitelial e edema. Como complicação clínica podem exteriorizar-se por HDA.

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4
Q

Quais as origens do sangramento digestivo alto por úlcera duodenal?

A
  • origem da erosão de um grande vaso, comumente a artéria gastroduodenal
  • resulta a exsudação do tecido de granulação existente na base da úlcera
  • duodenite erosiva satélite à úlcera
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5
Q

Do que resulta a hipertensão portal?

A

Resulta de um bloqueio ao fluxo sanguíneo do leito portal à veia cava. Tal bloqueio pode ocorrer em vários níveis de circulação portal.

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6
Q

Qual a fisiologia das varizes esofagianas?

A

Normalmente, o sangue flui de altas pressões no sistema portal aos sinusóides hepáticos, às veias hepáticas e daí aos fluxos de baixas pressões da veia cava e circulação venosa sistêmica. Quando nada interfere com este fluxo, a circulação colateral virtual existente entre os territórios portal e sistêmico, ao nível da junção cardioesofágica, reto e região periumbilical, permanece ocluída. Com o desenvolvimento de hipertensão portal, o fluxo sanguíneo que normalmente vai das veias coronárias para a veia esplênica, inverte-se, forçando a abertura de colaterais situadas entre o esôfago e as veias gástricas, assim como em outras regiões, levando ao desenvolvimento de varizes esofagianas, hemorroidas internas e dilatação das veias periumbilicais.

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7
Q

Como pode ocorrer a ruptura das varizes esofagianas?

A

A ruptura primária do vaso pode ocorrer por aumento da pressão intravenosa, anormalidade ou fraqueza da estrutura da veia, turbulência do fluxo venoso entre as varizes e as veias periesofágicas no terço distal do esôfago, ou por uma combinação desses fatores. Como regra geral, quando maiores as varizes, mais comumente elas sangram. É estimado que um terço dos cirróticos que apresentam varizes volumosas desenvolverá HDA em 1 a 2 anos.

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8
Q

Como é o quadro das varizes esofagianas no paciente cirrótico?

A

A ruptura das varizes esofagianas no cirrótico acarreta, quase sempre, deterioração da função hepatocelular. A anemia reduz o suprimento de O2 ao fígado e aumenta o consumo metabólico por aumento do catabolismo proteico pós-sangramento. A redução da pressão arterial reduz o fluxo arterial hepático, que é o responsável pelo suprimento sanguíneo dos nódulos de regeneração hepática. Como consequência, ter-se-á a isquemia ou necrose dos nódulos. A absorção aumentada de N2, no intestino pode originar encefalopatia ou coma hepático. A deterioração da função hepática pode ainda precipitar icterícia e ascite.

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9
Q

O que é a síndrome de Mallory-Weiss?

A

Hemorragias secundárias à ruptura longitudinal da mucosa na vertente gástrica na junção esofagogástrica.
Habitualmente, o quadro hemorrágico se isentá-lo após vômitos repetidos — especialmente em alcoólatras — embora possa seguir-se a outras eventualidades como crises de soluço, exercícios extenuantes, gastroscopia, ressuscitação cardiopulmonar e trabalho de parto.

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10
Q

Qual a patogenia da síndrome de Mallory-Weiss?

A

Parece resultar de elevados gradientes pressóricos, ocorrendo transitoriamente entre as pressões intragástrica e intratorácica a nível da junção gastroesofágica. Quando esta junção é elevada energicamente acima do diafragma, o gradiente promove sua dilatação com consequente laceração da mucosa.

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11
Q

Quais os fatores que influenciam a perda sanguínea por HDA?

A

Velocidade e magnitude do sangramento, a idade do paciente, suas condições clínicas prévias, particularmente estado de sistemas fisiológicos principais e eventual uso de medicamentos.

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12
Q

O que pode indicar a aparência do sangue na HDA?

A

Pode indicar tempo de ocorrência, se recente ou não.

  • sangue rutilante com ou sem coágulos: indica sangramento recente e/ou em atividade
  • sangue escuro, tipo borra de café: produto da sua degradação pelo ácido clorídrico e, portanto, compatível com sangramento de evolução mais longa.
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13
Q

Quais pontos importantes da anamnese devem ser questionados?

A
  • procedência do paciente: prevalência de esquistossomose em determinadas regiões do país, leva a possibilidade de sangramento por ruptura de varizes esofagianas.
  • antecedentes de dor epigástrica com ritmicidade e periodicidade que cedeu com o sangramento: sugere etiologia ulcerosa, mesmo que a primeira manifestação da úlcera possa ser HDA.
  • uso de medicamentos principalmente analgésicos, antitérmicos, anti-inflamatórios e antirreumáticos.
  • ingestão de bebidas alcoólicas: presença tanto de LAMGD como varizes esofagianas
  • ocorrência de vômitos prévios principalmente repetitivos ou forçados: síndrome de Mallory-Weiss
  • paciente com a presença além de HDA de petequias, equimoses e sangramentos: exige investigação de outros distúrbios sanguíneos.
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14
Q

Como é definida a hemorragia digestiva alta (HDA)?

A

Qualquer sangramento proximal ao ligamento de Treitz, podendo exteriorizar-se sob a forma de hematêmese, melena, hematoquezia ou sangue oculto nas fezes.

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15
Q

Qual o tratamento de um paciente com HDA?

A

A prioridade no atendimento ao paciente com hemorragia digestiva alta é a estabilização hemodinâmica com fluidos cristaloides intravenosos, de preferência com acessos venosos calibrosos periféricos ou centrais.
Naqueles pacientes com sangramento ativo e coagulopatia/plaquetopenia, deve-se considerar a transfusão de plasma fresco e plaquetas, respectivamente.
Transfusões sanguínea geralmente devem ser adm com a presença de hipotensão, sinais de choque e níveis de hemoglobina menores que 7g/dl.

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16
Q

Quais os exames laboratoriais a serem pedidos em caso de HDA?

A

Hemograma, ureia, creatinina, sódio, potássio, coagulograma e testes de função hepática.

17
Q

Quais as indicações e as contraindicações para a realização de sondagem nasogástrica para determinar sangramento e endoscopia, no caso da HDA?

A

A inserção de sondas nasogástricas para determinar se o sangramento é alto ou baixo tem pouca sensibilidade para melena ou hematoquezia. Há dados demonstrando que após lavagem negativa, cerca de 15% dos pacientes podem ter lesões de alto risco à endoscopia. A infusão de eritromicina IV previamente ao exame endoscópico demonstrou ter aumentado em proporções significativas o esvaziamento gástrico e reduziu o tempo de exame. Orienta-se a adm IV de 250mg 20-30 min previamente ao procedimento, após descartar suas contraindicações.