HAS Flashcards
HAS
Di-idropiridínicos
DEFINIÇÃO
- Doença crônica que causa elevação sustentada da PA
PAS> 140
PAD >90
-HAS resistente: PA acima da meta com mais de 3 anti-hipertensivos de diferentes classes, sendo um deles um diurético, com doses máximas e adesão comprovada. Esta incluso nesse grupo pacientes em uso de 4 remédios porém com pressão controlada.
-HAS refratária: não há controle da PA com 5 ou mais remédios. Esta incluso nesse grupo pacientes em uso de 4 remédios porém com pressão não controlada.
- Crise hipertensiva: elevação da pressão sintomática. Pode ser uma urgência hipertensiva, sem lesão de órgão alvo, ou uma emergência hipertensiva, com lesão progressiva de órgão alvo e risco iminente de morte.
FR:
- etnia negra
- ingesta aumentada de sal: a média brasileira é de 4,7g sódio por dia, a OMS recomenda até 2g por dia.
- baixa ingesta de potássio
FISIOPATOLOGIA
- SRAA com ativação exacerbada: retenção de água e sódio periferia
- Sistema simpático: vasoconstrição periférica e ativação do SRAA
- Rim: aumenta PA após ingestão de sal retendo volume
- Enrijecimento da parede dos vasos
QUADRO CLÍNICO
- Sintomas evidentes após lesão de órgão alvo.
- cefaleia quando elevações significativas: acima de 180x110.
Lesões de órgão alvo:
1. Doença arterial coronária: dor torácica, IAM
2. ICC: dispneia
3. AVE: déficit neurológico
4. Disfunção sexual
5. Nefropatia hipertensiva
DIAGNÓSTICO
- Aferição da PA: mangusto grande deixa PA mais baixa e manguito pequeno aumenta PÁ. Aferir nos 2 membros na 1º consulta (anotar membro com a maior delas). Hipotensão ortostática quando suspeitas deve aferir com o paciente de pé, se PÁS maior que 20 ou diastólica maior que 10 comparada a PA sentada confirma.
1. MRPA: medição residencial de pressão arterial. 2 aferições por período por 7 dias ou pelo menos 3 aferições no dia por 5 dias.
2. MAPA: monitorização ambulatorial de pressão arterial. Em 24h, aferições a cada 15 ou 30min por um dia todo.
Valores de diagnóstico:
1. Consultório acima de 140x90
2. MRPA: acima de 130x80
3. MAPA: vigília 135x80, sono 120x70, 24h acima de 130x80.
Como firmar o diagnóstico?
Se: PA acima de 140x90 + risco cardiovascular baixo ou intermediário: segunda aferição é necessária: ou na próxima consulta ou via MRPA ou MAPA.
Se: PA acima de 140x90 + risco cardiovascular ALTO OU PA acima de 180x110 isolada: o diagnóstico de HAS já é estabelecido.
Criança e adolescentes:
PAD ou PÁS acima do percentil 95 em pelo menos 3 ocasiões distintas.
- Risco cardiovascular: IMC, circunferência abdominal (acima de 102 em homem e 88 em mulher), ausculta cardíaca.
- Identificação de LOA: ecocardiograma, USG de carótida, albuminúria (relação albumina/creatinina)
- Exame de fundo de olho: classifica a retinopatia hipertensiva em 4 graus:
1. Grau I: leve estreitamento arteriolar
2. Grau II: arteríolas em fio de cobre e cruzamento arteriolovenulares
3. Grau III: hemorragias em chama de vela, exsudatos algodonosos
4. Grau IV: papiledema
- Exame de fundo de olho: classifica a retinopatia hipertensiva em 4 graus:
Exames de rotina recomendados:
1. Urina I, ácido úrico, creatinina para cálculo de ritmo de filtração glomerular (RFG).
2. Potássio
3. Glicemia de jejum
4. Colesterol, HDL, triglicerídes
5. Eletrocardiograma
CLASSIFICAÇÃO:
FR: idade: acima de 55 homem e 65 mulher, dislipidemia, obesidade, tabagismo, DCV prematura (antes da idade acima) em familiares de 1 grau, resistencia a insulina.
1. Hipertensão maligna: níveis acima de 180x110 + retinopatia hipertensiva grau III e IV.
2. Pré-hipertensão: 130-139 / 80-85
3. HAS estágio 1: 140-150 e 90-99
4. HAS estágio 2: 160-179 e 100-109
5. HAS estágio 3: >180 e >110
HAS SECUNDÁRIA
FR: inicio precoce (menos de 30 anos), sem obesidade, piora aguda, hipertensão resistente, emergência hipertensiva, LOA desprorporcional ao valor da PA, associação com hipocalemia ou alcalose respiratória.
Causas:
1. Doença parenquimatosa renal: hematúria, proteinúria, elevação de creatinina, edema, anorexia e fadiga. Solicitar exame de urina, cálculo de RFG USG renal, pesquisa de albuminúria/proteinúria.
2. Doença renovascular
3. Síndrome da apneia e hipopneia obstrutiva do sono (SAHOS): roncos, obesidade, sonolência diurna. Questionário de Berlim, polissonografia com IAH>5.
4. Hiperaldosteronismo primário: hipertensão resistente, hipocalemia espontânea, alcalose metabólica, fraqueza muscular. Aldosterona >15, relação aldosterona/renina >30. TC com cortes finos ou RNM.
5. Síndrome de Cushing: ganho de peso, face em lua cheia, estrias, giba dorsal. Cortisol salivar, cortisol urinário livre de 24h e teste de supressão cortisol. RNM.
6. Feocromocitomas: HAS paroxística com cefaleia, sudorese e palpitações. Metanefrinas plasmáticas livres, catecolaminas séricas e metanefrinas urinárias. TC ou RNM.
7. Coarctação da aorta: pulsos femorais ausentes ou reduzidos, PA diminuída em MMII. Ecocardiograma, angiotomografia de aorta.
TRATAMENTO
1. Mudança do estilo de vida: em pré-hipert e HAS I com RCV baixo ou moderado aguardar 3-6 meses efeito das mudanças de estilo de vida, se ausência do controle da PA iniciar tratamento farmacológico.
- Perda de peso: redução de 5% do peso diminui 20-30% da PA.
- Circunferência abdominal: manter <80 em mulher e <94 homem.
- IMC: menos que 25 até 65 nos e menor que 27 após 65 anos.
- Alimentação: redução de carne vermelha, doces, bebida com açúcar e sódio (2g/dia = 5g de NaCL).
- Álcool: até 1 dose (14g de etanol = 350mL de cerveja, 150mL de vinho e 45mL de bebida destilada) para mulheres e 2 doses para homens.
- Atividade física: treinamento aeróbico + treinamento resistivo no mínimo 30min/dia (contínua ou acumulada 2x 15min ou 3x de 10min) de 5-7 dias/semana.
- Controle do estresse: psicoterapia, meditação, relaxamento
- Fármacos: iniciar apenas em pré-hipertensos e HAS I se tiverem alto risco cardiovascular ou DCV estabelecida. Em todos HAS II e III independente do risco cardiovascular.
Meta: considerar idade, DCV e fatores de risco.
- Valor menor que 140/90 e não inferior a 120/70.
- Idosos: idade cronológica, estado funcional, fragilidades e comorbidades. A redução intensa reduz risco cardiovascular, porém aumenta efeitos colaterais como quedas e insuficiência renal. Metas individuais. Idoso hígido 130x70-79. Idosos frágil 140-149x70-79
Classes farmacológicas com desfechos cardiovasculares: IECA, BRA, diurético tiazídico e bloqueadores de canal de cálcio.
Monoterapia: HAS I + risco CV baixo ou moderado
Terapia combinada: HAS I + risco CV alto e todos os hipertensos estágio II e III.
- IECA (INIBIDORES DA ENZIMA CONVERSORA DE ANGIOTENSINA)
- MA: inibe conversão de ang I em ang II + vasodilatação por degradação de bradicinina. Menos hipotensor que o diurético.
- EC: tosse seca (aumenta bradicinina), angioedema, hipercalemia (se K >5,5 retirar medicamento), piora transitória da função renal (aumento de 30% da creatinina deve motivar suspensão). Contraindicado em gestante.
- Captopril
- Ramipril
- Enalapril: 10 e 20mg. Chegar até 40mg. Sempre 1x/dia.
I. Enalapril 10mg —————- contínuo
Tomar 1 comprimido pela boca de manhã ou noite.
II. Enalapril 20mg ————— contínuo
Tomar 1 comprimido pela boca de manhã ou noite.
- BRA (BLOQUEADORES DO RECEPTOR AT1 DE ANGIOTENSINA II)
- MA: inibem ação da ang II, se ligam aos receptores. Menos hipotensor que diurético.
- EC: hipercalemia (se K >5,5 retirar medicamento), piora transitória da função renal (aumento de 30% da creatinina deve motivar suspensão). Contraindicado em gestante.
- Losartana: 25-100mg VO 1x/dia. Não partir medicamento.
- Valsartana
I. Losartana 50mg ——————————— contínuo
Tomar 1 comprimido pela boca de manhã ou noite.
II. Losartana 50mg ——————————— contínuo
Tomar 2 comprimidos pela boca de manhã ou noite.
NÃO ASSOACIAR IECA E BRA! RISCO DE INSUFICIENCIA RENAL E HIPERCALEMIA!
- DIURÉTICO TIAZÍDICO
- MA: atuam no túbulo distal dos néfrons, inibem transporte de íon NA e Cl para dentro da célula. Nas primeiras semanas resultado vem da ação natriurética, depois o efeito duradouro é através da redução da resistência vascular periférica.
- Ótimo para mulheres na pós-menopausa pois reduz excreção de cálcio e melhora densitometria óssea.
- EC: hipopotassemia, hiperurucemia, hipercalcemia, hipergliceemia, hiperlipdemia. CÂIBRAS e DISFUNÇÃO ERÉTIL,
- CONTRAINDICAÇÃO: Clearence <30, GOTA (pode aumentar nível sérico de ácido úrico).
- Hidroclorotiazida: 50-100mg/dia VO divididos em 1-2x.
- Clortalidona
I. Hidroclorotiazida 25mg ———————————– contínuo
Tomar 1 comprimido pela boca de manhã todos os dias.
II. Hidroclorotiazida 25mg ——————————– contínuo
Tomar 1 comprimido pela boca de manhã e 1 comprimido de noite todos os dias.
III. Hidroclorotiazida 50mg ——————————– contínuo
Tomar 1 comprimido pela boca de manhã todos os dias.
- BLOQUEADOR DO CANAL DE CÁLCIO
- MA: diminuem níveis intracelulares de ca nas células musculares das arteríolas -> diminuem resistência vascular periférica.
- 2 grupos:
- Anlodipino: 5-10mg VO 1x/dia.
- Nifedipino
- Mais vasosseletivos e mais utilizados.
- EC: edema de MMII -perimaleolar- (associar com IECA ajuda) e cefaleia.
I. Anlodipino 5mg ——————– contínuo
Tomar 1 comprimido pela boca de manhã/noite todos os dias.
II. Anlodipino 5mg —————— contínuo
Tomar 2 comprimidos pela boca de manhã/noite todos os dias.
Não Di-idropiridínicos
- Verapamil
- Dialtiazem
-EC: bradicardia (deprime função sistólica), contraindicado para ICC.
- Evitar uso com betabloqueador.
- BETABLOQUEADORES
- Reservados a situações específicas como: hipertireoidismo, enxaqueca associada, DAC, IC com fração de ejeção reduzida.
- Atenolol: 50-100mg VO 1x/dia.
- Propanolol
- Metoprolol
- EC: bradiarritimia, broncoespasmo, intolerância a glicose e dislipidemia.
I. Atenolol 50mg ——————— contínuo
Tomar 1 comprimido pela boca de manhã/noite todos os dias.
HAS GESTANTE
- METILDOPA
- Droga de escolha.
- Dose inicial: 250mg 2-3x/dia. Aumenta a cada 2 dias se necessário.
- Usar até de 6/6h.
- Dose máxima: 3000mg/dia. - NIFEDIPINO LIBERAÇÃO LENTA (Retard)
- 30-90mg/dia
- Aumentar em intervalos de 7 dias.
- Dose máxima: 120mg/dia. - HIDRALAZINA
- 25mg (meio comprimido).
- Aumentar de 12,5 a 25mg/dia a cada 2-4 dias.
- Dose máxima 200mg/dia.
PARA GESTANTE C/ PA CRÔNICA + usavam anti-hipertensivo + PA abaixo de 120x80 + sem lesão de órgão alvo -> suspender medicação e continuar acompanhamento rigoroso da PA.
GESTANTE C/ HAS CRÔNICA: descontinuar IECA, BRA e espironolactona.
ALTERAÇÕES CARDÍACAS + Betabloq: Deve-se considerar manter o uso em casos de arritmia ou cardiopatia isquêmica, por exemplo. Dentre os betabloqueadores, preferir o uso de Metoprolol.
METAS
Na HAS não-complicada:
PAS 130-150 mmHg
PAD 80 a 100 mmHg
HAS complicada (lesão em órgão-alvo, doença cardiovascular concomitante):
PAS: 120-140
PAD: 80-90
Os anti-hipertensivos utilizados na HAS crônica não protegem contra a progressão para pré-eclâmpsia sobreposta.
Na suspeita de pré-eclâmpsia, a paciente deve ser avaliada em Emergência Obstétrica/ Centro Obstétrico imediatamente. Crise hipertensiva na gestação (pressão arterial sistólica maior ou igual a 160 mmHg ou pressão arterial diastólica maior ou igual a 110 mmHg) também é indicado encaminhamento para Emergência Obstétrica/ Centro Obstétrico.
EXAMES DE ROTINA HAS
Glicose
Ácido úrico
Creatinina
Colesterol total
HDL
Triglicerídeo
LDL FORMULA = CT - HDL - TG/5 (so triglicerídeo eh dividido
Potássio
Urina
ECG