G2.2 Oncologia 1 (Colo, Endométrio e Vulva) Flashcards
Fatores de Risco para Câncer de Endométrio
- Obesidade: mais importante, devido aromatização periférica
- Idade >60 anos
- Hiperplasia Endometrial
- Nuliparidade
- Anovulação Crônica (SOP): sem proteção da progesterona
- Terapia Hormonal apenas com Estrogênio
- Tamoxifeno
- Diabetes
- Menacme Longo
- Síndrome de Lynch II
Fatores de Proteção para Câncer de Endométrio
- ACO: fator que confere maior proteção
- Multiparidade
- Tabagismo
- Terapia Hormonal combinada
- Perda de Peso
- DIU com levonorgestrel
Qual principal tumor ovariano relacionado ao Câncer de Endométrio
- Tecoma: tumor produtor de estrogênio, causando hiperplasia endometrial
(V ou F)
A principal apresentação clínica do Câncer de Endométrio é ausência de sintomas
Falso, mais de 90% das mulheres apresentam, como principal sintoma, sangramento uterino anormal (peri ou pós menopausa)
Quem deve ser rastreada para Câncer de Endométrio
Mulheres com Síndrome de Lych II:
- A partir dos 25 anos deve fazer exame pélvico, USG TV e biópsia endometrial TODO ANO
- Após prole constituída devem fazer HTA + Anexectomia bilateral
Achado da Colpocitologia Oncótica sugestivo de Câncer de Endométrio
Células endometriais, após 10 dias do início da menstruação, sobretudo nas >40 anos
Achados da USG TV sugestivos de Câncer de Endométrio
- Espessura >4-5mm sem TRH
- Espessura >8mm com TRH
- Coleções líquidas intrauterinas
- Massa polipoide
- Endométrio irregular e ecogenicidade mista
Como investigar casos suspeitos de Câncer de Endométrio
- Histeroscopia com biópsia: padrão ouro
- Curetagem fracionada (semiótica): 2ª opção
- Cureta de Novak: muito falso negativorio
Qual lesão precursora de Câncer de Endométrio?
Hiperplasia endometrial, especialmente as atípicas (considerada com Neoplasia Intraepitelial Endometrial)
Câncer de Endométrio mais comum
Tipo I: Adenocarcinoma Endometrioide
O que preciso saber do Câncer de Endométrio Tipo II?
→ “Tudo ao contrário do Tipo I”
- Carcinoma de Células Claras
- Não tem relação com hiperestrogenismo
- Origina-se de epitélio atrófico
- Mulheres magras
- Menos sensível aos progestágenos
- Pior prognóstico
- Mais indiferenciado
Quais principais causas de Sangramento Uterino Anormal na Pós Menopausa
- Atrofia Endometrial (30%)
- Uso de TRH (30%)
- Câncer de Endométrio (10-15%)
- Pólipos Endometriais/Cervicais
- Hiperplasia nedometrial
- Outros: câncer de colo, sarcoma, trauma etc
Tratamento da Hiperplasia Endometrial
1) Sem Atipia:
- Progesterona: cíclica ou contínua, VO ou IM
- Histerectomia: na menopausa, má adesão tratamento, refratariedade
2) Com Atipia
- Progesterona: se deseja gestar ou alto risco cirúrgico
- Histerectomia: tratamento padrão
Etapas do Estadiamento Cirúrgico/Tratamento do Câncer de Endométrio
→ Laparotomia
1) Lavado Peritoneal
2) Exploração do Abdome e Pelve
3) Histerectomia + Anexectomia bilateral
4) Linfadenectomia Pélvica e Para-aórtica: se suspeita de invasão
(V ou F)
Tanto no tratamento da Hiperplasia Endometrial com Atipia como no do Câncer de Endométrio, está indicada a salpingo-oofororectomia bilateral.
Falso, nos casos de hiperplasia, só devem ser retirados os anexos caso a biópsia de congelação na sala evidencie neoplasia.
Quando pode ser optada a via laparoscópica em detrimento da laparotômica no tratamento do Câncer de Endométrio?
- Estágio inicial
Quais pacientes com câncer de endométrio podem fazer terapia clínica em detrimento da cirúrgica?
- Estágio IA G1 + Desejo de Gestar: invasão menor que 50% do endométrio e células bem diferenciadas
→ Pode-se tentar progesterona e depois da prole devem fazer tratamento padrão
Quais pacientes devem fazer RT +/- QT adjuvante?
- Radioterapia: a partir do Estágio IB (≥50% de acometimento do endométrio)
- Quimioterapia: metástase extrapélvica (IVb)
Quando suspeitar de Sarcoma Uterino?
Massa miomatosa que cresce rapidamente após menopausa: degeneração sarcomatosa
Principal via de disseminação do Câncer de Endométrio, Vulva, Sarcoma Uterino?
- Linfática
- Linfática: inguinais e femorais
- Hematogênica
Fator de Risco para Câncer de Vulva
- Os mesmos do de Ca Colo Uterino em mulher idosa
- Linfogranuloma Venéreo
Quando suspeitar de Câncer de Vulva e qual local mais comum de acometimento?
- Paciente idosa + prurido vulvar + lesão hipo/hipercrômica em vulva
- Grandes Lábios
Como investigar lesões vulvares suspeitas?
- Vulvoscopia (colposcopia da vulva, usa ácido acético) ou Teste de Collins (azul de toluidina)
→ Servem para localizar local de BIÓPSIA
Principal diagnóstico diferencial de Câncer de Vulva e qual seu aspecto típico
Líquen Escleroso, é a causa mais comum de lesão hipocrômica pruriginosa na vulva
- Lesão em 8 ou “em fechadura”
(V ou F)
O tratamento curativo do Líquen Escleroso é com corticoterapia tópica de alta potência (clobetasol)
Falso, a doença não tem cura, mas o controle é com esse corticoide mesmo.
Tipos de Câncer de Vulva
- Carcinoma escamoso: principal
- Melanoma: 2º lugar
- Paget: placas avermelhadas, com descamação e erosão (pode estar associado a adenocarcinoma)
Tratamento do Câncer de Vulva
→ O mais conservador possível
- Lesões <2cm: exérese com 1-2cm de margem
- Lesões >2cm: vulvectomia (simples, ampliada, radical, suprarradical etc)
(V ou F)
Em estágios iniciais do Câncer de Endométrio, o tratamento cirúrgico se equivale à RT quanto ao sucesso terapêutico.
Verdadeiro, apesar disso, devido os efeitos colaterais da RT, prefere-se a cirurgia
Local mais comum de ocorrência das lesões precursoras e malignas do colo uterino.
Zona de Transformação
(V ou F)
A infecção cervical pelo HPV é suficiente e fundamental para desenvolvimento do CCU.
Falso, é necessária a sua permanência no organismo, além disso, a maioria das infecções são transitórias, regredindo entre 6meses e 2 anos, principalmente em <30 anos
Tipos de HPV de baixo e alto risco de oncogenicidade
- Alto risco: 16 e 18
- Baixo risco: 6 e 11
Por que devemos considerar tratar as lesões causadas pelo HPV?
- Estética: condiloma acuminado
- Prevenir malignidade
- Prevenir transmissão vertical e horizontal
Tratamento Verrugas do HPV. E nas gestantes?
- Lesões extensas: laser ou fulguração eletrocautério
- Lesões localizadas: ácido tricloroacético; Imiquimod (uso domiciliar, menos eficaz)
→ Gestante: ácido ou laser ou eletrocautério
Fatores de Risco para CCU
- HPV e outras DST
- Tabagismo
- Multiparidade, promiscuidade sexual
- Imunodepressão
- Deficiência de Vitamina A
Em qual local do colo uterino podem ser encontrados os Cistos de Nabot?
Zona de Transformação
(V ou F)
Nos casos de lesão verrucosa na gestante, a realização de cesariana com bolsa íntegra diminui a transmissibilade do vírus
Falso, é possível encontrar vírus no líquido amniótico de gestantes com HPV, portanto, a indicação sempre é obstétrica.
Complicação mais temida da transmissão vertical do HPV
Papilomatose de cordas vocais: geralmente aos 6 anos
Até qual idade pode tomar vacina de HPV?
45 anos.
Qual sintoma mais comum de câncer cervical?
Sangramento vaginal, em geral durante e após coito (sinusiorragia)
Qual exame que melhor avalia paramétrios de mulheres com câncer de colo uterino?
Toque retal
Quando e como colher colpocitologia oncótica?
- Início: 25 anos, 1x por ano, depois de 2 normais fazer 3/3anos (após coitarca)
- Fim: 64 anos, desde que com 2 exames normais nos últimos 5 anos
→ Coleta dupla: ecto e endocérvice
Conduta quanto à colpocitologia nas seguintes pacientes:
- Gestantes
- Puérperas
- HIV/AIDS e outras Imunossupressões
- Virgem
- Histerctomizadas
- Gestantes: igual população geral
- Puérperas: espera 6-8sem para colher (colo voltar ao normal)
- HIV/AIDS: após coitarca, 6/6m no 1ºano e 1x ano depois (CD4 <200 volta a 6/6m)
- Virgem: não colher
- Histerctomizadas: interrompe rastreio se HT e por doença beninga + exames antigos mostrando normalidade do colo
Cuidados que a mulher deve ter para colher preventivo
- Não utilizar duchas vaginais últimas 48h
- Abstinênica sexual últimas 48-72h
- Não usar cremes vaginais últimos 7dias
- Não estar menstruada
→ Lembrar que profissional não pode usar lubrificante no espéculo
Qual melhor época para colher o preventivo?
Período periovulatório
Quanto à colpocitologia oncótica:
1) O que é amostra satisfatória e insatisfatória?
2) Conduta diante de amostra insatisfatória
1) - Insatisfatória: material hipocelular ou com presença de componentes que prejudiquem a leitura (sangue, pus etc)
- Satisfatória: presença de células escamosas, glandulares e metaplásicas (principalmente esta)
2) Repetir exame em 6 a 12 semanas
Conduta em pacientes com os seguintes resultados do preventivo:
1) ASCUS
2) LSIL
3) AGUS
1) ASCUS:
- <25 anos: repetir em 3 anos
- 25 a 29 anos: repetir em 1 anos
- ≥30 anos: repetir em 6 meses
2) LSIL
- <25 anos: repetir em 3 anos
- ≥25 anos: repetir em 6 meses
- HIV: encaminhar para colposcopia
→ Se após 2 exames, mantiver mesmo resultado deve fazer colposcopia.
3) AGUS
- Colposcopia com análise do canal cervical
Quais os efeitos citopáticos do HPV e qual conduta?
- Disceratose
- Coilocitose
- Discariose
→ Seguir rastreamento conforme idade/risco
Ações do ácido acético e lugol na colposcopia.
- Ácido acético: coagula proteínas do citoplasma alterado (acetobranco)
- Lugol: cora células da ectocérvice ricas em glicogênio (células normais)
→ Células da endocérvicoe não são ricas em glicogênio, logo não são coradas.
Tipos de Zona de Transformação.
- Tipo 1: totalmente ectocervical
- Tipo 2: intermediária
- Tipo 3: totalmente endocervical
O que é colposcopia insatisfatória e qual conduta?
Quando não se viu a JEC.
Medidas para visualização do canal, em ordem:
- Abrir mais o espéculo → afastador endocervical → estrogênio + nova colposcopia → histeroscopia
Alterações colposcópicas com maiores suspeições de invasão maligna.
- Vasos atípicos: principal
- Mosaico grosseiro
- Pontilhado grosso
- Acetobranco denso
O que fazer com paciente que tem preventivo sem alterações mas com visualização de colo de aspecto sugestivo de malignidade?
Encaminhar para colposcopia
Método de escolha do MS para visualização do canal endocervical.
- Escovado endocervical
- Outros: curetagem endocervical e histeroscopia
Tipos histológicos mais comuns de CCU e com qual HPV se relaciona
TUMORES EPITELIAIS:
- Carcinoma de células escamosas → HPV 16 (1º lugar)
- Adenocarcinoma → HPV 18
Sabendo-se que o estadiamento do CCU é clínico, quais exames/procedimentos são permitidos pela FIGO para complementação?
- Radiológicos: RX tórax e óssea, enema baritado, pielografia
- Biópsia, conização, histeroscopia, colposcopia e curetagem endocervical
- Cistoscopia
- Proctoscopia
Estadiamento do CCU
- Estádio 0: carcinoma in situ
- Estádio I: Restrito ao colo (3,5 a 4cm)
- A1: <3mm
- A2: 3 a 5mm
- B1: 5mm a 4cm
- B2: >4cm
- Estádio II: acomete parte superior da vagina (A) e paramétrio (B)
- A1: até 4cm
- A2: >4cm
- B: paramétrio
- Estádio III:
- A: terço inferior da vagina
- B: parede pélvica/hidronefrose/rim não funcinante (exclusão renal)
- Estádio IV:
- A: bexiga e reto
- B: metástase extra-pélvica
Tratamento das Lesões intraepiteliais (NIC)
- NIC I: acompanha ou faz tto destrutivo se mantiver por 2 anos (crioterapia ou cauterização)
- NIC II/III: EZT ou Coninzação
O que fazer nos casos em que paciente apresenta NIC II/III +:
- Suspeita de microinvasão pela biópsia + colposcopia
- Limites da lesão não são bem visíveis
- JEC não visualizada
Fazer Conização: EZT está contraindicada
Tratamento do CCU conforme estadiamento
- Estádio 0: conização é dx e terapêutico
- IA1: histerectomia tipo 1 (cone se quiser gestar)
- IA2: histerectomia tipo 2
- IB1: Wertheim-Meigs
- IB2/IIA: Wertheim-Meigs ou QTRT
- ≥IIB: QTRT
O que fazer com paciente que realizou conização e laudo histopatológico confirmou se tratar de CCU estádio I?
Indicar histerectomia, caso prole constituída/não sem desejo gestacional.
Qual dado do exame clínico indica que paciente com CCU não é mais candidata à cirurgia como tratamento padrão?
Toque retal evidenciando invasão de paramétrios → Estádio IIB
(V ou F)
A radioterapia no tratamento do CCU pode ser usada em todos os estágios da doença e a QT como radiossensibilizante.
Verdadeiro
Estadiamento das lesões macroscopicamente visíveis no CCU
Pelo menos IB
O que é a medida VER E TRATAR e a quem ela está indicada?
→ Realizar EZT, antes do laudo de biópsia
- Alterações colposcópicas maiores + JEC visível + Ausência de suspeita de microinvasão
(V ou F)
Há associação entre câncer de vulva e líquen escleroso.
Verdadeiro. É fator de risco para a doença