FILARIOSE Flashcards
Agente etiológico
Wuchereria bancrofti
Ciclo biológico
Transmissão: picada pelo mosquito Culex quiquifaciatus infectado por larva L3
Vermes adultos - habitam sistema linfatico humano, causando inflamação, reproduzem e dão origem a ovos que eclodem dando origem às microfilarias, que circulam nos vasos linfáticos e na circulação sanguínea.
Microfilarias- na corrente sanguínea são ingeridas por mosquitos e se tornam larvas
Larvas - forma infectante (L3), transmitida pela picada do mosquito
Manifestação clínica
Filárias atuam sobre o sistema linfático enquanto as microfilárias no ambiente extralinfático.
Assintomática- pode ter dano renal, pulmonar e/ou hepático pel apresença de microfilárias no sangue
Aguda - A presença de filárias nos linfonodos causa adenite, com hiperplasia de eosinofilos e histiócitos, pode dar origem também a granulomas. Pode ocorrer também funiculite devido a lesão do cordão espermático, com inflamação local. Há também a obstrução linfática, desencadeadora de edema. Ocorre também sintomas sistemicos, como dor, febre e hiperemia no local de inflamação
Eosinofilia pulmonar tropical - em reação a hipersensibilidade, ocorre dispineia, sibilos e inflamação das cias aéreas.
Crônica - Ocorre adenopatia, pode ocorrer infecções bacterianas secundárias no local de edema, ocorre fibromiosite, hipertrofia e fibrose dérmica, perda da elasticidade da pele, ceratose e rachaduras na pele.
Fatores que contribuem para cronicidade
Quantidade de parasitas, resposta imune, reinfecções e infecções bacterianas secundárias.
Patogenia
as lesão são causadas por danos mecânicos e danos irritativos.
Mecânicos - o verme adulto gera obstrução, leva a estase do liquído linfático (linfagectasia) e a linforragia, com derramamento do líquido linfático no interstício e órgãos (ascite, linfotoráx, linfocele e quilúria que é urina branca com linfa)
Irritativos - verme adulto aós a morte libera substâncias imunogênicas, além dos próprios produtos do metabolismo do verme ser imunogênico, causa linfangite, linfadenite e fenômenos alérgicos
Eosinofilia pulmonar tropical
é uma reação de hipersensibilidade a microfilária, com exsudato eosinofílico, fibrose do interstício pulmonar
Elefantíase
é um quadro crônico com cerca de mais de 10 anos de parasitismos. Passa pelas seguintes fases: linfangite, linfadenite, linfangectasia, linforragia, linfadema, esclerose da derme, hipertrofia da dereme e aumento do volume do órgão. Comum em órgão genital, membros inferiores e mamas
Bactéria Wolbachia
Fundamental para a sobrevivência da filaria, ela realiza endossimbiose e estão relacionadas com o agravamento da doença quando há morte de filárias adultas — libera antígenos da Wolbachia que desencadeiam uma resposta celular (Th1), com elevada liberação de INF gama e TNF beta, potencializando os danos teciduais causados pela filária.
Diagnóstico
Suspeitar quando em área endêmica há quadro recorrente de adenolinfangite
Laboratorial - pesquisa de microfilarias por punsão digital (principalmente a noite, quando elas migram da circulação pulmonar para a periférica). Método bom para fase aguda, em fases crônicas deve ser usado métodos de concentração.
Pode ser feito exames de imagem para auxiliar, ou ainda pesquisa nos líquidos da hidrocele
Sorologia - não é muito bom
CFA (pesquisa de antígeno filarial circulante) - sensível e específico. POde ser feito por imunocromatografia também.
Tratamento
DEC (Citrato de dietilcarbamazina) - reduz quadro agudo e reduz o potencial de cronicidade, é usada para casos de eosinofilia pulmonar tropical, pode ser usado em pacientes com hidrocele e elefantíase.
Ivermectina - Tratamento somente de microfilárias
Albendazol - microfilárias, só age em adultos com uso prolongado
ESQUEMA DA OMS - DEC + ivermectina/albendazol ou Albendazol + ivermectina