Fato Típico Flashcards

1
Q

Quais os elementos do fato típico?

A

Conduta (dolosa ou culposa), nexo causal, resultado, tipicidade.

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2
Q

Conceitue a Teoria dos Elementos Negativos do Tipo.

A

Esta Teoria, preconizada por Hellmuth Von Weber, enuncia o Tipo Total de Injusto, que seria formado pela Tipicidade e a Ilicitude, juntamente com seus elementos negativos. Nesse sentido teriamos uma estrutura bipartida de crime formado pelo Tipo Total de Injusto e pela Culpabilidade. Não é acolhida por nosso sistema penal, eis que o Código Penal distinguiu os tipos incriminadores dos tipos permissivos.

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3
Q

Quais as teorias adotadas para explicar a conduta?

A

a) Teoria causalista/clássica da ação: conduta é mero movimento humano - dolo/culpa na culpabilidade; b) Teoria Neokantista/ Neoclássica: muito parecida com a Teoria Causalista, mas acrescente que conduta seria ação ou omissão voluntário capaz de gerar modificação no mundo exterior - dolo/culpa na culpabilidade; c)Teoria finalista da ação: desenvolvida por Welzel. Afirma que conduta é ação ou omissão voluntária dirigida a um fim específico. Dolo/culpa estão na conduta e culpabilidade é integrada somente por elementos normativos; d) Teoria social da ação: conduta é comportamento humano dirigiido a uma finalidade socialmente reprovável; e) Teoria Cibernética da ação: leva em conta o controle da vontade. É a conduta voluntária.

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4
Q

De acordo com a teoria adotada pelo Código Penal Brasileiro, conceitue conduta.

A

Conduta é ação ou omissão voluntária destinada a um fim específico. O Código Penal adota a Teoria Finalista da Ação.

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5
Q

Informe quais são as causas que excluem a conduta.

A

a)caso fortuito ou força maior; b)coação física; c)atos ou movimentos reflexos; d) sonambulismo

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6
Q

Qual o conceito de dolo?

A

Conduta consciente de realizar a conduta prevista no tipo incriminador. É o próprio elemento subjetivo do tipo.

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7
Q

Quais os elementos que compõe o dolo, de acordo com a teoria adotada?

A

a) De acordo com a teoria causalista/clássica: dolo é normativo e composto de consciência, vontade e consciência atual da ilicitude; b) de acordo com a teoria finalista da ação: dolo é natural e formado somente por consciência e vontade. A consciência da ilicitude integra a culpabilidade.

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8
Q

Conceitue dolo direto e suas espécies

A

a)dolo direto: agente prevê o resultado e destina sua conduta para produzí-lo; a.1) dolo direto de primeito grau: agente prevê o resultado e o persegue, com consciência e vontade; a.2) dolo direto de segundo grau: chamado também de dolo de consequencias necessárias. Agente sabe que outros resultados ocorrerão em decorrência da realização do resultado que busca atingir;

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9
Q

Conceitue dolo indireto e suas espécies.

A

a)dolo indireto: gênero. o agente não busca resultado certo e determinado. Divide-se em alternativo e eventual. a.1)alternativo: agente prevê mais de uma resultado possível de sua conduta, e aceita que qualquer um se realize; a.2) eventual: agente prevê o resultado, não o deseja, mas assume o risco de produzí-lo

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10
Q

Conceitue dolo cumulativo, dolo de dano, dolo de perigo, dolo genérico, dolo específico e dolo de propósito.

A

a)dolo cumulativo: agente pretende alcançar dois resultados em sequencia; b) dolo de dano: agente pretende lesar bem jurídico; c)dolo de perigo:agente pretende expor bem jurídico ao perigo; d)dolo genérico: vontade de realizar a conduta descrita no tipo penal; e)dolo específico: vontade de produzir o resultado para um fim específico; f)dolo de propósito: vontade e consciência refletida, pensada, premeditada.

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11
Q

Conceitue dolo de terceiro grau.

A

Consite naquele decorrente do resultado colateral do dolo de segundo grau. Recebe críticas, eis que consiste em responsabilidade objetiva.

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12
Q

Discorra sobre as teorias do dolo.

A

a) teoria da vontade - é a dotada pelo dolo direito. Para essa teoria existe dolo quando o agente fizer a representação mental do resultado, quiser o resultado diretamente e produzir o resultado.
b) Teoria da representação - adotada na culpa consciente: Para essa teoria há dolo simplesmente quando o agente faz a representação mental do resultado, não necessitando que queira o resultado ou o produza.
c)Teoria do assentimento/consentimento - adotada no dolo eventual: Para esta teoria, que complementa a teoria da vontade, existe dolo não só quando o agente faz representação mental do resultado e o quer, mas quando assume o risco de produzí-lo também.

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13
Q

O dolo para integrar a conduta como criminosa pode ser antecedente ou subsequente?

A

Não, o dolo, em regra, deve ser sempre atual, exceto na teoria da libera actio in causa, em que se verifica que o dolo é antecedente e é considerado para a tipificação de conduta.

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14
Q

Conceitue a teoria da libera actio in causa e explique porque trata-se de uma exceção à necessidade de atualidade do dolo.

A

A teoria prevê que, em casos em que o agente se põe em estado de inimputabilidade, querendo ou prevendo como possível praticar ação ou omissão punível em nosso ordenamento, não se pode alegar estado de inconsciência. Bastando esse dolo, ainda que antecedente, para tipificar a conduta.
Trata-se de exceção à regra adotada pelo ordenamento jurídico de que o dolo deve ser atual para tipificar uma conduta.

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15
Q

O que é um crime culposo?

A

É aquele cujo elemento subjetivo é a culpa e não o dolo. A culpa verifica-se por negligência, imprudência ou imperícia.

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16
Q

Conceitue culpa (crimes culposos)

A

Trata-se de conduta praticada com inobservância de DEVER OBJETIVO DE CUIDADO que gera um resultado previsível, porém indesejado pelo agente.

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17
Q

Discorra sobre o Prncípio da Excepcionalidade e sua relação com os crimes culposos.

A

Em regra todos os crimes são praticados com dolo, salvo, caso ausebte o dolo, exista previsão legal específica de que o crime é punível na forma culposa. Portanto, o Princípio da Excepcionalidade prevê que os crimes culposos são uma exceção no ordenamento jurídico, eis que a regra é a punição de condutas dolosas.

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18
Q

Quais são as especies de culpa? Conceitue cada uma.

A

Negligência: decorre de uma omissão. agente deixa de fazer o que deveria fazer.
Imprudencia: decorre de ação. Agente faz algo sem observância dos cuidados necessários, sem cautela ou zelo.
Imperícia: decorre de ação. Agente age sem conhecimento suficiente para a prático do ato.

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19
Q

Diferencie culpa consciente e inconsciente.

A

Culpa consciente: aquela em que há a previsibilidade do resultado e a a previsão concreta de tal resultado pelo agente, mas este acredita que não acontecerá. Culpa inconsciente: Apesar de existir previsiilidade do resultado em abstrato, ou seja, o resultado seria previsível ao homem médio, em concreto o agente não prevê o resultado, sendo a culpa inconsciente.

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20
Q

Na análise de crimes culposos, explique a diferença entre previsibilidade e previsão do resultado.

A

A previsibilidade é elemento essencial em todo e qualquer crime culposo. Trata-se da possibilidade de previsão do resultado pelo homem médio, de forma abstrata. Já a previsão é a visualização prévia da possibilidade do resultado no caso concreto, é o conhecimento do perigo pelo agente.

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21
Q

É possível coatuoria em crime culposo? E participação?

A

Na verdade somente é possível a coautoria em crime culposo, eis que, para o concurso de pessoas e necessário a unidade de elemento subjetivo e esta unidade impede a mera participação. Não existe a possibilidade de auxilio na prática de um crime culposo sem prática do núcleo do tipo penal. Então, na verdade

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22
Q

Quais são os elementos do crime culposo?

A

a) conduta voluntária; b)previsibilidade do resultado; c)violação de um dever objetivo de cuidado (através de imprudência, negligência ou imperícia); d)nexo causal; e)tipicidade; f)resultado naturalístico

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23
Q

Fale sobre as teorias que buscam distinguir o dolo eventual e a culpa consciente.

A

a) Teoria da Probabilidade: repousa na análise de que a distinção entre dolo eventual e culpa consciente está na probabilidade de realização do resultado representado pelo agente; b) Teoria da evitabilitade: repousa na análise da ativação de “contrafatores” para evitação do resultado. Se o agente utilizou fatores para evitar o resultado, ainda que tenha representado como possível, trata-se de culpa consciente. c) Teoria do risco: foca na percepção do risco pelo agente. Existe dolo eventual quando o agente tem conhecimento do risco de sua conduta.

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24
Q

Em que consiste a Teoria do levar à sério?

A

Consiste em teoria prevalecente no direito alemão que prevê que, quando o assunto é distinguir dolo eventual de culpa consciente, deve-se considerar não só a representação mental do agente quanto ao resultado, mas o quanto este leva à sério a produção deste resultado e se se conforma ou não com ele.

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25
Q

O que é nexo de causalidade?

A

É o elemento que vincula a conduta ao resultado.

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26
Q

Existe nexo de causalidade em crimes formais e de mera conduta?

A

Não. Este elemento somente tem pertinência para crimes materiais, ou seja, naqueles em que há um resultado naturalístico.

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27
Q

Quais são as teorias que buscam definir a relação de causalidade?

A

a) teoria da equivalência dos antecedentes (conditio sine qua non, causalidade simples, condição generalizadora); b) teoria da causalidade adequada (condição qualificada, teoria individualizadora); c)teoria da imputação objetiva.

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28
Q

Conceitue a teoria da equivalência dos antecedentes (conditio sine qua non) e informe seu método de apuração da causa.

A

Leciona que causa é todo acontecimento sem o qual o crime não teria acontecido da forma e quando ocorreu. Não diferencia causas, concausa, condição ou ocasiões. Por isso equivalência. Utiliza-se o Método de Thyrén para apuração, que consiste em um processo hipótetico de eliminação de determinado acontecimento para verificar se sua ausência faz desaparecer o resultado naturalístico.

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29
Q

Conceitue a teoria da causalidade adequada.

A

Esta teoria leciona que causa é todo antecedente necessário e ADEQUADO para gerar o resultado. Trata-se de toda conduta idônea para gerar o efeito, ainda que IMPREVISÍVEIS ou ANÔMALAS como as concausas.

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30
Q

Conceitue teoria da imputação objetiva.

A

Surge para evitar a tendência de regresso ao infinito da teoria da equivalência dos antecedentes. Para este teoria, juntamente coma a causalidade, devem ser verficados se a) houve a criação de um risco; b) se esse risco é proibido pelo Direito Penal; c) se esse risco se realiza no resultado. Segundo essa teoria, somente assim é possível que existea relação de causalidade entre a conduta e o resultado.

31
Q

Conforme a teoria da imputação objetiva, quais as etapas da relação de causalidade?

A

1º. Teoria da equivalência dos antecedentes; 2º. imputação objetiva; 3º. dolo ou culpa - causalidade psíquica

32
Q

Quanto à teoria da imputação objetiva, quais as causas que excluem o risco proibido?

A

a) comportamento da vítima - autocolocação dolosa; b) contribuições socialmente neutras (vender pão para pessoa envenenar); c)comportamento socialmente adequado; d) proibição de regresso ao infinito

33
Q

Quais as contribuição de Claus Roxin para a Teoria da Imputação Objetiva?

A

Roxin trabalha com a imputação do delito ao agente baseado no PRINCÍPIO DO RISCO. Sua contribuição para a teoria foi no sentido de que Roxin estabeleceu critérios para a imputação objetiva e esses critérios relacionam-se ao risco. Para ele só há que se falar em imputação ao agente se sua conduta: a) gerou um risco não permitido; b)se o risco se realizou no resultado; c) resultado se enconta dentro do alcance do tipo. Tem por objetivo limitar a conditio sine qua non e evitar o regresso ao infinito.

34
Q

Quais as contribuições de Gunther Jakobs para a Teoria da Imputação Objetiva?

A

A contribuição de Jakobs para a teoria relaciona-se à Teoria dos Papéis. Para ele se o agente realiza uma conduta dentro das expectativas normativas, não há que se falar em fato típico. Todavia, se o agente pratica uma conduta fora dos padrões esperado, ainda que tome cuidado ou medidas de segurança especiais, existe o risco probido, independentemente de RESULTADO NATURALÍSTICO. Jakobs traz o conceito de risco permitido, princípio da confiança e proibição do regresso.

35
Q

Conceitue a Teoria da Condição Mínima ou INUS, indicando sua autoria.

A

Segundo a doutrina, tal teoria foi desenvolvida pela alemã Ingeborg Puppe e leciona que a relação de causalidade é adequação de um caso concreto a um lei causal de natureza geral. Lei causal seria o conjunto de condições mínimas necessárias para a produção do resultado penalmente relevante. Diferencia-se da conditio sine qua non porque, enquanto esta realiza a eliminação mental no CASO CONCRETO de comportamentos para aferir o que seria causa, a teoria da condição INUS realiza essa eliminação num plano abstrato da formulação de uma lei causal.

36
Q

A teoria da conditio sine qua non exige uma investigação da causa juridicamente relevante para construção do nexo de causalidade? Justifique.

A

Não. Para a conditio sine qua non basta a investigação sobre a causalidade física apta (naturalístico), não exigindo-se uma investigação da causa juridicamente relevante. A causa juridicamente relevante somente passou a ser analisada na teoria da imputação objetiva.

37
Q

A teoria da imputação objetiva nega a teoria da conditio sine qua non? Justifique.

A

Na percepação de Roxin, sim. Roxin propõe que ela seja completamente substituída pela relação de imputação objetiva
(embora tenha asseverado, posteriormente, que não há como ignorar o nexo de causalidade),

Jakobs, por sua vez, sustenta ser impossível abrir mão de um mínimo de causalidade material na aferição da
responsabilidade penal. Para ele a teoria da imputação objetiva limita o regresso ao infinito da conditio sine qua non, adicionando à sua causalidade natural uma causalidade normativa. Na imputação objetiva o nexo causal é formada pela causalidade natural e pela causalidade normativa.
Conclusão: Roxin pregava a substituição completa da teoria da conditio sine qua non pela teoria da imputação objetiva, logo para ele não era possível a conciliação entre estas teorias. Já Jakobs pensava diferente, admitindo tal conciliação, sendo a imputação objetiva um freio (moderador) em relação a teoria do conditio sine qua non. (entedimento cobrado em prova de MP, mas existe divergência com outras provas)

38
Q

O que são concausas?

A

Trata-se de um conjunto de fatores que, paralelamente à conduta do agente, podem alterar o curso natural do resultado.

39
Q

Diferencie concausas dependentes e independentes

A

a) concausas dependentes: dependem da conduta do agente, por esse motivo não alteram o nexo causal e o agente responde pelo resultado do crime.
b)concausas independentes: não dependem da conduta do agente e podem produzir por si só o resultado.

40
Q

Indique as espécies de concausas independentes e indique quais rompem o nexo causal do agente.

A

a)concausas absolutamente independentes (sem ligação com a conduta do agente) - pode ser preexistente, concomitante ou superveniente - agente só responde pelo crime tentado. b)concausas relativamente independente - se preexistente e concomitante, agente responde pelo resultado; se SUPERVENIENTE e PRODUZIU POR SI SÓ O RESULTADO - agente só responde pelos atos praticados. Se não produziu por si só, agente responde pelo resultado.

41
Q

Qual o mnemonico que indica quando rompe ou não o nexo causal?

A

BIPE - BRONCOPNEUMONIA, INFECÇÃO HOSPITALAR, PARADA CARDIACA, ERRO MÉDICO - NÃO ROMPEM O NEXO CAUSAL - AGENTE RESPODE POR CONSUMADO;
IDA - INCÊNDIO, DESABAMENTO, ACIDENTE - ROMPE O NEXO E AGENTE SÓ RESPONDE POR TENTATIVA

42
Q

Diferencie crimes omissivos próprios de crimes omissivos impróprios.

A

a) crimes omissivos próprios: a relevância penal já encontra-se presente pela própria tipificação penal da omissão. b) crimes omissivos impróprios: a relevância penal advém da inação somada ao dever de agir e ao poder de agir.

43
Q

Informe as caracterísicas do crime omissivo próprio.

A

a)conduta descreve uma omissão; b) são crimes de mera conduta, não exigindo qualquer resultado naturalístico; c)não admite tentativa; d)são sempre dolosos.

44
Q

Informe as características do crime omissivo impróprio, também conhecido como espúrio.

A

a)conduta decreve uma ação (que comprende-se praticada em razão da omissão quando devia e podia agir); b) são crimes materias (exige resultado naturalístico); c)admite tentativa; d)pode ser doloso ou culposo.

45
Q

Qual a teoria adotada no tocante à natureza jurídica da omissão.

A

Adota-se a teoria normativa, que prevê que a omissão, em regra, é um nada e do nada surge, sendo punível somente quando existir um dever de agir.

46
Q

Quem fixa o dever de agir? A lei ou o juiz?

A

O ordenamento jurídico pátrio adotou o critério legal para fixação do dever de agir.

47
Q

Quais são as hipóteses legais do dever de agir?

A

a)quem tem por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância - dever legal; b) quem de outro modo se obrigou a evitar o resultado - garante; c) quem, com comportamento anterior, criou ou aumentou risco de ocorrência do resultado - ingerência ou situação precedente

48
Q

Há nexo de causalidade em crimes omissivo impróprios?

A

Sim, mas trata-se de um nexo de causalidade de natureza normativa, em razão da relevância penal da omissão, que surge a partir da inação somada ao poder e dever de agir.

49
Q

Quais os elementos típicos comuns ao tipo objetivo da omissão própria e imprópria? Quais os elementos específicos típicos do tipo objetivo de ação imprópria?

A

Os elementos comuns são: perigo para o bem jurídico, o poder concreto de agir e a inação
Elementos específicos da omissão imprópria: posição de garantidor e o resultado de lesão ao bem jurídico protegido.

50
Q

Conceitue crime próprio e crime de mão própria.

A

Crime próprio: crime que exige alguma qualidade especial do agente. Ex. concussão - exige que agente seja servidor público.

Crime de mão própria: só pode ser autor quem esteja em situação de realizar pessoalmente e de forma direta o fato punível. Exige qualidade tão específica que não admite coautoria Ex.: falso testemunho

51
Q

Diferencie resultado naturalistíco de resultado jurídico.

A

Resultado naturalístico: que produz modificação no mundo dos fatos;
Resultado jurídico: violação ou perigo/ameaça de lesão de bem jurídico

52
Q

Todo crime tem resultado naturalístico e jurídico?

A

Não. Alguns crimes não exigem resultado naturalístico para sua ocorrência. A exemplo dos crimes de MERA CONDUTA E CRIMES FORMAIS. Já os crimes materiais exigem a existência do resultado naturalístico para sua ocorrência. Alguns crimes, por sua vez, como são os crimes MATERIAIS exigem a ocorrência de resultado naturalístico para sua existência.

Qaunto ao RESULTADO JURÍDICO, este todo crime tem.

53
Q

O que é crime de tendência interna transcendente (crime de intenção).

A

É aquele no qual o agente, além do dolo, possui elemento subjetivo especial expressamente previsto em lei (finalidade transcendente). Ex. extorsão mediante sequestro.

54
Q

Quais as espécies de crime de intenção?

A

a) crime de resultado cortado: aquele no qual a ocorrência da finalidade especial, dispensável, não depende de decisão do agente. Ex. Extorsão mediante sequestro.
b) crime mutilado de dois atos: crime de intenção em que o resultado dispensável depende de nova ação do agente e está em sua esfera de decisão. Ex: petrechos para falsificação de moeda

55
Q

Conceitue crime de tendência.

A

É aquele no qual é necessário saber a intenção interna do agente para se tipificar o fato. Exige uma tendência subjetiva na realização da conduta típica. Ex. Gonecologista que realiza exame da região genital. É necessário saber sua atitude pessoal inerna para crime sexual

56
Q

Conceitue tipicidade.

A

Tipicidade é a soma da tipicidade formal e material. Se adotada a teoria de Zaffaroni sobre a tipicidde conglobante, tipicidade seria a soma da tipicidade formal coma a tipicidade conglobante, esta, por sua vez, formada pela soma da tipicidade material e da antinormatividade.

57
Q

Diferencie tipicidade formal, material e conglobante.

A

Tipicidade formal é a mera subsução do fato à norma penal. Tipicidade material consiste na lesão ou perigo/ameaça de lesão ao bem jurídico. Tipicidade conglobante é soma da tipicidade material com a antinormatividade, que é a contrariedade a todo ordenamento jurídico e não só ao Direito Penal.

58
Q

Informe o autor da teoria da tipicidade conglobante.

A

Eugenio Raul Zaffaroni

59
Q

Diferencie bagatela própria de bagatela imprópria.

A

Bagatela própria equivale ao Princípio da Insignificância, consiste em causa de afastamento da tipicidade material por ausência de lesão ou perigo de lesão a um bem jurídico; Bagatela imprópria consiste na desnecessidade de aplicação da pena, não afasta a tipicidade, mas somente necessidade de aplicação da pena, com fundamento no artigo 59 do Código Penal que prevê que o juiz aplicará a pena conforme seja necessário.

60
Q

Quais os requisitos para aplicação do Princípio da Insignificância?

A

MARI: Mínima ofensividade da conduta; Ausência de periculosidade; Reduzido grau de reprovabilidade; Inexpressividade da lesão provocada.

61
Q

Conceitue o Princípio da Adequação Social e informe se trata-se de excludente de ilicitude ou de tipicidade.

A

O princípio da adequação social tata-se de causa supralegal de exclusão de tipicidade e prevê que, uma vez adequada socialmente, uma conduta não pode ser considerada típica. Tem a função de limitar o alcance do tipo penal, bem como orientar o legislador, mas por si só não revoga tipos penais incriminadores.

62
Q

O que são causas legais de exclusão de tipicidade? Cite alguns exemplos.

A

Não existe causa legal de exclusão da tipicidade

63
Q

O que sao causas supralegais de exclusão da tipicidade? Cite alguns exemplos.

A

As causar supralegais são: a) princípio da insignificância; b) princípio da adequação social; c)consentimento do ofendido

64
Q

É possível aplicar o Princípio da Insignificância para réus reincidentes?

A

O STF em alguns julgados tem adotado a Teoria da Reiteração Não Cumulativa de Dois Gêneros, prevendo que se a reincidência não for em delito patrimonial, não há óbice à aplicação do Princípio da Insignificância.

65
Q

Explique a Teoria da Reiteração Não Cumulativa de Condutas de Gêneros Distintos.

A

Teoria adotada em alguns julgados do STF para viabilizar a aplicação do Princípio da Insignificância a casos em que o réu seja reincidente. Segundo essa teoria, ainda que o réu seja reicindiente, se o crime anterior, não for contra o patrimônio, não há óbice à aplicação do princípio caso preenchido o MARI

66
Q

Conceitue tipicidade objetiva e informe seu elementos.

A

Consiste no conjunto de elementos descritivos e normativos que integram o tipo penal.

67
Q

Conceitue tipicidade subjetiva e informe seus elementos.

A

Tudo o que relaciona-se à vontade do agente. Dolo como elemento geral e outros elementos acidentais também chamados de elementos subjetivos especiais.

68
Q

Quanto à relação entre tipicidade e ilicitude, quais as teorias desenvolvidas pela doutrina? Indique a mais adotada pelo ordenamento penal brasileiro.

A

a)Teoria da independência absoluta do tipo - desenvolvida por Beling; b) Teoria da Ratio Cognoscendi ou Indiciária - desenvolvida por Meyer; c) Teoria da Ratio Essendi ou da identidade - desenvolvida por Mazger.
A mais aceita é a Teoria da Ratio Cognoscendi ou Indiciária.

69
Q

Conceitue a Teoria da Absoluta Independência do Tipo.

A

Leciona que não existe relação entre tipicidade e ilicitude.

70
Q

Conceitue a teoria indiciária ou da Ratio Cognoscendi.

A

Leciona que a tipicidade faz presunção juris tantum da ilicitude, cedendo tal presunçao diante de alguma causa excludente.

71
Q

Conceitue a teoria da Ratio Essendi ou da Identidade.

A

Cria o conceito de tipo de injusto, ou seja, o tipo passa a ser conceituado como ilicitude tipificada. Tipicidade e ilicitude se fundem de modo indissociável.

72
Q

Porque pode-se afirmar que a Teoria da Tipicidade Conglobante desenvolvida por Zaffaroni representa um esvaziamento da Ilicitude?

A

A teoria da tipicidade conglobante afirma que tipicidade é formada por tipicidade formal e tipicidade conglobante, sendo este, por sua vez, formada pela tipicidade material (lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico) e antinomratividade (contrariedade a todo o ordenamento jurídico).
Portanto, haja vista que as excludentes de ilicitude consistem em: a) legítima defesa; b)exercício regular de um direito; c) estrito cumprimento de um dever legal; d) estado de necessidade; e) consentimento do ofendido (às vezes), tem-se que aquelas condutas em que se verifique a presença dessas exlcudentes, mas que signifiquem també uma ausência de antinormatividade, devem ser compreendidas dentro da análise da tipicidade e não da ilicitude.
Portanto, para Zaffaroni, devem ser analisadas na tipicidade conglobante: a)exercício regular de um direito; b)estrito cumprimento de um dever legal; c) consentimento do ofendido. As demais continuam na analise da ilicitude.

73
Q

Conceitue a Teoria dos Elementos Negativos do Tipo e indique seu autor.

A

Desenvolvida por Hellmuth Von Weber que propôs o tipo total de injusto, formado pela tipicidade e pela ilicitude e seu elemeneots negativos. Para essa teoria as causas de exclusão da ilicitude integram o próprio tipo como elelmentos negativos. Opera-se um sistema bipartido formado pelo tipo total de injusto e a culpabilidade.