Doença das Vias Biliares Flashcards
A árvore biliar é formada pela vesícula, ducto cístico, ducto hepático comum (resultante da confluência dos ductos hepáticos direito e esquerdo) e ducto colédoco ou ducto biliar comum (união do ducto hepático com o cístico). A vesícula biliar é ainda dividida anatomicamente em:
fundo,
corpo,
infundíbulo e
colo
Quanto aos ductos hepáticos, cada um se
responsabilizará pela drenagem de determinados
segmentos do fígado. O ducto esquerdo,
encarregado da drenagem dos segmentos
hepáticos_________. O direito, dos segmentos ____________.
Esquerdo: II, III e IV.
Direito: V, VI, VII e VIII.
Ligamento hepatoduodenal contém 3 estruturas:
- Ducto hepático comum (anteriormente),
- Artéria hepática e a
- Veia porta (posterior).
O Triângulo de Callot (hepatocístico) é composto por:
- Ducto hepático comum (via biliar)
- Borda inferior do fígado e o
- Ducto cístico.
Dentre os entero-hormônios, qual está relacionado à inibição da contração da vesícula biliar?
Peptídeo YY.
O melhor exame para detectar cálculos na vesícula biliar (colelitíase), com sensibilidade e especificidade altíssimas, superiores a 95%, é
USG abdome
Vamos então considerar que a USG do nosso paciente tenha revelado dilatação da árvore biliar e, portanto, apontado para uma icterícia obstrutiva extra-hepática. Assim, estaremos diante basicamente de duas possibilidades principais:
(1) Litíase Biliar (Coledocolitíase)
(2) Tumores periampulares (O mais comum
é o tumor de cabeça de pâncreas)
Ao exame clínico, o sinal mais importante para diferenciação entre as causas de colestase é o
SINAL DE COURVOISIER: vesícula biliar distendida e palpável, porém indolor.
ICTERÍCIA FLUTUANTE (intermitente), pensar em:
Coledocolitíase
ICTERÍCIA PROGRESSIVA / indolor / idoso/ emagrecimento/ Sinal de Courvoisier -Terrier POSITIVO, pensar em
Neoplasia (principal é tumor cabeça de Pâncreas)
A CPRE (Colangiopancreatografia Retrógrada Endoscópica) consiste na passagem de um endoscópio através da Ampola de Vater e aplicação de contraste nas vias biliares. É o exame padrão-ouro para o diagnóstico de:
Coledocolitíase
A CPRE é um exame invasivo, tendo como principais
complicações 2:
Colangite e a
Pancreatite
Se icterícia colestática, deve-se diferenciar de causas Intra e Extra hepáticas. Se a hipótese for Coledocolitíase, principal exame a ser realizado é:
CPRE
Se icterícia colestática, deve-se diferenciar de causas Intra e Extra hepáticas. Se a hipótese for Neoplasia, o principal exame a ser realizado é:
TC de abdome com contraste (o grande papel da TC na icterícia obstrutiva é avaliar os tumores periampulares, como o Ca de cabeça de pâncreas.
Apenas 15% dos cálculos biliares são visualizados
por esta técnica. O maior valor é diferenciar outros diagnósticos em quadros agudos como úlcera perfurada, obstrução intestinal ou pneumonia do lobo inferior direito. Estamos falando de:
Radiografia de Abdome
É um exame OBSOLETO, totalmente substituído
pela USG e pela cintilografia de vias biliares. Atualmente, talvez a única indicação para este exame esteja no planejamento da terapia com agentes de dissolução dos cálculos (que são administrados por via oral). Estamos falando de:
Colecistograma oral
É um excelente método para o estudo da árvore biliar (vias principais), especialmente quando o paciente tem icterícia obstrutiva e dilatação das vias biliares intra-hepáticas (US ou TC). Além da determinação do local e da etiologia da obstrução, ainda pode ser colhido material para exame citológico e bile para cultura. É o exame de escolha quando a suspeita de obstrução na PORÇÃO PROXIMAL da via biliar. Estamos falando de:
Colangiografia Trans-hepática Percutânea
CTP
Exame de boa acurácia para o diagnóstico da coledocolitíase (S = 95% e E = 90%). Tem a vantagem de ser não invasivo, mas tem a desvantagem de perder em acurácia para a CPRE e CTP. Estamos falando de:
Colangiorressonância
Sensibilidade superior à da USG convencional (transabdominal) para diagnosticar a coledocolitíase. Tem a vantagem sobre a colangiografia endoscópica por não ser invasivo (praticamente sem complicações), mas a sua sensibilidade é inferior à da CPRE. Estamos falando de:
USG endoscópica
Basicamente para a abordagem de neoplasias
biliares, pela capacidade de detecção
mais acurada de micrometástases e para a
realização de biópsia. Estamos falando de:
Laparoscopia
Permite melhor diferenciação
entre lesões benignas e malignas e a
detecção de metástases ocultas que podem
alterar a conduta cirúrgica do paciente. Estamos falando de:
PET-FDG (Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET) utilizando o radiofármaco Fluordesoxiglicose (FDG))
A colangiorressonância é um exame muito utilizado para diagnóstico das patologias das vias biliares intra e extra-hepáticas. Este exame utiliza como contraste:
Bile.
Paciente com 68 anos de idade, ictérico 4+/4, referindo, na primeira consulta, prurido e perda ponderal de 10 kg nos dois últimos meses, apresenta, ao exame físico, hepatomegalia e vesícula palpável. Deve-se solicitar, inicialmente, o seguinte exame de imagem:
USG abdominal.
Quais as 3 principais causas de síndrome colestática?
- complicações da colelitíase,
- tumores biliares e as
- doenças não litiásicas/não neoplásicas das vias biliares.
Quais os 3 componentes principais da bile?
Colesterol
Sais biliares
Fosfolipídeos
- além de água, bilirrubina, eletrólitos
Dentre as causas de Icterícia obstrutiva, o colangiocarcinoma se destaca por Via biliar intra-hepática dilatada + vesícula biliar murcha. É também chamado de:
Tumor de Klatskin
A clínica predominante de Icterícia Obstrutiva é:
- Icterícia
- Prurido
- Colúria
- Acolia fecal
Os cálculos de colesterol são primariamente amarelos e formados na vesícula biliar. São fatores de risco de precipitação de cálculos de COLESTEROL:
- Mulher
- Obesos
- Multíparas
- DM
- Doença ileal
- Vagotomia troncular
Os cálculos pigmentados podem ser Pretos (formados na vesícula biliar) e Castanho (formados no colédoco). São fatores de risco de precipitação para os cálculos PRETOS:
- Hemólise crônica
2. Cirrose
Os cálculos pigmentados podem ser Pretos (formados na vesícula biliar) e Castanho (formados no colédoco). São fatores de risco de precipitação para os cálculos CASTANHOS:
- Colédoco estenosado
- Parasitas no colédoco
- Colangite esclerosante
Qual melhor exame para diagnóstico de Colelitíase?
USG abdominal
Sintomas só ocorrem em 1/3 dos casos, com dor em cólica (QSD ou epigástrio), súbita e autolimitada. Pode irradiar para escápula direita ou ombro direito e ser precipitada por alimentação gordurosa. A hipótese é de
Colelitíase
Dentre as complicações de Colelitíase, as principais são:
(1) Colecistite*
(2) Coledocolitíase*
(3) Colangite*
(4) Pancreatite Biliar
(5) Íleo Biliar*
(6) Hidropsia da vesícula
(7) Carcinoma de vesícula biliar
O tto de escolha para a Colelitíase é:
Colecistectomia (laparoscópica).
Todo cálculo biliar, para ser formado, deve passar por três fases:
Superssaturação, Nucleação, Crescimento do cálculo.
Na formaçao dos cálculos, não basta ser litogênica – precisa também haver algum grau de hipomotilidade da vesícula, para aumentar o tempo de estase e desidratação da bile. Existem dois meios de se ter uma bile litogênica (supersaturada em colesterol):
(1) muito colesterol (mecanismo predominante)
(2) pouco sal biliar
Por conterem pouco ou nenhum cálcio, os cálculos de ________ quase sempre são RADIOLUCENTES, isto é, NÃO aparecem no RX simples de abdome
Colesterol
O principal constituinte da composição desse tipo de cálculo é o bilirrubinato de cálcio:
Cálculos Pigmentados
Dentre os fatores de risco para lama biliar estão:
gravidez, uso de ceftriaxone, octreotide, perda rápida de peso, jejum prolongado, nutrição parenteral
Marcos tem 11 anos, é previamente hígido e
está no 10º dia de internação com diagnóstico
de meningite bacteriana. Neste dia inicia dor
abdominal intensa e a ultrassonografia abdominal
evidencia colelitíase. A equipe que
o assiste correlacionou este achado com a
antibioticoterapia em uso. O antibiótico usado
no tratamento da meningite de Marcos é:
ceftriaxone
Julgue V ou F
1. A grande maioria dos pacientes com colelitíase é assintomática e assim permanecerá provavelmente pelo resto da vida (apenas 20-30% dos pacientes assintomáticos desenvolvem sintomas ao longo de 20 anos).
2. Por alguma razão desconhecida, alguns progridem para uma fase sintomática caracterizada pela dor biliar episódica (descrita adiante). Isso ocorre numa taxa de 3% ao ano. Dos sintomáticos, somente cerca de 3% desenvolvem complicações da colelitíase (colecistite, coledocolitíase…).
3. a ocorrência de uma complicação num paciente
previamente com colelitíase e assintomático é um evento raro.
4. O mecanismo proposto para os sintomas
da colelitíase não complicada é a obstrução
episódica e transitória do ducto cístico ou infundíbulo
por um cálculo.
- V
- V
- V
- V
A dor biliar vem associada a outros sintomas, como náusea, vômitos e plenitude pós-prandial (“sintomas dispépticos”), costuma durar entre uma a seis horas e tende a ser recorrente, mas não diária. Pode ocorrer durante o sono, acordando o paciente à noite ou após uma refeição gordurosa. Quando a dor biliar durar MAIS DE 06 HORAS, ESPECIALMENTE SE MAIS DE 18 HORAS, deve levantar a suspeita de:
COLECISTITE AGUDA
A colelitíase assintomática não exige nenhum tratamento cirúrgico. No entanto, existem 6 indicações de se operar a colelitíase assintomática (colecistectomia profilática):
(1) vesícula em porcelana.
(2) pólipos de alto risco (idade > 60 anos, > 1
cm, crescimento documentado na USG seriada).
(3) cálculos grandes (> 2,5 - 3 cm).
(4) vesículas com anomalia congênita (ex.:
vesícula duplicada).
(5) anemias hemolíticas (ex.: anemia falciforme).
(6) portadores de um longo ducto após junção
do colédoco e ducto pancreático.
Quais as Doenças biliares que simulam a Colelitíase sintomática não complicada?
(1) Disfunção do esfíncter de Oddi;
(2) Estenose benigna de papila; e
(3) “Colecistite crônica acalculosa”.
Julgue V ou F
I. Se os cálculos forem maiores que 3 cm de
diâmetro, há indicação de tratamento cirúrgico
pelo risco aumentado de complicações.
II. Se houver calcificação da parede da vesícula
biliar, deve-se realizar colecistectomia
pelo risco de surgimento de neoplasia.
III. Com o advento das técnicas minimamente
invasivas, sempre se indica a remoção cirúrgica
da vesícula biliar na presença de cálculos.
- V
- V
- F
A presença de cálculos na vesícula biliar (Colelitíase), em geral não acarreta nenhum sintoma ou mesmo morbidade. As principais complicações são decorrentes da migração de um ou mais cálculos ou para o ducto cístico, ou para o colédoco. Assim, Ao migrar e impactar no ducto cístico pode resultar
em:
- Colecistite Aguda;
- Hidropsia de Vesícula;
- Síndrome de Mirizzi.
A presença de cálculos na vesícula biliar (Colelitíase), em geral não acarreta nenhum sintoma ou mesmo morbidade. As principais complicações são decorrentes da migração de um ou mais cálculos ou para o ducto cístico, ou para o colédoco. Assim, se ele conseguir atravessar o cístico e passar para o colédoco, pode obstruí-lo total ou parcialmente, provocando:
- Coledocolitíase,
- Colangite e
- Pancreatite Biliar.
Síndrome clínica decorrente de uma inflamação aguda da vesícula biliar, causada por um cálculo impactado no ducto cístico
Colecistite
A COLECISTITE AGUDA é uma importante causa clássica de “abdome agudo cirúrgico”. O mecanismo da inflamação pode ser de 2 tipos:
- Químico (inicial) - pelo aumento da tensão luminal, a lecitina se converte em lisolecitina, provocando irritação química da parede.
- Bacteriano (tardio) - após dois a três dias pode haver proliferação bacteriana.
Clínica da COLECISTITE AGUDA:
- Febre (baixa a moderada <38,7) +
- Quadro abdominal “inflamatório” (QSD) +
- Sinal de Murphy positivo
Laboratório na COLECISTITE AGUDA:
leucocitose (12.000-15.000/mm3),
bilirrubina normal,
aumento discreto das enzimas hepáticas e da amilase.
O exame mais indicado para dg de COLECISTITE AGUDA é
USG abdome
O Exame mais sensível e considerado PADRÃO OURO para o diagnóstico e útil nos casos duvidosos de COLECISTITE AGUDA, é
Cintilografia com 99m-Tc-HIDA.
Quais principais complicações da Colecistite?
(1) Empiema de Vesícula + sepse biliar.
(2) Gangrena + Perfuração,
(3) Colecistite Enfisematosa: RX simples
com ar no interior e na parede vesicular (Clostridium
perfringens).
Fatores de risco para colelitíase, EXCETO:
a) Cirrose.
b) Nutrição enteral.
c) Obesidade.
d) Anemia hemolítica.
e) Microesferocitose.
B
* O fator de risco é a NUTRIÇÃO PARENTERAL