Distúrbios da Hemostasia Secundária Flashcards

1
Q

Qual o objetivo da hemostasia secundária?

A

Formar uma rede de fibrina sobre o tampão plaquetário, impendindo que este seja levado pela corrente sanguínea.

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2
Q

Quais são os exames laboratoriais utilizados para avaliar a cascata de coagulação, isto é, a hemostasia secundária (3)?

A
  1. Tempo de trombiplastia parcial ativado (PTT, PTTa, TTPa são todos sinônimos)
  2. Tempo de atividade da protrombina (TP ou TAP)
  3. Razão normatizada internacional (RNI ou INR)
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3
Q

A cascata de coagulação é uma sequência de reações químicas que pode ser dividida em 3 vias. Quais são elas?

A
  1. Via extrínseca
  2. Via intrínseca
  3. Via comum
    Obs: via intrínseca e extrínseca ativam a via comum, que leva à formação da rede de fibrina
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4
Q

Qual o exame que indica alteração na via intrínseca da cascata de coagulação?

A

O TTPa

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5
Q

Qual o exame que indica alteração na via extrínseca da cascata de coagulação?

A

O TP corrigido pelo RNI

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6
Q

Quais exames estão alterados quando o distúrbio da coagulação está na via comum?

A

TTPa E TP corrigido pelo RNI

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7
Q

Quais são os fatores de coagulação importantes da via intrínseca (3)? Qual o nome da doença vinculada a deficiência de algum desses fatores?

A

Fatores VIII, IX, XI e XII.
A doença associada a deficiência de fatores VIII, IX ou XI é a hemofilia
Obs: a deficiência de fatoe XII NÃO CAUSA SANGRAMENTO!! É mais importante in vitro que in vivo

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8
Q

Qual o tipo de hemofilia associada a cada um dos fatores de coagulação da via intrínseca?

A

Fator VIII: hemofilia A
Fator IX: hemofilia B
Fator XI: hemofilia C

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9
Q

Qual das vias (intrínseca ou extrínseca) exerce papel mais relevante na coagulação in VIVO?

A

Via extrínseca. A intrínseca é mais significativa in vitro do que in vivo

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10
Q

Qual “gatilho” é adicionado ao tubo de ensaio quando se quer avaliar laboratorialmente a atividade da via extrínseca da cascata de coagulação?

A

A tromboplastina (é semelhante ao colágeno, que é o responsável pela ativação dessa via in vivo)

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11
Q

Qual o único fator de coagulação pertencente à via extrínseca? Que íon ativa esse fator?

A

Fator VII. É ativado pelo cálcio.

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12
Q

As vias intrínseca e a extrínseca (esta em maior proporção) atuam ativandona via comum. Qual é o primeiro fator de coagulação da via comum?

A

O fator X

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13
Q

Das vias intrínseca e extrínseca, qual é a via rápida?

A

A extrínseca, uma vez que tem apenas 1 fator de coagulação (VII) que age ativando o fator X da via comum.

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14
Q

Na via comum, o fator X, ima vez ativado (Xa), age estimulando qual reação? Quais substâncias mediam essa reação (2)?

A

O fator Xa ativa a protrombina (fator II) em TROMBINA (fator IIa). Essa reação é mediada pelo fator Va e pelo cálcio.

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15
Q

Qual é a função da trombina?

A

“Enfileirar” moléculas de fibrinogênio (fator I), formando a rede de fibrina

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16
Q

Além disso, a trombina (fator IIa), age ativando qual outro fator de coagulação? Qual a ação desse fator?

A

A trombina age ativando o fator XIII em XIIIa, que, por sua vez, age ancorando a rede de fibrina no vaso sanguíneo

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17
Q

A deficiência de qual fator de coagulação provoca sangramento SEM alteração nos exames laboratoriais (TAP e TTPa)? Por que?

A

A deficiência do fator XIIIa, uma vez que esse fator age após a formação da rede de fibrina, servindo para ancorá-la no vaso sanguíneo. Nos exames laboratoriais, o objetivo é observar o tempo que a rede de fibrina leva para ser formada. Após essa formação, no laboratório, não existe vaso nontubo de ensaio para que ocorra a ação desse fator

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18
Q

Qual o valor de TTPa considerado normal?

A

21 a 35 segundos.
Obs: pode ser expresso como uma razão, sendo o normal de 0,8 a 1,2

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19
Q

Qual o valor de TP considerado normal?

A

10 a 14 segundos (é menor que o tempo de referência do TTPa porque a via extrínseca é mais rápida que a intrínseca)

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20
Q

O que é o RNI (razão normatizada internacional)?

A

É uma forma de fazer com que haja um valor padronizado para avaliar o TP. Isso porque a tromboplastina, substância utilizada para ativar a via extrínseca no laboratório, pode ser de vários kits e ter diferentes potenciais de ativação da via extrínseca. Dessa forma, com um kit de tromboplastina que ativa mais a via extrínseca, um MESMO paciente teria um valor de TP MENOR (mais rápido) do que com outro kit. Por esse motivo, foi criado o RNI.

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21
Q

Dentre os distúrbios da hemostasia secundária, o problema pod eestar na via intrínseca, extrínseca ou na comum. Quais são as causas hereditárias dos distúrbios da via intrínseca?

A

São as hemofilias (A, B e C)

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22
Q

Qual a ordem das hemofilias, da mais para a menos comum?

A

1° Hemofilia A: 1:10.000 nascimentos
2° Hemofilia B: 1:100.000 nascimentos
3° Hemofilia C: 1:1.000.000 nascimentos

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23
Q

Como, tipicamente, se apresentam as hemofilias A e B?

A

Um MENINO com hematoma pós-vacina ou hemartrose.
Obs: as meninas com hemofilias A e B geralmente são só portadoras e não apresentam sangramentos

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24
Q

Como, tipicamente, se apresenta a hemofilia C?

A

Uma MENINA com sangramento menstrual mais acentuado

25
Como se apresenta o **laboratório** nas hemofilias?
**TTPa alargado** com **TP e INR normais**
26
Dentre os **distúrbios** da hemostasia secundária, o problema pode estar na via intrínseca, extrínseca ou na comum. Quais são as causas **adquiridas** dos distúrbios da via **intrínseca**?
1. Uso de **Heparina não fracionada** (avalia-se a eficácia da anticoagulação justamente com a dosagem do TTPa, que espera-se estar alargado) 2. Desenvolvimento de anticorpos contra os fatores da via intrínseca (**"hemofilia adquirida**") Obs: a heparina de baixo peso molecular (enoxaparina) não precisa ter seu efeito monitorado (basta fazer a dose plena que infere-se que o paciente está anticoagulado). SE for monitorar, o certo é dosar fator Xa
27
O mais comum nas hemofilias adquiridas é o desenvolvimento de anticorpos contra o **fator VIII**. Qual grupo tem maior tendência a desenvolver esse Ac?
Puérperas
28
Dentre os **distúrbios** da hemostasia secundária, o problema pod eestar na via intrínseca, extrínseca ou na comum. Qual a causa **hereditária** dos distúrbios da via **extrínseca**?
Deficiência hereditária do faror VII (raríssimo!). Por isso, no distúrbio da via extrínseca, pensar mais em causas adquiridas.
29
Como se apresenta o **laboratório** nos distúrbios da via extrínseca?
**TTPa normal** com **TP e INR alargados**
30
Quais as causas **adquiridas** dos distúrbios da via **extrínseca** (4)?
1. Uso de **cumarínicos (varfarina)**: inibe a síntese dos fatores de coagulação dependentes de vitamina K 2. Hepatopatia (fígado não produz fatores de coagulação) 3. Colestase (não há absorção de vitamina K pelo TGI) 4. Doença hemorrágica do RN
31
Quais são os fatorea de coagulação **dependentes de vitamina K**?
**II, VII, IX e X**
32
Se a vitamina K é necessária à produção de fatores pertencentes a todas as vias da cascata de coagulação e o fígado é o produtor de quase todos os fatores, por que o uso de cumarínicos, a hepatopatia e a colestase cursam com alargamento APENAS do TP (INR)?
Porque **o fator VII** tem **menor MEIA VIDA**. Logo, em situação de déficit da produção, ele é o primeiro a ficar deficiente, e o TP (INR) alarga primeiro. Em pacientes com hepatopatia crônica e uso crônico de cumarínicos, o TTPa PODE estar alargado também.
33
Em um paciente internado com **TP (INR) alargado**, e sintomas de colestase, como diferenciar um quadro de **insuficiência hepática** de uma queda do INR associada à **colestase**?
Ofertar **vitamina K por via PARENTERAL** (1 a 3 dias). Se o TP(INR) **normalizar**, a causa é colestase, uma vez que a deficiência de fatores de coagulação fora causada por absorção deficiente de vitamina K. Se **NÃO normalizar**, é **insuficiência hepática**.
34
Qual medida é feita após o nascimento para **prevenir** a doença hemorrágica do RN?
Aplicação de **vitamina K IM** Obs: pensar em doença hemorrágica do RN em RNs de poucos dias de vida que apresentam sangramento (principalmente pelo coto umbilical) e nasceram SEM ASSISTÊNCIA PERINATAL
35
Dentre os **distúrbios** da hemostasia secundária, o problema pode estar na via intrínseca, extrínseca ou na comum. Quais são os fatores de coagulação pertencentes à via **comum** (4)?
V, II, X e I. Dica: "viixi!"
36
Como se apresenta o **laboratório** nos distúrbios da via **comum**?
**TTPa e TP (INR) ALARGADOS**
37
O distúrbio da hemostasia causado pela via comum é provocado pela deficiência ou disfunção de um fator específico, que é o mais consumido na cascata. Qual fator da via comum é o **mais consumido** na cascata de coagulação e que deve, portanto, ser dosado?
O **fator I (fibrinogênio)** e o mais consumido, uma vez que ele é que forma a rede de fibrina.
38
Qual o valor plasmático **normal** de **fibrinogênio**?
200 - 400 mg/dL
39
O fibrinogênio pode causar distúrbionda hemostasia se estiver **deficiente** ou se estiver **disfuncional**. Qual exame é utilizado para avaliar a funcionalidade do fibrinogênio?
O **tempo de TROMBINA**
40
Qual o valor **normal** do **tempo de trombina**?
**14 - 21 segundos**
41
Como estão os exames laboratoriais (dosagem de fibrinogênio e tempo de trombina) quando o fibrinogênio é **deficiente**? E quando ele é **disfuncional**?
1. **Deficiência** de fibrinigênio: dosagem de fibrinogênio REDUZIDA **E** tempo de trombina ALARGADO. 2. **Disfunção de fibrinogênio**: dosagem de fibrinogênio NORMAL e Tempo de trombina ALARGADO. Dessa forma, **o tempo de trombina só serve para avaliar a função de fibrinogênio se a dosagem do fibrinogênio estiver NORMAL**
42
Qual a principal causa de distúrbio da hemostasia secundária em que o problema está na **via comum**?
**CIVD** (coagulação intravascular disseminada) -- problema está no fator I (fibrinogênio) Obs: existem outras causas, menos comuns, como deficiência dos fatores V e X.
43
Qual é a **fisiopatologia** da CIVD?
Liberação de **FATOR TECIDUAL** na circulação. Esse fator tecidual é parecido com o **colágeno**, que é o "gatilho" da ativação tanto da hemostasia primária (plaquetas) quanto da hemostasia secundária (pela via extrínseca, que é a principal ativadora da via comum)
44
Quais as **consequências** da presença do **fator tecidual** na circulação, na CIVD (5)?
1. Toxicidade aos capilares: **microangiopatia**, cursando com **anemia hemolítica microangiopática com esquizócitos** 2. Ligação de plaquetas ao fator tecidual com substequente apoptose das plaquetas: **plaquetopenia** e **alargamento do tempo de sangramento** 3. Ativação da via extrínseca da cascata de coagulação (fator tecidual funciona como gatilho): consumo de todos os fatores de coagulação, o que cursa com **PTT e TAP (INR) alargados**, **queda do fibrinogênio** e **tempo de trombina alargado** 4. Formação de **microtrombos de fibrina** com consequente **isquemia sistêmica** (causa de óbito na CIVD) 5. Lise das redes de fibrina formadas pela ativação da cascata de coagulação (**fibrinólise**): aumento de produtos da degradação da fibrina (**D-dímero elevado**).
45
Quais são as **principais** causas de CIVD (4)?
1. Sepse (principalmente por gram- negativos) 2. Choque 3. Acidentes obstétricos 4. Leucemia mieloide aguda (especialmente subtipo M3) Obs: existem DIVERSAS causas, sendo essas as principais
46
Em paciente com **clínica** de distúrbio da hemostasia secundária (ex: hematoma, hemartrose), com TTPa E TP (RNI) **normais**, qual deve ser a hipótese diagnóstica?
**Deficiência do fator XIII**. O fator XIII "ancora" a rede de fibrina no vaso sanguíneo, de foema que sua ação não é identificável pelos testes laboratoriais
47
Qual o teste que pode ser feito como **triagem** da deficiência do fator XIII? E como é feito **diagnóstico** da deficiência do fator XIII?
1. Triagem: solubilização do coágulo em ureia 5 M ou em ácido monocloroacético 2. Diagnóstico: **dosagem de fator XIII**
48
Resumo dos distúrbios da hemostasia secundária.
49
De forma geral, o tratamento dos distúrbios da hemostasia secundária é feito com a oferta intravenosa de fatores de coagulação. De que formas esses fatores podem ser ofertados (4)?
1. Fatores isolados (são vários disponíveis, como VII, IX, X ,XI, XIII, I) 2. Crioprecipitado 3. Plasma 4. Comolexo protrombínico
50
Quais são os principais fatores de coagulação presentes no **crioprecipitado** (2)?
1. Fator I (fibrinogênio) 2. Fator VIII Obs: crioprecipitado também é RICO em fator de von-Willenbrand
51
Quais são os fatores de coagulação presentes no **plasma**? Por que o plasma é menos utilizado atualmente para fins de reposição de fatores de coagulação?
TODOS. O plasma é menos utilizado porque para repor oa fatores de coagulação pode ser necessário utilizar muita quantidade, o que pode causar hiperexpansão volêmica.
52
Quais são os principais fatores de coagulação presentes no **complexo protrombínico** (4)?
O complexo protrombínico é rico em fatores dependentes de vitamina K (II, VII, IX e X)
53
Se for identificado TTPa alargado em um paciente (por ex) e **não há melhora** com a oferta de plasma, em qual situação se deve pensar?
Nos casos de hemofilia adquirida (produção de **anticorpos** contra o fator de coagulação, tb chamados de **inibidores de fator de coagulação**). Dessa forma, não adianta dar o fator de coagulação!
54
Em paciente que está em **uso de cumarínico (varfarina)** e, de repente, apresenta **INR > 9-10** (muito acima da faixa terapêutica, que é 2-3) OU **sangramento leve**, qual deve ser a **conduta** (2)?
1. **Suspender a varfarina** 2. **Oferta de vit K VO** Obs: vários fatores podem interferir no INR em pacientes que usam varfarina (como usonde 1 cp a mais, interação com medicações ou alimentos)
55
Em paciente que está em **uso de cumarínico (varfarina)** e, de repente, apresenta **sangramento grave** (ex: trauma) OU precisa de **reversão aguda do efeito do cumarínico** (ex: vai passar por cirurgia), qual deve ser a **conduta** (3)?
1. **Suspender a varfarina** 2. Administrar **complexo protrombínico** OU **plasma** (na ausência do complexo protrombínico) 3. **Oferta de vit K IV**
56
Em paciente que está em **uso de heparina** em dose plena (HNF OU HBPM) e apresenta **TTPa alargado** OU **sangramento leve**, qual deve ser a **conduta**?
**Reduzir a infusão** OU **suspender** a heparina. Obs: a HNF é administrada via **venosa** e tem meia vida muito curta. Reduzir ou interromper o seu efeito é mais simples. A HBPM é administrada via **subcutânea** Obs: existe um protocolo para redução de dose ou sispensão de heparina conforme o sangramento ou o TTPa
57
Em paciente que está em **uso de heparina** em dose plena (HNF OU HBPM) e apresenta **sangramento grave**, qual deve ser a **conduta** (2)?
1. **Suspender** a heparina 2. Administrar o **antídoto**
58
Qual é o **antídoto** das heparinas?
**Sulfato de PROTAMINA**
59
Cada 1 mg de sulfato de protamina antagoniza qual quantidade de HNF? E de HBPM?
100 U de HNF e 1 mg de HBPM