Direito Penal - Parte Geral Flashcards
Prevalece que a utilização de tipos penais abertos viola o princípio da legalidade, na sua vertente do princípio da taxatividade?
O Princípio da Taxatividade ou da Máxima Determinação exige que os tipos penais devem ser certos, claros
e determinados de modo a permitir à população o pleno entendimento sobre o que é crime e o que não
é. Isso impede o legislador de criar crimes vagos, ambíguos, indeterminados ou imprecisos, os quais não
protegem o cidadão de arbitrariedade, e habilitam o juiz a realizar a interpretação a ponto de violar a
Separação dos Poderes.
Mas é preciso não confundir essas hipóteses com os chamados Tipos Abertos, que na verdade são frutos
de uma técnica legislativa excepcional e que podem e devem ser valorados pelo magistrado para fins de
tipificação formal e material, já que não é possível o legislador prever todas as formas delitivas.
ERRADO
Qual o conceito de Direito Penal?
É o conjunto de normas que objetiva definir os crimes, proibindo ou impondo condutas, sob a ameaça de imposição de pena ou medida de segurança.
Quais são as características do Direito Penal segundo Cleber Masson?
É uma CIÊNCIA, CULTURAL, NORMATIVA, VALORATIVA, FINALISTA, SANCIONATÓRIA e FRAGMENTÁRIA
Quem é o autor da seguinte frase: “o Código Penal é a Magna Carta do delinquente”?
Franz Von Liszt
Quais são as correntes do funcionalismo Penal? No que consistem?
I. Funcionalismo Teleológico (moderado) Claus Roxin
II. Funcionalismo Sistêmico (radical) Gunter Jakobs
- O funcionalismo teológico diz que a missão do Direito Penal é a proteção dos bens jurídicos mais relevantes. (predomina)
- O funcionalismo sistêmico diz que a finalidade do Direito Penal é assegurar o sistema, protegendo o império da norma.
Qual a diferença entre Direito Penal, Criminologia e Política Criminal?
- Direito Penal: ocupa-se do crime como NORMA;
- Criminologia: ocupa-se do crime como FATO.
- Política Criminal: ocupa-se do crime como VALOR.
Qual a diferença entre a Criminalização Primária e a Criminalização Secundária?
A primária é a criação das sanções penais, introduzindo formalmente no ordenamento determinadas condutas.
A secundária é a ação punitiva concretamente sobre as pessoas.
O que significa Direito Penal Paralelo e Direito Penal Subterrâneo?
- Paralelo: como as instituições em alguns casos não obtém êxito na aplicação do poder punitivo, outras agências se apropriam-se desse espaço para o exercerem de modo paralelo ao Estado.
- Subterrâneo: quando instituições oficiais atual com o poder punitivo de forma ilegal.
No que consiste o Princípio da Exteriorização ou Materialização do fato?
O Estado só pode punir condutas humanas voluntárias (fatos). Assim ninguém pode ser punido por pensamentos, desejos ou mera cogitações e estilo de vida.
Qual o conceito de coculpabilidade e qual dispositivo autoriza sua aplicação? E o que significa coculpabilidade às avessas?
Pricípios
É a corresponsabilidade do Estado no cometimento de determinados delitos, praticados por cidadãos que possuem menor âmbito de autodeterminação diante das circunstâncias do caso concreto.
- Segundo o princípio da coculpabilidade, o Estado-juiz deveria observar como atenuante a situação socio-econômica do réu no momento da prática do delito. Vide art. 66 CP.
Coculpabilidade às avessas é a maior reprovabilidade daqueles que possuem dotado poder econômico.
Princípios
Qual o significado de garantismo penal e quem o conceituou?
É o conjunto de vínculos e de regras racionais imposto a todos os poderes na tutela dos direitos de todos, representa o único remédio para os poderes selvagens”.
Autor: Ferrajoli
Atenção! Para o autor, o juiz não é um mero aplicador da lei, mas um guardião de direitos fundamentais.
Quais as características do Direito Penal do Inimigo?
- Antecipação da punibilidade com a tipificação de atos preparatórios;
- Direito penal prospectivo, se pune por aquilo que ele poderá fazer em razão do perigo que representa.
- Pune-se o inimigo pela sua periculosidade e não pela culpabilidade.
- Criação de tipos de mera conduta.
- As garantias aplicadas ao inimigo são relativizadas ou até mesmo suprimidas
- Flexibilização do princípio da legalidade.
- Preponderância do direito penal do autor e, por consequência, a flexibilização do princípio da exteriorização do fato.
- Endurecimento da execução penal
Quais são as velocidades do direito penal e suas características?
- Primeira velocidade: Direito Penal “da prisão”, aplicando-se penas privativas de liberdade como resposta aos crimes praticados, com a rígida observância das garantias constitucionais e processuais. Aplicada a delitos graves.
- Segunda velocidade: Direito penal reparador. São aplicadas aqui penas alternativas à prisão, como restritivas de direitos ou pecuniárias, de forma mais rápida, sendo admissível, para tanto, uma flexibilização proporcional dos princípios e regras processuais. Aplicável a delitos de menor gravidade.
- Terceira velocidade: Novamente temos aqui a prisão por excelência. Contudo, difere-se da primeira por permitir a flexibilização e até a supressão de determinadas garantias. Aplicada aos delitos de maior gravidade. Remete ao direto penal do inimigo, já explicado acima.
- Quarta velocidade: Neopunitivismo. Ligada ao direito internacional. É o processamento e julgamento pelo TPI de chefes de Estado que violarem tratados e convenções internacionais de tutela de Direitos Humanos e praticarem crimes de lesa-humanidade, de modo que, por esta razão, se tornarão réus perante o referido tribunal e terão, dentro do contexto, suas garantias penais e processuais penais diminuídas.
- Quinta velocidade: hodiernamente, já se fala em Direito Penal de 5ª (quinta) velocidade, que trata de uma sociedade com maior assiduidade do controle policial, o Estado com a presença maciça de policiais na rua, no cenário onde o Direito Penal tem o escopo de responsabilizar os autores, diante da agressividade presente em nossa sociedade de relações complexas e, muitas vezes, (in)compreensíveis.
O que significa Delegação em Preto?
É quando lei complementar delegado ao Estado a legislar sobre questões específicas de direito penal.
É possível a edição de MP sobre Direito Penal?
Segundo expressamente dispõe no art. 62, § 1º, I, “b”, é vedada a edição de MP sobre direito penal, seja contrária ou favorável ao réu.
Porém, o STF firmou precedente que autoriza a edição de MP favorável ao réu.
Existe mandado constitucional de criminalização implícito ou tácito?
De acordo com a maioria, existem mandados constitucionais de criminalização implícitos, com a finalidade de evitar a intervenção insuficiente do Estado (imperativo de tutela). Por exemplo, a Constituição, ao garantir o direito à vida, está, implicitamente, determinando a criminalização do homicídio (se todos têm direito à vida, não se pode permitir que o homicídio não seja crime).
A aplicação do princípio da insignificância requer a presença cumulativa de quais condições objetivas?
a) mínima ofensividade da conduta do agente; b) nenhuma periculosidade social da ação;
c) reduzido grau de reprovabilidade do comportamento do agente;
d) inexpressividade da lesão jurídica provocada.
É vedado ao reincidente e ao agente que atua com habitualidade delitiva a aplicação do princípio da insignificância?
Em regra, o STF e o STJ afastam a aplicação do princípio da insignificância aos acusados reincidentes ou de habitualidade delitiva comprovada. Vale ressaltar, no entanto, que há julgados em que afirmam que a reincidência não impede, por si só, que o juiz da causa reconheça a insignificância penal da conduta, à luz dos elementos do caso concreto.
Ao criminoso habitual, tanto o STF como o STJ, costumam negar a aplicação. Vale ressaltar, no entanto, que há julgados em que afirmam que é aplicável o referido princípio se, analisando as peculiaridades do caso concreto, entender que a medida é socialmente recomendável.
No que consiste a Teoria da Reiteração não cumulativa de condutas de gêneros distintos?
É a possibilidade de aplicação ao réu reincidente quando o crime anterior tutelava bem distinto do patrimônio.
É correto afirmar que é vedado de maneira absoluta a aplicação do princípio da insignificância na hipótese de furto qualificado?
STF/STJ: Via de regra, entendem não ser possível a aplicação do princípio da insignificância no furto qualificado, pois falta o requisito do reduzido grau de reprovabilidade do comportamento. No entanto, o Plenário do STF analisou a questão e entendeu que não há como fixar tese sobre isso, que também deve ser analisado caso a caso (STF-HC 123108/MG).
Para posição majoritária, o princípio da insignificância é ____________________________, bem como funcionada como____________________do direito penal.
Para posição majoritária, o princípio da insignificância é CAUSA SUPRALEGAL DE EXCLUSÃO DA TIPICIDADE MATERIAL, bem como funcionada como INSTRUMENTO DE INTERPRETAÇÃO RESTRITIVA do direito penal.
Ao crime de apropriação indébita previdenciária aplica-se o princípio da insignificância?
Não! Tanto para o STF como para o STJ, referida causa supralegal de exclusão da tipicidade material não se aplica nesse crime.
Delegado pode aplicar o princípio da insignificância?
Para o STJ NÃO! Apenas o juiz pode. HC 154.949/MG. Assim, a autoridade policial estaria obrigada a efetuar a prisão em flagrante, submetendo a questão à análise de autoridade judiciária.
No entanto, parte da doutrina, a exemplo de Cleber Masson, posiciona-se contra tal entendimento, pelo fato de tratar a insignificância de afastamento da tipicidade do fato. E ora, se o fato não é típico para o juiz, também não será para delegado!
Qual a diferença entre a bagatela própria para a imprópria?
Na própria o fato já nasce atípico, enquanto na imprópria a situação nasce relevante, tornando-se desnecessária após análise das peculiaridades do caso concreto.
Qual a natureza jurídica da bagatela imprópria?
Causa supralegal de exclusão da punibilidade.
Qual a posição do STF sobre os crimes de perigo abstrato?
Essa tese, no entanto, hoje não prevalece no STF. No HC 104.410, o Supremo decidiu que a criação de crimes de perigo abstrato não representa, por si só, comportamento inconstitucional, mas proteção eficiente do Estado.
Ex.: Embriaguez ao volante – STF decidiu que o ébrio não precisa dirigir de forma anormal para configurar o crime – bastando estar embriagado (crime de perigo abstrato).
Quais são as 4 ordens e garantias do princípio da lesividade?
- proibição de incriminar uma atitude interna (não se pune a cogitação);
- proibição de incriminar condutas que não excedam o âmbito do autor;
3.proibicação de incriminar simples estados ou condições existenciais; - proibição de incriminar condutas desviadas que não afetam qualquer bem jurídico (não se pune o crime impossível)
Qual o significado do Princípio da Alteridade?
A conduta deve, necessariamente, atingir bens de terceiros para ser criminalizada
Quais são as características essenciais das leis temporárias e excepcionais?
- Autorrevogabilidade;
- Ultratividade.
Qual a teoria aplicada para o Tempo do Crime?
Teoria da Atividade (art. 4º, CP) “Considera-se praticado o crime no MOMENTO DA AÇÃO OU OMISSÃO, ainda que outro seja o momento do resultado.”
De acordo com o entendimento jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal (STF) acerca dos princípios penais fundamentais, a aplicabilidade do princípio da insignificância deve ser analisada em conexão com os postulados
Da fragmentariedade e da intervenção mínima.
Questão Delegado PE, CESPE 2024.
RINCÍPIO DA INTERVENÇÃO PENAL MÍNIMA:
Chamado de ultima rátio
O direito penal só deve ser usado quando nenhum outro ramo do direito for capaz de solucionar o conflito
PRINCÍPIO DA FRAGMENTARIEDADE:
O direito penal deve proteger apenas os bens jurídicos mais relevantes
Bens jurídicos e lesões mais graves que os outros ramos não protegem
PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE:
Só deve se usar o direito penal quando as outras formas de controle forem insuficientes
Art. 111 - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, começa a correr:
V - nos crimes contra a dignidade sexual ou que envolvam violência contra a criança e o adolescente, previstos neste Código ou em legislação especial, _____________________________
Art. 111 - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, começa a correr:
V - nos crimes contra a dignidade sexual ou que envolvam violência contra a criança e o adolescente, previstos neste Código ou em legislação especial, da data em que a vítima completar 18 (dezoito) anos, salvo se a esse tempo já houver sido proposta a ação penal.
O princípio da vedação à dupla persecução (ne bis in idem processual) poderá ser excepcionado quando o julgamento no exterior não se realizar de modo justo e legítimo?
Certo!
STF, HC 171.118, Rel. Min. Gilmar Mendes, 2ª Turma, j. 12.11.2019
É forçoso concluir, portanto, que o exercício do controle de convencionalidade, tendo por paradigmas os dispositivos do art. 14.7 do PIDCP e do art. 8.4 da CADH, determina a vedação à dupla persecução penal, ainda que em jurisdições de países distintos. Assim, o art. 8º do Código Penal deve ser lido em conformidade com os preceitos convencionais e a jurisprudência da Corte Interamericana de Direitos Humanos, vedando-se a dupla persecução penal por idênticos fatos.
Finalmente, a vedação à dupla persecução penal em âmbito internacional deve ser ponderada com a soberania dos Estados e com as obrigações processuais positivas impostas pela Corte IDH. Em casos de violação de tais deveres de investigação e persecução efetiva, o julgamento em país estrangeiro pode ser considerado ilegítimo, como em precedentes em que a própria Corte IDH determinou a reabertura de investigações em processos de Estados que não verificaram devidamente situações de violações de direitos humanos. Portanto, se não houver a devida comprovação de que o julgamento em outro país sobre os mesmos fatos não se realizou de modo justo e legítimo, desrespeitando obrigações processuais positivas, a vedação de dupla persecução pode ser eventualmente ponderada para complementação em persecução interna.
A pendência de julgamento de litígio no exterior não impede, por si só, o processamento da ação penal no Brasil, não configurando bis in idem.
Origem: STJ - Informativo: 656 .
A lei nova que proíba a extradição por determinada infração penal será retroativa?
Certo!!!
(…) As normas extradicionais, legais ou convencionais, não constituem lei penal, não incidindo, em consequência, a vedação constitucional de aplicação a fato anterior da legislação penal menos favorável. (…) STF. Plenário. Ext 864, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgado em 18/06/2003.
No que consiste BEM JURÍDICO COLETIVO APARENTE?
A doutrina vai apontar que o bem jurídico coletivo aparente ou falsos bens jurídicos coletivos são aqueles bem jurídicos formados pela soma de vários bens jurídicos INDIVIDUAIS, e que são tratados pelo legislador conjuntamente, a fim de fundamentar a antecipação da tutela penal em determinados casos e legitimar incriminações e punições abusivas.
Exemplos: Saúde pública; incolumidade pública.
Quais são as espécies de lei penal em branco e em que consistem?
I – Lei penal em branco EM SENTIDO LATO / HOMOGÊNEA / IMPRÓPRIA: O complemento tem a mesma natureza jurídica e deriva do mesmo órgão que elaborou a lei incriminadora, ou seja, é outra lei. Ex.: art. 169, § único, I, do Código Penal, complementado pelo art. 1.264 do Código Civil. Podem ser de duas espécies:
a)
Lei penal em branco em sentido lato HOMOVITELINA: A lei incriminadora e o complemento estão no mesmo diploma legislativo. Ex.: Art. 304 do CP - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem os arts. 297 a 302.
b)
Lei penal em branco em sentido lato HETEROVITELINA: A lei incriminadora e o complemento estão em diplomas normativos diversos. Ex.: art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior. É complementado pelo CC.
II – Lei penal em branco EM SENTIDO ESTRITO / HETEROGÊNEA / FRAGMENTÁRIA / PRÓPRIA: O complemento tem natureza jurídica diversa e emana de órgão distinto do que elaborou a norma incriminadora. Ex.: Lei de drogas e Portaria 344/98.
III – Lei penal em branco INVERSA ou AO AVESSO: O preceito primário é completo, mas o preceito secundário (pena) depende de complementação. O complemento, nesse caso, deve ser uma lei, tendo em vista o princípio da reserva legal. Ex.: genocídio.
IV – Lei penal em branco DE FUNDO CONSTITUCIONAL: O complemento do preceito primário é uma norma constitucional. É o caso, de acordo com Cleber Masson (2017, p. 128), do crime de abandono intelectual, definido no art. 246 do CP, uma vez que o conceito de “instrução primária” está previsto no art. 208, I, da CF.
V – Lei penal em branco AO QUADRADO: É a norma cujo complemento também depende de complementação. Ex.: art. 38 da Lei 9.605/98, que pune as condutas de destruir ou danificar florestas de preservação permanente. O conceito de “floresta de preservação permanente” é dado pelo Código Florestal, que, dentre várias hipóteses, previu um caso em que a área de preservação permanente será assim considerada após declaração de interesse social por parte do Chefe do Poder Executivo.
Quais são as características da lei penal?
a) exclusividade
b) imperatividade
c) generalidade
d) impessoalidade
e) anterioridade
Quais teorias para o tempo e lugar do crime?
LUTA
Tempo: Teoria da Atividade
Lugar: Teoria da Ubiquidade
Qual a teoria utilizada pelo CP para o termo inicial do prazo prescricional?
Teoria do Resultado, conforme art. 111, I, CP.
A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, começa a correr: I - do dia em que o crime se consumou.
O que significa transmudação geográfica do tipo penal?
é o mesmo que o princípio da continuidade normativo-típica, pois há a migração do conteúdo criminoso para outro tipo penal incriminador.
Quais são as hipóteses de extraterritorialidade incondicionada?
Crimes cotra:
a) a vida e a liberdade do Presidente da República;
b) o patrimônio e a fé pública da União, DF, Estados, Territórios, Municípios e Administração indireta;
c) contra a Administração pública, por quem está a seu serviço;
d) genocídio quando o agente é brasileiro ou domiciliado no Brasil.
Art. 7º, CP
Na lei de Tortura (Lei 9455/97), há previsão de extraterritorialidade incondicionada quando o crime não tenha sido cometido no território nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira.
Quais são as hipóteses de extraterritorialidade condicionada?
Os crimes:
a) que por tratado ou convenção o Brasil se obrigou a reprimir;
b) praticados por brasileiro;
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgadas.
No caso da extraterritorialidade condicionada, quais são as condicionantes que devem ser preenchidas para aplicação da lei brasileira?
a) entrar o agente no território nacional;
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; (Princípio da dupla tipicidade)
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição;
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena;
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável.
Quais crimes não admitem tentativa?
CHUPAO
Culposos;
Contravenções penais;
Habituais;
Unissubsistentes;
Preterdolosos;
Atentado/Empreendimento
Omissivos próprios
Aos crimes de porte ilegal de arma de fogo e recepção aplica-se o princípio da consunção?
Porte ilegal de arma e receptação dolosa - NÃO SE APLICA a consunção (Info 433 STJ). A receptação e o porte ilegal de arma de fogo configuram crimes de natureza autônoma, com objetividade jurídica e momento consumativo diversos. Tribunais vêm afirmando que os crimes de porte ilegal de arma e receptação dolosa possuem bens jurídicos distintos, vítimas distintas, momentos de consumação diferentes, motivo pelo qual NÃO há consunção entre eles.
Qual o conceito de Direito Penal de Emergência?
é o Direito Penal criado a partir de uma situação atípica. O legislador cria normas de repressão porque há uma anormalidade social que exige uma resposta legal extraordinária.
Qual o conceito de Direito Penal Simbólico?
é o Direito Penal que vai ao encontro aos anseios populares, pois o legislador atua pensando na opinião pública para devolver à sociedade uma ilusória sensação de tranquilidade.