Consultorias (p/ teste obj.) Flashcards
1. Modificações do organismo materno; 2. CA de colo e endométrio; 3. Ruprema, prematuridade e trabalho de parto prematuro 4. Contração uterina;
Sobre a consultoria Mod. no organismo materno na gravidez, responda:
- Cite exemplos de fatores mecânicos?
- Diafragma sendo empurrado para cima;
- Órgãos abdominais (incluindo ureteres) sendo comprimidos: refluxo GE;
- Hiperlordose/Hipercifose: dor, macha anserina;
- Compressão da V. cava inferior quando mulher em posição supina: hipotensão, bradicardia, redução de débito cardíaco com consequente diminuição da oxigenação fetal e SFA. Aumenta pressão venosa dos MMII e vasos pélvicos (edema, varizes MMII, hemorroidas e síndrome de hipotensão supina).
Como se dividem as modificações do organismo materno na gravidez?
- Endócrinas: Produção hormonal pela placenta de outros órgãos endócrinos
- Mecânicas: Fator mecânico (crescimento contínuo do útero, o qual começa a comprimir órgãos e
estruturas adjacentes) - Inflamatórias: Aumento de mediadores inflamatórios
Ou
Modificações Sistêmica Vs Locais
Quais são as mudanças nos mediadores inflamatórios na gravidez?
● Aumento de prostaciclinas (vasodilatador) produzidas pela parede vascular
● Diminuição de tromboxano (vasoconstrictor) produzidas pelas plaquetas
● Hiperestimulação do sistema renina-angiotensina-aldosterona: retenção de água e
sódio, o que provoca um aumento da volemia
● A mãe apresenta uma diminuição da reatividade vascular a agentes vasopressores
como catecolaminas e angiotensina II
Das mudanças sistêmicas na gravidez, o que acontece com o sistema cardiovascular?
● Aumento do débito cardíaco: ocorre progressivamente a partir da 5 ª semana pelo
aumento da frequência cardíaca e da volemia
● Gestantes podem apresentar de 15 a 20 bpm a mais que o normal
● Gestantes apresentam hipervolemia e hemodiluição (mais plasma que os outros
elementos)
● Tais alterações ocorrem devido a necessidade de uma boa irrigação uterina/fetal e uma
preparação da mãe para a perda sanguínea no pós-parto
*Alerta para o agravamento de cardiopatias na gestação
● Vasodilatação por diminuição de tromboxano A2 e aumento de prostaciclina,
estrogênio, progesterona e óxido nítrico
● Diminuição da resistência vascular periférica
● Diminuição da PA e possibilidade de tonturas e desmaios (quem segura a PA é o
aumento do débito cardíaco)
● Desvio do coração para cima e para a esquerda pela elevação do diafragma de 4
cm (possíveis alterações no eletrocardiograma)
● Aumento do volume cardíaco (aumento do volume sistólico e hipertrofia dos
miócitos)
*Podem ocorrer sopro cardíaco sistólico por redução da viscosidade e aumento do débito
cardíaco, extrassístoles ventriculares, taquicardias paroxísticas supraventriculares com
alterações ao ECG.
Das mudanças sistêmicas na gravidez, o que acontece com o sistema hematológico?
● Anemia patológica em gestante somente com Hb abaixo de 11g/dL no 1º e 3º
trimestre ou abaixo de 10,5 no 2º trimestre e Ht abaixo de 32%.
● Leucocitose até 14 mil/mm3
○ Leucócitos estão pouco ativos devido à redução da quimiotaxia, para os
leucócitos não encararem o feto como corpo estranho
○ Normaliza no pós-parto
● Plaquetopenia na gravidez somente abaixo de 100 mil/mm3
○ Há redução fisiológica por hemodiluição
○ Pequena coagulação intravascular no leito uteroplacentário e aumento discreto
do baço
○ Normaliza no pós-parto
● Hipercoagulabilidade como proteção contra hemorragia (importante risco de eventos
tromboembólicos)
○ Aumento dos fatores de coagulação, exceto fatores XI e XIII
○ Aumento de fibrinogênio e D-dímero
○ Diminuição da atividade fibrinolítica
Das mudanças sistêmicas na gravidez, o que acontece com o sistema endócrino?
● Beta-hCG:
○ Mantém o corpo lúteo no 1º trimestre produzindo progesterona
○ Começa a diminuir na 8ª semana
○ Responsável pela êmese
● Hormônio lactogênio placentário:
○ Aumenta na 2ª metade da gestação
○ Aumenta a resistência à insulina com o intuito de disponibilizar mais glicose
para o feto e aumentar a glicogenólise, lipólise e proteólise.
○ É um hormônio diabetogênico.
● Estrógenos:
○ Prolifera miométrio e ducto mamário
○ Relaxa ligamentos pélvicos
○ Aumenta a contratilidade cardíaca
● Progestágeno:
○ Hiperventilação
○ Impede as contrações e abortamento
● Prolactina:
○ Mamogênese
○ Produção láctea
● Cortisol: Responsável pela maturação fetal (pulmonar, cardiovascular e renal)
○ Quando o bebê vai nascer prematuro faz-se cortisol exógeno na mãe
● Hormônio melanocítico estimulante: pigmentação da pele promovendo
fortalecimento dos tecidos da mama, vulva e vagina.
● FSH e LH: diminuem
● TSH: diminui no 1º trimestre devido ao estímulo cruzado pelo hCG (semelhança
morfológica)
● Ocitocina: apresenta níveis constantes na gestação e aumenta no momento do parto
Das mudanças sistêmicas na gravidez, o que acontece com o metabolismo?
● Necessidade calórica adicional: 85 kcal/dia (1º trimestre), 285 kcal/dia (2º trimestre)
e 475 kcal/dia (3º trimestre)
● Tecido adiposo e placenta produzem leptina (hormônio da saciedade), com pico no 2º
trimestre. Porém, há um aumento de apetite, porque as gestantes desenvolvem
resistência à leptina
● Leve hipoglicemia em jejum, hiperglicemia pós-prandial e hiperinsulinemia
● Fase de anabolismo materno (24 a 26 semanas): elevado metabolismo da glicose e
armazenamento em forma de glicogênio nas células hepáticas e musculares
(glicogênese)
● Fase de catabolismo materno (após 26 semanas): calorias ingeridas e reservas
maternas são direcionadas ao feto.
○ Nessa fase há resistência à insulina (HLP e outros) → aumento da glicemia →
produção de mais insulina (hiperinsulinemia compensatória)
○ Lipólise e neoglicogênese
* Quando o pâncreas está alterado, esse processo resulta em DM gestacional (DMG)
● Metabolismo proteico: armazenamento proteico (melhor aproveitamento dietético e
menor excreção).
○ Metade do acúmulo é destinada ao feto e anexos e a outra metade para a
musculatura uterina e desenvolvimento mamário e outros.
○ No plasma há aumenta da albumina total, porém a dosagem é prejudicada pela
hemodiluição
● Metabolismo lipídico: aumento de colesterol e triglicerídeos
● Metabolismo do ferro: maior necessidade por consumo fetoplacentário devido ao uso
para aumento de eritrócitos e musculatura uterina, além da depleção por perdas
sanguíneas e aleitamento.
Das mudanças sistêmicas na gravidez, o que acontece com o sistema respiratório?
● Aumento do volume corrente (aumento do tempo de inspiração e expiração)
● Aumento da pO2 arterial
● Diminuição da pCO2 arterial
● Diminuição de bicarbonato sérico → alcalose respiratória compensada
● Broncodilatação
● Aumento da caixa torácica
● Diminuição da capacidade pulmonar total
● Diminuição da capacidade do volume residual funcional
● Diminuição da reserva expiratória
● Preservação da reserva inspiratória
● Ingurgitamento e edema da mucosa nasal
*Rins reduzem a reabsorção tubular de bicarbonato → acidose metabólica compensatória
Das mudanças sistêmicas na gravidez, o que acontece com o sistema gastrointestinal?
● Aumento de fosfatase alcalina (placenta)
● Pirose devido a diminuição do tônus do esfíncter esofágico inferior
● Diminuição esvaziamento gástrico
● Diminuição do peristaltismo → constipação
● Diminuição da contração biliar → litíase biliar
Das mudanças locais na gravidez, o que acontece com a pele?
● Estrias
● Telangiectasias
● Eritema palmar
● Hipertricose
● Aumento da secreção sebácea e sudorese
● Aumento da pigmentação: cloasma, linha nigrans (linha alba), sinal de Hunter (aréola
secundária), hiperpigmentação da aréola por estímulo dos melanócitos por estrogênio
e progesterona
*Tais alterações regridem após o parto, no entanto, o cloasma é o único que permanece,
sobretudo pela exposição ao sol. Anticoncepcionais combinados podem dificultar o
desaparecimento do cloasma após gestação.
Das mudanças locais na gravidez, o que acontece com a mama?
● Rede (venosa) de Haller
● Tubérculos de Montgomery
● Turgência
● Mastalgia
Das mudanças locais na gravidez, o que acontece com a vulva e vagina?
● Sinal de Kluge: Escurecimento da mucosa vaginal e colo uterino
● Sinal de Jacquemier: Escurecimento da mucosa vulvar
● Sinal de Chadwick: Escurecimento de vulva, vagina ou colo
● Sinal de Osiander: Pulsação da artéria vaginal ao toque vaginal
● Aumento da secreção vaginal
● PH vaginal mais ácido
● Modificação da flora vaginal
● Aumento da quantidade de Bacilos de Doderlein (lactobacilos)
Das mudanças locais na gravidez, o que acontece com o útero?
● Hipertrofia e hiperplasia do útero e dos ligamentos de sustentação uterina
● Maior vascularização
● Sinal de Noble-Budin: preenchimento do fundo de saco de Douglas pelo útero
gravídico observado ao toque
● Sinal de Piskacek: Assimetria por abaulamento uterino na região da nidação
● Sinal de Hegar: Flexão do corpo uterino sobre o colo pelo amolecimento do istmo.
Das mudanças locais na gravidez, o que acontece com o colo?
● Edema e aumento da vascularização
● Sinal de Kluge: escurecimento
● Sinal de Goodell: amolecimento
● Tampão mucoso: muco cervical viscoso e mais espesso que não cristaliza (rolha de Schroeder)
Cite os sinais de presunção da gravidez:
● Ausência de menstruação (amenorreia) → atraso menstrual
● Náuseas e vômitos
● Tontura
● Sialorreia (salivação excessiva)
● Mudanças no apetite
● Linha nigra (linha alba)
● Dor muscular (mialgia)
● Polaciúria (aumento da frequência urinária)
● Sonolência
● Fadiga
● Aumento do volume e hipersensibilidade das mamas
● Cloasma gravídico
● Tubérculos de Montgomery
● Saída de colostro pelo mamilo
● Sinal de Haiban: lanugem na testa
● Aumento do volume abdominal
Cite os sinais de probabilidade de gravidez:
● Sinal de Hegar
● Sinal de Goodell
● Sinal de Piskacek
● Sinal de Chadwick
● Paredes vaginais aumentadas (pode-se observar a pulsação da artéria vaginal)
● Contrações de Braxton-Hicks
● Positividade da fração beta-HCG
● Alterações na forma e no tamanho do útero
Cite os sinais de certeza de gravidez:
● Presença dos batimentos cardíacos fetais (BCF) a partir de 12 semanas pelo Sonar e
20 semanas pelo Pinard
● Percepção dos movimentos fetais de 18 a 20 semanas
● Visualização do saco gestacional observado via transvaginal a partir de 4 semanas de
gestação.
Sobre o CA de colo de útero, quais são os tipos de prevenção e cite exemplos de cada uma delas:
- PREVENÇÃO PRIMÁRIA:
Educação sexual e vacinação; - PREVENÇÃO SECUNDÁRIA:
Citopatologia esfoliativa cervical (papanicolau), Colposcopia e biópsia, Identificação de sorotipos de HPV; - PREVENÇÃO TERCIÁRIA:
Tratamento do câncer;
Quais são os fatores de risco para CA de colo?
● Coitarca precoce (maior probabilidade de contato com o HPV)
● Múltiplos parceiros sexuais (maior exposição ao HPV)
● Multiparidade
● Baixo nível socioeconômico
● Higiene sexual (parceiros não circuncisados)
● Parceiro de risco (portadores de câncer de pênis)
Quais os tipos histológicos do CA de colo e suas incidências?
● Carcinoma espinocelular (<90%): células escamosas sofrem atipias
● Adenocarcinoma (8%): células glandulares sofrem atipias
● Tumores mistos: comprometimento da linhagem de células escamosas e glandulares
● Células claras: células multidiferenciadas
● Sarcoma: comprometimento do tecido conjuntivo fibroso
● Lesões pré-cancerosas (NIC)
Quais as formas clínicas e sintomas do CA invasor de colo?
Formas clínicas
● Ulcerativa
● Exofítica (80%): mácula rubra, colo friável, necropiose (podendo proliferar bactérias)
● Endofítica
Sintomas
● Assintomático
● Sinusiorragia (sangramento ao coito)
● Sangramento vaginal
● Fluxo vaginal fétido (lembra a vaginose bacteriana)
● Sintomas urinários (proximidade anatômica)
● Sangramentos pós menopausa
Qual o prognóstico do CA de colo caso não tratado?
Colo uterino → vagina, ligamentos paramétrios, corpo uterino
*Tecido circundante do colo do útero (rede de martan que lembra uma roda de carroça):
ligamentos cardinais ou paramétrio fixados à pelve, ligamento pubocérvico uterino fixado ao
púbis e ligamentos uterossacros fixados ao sacro.
Qual o tratamento para CA de colo?
Cirurgia (Wertheim Meigs) + quimioterapia + radioterapia
Qual a principal causa da morte da paciente com CA de colo?
Infiltração com compressão de ureteres causando lesão pós-renal.
Qual a epidemiologia do CA de endométrio?
● Países desenvolvidos
● Idade:
○ 75% > 50 anos
○ Média de 65 anos
○ 5% <40 anos
● Causa esporádica (90%): não hereditária
● Brasil: 11ª doença da mulher (3ª doença ginecológica)
● EUA: 4ª doença
● Mulheres obesas: a conversão periférica de androstenediona para estrogênio se dá no
tecido adiposo, principalmente em mulheres obesas, o que pode levar a hiperplasia do
endométrio.
● Menor número de filhos
● Associação com cânceres de ovário, mama e cólon (ex. Síndrome Lynch II)
Qual a tríade CA de endométrio:
- Fator idade: Mulheres 50-59 anos;
- Fator Tríade do câncer de endométrio: obesidade, diabetes e hipertensão;
Quais os tipos de neoplasias do corpo uterino?
● Adenocarcinoma endometrial (tecido glandular simples): mais frequente
● Carcinomas ou carcinossarcoma
● Leiomiossarcomas
● Sarcoma do estroma endometrial (raro)
● Adenossarcomas
Sobre o adenocarcinoma de endométrio, qual sua epidemiologia e como pode ser dividido?
● Mais frequente
● Idade: 50 a 59 anos
Pode ser dividido em:
● Estrogênio dependente: células bem diferenciadas, mulheres jovens, associado a
hiperplasias, rico em receptores de E+P e evolução lenta (mais comum)
● Sem ação hormonal: mulheres mais velhas, pobres em receptores hormonais,
evolução rápida e invasão precoce
Quais são os fatores de risco associados ao adenocarcinoma de endométrio ligados ao estrogênio?
● Usuários de tamoxifeno
○ Moduladores seletivos do receptor do estrogênio (SERM): tamoxifeno,
raloxifeno e o toremifeno. No endométrio é um agonista hormonal e na mama
é um antagonista hormonal.
● Drogas de ação estrogênica: digitálicos e flavonas
● Hiperplasias ou pólipos pregressos
● História familiar positiva (10%)
● Diabetes mellitus: insulina apresenta ação sinérgica aos receptores de LH no ovário
→ ciclos anovulatórios, podendo ter uma ação estrogênica constante.
● Estresse
● Irradiação pélvica
● HPP: câncer de cólon, mama e ovário (ex. Síndrome Lynch II)
● Menopausa após 52 anos (maior tempo de exposição ao estrogênio)
● Obesidade (níveis elevados de estrogênio)
● Nuliparidade (mais exposta ao estrogênio)
● Gordura centrípeta (apple shaped): gordura que promove a conversão periférica de
androstenediona em estrogênio
● Cor branca
● Alto nível socioeconômico
● Vida urbana (obesidade, sedentarismo, nuliparidade, alimentação hipercalórica)
● Dieta rica em gordura animal
● SOP
Quando suspeitar de CA de endométrio?
● Sangramento uterino anormal
● Piométrio (fluxo purulento saindo do útero)
● Colpocitológico: eosinofilia
● Células endometriais na colpocitologia
● Associação com fatores de risco