Conferências (p/prova) Flashcards
1. Ciclo menstrual; 2. Infertilidade; 3. Amenorreia secundária; 4. Violência sexual; 5. SUA; 6. Puerpério fisiológico; 7. Puerpério patológico; 8. DMG; 10. Síndrome hipertensiva; 11. Hemorragia pós-parto
Como é a secreção do GnRH?
Secretado pelo hipotálamo, apresenta secreção pulsátil variando ao longo do ciclo menstrual.
Alta frequência e baixa amplitude»_space; FSH (folicular)
Baixa frequência e alta amplitude»_space; LH (lútea)
Quais são e como são secretadas as gonadotrofinas?
FSH e LH produzidas e secretadas de forma pulsátil pelas células gonadotróficas (células basófilas) da adeno-hipófise.
FSH estimula secreção de estrogênio.
LH promove o rompimento dos folículos e produção de progesterona.
Quais são os esteroides gonadais? Suas funções?
- Estradiol: promove proliferação celular no endométrio e secreção cervical mais filante; (fase proliferativa);
- Progesterona: diferenciação, organização do tecido endometrial e no controle da implantação (fase secretora);
Como são divididos os ciclos ovarianos e uterinos?
Ciclo ovariano: fase folicular e fase lútea
Ciclo uterino: fase proliferativa e fase secretora
O que acontece na fase folicular?
Retroalimentação hormonal promove o desenvolvimento de um único folículo dominante; essa fase dura de 10 a 14 dias começando no primeiro dia da menstruação e terminando com a ovulação.
O que acontece na fase lútea?
Começa na ovulação e termina no primeiro dia da menstruação. Tem duração fixa de 14 dias.
Como é o desenvolvimento folicular?
Começando no primeiro dia da menstruação, o processo envolve o aspecto da granulosa, o desenvolvimento das células da teca e a formação do antro (estrutura com líquido).
Os folículos pré-antrais são recrutados e crescem de maneira independente das gonadotrofinas. No estágio de folículos secundários, o FSH assume a diferenciação e crescimento folicular.
A elevação do nível de estrogênio causa retroalimentação negativa sobre a secreção do FSH; porém essa mesma elevação possui retroalimentação positiva do LH que, em seu pico substancial, ocasiona a ovulação.
O que é a teoria das 2 células, 2 gonadotrofinas?
O folículo em desenvolvimento é compartimentalizado em células da granulosa e células da teca.
As células da teca se apresentam externamente e possui receptores para LH, ao conectar-se a célula utiliza-se de colesterol para produzir andrógeno (principalmente androstenediona). Após a produção do andrógeno, as células da granulosa com receptores para FSH utilizam-se desses hormônio para produzir estrógenos por meio da enzima Aromatase.
Esse estrogênio em grande quantidade faz retroalimentação negativa sobre hipófise e hipotálamo, diminuindo quantidade de FSH circulante. Nessa mesma fase o ovário está produzindo Inibina B, que diminui ainda mais a produção de FSH.
Como é a ovulação?
O pico de LH na metade do ciclo é responsável por uma acentuada elevação nas concentrações locais de prostaglandinas e enzimas proteolíticas na parede folicular.
Após a ovulação, o invólucro folicular remanescente é transformado no regulador principal da fase lútea. Quais hormônios são produzidos e quais suas funções?
Progesterona que sustentam o endométrio
Qual a função e regulação hormonal da fase lútea?
Estradiol e progesterona causa retroalimentação negativa na secreção de FSH e LH.
A secreção de Inibina A também potencializa a retirada do FSH.
Como os esteroides do corpo lúteo influenciam a secreção de FSH e LH durante a fase lútea?
Os esteroides do corpo lúteo, como estradiol e progesterona, fornecem uma retroalimentação negativa central, reduzindo a secreção de FSH e LH.
Qual é o efeito da inibina A secretada pelo corpo lúteo na regulação hormonal?
A inibina A secretada pelo corpo lúteo potencializa a retirada de FSH, contribuindo para a supressão do recrutamento folicular subsequente.
Por que a produção de progesterona local é importante para a função ovariana durante a fase lútea?
A produção local de progesterona no ovário inibe o desenvolvimento adicional e o recrutamento de novos folículos.
O que determina a continuidade da função do corpo lúteo, e o que ocorre na ausência desse estímulo?
A função do corpo lúteo depende da produção contínua de LH. Na ausência de LH, o corpo lúteo regride invariavelmente após 12 a 16 dias, formando o corpo albicans.
O que acontece com os níveis de estrogênio e progesterona se não ocorrer gravidez?
Se não houver gravidez, o corpo lúteo regride, e os níveis de estrogênio e progesterona caem, removendo a inibição central sobre a secreção de gonadotrofinas, permitindo a elevação de FSH e LH e o recrutamento de novos folículos.
Como a hCG influencia o corpo lúteo durante a gravidez?
A hCG placentária simula a ação do LH, estimulando continuamente o corpo lúteo a secretar progesterona, sustentando o endométrio e a gravidez.
O que acontece com os níveis de esteroides gonadais no início de cada ciclo menstrual, e como isso afeta o FSH?
No início de cada ciclo menstrual, os níveis de esteroides gonadais (E2 e P) estão baixos. A involução do corpo lúteo faz com que os níveis de FSH comecem a aumentar, recrutando uma nova coorte de folículos.
Como a secreção de estrogênio durante a fase folicular influencia o endométrio?
O aumento do estrogênio durante a fase folicular estimula a proliferação do endométrio, preparando-o para uma possível implantação de embrião.
Qual é o efeito dos estrogênios na secreção de FSH durante a primeira metade do ciclo menstrual?
A elevação dos níveis de estrogênio durante a primeira metade do ciclo fornece uma retroalimentação negativa sobre a hipófise, diminuindo a secreção de FSH.
O que ocorre com o LH em resposta aos níveis de estradiol durante a fase folicular?
Inicialmente, o LH diminui em resposta ao aumento de estradiol, mas posteriormente ocorre uma elevação acentuada do LH, necessária para a ovulação.
Qual é o papel da progesterona na segunda metade da fase folicular?
Na segunda metade da fase folicular, a secreção de progesterona aumenta devido à estimulação do LH nas células da granulosa, o que contribui para o aumento de FSH.
Qual é o evento necessário para a ovulação e como é desencadeado?
O pico de LH hipofisário é o evento necessário para a ovulação, desencadeado após suficiente estimulação estrogênica.
Como os hormônios da fase lútea influenciam a secreção de gonadotrofinas?
A progesterona, o estrogênio e a inibina A exercem uma ação supressora central na secreção de gonadotrofinas (LH e FSH), impedindo o crescimento de novos folículos.
Como é a divisão em camadas do endométrio e como são as camadas descamativas?
- Décidua (camada) funcional
- Decídua (camada) basal
A camada funcional é dividia em zona compacta superficial e zona intermediária esponjosa
Em baixo da camada basal há o Miométrio.
Qual o conceito de infertilidade?
Dificuldade em engravidar após 12 meses tentando com relações sexuais regulares sem métodos contraceptivos em pacientes com menos de 35 anos. Após 6 meses se paciente acima de 35.
O que checar na pesquisa básica do casal infértil? (o que se precisa para gestação)
- Reserva ovariana;
- Problemas hormonais/ovulatórios;
- Útero;
- Tubas uterinas;
- Endométrio;
- Sêmen;
O que questionar na anamnese do casal infértil?
- Idade;
- Paridade/abortamentos;
- Tempo de infertilidade;
- Padrão menstrual (fluxo, intervalo, dismenorreia);
- Número de relações sexuais;
- Filhos em outros casamentos;
- Cirurgias;
- Antecedentes pessoais;
- Hábitos;
- Antecedentes familiares (busca por doenças genéticas);
Como avaliar a reserva ovariana?
Quantitativamente e qualitativamente
1. Avaliar idade;
São marcadores da reserva ovariana (analisados entre o 2º e 4º dia do ciclo):
2. Dosagem de FSH/LH/Estradiol;
3. Dosagem de Hormônio Anti-Mulleriano;
4. Contagem de folículos antrais (CFA)
Como analisar questões hormonais/ovulatórias na paciente com dificuldade em engravidar?
- FSH;
- LH;
- Estradiol
- 25-OH-Vitamina D
- TSH;
- Prolactina;
- Progesterona
- Exames direcionados pela anamnese
1 - 3: exames na fase folicular
5-6: exames na fase lútea
Como analisar útero, tubas uterinas e endométrio na paciente com dificuldade em engravidar?
- USG transvaginal (ou endovaginal);
- Histerossalpingografia (HSG)
Como analisar espermatozoide/sêmen em casal infértil?
Anamnese: antecedentes de trauma, torção testicular, hérnias, quimio, radio, etc.
Performance sexual: ereção, frequência sexual, volume ejaculatório, etc.
Antecedentes ocupacionais: tintas e solventes, radiação, etc.
Hábitos de vida: tabagismo, etilismo, sedentarismo, etc.
Espermograma: alteração em volume (VR: >1,5ml), pH (VR: >7,2) ou coloração (VR: Acinzentado)
Qual a definição de amenorreia?
90 dias ou mais sem menstruar
Quais podem ser as causas de amenorreia secundária?
- Causas anatômicas:
Síndrome de Asherman,
Estenose cervical; - Causas hipotalâmicas:
Funcional, desordem alimentar, infecções, estresse, síndrome de malabsorção, trauma, tumor; - Hipofisárias:
Hiperprolactnemia, Tumor, Síndrome da sela vazia, Doneça autoimune, Síndrome de Sheehan; - Ovarianas:
Insuficiência ovariana, RT, QT, Cirurgia, Autoimune, Infecciosa, Idiopática - Outras causas endócrinas:
SOP, Hiperplasia adrenal tardia, Doença da tireóide, Doenças crônicas, Síndrome de Cushing, Tumores produtores de androgênio (ovário e adrenal)
O que é amenorreia secundária (definição)?
Ausência de menstruação após existência de ciclos menstruais, deve ser investigada quando não ocorre por 3 meses ou 3 ciclos menstruais consecutivos.
Como fazer pesquisa de etiologia de amenorreia secundária?
Exames laboratoriais:
1ª pesquisa:
FSH
Prolactina
2ª pesquisa:
TSH
17-OH-progesterona
USG transvaginal
Histeroscopia
Testo livre
Função renal e hepática
Hemograma
Proteína sérica
Cortisol pós DXM 1mg
USG transvaginal
RNM crânio
NÃO EXISTE DOSAGEM DE GnRH
Como fechar diagnóstico de amenorreia secundária?
- Se FSH está normal: hipotireoidismo ou hiperplasia adrenal não clássica ou SOP ou Cushing ou causas uterinas (solicitar: TSH, 17-OH-progesterona, testosterona livre, cortisol pós dxm 1mg, usg pélvico, histeroscopia).
- Se FSH está baixo: Problema H-H (solicitar: função renal e hepática, hemograma, proteína sérica, RNM crânio)
Se FSH está alto: Causa ovariana (solicitar E2 e USG)
O que registrar no prontuário de uma vítima de violência sexual?
- Local, dia e hora aprox. da violência;
- Tipo de violência sexual;
- Forma de constrangimento utilizada;
- Tipificação e número de agressores;
- Órgão que realizou o encaminhamento;
- Exame físico detalhado (pode colocar fotos)
Como proceder com paciente de violência sexual?
- Anticoncepcional de emergência:
Levonogestrel 1,5mg - 1 cp dose única - Profilaxia de ISTs não virais (sífilis, gonorreia, clamídia)
- Profilaxia de ISTs virais (HIV, Hepatite B)
- Não realizar tratamento para tricomoníase inicialmente, somente se apresentar sintomas.
- Encaminhar paciente para delegacia.
O que é sangramento uterino anormal (SUA)?
Todo sangramento que se distingue do padrão menstrual habitual, por sua abundância, duração, frequência ou tempo de aparição.
Como é a menstruação normal?
Ciclo: 21 a 35 dias
Menstruação: 3-8 dias
Quantidade: 30-80ml
Diagnósticos diferenciais para SUA:
- Gestação;
- Patologias uterinas;
- Doenças sistêmicas;
- Distúrbios de coagulação;
- Endocrinopatias;
- Medicação
- Lesão vaginal;
- Lesão de colo;
- Lesão uterina;
Como buscar o diagnóstico etiológico?
- De onde o sangramento vem?
- Qual a idade da mulher?
- Paciente é sexualmente ativa?
- Como é o ciclo menstrual normal?
- Como é a natureza do sangramento? quando ocorre?
- Existem sintomas associados?
- Usa medicações? Tem alguma doença?
Como a SUA é dividia/classificada?
PALM-COEIN
Causas estruturais:
P: pólipo
A: adenomiose
L: leiomioma
M: malignidade e hiperplasia de endométrio
Causas não estruturais:
C: coagulopatias
O: disfunção ovulatória
E: endometrial
I: iatrogênica
N: causas não classificadas
Qual a propedêutica para paciente com SUA?
Solicitar:
Hemograma completo, TAP, PTTK, USTV, Curetagem semiótica, Histeroscopia;
Descartar gravidez: Betahcg
Pode se pedir USG para afastar causas estruturais;
Qual os objetivos do tratamento de SUA?
- Controlar sangramento;
- Prevenir recorrência;
- Manter fertilidade;
- Corrigir distúrbios associados
Tratamento para SUA aguda e SUA crônica:
SUA AGUDA:
1. Excluir gestação;
2. Estrogenioterapia em dose alta;
3. Ac. tronexômico 1g IV 6/6h
4. Tamponamento: sonda de Folley
SUA CRÔNICO:
1. Ferro: 40mg de Fe elementar 3x/dia
2. Antifibrinolíticos: Ác. tronexamico 1g 6/6h nos primeiros 5 dias do ciclo.
Associa-se o tratamento de SUA com AINES, Doses altas de progestagenos, SIU, e em algumas situações é necessária a cirurgia.
O que é o puerpério?
Período entre a dequitação até 6 semanas completas após o parto.
Como é dividida/classificada o puerpério?
Imediato: da dequitação até a segunda hora após o parto.
Mediato: da terceira hora até o 10º dia;
Tardio: do 11º dia até o retorno das menstruações ou 8 semanas nas lactantes.
Como é a involução do útero?
24h: fundo uterino atinge a cicatriz umbilical;
1 semana: entre a cicatriz e sínfise púbica;
2 semanas: cavidade pélvica;
6 a 8 semanas: dimensões pré-gravídicas;
O que são lóquios e são suas fases?
Lóquios são secreções vaginais compostas por sangue, células e decidual, com variação de cor ao tempo:
Lochia rubra: vermelha, primeiros dias. Lochia fusca: serossanguínea, de 3 a 4 dias. Lochia flava: amarelada, após o 10º dia. Lochia alba: esbranquiçada.
Como ocorre a involução do sítio placentário?
Após o parto, o local de implantação da placenta sofre contração, diminuindo para metade do diâmetro original. A regeneração do endométrio inicia-se ao final da segunda semana.