Condicionamento clássico Flashcards
O foco dos modelos comportamentais é..
nos comportamentos observáveis:
- o que a pessoa faz, como, quando…
Uma crítica que os modelos comportamentais apontam aos outros é…
a utilização de etiquetas diagnósticas. Nos modelos comportamentais não importa tanto o diagnóstico mas mais o comportamento observável.
Os modelos comportamentais procuram estabelecer relações funcionais entre…
variáveis do meio e comportamento, isto é, estímulos antecedentes, comportamento e consequentes.
Há uma ligação estreita entre avaliação e tratamento, isto é…
avaliação de variáveis do cliente (ex. motivação), do meio (e.g. apoio social) e do terapeuta (e.g. experiência) antes da seleção da estratégia terapêutica.
Estímulo incondicionado ou neutro (EI)
o que produz uma resposta natural, espontânea, esperada (resposta incondicionada)
Estímulo condicionado (EC)
Um estímulo que previamente era neutro mas que agora foi emparelhado, gerando uma resposta condicionada
Generalização do estímulo
produção de resposta condicionada a estímulos com algum grau de semelhança com o EC (quando > semelhança, > generalização)
Generalização da resposta
Realização de diferentes respostas ligadas entre si para o mesmo estímulo (RC de evitamento generalizada a dores de estômago, tonturas)
Discriminação
Só o EC desencadeia a RC, logo não há generalização
Extinção
Enfraquecimento da ligação ente EI e EC e consequente desaparecimento
da RC devido à apresentação repetida do EC sem o EI
Os 3 grandes pressupostos do condicionamento clássico são…
- explica grande parte das respostas
- se uma resposta é adquirida pelo CC então também pode ser revertida
- o comportamento mantem-se disfuncional pela resposta emocional e comportamento de evitamento
Inibição recíproca e contra-condicionamento
Procura-se enfraquecer uma resposta condicionada (e.g., medo de rato) provocado pela estimulação de uma resposta antagónica (e.g., apresentação de guloseimas na presença do rato)
Extinção ou habituação
Procura-se uma exposição repetida aos estímulos condicionados na ausência do
estímulo incondicionado, prevenindo qualquer resposta de evitamento
Princípios que deram origem às terapias de exposição
Inibição recíproca e contra-condicionamento
Extinção ou habituação
As terapias de exposição são tratamentos psicológicos que pretendem ajudar as pessoas a…
confrontar os seus medos em vez de os evitar
As terapias de exposição são úteis em…
fobias e perturbações de pânico, ansiedade social, POC, PTSD e ansiedade generalizada
Exposição gradual e mediatizada (também designada por dessensibilização sistemática) - qual o melhor inibidor recíproco segundo Joseph Wolpe?
relaxamento muscular
Exposição gradual e mediatizada (também designada por dessensibilização sistemática) - 3 componentes fundamentais
- treino de relaxamento muscular progressivo
- construção de hierarquias de cenas ansiogénicas
- apresentação da hierarquia com a resposta de relaxamento
O treino do relaxamento muscular promove…
a aprendizagem da resposta de relaxamento através da contração e descontração de vários grupos musculares
Exposição gradual e mediatizada (também designada por dessensibilização sistemática) - a técnica de relaxamento muscular pode ser usada como forma de auto-controlo
V
Exposição gradual e mediatizada (também designada por dessensibilização sistemática) - aspetos a ter em conta relativamente ao relaxamento muscular (3)
- que o estado de relaxamento persista após a indução
- expetativas do cliente têm um efeito considerável
- ao vivo é melhor que gravado
Na apresentação emparelhada, podemos avançar para itens mais ansiogénicos mesmo que a ansiedade em níveis anteriores não seja ultrapassada.
F
Na apresentação emparelhada, depois de apresentada cada cena e avaliada a ansiedade, induz-se o relaxamento e repete-se a cena (normalmente 3 exposições sem relatar ansiedade)
V
Exposição gradual e mediatizada (também designada por dessensibilização sistemática) - controvérsias sobre os mecanismos subjacentes ao seu funcionamento (3)
- será o relaxamento fundamental? sem relaxamento é terapia de exposição gradual a qual também é eficaz
- resultados não estão associados ao uso de hierarquias e capacidade imagética, mas sem ela como é que se induz uma situação vívida na mente da pessoa?
- eficácia pode estar associada à aquisição de coping skills mais do que propriamente um contra-condicionamento
Exposição direta - o que é?
Exposição direta e prolongada, real ou imaginada, aos estímulos condicionados geradores das respostas emocionais mais intensas (mas inofensivos), impedindo evitamento ou qualquer resposta inibidora ou antagónica.
Não é propriamente para criar uma resposta antagónica mas sim para a pessoa ver que não acontece nada com a exposição e perder a associação
Exposição direta - 2 tipos
- imersão (exposição a cenas sintomáticas, como medo de aranhas)
- implosão (exposição a cenas hipotéticas, como medo de morrer)
Hoje em dia o termo imersão (ou flooding em inglês) é generalizado para a exposição direta.
V
Terapias de exposição direta - 2 componentes
- construção de cenas
- exposição direta
Exposição direta - construção de cenas
Através da análise dos medos e ansiedades do cliente (i.e., comportamento sintomático presente e acontecimentos traumáticos passados), o terapeuta procura identificar 4 grupos fundamentais de cenas…
- cenas sintomáticas concretas (resposta sintomática)
- cenas internas (elementos do discurso)
- cenas hipotéticas
- cenas dinâmicas (psicodinâmicas - morte, comportamento sexual…)
Exposição direta como componente da terapia - 4 aspetos
- Cliente é exposto às cenas, que são descritas de forma a provocar a maior intensidade emocional possível
- Cliente tem de ser capaz de tolerar o stress (assim como terapeuta)
- Não deve ser interrompida a meio, nem enquanto a ansiedade não diminuir (mas o cliente deve poder ter uma “exit strategy”, saber que pode parar, mas não deve)
- Acompanhar o processo questionando as USD a cada 5-10 min
Exposição direta não parece ser perigosa e alguns estudos sugerem que pode ter efeitos mais prologados, principalmente em abordagem massiva
V
Alguma investigação aponta para a importância da ativação inicial do medo para o resultado da terapia, mas os resultados são controversos. Talvez não seja necessário expor os clientes a reações de medo extremas
V
Outras técnicas de exposição - através de RV : vantagens
Vantagens: custos, interatividade e segurança, flexibilidade. Treino em cenários difíceis de obter de forma real e com múltiplos níveis de
dificuldade de modo a facilitar a aprendizagem
Outras técnicas de exposição - exposição com prevenção de resposta
Forma de terapia comportamental intensiva principalmente para perturbações obsessivo-compulsivas, que envolve exposição a situações ou pistas que desencadeiam os pensamentos recorrentes, intrusivos e perturbadores (obsessões) ou provocam comportamentos repetitivos (compulsões), seguidos da abstinência do comportamento compulsivo. Clientes encorajados a permanecer na situação que evoca medo até a
necessidade de realizar o ritual desaparecer consideravelmente.
A exposição com prevenção de resposta usa tipicamente a exposição direta
Falso, exposição gradual
Evidência empírica mostra que a exposição com prevenção de resposta é apenas altamente eficaz no tratamento das perturbações obsessivo compulsivas.
Falso, outas também como fobias
Outras técnicas de exposição - exposição informal
Expor o cliente ao estímulo de forma informal, menos estruturada, durante a sessão. Por exemplo quando o terapeuta percebe que evita falar de algo “confronta-o” trazendo o assunto de volta.
Outras técnicas de exposição - exposição baseada em pistas
Muito utilizada no abuso de substâncias – apresentação de pistas ligadas ao
consumo (e.g., mostrar fotos de drogas) sem consumo - enfraquece associação
Outras técnicas de exposição - ação oposta
Realizar uma ação oposta à habitual (numa situação de raiva, mostrar empatia em vez de gritar; ir à festa e falar com o maior número de pessoas…)
Outras técnicas de exposição - exposição interocetiva
Colocar a pessoa numa situação que gera os sintomas mas sem estar associado ao problema (ex. estimular a correr para subir o ritmo cardíaco)
A exposição interocetiva é particularmente utilizada na perturbação de pânico, mas adequada para problemas nos quais sensações corporais desconfortáveis estão relacionados com comportamentos de evitamento, escape ou perturbação excessiva
V
Exemplos de exercícios tipicamente usados na exposição interocetiva
- suster a respiração
- respirar por uma palhinha
- subir escadas
- rodopiar
A aquisição de sintomas está mais relacionada com o condicionamento clássico, mas a manutenção é mais condicionamento operante
V, sem a “fase operante” seria de esperar a extinção
As terapias de exposição impedem a resposta de evitamento
V, criam espaço para a extinção
Mecanismos que explicam porque é que as terapias de exposição funcionam (4 conceitos-chave do condicionamento)
- habituação (desaparecem as reações)
- extinção (enfraquecem as associações)
- autoeficácia (é capaz de os confrontar)
- processamento emocional (liga a novas crenças, mais realistas)
outras técnicas de exposição - EMDR (Eye Movement Desensitization and Reprocessing)
Recria o que acontece naturalmente durante o sono na fase REM (Rapid Eye Movement) – quando o cérebro processa as experiências do dia-a-dia
Reprocessamento de pensamentos, imagens perturbadoras através de estímulos. Sensoriais (movimentos oculares)
Estudos científicos indicam que EMDR é muito eficiente e que os resultados são duradouros (dezenas de RCTs mostram efeitos no tratamento de trauma)
V