Complicações do DM Flashcards
Complicações Microvasculares
- Retinopatia, Nefropatia e Neuropatia
- Relação direta c/ níveis glicêmicos (HbA1C >7%)
- Produtos finais da Glicosilação não enzimática avançada (AGE) → lesão endotelial
- Acúmulo de sorbitol, que é a conversão da glicose pela aldose redutase
- Espessamento da membrana basal capilar, proliferação endotelial, aumento de diacilglicerol
Retinopatia Diabética
- Principal causa de cegueira entre 20-74 anos
- Ocorre quase 100% em DM 1 após 20 anos e em 60% de DM 2
- DM 1 surge após 3-5 anos de doença e no DM 2 5-8 anos
- Perda de pericitos (céls de reserva) + perda de adesão entre céls endoteliais = microaneurisma e edema
RD Não Proliferativa (ou retinopatia de fundo) Leve
*Microaneurismas ± exsudatos duros ± pequenas e esparsas hemorragias intrarretinianas em chama de vela
- Forma mais frequente de RD (90%)
- Parede frágil c/ microaneurisma + exsudatos duros (lipídeos e ptnas extravasadas de coloração amarelada)
- Hemorragias intrarretinianas em chama de vela: rotura de vasos adjacentes à obstrução
RD Não Proliferativa Moderada
- Mais que a RD leve e menos que a RD grave
- Hemorragia em chama de vela (intrarretinianas numerosas) ± Exsudato algodonoso (isquemia retiniana / moles) ± Veia em Conta de Rosário (fragilidade venular)
RD Não Proliferatíva Grave (Pré-Proliferativa)
- Múltiplas lesões isquêmicas na retina
- Mais de 20 hemorragias intrarretinianas em cada um dos 4 quadrantes, e/ou veias em rosário em pelo menos 2 quadrantes, e/ou alterações microvasculares intrarretinianas em pelo menos um quadrante
- Pode haver duplicações venosas e veia em “formato de ômega”
- Evolui p/ RD proliferativa em um ano em 50%
RD Proliferatia
- Tipo mais grave da RD
- Isquemia retiniana difusa e acentuada
- Fatores locais de crescimento vascular (VEGF, IGF-1): angiogênese
- Redução de PEDF: não inibe mais neoangiogênese
- Evolução dos neovasos p/ fibrose e retração → descolamento de retina na mácula (amaurose)
- Rompimento de neovasos: hemorragia vítrea
- Formação e fibrose de neovasos na íris: Glaucoma Agudo
Maculopatia Diabética
- Edema macular reversível
- Causa mais comum de sintoma visual no diabético
- Vários exsudato duros em volta da fóvea ou maculopatia isquêmica (falta de pergusão macular)
- Principal causa de perda da visão central em DM
Fatores de Risco para RD
- Controle glicêmico: principal*
- HAS associada
- Insulinoterapia
- Tempo de evolução do DM: principal*
- Presença de nefropatia diabética
- Puberdade, gravidez
- Dislipidemia
Rastreio de RD
*Oftalmologista
- DM 1: após 5 anos do início da DM
- DM 2: quando dx de DM
- Sem Retinopatia: Repetir anualmente
- Com Retinopatia: Repetir semestralmente
TTO da RD
- RD não proliferativa s/ comprometimento macular: não tratar
- Edema de mácula: anti-VEGF intraocular
- Refratários ou não aderentes à terapia: Fotocoagulação a laser localizada c/ destruição dos neovasos parando extravassamento capilar
- Previne que atinja centro macular/ fóvea responsável pela acuidade visual
Nefropatia Diabética (Glomerulopatia)
- Acometimento glomerular
- Ptnúria no EAS ou >300 mg na urina de 24h
- Assintomáticos
- Pode desenvolver ptnúria nefrótica (>3,5 g/24h)
- Fator de risco p/ HAS e dças circulatórias
- Principal causa de IRC
Nefropatia Diabética (Glomerulopatia)
- 30% dos que tem hiperfiltração evolui p/ nefropatia
- Exame mais sensível: albumina urinária
- Glomeruloesclerose difusa ou focal: Lesão de Kimmelstiel-Wilson (não é mas comum, nem patognomônica)
- Hipertrofia e hiperfiltração glomerular (aumento tamanho renal e hiperfunção) → Espessamento da membrana basal glomerular e expansão mesangial → Microalbuminúria → Nefropatia manifesta (ptnúria franca) → IR progressiva → Síndrome urêmica e rim terminal
- Excesso de proteína na matriz extracelular + TGF-beta
Nefropatia Diabética (Glomerulopatia)
*Dosagem de albuminúria (ou microalbuminúria) na urina entre 30-300 mg/24h confirma o dx se 2 dosagens positivas coletadas em momentos diferentes (afastar albuminúria transitória)
- Tratamento é mais eficaz quando identifica a microalbuminúria
- Microalbuminúria: 30-300 mg albumina na urina de 24h
- Fase precoce da ND e pode ser reversível se controlar hiperglicemia e HAS (IECA/BRA)
- Recomenda triagem anual p/ miicroalbuminúria em DM 1 após 5 anos do dx e no DM 2 no dx
- Após >300 mg/24h há redução gradativa da taxa de filtração glomerular (12 ml/min/ano)
TTO da Nefropatia Diabética
- Controle glicêmico rígido
- Controle da PA: IECA ou BRA (ADA <140 x 90 ou BR <130 x 80)
- IECA é indicado p/ todos DM com microalbuminúria ou ptnúria mesmo se ausência de HAS
- Encaminhar p/ nefrologista quando TFG <70ml/min ou Cr sérica > 2mg/dl ou dificuldade no manuseia da HAS e hiperK
- Preferir diálise peritoneal
- Controle de dislipidemia
Classificação clínica das Neuropatias Diabética
- Complicação crônica que afeta até 50% dos DM 2 e menor proporção DM1
- Polineuropatias simétricas generalizadas: sensitivomotora periférica (simétrica distal), sensitiva aguda, autonômica
- Neuropatias focais e multifocais: cranianas, de membros (nervos), truncal, proximal motora e desmielinizante inflamatória crônica
Polineuropatia Simétrica Distal
- Forma mais comum da ND
- Lesão das fibras axonais grossas mielinizadas ou fibras A (sensib. vibratória e proprioceptiva) e fibras finas não mielinizadas ou fibras C (sensib, térmica, dolorosa e tátil)
- Teste do monofilamento é o exame de maior acurácia p/ dx precoce.
- Complicações: úlceras plantares indolores que podem infectar (pé diabético)
- Relacionado à exposição crônica à hiperglicemia
Polineuropatia Simétrica Distal
- Predomina sintomas sensitivos e em avançados motores
- Em bota e luva
- Caráter insidioso e irreversível
- Maioria assintomáticos
- QC: parestesias (formigamento/ dormência), disestesia, dor neuropática ou hiperpatia (dor ao toque)
- Dor é sintoma mais limitante em queimação e piora noturna (e melhora c/ deambulação) e/ou alodínea
- Progressão até panturrilha (em bota) e depois p/ mãos (em luva)
- Avançados acometimento motor: atrofia muscular, “sinal do rezador”, deformidades
Polineuropatia Simétrica Distal - TTO
- Cuidado com o pé
- Antidepressivos tricíclicos p/ dor neuropática (amitrptilina e imipramina) como 1ª linha 2.1. Modula atividade dos receptores nociceptivos das fibras C e no bloqueio da recaptação sináptica de noradrenalina nos sistemas de controle da dor
- Anticonvulsivantes: gabapentina: gabapentina e pregabalina
- ISRN: duloxetina
- Ác. alfalipoico: antioxidante
- Creme de capsaicina e Oopioides
Polineuropatia Sensitiva Aguda
- Neuropatia de início aguda ou subagudo por controle metabólico ruim, descompensação (CAD) ou melhora brusca controle glicêmico
- Dor intensa/ alodínea, noturna, no repouso
- Melhora c/ controle metabólico adequado
Neuropatia Autonômica
- Disfunção sexual: pode ter componente macrovascular associado
- Tontura postural
- Náuseas, vômitos e plenitude pós-prandial (gastroparesia diabética)
- Sudorese profusa da face e tronco superior
- Constipação e diarreia diabética (noturna)
- Sudorese gustatória
- Alterações na acomodação pupilar
- Hipoglicemia despercebida ou induzida por falência autonômica (epinefrina)
Neuropatia Autonômica - Disautonomia CDV
- Sinais de maior risco de eventos cardíacos
- Arritmias, infartos silenciosos e morte súbita
- Alteração neurônio autonômico periférico
- Hipotensão postural: Fludrocortisona + medidas comportamentais
Neuropatia Autonômica - Disautonomia periférica
- Desnervação simpática dos membros
- Hiperidrose, alteração de temperatura e edema
- Risco de úlcera do pé c/ risco de fissuras
Neuropatia Autonômica - Disautonomia geniturinária
- Bexiga neurogênica: ITU de repetição e incontinência por transbordamento → colinérgicos (betanecol) e alfabloqueadores
- Disfunção erétil (25-75%): inibidores da fosfodieterase tipo 5 (sildenafil) ou papaverina (injeção peniana)
- Ejaculação retrógrada
- Dispareunia por ressecamento vaginal
Neuropatia Autonômica - Disautonomia GI
- 75% e pode acometer do esôfago ao ânus
- Dx de exclusão*
- Gastroparesia: Dispépticos crônicos, plenitude, náuse/ vômito s/ dça péptica na EDA → Metoclopramida 30’ antes das refeições, domperidona
- Enteropatia: diarreia noturna alternada c/ constipação e gastroparesia
- Podem predispor à hipoglicemia iatrogênica e dificultar controle glicêmico
Mononeuropatia
- Mais comum no Nervo MEDIANO (25%) c/ a Síndrome da mão do pregador
- Radial: punho caído
- Ulnar e fibular
- Nervos cranianos mais acometidos: oculomotor (III - ptose, oftalmoparesia, s/ alteração pupilar) ou facial (VII)
- Costumam ser autolimitadas c/ relação ao controle glicêmico
Radiculoneuropatia (amiotrofia diabética ou neuropatia proximal assimétrica)
- Ocorre em mais velhos e associada a polineuropatia periférica
- Acomete mais raizes lobares L2,L3 e L4
- Dor na região dorsal da coxa, c/ evolução p/ fraqueza muscular proximal amiotrófica e lado contralateral
- Melhora espontânea em 6 meses a 2 anos
Pé Diabético
- Principal causa de amputação de membro inferior não traumática no BR*
- Motivo mais comum de internação em diabéticos
- Gangrena é multifatorial: ND, vasculopatia diabética (isquemia) e disfunção leucocitária
- Se conseguir palpar pulso pedioso, causa provável foi neurológica e não vascular
- Neuropatia autonômica: anidrose podal (fissuras)
- Perda da sensib. proprioceptiva desestabiliza a musculatura do arco plantar
Classificação de Wagner do Pé Diabético
- Sinais de neuropatia e/ou isquemia, s/ ulceração
- Úlcera superficial
- Úlcera profunda sem abscesso e sem osteomielite
- Úlcera profunda com celulite, abscesso, possível doco osteomielite e gangrena do SC
- Gangrena úmida localizada em pododáctilo
- Gangrena úmida de todo pé
Pé Diabético
- Celulite em SC
- Bactérias Gram + (Estreptococo, Estafilococo): infecções mais brandas → ATB empírico c/ Cefalosporina 1/2ª geração (amoxi, clinda)
- Gram - entéricos (E. coli, Klebsiella, enterobacter) e anaeróbios se associam aos Gram + e forma infecções mais graves (polimicrobianas)
- ATB de amplo espectro (ampicilina/sulbactam, ceftriaxone + clinda) e desbridamento cx dos tecidos desvitalizados
- Secreção purulenta, odor, celulite nos bordos
- Amputação sempre necessário nos graus IV e V*
- Se osteomielite (debridar até osso) manter ATB por 3 sem
Prevenção do Pé Diabético
- Evitar água quente
- Corta unhas RETAS
- Evitar sapatos apertados e sola dura ou tira
- Não mexer nos calos
- Enxugar pés entre os dedos
- Inspecionar interior dos calçados e só usar sapatos c/ meia (costura p/ fora)
- Examinar pés diariamente e se lesão ir ao médico
- Pé diabético deve ser examinado em TODAS consultas independente das queixas do paciente por ser responsável por 50-70% das amputações de membros
Principal Mortalidade no DM
- DM 1: dça coronariana precoce e IR (nefropatia)
- DM2: IAM (75%) e AVE/Demência vascular
- Eventos CDV são 3-4x maior em mulheres e 2-3x em homens
- IAM ocorre mais em jovens e de forma atípica (sem dor)
- Associação com Arteriopatia periférica
Complicações Agudas do DM
- Cetoacidose Diabética: mais comum no DM1 (mas pode ter no DM2 em sepse/ estresse)
- Estado hiperosmolar: mais no DM 2
- Hipoglicemia
- Cetoacidose alcoólica
Hipoglicemia
- Complicação mais frequente do TTO do DM e causa mais comum de coma nesses pctes
- Jejum* (principal atraso refeição), ↑ insulina, exercício físico imprevisto
- Pode também precipitada por IR ou hepática, etilismo agudo, drogas, dça de Addison
- Geralmente ocorre c/ glicose <50-54 mg/dl
Classificação da Hipoglicemia
- ADA
- Em DM receptores alterados
- Avaliar condição de base que predispões (hipotireidismo, IR e hepática)
- Hipoglicemia grave: neuroglicopenia c/ risco convulsão, alt. comportamento e coma. Necessário outra pessoa administrar carboidrato, glucagon etc.
- Sintomática documentada: sintomas + glicemia <70 mg/dl
- Assintomática: s/ sintomas mas c/ <70
- Sintomática provável: sintomas não são confirmados por glicemia
- Relativa: DM c/ sintomas mas c/ glicemia >70 (controle glicêmico inadequado hiperglicêmicos)
Fisiologia dos Contrarreguladores
*Pessoas sem DM
- Glicemia <85: redução da secreção insulina
- Glicemia <70: ↑ contrarreguladores
- Glicemia <55: sintomas
- <35: disfunção cognitiva, convulsão e coma
Hipoglicemia - QC
*Suspeitar sempre
- Excesso adrenalina circulante: sudorese, tremor, taquicardia, ansiedade, fome
- Disfunção do SNC por deficiência energética: cefaleia, vertigem, mal-estar, escurecimento visão, confusão mental, coma