Complicações Cirúrgicas Flashcards
Conduta diante de uma reação transfusional:
- Suspender imediatamente a transfusão
- Hidratar com SF 0,9%
- Alcalinizar a urina (evitar necrose tubular aguda)
Definição de hipertemia maligna e conduta:
- Disturbio autossômico dominante em que o Ca2+ é liberado intensamento para o citoplasma das células musculares quando em contato com certas drogas utilizadas na anestesia (BNM - succinilcolina, gases halogenados - sevoflurano, halotano, enflurano, isoflurano)
- Há aumento da contratilidade, levado a espasmos e contrações musculares (espasmo do masseter é patgnomônico) e destruição das células (rabdomiólise) levando a mioglobinúria, hipercalemia, acidose, taquipneia, flash cutaneo, hipertemia (intenso metabolismo do musculo) e arritmia.
- Gaso: acidose metabólica, hipoxemia, hipercapnia.
Abordagem do paciente com Hipertermia Maligna:
- Interromper o agente anestésico deflagrador.
- Hiperventilar o paciente com O2 a 100%.
- Administrar anestesia alternativa (BNM não despolarizantes, opioides, propofol, etomidato etc.).
- Interromper a cirurgia assim que possível.
- Administrar dantrolene 2,5 mg/kg em bolus,
seguido de nova dose a cada cinco minutos
e, a partir de então, iniciar 1 a 2 mg/kg/h até
desaparecimento dos sintomas. - Uso de cobertores térmicos, compressas com
gelo e líquidos parenterais frios. - Tratar acidose com bicarbonato.
- Controlar as arritmias com betabloqueadores
e lidocaína. - Promover débito urinário elevado, cerca de
2 ml/kg/h utilizando furosemida ou manitol
na prevenção de necrose tubular aguda por
mioglobinúria. - Infusão de insulina e glicose para o controle
da hipercalemia. - Monitorar níveis de cálcio e de outros eletrólitos.
- Monitorar gases arteriais
Critérios para definir Infecção de sítio cirúrgico incisional superficial:
- Ocorre nos primeiros 30 dias e envolve apenas pele e tecido celular subcutâneo
+ - Pelo menos UM dos seguintes:
. Drenagem purulenta de incisão superficial
. Cultura positiva de fluidos ou tecido da incisão obtido assepticamente
. Pelo menos um dos seguintes sintomas: eritema, dor local, edema de ferida
. Diagnóstico de médico assistente ou cirurgião.
Critérios para definir Infecção de sítio cirúrgico incisional profunda:
Todos os seguintes:
- Ocorre nos primeiros 30 dias após cirurgia se não houver colocação de prótese. Caso haja colocação de prótese, pode ocorrer em até um ano se a infecção parecer ter relação com o procedimento cirúrgico.
- Envolve tecidos moles profundos à incisão (fáscia e músculos).
+ pelo menos UM dos seguintes:
a) Drenagem purulenta proveniente de incisão profunda, porém sem extensão para órgão ou cavidade.
b) Abscesso em incisão profunda visualizado no exame direto, na reoperação, em exame histopatológico ou em exame radiológico.
c) A incisão profunda sofre deiscência espontânea ou é deliberadamente aberta por um cirurgião
quando o paciente tem pelo menos um dos seguintes sinais e sintomas: febre (> 38ºC), dor ou aumento da sensibilidade local, exceto se a cultura for negativa.
d) Diagnóstico de ISC profunda por um cirurgião ou médico assistente
Risco Modificado de Caprini (para TVP/TEP):
1 ponto: Idade entre 41 e 60 anos; IMC > 25 kg/m2; pernas edemaciadas; veias varicosas; gravidez ou pós-parto; história de abortos recorrentes inexplicados; uso de ACO ou TRH;
sepse < 1 mês; doença pulmonar grave, incluindo pneumonia < 1 mês; função pulmonar anormal; IAM recente; ICC < 1 mês; doença intestinal inflamatória
2 pontos: Idade entre 61 a 74 anos; artroscopias; cirurgia de grande porte > 45 minutos; cirurgia laparoscópica > 45 minutos; malignidade; confnamento ao leito > 72h; acesso
venoso central; imobilização por calhas gessadas
3 pontos: Idade > 75 anos; história de tromboembolismo venoso; história familiar de tromboembolismo venoso; fator V de Leiden; mutante do gene da protrombina; anticorpo
antifosfolipídio; homocisteina elevada; trombocitopenia induzida pela heparina; outras
tromboflias congênitas ou adquiridas
5 pontos: AVC < 1 mês; artroplastia eletiva (joelho, quadril); fratura de quadril; pelve ou membro
inferior; trauma raquimedular < 1 mês.
Estratégia de proflaxia de doença tromboembólica de acordo com o escore de Caprini Modifcado:
Escore 0: Pacientes de muito baixo risco
– não é recomendada tromboprofilaxia, somente estimular deambulação precoce
Escore 1 e 2: Pacientes de baixo risco – proflaxia com dispositivos mecânicos, como Compressão Pneumática Intermitente (CPI)
Escore 3 e 4: Pacientes de risco moderado
– a recomendação é anticoagulação proflática utilizando-se heparina de baixo peso molecular (Enoxaparina 40 mg, SC, 1x/dia) OU heparina não fracionada em baixas doses (5.000U/0,25 ml, SC, 12/12h)OU fondaparinux
Escore >/=5: Pacientes de alto risco – a recomendação é anticoagulação proflática utilizando-se heparina de baixo peso molecular OU heparina não fracionada em baixas doses OU Fondaparinux. Uso de dispositivos mecânicos, como CPI, deve ser acrescentada à proflaxia medicamentosa.
- Se alto risco: HNF 5.000 U/,25 ml, SC, 8/8h (analisar risco de hemorragia também). Adicionar as profilaxias não farmacológicas.
Principais causas infecciosas de febre (Complicações pós-cirúrgicas):
- Infecção de sítio cirúrgico
- Infecção urinária
- Relacionada ao cateter
- Pneumonia
Causa mais encontrada de febre nas primeiras 24-48h pós-cirurgia:
Atelectasia pulmonar.
Ferida operatoria apresentando bordas necróticas e crepitação à palpação do entorno… pensar em qual condição clínica e quais agentes etiológicos?
- Fasciíte necrosante
- Streptococcus // Clostridium
Qual o sinal mais precoce e confiável da hipertermia maligna?
Hipercapnia resistente ao aumento da ventilação minuto.
A partir de quantos ºC se considera hipotermia?
Temperatura Corporea Central < 35ºC (cateter de arteria pulmonar, membrana timpânica, esôfago, reto)