Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento da CID-10 Flashcards
3ª Edição
* DSM – V;
* CID–11;
Na segunda edição se trabalhava com o CDI-10.
- Estudos recentes;
Atualizou conhecimentos. O autor reflete sobre as temáticas e acrescenta novas pesquisas para embasar as reflexões. - Capítulos novos.
Estrutura
* 40 capítulos (2 novos);
* 3 partes.
Parte I: Aspectos gerais da psicopatologia;
Parte II: Avaliação do paciente e funções psíquicas alteradas;
Parte III: As grandes síndromes psicopatológicas.
CID: disfuncionalidade.
Já o CID possui o foco na doença para observar o sujeito visando permitir que ele
esteja cada vez mais funcional e inserido na sociedade
Sentido geral
* Ciência dos signos;
* Sinal.
São classificados e ordenados os sinais.
Psicopatológica
* Estudo dos sinais e sintomas dos transtornos mentais;
Observar, listar, classificar, comparar.
* Comportamento e sintomas.
3 campos
* Semântica: relações entre os signos e os objetos;
Por exemplo: uma pessoa está com comportamento evitativo quando chega numa
rua escura.
* Sintaxe: regras e leis que regem as relações entre os vários signos de um sistema;
* Pragmática: relações entre os signos e seus usuários.
Signo
Charles Morris (1946)
* Elemento nuclear: sinal especial – significação;
Por exemplo: o que significativa o comportamento evitativo do sujeito.
* Sinais comportamentais objetivos: observação direta do paciente;
Por exemplo: um sujeito muito isolado ou evitativo, tomando nota observando ativamente
o paciente.
* Sintomas: vivências subjetivas (queixas e narrativas)
Sá Junior (1988)
* Sintomas objetivos: observados pelo examinador
* Sintomas subjetivos: percebidos apenas pelo paciente.
O signo é a soma desses dois aspectos.
Sinais
* Dados elementares: provocados pelo examinador;
Muitas vezes é o próprio observador que irá provocar os sinais. Assim, é preciso convidar
o sujeito a ser estudado.
* Sinal de Romberg;
* Sinal de Babinski.
Sinal de Romberg
* Ataxia (falta de coordenação) de natureza sensorial;
* Depende da perda da propriocepção.
Sinal de Babinski
* Reflexo no qual os dedos do pé se estendem e, em seguida, se abrem em um movimento parecido com o de um leque;
* Da lateral do pé até a base do primeiro dedo.
Obs.: esse sinal é cobrado em provas.
O que é psicopatologia?
Ramo da ciência que trata da natureza essencial da doença mental suas causas, as
mudanças estruturais e funcionais associadas a ela e suas formas de manifestação (Campbell, 1986).
Doença mental
* Vivências;
* Estados mentais;
* Padrões comportamentais.
B Psicopatologia é uma área do conhecimento que objetiva estudar os estados psíquicos relacionados ao sofrimento
mental. É a área de estudos que está na base da psiquiatria, cujo enfoque é clínico.
C O espaço da psicopatologia é composto por várias perspectivas teórico e práticas acerca do psicopatológico. É lícito expressar que a referência ao corpo como realidade da doença, cujo diagnóstico é pautado pelo grau de oposição ao normal, constitui o tema crucial sob cujo domínio se posiciona os vários projetos clínicos. Assim, a psicopatologia, como
um terreno circunscrito do saber médico sobre os transtornos psíquicos, caracteriza-se por uma diversidade de teorias
que abordam a problemática da especificidade do psicopatológico e de suas relações com o normal.
D Freud em A interpretação de sonhos (1900/1996a) e A psicopatologia da vida cotidiana (1901/1996c) estabelece
identidade entre os fenômenos psíquicos sob o argumento de que são realizações de desejo. Nessa perspectiva, as
noções de normal e patológico não apontam para uma descontinuidade absoluta entre experiências psíquicas,
porquanto, nos sonhos, esquecimentos corriqueiros, paralisias histéricas e delírios, por exemplo, o que está em jogo é o desejo do sujeito.
Significante
* suporte material;
* veículo do signo.
Significado
* aquilo que é designado e que está ausente;
* conteúdo do veículo.
Psicopatologia
Conjunto de conhecimentos referentes ao adoecimento mental do ser humano. Se
esforça por ser sistemático, elucidativo e desmistificante.
É importante ressaltar que se trata de um ser humano porque isso, muitas vezes, é ignorado. Muitas vezes, a psicopatologia assumia uma posição em que o sujeito, ao ser diagnosticado, nunca poderia ser funcional. A psicopatologia serve para começar um caminho ao
indivíduo a partir do diagnóstico.
observar, identificar e compreender.
Sintomas
Aspectos:
Forma
* Estrutura básica;
* ≈;
* Alucinação, delírio, ideia obsessiva, fobia (pathos)
* Patogênese (surgimento).
Conteúdo
* Preenche a alteração estrutural;
* Culpa, religioso, de perseguição;
* Patoplastia.
- Descritiva x Dinâmica
Forma x Conteúdo, vai descrever de uma forma minuciosa o adoecimento e a dinâmica irá
mostrar de que forma o conteúdo se relaciona. Oposição que a descritiva propõe à dinâmica. - Médica x Existencial
Corpo x Existência singular, o foco é a na singularidade do indivíduo.
Comportamental (e cognitivista) x Psicanalítica
Comportamento/cognições x Afeto, enquanto a psicanalise tem foco no afeto, o comportamento irá descrever isso com foco no comportamento. - Categorial x Dimensional
Transtornos bem demarcados x Espectro. Por exemplo, o autismo. Cada caso terá determinados comportamentos, logo, um não será igual ao outro. - Biológica x Sociocultural
Mecanismos neurais x comportamentos desviantes, neurociência, mapeando as formas
de adoecimento do sujeito. Já a sociocultural irá tratar aquilo que se desvia da norma de
determinada sociedade, como comportamentos desviantes que surgem a partir de certos fatores socioculturais, como discriminação, pobreza, migração, estresse ocupacional,
desmoralização sociofamiliar, etc. - Operacional-pragmática x Fundamental
Na visão operacional-pragmática, as definições básicas de transtornos mentais
e sintomas são formuladas e tomadas de modo arbitrário, em função de sua
utilidade pragmática, clínica ou orientada à pesquisa. Não se questiona a
natureza da doença ou do sintoma, tampouco os fundamentos filosóficos ou
antropológicos de determinada definição.
Por sua vez, o projeto de psicopatologia fundamental, proposto pelo
psicanalista francês Pierre Fedida, visa centrar a atenção da pesquisa
psicopatológica sobre os fundamentos históricos e conceituais de cada conceito
psicopatológico, os quais incluem não apenas a tradição médica da
psicopatologia, mas também as tradições literárias, artísticas e de outras áreas
das humanidades.
Além disso, tal psicopatologia dá ênfase à noção de doença mental como pathos, que significa sofrimento, paixão e passividade.
Desdobramentos
Psiquiatria e psicologia legal ou forense. A determinação de anormalidade
psicopatológica pode ter importantes implicações legais, criminais e éticas,
podendo definir o destino social, institucional e legal de uma pessoa.
* Epidemiologia dos transtornos mentais: esses dados auxiliam no desenvolvimento de
políticas pública. Por exemplo, se homens costumam câncer de próstata após 50 anos
e não fazem o exame preventivo, serão feitas campanhas para que eles façam os
exames. A tentativa de suicídio é um dos casos de notificação obrigatória e colabora
com a geração de dados.
Psiquiatria cultural e etnopsiquiatria. Aqui, o conceito de normalidade é
tema importante de pesquisas e debates. De modo geral, o conceito de normalidade em psicopatologia impõe a análise do contexto sociocultural.
Aqui se exige necessariamente o estudo da relação entre o fenômeno supostamente patológico e o contexto social no qual tal fenômeno emerge e
recebe este ou aquele significado cultural.
Planejamento em saúde mental e políticas de saúde: associado a etimologia, compreendendo de forma o indivíduo adoece.
Orientação e capacitação profissional. São importantes na definição de
capacidade e adequação de um indivíduo para exercer certa profissão,
manipular máquinas, usar armas, dirigir veículos, etc. – por exemplo, o caso
de indivíduos com déficits cognitivos e que desejam dirigir veículos, pessoas
psicóticas que querem portar armas, sujeitos com crises epilépticas que
manipulam máquinas perigosas, entre outros casos.
Prática clínica. É muito importante a capacidade de discriminar, no processo
de avaliação e intervenção clínica, se tal ou qual fenômeno é patológico ou
normal, se faz parte de um momento existencial do indivíduo ou se é algo
francamente patológico.
Normalidade como ausência de doença. O primeiro critério que geralmente
se utiliza é o de saúde como “ausência de sintomas, de sinais ou de doenças”.
Segundo expressiva formulação de um dos fundadores das pesquisas
médicas de intervenção sobre a dor física, René Leriche (1879-1955), “a
saúde é a vida no silêncio dos órgãos” (Leriche, 1936).
Normal, do ponto de vista psicopatológico, seria, então, aquele indivíduo que
simplesmente não é portador de um transtorno mental definido.
Normalidade ideal. A normalidade aqui é tomada como certa “utopia”.
Estabelece-se arbitrariamente uma norma ideal, aquilo que é supostamente
“sadio”, mais “evoluído”. Tal norma é, de fato, socialmente constituída e
referendada. Depende, portanto, de critérios socioculturais e ideológicos
arbitrários e, às vezes, dogmáticos e doutrinários. Exemplos de tais conceitos
de normalidade são aqueles com base na adaptação do indivíduo às normas
morais e políticas de determinada sociedade (como nos casos do
macarthismo nos Estados Unidos e do pseudodiagnóstico de dissidentes
políticos como doentes mentais na antiga União Soviética)
Normalidade estatística. A normalidade estatística identifica norma e
frequência. Trata-se de um conceito de normalidade que se aplica
especialmente a fenômenos quantitativos, com determinada distribuição
estatística na população geral (como peso, altura, tensão arterial, horas de
sono, quantidade de sintomas ansiosos, etc.).
O normal passa a ser aquilo que se observa com mais frequência. Os indivíduos que se situam estatisticamente fora (ou no extremo) de uma curva
de distribuição normal passam, por exemplo, a ser considerados anormais ou
doentes. Esse é um critério muitas vezes falho em saúde geral e mental, pois
nem tudo o que é frequente é necessariamente “saudável”, assim como nem
tudo que é raro ou infrequente é patológico.
Normalidade como bem-estar. A Organização Mundial da Saúde (WHO, 1946) definiu, em 1946, a saúde como o “completo bem-estar físico, mental e social”, e não simplesmente como ausência de doença. É um conceito
criticável por ser muito amplo e impreciso, pois bem-estar é algo difícil de se
definir objetivamente. Além disso, esse completo bem-estar físico, mental e
social é tão utópico que poucas pessoas se encaixariam na categoria “saudáveis”.
Normalidade funcional. Tal conceito baseia-se em aspectos funcionais e
não necessariamente quantitativos. O fenômeno é considerado patológico a
partir do momento em que é disfuncional e produz sofrimento para o próprio
indivíduo ou para seu grupo social.
Normalidade como processo. Nesse caso, mais que uma visão estática, consideram-se os aspectos dinâmicos do desenvolvimento psicossocial, das desestruturações e das reestruturações ao longo do tempo, de crises, de
mudanças próprias a certos períodos etários. Esse conceito é particularmente
útil na chamada psicopatologia do desenvolvimento relacionada a psiquiatria
e psicologia clínica de crianças, adolescentes e idosos.
Todos os sujeitos irão adoecer em algum momento, mas todos tem a capacidade de se recuperar. Por exemplo, se o indivíduo desenvolve um quadro de ansiedade, porém, consegue se recuperar por meio de atividades físicas, ele estará dentro da
normalidade;
Normalidade subjetiva. Aqui, é dada maior ênfase à percepção subjetiva do
próprio indivíduo em relação a seu estado de saúde, às suas vivências
subjetivas. O ponto falho desse critério é que muitas pessoas que se sentem
bem, “muito saudáveis e felizes”, como no caso de sujeitos em fase maníaca
no transtorno bipolar, apresentam, de fato, um transtorno mental grave.
Normalidade como liberdade. Alguns autores de orientação
fenomenológica e existencial propõem conceituar a doença mental como
perda da liberdade existencial. Dessa forma, a saúde mental se vincularia às
possibilidades de transitar com graus distintos de liberdade sobre o mundo e
sobre o próprio destino
fechamento de possibilidades existenciais
A doença/transtorno mental é, portanto, constrangimento do ser, é fechamento, fossilização das possibilidades existenciais
Normalidade operacional. Trata-se de um critério assumidamente
arbitrário, com finalidades pragmáticas explícitas. Define-se, a priori, o que
é normal e o que é patológico e busca-se trabalhar operacionalmente com
esses conceitos, aceitando as consequências de tal definição prévia. Até certo
ponto, a demarcação de separação entre normal e patológico dos sistemas
diagnósticos atuais (CID e DSM) emprega critérios operacionais e
pragmáticos na definição dos transtornos mentais.
Filosofia
* Relação mente-cérebro;
* Causalidade;
* Verdade;
* Valores
Neurociências
* Nos primeiros estudos da neurociência, inicia-se o mapeamento do cérebro.
O hemisfério direito é a parte das artes e da ciência e o lado esquerdo é a parte da
lógica e do raciocínio. Essa teoria é referente às pessoas que são destras.
Entendendo a associação filosofia-psicopatologia, considere a alternativa correta sobre Teoria da mente como emergente:
B Os fenômenos mentais são gerados e constituídos por eventos físicos e físico-químicos da matéria
cerebral. Entretanto, os fenômenos mentais são caracterizados, no seu aspecto mais específico e
fundamental, por propriedades diferentes e irredutíveis àquelas do cérebro
Qual a importância do diagnóstico?
1. Não tem valor
2. Elemento principal
“…apesar de ser absolutamente imprescindível considerar os aspectos pessoais, singulares de cada indivíduo, sem um diagnóstico psicopatológico aprofundado não se pode nem
compreender adequadamente o paciente e seu sofrimento, nem escolher o tipo de estratégia
terapêutica mais apropriada.” Dalgalarrondo (2019, p. 35).
1. Não se pode compreender adequadamente o paciente e seu sofrimento.
2. Escolher o tipo de estratégia terapêutica mais apropriada.
Entrevista
Principal instrumento
* informações
* dinâmica afetiva
* intervenção e
* planejamento terapêutico
✓ Anamnese
✓ Exame psíquico
As três regras “de ouro”
1) Paciente estruturado
Entrevista aberta
2) Paciente desorganizado, paranoides ou ansiosos
Perguntas simples e dirigidas
3) Tímidos, ansiosos ou paranoides
Perguntas neutras
AVALIAÇÃO PSICOPATOLÓGICA
1) Anamnese
2) Exame psíquico
3) Exames somáticos
4) Exames complementares
Anamnese
* Dados sociodemográficos
* Queixa e história
* antecedentes
* Hábitos
* Uso de substâncias químicas
* Antecedentes familiares
* História de vida
* Etapas do desenvolvimento
* Interações
* familiares e sociais
Exame psíquico
Exame do estado mental atual
1. Aspecto geral e comunicação não verbal
* cuidado pessoal, higiene, trajes, postura, mímica, atitude global do paciente
2. Nível de consciência
3. Orientação alo e autopsíquica
4. Atenção
5. Memória
* fixação e evocação
6. Sensopercepção
7. Pensamento
* curso, forma e conteúdo
8. Linguagem
9. Inteligência
10. Juízo de realidade
* delírios, ideias prevalentes?
11. Vida afetiva
* estado de humor, emoções e sentimentos
12. Volição
13. Psicomotricidade
14. Consciência e valoração do Eu
15. Vivência do tempo e do espaço
16. Personalidade
Simulação e Dissimulação
Dissimulação
* esconder ou negar sinais e sintomas
Simulação
* tentativa de criar, apresentar sintoma, sinal ou vivência
Para Paulo Dalgalarrondo (2000), entrevistas com pacientes em um estado
psicótico devem ser:
B estruturadas, com perguntas mais simples e dirigidas
No que se refere à prática do profissional de saúde mental e à avaliação de
pacientes, julgue o item subsecutivo.
A entrevista psicopatológica contempla a anamnese e o exame psíquico
Segundo CUNHA, sobre o exame de estado mental, marcar C para as afirmativas
Certas, E para as Erradas e, após, assinalar a alternativa que apresenta a sequência
CORRETA:
A sensopercepção é a capacidade de captar as sensações, através dos receptores
sensoriais, e transformá-las em imagens ou sensações no sistema nervoso central.
A orientação é uma das expressões da lucidez psíquica, que depende,
fundamentalmente, da integridade do estado de consciência, por meio da qual se
identifica a capacidade de consciência temporo-espacial.
O conceito de normalidade na área da saúde mental é um conceito constantemente debatido, principalmente
quando está envolvido na elucidação diagnóstica. Nesse processo de saúde x doença mental, assinale como
verdadeiras (V) ou falsas (F) as afirmações em relação ao conceito de normalidade:
( ) Em casos limítrofes, em que as barreiras entre o normal e o patológico não estão bem definidas, o conceito de
normalidade é uma questão controversa.
Historicamente, o uso de termos como típico, e aceitável foram criticados pelo caráter ambíguo, por envolver
julgamento de valores, e variar para cada cultura.
Há vários critérios de normalidade e anormalidade em Medicina e Psicopatologia. A adoção
de um ou outro depende, entre outras coisas, de opções filosóficas, ideológicas e
pragmáticas do profissional. Os aspectos dinâmicos do desenvolvimento psicossocial, das
desestruturações e das reestruturações ao longo do tempo, de crises, de mudanças
próprias a certos períodos etários caracterizam que tipo de critério para a normalidade?
D como processo.
ASPECTO GERAL E COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL
3 primeiros minutos
Aspecto geral
- Corpo/postura corporal
- Indumentária, acessórios, maquiagem, perfumes, odores
Aparência
- Revela estado interior
Comunicação = verbal + não-verbal