Classificação de crises epilépticas ILAE 2017 Flashcards
V ou F?
A manifestação mais precoce é a que define o tipo de crise, que pode na sequência progredir para outros tipos de crises.
Verdadeiro!
- As crises focais podem evoluir para crises tônico-clônicas bilaterais.
- Crises generalizadas recrutam redes neuronais bilaterais desde o início.
Introdução
Crises de início focal
- Crises focais são opcionalmente subdivididas em
- Crises focais perceptivas
- Crises com comprometimento da percepção.
- Classificadores específicos motores e não motores podem ser adicionados.
Introdução
Crises de início generalizado
- Motoras:
- Tônico-clônicas
- Clônicas
- Tônicas
- Mioclônicas
- Mioclono-tônico-clônicas
- Mioclono-atônicas
- Atônicas
- Espasmos epilépticos
- Não motoras (ausências):
- Ausências típicas
- Ausências atípicas
- Ausências mioclônicas
- Ausência com mioclonias palpebrais
- Descritores adicionais e texto livre são encorajadas para caracterizar as crises.
V ou F?
Os sinais e sintomas chaves não podem ser associados a tipos de crises utilizando relações do tipo um-a-um, já que alguns sintomas aparecem em mais de um tipo de crise.
Verdadeiro!
- Atividade tônico-clônica pode estar presente no início das crises generalizadas ou surgir no curso de uma crise focal.
- Parada comportamental, por exemplo, ocorre tanto em crises focais com comprometimento da percepção quanto em crises de ausência.
- Crises de ausência típicas apresentam uma
recuperação das funções mais rápida que as crises focais com comprometimento da
percepção ou disperceptivas.
- Em alguns casos, informações adicionais de EEG,
imagem e estudos laboratoriais são necessárias para que possamos classificar as crises de forma apropriada.
Categorização das crises por tipo de início
Crises de início focal
- Iniciadas em redes neurais limitadas a um hemisfério.
- Podem ser bem localizadas ou mais difusamente distribuídas.
- Podem originar-se em estruturas subcorticais
Categorização das crises por tipo de início
Crises de início generalizado
- Crises iniciadas em algum local de uma rede neuronal com rápido envolvimento de redes distribuídas bilateralmente
Categorização das crises por tipo de início
Crises de início desconhecido
- Pode apresentar algumas evidências que a define como crise com características motoras (ex. tônico-clônica) ou não motora (ex. parada comportamental).
Classificação adicional
- É opcional
Classificação adicional
Percepção durante a crise focal
- Refere-se a consciência durante a crise, e não ao fato do paciente ter ou não percebido a ocorrência da crise
- Usado para determinar se o nível de consciência está ou não afetado.
- Durante uma crise focal perceptiva, a consciência estará intacta.
- Se a percepção do evento está comprometida em qualquer parte da crise, então crise deve ser classificada como crise focal com comprometimento da percepção ou disperceptiva.
- De uma forma prática, uma crise focal com comprometimento da percepção implica na habilidade da pessoa que teve a crise de verificar que a consciência permaneceu intacta.
- Ocasionalmente crises podem produzir uma amnesia epiléptica transitória com percepção preservada
- Classificação destas crises seria necessária uma documentação excepcionalmente clara feita por observadores.
- Alguns utilizariam a abreviação “focal disperceptiva”.
- É importante notar que a percepção pode estar comprometida sem que o paciente esteja totalmente inconsciente.
Classificação adicional
Responsividade
- Pode estar tanto intacta ou afetada em crises com ou sem comprometimento da percepção
- Não é utilizada na classificação da ILE 2017 para designar um tipo específico de crise.
V ou F?
A classificação básica das crises também permite a classificação em crises com sintomas de início motor e início não motor (por exemplo, sensorial).
Verdadeiro!
Tipo focal evoluindo para tônico-clônica bilateral
- Categoria especial por conta da sua ocorrência comum e importância, apesar de refletir mais um padrão ictal de propagação que um tipo específico de crise.
- Substitui o termo antigo “crise tônicoclônica secundariamente generalizada”.
- Na nova classificação, “bilateral” é utilizada para crises com padrão de propagação e “generalizada” para crises de início generalizado.
- Crises de início generalizado são divididas em crises motoras e não motoras (ausência).
V ou F?
O grau de percepção é utilizado como classificador para crises generalizadas
Falso!
- Não é utilizado como classificador para crises generalizadas, já que a maioria das crises generalizadas (embora não todas) estão associadas a alteração da mesma.
V ou F?
Para ser definida na seção generalizada da classificação, a atividade motora deve ser bilateral desde o início, mas na classificação básica o tipo de atividade motora não precisa ser especificado.
Verdadeiro!
- Nos casos em que o início da atividade motora bilateral é assimétrica, pode ser difícil determinar se a crise tem início focal ou generalizado baseado apenas na semiologia.
Crises de ausência
- Prefixo “início generalizado” pode ser assumido
- Súbita parada da atividade e da percepção
- Tendem a ocorrer em indivíduos jovens
- Seu início e final são mais abruptos
- Geralmente são acompanhadas de automatismos menos complexos do que aqueles observados nas crises focais com comprometimento da percepção
- Informação eletroencefalográfica pode ser necessária para uma classificação acurada.
- Atividade epileptiforme focal está associada a crises focais e espícula-onda lenta bilateral e síncrona pode ser vista nas crises de ausência.
V ou F?
Crises de início desconhecido podem ser categorizadas em motoras, incluindo tônico-clônicas, não-motoras e não classificadas. O termo não classificadas engloba tanto crises com padrão que não se encaixa nas outras categorias como crises com informações insuficientes para categorização.
Verdadeiro!
Visão geral dos tipos de crises
Classificação expandida
Crise focal perceptiva e disperceptiva
- Podem opcionalmente ser classificadas adicionando-se um dos termos relacionados dentro dos subitens do quadro
- ‘de início motor’ (automatismo, atônicas, clônicas, espasmos epilépticos, hipercinéticas, mioclônicas ou tônicas)
- ‘não motor’ (autonômicas, parada comportamental, cognitivas, emocionais, sensoriais)
V ou F?
Na nomenclatura da crise focal a menção sobre o grau de percepção pode ser omitida caso seja inaplicável ou desconhecido e a classificação pode ser feita utilizando diretamente os sinais motores e não motores mais precoces.
Verdadeiro!
- Para as crises de início focal, o clínico deve avaliar o grau de percepção assim como descrito na classificação básica (caso seja conhecido)
Como deve ser a conduta para a percepção durante as crises?
- Pergunte ao paciente se a percepção para eventos ocorridos durante a crise estava preservada ou comprometida, mesmo quando a pessoa não fosse capaz de responder ou compreender a linguagem durante a crise.
- Se alguém entrar no quarto durante uma crise, a presença desta pessoa seria lembrada posteriormente?
- Perguntas para as testemunhas podem esclarecer a natureza do comportamento durante a crise.
- Diferenciar o período ictal do pós-ictal, já que a percepção retorna após a crise.
- Se o grau de percepção é duvidoso, a crise é classificada como focal mas a percepção não é especificada.
Comportamentos no início da crise motora
- Atônica (perda de tônus focal)
- Tônica (contratura focal sustentada)
- Clônica (abalos rítmicos focais)
- Mioclônica (abalos focais breves e irregulares)
- Espasmos epilépticos (flexão e extensão dos braços e flexão do tronco).
- A distinção entre clônica e mioclônica é arbitrária, mas clônica implica em abalos mantidos, estereotipados e ocorrendo de forma regular; enquanto que mioclônico é menos regular e mais breve.
Comportamentos focais menos óbvios
- Atividade hipercinética (pedalar, movimentos bruscos de membros)
- Automatismos: atividade motora repetitiva, mais ou menos coordenada, mas sem objetivo.
- Alguns automatismos sobrepõem-se a outros comportamentos motores, como por exemplo, atividade hipercinética ou de pedalar, levando a classificação ambígua.
- A classificação da ILAE de 2017 arbitrariamente agrupa a atividade de pedalar com as crises hipercinéticas, ao invés de crises com automatismos.
- Automatismos podem ser vistos nas crises focais e nas crises de ausência.
Crise motora focal com parada comportamental
- Parada do movimento e arresponsividade.
- Já que uma parada comportamental breve no início de muitas crises é comum e de difícil identificação, uma crise focal com parada comportamental deve incluir crises que tenham a parada comportamental como a característica predominante durante toda a crise.
Crises autonômicas
- Sensações gastrointestinais
- Sensação de calor e frio
- Rubor
- Piloereção (arrepio)
- Palpitação
- Excitação sexual
- Alterações respiratórias
- Outras alterações autonômicas
Crises focais cognitivas
- Paciente reporta ou exibe déficits de linguagem, pensamento ou outras funções corticais superiores durante a crise e quando estes sintomas prevalecem sobre outras manifestações ictais.
- Déjà vu, jamais vu, alucinações, ilusões ou pensamento forçado são exemplos de fenômenos cognitivos induzidos anormais.
- Um termo mais correto seria “crises focais com cognição alterada”, mas o termo cognição alterada pode ser assumido, já que a função cognitiva nunca melhora durante as crises.
Crises focais emocionais
- Apresentam-se com alterações emocionais:
- Medo
- Ansiedade
- Agitação
- Paranoia
- Prazer
- Felicidade
- Êxtase
- Risos (gelástica)
- Choro (dacrística)
- Alguns deste fenômenos são subjetivos e precisam ser lembrados pelo paciente ou cuidador.
- Os sintomas emocionais incluem um componente subjetivo; enquanto que sinais afetivos podem ou não ser acompanhados por emoção subjetiva.