Cirurgia Flashcards
Principais tipos de cálculos urinários e sua relação com o pH
- Oxalato de cálcio (70-80%): Independe do pH
- Estruvita (1-20%): pH>6; coraliformes; ITU com ↑urease (Proteus)
- Ácido úrico (5-10%): pH < 5; radiotransparente (Hidroxipatita)
- Fosfato de cálcio (6%): pH > 6
- Cistina (2-3%): pH < 5
Condições para o tratamento intervencionista na Nefrolitíase Aguda
- Cálculo > 7mm
- Dor intratável
- Obstrução fixa
Tratamento intervencionista pela manifestação clínica na nefrolitíase aguda
- Dor em flancos/ abdome
- Dor na região inguinal/testículo/grande lábio
- Igual cistite (polaciúria, disúria)
- Dor em flancos/abdome: Litotripsia com ondas de choque extracorpórea (LOCE)
- Dor na região inguinal/testículo/grande lábio: Ureteroscopia flexível
- Igual cistite (polaciúria, disúria): Uteroscopia rígida
Contraindicações a LOCE
- Gestante
- Dissecção de Aorta
- Diátese hemorrágica
- Cálculo > 2cm (Ex: coraliforme)
Nefrolitíase Aguda
- Exame padrão Ouro
- Conduta de suporte
- Principal local de obstrução
- Coduta nas complicadas (obstrução + infecção ou IRA)
- Exame padrão Ouro: TC helicoidal sem contraste
- Conduta de suporte: (1) AINE; (2) Opioides (casos refratários ao AINE); (3) Hidratação venosa; (4) bloqueador α-1 (Tamsulosin)
- Principal local de obstrução: Junção uteropélvica
- Conduta nas complicadas: Desobstrução por nefrostomia percutânea ou cateter duplo J
Principais distúrbios associados a Nefrolitíase por cálculos de oxalato de cálcio e seu tratamento
Principais distúrbios associados ao cálculo de oxalato de cálcio e seus respectivos tratamento
- Hipercalciúria idiopática (55%): Restrição de sódio e proteínas. Tiazídicos nos refratários
- Hipocitratúria (15-60%): Citrato de potássio
- Hiperuricemia: ↑pH urinário (citrato de potássio, bicarbonato ou acetozalamida). Alopurinol nos refratários
- Hiperparatireoidismo primário (5%): Paratireoidectomia subtotal
- Hiperoxalúria (1-2%): Entérica (colestiramina e/ou cálcio) ou Familiar (Vit B6)
Câncer de próstata
- Principais fatores de risco
- Fatores de proteção
- Principal tipo histológico
- Sinal de malignidade
- Principal sítio de metástase
- Principais fatores de risco: (1) Idade; (2) negros; (3) história familiar
- Fatores de proteção: (1) vit E; (2) Selênio; (3) Soja
- Principal tipo histológico: Adenocarcinoma multifocal na zona periférica
- Sinal de malignidade: invasão na cápsula prostática ou perineuro
- Principal sítio de metástase: Osso (Lesões blásticas - branca no Rx)
Screnning Câncer de próstata
- Indicações
- Indicações de biópsia pelo toque
- Indicações de biópsia pelo PSA
- Indicações de refinamento de PSA
- Indicações de biópsia pelo PSA refinado
- Indicações: > 45 anos se negro ou história familiar +
- Indicações de biópsia pelo toque: endurecido, irregular ou nódulo
- Indicações de biópsia pelo PSA: (1)<60a + PSA >2,5; (2) >60a + PSA>4
- Indicações de refinamento de PSA; (1) >60a + PSA= 2,5-4
- Indicações de biópsia pelo PSA refinado: (1) Fração Livre <25%; (2) PSA/peso da próstata > 0,15; (3) ↑PSA > 0,5-0,75 ng/ml/ano
Função dos exames no estadiamento do Câncer de próstata
- PSA
- TC
- RNM sonda endorretal
- Cintilografia óssea
- Histopatológico
- Cirurgia
- PSA: proporcional ao risco de doença disseminada
- TC: Vê o N
- RNM sonda endorretal: Vê o T e o N
- Cintilografia óssea: Vê o M
- Histopatológico: Escore de Gleasson > 6 = pior prognóstico
- Cirurgia: Melhor método de estadiamento
Estadiamento TNM Câncer de Próstata
- T1
- T2
- T3
- T4
- N1
- M1
- T1: Lesão palpável
- T2: Lesão palpável confinado
- T3: Extracapsular e/ou vesícula seminal
- T4: Outras estruturas
- N1: Linfonodo acometido
- M1: Metástase
Classificação Câncer de Próstata
- Baixo risco
- Intermediário risco
- Alto risco
- Baixo risco: PSA < 10; Gleason < 7 e T1-T2
- Intermediário risco: Nem baixo nem alto
- Alto risco: PSA > 20; Gleason >8 ou T3-T4
Tratamento Câncer de próstata de acordo com o risco
- Baixo risco
- Intermediário risco
- Alto risco
- Metastático
- Baixo risco: Sobrevida < 10 anos (Observar); Sobrevida > 10 anos (RT ou prostatectomia radical)
- Intermediário risco: Prostatectomia radical ou (RT com bloqueio hormonal por 6 meses)
- Alto risco: Prostatectomia radical ou (RT com bloqueio hormonal por 3 anos
- Metastático: Bloqueio hormonal
Complicações do tratamento do Câncer de próstata
- Cirurgia
- Radioterapia
- Cirurgia: Disfunção erétil e Incontinência urinária
- Radioterapia: Disfunção erétil tardia e Lesão colorretal
Opções de bloqueio hormonal no Câncer de próstata
- Agonista GnRH (mais usados): Leuprolide ou goserelina
- Antagonista GnRH: Degarelix
- Antagonista receptor androgênico: Bicalutamida ou ciproterona
- Bloqueio adrenal: Cetoconazol
- Orquiectomia cirúrgica: Padrão-ouro
Câncer de Bexiga
- Paciente típico
- Fatores de risco
- Principal característica
- Principal tipo histológico
- Tumor com maior chance de invasão
- Paciente típico: Homem branco, idoso, > 70 anos
- Fatores de risco: Tabagismo, analgésicos, cálculo vesical
- Principal característica: ↑Sangramento e ↑Recidiva após excisão
- Principal tipo histológico: Carcinoma papilar de células transicionais
- Tumor com maior chance de invasão: Tumor séssil ou plano
Câncer de bexiga
- Clínica
- Conduta diagnóstica
- Conduta terapêutica sem invasão da muscular
- Exames para investigar disseminação
- Conduta terapêutica com invasão da muscular
- Conduta se doença metastática
- Seguimento
- Clínica: Hematúria macroscópica indolor em paciente com > 40 anos
- Conduta diagnóstica: Cistoscopia com biópsia + urografia excretora
- terapêutica sem invasão da muscular: Ressecção endoscópica + BCG intravesical por 1-3 anos
- Exames para investigar disseminação: TC abdome/pelve; Rx de tórax
- terapêutica com invasão da muscular: QT neoadjuvante + Cistectomia radical + Neobexiga intestinal + QT adjuvante
- Conduta se doença metastática: QT
- Seguimento: Cistoscopia + Citologia urinária (+TCs se doença avançada)
Câncer de pelve/ureter
- Fatores de risco/principal tipo/clínica
- Porcentagem da associação com Ca de Bexiga
- Local mais encontrado
- 2 exames sequenciais no diagnóstico e estadiamento
- Conduta doença localizada
- Conduta doença disseminada
- Fatores de risco/principal tipo/clínica: = Ca de bexiga
- Associação com Ca de Bexiga: 40-50% (mesma origem)
- Local mais encontrado: Terço inferior
- 2 exames: Urografiaexcretora + Ureterorrenoscopia com biópsia
- Conduta doença localizada: Nefroureterectomia
- Conduta doença disseminada: QT do Ca de Bexiga
Câncer de Rim
- Epidemiologia
- Principal tipo histológico
- Principal característica
- Principal sítio de metástase
- Maior receptor de metástase do…
- Tríade clínica clássica
- Síndromes paraneoplásicas
- 1º Exame
- Principal fator prognóstico
- Tratamento
Epidemiologia
- Homem negro 50-60 anos
- Tabagista, obeso, exposição ao asbesto
Principal tipo histológico
- Carcinoma de Células Claras (>60%)
Principal característica
- Formação de Trombos (Varicocele à E; trombose veia renal; Budd-Chiari; Sopro cardíaco)
Principal sítio de metástase
- PULMÃO!
Maior receptor de metástase do…
- PULMÃO!
Tríade clínica clássica
- Hematúria, massa abdominal e dor flanco
Síndromes paraneoplásicas
- Anemia doença crônica: ↑Inflamação
- Policitemia Vera: ↑EPO
- HAS: ↑Renina
- Febre origem indeterminada:
- Síndrome de Stauffer: Disfunção hepática sem metastáse
- Hipercalcemia: PTH-like (mau prognóstico
1º Exame
- TC com constraste: Qualquer massa renal é maligna até que se prove contrário
Principal fator prognóstico
- Invasão Linfonodal!
- Invasão vascular não indica inoperabilidade
Tratamento
- Nefrectomia radical: Todos os casos, exceto metástase e T < 4cm (Parcial)
-
Irressecável ou metástase:
- Não radio nem quimiossensível
- Imunoterapia (cura 20%)
- Terapia molecular alvo
- Nefrectomia citorredutora
Tumor de Wilms
- Epidemiologia
- Clínica
- Diferença com Neuroblastoma
- 1º Exame complementar
- Tratamento
Epidemiologia
- 2º tumor sólido mais comum na infância!
Clínica
- Massa abdominal em crianças + HAS por compressão + Hematúria + trombose
Diferença com Neuroblastoma
- Criança com TU de Wilms tá em BOM ESTADO GERAL e massa RESPEITA A LINHA MÉDIA
1º Exame complementar
- USG. Se massa ou cisto complexo, fazer TC com contraste
Tratamento
- Nefrectomia radical: Todos os casos, exceto se metástase
- Doença muito volumosa: RT/QT neoadjuvante
- RT/QT neoadjuvante: Todos, de acordo com tipo histológico
- Metástase: RT/QT apenas
Bexiga neurogênica atônica e espástica - Diferenças
- Localização da disfunção
- Contratilidade Vesical
- Tratamento Farmacológico
- Tratamento se refratário
Localização da disfunção
- Atônica: 2º neurônio motor
- Espástica: 1º neurônio motor
Contratilidade Vesical
- Atônica: Reduzida
- Espástica: Aumentada
Tratamento Farmacológico
- Atônica: Colinérgico - Betanecol (↑contratilidade vesical)
- Espástica: Anticolinérgico - Tolterodina (↓contratilidade vesical)
Tratamento se refratário
- Atônica: Cateterização vesical intermitente
- Espástica: Cateterização vesical intermitente
Hiperplasia Prostática Benigna
- Diferença com Câncer na localização
- Consequências
- Clínica
- Complicações
- Tratamento
Diferença com Câncer na localização
- HPB: Zona Central e de transição (Obstrui uretra)
- Câncer: Zona periférica (Obstrução uretra só muito avançado)
Consequências
- Obstrução mecânica da uretra: ↑orgão e ↑tônus
- Hipertrofia e fibrose do músculo detrusor: Sintomas irritativos
Clínica
- Maioria assintomática. Sintomas não são proporcionais ao tamanho da próstata
- Obstrução (respondem a cirurgia): esforço, jato fraco, gotejamento, incontinência, esvaziamento incompleto…
- Irritativos (não respondem a cirurgia): Urgência, polaciúria, nictúria, dor suprapúbica…
Complicações
- Retenção urinária Aguda:
- ITU/prostatite:
- Litíase renal:
- Incompetência do detrusor:
- IRC:
- Hematúria persistente:
OBS: Indicam preferência cirúrgica!!
Tratamento
- Cirurgia: Complicações ou IPSS alto (↑sintomatologia)
-
Farmacologia:
- Inibidor 5-alfa-redutase: Finasterida (↓obstrução - ↓tamanho próstata)
- Bloqueador alfa-1-adrenérgico: Prazosin (Bom pra sintomas irritativos)
Doença Hemorroidária
- Classificação
- Quadro clínico
- Tratamento
Classificação
-
Interna: Acima da linha pectínea
- I - Sem prolapso
- II- Prolapso com redução espontânea
- III- Prolapso com redução manual/bidigital
- IV- Prolapso mantido
- Externa: Abaixo da linha pectínea
Quadro clínico
- Clássico: Sangrameno “vivo” indolor, prolapso, dor (excluir fissura) e prurido
- Maior causa de sangramento retal: hemorróidas internas
- Hemorróida interna não causa dor: Não possuem inervação cutânea. Caso haja dor, é por necrose hemorroidária, devido ao seu prolapso causar espasmo do esfincter.
Tratamento
- Dietético (↑fibra e ↑água): Graus I
- Ligadura elástica, escleroterapia, eletrocoagulação: Graus II e III
- Hemorroidectomia: Graus III grave e Graus IV; Falha; Associação com hemorroida externa, úlcera, fístula ou fissura.
-
Trombose?
- Até 72h: Excisão sob anestesia
- > 72h: Banhos de assento e analgésico
Fissura Anal
- Causa
- Localização mais comum
- Ciclo Fisiopatológico
- Classificação
- Clínica
- Tratamento
- Causa: Constipação, fezes endurecidas, diarreia, trauma…
- Localização mais comum: Linha média posterior
- Ciclo Fisiopatológico: Hipertonia -> ↓Vascularização -> Fissura -> Hipertonia…
-
Classificação:
- Aguda: < 6 semanas. Vermelhas, margens irregulares
- Crônica: > 6 semanas. Brancas, com papilas hipertróficas
- Clínica: Dor ao evacuar, sangramento vivo que cessa após evacuação
-
Tratamento:
- Aguda: Laxante, anestésico tópico, banhos de assento, corticoide, ↑fibras
- Crônica: Toxina botulínica, BCC, esfincterotomia interna lateral (refratários)