CIR02 - Síndrome Disfágica e Dispéptica Flashcards

1
Q

Qual a definição de síndrome disfágica?

A

Presença de disfagia (dificuldade de levar o alimento da boca ao estômago).

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2
Q

Qual o grande orgão que deve ser lembrado quando falamos de síndrome disfágica?

A

Esôfago.

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3
Q

Quais são as funções do esôfago?

A
  • Transporte
    1/3 proximal mm. esquelético (controlável).
    2/3 distais mm. liso (autônomo).
  • Regulação (controle do esfíncter esofagiano inferior).
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4
Q

Quais os tipos de disfagia e suas causas? Qual a mais relacionada a síndrome disfágica?

A
  • Disfagia de transferência (“engasgo”): dificuldade de levar o alimento da boca ao esôfago. Associado:
    > Doenças neurológicas.
    > Doenças musculares.
  • Disfagia de condução (“entalo”): dificuldade de conduzir o alimento pelo esôfago. Causas:
    > Obstrução mecânica.
    > Distúrbio motor.

A disfagia de condução é a mais relacionada a síndrome disfágica pois nela a disfagia é o que mais chama atenção, enquanto na disfagia de transferência a disfagia faz parte de uma grande síndrome neurlógica ou muscular (ex.: Parkinson, demência, pós-AVC, ELA…)

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5
Q

Qual a clínica da síndrome disfágica?

A
  • Disfagia de condução.
  • Perda de peso.
  • Regurgitação/halitose.
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6
Q

Qual o diagnostico diferencial deve estar presente quando falamos em síndrome disfágica?

A

Câncer de esófago.

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7
Q

Qual o exame deve se utilizado na abordagem inicial de um paciente com síndrome disfágica?

A

Esofagografia baritada.

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8
Q

Quais as causas da disfagia de condução?

A
  • Obstrução mecânica:
    > Tumor.
    > Divertículo (Zenker, médio-esofágico e epifrênico).
    > Anel de Schtzki.
    > Estenose péptica.
  • Distúrbio motor:
    > Acalásia.
    > Espasmo esofagiano difuso.
    > Esôfago em quebra nozes.
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9
Q

O que é a estenose péptica?

A

É uma complicação da DRGE, com estreitamento segmentar da junção esofagogástrica de padrão ascendente cursando com disfagia. Abaixo da área de estenose pode estar presente o esôfago de Barret.

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10
Q

Qual a causa do divertículo de Zenker? Ele é um divertículo verdadeiro?

A

Hipertonia do EES (m. cricofaríngeo) com contrações sucessivas que geram a expulsão de mucosa e submucosa e formação do divertículo. Portanto é um divertículo por pulsão (falso).

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11
Q

Qual o local de formação do divertículo de Zenker? Qual os marcos anatômicos?

A

Triângulo de Killian (hipofarínge). Entre os músculo tireofaríngeo e cricofaríngeo.

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12
Q

Qual a população mais comumente acometida pelo divertículo de Zenker?

A

Idosos na sétima década de vida com acometimento mais comum a esquerda.

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13
Q

Qual a clínica do divertículo de Zenker?

A
  • Disfagia.
  • Halitose e regurgitação.
  • Massa móvel e palpável que alivia a compressão (é retrovertível com liberação do conteúdo em seu interior para o esôfago, sendo esse conteúdo engolido e digerido).
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14
Q

Qual uma complicação potencialmente fatal na passagem de sonda gástrica em paciente com divertículo de Zenker?

A

Ruptura do divertículo e contaminação do mediastino cursando com mediastinite

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15
Q

Como é feito o diagnóstico do divertículo de Zenker? Qual a marca encontrada no exame que nos faz fechar diagnóstico?

A

Esofagografia baritada (padrão ouro). Encontramos a imagem em adição.

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16
Q

Como é feito o tratamento do divertículo de Zenker?

A

<2cm: miotomia (abertura da bolsa do divertículo).
>2cm: miotomia + plexia (até 5cm) OU ectomia.
>3cm: elegíveis para miotomia + divertículotomia via EDA (procedimento de Dohlman).

*PLEXIA: fixação do divertículo na parede posterior do esôfago, menos invasivo (preferível - até 5cm).

**ECTOMIA: retirada do divertículo com sutura do mesmo, mais invasivo e pode cursar com complicações como fístulas.

***Procecimento de Dolhman é minimamente invasivo, mas só pode ser realizado em divertículos >3cm pela passagem da pinça do endoscópio.

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17
Q

Qual os locais onde os divertículos de Zenker, médio-esofágico e epifrênico costumam ocorrer?

A
  • Zenker: região proximal do esôfago (triângulo de Killian).
  • Médio-esofágico: região medial do esôfago.
  • Epifrênico: região distal do esôfago.
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18
Q

O divertículo médio-esofágico é um divertículo verdadeiro? Quais são suas causas?

A

Sim. Causado por:
- Tração: linfonodos aumentados ou infecções fibrosantes.
- Pulsão: distúrbio motores (acalásia).

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19
Q

Qual a lateralidade mais comum do divertículo médio-esofágico?

A

Direita.

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20
Q

Qual a causa do divertículo epifrênico?

A

Pulsão: distúrbios motores (acalásia).

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21
Q

Quais as características marcantes do divertículo epifrênico que permitem distingui-lo de outros divertículos esofágicos?

A
  • Mais comum a direita.
  • Aparece em região de esôfago distal.
  • Tem boca larga.
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22
Q

Como é feito o diagnóstico e tratamento do divertículo médio esofágico? E do divertículo epifrênico?

A

O diagnóstico é feito com esofagografia baritada. O tratamento é realizado somente
em sintomáticos e/ou divertículos maiores de 2cm com miotomia diverticuloplexia ou diverticulectomia

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23
Q

O que é acalásia e qual sua causa?

A

A acalásia é a distruição do pleno mioentérico (Auerbach) com ocorrência de:
- Hipertonia do EEI (pressão>35mmHg).
- Perda de relaxamento do EEI.
- Peristalse anormal ou aperistalse.

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24
Q

Quais os tipos de acalásia?

A
  • Primária (idioática).
  • Segundária (no Brasil, Chagas).
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25
Qual a clínica da acalásia?
- Disfagia. - Regurgitação. - Perda de peso.
26
Como é realizado o diagnóstico de acalásia? O que costumamos encontrar nesses exames?
- Esofagografia baritada: sinal do bico de pássaro (também chamado de chama de vela ou rabo de rato). - Esofagomanometria (padrão ouro): peristalse simultânea, EEI hipertônico, que não relaxa adequadamente.
27
Qual o principal diagnóstico diferencial de acalásia? Como diferencia-los?
Câncer de esófago. Nesse caso a disfagia é mais acelerada e a perda de peso mais intensa do que em outras condições, como na acalásia. Nela a disfagia é progressiva (demora anos) e a perda de peso gradual e menos intensa, acometendo paciente mais jovens (cerca de 35 anos).
28
O que é a esofagomanometria de alta resolução? Para que ela é usada e quais os parâmetros avaliados?
É o exame padrão ouro para avaliar distúrbios de condução esofágicos. Utiliza três parâmetros: - IRP: pressão de relaxamento do EEI. - Pressurização do corpo esofágico: contração esofágica durante deglutição. - DCI: avalia a contração esofágica distal.
29
O que é a classificação de Chicago e para que ela é utilizada?
É utilizada para diagnóstico e classificação da acalásia em 3 subtipos utilizando para isso a esofagomanometria de alta resolução. - Diagnóstico: IRP>15 + pressão de relaxamento incompleto do EEI. - Classificação: > Tipo I (clássica): aperistalse em 100% dos casos, ausência de pressurização e DCI menor que 100. > Tipo II (compressão efofágica): aperistalse e pressurização panesofágica em maior igual a 20% das deglutições. > Tipo III (espástica): contrações espásticas e DCI>450 em maior igual a 20% das deglutições.
30
O que é classificação de Mascarenhas e Rezende? Para que ela é utilizada?
Utilizada para classificar e tratar a acalásia. - Tipo I: esôfago de até 4cm. Trat.: conservador (clínico), nitrato, antagonista de cálcio, sildenafil, botóx. - Tipo II: esôfago de 4-7cm. Trat: dilatação endoscópica. - Tipo III: esôfago de 7-10cm. Trat: cardiomiotomia a Heller + Fundoplicatura (evitar refluxo) ou POEM (cardiomiotomia endoscópica, menos invasiva). - Tipo IV: esôfago de >10cm. Trat: esofagectomia (esôfago em sigmoide/dolicomegasôfago, condição pré-maligna). *O colégio americano de gastroenterologia afirma que o tratamento conservador na acalásia é pouco resolutivo, despendioso, pouco duradouro e com muitos efeitos adversos. Assim, NÃO recomenda seu uso (recomenda dilatação endoscópica já na classe I).
31
O que é o anel de Schatzki?
É um estreitamento laminar do corpo do esôfago.
32
Qual a clínica do anel de Schatzki?
- Disfagia intermitente para grande pedaços de alimento. - "Síndrome de Steakhouse" (mesma sensação aguda de se engasgar com um alimento).
33
Qual o diagnóstico e o tratamento do anel de Schatzki?
Diagnóstico é feito pela esofagografia baritada e o tratamento pela dilatação endoscópica.
34
O que é o espasmo esofagiano difuso?
Uma contração simultânea e auto-limitada do corpo do esôfago (músculo liso).
35
Qual a clínica do espasmo esofagiano difuso?
- Disfagia intermitente. - Cólica esofágica não contínua (precordialgia aguda).
36
Qual o diagnóstico diferencial principal do espasmo esofagiano difuso na emergência?
Síndrome coronariana aguda, os dois cursam com precordialgia que melhora com nitrato. O diagnóstico diferencial é realizado com exames complementares (enzimas cardíacas e ECG normais).
37
Como é feito o diagnóstico do espasmo esofagiano difuso? O que esperamos encontrar?
- Esofagografia baritada: sinal do saca-rolhas ou contas em rosário. - Esofagomanometria: contrações simultâneas, vigorosas (pressão>120mmHg) e duradouras (maior do que 2,5 segundos). *Esses exames devem ser realizados sob estresse (estímulo que dispare sintomatologia), pois os exames são completamente normais em períodos assintomáticos.
38
Como é realizado o tratamento do espasmo esofagiano difuso?
Essencialmente clínico: nitratos, antagonistas de cálcio, ansiolíticos, terapia cognitiva comportamental (influência psicológica para disparada dos sintomas)... O tratamento cirúrgico (miotomia longitudinal) é de exceção e deve ser desincentivado, pois o tratamento clínico costuma resolver.
39
Qual a definição de síndrome dispéptica?
Dor epigástrica por mais de um mês.
40
Quando devemos solicitar EDA para um paciente com síndrome dispéptica e porquê?
- Maiores de 40-45 anos. - Sinais de alarme: > Disfagia. > Odinofagia. > Anemia. > Perda de peso. Deve-se solicitar EDA pelo risco aumentado de câncer.
41
Refluxo é considerado uma das causas de síndrome dispéptica?
Não, mas confunde (dor retroesternal ascendente com regurgitação).
42
Qual deve ser a abordagem geral da síndrome dispéptica?
TEM >40 anos ou sinal de alarme = EDA. - EDA POSITIVA: dispepsia orgânica (úlcera péptica, CA...). Tratamento específico. - EDA NEGATIVA: dispepsia funcional. Seguir mesmo fluxograma de quem não faz EDA. TEM <40 anos e sem sinal de alarme = tratar empiricamente. 1. Pesquisar e tratar H. pylori (participa da úlcera). 2. IPB por 4-8 semanas (resolve se for úlcera). NÃO MELHOROU 3. Tricíclico. NÃO MELHOROU 4. Procinético
43
Qual a definição de DRGE?
Clínica ou endoscopia de refluxo.
44
Qual o quadro clínico da DRGE?
- Sintomas esofagianos ou típicos: pirose e regurgitação. - Sintomas extra esofagianos ou atípicos: tosse crônica, faringite, rouquidão, broncoespasmo, pneumonia de repetição.
45
Quais as principais complicações do DRGE?
- Esofagites. - Úlcera. - Estenose péptica (disfagia). - Esôfago de Barret.
46
Os scores de Savary-Miller e de Los Angeles servem para classificar qual complicação da DRGE?
Esofagites.
47
Como é realIziado o diagnóstico de DRGE? Quando solicitar EDA?
O diagnóstico é CLÍNICO (sintomas típicos). A pHmetria de 24h pode ser solicitada quando sintomas atípicos ou refratários ao tratamento empírico. A EDA é solicitada quando: - Idade > 40-45 anos. - Sinais de alarme (disfagia, odinofagia, anemia, perda de peso, icterícia). - Refratariedade.
48
Toda EDA em paciente com DRGE apesenta alterações?
Não, cerca de 50% das EDA são normais, mesmo na presença de DRGE.
49
O que o esôfago de Barret?
Uma complicação do DGRE que, devido a agressão ácida, estimula a troca do epitélio em esôfago inferior de escamoso para colunar chamado de METAPLASIA INTESTINAL.
50
Como é feito o diagnóstico do esôfago de Barret?
- Suspeita: EDA com epitélio vermelho salmão. - Confirmação: biópsia mostrando metaplasia intestinal.
51
Quais os sintomas do esôfago de Barret?
Assintomático. O problema é que se trata de uma lesão pré-maligna.
52
Qual o tratamento do DRGE? Qual o objetivo do tratamento?
Objetivo: reduzir acidez. - Medidas comportamentais anti-refluxo como: perder peso, elevar a cabeceira, evitar comer 2-3h antes de dormir, eliminar alimentos que pessoalmente podem causar o sintoma... - Medidas farmacológicas: IBP dose padrão (1x/dia) por 08 semanas.
53
Qual o melhor IBP disponível no mercado?
Não há diferença de eficácia entre os tipos de IBP.
54
O que deve-se fazer se após a retirada do IBP o paciente retomar com os sintomas de refluxo?
Colocar IBP sob demanda ou de uso contínuo.
55
Se o paciente mantiver sintomas de DRGE em uso de IBP quando deve ser a conduta?
Dobrar a dose de IBP (2x por dia).
56
O que é DRGE com refratariedade clínica?
Paciente mantém sintomas mesmo com dose dobrada de IBP.
57
Qual a conduta cirúrgica no DRGE? Para quem ela está indicada?
Fundoplicatura. Indicada para: - DRGE refratário. - Alternativa a uso crônico. - Presença de complicação: estenose e úlcera.
58
Esôfago de Barret é indicativo absoluto de realização de cirurgia antirefluxo?
Não.
59
Quais exames devem ser realizados antes da cirurgia antirefluxo e porque?
- pHmetria de 24h: confirmação do diagnóstico. - Esofagomanometria: escolher a técnica da fundoplicatura. *EDA positiva para DRGE descarta necessidade de pHmetria.
60
Qual o exame padrão ouro para o diagnóstico de DRGE?
pHmetria de 24h.
61
Qual o tratamento do esôfago de Barret? Como deve ser realizado o acompanhamento do caso?
IBP 1-2x ao dia. O acompanhamento deve ser feito com a depender do resultado da biópsia. - Sem displasia: EDA controle em 3-5 anos, - Displasia de baixo grau: ablação endoscópica ou EDA de 1 em 1 ano. - Displasia de alto grau: ablação endoscópica. - Adenocarcinoma invasivo: esofagectomia com linfadenectomia.
62
A biópsia de esôfago distal de um paciente com DRGE veio laudada como metaplasia intestinal com displasia de baixo grau. Qual deve ser a conduta?
Confirmar resultado da biópsia com outro patologista e realizar EDA a cada 3-5 anos.
63
Qual a fisiopatolgia por trás do DRGE?
Hipotonia do EEI e relaxamentos transitórios (principal mecanismo).
64
Quais as técnicas utilizadas para realização da fundoplicatura? Como ela deve ser realizada?
- Fundoplicatura total (manometria normal): Nissen válvula 360°. *Nissen curto posterior: modificação da técnica de Nissen clássica no qual a válvula confeccionada é mais curta que na cirurgia original. **Floppy Nissen Rossetti: modificação da Nissen original, no qual a válvula confeccionada é mais curta e mais frouxa para evitar a disfagia pós operatória. - Fundoplicatura parcial (manometria com desmotilidade): > Anterior: Dor e Thal. > Posterior: Lind e Toupet.
65
Quais os locais mais comumente acometidos pela úlcera péptica?
Estômago e duodeno. *Pode acometer outros lugares como o o íleo mas é bem raro.
66
O que gera em primeira medida a úlcera péptica?
A agressão do ácido do estômago.
67
Onde é produzido o HCl estomacal? Quem estimula sua produção e quem a inibe?
- Fundo gástrico: Células parietais produzem ácido. Estimulada por: nervo vago, histamina e gastrina. - Fundo gástrico: Células enterocromafins like produzem histamina. - Antro: Células G produzem gastrina. - Antro: Células D produzem somatostatina que inibe a produção de gastrina e por sua vez a de ácido gástrico.
68
Quem são os facilitadores que favorecem a ocorrência das úlceras pépticas?
- H. pylori (gram - flagelado): a infecção acontece em dois momentos. 1. Infecção no antro: lesão na célula D, diminui produção de somatostatina e aumenta de gastrina. Gera úlcera por hipercloridria. 2. Infecção disseminada: todas as células contaminadas com redução da barreira (proteção). Lesão das células parietais com formação de úlcera por hipocloridria. - AINE: inibição da COX2 e redução das prostaglandinas que ajudam a proteger a mucosa gástrica.
69
Quais são os fatores de proteção da mucosa gástrica?
Muco, bicarbonato, renovação celular e alto fluxo sanguíneo. Tudo isso é estimulado pela ação das prostaglandilas.
70
O que é a síndrome de Zollinger-Ellison e quando suspeitar da mesma? Como é realizado o diagnóstico?
É uma síndrome causada pela presença de um tumor produtor de gastrina (gastrinoma) com elevação acentuada da produção de ácido pelas células parietais. Quando suspeitar: - Formação de múltiplas úlceras. - Úlceras em locais atípicos. - Sem fatores precipitantes presentes. Diagnóstico: clínica + teste de estimularão de gastrina (ex.: teste da secretina venosa).
71
Qual o quadro clínico da doença ulcerosa péptica?
TODOS: dispepsia (azia, plenitude, saciedade precose). - Úlcera gástrica: piorados sintomas com alimentação. - Úlcera duodenal: piora dos sintomas após 2-3h da alimentação ou a noite.
72
Como é feito do diagnóstico da doença ulcerosa péptica?
- <40 anos sem sinais de alarme: diagnóstico presuntivo (clínico). - >40 anos ou sinais de alarme: EDA.
73
Quais condutas devem ser tomadas ao encontrar uma úlcera gástrica?
Úlcera gástrica pode ser câncer diferente da úlcera duodenal (CA de duodeno é raro e não se apresenta assim). Conduta: - Biópsia. - Controle de cura (nova EDA após tratamento).
74
Qual o tratamento clínico da doença ulcerosa péptica?
AINES: questionar e suspender se possível. Bactéria: pesquisar e erradicar H. pylori. Cicatrização: reduzir acidez com IPB 1x por dia por 4-8 semanas (se presença de H. pylori considerar 2 semanas pois já usou o IPB para tratamento da própria H. pylori).
75
Quem deve realizar pesquisa para H. pylori na suspeita de doença ulcerosa péptica? Como realizar essa pesquisa e como tratar se der positivo?
TODOS com suspeita de DUP devem realizar pesquisa com: - FEZ EDA: biópsia ou teste rápido da urease. - NÃO FEZ EDA: urease respiratória ou sorologia ou antígeno fecal. Se positivo erradicar com: - Claritromicina 500mg 2x/dia por 14 dias. - Amoxiciclina 1g 2x/dia por 14 dias. - IPB 2x/dia por 14 dias.
76
Qual o melhor exame para pesquisa de H. pylori no estômago? Qual o que pode permanecer positivo mesmo após tratamento?
Melhor: urease respiratória. A sorologia pode permanecer positiva mesmo após tratamento.
77
Como é realizado o controle de cura da doença ulcerosa péptica após tratamento clínico?
- Úlcera gástrica: nova EDA. - H. pylori: pesquisar 4 semanas após tratamento (sem usar sorologia).
78
H. pylori tem relação com DRGE?
Não.
79
Quais as indicações para o tratamento cirúrgico na doença ulcerosa péptica?
- Intratabilidade clínica. - Complicações: hemorragia digestiva alta, perfuração...
80
Quais são as indicações clássicas para erradicação da H. pylori?
- Doença ulcerosa péptica. - Dispepsia. - Linfoma MALT. - Lesões pré-neoplásicas. - Após gastrectomia. - História positiva de câncer em parente de primeiro grau.
81
Quais são os tipos de úlcera péptica e onde elas estão localizadas? Quais são geradas por hipercloridria e quais são geradas por hipocloridria?
- Hipercloridria > Duodenal: qualquer local do duodeno. > Gástrica II: corpo do estômago. > Gástrica III: pré-pilórica. - Hipocloridria > Gástrica I: pequena curvatura baixa. > Gástrica IV: pequena curvatura alta. * A tipo V é a úlcera causada por AINES ou aquela em qualquer local atípico (fora do estômago ou duodeno).
82
Quais são as 2 regras gerais do tratamento cirúrgico na doença ulcerosa péptica?
- Úlcera por hipercloridria: faz vagotomia +/- antrectomia. - Úlcera gástrica: faz gastrectomia (retirada da úlcera pelo risco de câncer).
83
Como são tratadas cirurgicamente as úlceras duodenais? Como essas cirurgias são realizadas? Quais as características de cada cirurgia?
- Vagotomia troncular + piroloplastia. > Secção da raiz do vago que inerva o estômago. Piloro perde capacidade de relaxar com necessidade de piloroplastia. > Cirurgia moderadamente eficaz e com risco moderado de complicar. Modera chance de recorrência da DUP. - Vagotomia super seletiva (ou gástrica proximal). > Secção de parte do tronco vagal, não comprometendo parte que inerva piloro, sem necessidade piloroplastia. > Cirurgia menos complicada e menos invasiva, mas menos eficaz e com maior chance de recorrência. - Vagotomia + antrectomia + reconstrução intestinal a Billroth I ou Billroth II. > Secção do vago com retirada do antro e reconstrução intestinal. BI: gastroduodenostomia, "junta as pontas pós corte". BII: gastrojejunostomia com alça aferente, "vai um pouco e junta". > Cirurgia mais eficaz e com menos chance de recorrência mais maior chance de complicação.
84
Como são tratadas cirurgicamente as úlceras gástricas?
- Tipo I: antrectomia + reconstrução a BI. > Antrectomia é feita apenas com o intuito de retirar a úlcera (pré-pilórica), a tipo I é por hipocloridria não tem porque reduzir a acidez aqui. - Tipo II e tipo III: vagotomia troncular + antrectomia (alta - a depender do nível da úlcera) + reconstrução intestinal a BI ou BII (preferível BI, mas depende do nível da úlcera). - Tipo IV: gastectomia subtotal + reconstrução em Y de Roux. > "Vai um pouco, corta a alça, anastomosa o intestino com o estômago e a alça cortada com o intestino".
85
Quais são as principais complicações da gastrectomia com reconstrução intestinal (Billroth I ou Billroth II)?
- Síndrome de Dumping. - Gastrite Alcalina. - Síndrome da alça aferente.
86
Qual a causa da síndrome de Dumping?
É causada pela perda da barreira pilórica, fazendo com que o alimento vá direto para o intestino o que causa consequências.
87
O que é síndrome de Dumping precoce? Qual a fisiopatologia e a sintomatologia?
Síndrome de Dumping que corre cerca de 15-30 minutos após a alimentação. É causada pelo efeito mecânico do alimento passando em grande quantidade para o intestino, distendendo-o. Clínica: - Distensão intestinal. - Sintomas gastrointestinais: náuseas, vômitos, diarreia... - Sintomas vasomotores: taquicardia, palpitações, rubor...
88
Qual o tratamento da síndrome de Dumping?
Dietético: - Fracionar as refeições. - Deitar após a alimentação (diminui a velocidade de derramamento). - Reduzir ingesta de carboidratos.
89
O que é síndrome de Dumping tardia? Qual a fisiopatologia e a sintomatologia?
Síndrome de Dumping que ocorre 1-3h após a alimentação. Ocorre pelo grande aporte de glicose que é absorvido do intestino de uma vez, o que gera uma resposta exacerbada do pâncreas e hipoglicemia de rebote. Os sintomas são relacionados a hipoglicemia.
90
O que é gastrite alcalina?
É o refluxo biliar e pancreático que gera gastrite.
91
Em que cirurgia a gastrite alcalina pode ocorrer? Em qual ela é mais comum?
Billroth I e II, mais comum na BII.
92
Qual a sintomatologia da gastrite alcalina?
Dor contínua e vômitos biliosos, NÃO ocorre melhora da dor com vômitos.
93
Qual o tratamento da gastrite alcalina?
- Conversão em Y de Roux. - Colestinamina (melhora sintomas por ser um quelante da bile, mas não completamente pois a lesão continua pelo suco pancreático).
94
O que é a síndrome da alça aferente? Em qual cirurgia ela ocorre?
Angulação da alça aferente com semi-obstrução da mesma. Só acontece na Billroth tipo II.
95
Qual a sintomatologia da síndrome da alça aferente?
Dor abdominal que melhora com vômito bilioso e em jato (NÃO precedido por náuseas, sem aviso prévio). *No momento que a alça aferente desobstrui o conteúdo em seu interior é expelido para a fora gerando o vômito.
96
Qual o tratamento da síndrome da alça aferente?
- Conversão em Y de Roux.
97
Várias complicações cirúrgicas da Billroth tipo I e tipo II são tratadas com conversão em Y de Roux. Porque já não realizar essa cirurgia em um primeiro momento?
A cirurgia de Y de roux é complexa e também tem suas complicações. A BI e BII são mais simples e as complicações são exceções não regra. Assim melhor fazer BI e BII e SE complicar converter em um segundo momento.
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Paciente com acalasia de longa data e falha do tratamento clínico/endoscópico quais são as opções disponíveis?
- Esofagocardiomectomia à Heller com fundoplicatura parcial à Pinotti: secção longitudinal da musculatura esofágica associado a fundoplicatura posterolateral esquerda (previnir DRGE que normalmente aconteceria se fosse realizada apenas a esofagocardiomectomia). Procedimento de escolha. - Jejunostomia alimentar: alimentação via sonda pela parede abdominal, procedimento de escolha em pacientes sem teto cirúrgico para procedimentos mais invasivos. - Cardiectomia com interposição jejunal (operação de Merendino): cardiectomia seguida de interposição de alça de jejuno entre o estômago e o esôfago (suporta melhor refluxo ácido). Pouco usado atualmente. - Cardioplastia a Thal-Hatafuco: abertura de todas as camadas do EEI e utilização do fundo gástrico para fechar o “defeito” criado. Pouco usado atualmente. - Esofagogectomia trans-hiatal (de Orringer): realizada incisão cervical esquerda e lapa supra umbilical sem necessidade de incisões torácicas. Elimina o risco de câncer de esôfago.
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O que são os sinais semiológicos de Jobert, Cullen, Murphy, Aaron e Kehr? O que eles indicam?
- Jobert: hipertimpanismo em hipocôndrio direito. Hipótese principal é a presença de sangramento visceral (DUP?). - Cullen: equimoses em região periumbilical. Característico de hemorragia retroperitoneal, mais notadamente de pancreatite aguda. - Murphy: parada súbita da inspiração a palpação profunda do hipocôndrio direto. Indica colecistite aguda. - Aaron: dor periumbilical a palpação de fossa ilíaca direita. Característico de apendicite. - Kehr: dor de ombro em decorrência de irritação do diafragma. Característico de várias patologias abdominais.
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Qual o tratamento indicado para tratar uma obstrução intestinal segundaria a úlcera duodenal?
1. Tratamento para H. Pylori + dilatação endoscópica. 2. Gastrojejunoanastomose (desvio do trânsito intestinal) + vagotomia superseletiva (preserva inervação do piloro).
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A DRGE pode gerar disfagia no paciente por quais vias?
A DRGE pode levar a disfagia por duas vias principais: - Processo inflamatório esofágico: disfagia OCASIONAL (vai e volta) causada pela inflamação e edema da mucosa esofágica. - Estenose péctica do esôfago: disfagia CONTÍNUA, causada pela redução do lúmen esofágico de maneira permanente.
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Qual sintoma é apresentando pela maioria dos pacientes com DRGE?
Pirose.
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O que é dispepsia funcional? Como é realizado seu diagnóstico?
É a principal causa de dispepsia sendo classificada como sintomas dispépticos na ausência de alterações estruturais. É frequente a transição de sintomas dispépticos para sintomas de outras síndromes como: intestino irritável, DII, pancreatopatias, endocrinopatias, DHE, ansiedade e depressão. Há associação também com o quadro de dispepsia pós infecciosa (sintomas surgem após episódio de gastroenterite) principalmente por Salmonella, estrongiloides e Giardia. O diagnóstico é de exclusão, sendo para isso necessário realização de EDA.
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Qual a relação fisiopatológica entre obesidade e aumento de risco em DRGE?
A obesidade causa: - Aumento da pressão intrabdominal. - Hipotonia do EEI. - Episódios mais frequentes de hipotonia de EEI. O que facilita a ocorrência de DRGE.
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Em pacientes obesos com DRGE qual procedimento cirúrgico se mostrou mais eficaz quando comparado a clássica cirurgia de válvula antirefluxo (fundoplicatura) realizada em não obesos?
By-pass gástrico que é uma espécie de gastroplastia. Corta estômago em região da cardia e anastomosa com jejuno, realiza outra anastomose do duodeno com o jejuno mais distal a primeira".
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A artéria gastroduodenal geralmente é ramo de que artéria?
Artéria Hepática.
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Quais são as principais complicações agudas e subagudas da colecistectomia videolaparoscopia?
- Lesão iatrogênica das vias biliares: súbita, com icterícia desde o pós-operatório imediato. É evidenciada na CPRM. - Colodocolitíase residual: síndrome colestática clássica (aumento de BD, FA e GGT), demora alguns dias até a ocorrência da icterícia. Diagnóstico e tratamento igual a coledocolitíase. - Papilite: consequência da manipulação das vias biliares, normalmente não evolui com obstrução importante das vias biliares.
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Qual o uso da EDA no diagnóstico de acalásia?
Ela não é usada para o diagnóstico de acalásia, mas sempre devemos solicita-la na suspeita da doença para afastar câncer de esôfago.
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O que é esofagite eosenofílica? Quais os sintomas e como é realizado o diagnóstico e o tratamento?
A patologia afeta tipicamente adultos jovens, entre 20 e 30 anos e trata-se de uma doença esofágica crônica, imunomediada por antígeno, caracterizada clinicamente por sintomas relacionados à disfunção esofágica e histologicamente por inflamação predominantemente eosinófila. A história é de um paciente do sexo masculino, adulto, com queixa de impactação alimentar e disfagia com melhora dos sintomas após vômitos. Outros sintomas que podem aparecer são a dor torácica atípica e pirose, geralmente não responsiva ao tratamento com inibidor de bomba de próton. A doença está muito associada à história de atopia, alergia alimentar, asma, eczema ou rinite alérgica. *Paciente jovem com quadro de disfagia persistente ou DRGE refratária e história de alergia alimentar/ambiental, asma ou atopia, devemos pensar em esofagite eosinofílica! Diagnóstico: via EDA com biópsia. O paciente deve ter todos os seguintes; - Sintomas relacionados à disfunção esofágica. - Inflamação predominantemente eosinófila na biópsia esofágica, consistindo caracteristicamente em um valor de pico de ≥15 eosinófilos por campo de alta potência (ou 60 eosinófilos/mm2). - Exclusão de outras causas que possam ser responsáveis ou contribuir para os sintomas de eosinofilia esofágica (ex.: DRGE). Tratamento: corticoide tópico - ex.: fluticasona spray, 220 mcg, duas vezes ao dia. O paciente deve borrifar o inalador via oral e, em seguida, deglutir.