CIR 3 SEM 6 Flashcards

1
Q

Qual o passo inicial de uma hemorragia digestiva?

A

Estabilização clínica e hemodinâmica, fazendo o ABCDE do paciente

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Q

Quando transfundir hemoconcentrado, plasma ou plaquetas?

A

Hemoconcentrado: se perda volêmica ≥ classe 3
Plasma se coagulopatia (INR > 1,5)
Plaquetas se plaquetopenia < 50000

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3
Q

Cite quantos ml e porcentagem e débito urinário de perda volêmica das classes 1 a 4 da estimativa de perda volêmica

A
  • Classe I: até 750ml; até 15%; DU > 30
  • Classe II: 750 a 1500ml; 15 a 30%; DU 20 a 30
  • Classe III: 1500 a 2000ml; 30 a 40%; DU 5 a 15
  • Classe IV: > 2000ml; > 40%; DU insignificante
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4
Q

Como está o nível de consciência em cada classe da estimativa de perda volêmica?

A

Classe I: pouco ansioso
Classe II: moderado ansioso
Classe III: ansioso, confuso
Classe IV: confuso, letárgico

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5
Q

Qual o alvo do hematócrito e quando podemos confiar nele para avaliar perda sanguínea?

A

Alvo 20%. Só começa a diminuir 24-48h após a perda. Antes disso, não é bom parâmetro

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6
Q

Qual o principal parâmetro para avaliar reposição volêmica?

A

Débito urinário

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7
Q

Qual o ponto de classificação para uma hemorragia digestiva ser alta ou baixa?

A

Ângulo de treitz - duodenojejunal (um ponto fixo do intestino delgado).
Acima disso, alta. Abaixo, baixa.

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8
Q

Qual o grande achado da HDA?

A

Hematêmese.
Melena também pode sugerir HDA.

Além disso:
— 10 a 20% dos casos de hematoquezia tem como causa o sangramento alto.

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9
Q

Cite as causas de hemorragia digestiva alta.

A
  • Doença ulcerosa péptica (31-59% dos casos)
  • Varizes de esôfago (7 a 20% dos casos)
  • Mallory-Weiss (vômitos vigorosos)
  • Dieulafoy (artéria tortuosa e dilatada)
  • Hemobilia (HDA + trauma nas vias biliares)
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10
Q

Cite as causas de hemorragia digestiva baixa.

A
  • Doença diverticular dos cólons (lado direito, principalmente)
  • Angiodisplasia (má formação venosa)
  • Câncer colorretal
  • Divertículo de Meckel (infância)
  • Intussuscepção (infância)
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11
Q

Qual o grande achado da hemorragia digestiva baixa?

A

Hematoquezia / enterorragia

Mas não confirma HDB, uma vez que 10-20% dos casos de HDA podem apresentar esse achado.

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12
Q

Qual a conduta numa hematêmese/melena/enterorragia instável?

A

Reanimação volêmica + EDA de emergência. Se achar o foco, intervém. Se não achar, faz arteriografia ou colonoscopia se EDA normal. Mas se muito sangue, intervém cirurgicamente (nova EDA + injeção de eritromicina ou metoclopramida para esvaziar o conteúdo gástrico).

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13
Q

Qual a conduta numa hematêmese/melena/enterorragia estável?

A

Pode fazer uma sonda nasogástrica com lavagem, mas não obrigatório. Mas é obrigatório fazer endoscopia precocemente (nas primeiras 24h — ou nas primeiras 12h se estigmas de hipertensão portal/varizes esofágicas). Se não apresentar sangramento, sabemos que é hemorragia baixa. Se apresentar, trata. Se não conseguir identificar a causa, nova EDA dentro de 30min a 6 horas.

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14
Q

Qual a principal causa de hemorragias digestivas como um todo?

A

Doença ulcerosa péptica

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15
Q

Qual o local mais comum e o vaso mais acometido na doença ulcerosa péptica?

A

90% ocorre na parede posterior do duodeno (úlcera duodenal), sendo principalmente pela artéria gastroduodenal.

*Quando gástrica, a localização é alta e pela artéria gástrica esquerda.

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16
Q

Qual a classificação de forrest?

A

I: Sangramento ATIVO (90% - risco alto)
Ia: pulsátil
Ib: não pulsátil
II: Sinais RECENTES de sangramento
IIa: vaso visível (50% - risco alto)
IIb: coágulo aderido (30% - intermediário)
IIc: hematina (+aderido) - (10% - risco baixo)
III: SEM sinais de sangramento (base clara: 5% - risco baixo)

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17
Q

Qual o tratamento CLÍNICO da doença ulcerosa péptica?

A

Estabilizar hemodinamicamente +
IBP (pantoprazol IV 80mg em bolus + 8 mg/hora)

Lembrar de suspender AINE e erradicar o H. Pylori (principais causas)

18
Q

Qual o tratamento ENDOSCÓPICO/CIRÚRGICO da doença ulcerosa péptica?

A

DUPLA TERAPIA se Forrest I ou IIa!! Com epinefrina + eletro/termocoagulação

Cirurgia se persistência do sangramento ou instabilidade = pilorotomia + ulcerorrafia

19
Q

Qual a diferença clínica da úlcera gástrica e duodenal?

A

A gástrica tem a dispepsia piorada com a alimentação. Já a duodenal, piora 2-3h após alimentar. Acorda com dor.

20
Q

Como se erradica H. Pylori?

A

Claritromicina 500mg 2x/dia
Amoxicilina 1g 2x/dia
Omeprazol 20mg 2x/dia

Por 14 dias.

21
Q

Paciente com hematêmese + estigma de hipertensão portal, qual causa deve-se primeiro pensar?

A

Doença ulcerosa péptica!! Depois, varizes esofágicas. Sempre pensar primeiro em DUP.

22
Q

Qual a conduta numa HDA por varizes esofágicas?

A

•Ressuscitação volêmica com cristaloides (+/- hemoconcentrado)
•Vasoconstritor esplânico (terlipressina/octeotride/epinefrina) por 3-5 dias
•IBP
•ATB para profilaxia de PBE (norfloxacino ou ceftriaxona)
•Procinéticos
•EDA com ligadura elástica ou escleroterapia
— Se falha na EDA, fazer TIPS, cirurgia ou balão de Sengstaken-Blakemore para paciente muito instável.

23
Q

O que é a laceração de Mallory-Weiss?

A

Laceração de mucosa e submucosa da junção esofagogástrica (JEG) em virtude de vômitos vigorosos.
90% autolimitado.

24
Q

Qual o diagnóstico diferencial da laceração de Mallory-Weiss?

A

Síndrome de Boerhaave: RUPTURA espontânea do esôfago, associada a vômitos vigorosos. Causa mediastinite (dor retroesternal + enfisema subcutâneo), podendo ser com ou sem hematêmese.

25
Q

O que é a Tríade de Mackler?

A

Presente na síndrome de Boerhaave (ruptura do esôfago), sendo =
Vômitos + Dor Torácica + Enfisema subcutâneo

26
Q

O que é a lesão de Dieulafoy?

A

Má formação congênita, causando uma artéria tortuosa e dilatada (1 a 3mm) na submucosa do TGI (principalmente na pequena curvatura do estômago), circundada por mucosa normal.

27
Q

Quando suspeitar de hemobilia?

A

Na presença de hemorragia digestiva alta + história de trauma na região de vias biliares, ou manipulação cirúrgica, ou até mesmo, neoplasia hepática.

28
Q

O que é a TRÍADE DE PHILIP SANDBLOM (ou tríade de Quinke)??

A

HDA + dor em quadrante superior direito + icterícia

Característico de HEMOBILIA.
Na EDA vai ver saída de sangue pela ampola de Vater.

29
Q

Do que se trata o Hemosuccus pancreaticus?

A

Diagnóstico diferencial de hemobilia, sendo uma pseudo-hemobilia (uma wirsunrragia), pois se dá pela ruptura de aneurisma/pseudoaneurisma da artéria esplênica ou seus ramos no interior do ducto pancreático.
Há classicamente HDA + dor abdominal + história de pancreatite ou manipulação do pâncreas

30
Q

Caracterize a colonoscopia quanto sua indicação e ações.

A

De escolha para sangramentos digestivos baixos mínimos a moderados.
É terapêutica (mas precisa de preparo intestinal para melhor eficácia)

31
Q

Caracterize a cintilografia quanto sua indicação e características na hemorragia digestiva baixa.

A

Identifica sangramentos ≥ 0,1 ml/min, sendo o exame mais sensível!
Mas não define local e NÃO é terapêutica.
Não invasivo

32
Q

Caracterize a arteriografia quanto sua indicação e características na hemorragia digestiva baixa.

A

Indicado para sangramentos maciços, examinando inicialmente a artéria mesentérica superior.

É terapêutico (injeta vasopressina ou emboliza), mas complica muito.
Identifica sangramentos de 0,5 a 1ml/min e o local deles.

33
Q

Caracterize a angio-TC quanto sua indicação e características na hemorragia digestiva baixa.

A

Boa para sangramentos volumosos. Identifica de 0,3 a 0,5 ml/min.
Pouco invasiva e rápida.
NÃO é terapêutica e expõe à radiação.

34
Q

Qual a propedêutica numa hematoquezia?

A

Se estável, fazer logo uma colonoscopia.
Porém, se instável, tem chance de ser HDA, então começa por uma EDA. Se não achar o foco, aí faz de acordo com o volume de sangramento:
- Volumoso: angio-Tc ou arteriografia
- Moderado ou mínimo: colonoscopia

35
Q

Qual é a fisiopatologia dos divertículos colônicos?

A

Quando há aumento da pressão intraluminal cronicamente (dieta pobre em fibras e constipação), o intestino hernia no local de menor resistência: onde a vasa recta penetra no colon, entre as fibras musculares.
É um divertículo FALSO, uma vez que apenas hernia mucosa e submucosa.
Na maioria das vezes, assintomático

36
Q

Quais as possíveis complicações da doença diverticular dos cólons?

A

Diverticulite (mais à esquerda)- 25%
Sangramento (mais à direita)- 15%
Fístulas
Perfurações.

37
Q

Qual o tratamento da HDB por divertículos?

A

Estabilizar hemodinamicamente + colonoscopia se sangramento pequeno a moderado / arteriografia com angioembolização se volumoso
Cirurgia se instabilidade hemodinâmica importante, podendo ser colectomia segmentar (quando identifica o foco) ou total (mais comum)

38
Q

Como se caracteriza a Angiodisplasia num sangramento digestivo baixo? (Fale tudo sobre)

A

É uma má formação venosa de vasos submucosos do intestino, havendo dilatação (ectasia). Sangramento de origem venosa. Pode estar em todo o TGI, mas mais comum no ceco, depois sigmoide e reto.
Geralmente assintomático, ou sangramento oculto, intermitente.
Diagnóstico por colono, com vaso centram + ramos arboriformes.

39
Q

O que é o divertículo de Meckel?

A

É uma anomalia congênita do TGI, sendo consequência de fechamento incompleto do conduto onfalomesentérico.
É um divertículo verdadeiro.
Formado na borda antimesentérica do íleo terminal, a 45-60 cm da válvula ileocecal
Costuma conter mucosa ectópica (gástrica ou pancreática), fazendo as funções características desses locais.

40
Q

Quais as possíveis complicações do divertículo de Meckel?

A
  • Sangramento: indolor. Sangra no intestino delgado adjacente. Costuma sangrar devido mucosa gástrica ectópica que libera ácido gástrico no delgado adjacente, lesionando.
  • Inflamação/Diverticulite (ddx apendicite)
  • Obstrução
41
Q

Nos pacientes idosos, qual a principal causa de hemorragia digestiva de cólon? E de delgado?

A

Cólons: Doença diverticular

Delgado: Angiodisplasia