cardiovascular Flashcards
Quais são as classes de fármacos usados nas dislipidémias?
Inibidores competitivos de HMG‐COA reductase (Estatinas)
Fibratos
Niacina
Resinas sequestradoras de sais biliares
Inibidores da absorção intestinal de esteróis
Qual o mecanismo de ação das estatinas?
Inibição HMG‐CoA –> Diminuição síntese colesterol
Aumento da expressão recetor LDL –> Diminuição LDL plasmáticas
Exemplos de fármacos da classe das estatinas
Simvastatina (pro‐fármaco)
Lovastatina (pro‐fármaco)
Pravastatina
Fluvastatina
Rosuvastatina
Qual o uso terapêutico das estatinas?
Monoterapia ou em combinação com resinas, niacina ou fibratos
Não usar durante gravidez ou quando tenta engravidar e aleitamento
Uso em crianças está restrito a situações de hipercolesterolémia familiar
‐-> A síntese de colesterol ocorre maioritariamente durante a noite:
–> Toma única diária ao deitar (excepto atorvastatina e rosuvastatina)
–> Absorção é facilitada pela ingestão de alimentos (excepto pravastatina)
Qual o mecanismo de ação dos fibratos?
Ligandos do PPARalpha --> Aumento lipoproteína lípase, APO AI, AII e diminuição APO CIII: Vai resultar na: --> B oxidação no fígado e musculo ‐-> Diminuição das VLDL ‐-> Ligeira diminuição das LDL ‐-> Ligeiro aumento HDL
Exemplos de fármacos da classe dos fibratos
Fenofibrate
Gemfibrozil
Benzafibrate
Qual o uso terapêutico dos fibratos?
Uteis no tratamento de hipertrigliceridémias com predominância de VLDL
‐ Gemfibrozil 600mg 1 a 2 id po
‐ Fenofibrate até 145mg id po
Qual o mecanismo de ação da niacina?
Diminui a secreção hepática de VLDL e por conseguinte a formação de LDL
Diminui a síntese de triglicerídeos
Aumenta a síntese de HDL
Exemplos de fármacos das niacinas
Niacina (convertida no organismo a NAD)
Ácido nicotínico
Vitamina B3
Qual o uso terapêutico da niacina?
Usada em combinação com resinas sequestradoras ou com estatinas para tratamento de hipercolesterolémia e hipertrigliceridémia
Até 2 g/dia dados em múltiplas doses po juntamente com
alimentos
Qual o mecanismo de ação das resinas sequestradoras?
Fortemente carregados (+) formam complexos com os sais biliares (‐) a nível do lúmen intestinal impedindo a sua reabsorção --> Depleção sais biliares --> Aumento da sua síntese a nível hepático --> Aumento captura pelo fígado de LDL --> Depleção de LDL plasmáticas
Exemplos de fármacos das resinas sequestradoras
Colestiramina
Colestipol
Colesevelam
Qual o uso terapêutico da resinas sequestradoras?
Particularmente uteis na hipercolesterolémia
A sua ação pode ser potenciada pela associação com estatinas
Qual o mecanismo de ação dos inibidores da absorção intestinal de esteroides
Inibe o transportador NPC1L1 nos enterócitos do jejuno –> Diminuição da absorção do colesterol da dieta (até 50%) –> Diminuição do transporte de colesterol pelos quilomicron para o fígado
Aumento da expressão de recetores LDL –> Depleção de LDL plasmáticas
Exemplos de fármacos dos inibidores da absorção intestinal de esteroides
Ezetimibe
Qual o uso terapêutico dos inibidores da absorção intesstinal de esteroides
Usado em monoterapia em doentes com hipercolesterolémia resistente às estatinas (redução de LDL 15%)
Comprimido 10mg po 1 id
Em combinação com estatinas promove redução de até 30% de LDL
Dá exemplos de fámacos anticoagulantes
Heparina e Warfarina
Qual o mecanismo de ação da Heparina?
Heparina e seus derivados não têm actividade anticoagulante intrínseca –> ligam‐se à antitrombina e aumentam a sua actividade (1000x) sobre várias protéases da cascata de coagulação (factor IIa e ou Xa)
- A heparina liga‐se à antitrombina através da sua sequência pentassacarídica. Isso induz uma mudança conformacional acelera a sua interação com o fator Xa e com a trombina. Para potencializar a inibição da trombina, a heparina deve ligar simultaneamente antitrombina e trombina.
- A HBPM possui maior capacidade de potencializar a inibição do fator Xa pela antitrombina. As cadeias (peso molecular médio de 4.500‐5.000 Da) são muito curtas para ligar a antitrombina à trombina.
- O pentassacárido (fundaparinux) acelera somente inibição do fator Xa pela antitrombina; o pentassacarídeo é muito curto para ligar a antitrombina à trombina
Qual o uso terapêutico da heparina?
Trombose venosa; embolismo pulmonar; angina instável; enfarte agudo do miocárdio,
durante angioplastia com ou sem colocação de stent.
!!Não atravessa a barreia placentária, sendo os anticoagulantes de eleição para usar durante a gravidez!!
Qual o mecanismo de ação da Warfarina?
Inibe a vitamina K epóxi reductase –> Impede a conversão de vitamina K epóxido (oxidada) na sua forma reduzida - vitamina K hidroquinona –> Inibição da γ-glutamilcarboxilase que catalisa o processo de γ-carboxilação dos fatores II, VII, IX e X –> Bloqueio da conversão destes factores na sua forma activa
Qual o uso terapêutico da Warfarina?
Embolismo pulmonar, tromboembolismo venoso
Necessidade de monitorização dos TP para eventual ajuste de dose
Dá expemplos de fámacos fibrinolíticos. No geral como é que eles atuam?
Streptoquinase, Uroquinase, Anisteplase ( plasminogénio ‐ humano + streptoquinase), Alteplase (activador tecidular do plasminigénio recombinante)
Os agentes fibrinolíticos lisam com rapidez os trombos ao catalisar a formação da plasmina, a partir de plasminogénio.
Estes fármacos criam um estado lítico generalizado quando administrados por via intravenosa. Por conseguinte, ocorre degradação dos trombos hemostáticos protetores, bem como dos tromboêmbolos-alvo.
Porque razão não se pode usar a plasmina diretamente como fármaco fibrinolíticos?
A plasmina não pode ser usada, visto que os inibidores de ocorrência natural no plasma (antiplasminas) impedem seus efeitos.
Todavia, a ausência de inibidores da urocinase e do complexo estreptocinase-proativador possibilita o seu uso clínico.
⤷ A plasmina formada no interior de um trombo por esses ativadores é protegida das antiplasminas presentes no plasma, permitindo a lise do trombo a partir de seu interior.
Qual o mecanismo de ação da estreptocinase, da urocinase e do plasminogénio?
A estreptocinase é uma proteína (mas não propriamente uma enzima) sintetizada por estreptococos, que se combina com o proativador plasminogénio. Este complexo enzimático catalisa a conversão do plasminogénio inativo em plasmina ativa.
A urocinase é uma enzima humana sintetizada pelos rins, que converte diretamente o plasminogénio em plasmina ativa.
O plasminogénio também pode ser ativado endogenamente por ativadores do plasminogénio teciduais (t-PA). Estes ativadores ativam sobretudo o plasminogénio ligado à fibrina, o que (teoricamente) limita a fibrinólise aos trombos formados e evita uma ativação sistêmica.
Qual o uso terapêutico dos fámacos fibrinolíticos?
Trombose venosa; embolismo pulmonar com instabilidade hemodinâmica, tromboflebite ascendente
Quais as classes e fármacos antiplaquetários e dá exemplos de fármacos das classes.
Inibidores da formação de tromboxano A2
‐ AAS
Antagonistas receptores ADP
‐ Clopidogrel
‐ Ticlopidina
‐ Prasugrel
Antagonistas glicoproteina GPIIb/GPIIIa
‐ Abciximab
‐ Eptifibatide
‐ Tirofiban
Qual o mecanismo de ação dos Inibidores da formação de tromboxano A2?
O tromboxano A2, resultante da ação da COX sobre o ácido araquidónico faz com que as plaquetas mudem de forma, libertem o conteúdo dos seus grânulos e agreguem.
ASS inibe a síntese de tromboxano A2 por acetilação irreversível da enzima ciclooxigenase –> ação durante toda a vida da plaqueta (7 a 10 dias)
Qual o mecanismo de ação dos antagonistas receptores ADP?
Estes fármacos bloqueiam de modo irreversível o recetor de ADP nas plaquetas.
A inibição do recetor vai fazer aumentar a atividade da adenilciclase e consequentemente a [cAMP], resultando na inibição plaquetária.
(Ação até 5 dias após suspensão da terapêutica)
Qual o uso terapeutico dos fármacos antagonistas receptores ADP?
Ticlopidina: devido a graves efeitos adversos (trombocitopenia leucopenia) foi largamente substituída por ASS e clopidogrel
Clopidogrel: dose de carga 300mg seguida de 75 mg/dia
-Prevenção secundária de AVC; redução mortalidade em doentes pós enfarte enfarte agudo miocárdio ou AVC; angina instável; em combinação com ASS durante 4 semanas a 1 ano em doentes com colocação de stent.
Prasugrel: semelhante ao clopidogrel mas tem ação mais rápida e mais
previsível
Qual o mecanismo de ação dos antagonistas glicoproteina GPIIb/GPIIIa?
A glicoproteína IIb / IIIa é uma integrina que se encontra inativa nas plaquetas em repouso –> Por ação de trombina, colágenio, ou TxA2, sofre uma transformação conformacional que a torna num recetor para a o fibrinogênio e factor von Willebrand –> Ancoragem de plaquetas à superfície do endotélio e entre si –> Agregação
Estes fármacos têm como alvo terapêutico estas glicoproteínas, ligando-se a estes impedindo que estes sirvam de recetores e desde modo impedem a agregação plaquetária.
Qual o uso terapeutico dos antagonistas glicoproteina GPIIb/GPIIIa?
Abciximab: doentes submetidos a angioplastia para tromboses coronária; em combinação com ASS para prevenção de restenose e recorrência de enfarte
agudo miocárdio
Eptifibatide: síndrome coronária aguda e para intervenções coronárias angioplásticas.
Tirofiban: enfarte agudo miocárdio e angina instável
Qual o mecanismo de ação dos diuréticos?
Os diuréticos reduzem a retenção de sal e água, o edema e os sintomas. Eles não têm efeito direto sobre a contratilidade cardíaca. Em vez disso o seu principal mecanismo de ação na insuficiência cardíaca é redução da pressão venosa e da pré-carga ventricular, diminuindo assim a congestão circulatória.
–> A redução do tamanho cardíaco, que aumenta a eficiência da bomba, é da maior importância na insuficiência sistólica.
Dá exemplos de fármacos diuréticos e quais as suas utilizações
Diuréticos tiazidicos (ex:hidroclorotiazida)
Diuréticos da ansa (ex: furosemida)
Metazolona
- ICC com sinais de sobrecarga de volume (Edemas, congestão pulmonar)
Poupadores de potássio
- ICC quando ocorre hipocaliémia (muito frequentemente devido ao uso dos diuréticos
anteriores)
Os diuréticos são normalmente usados em associação com os IECA
Qual o mecanismo de ação dos IECA (Inibidor da enzima de conversão da angiotensina)?
Bloqueio dos efeitos vasoconstritores e antinatriuréticos da angitensina II –> Redução das resistências vasculares periféricas, da pré‐carga e ligeiro aumento do DC
Notas: O uso cronico de IEACs requer a monitorização periódica da PA, da função renal e do K+
Nota: Pertencem à classe dos modificadores do eixo renina‐angiotensina‐aldosterona
Dá exemplos de IECAS
Captopril
Enalapril
Lisinopril
Qual é o mecanismo de ação dos Inibidores mistos IECA e NEP
IECA –> diminuição angiotensina II e aumento Bradicinina (vasodilatador)
Nep –> Diminuição da degradação de substâncias vasodilatadoras
‐ Badicinina
‐ Adrenomedulina
‐ Peptídeos natriuréticos
Nota: Mostraram, em estudos preliminares, ser superiores aos IECAs na melhoria dos sintomas na redução da mortalidade associada à ICC
Dá exemplos dos Inibidores mistos IECA e NEP
omapatrilato
Qual o mecanismo de ação dos antagonistas dos recetores AT1 da angiotensina I
Permitem um bloqueio mais eficaz do sistema renina‐angiotensina
Os efeitos hemodinâmicos são sobreponíveis aos dos IECA
Nota:
Melhor tolerabilidade do que com os IECA
‐ Ausência de tosse
‐ Menor risco de angioedem
Dá exemplos dos antagonistas dos recetores AT1 da angiotensina I
Candesartan
Losartan
Ibesartan
Valsartan
Qual o mecanismo de ação dos Glicosídeos cardiotónicos (digitálicos)?
- Sensibilização de barorrecetores e recetores cardiacos, aumento transmissão ganglionar –> Estimulação da actividade vagal –> diminuição condução AV
- Inibição da bomba Na+/K+ ATPase nos cardiomiócitos –> Aumento de Na+ intracelular –> Ativação do trocador Na+/Ca2+ e aumento do Ca2+ intracelular –> Aumento da força de contração cardíaca
Dá exemplos dos Glicosídeos cardiotónicos (digitálicos)
Digoxina
Digitoxina
Qual o uso terapeutico dos Glicosídeos cardiotónicos (digitálicos)
São inotrópicos de baixa potência
Na ICC promovem: ‐um aumento do DC ‐diminuição do volume diastólico ‐ aumento da perfusão renal ‐ aumento da TFG
Ao provocarem um aumento do período refratário do nó auriculoventricular estão
particularmente indicados em pacientes com ICC com disfunção sistólica se associada a
fibrilação auricular
Qual o mecanismo de ação dos fármacos de associação de hidralazina e nitratos (vasodilatadores)?
Hidralazina –> aumento do debito cardíaco
Nitratos –> redução da pré‐carga e da pressão de encravamento pulmonar
Qual é o fármaco e qual seu o mecanismo de ação dos Bloqueadores dos canais de Ca2+ (vasodilatadores)?
As diidropiridinas (nifedipina)
Diminuição da resistência vascular periférica –> aumento do debito cardíaco
Nota: Particularmente uteis na ICC com concomitante hipertensão ou angina.
Qual é o fármaco e qual seu o mecanismo de ação dos antagonistas dos adrenorecetores α1 (vasodilatadores)?
Prazosina
Redução das resistências vasculares periféricas –> aumento do DC
Venodilatação –> diminuição da pressão auricular e diminuição da pressão de encravamento pulmonar
Nota: A longo prazo –> acentuada redução dos efeitos hemodinâmicos
Qual o mecanismo de ação do Nitroprussiato de sódio (vasodilatador)?
Intensa redução das resistências vasculares periféricas –> aumento do DC
Venodilatação –> diminuição da pressão auricular e diminuição da pressão de encravamento pulmonar
Nota: Particularmente indicado em pacientes com elevadas pressões de enchimento ventricular
Nota: Potente vasodilatador direto, arterial e venoso, usado exclusivamente I.V.
Qual o mecanismo de ação dos bloqueadores dos adrenocetores?
Proteção do coração relativamente aos efeitos tróficos e mitogénicos das catecolaminas
Redução da frequência cardíaca e das arritmias
Redução do consumo de energia e prolongamento da diástole
Redução da apoptose
Aumento da sensibilidade dos recetores β adrenérgicos
Qual o mecanismo de ação dos agonistas dopaminérgicos? Dá um exemplo da classe farmacologia
Ibopamina
Composto similar à dopamina com ações:
‐Inotrópicas
‐ Vasodilatadoras
‐ Diuréticas
Aumenta o DC, reduz as resistências vasculares periféricas e aumenta o fluxo
sanguíneo renal
Nota: Foi abandonada para o tratamento da ICC por estar associada a aumento da mortalidade
Qual o mecanismo de ação dos Agentes inotrópicos positivos (vasodilatadores)? Dá exemplos
Inibidores de fosfodiesterase –> Amrinona e milrinona –> Inibem a PDE3
- Aumento do AMPc cardíaco
- Aumento do AMPc vascular
Tudo isto resulta no aumento da contratilidade Vasodilatação
Dopamina:
‐Doses baixas –> ativação predominante dos recetores de dopamina –> vasodilatação
‐ Doses moderadas –> ativação predominante β –> aumento do DC
Dobutamina:
Estimulação simultânea de recetores α e β cardíacos
‐ marcada ação inotrópica
‐ algum efeito vasodilatador
‐ não provoca aumento da frequência cardíaca
Usada no tratamento de ICC na sequencia de IM desde que não haja HTA grave
Qual o uso terapeutico dos anticoagulantes e antiarrítmicos?
Anticoagulantes:
-O seu uso no tratamento da ICC é controverso
-Usados para reduzir o risco de embolia sistémica
-O seu uso é aconselhado em pacientes com ICC e fibrilação auricular ou historial de
embolia pulmonar.
Antiarrítmicos –> Amiodarona (antiarrítmico da classe III sem efeitos inotrópicos relativos relevantes)
-Usada em pacientes com ICC e fibrilação auricular e na redução de crises de
taquicardia
-Melhora a função sistólica ventricular
Nota: O seu uso na terapêutica de ICC crónica mostrou aumentar a sobrevida dos doentes