Caderno de Erros - Não dominava o assunto Flashcards

1
Q

CICLO 01 - 05/01/2025

Consulplan - 2024 - Procurador Municipal de Cacoal/RO

Sobre a Teoria Geral do Processo Civil, os dispositivos do Código de Processo Civil – Lei nº 13.105/2015 e a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, assinale a afirmativa correta.

B) Nos procedimentos de jurisdição voluntária, a Fazenda Pública será sempre ouvida nos casos em que tiver interesse. Nessa espécie de procedimento, ainda que com a presença da Fazenda Pública, adstrita ao princípio administrativo da legalidade, o juiz não é obrigado a observar critério de legalidade estrita, podendo adotar em cada caso a solução que considerar mais conveniente ou oportuna.

D) Intimada a Procuradoria Municipal de Cacoal para apresentar contestação em ação ordinária, com pedido de anulação de concurso público e reclassificação do autor da ação, em certame que teve mais de dois mil candidatos inscritos concorrendo às vagas para o mesmo cargo do requerente, o Procurador Municipal se manifestou, em preliminar e nos termos do Art. 131 do Código de Processo Civil, pela desnecessidade de chamamento ao processo dos demais candidatos afetados, nos termos do que sedimentou o Superior Tribunal de Justiça, com base nos princípios da efetividade da tutela jurisdicional, da segurança jurídica e da razoável duração do processo.

A

GABARITO: LETRA B
Respondi letra d), pois imaginei que fosse um caso excepcional, que não exigisse o chamamento ao processo, mas o STJ entende que se trata de litisconsórcio necessário, pois a alteração da classificação de Lisandro afetaria diretamente outros candidatos. (STJ. 2ª Turma. REsp 1.831.507-AL, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 6/8/2024 (Info 822)).

A) Incorreta. Embora o autor possa, até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir sem consentimento do réu, após a citação e até o saneamento do processo, a alteração do pedido ou causa de pedir depende do consentimento do réu, observando-se o contraditório e a possibilidade de manifestação no prazo mínimo de 15 dias. A afirmativa não detalha corretamente as condições e etapas previstas nos artigos 329 e 10 do CPC.

B) Correta. Nos procedimentos de jurisdição voluntária, a Fazenda Pública será ouvida sempre que houver interesse. Além disso, conforme o artigo 723 do CPC, o juiz não está vinculado a critérios de legalidade estrita e pode adotar soluções que considerar mais convenientes e oportunas, desde que em conformidade com os princípios gerais do Direito.

C) Incorreta. De acordo com a teoria da substanciação, acolhida pelo CPC (art. 319), o autor deve narrar os fatos jurídicos relevantes que embasam sua pretensão. Entretanto, não é exigida a indicação dos dispositivos legais específicos. A jurisprudência do STJ é clara ao afirmar que basta expor os fatos jurídicos pertinentes, não sendo obrigatória a apresentação de fundamentação legal precisa.

D) Incorreta. O STJ tem entendimento consolidado de que, em casos como o descrito, onde há reflexos para terceiros (outros candidatos), a formação do contraditório é fundamental. Portanto, nesses casos, os demais candidatos devem ser citados para integrar o polo passivo, com base no princípio do contraditório e da segurança jurídica.

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Q

Consulplan - 2024 - Procurador Municipal de Cacoal/RO

Sobre as atribuições dos Tribunais de Contas, a partir do entendimento do Supremo Tribunal Federal, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.

( ) O Tribunal de Contas Estadual deve emitir parecer prévio sobre as contas que o Prefeito e o presidente da Câmara Municipal devem anualmente prestar.
( ) O Tribunal de Contas da União não tem competência para fiscalizar a aplicação pelos municípios, dos recursos integrantes do FUNDEB.
( ) É constitucional norma de Constituição Estadual que confira competência ao TCE para homologar os cálculos das cotas do ICMS devidas aos Municípios.
( ) É inconstitucional norma de Constituição Estadual que dispensa o parecer prévio no julgamento das contas dos Prefeitos, caso o TCE não o elabore no prazo de cento e oitenta dias.

A sequência está correta em:

A) F, F, F, F.
B) V, F, F, V.
C) F, V, V, F.
D) V, V, V, V.

A

GABARITO: LETRA A - Porém, sem correção oficial, com outra estudante afirmando que o item 4 estaria correto, com base em decisão do STF.

Respondi letra b), acreditando que o TCE deveria emitir parecer prévio sobre as contas do Prefeito e do Presidente da Câmara Municipal e que realmente fosse inconstitucional norma da CE que dispensasse parecer prévio no julgamento de contas do Prefeito, caso o TCE não elabore no prazo de 180 dias.

Impossibilidade do Tribunal de Contas homologar cálculo de ICMS devido a Municípios. É inconstitucional dispositivo legal que conceda ao Tribunal de Contas estadual a competência para homologar cálculo de quotas de ICMS devido a Municípios.

O último item está certo, in verbis: “É inconstitucional norma de CE que dispensa o parecer prévio no julgamento das contas dos Prefeitos, caso o TCE não o elabore no prazo de 180 dias. (ADI 3077, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em 16/11/2016, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-168 DIVULG 31-07-2017 PUBLIC 01-08-2017).”

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Q

Consulplan - 2024 - Procurador Municipal de Cacoal/RO

Analise o conteúdo da seguinte notícia vinculada no portal gov.br: Brasil assina a Convenção de Singapura sobre mediação internacional.

Considerando o que dispõe a Constituição Federal de 1988 sobre a participação dos Poderes na formação dos tratados internacionais, assinale a afirmativa correta.

A) Compete privativamente ao Presidente da República, através de decreto legislativo, celebrar a Convenção de Singapura.

D) Compete exclusivamente ao Congresso Nacional, sem a sanção do Presidente da República, resolver de maneira definitiva, por decreto legislativo, sobre a Convenção de Singapura.

A

GABARITO: LETRA D

Respondi letra a), por saber que é da Competência Privativa do Presidente da República, celebrar a Tratados Internacionais.

A questão trata do processo de celebração de tratados internacionais pelo Brasil, conforme disposto na Constituição Federal de 1988, principalmente nos artigos 84, VIII e 49, I.

A. Errada. A celebração (assinatura) de tratados internacionais é competência privativa do Presidente da República (art. 84, VIII, CF). No entanto, o uso de decreto legislativo é atribuição do Congresso Nacional e não do Presidente.

B. Errada. O Senado Federal não tem competência privativa para tratar de tratados internacionais. O Congresso Nacional (em suas duas casas) aprova tratados, convenções e atos internacionais por meio de decreto legislativo, conforme o art. 49, I, CF.

C. Errada. Tratados internacionais incorporados ao ordenamento jurídico brasileiro, em regra, têm status de lei ordinária. Apenas tratados de direitos humanos aprovados em dois turnos por quórum de 3/5 em cada casa legislativa têm status de emenda constitucional (art. 5º, § 3º, CF). A Convenção de Singapura, por sua natureza comercial, não se enquadra nesse caso.

D. Correta. A aprovação de tratados, acordos e atos internacionais compete exclusivamente ao Congresso Nacional, sem necessidade de sanção do Presidente da República, conforme o art. 49, I, CF. O Congresso o faz por meio de decreto legislativo.

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4
Q

Consulplan - 2024 - Procurador Municipal de Cacoal/RO

Em 2005 um Estado da federação, por atividade do seu Poder Legislativo, editou uma lei contendo previsão diversa à positivada em lei federal, estabelecendo a possibilidade de retrocessão nos casos de desapropriação para implantação de parcelamento popular destinados às classes de menor renda. Nesse caso, é correto afirmar que a lei estadual, em relação à Constituição Federal de 1988:

A) Possui uma inconstitucionalidade do tipo formal orgânica.

C) Possui uma inconstitucionalidade do tipo formal propriamente dita.

A

GABARITO: LETRA A

Respondi letra c), pois acreditei que se tratava de uma inconstitucionalidade do tipo formal propriamente dita, vez que o legislador estadual invadiu competência da União, mas claramente me confundi no conceito, entendi qual era o problema, mas me não soube classificar adequadamente.

A) Possui uma inconstitucionalidade do tipo formal orgânica.
A inconstitucionalidade formal subjetiva/ orgânica (também chamada de vício de iniciativa ou de competência) ocorre quando a iniciativa legislativa prevista é desrespeitada, por exemplo: um projeto de lei complementar que disponha sobre o Estatuto da Magistratura apresentado pelo Procurador Geral da República, em flagrante ofensa ao art. 93, caput da Lei Maior. (JUSTILEX, 20 março, 2007).

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5
Q

FEPESE - 2024 - Procurador Municipal de Caçador/SC

Assinale a alternativa correta.

A) É prescritível a ação de reparação de danos à Fazenda Pública decorrente de ilícito civil.

D) É imprescritível a ação de improbidade administrativa que tenha por objeto o ressarcimento ao erário em decorrência de danos causados à Fazenda Pública.

A

GABARITO: LETRA A

Respondi letra d), pois acabei confundindo a aplicação da tese do STF no tema 897: “São imprescritíveis as ações de ressarcimento ao erário fundadas na prática de ato doloso tipificado na Lei de Improbidade Administrativa”.
São imprescritíveis as ações de ressarcimento ao erário fundadas na prática de ato doloso tipificado na Lei de Improbidade, não a ação de improbidade que tem por objeto o ressarcimento em decorrência de danos causados ao Erário.

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6
Q

FCC - 2024 - PGE-GO - Procurador do Estado Substituto

No sistema constitucional brasileiro, o Poder Legislativo Federal é bicameral. Enquanto a Câmara dos Deputados é composta por representantes do povo, o Senado Federal é composto de representantes dos Estados e do Distrito Federal, segundo expressamente dispõe o art. 46 da CF. Justamente por isso, a Constituição atribui ao Senado importantes competências relacionadas aos impostos estaduais. Nos termos da Constituição, compete ao Senado fixar:

D) A alíquota de referência do IBS, que será aplicada obrigatoriamente em todos os Estados e Municípios, vedado ser fixada outra alíquota por lei estadual ou municipal.
E) As alíquotas máximas do ITCD.

A

GABARITO: LETRA E

Respondi letra d), pois achei que era de competência do Senado definir as alíquotas do IBS, no entanto, cada ente federativo fixará sua alíquota por lei específica.

A) INCORRETO. por meio de resolução, de iniciativa exclusiva do Presidente da República, as alíquotas de ICMS aplicáveis às operações e prestações interestaduais.

CF. Art. 155. […] II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior […] § 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: […] IV - resolução do Senado Federal, de iniciativa do Presidente da República ou de um terço dos Senadores, aprovada pela maioria absoluta de seus membros, estabelecerá as alíquotas aplicáveis às operações e prestações, interestaduais e de exportação […].

B) INCORRETO. as alíquotas de ICMS aplicáveis a operações que destinem mercadorias para o exterior.

CF. Art. 155. […] II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior […] § 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: […] X - não incidirá: a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços prestados a destinatários no exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto cobrado nas operações e prestações anteriores […].

C) INCORRETO. as alíquotas máxima e mínima para o IPVA.

CF. Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: […] III - propriedade de veículos automotores. […] § 6º O imposto previsto no inciso III: I - terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal […].

**D) INCORRETO. a alíquota de referência do IBS, que será aplicada obrigatoriamente em todos os Estados e Municípios, vedado ser fixada outra alíquota por lei estadual ou municipal.

CF. Art. 156-A. Lei complementar instituirá imposto sobre bens e serviços de competência compartilhada entre Estados, Distrito Federal e Municípios. § 1º O imposto previsto no caput será informado pelo princípio da neutralidade e atenderá ao seguinte: […] V - cada ente federativo fixará sua alíquota própria por lei específica […].**

**E) CORRETO. as alíquotas máximas do ITCD.

CF. Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: […] I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos […] § 1º O imposto previsto no inciso I: […] IV - terá suas alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal […].**

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Q

FCC - 2024 - PGE-GO - Procurador do Estado Substituto

A Emenda Constitucional nº 132/2023 veiculou a primeira ampla reforma do Sistema Tributário Nacional realizada desde a promulgação da Constituição Federal de 1988, e seu eixo central é a simplificação da cobrança de impostos sobre o consumo, com vistas a incentivar o crescimento econômico. De acordo com dispositivo constitucional inserido por esta emenda, o Sistema Tributário Nacional deve observar os seguintes princípios:

A) Simplicidade, segurança jurídica, redução das desigualdades regionais e sociais, busca do pleno emprego e tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte.

B) Simplicidade, transparência, justiça tributária, cooperação e defesa do meio ambiente.

A

GABARITO: LETRA B

Respondi letra a) por não saber os Princípios.

§ 3º O Sistema Tributário Nacional deve observar os princípios da SIMplicidade, da TRANSparência, da JUStiça tributária, da COOperação e da defesa do meio AMBIENTE.

Mnemônico:
SIM - TRANS - JUS - COO - AMBIENTE

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8
Q

FCC - 2024 - PGE-GO - Procurador do Estado Substituto

A propósito das parcerias com Organizações da Sociedade Civil (OSC), a Lei federal nº 13.019/2014 dispõe, no que tange ao chamamento público:

D) A realização de procedimento prévio de manifestação de interesse social dispensa a realização de posterior chamamento público.

E) O chamamento pode ser restrito à participação de concorrentes sediados ou com representação atuante e reconhecida na unidade da Federação onde será executado o objeto da parceria.

A

GABARITO: LETRA E

Respondi letra d) por ainda não ter domínio do assunto.

Lei n.º 10.019 | Art. 21. A realização do Procedimento de Manifestação de Interesse Social não implicará necessariamente na execução do chamamento público, que acontecerá de acordo com os interesses da administração. § 1º A realização do Procedimento de Manifestação de Interesse Social não dispensa a convocação por meio de chamamento público para a celebração de parceria. § 2º A proposição ou a participação no Procedimento de Manifestação de Interesse Social não impede a organização da sociedade civil de participar no eventual chamamento público subsequente. § 3º É vedado condicionar a realização de chamamento público ou a celebração de parceria à prévia realização de Procedimento de Manifestação de Interesse Social.

Lei n.º 10.019 | Art. 24. […] § 2º É vedado admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo em decorrência de qualquer circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto da parceria, admitidos: I - a seleção de propostas apresentadas exclusivamente por concorrentes sediados ou com representação atuante e reconhecida na unidade da Federação onde será executado o objeto da parceria […]

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9
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FCC - 2024 - PGE-GO - Procurador do Estado Substituto

Segundo a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, no tocante a usucapião de bens sob domínio da Administração,

B) O domínio útil de bem público sobre o qual foi instituído enfiteuse é passível de usucapião.

E) A ocupação indevida de bem público não é capaz de gerar usucapião, mas obriga a indenização por acessões e benfeitorias, desde que demonstrada a boa-fé.

A

GABARITO: LETRA B

Respondi letra e) porque fiquei na dúvide se seria possível a e indenização por acessões e benfeitorias, mesmo havendo mera detenção.

A Letra “E” está “ERRADA”, pois a ocupação indevida de bem público configura mera detenção precária, o que impede a usucapião e também a indenização por acessões e benfeitorias, conforme a Súmula 619, do STJ.
Logo, não há direito à indenização por benfeitorias em ocupações de bens públicos, mesmo que o ocupante esteja de boa-fé.
“A ocupação indevida de bem público configura mera detenção, de natureza precária, insuscetível de retenção ou indenização por acessões e benfeitorias.”

A Letra “B” está “CORRETA”, pois, segundo o entendimento do STJ, o domínio útil de bem público sobre o qual foi instituída enfiteuse é passível de usucapião.
Ou seja, temos que a substituição do enfiteuta pelo usucapiente não traz prejuízo ao Estado, pois o domínio direto continua sendo público.
No entanto, essa regra não se aplica ao domínio útil de bens públicos enfiteutados, pois a usucapião nesse caso se dá sobre o direito real de uso e não sobre o domínio pleno.
Logo, esse entendimento é reafirmado no AgInt no REsp 1.642.495/RO, que reconhece a possibilidade de usucapião do domínio útil nesses casos.

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10
Q

FCC - 2024 - PGE-GO - Procurador do Estado Substituto

Proposta de emenda a determinada Constituição estadual pretende estabelecer que a competência do Tribunal de Justiça para o julgamento de autoridades submetidas à sua jurisdição, nas infrações penais comuns, abrangerá a fase de investigação respectiva, para fins de supervisão judicial. Pretende estabelecer, ademais, que a instauração do inquérito, nesses casos, dependerá de decisão prévia do órgão especial da corte estadual.

Nessa hipótese, à luz da Constituição Federal e da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF), eventual emenda aprovada nos termos da referida proposta seria

C) Inconstitucional, no que se refere à exigência de decisão prévia do órgão especial da corte estadual, para instauração do inquérito, devendo o mesmo tratamento conferido às autoridades com foro por prerrogativa de função no STF ser aplicado, por simetria, às autoridades com foro privativo em outros Tribunais.

E) Inconstitucional, integralmente, por ser da União a competência para legislar sobre a matéria.

A

GABARITO: LETRA C

Respondi letra e) por acreditar que as duas partes se tratavam de competência da União legislar, referindo-se à matéria processual (CAPACETE DE PM), quando na verdade, só a segunda é inconstitucional.

PRIMEIRA PARTE:
A previsão na CE de que a competência do TJ para o julgamento de autoridades com foro por prerrogativa de função abrangerá a fase de investigações é constitucional.
Ao outorgar ao STF a competência para julgar as ações penais contra as autoridades com foro, a Constituição Federal, de forma implícita, conferiu também à Corte a prerrogativa de fazer o controle judicial das investigações envolvendo essas mesmas autoridades.
Se fosse permitido que tais autoridades pudessem ser investigadas pela autoridade policial ou pelo MP sem a supervisão do STF, haveria um enfraquecimento, uma mitigação, da garantia conferida pelo foro por prerrogativa de função. Em outras palavras, continuaria havendo riscos de perseguições políticas e instabilidade institucional se as autoridades pudessem ser investigadas sem o controle do STF.
A mesma razão jurídica apontada para justificar a necessidade de supervisão judicial dos atos investigatórios de autoridades com prerrogativa de foro neste Supremo Tribunal Federal aplica-se às autoridades com prerrogativa de foro em outros Tribunais (STF. Tribunal Pleno. Inq 2411 QO, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 10/10/2007).

SEGUNDA PARTE:
É inconstitucional norma de Constituição estadual que condiciona à prévia autorização judicial, mediante decisão fundamentada da maioria absoluta do órgão especial do respectivo tribunal de justiça, o pedido de medida cautelar para fins de investigação criminal ou instrução processual penal em desfavor de autoridades com foro por prerrogativa de função.

Essa norma viola a competência privativa da União para legislar sobre direito penal e processual penal (art. 22, I), o sistema acusatório e o princípio da isonomia (art. 5º, caput e LIII).

A competência para legislar sobre o tema é da União e, portanto, a Constituição estadual não poderia regular o foro por prerrogativa de função diversamente dos limites estabelecidos no modelo federal.

A exigência de deliberação prévia de órgão colegiado do TJ viola o entendimento do STF de que o relator pode apreciar monocraticamente as medidas cautelares penais requeridas na investigação ou na instrução processual. Além disso, a regra viola o princípio da isonomia, pois dá às autoridades com foro privativo uma garantia diferenciada e mais ampla que a assegurada aos demais detentores da prerrogativa, sem um fundamento idôneo que a justifique.

A norma da Constituição deve ser interpretada de forma a permitir que desembargadores apreciem individualmente as medidas cautelares penais requeridas durante a fase de investigação ou no decorrer da instrução processual nos casos de urgência. A mesma interpretação deve prevalecer quando for necessário sigilo para assegurar a efetivação da diligência pretendida.

Fica ressalvada a obrigatoriedade de referendo pelo órgão colegiado competente em momento oportuno, especialmente quando resultar em prisão cautelar, mas sempre sem comprometer ou frustrar sua execução da medida.

STF. Plenário. ADI 7.496 MC-Ref/GO, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 24/06/2024 (Info 1142).

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11
Q

FCC - 2024 - PGE-GO - Procurador do Estado Substituto

Certa associação de delegados de Polícia Civil pleiteia que sejam promovidas mudanças legislativas no Estado em que atua, a fim de assegurar melhorias nas condições de exercício da carreira de seus associados, entre as quais

I. a inclusão da Polícia Civil entre as funções essenciais à justiça estadual;
II. garantia de independência funcional aos delegados de polícia;
III. a fixação de subsídios para os delegados de polícia por lei própria;
lV. nomeação do Delegado-Geral da Polícia Civil, pelo Governador do Estado, entre os indicados em lista tríplice formada a partir de escolha dentre os membros efetivos da carreira.

Nos termos da Constituição Federal e da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, é passível de adoção o pleito referido em:

A) III, por ser compatível com o regime de subsídios a que se submetem os servidores policiais integrantes dos órgãos de segurança pública, bem como o referido em IV, por ser compatível com a vinculação hierárquico-administrativa das polícias civis ao chefe do executivo estadual; o referido em I e II é incompatível com a disciplina constitucional das funções essenciais à Justiça, que não contempla órgãos de segurança pública, além de apenas a membros do Ministério Público e da Defensoria Pública ser assegurada independência funcional.

C) III, apenas, por ser compatível com o regime de subsídios a que se submetem os servidores policiais integrantes dos órgãos de segurança pública; o referido em 1 é incompatível com a disciplina constitucional das funções essenciais à justiça, que não contempla os órgãos de segurança pública; e o referido em II e IV incompatível com o sistema constitucional de segurança pública, que estabelece vinculação hierárquico-administrativa das polícias civis ao chefe do executivo estadual.

A

GABARITO: LETRA C

Respondi letra a) porque entendi que a situação IV estava compatível com a vinculação hierárquico-administrativa das policias civis ao chefe do executivo estadual.

Assertiva I: É inconstitucional norma de Constituição estadual, oriunda de iniciativa parlamentar, que atribui às funções de polícia judiciária e à apuração de infrações penais exercidas pelo Delegado de Polícia natureza jurídica e caráter essencial ao Estado.
STF. Plenário. ADI 5528/TO, relator Ministro Nunes Marques, julgado em 21/11/2022 (Informativo 1076).

Assertiva II: É inconstitucional norma estadual que assegure a independência funcional a delegados de polícia, bem como que atribua à polícia civil o caráter de função essencial ao exercício da jurisdição e à defesa da ordem jurídica.
STF. Plenário. ADI 5522/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 18/2/2022 (Info 1044).

Assertiva III: Art. 39, §8, da CR. A remuneração dos servidores públicos organizados em carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º [regime de subsídio que significa a remuneração do agente público em parcela única].

Assertiva IV: É inconstitucional norma de Constituição estadual, oriunda de iniciativa parlamentar, que disponha sobre a nomeação, pelo governador do estado, de ocupante do cargo de diretor-geral da Polícia Civil, a partir de lista tríplice elaborada pelo Conselho Superior de Polícia. STF. Plenário. ADI 6923/RO, relator Ministro Edson Fachin, julgado em 28/10/2022 (Informativo 1074).

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12
Q

FUNDATEC - 2024 - Procurador Municipal - Prefeitura de Iraí/RS

O Município de Iraí/RS institui pagamento para ingresso em determinado parque municipal. Diante disso, é correto afirmar que:

B) O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído.

C) O parque tem a natureza de bem público dominical, portanto a sua utilização pode ser onerosa.

A

GABARITO: LETRA B

Respondi letra c), porque não lembrava a matéria e acreditei que apenas os bens públicos dominicais pudessem ter sua utilização de maneira onerosa.

FORMAS DE USO DOS BENS PÚBLICOS:

USO COMUM:
-> bens de uso comum
-> bens de uso especial
** Pode ser de forma gratuita ou retribuído.**

USO ESPECIAL:

-> bens de uso comum
-> bens de uso especial
** Sujeito a regras específicas e consentimento estatal. **
*Também se caracteriza quando o bem é objeto privativo por algum administrador.

Características do Uso Especial:

-> Exclusividade do uso aos que pagaram $ ou receberam consentimento;
-> Onerosidade, nos casos de uso especial remunerado
-> Privatividade, nos casos de uso especial privativo
-> Inexistência de compatibilidade estrita, em certos casos, entre o uso e o fim destinado.

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13
Q

Prova: VUNESP - 2024 - PGE-SP - Procurador do Estado

Pedro, servidor público ocupante de cargo permanente, foi indicado para integrar o Conselho de Administração de sociedade de economia mista controlada pelo Estado. Ocorre que, por ocasião da Assembleia de Acionistas em que se daria a eleição, um grupo de acionistas minoritários apresentou impugnação à eleição de Pedro, alegando que, pelo fato de ter sido nomeado Secretário Executivo (cargo em comissão) no Governo do Estado, haveria impedimento à sua eleição de acordo com as regras previstas na Lei das Estatais. Alegaram referidos acionistas, ainda, que haveria conflito de interesses impeditivo à eleição de Pedro pelo fato de já integrar o Conselho de Administração de empresa pública federal. Na condição de Procurador encarregado de avaliar as referidas impugnações, caberia:

B) Afastar a primeira impugnação, uma vez que o impedimento previsto na Lei das Estatais recai sobre os que ocupam exclusivamente cargo em comissão, bem como sobre Secretário de Estado (agente político); e, quanto à segunda impugnação, considerar cabível, caso se trate de empresa considerada concorrente no mercado, podendo a Assembleia-Geral autorizar a eleição.

D) Acolher a primeira impugnação, eis que configurado impedimento previsto na Lei das Estatais, o que, por si só, já vedaria a eleição de Pedro, não obstante descabida a segunda impugnação, eis que a legislação não contempla hipótese de conflito de interesse em tese ou ex ante, cabendo avaliar a ocorrência de conflito apenas em situações concretas em função da matéria.

A

GABARITO: LETRA B

Respondi letra d) acreditando que havia vedação ao Secretário Executivo no Governo do Estado para assumir cargo no Conselho de Administração de Sociedade de Economia Mista controlada pelo Estado, mas só se aplica aos que ocupam cargo em comissão e ao Secretário de Estado (agente político).

Primeiro ponto: Pedro é servidor público efetivo, NÃO SEM vínculo permanente com o serviço público!! Fato notado na primeira oração do enunciado da questão. A vedação é para a indicação para o Conselho de Administração e para a Diretoria de titular de cargo em comissão na administração pública federal, direta ou indireta, sem vínculo permanente com o serviço público, conforme art. 29, III, do Decreto nº 8.945, de 27 de dezembro de 2016 que Regulamenta, no âmbito da União, a Lei 13.303/2016 (Lei das Estatais).

Sobre o segundo aspecto questionado: Acionistas, ainda, que haveria conflito de interesses impeditivo à eleição de Pedro pelo fato de já integrar o Conselho de Administração de empresa pública federal, deve ser analisado in concreto.
Visto que a lei informa que é VEDADA a indicação, para o Conselho de Administração e para a diretoria de pessoa que tenha ou POSSA TER qualquer forma de CONFLITO DE INTERESSE com a pessoa político-administrativa controladora da empresa pública ou da sociedade de economia mista ou com a própria empresa ou sociedade, conforme art. 17, § 2º, V, da Lei 13.303/2016.

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14
Q

Prova: VUNESP - 2024 - PGE-SP - Procurador do Estado

O Serviço de Patrimônio do Estado “X” constata que, em determinado perímetro territorial, há glebas de terras que considera devolutas, havendo incerteza dominial, decorrente da possível sobreposição de terras privadas na mesma área, cuja titulação é de legitimidade duvidosa, em virtude do histórico de “grilagem” da região. Diante dessa situação e caso tenha se revelado inviável a solução administrativa da questão, a Procuradoria Geral do Estado deverá ajuizar ação

B) Discriminatória.
C) Demarcatória.

A

GABARITO: LETRA B

Respondi letra c) pois não sabia de qual ação se tratava.

O processo discriminatório das terras devolutas, regulado pela lei 6.383/76, tem por objetivo estabelecer a linha divisória entre as terras públicas e privadas.

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15
Q

Prova: VUNESP - 2024 - PGE-SP - Procurador do Estado

O Estado “X” pretende realizar acordo de cooperação com organização da sociedade civil (OSC), sob as regras da Lei no 13.019/2014. Assinale a alternativa que apresenta cláusula confeccionada para fins de inclusão na minuta do instrumento de parceria que se revela adequada ao negócio jurídico a ser celebrado.

D) “Em vista da vedação legal à celebração de parcerias com organizações de cunho religioso, a entidade parceira declara não ostentar tal natureza”.

E) “As atividades previstas no plano de trabalho serão inteiramente financiadas pela OSC parceira, a quem caberá, portanto, a responsabilidade pela captação dos recursos necessários para sua execução”.

A

GABARITO: LETRA E

Respondi letra d) porque não me lembrava qual das alternativas poderia ser um termo da minuta do instrumento de parceria.

Acordo de cooperação: Na cooperação ninguém transfere valores.
“Acordo de c00peração”: Zero a zero. Não há dinheiro público envolvido.

Termo de colaboração: A Administração é rica. Então ela propõe a colaboração e há transferência de recursos.

Termo de fomento: A OSC tem fome, então propõe o fomento e há transferência de recursos.

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16
Q

Prova: VUNESP - 2024 - PGE-SP - Procurador do Estado

Segundo Tércio Sampaio Ferraz Jr: “A interpretação legitima meios, alterando a realidade social, de modo que os fins positivamente vinculados possam ser alcançados. […] A interpretação legitima os fins, de modo que a realidade seja alterada, a fim de que os meios, se não existentes, possam ser adequadamente criados pelo legislador”; nesse contexto, é correto afirmar sobre o tema da eficácia e aplicabilidade das normas constitucionais:

D) A aplicabilidade é a qualidade do que é executável; significa que a norma tem capacidade para produzir efeitos, como nos casos das normas constitucionais de eficácia limitada, as quais receberam do constituinte normatividade suficiente para reger os interesses relativos a determinada matéria, mas deixando margem à atuação restritiva por parte da competência discricionária do Poder Público, razão pela qual possuem aplicabilidade não integral e indireta.

E) A efetividade da norma constitucional expressa o seu cumprimento pela materialização dos preceitos legais no mundo dos fatos; simboliza a aproximação entre o dever-ser e o ser da realidade social, conforme visão doutrinária impulsionada pelas teorias do neoconstitucionalismo e da teoria dos direitos fundamentais.

A

GABARITO: LETRA E

Respondi letra d) porque me confundi nos conceitos.

Efetividade, em suma, significa a realização do Direito, o desempenho concreto de sua função social. Ela representa a materialização, no mundo dos fatos, dos preceitos legais e simboliza a aproximação, tão íntima quanto possível, entre o dever-ser normativo e o ser da realidade social. (FONTE: DOUTRINA BARROSO)


D) ERRADA -
A norma que surte todos os seus efeitos desde logo, os quais, porém, podem ser restringidos, é a norma de eficácia contida. A de eficácia limitada não surte todos os efeitos, sem a regulamentação.

Ademais, escreveu o professor José Afonso da Silva: “Aplicabilidade significa a qualidade do que é aplicável. No sentido jurídico, diz-se da norma que tem possibilidade de ser aplicada, isto é, da norma que tem capacidade de produzir efeitos jurídicos. Não se cogita saber se ela produz efetivamente esses efeitos. Isso já seria uma perspectiva sociológica, e diz respeito à sua eficácia social, enquanto nosso tema se situa no campo da ciência jurídica, não da sociologia jurídica”. (FONTE: RODAPÉ DOUTRINA BARROSO)

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17
Q

Consulplan - 2024 - Prefeitura de Miracema/RJ - Procurador Municipal

Considerando o tema referente à Organização da Sociedade Civil De Interesse Público – OSCIP, assinale a afirmativa correta.

C) Os responsáveis pela fiscalização do Termo de Parceria, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade na utilização de recursos ou bens de origem pública pela organização parceira, darão imediata ciência ao Tribunal de Contas respectivo e ao Ministério Público, sob pena de responsabilidade solidária.

D) O vínculo da organização da sociedade civil de interesse público com o poder público ocorre por meio de Termo de Parceria, meio pelo qual podem receber delegação de serviços públicos, serem contratadas pela Administração Pública para a prestação de serviços ou obras ou fornecimentos de mão de obra, uma vez que a própria lei prevê que referidas entidades devem atuar paralelamente ao Estado.

A

GABARITO: LETRA C

Respondi letra d) porque não sabia muito bem o conteúdo.

A alternativa C está correta. De acordo com o Art. 12 da Lei nº 9.790/1999, os responsáveis pela fiscalização do Termo de Parceria, ao identificarem qualquer irregularidade ou ilegalidade na utilização de recursos ou bens de origem pública pela organização parceira, devem notificar imediatamente o Tribunal de Contas competente e o Ministério Público, sob pena de responsabilidade solidária.

Analisando as demais alternativas:

A: Incorreta. As OSCIPs são pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos.

B: Incorreta. A Lei nº 9.790/1999 não prevê que o Ministério da Justiça possa, de ofício, permitir o livre acesso público a todas as informações pertinentes às OSCIPs.

D: Incorreta. O vínculo das OSCIPs com o poder público ocorre por meio de Termo de Parceria para fomento e execução de atividades de interesse público, mas a lei não prevê que elas recebam delegação de serviços públicos ou sejam contratadas para prestação de serviços, obras ou fornecimento de mão de obra.

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18
Q

CESPE / CEBRASPE - 2024 - Procurador do Município - Prefeitura de Camaçari/BA

No tocante às formas de realização da função administrativa, assinale a opção correta.

B) Há centralização quando as atividades administrativas são desempenhadas por órgãos integrantes da administração direta.

C) Ocorre descentralização por delegação quando o Estado transfere determinado serviço público para uma entidade por ele criada.

A

GABARITO: LETRA B

Respondi letra c) porque interpretei que na alternativa b) se tratavam de órgãos e não das próprias entidades da administração direta.

Centralização é quando a atividade administrativa é desempenhada na mesma pessoa jurídica! Se fossem pessoas jurídicas diversas, ai seria descentralização!

Em relação à c), trata-se da Descentralização por Outorga, vez que o Estado transfere o serviço público à entidade criada por ele.
A Descentralização por Delegação ocorre por meio de Contrato, quando o Estado Delega à entidade apenas a execução do serviço, mantendo para si a titularidade.

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19
Q

FGV - 2024 - Procurador Legislativo da Câmara Municipal de São Paulo-SP

Os Municípios Lala, Lele, Lili, Lolo e Lulu estão alinhavando um protocolo de intenções para fins de instituir um consórcio público para desenvolver atividades de interesse comum de tais entes federativos, de modo que surgiram dúvidas quanto à necessidade de participação do Poder Legislativo na sua constituição.
Acerca do tema, à luz disposto na Lei nº 11.107/2005, é correto afirmar que

D) A ratificação, mediante lei, do protocolo de intenções não pode ser realizada com reserva, ainda que aceita pelos demais entes subscritores.
E) é dispensado da ratificação o ente da Federação que, antes de subscrever o protocolo de intenções, disciplinar por lei a sua participação no consórcio público.

A

GABARITO: LETRA E

Respondi letra d) porque não dominava o assunto, então achei que pudesse ser uma característica dos contratos de consórcio público e a letra e) me pareceu uma exceção possível, mas não sabia que realmente existia.

Alternativa D (Incorreta):
Contraria a possibilidade prevista na Lei nº 11.107/2005 de ratificação com reserva, desde que aceita pelos demais entes subscritores.

Alternativa E (Correta):
De acordo com a Lei nº 11.107/2005, a formação de um consórcio público exige a ratificação do protocolo de intenções por meio de lei por todos os entes federativos participantes.
Entretanto, o ente federativo que, antes de subscrever o protocolo de intenções, disciplinar por lei a sua participação no consórcio público, está dispensado dessa ratificação.

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20
Q

FGV - 2024 - Procurador Legislativo da Câmara Municipal de São Paulo-SP

A Constituição da República foi alterada pela Emenda Constitucional nº X, que inseriu no corpo permanente uma norma de eficácia limitada e de natureza programática disciplinando a implementação de determinada política pública. Essa norma, ao ver do Partido Político Beta, era francamente colidente com a Lei federal nº Y, que se encontrava em período de vacatio legis.
Ao consultar sua Assessoria Jurídica em relação às medidas passíveis de serem adotadas em razão da referida colidência, foi corretamente esclarecido que:

C) A dimensão objetiva da referida norma programática permite que ela seja usada como paradigma de confronto no controle concentrado de constitucionalidade da Lei federal nº Y.

E) Com a superveniência da Emenda nº X, não foi recepcionada a Lei federal nº Y.

A

GABARITO: LETRA E

Respondi letra c) porque errei, fui mlk (15/12/24)!
Cai na pegadinha da banca que poderia haver inconstitucionalidade, mas o STF não admite a Teoria da Inconstitucionalidade Superveniente, de forma que ocorrerá nesse caso apenas a Não Recepção da Lei Federal.
Inclusive errei fui mlk novamente em 31/01/25 pelo mesmo motivo.

Lei não recepcionada é diferente de inconstitucional.

Quando a EC foi editada, a Lei Federal já existia, apenas não estava vigente, mas já tinha conteúdo delimitado. Não existe inconstitucionalidade superveniente. Por este motivo, a Lei Federal não pode ser objeto de controle de constitucionalidade com base na EC posterior.

O STF não adota a teoria da inconstitucionalidade superveniente em que a análise da constitucionalidade de uma norma infraconstitucional é objeto de parâmetro de uma norma constitucional posterior à sua edição.
Se o objeto (norma infra) é anterior ao parâmetro constitucional (norma da constituição, PEC) fala-se em revogação por ausência de recepção e não em inconstitucionalidade.

Ao mesmo tempo, a Lei, sendo incompatível com a EC, não será recepcionada

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21
Q

FGV - 2024 - Procurador Legislativo da Câmara Municipal de São Paulo - SP

Determinado legitimado ao ajuizamento de ação civil pública ingressou com ação dessa natureza em face do Município Alfa, argumentando a existência de grave deficiência na prestação do serviço de saúde. Nesse caso, era notório o déficit de profissionais da área, já que o número de exonerações, falecimentos e aposentadorias superava a capacidade de reposição de Alfa.
Ao receber a citação, o Procurador-Geral do Município Alfa concluiu corretamente que

D) Como alternativa ao déficit de pessoal, podem ser contratadas organizações sociais e organizações da sociedade civil de interesse público.

E) Em razão das características do processo de implementação das políticas públicas, o Poder Judiciário deve apresentar à Administração o plano a ser cumprido e as medidas adequadas a alcançar o resultado.

A

GABARITO: LETRA D

Respondi letra e), porque não tinha conhecimento sobre o entendimento do STF e fiquei na dúvida entre as duas alternativas.

Inicialmente, conforme INFO 1101 STF - Na hipótese de ausência ou deficiência grave do serviço, a intervenção do Poder Judiciário em políticas públicas voltadas à realização de direitos fundamentais não viola o princípio da separação dos Poderes (art. 2º, CF/88), devendo a atuação judicial, via de regra, indicar as finalidades pretendidas e impor à Administração Pública a apresentação dos meios adequados para alcançá-las.

A questão trata sobre a intervenção do poder judiciário em políticas públicas. O Supremo Tribuna Federal possui jurisprudência pacífica sobre a matéria, ao apreciar o RE 684612 / RJ.

Pode o Poder Judiciário interferir em políticas públicas, mas deverá se ater a não avançar sobre generalidades do sistema, conforme Tese firmada no RE 684612. Vejamos:

“1. A intervenção do Poder Judiciário em políticas públicas voltadas à realização de direitos fundamentais, em caso de ausência ou deficiência grave do serviço, não viola o princípio da separação dos poderes.

  1. A decisão judicial, como regra, em lugar de determinar medidas pontuais, deve apontar as finalidades a serem alcançadas e determinar à Administração Pública que apresente um plano e/ou os meios adequados para alcançar o resultado;
  2. No caso de serviços de saúde, o déficit de profissionais pode ser suprido por concurso público ou, por exemplo, pelo remanejamento de recursos humanos e pela contratação de organizações sociais (OS) e organizações da sociedade civil de interesse público (OSCIP).”
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22
Q

CESPE/CEBRASPE - 2023 - PGE-SE - Procurador do Estado

Nos termos da legislação processual civil em vigor e conforme a jurisprudência dominante do STJ, é correto afirmar que, caso seja constatada indisponibilidade de sistema eletrônico de tribunal, a prorrogação de prazo para interposição de recurso deve ser admitida:

C) Apenas nas hipóteses em que a inoperabilidade do sistema coincida com o primeiro ou o último dia do prazo recursal.

D) Apenas na hipótese em que a inoperabilidade do sistema coincida com o último dia do prazo recursal.

A

GABARITO: LETRA D

Respondi letra c), porque pensei apenas na prorrogação do prazo em razão de não ser possível efetuar o protocolo no último dia do prazo, mas realmente, caso no primeiro dia o sistema esteja indisponível, também se dará a prorrogação.

A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é no sentido de que, nos termos do art. 224, § 1º, do CPC/2015, não há falar em prorrogação do término do prazo recursal se ocorrer eventual indisponibilidade do sistema eletrônico no Tribunal no curso do período para interposição do recurso.
A prorrogação do prazo processual é admitida apenas nas hipóteses em que a indisponibilidade do sistema coincida com o primeiro ou o último dia do prazo recursal, caso em que o termo inicial ou final será protraído para o primeiro dia útil seguinte.

(AgInt nos EAREsp n. 1.817.714/SC, relator Ministro Raul Araújo, Corte Especial, julgado em 7/3/2023, DJe de 15/3/2023.)

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Q

CESPE/CEBRASPE - 2023 - PGE-SE - Procurador do Estado

Acerca dos bens públicos, assinale a opção correta.

A) Bens móveis podem ser bens públicos.

C) Bens públicos dominicais são inalienáveis.

A

GABARITO: LETRA A

Respondi letra c), em razão da insegurança relacionada à matéria de bens públicos e suas peculiaridades. Ainda pensei que os Bens Públicos Dominicais, quando desafetados podem ser alienados, mas achei que a questão pudesse estar tratando como regra geral.

Realmente, nada impede que o patrimônio público seja formado por bens móveis, como é o caso de equipamentos que guarnecem as repartições públicas (mesas, cadeiras, computadores, material de escritório, impressoras), veículos oficiais, viaturas da polícia e dos corpos de bombeiros etc.

Os bens dominicais, uma vez que desafetados, podem ser alienados, observadas as condições legais para tanto. A propósito, o art. 101 do CC/2002:

“Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei.”

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24
Q

CESPE/CEBRASPE - 2023 - AGU - Procurador Federal

Assinale a opção correta no que se refere às características e constituição das empresas públicas e sociedades de economia mista, previstas na Lei nº 13.303/2016.

A) A criação de subsidiárias de empresa pública e de sociedade de economia mista depende de autorização legislativa, mas é livre a participação de qualquer delas em empresa privada, cujo objeto social deve estar relacionado ao da investidora.

C) Sociedade de economia mista é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União, aos estados, ao Distrito Federal, aos municípios ou a entidade da administração indireta.

A

GABARITO: LETRA C

Respondi letra a), porque interpretei mal a questão, me enrolando com o devido entendimento da questão. Ademais, lendo a alternativa c), achei que tivesse que ser Entidade da Administração Direta.

a) Incorreta. A criação de empresas subsidiárias de estatais depende de autorização legislativa.
A participação de subsidiárias de estatais em empresa privada também depende de autorização legislativa, na forma do §2º do artigo 2º da Lei nº 13.303/2016 que dispõe o seguinte:
Art. 2º (…)

§ 2º Depende de autorização legislativa a criação de subsidiárias de empresa pública e de sociedade de economia mista, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada, cujo objeto social deve estar relacionado ao da investidora, nos termos do inciso XX do art. 37 da Constituição Federal.

c) Correta. A afirmativa reproduz a definição de sociedade de economia mista constante do artigo 4º da Lei nº 13.303/2016 que dispõe o seguinte:
Art. 4º Sociedade de economia mista é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios ou a entidade da administração indireta.

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25
CESPE/CEBRASPE - 2023 - AGU - Procurador Federal No campo da hermenêutica constitucional, a via de interpretação que orienta os intérpretes a buscar a maior concretude possível das normas constitucionais, sem lhes alterar o conteúdo, corresponde ao princípio da: **A)** Concordância prática ou da harmonização. **B)** Razoabilidade. **C)** Proporcionalidade. **D)** Máxima efetividade. **E)** Interpretação conforme a Constituição.
**GABARITO: LETRA D** Respondi letra e), porque não soube classificar a descrição apresentada no enunciado. **D. CERTO. Máxima efetividade:** O princípio da máxima efetividade busca conferir a máxima eficácia às normas constitucionais, interpretando-as de forma a garantir sua plena realização. Ele orienta os intérpretes a adotarem uma interpretação que amplie o alcance e a efetividade dos direitos e princípios constitucionais, privilegiando sua finalidade e a proteção dos valores fundamentais consagrados na Constituição. **E. ERRADO. Interpretação conforme a Constituição**: A interpretação conforme a Constituição é uma técnica interpretativa que busca dar preferência a uma interpretação que seja compatível com a Constituição. Essa abordagem parte do pressuposto de que as normas infraconstitucionais devem ser interpretadas de acordo com a Constituição, evitando-se interpretações que as tornem inconstitucionais. Essa via interpretativa visa garantir a conformidade das leis e demais normas com a Constituição, assegurando a sua supremacia e a proteção dos direitos fundamentais.
26
CESPE / CEBRASPE - 2023 - AGU - Advogado da União Quanto aos limites da jurisdição nacional, à cooperação internacional e à competência interna, assinale a opção correta. **C)** Ocorrerá a continência entre duas ou mais ações quando houver identidade entre as partes, as causas de pedir e os pedidos. **D)** Caberá auxilio direto quando a medida solicitada pela autoridade estrangeira não decorrer diretamente de decisão proferida por autoridade jurisdicional estrangeira a ser submetida a juízo de delibação no Brasil.
**GABARITO: LETRA D** Respondi letra c), porque não tinha o conteúdo necessário sobre a matéria e a alternativa que tratava sobre continência me pareceu correta. **c) Errada.** Na verdade, a **continência ocorre entre 2 ou mais ações quando houver identidade quanto às partes e à causa de pedir,** mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange o das demais, conforme o art. 56 do CPC. **d) Correta. O auxílio direto pode ser entendido como um pedido de ajuda para que a autoridade judiciária brasileira preste algumas informações, também chamado de pedido de assistência", "pedido jurídico direto. Ou seja, a autoridade estrangeira pede o cumprimento de um ato no território de outro Estado soberano. (Elpídio Donizetti).**
27
CESPE / CEBRASPE - 2023 - AGU - Advogado da União Em relação ao domínio público terrestre, e correto afirmar que a terra devoluta: **C)** Não possui qualquer destinação pública. **D)** É bem indisponível.
**GABARITO: LETRA C** Respondi letra d), por ter achado que as Terras Devolutas são Bem Indisponível. **C) não possui qualquer destinação pública.** Correta. As terras devolutas são bens imóveis públicos que não possuem destinação pública. **D) é bem indisponível.** Incorreta. As terras devolutas são bens dominicais que podem ser alienados, logo, são bens disponíveis.
28
CESPE / CEBRASPE - 2023 - AGU - Advogado da União Em relação ao constitucionalismo e ao sistema constitucional brasileiro, assinale a opção correta. **B)** O marco histórico do neoconstitucionalismo no direito brasileiro data do reconhecimento dos preceitos democráticos e dos direitos básicos à liberdade, a propriedade e à segurança pela Constituição Federal de 1946. **E)** O denominado patriotismo constitucional apregoa o abandona de ideias nacionalistas e a busca de uma identidade política coletiva conciliada com uma perspectiva universalista comprometida com os princípios do Estado democrático de direito.
**GABARITO: LETRA E** Respondi letra b), porque achei que tivesse sido um marco histórico para o neoconstitucionalismo brasileiro o cenário pós Segunda Guerra, como foi para boa parte do mundo. B. ERRADO. O marco histórico do neoconstitucionalismo no direito brasileiro se deu com o processo de redemocratização, que culminou com a promulgação da Constituição Federal de 1988. E. CERTO. De acordo com Vinícius Silva Bonfim, o patriotismo constitucional representa a construção de uma nova identidade que leva em consideração a história de uma coletividade a partir da Constituição. O termo foi inicialmente introduzido pelo filósofo Dolf Sternberg, e mais tarde, retomado pelo sociólogo Mario Rainer Lepsius (LACROIX, 2005, p.123), que foi utilizado na criação de uma nova identidade coletiva pós-guerra com base na Lei Fundamental da República Federativa Alemã de 1949, ou também denominada de “Lei Fundamental de Bonn”.
29
CESPE / CEBRASPE - 2023 - AGU - Advogado da União ( ... ) representa a tentativa de superar o contraste rígido entre norma e fato, deslocando o problema para o debate sobre estática e dinâmica na teoria do Estado. Nessa teoria, a Constituição é uma realidade integrante. Paulo Bonavides. Curso de direito constitucional. 17.ª ed. São Paulo: Editora Malheiros, p. 178 (com adaptações). O fragmento de texto apresentado diz respeito ao método interpretativo **A)** Tópico-problemático. **D)** Científico-espiritual.
**GABARITO: LETRA D** Respondi letra a), porque pelo enunciado, acreditei que fosse esse o método tratado, por colocar o Problema como ponto central da análise. **A. ERRADO. Tópico-problemático.** Parte da solução do caso concreto para se estabelecer um diálogo entre as instituições. Parte do fato. O que esse método faz é identificar os problemas jurídicos ou as questões controversas dentro de um caso específico. Ele se concentra em entender os argumentos das partes envolvidas, as normas jurídicas aplicáveis e, a partir daí, desenvolver uma interpretação que responda aos desafios jurídicos apresentados. **D. CERTO. Científico-espiritual.** O que dá sustentação material ao método científico-espiritual de interpretação constitucional é, precisamente, a ideia de Constituição como instrumento de integração social, em sentido amplo, vale dizer, não apenas do ponto de vista jurídico-formal, enquanto norma-suporte e fundamento de validade de todo o ordenamento, segundo o entendimento kelseniano, por exemplo, mas também e, sobretudo, em perspectiva política e sociológica, como instrumento de regulação de conflitos e, por essa forma, de construção e preservação da unidade político-social.
30
CESPE/CEBRASPE - 2023 - Procurador Geral do Município de Natal Acerca das formas de execução das funções administrativas, assinale a opção correta. **C)** A Presidência da República, por meio de seus ministérios, exerce funções administrativas de forma descentralizada . **D)** A administração pública direta realiza a função administrativa de forma desconcentrada.
**GABARITO: LETRA D** Respondi letra c), porque fiquei muito na dúvida entre elas, acabei optando por essa por imaginar que fosse errado dizer que a Administração Direta como um todo exerce suas funções administrativas de maneira descentralizada. Decreto Lei 200/1967. Art. 4° A Administração Federal compreende: "I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios." Quando se fala da **Descentralização**, há uma repartição externa de funções, ou seja, determinada pessoa jurídica irá repassar, por lei, contrato ou ato administrativo, a execução de determinado serviço para outra pessoa. Quando se fala da **Desconcentração**, por sua vez, entende-se que há uma **repartição interna de funções**, ou seja, temos uma única pessoa jurídica que distribui suas diversas atribuições entre diversos órgãos. **C. ERRADO.** A Presidência da República, por meio de seus ministérios, exerce funções administrativas de **forma Desconcentrada**. **D. CERTO.** A administração pública direta realiza a função administrativa de forma desconcentrada.
31
CESPE / CEBRASPE - 2023 - AGU - Procurador da Fazenda Nacional Conforme o disposto na Lei n.º 13.848/2019 (Lei Geral das Agências Reguladoras), a análise de impacto regulatório é um procedimento: **A)** Administrativo prévio à edição de atos normativos de interesse geral dos agentes econômicos, consumidores ou usuários de serviços e contém informações e dados sobre os possíveis efeitos do ato normativo. **D)** Destinado a avaliar o impacto de atos normativos editados pelas agências reguladoras após o período de um ano da sua publicação.
**GABARITO: LETRA A** Respondi letra d), porque fiquei muito em dúvida entre as duas, mas acreditei que se tratasse da análise posterior do impacto regulatório. A Análise de Impacto Regulatório é procedimento administrativo previsto no artigo 6º da Lei nº 13.848/2019 que dispõe o seguinte: Art. 6º A adoção e as propostas de alteração de atos normativos de interesse geral dos agentes econômicos, consumidores ou usuários dos serviços prestados serão, nos termos de regulamento, precedidas da realização de Análise de Impacto Regulatório (AIR), que conterá informações e dados sobre os possíveis efeitos do ato normativo. Ou seja, a análise de impacto regulatório, nos termos do artigo 6º da Lei nº 13.848, a **AIR é procedimento administrativo prévio à edição de atos normativos** de interesse geral dos agentes econômicos, consumidores e usuários do serviço **que conterá informações e dados sobre os possíveis efeitos do ato normativo.**
32
CESPE / CEBRASPE - 2023 - AGU - Procurador da Fazenda Nacional **A)** Interpretação ubi eadem ratio, ubi eadem jus (expressão latina que, em português, significa onde há a mesma razão, há o mesmo direito) é técnica de hermenêutica rechaçada pelo STF. **B)** Os magistrados devem buscar extrair a máxima eficácia das declarações internacionais, observando, internamente, o princípio hermenêutico básico da primazia da norma que se revelar mais favorável à pessoa humana.
**GABARITO: LETRA B** Respondi letra a), pois fiquei muito em dúvida entre as duas, mas achei que a interpretação "ubi eadem ratio, ubi eadem jus" muito generalista para ser admitida. A. ERRADO. A interpretação **"ubi eadem ratio, ubi eadem jus"** (expressão latina que, em português, significa onde há a mesma razão, há o mesmo direito) **é técnica de hermenêutica aplicada pelo STF, e não rechaçada, conforme se depreende do RE 602.889**. B. CERTO. De fato, o STF tem entendimento nesse sentido (RE 466.343), onde os magistrados devem buscar extrair a máxima eficácia das declarações internacionais: (...) o Supremo Tribunal Federal se defronta com um grande desafio, consistente em extrair, dessas mesmas declarações internacionais e das proclamações constitucionais de direitos, a sua máxima eficácia, em ordem a tornar possível o acesso dos indivíduos e dos grupos sociais a sistemas institucionalizados de proteção aos direitos fundamentais da pessoa humana, sob pena de a liberdade, a tolerância e o respeito à alteridade humana tornarem-se palavras vãs.
33
# CESPE / CEBRASPE - 2023 - AGU - Procurador da Fazenda Nacional Consoante a jurisprudência dominante do STJ no que tange ao regramento referente à atuação da fazenda pública em juízo, assinale a opção correta. **C)** A fazenda pública será isenta do pagamento de honorários de sucumbência caso deixe de apresentar impugnação em procedimento individual de cumprimento de sentença de ação coletiva em que figure como ré. **D)** A remessa necessária devolve ao tribunal o reexame de todas as parcelas da condenação impostas à fazenda pública, inclusive a verba honorária, não sendo limitada pelo princípio do tantum devolutum quantum appellatum.
**GABARITO: LETRA D** Respondi letra c), porque não tinha conhecimento do teor da Súmula 345 do STJ e por ter esquecido na segunda vez que errei. Sabia que tinha Súmula sobre o assunto, mas não lembrava se previa o pagamento ou não pagamento. *Errei em 16/12/24 e errei novamente em 31/01/25* c) Errada. **São devidos honorários advocatícios pela Fazenda Pública nas execuções individuais de sentença proferida em ações coletivas, ainda que não embargadas, de acordo com a súmula 345 do STJ.** d) Correta. A remessa necessária significa que está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal, a sentença: proferida contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público; que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução fiscal. **O STJ entendeu que “A remessa oficial devolve ao Tribunal o reexame de todas as parcelas da condenação suportadas pela Fazenda Pública, inclusive dos honorários de advogado.", conforme a súmula 325.**
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CESPE / CEBRASPE - 2023 - PGE-ES - Procurador do Estado No que se refere ao conceito de constituição, assinale a opção correta. **A)** A constituição dúctil é definida como um processo de integração, em permanente desenvolvimento, que, realizado de acordo com a dinâmica social, envolve fatores espirituais, sociais, individuais e coletivos. **D)** A constituição suave é aquela que não contém exageros, não consagrando, ao exprimir o pluralismo social, preceitos que não possam ser vividos na prática.
**GABARITO: LETRA D** Respondi letra a), porque não sabia a resposta e me pareceu a mais adequada. A. ERRADO. **A Constituição Dúctil, ou Suave, idealizada por Gustavo Zagrebelsky, corresponde àquela que não conta com exageros ou preceitos impossíveis de serem realizados.** Não define ou impõe uma forma de vida, mas assegura condições possíveis para o exercício dos mais variados projetos de vida. Reflete o pluralismo ideológico, moral, político e econômico existente na sociedade. D. CERTO. De fato, como exposto, a **Constituição Suave é aquela que não contém exageros, não consagrando, ao exprimir o pluralismo social, preceitos que não possam ser vividos na prática. **
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# FGV - 2023 - PGM - Procurador do Município de Niterói Caio intentou demanda em face de determinado Município, pleiteando a sua condenação a lhe pagar quantia correspondente a novecentos salários mínimos. Ofertada a peça contestatória e produzidas as provas requeridas por ambas as partes, o juiz da causa, invocando entendimento firmado em sede de incidente de assunção de competência, proferiu sentença em que condenava o ente federativo a pagar a Caio verba equivalente a seiscentos salários mínimos. Depois de transcorridos dezessete dias úteis de sua regular intimação do ato decisório, Caio interpôs recurso de apelação, postulando a reforma parcial da sentença para que se majorasse a verba condenatória para o patamar pleiteado em sua petição inicial. Intimado para responder ao apelo do autor, o ente político municipal ofertou, vinte e cinco dias depois de sua regular intimação, contrarrazões recursais, além de protocolizar, no mesmo dia, apelação adesiva, na qual pugnou pela reforma integral da sentença, a fim de que se julgasse improcedente o pleito autoral. É correto afirmar, nesse contexto, que: **A)** Nenhum recurso de apelação deve ser conhecido; **D)** O recurso de apelação do Município deve ser conhecido, mas não o de Caio;
**GABARITO: LETRA A** Respondi letra d), por não ter me atentado ao recurso de Apelação do Município ser Adesivo à Apelação do Autor. **Caio interpôs recurso fora do prazo legal, que seria de 15 dias**, de acordo com o art. 1.003, §5º do CPC: "Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para responder-lhes é de 15 (quinze) dias." **Desta maneira, a apelação adesiva consequentemente foi intempestiva, mesmo que dentro do prazo do Município, vez que ela está subordinada à ação principal, é o que dispõe o art. 997, III do CPC: não será conhecido, se houver desistência do recurso principal ou se for ele considerado inadmissível.**
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FGV - 2023 - PGM - Procurador do Município de Niterói Certa agência reguladora federal, no exercício da competência normativa para dispor sobre aspectos técnicos no âmbito de sua atividade regulatória, após os devidos trâmites, fez editar a Resolução XYZ, que vedou determinada prática no respectivo setor, por considerá-la prejudicial à saúde da população, diante de justificativas técnicas e após o devido processo para a elaboração do ato normativo. Tal vedação importou em grande pressão popular sobre o Poder Legislativo, que acabou elaborando a Lei ABC, a qual passou a autorizar a prática proibida pela Resolução XYZ. Diante desse quadro, a sociedade Certínea, que atua no respectivo setor, está com fundadas dúvidas sobre a possibilidade ou não de realizar a conduta objeto das referidas normas. Diante dessa situação hipotética, considerando a orientação do Supremo Tribunal Federal acerca do tema, é correto afirmar para a sociedade Certínea que: **C)** Deve ser reconhecida a inconstitucionalidade da Lei ABC, na medida em que sua determinação pode colocar em risco a saúde da população na forma estabelecida na Resolução XYZ; **E)** A Lei ABC é hierarquicamente superior à Resolução XYZ, razão pela qual deve prevalecer a autorização contida na lei.
**GABARITO: LETRA C** Respondi letra e), pois imaginei que a Lei fosse hierarquicamente superior à Resolução da Agência Reguladora. Ocorre que, conforme precedente das Fosfoetanolamina Sintética: É INCONSTITUCIONAL a Lei nº 13.269/2016, que autorizou o uso da fosfoetanolamina sintética ("pílula do câncer) por pacientes diagnosticados com neoplasia maligna mesmo sem que existam estudos conclusivos sobre os efeitos colaterais em seres humanos e mesmo sem que haja registro sanitário da substância perante a ANVISA. Ante o postulado da separação de Poderes, o Congresso Nacional não pode autorizar, atuando de forma abstrata e genérica, a distribuição de medicamento. Compete à ANVISA permitir a distribuição de substâncias químicas, segundo protocolos cientificamente validados. O controle dos medicamentos fornecidos à população leva em conta a imprescindibilidade de aparato técnico especializado, supervisionado pelo Poder Executivo. O direito à saúde não será plenamente concretizado se o Estado deixar de cumprir a obrigação de assegurar a qualidade de droga mediante rigoroso crivo científico, apto a afastar desengano, charlatanismo e efeito prejudicial. **STF.** Plenário. ADI 5501/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 23/10/2020 **(Info 996).** **CONCLUSÃO: Só poderia haver lei regulando a matéria ao contrário do que dispõe a referida agência reguladora se houvesse nítida comprovação de estudos sobre a os alcances da lei e, ademais houvesse registro na ANVISA do medicamento. Agir de forma contrária é invadir a separação de poderes que garante ao Poder Executivo maquinário técnico para avaliar a higidez, qualidade e efeitos colaterais de medicamentos.**
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FGV - 2023 - PGM - Procurador do Município de Niterói Nino, prefeito de Niterói, determinou que a Procuradoria do Município apresentasse parecer versando sobre a viabilidade jurídica e os requisitos necessários para a desestatização da sociedade de economia mista XYZ e da subsidiária desta, denominada ABC. Tício, procurador do Município, foi instado a se manifestar e, ao estudar o caso concreto, verificou que: a) a lei que autorizou a criação da sociedade de economia mista não tratou da sua desestatização, tampouco da sua extinção; b) há uma lei local que trata sobre o programa de desestatização na municipalidade. Nesse cenário, de acordo com o Supremo Tribunal Federal, é correto afirmar que: **B)** Como a lei que criou a sociedade de economia mista XYZ não trata da sua desestatização, esta independe da edição de lei específica, bastando a inclusão da estatal na legislação que trata, genericamente, sobre o programa municipal de privatização e a realização de licitação. Para fins de desestatização da subsidiária ABC, é dispensável autorização legislativa e licitação, mostrando-se necessária a observância dos princípios reitores da Administração Pública; **D)** Para fins de privatização da sociedade de economia mista XYZ e da subsidiária ABC, é imprescindível a edição de lei específica, por intermédio da atuação da Câmara dos Vereadores, bem como a observância de processo licitatório, para se obter, dentre outros fins, a proposta mais vantajosa para o erário;
**GABARITO: LETRA B** Respondi letra d), porque não sabia a resposta e me apeguei demais à necessidade de previsão legal. **A desestatização depende de autorização legislativa. No entanto, se a lei que criou a sociedade de economia mista não prevê em sentido diverso, segundo entendimento do STF, essa autorização pode constar em lei que trate de programa de desestatização, sem necessidade de edição de lei específica**: "Para a desestatização de empresa estatal é suficiente a autorização prevista em lei que veicule programa de desestatização." (ADI 6241, Relator(a): CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em 08/02/2021, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-054 DIVULG 19-03-2021 PUBLIC 22-03-2021). **Com relação à necessidade de licitação**, o STF já entendeu que a desestatização da sociedade de economia mista exige licitação pública, mas a desestatização de suas subsidiárias pode ser realizada sem licitação, desde que garantida a competição entre eventuais interessados e observados os princípios que regem a administração pública, previstos no artigo 37 da Constituição Federal: "I – **A alienação do controle acionário de empresas públicas e sociedades de economia mista** exige autorização legislativa e licitação pública. II – **A transferência do controle de subsidiárias e controladas** não exige a anuência do Poder Legislativo e poderá ser operacionalizada sem processo de licitação pública, desde que garantida a competitividade entre os potenciais interessados e observados os princípios da administração pública constantes do art. 37 da Constituição da República."
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# FGV - 2023 - PGM - Procurador do Município de Niterói Odorico foi eleito prefeito do Município Utopia, após campanha eleitoral em que defendeu amplamente a necessidade de reformulação da remuneração dos servidores públicos municipais. Ao iniciar as suas atividades, Odorico submeteu à apreciação da respectiva assessoria jurídica alguns projetos de lei para atender a aludida plataforma. Considerando a orientação do Supremo Tribunal Federal, é inconstitucional o projeto que: **D)** Estabelece que o aumento de remuneração dos servidores do Executivo será realizado por decreto do chefe do Poder Executivo; **E)** Determina que os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores.
**GABARITO: LETRA D** Respondi letra e), porque não sabia que aumento de servidor Municipal se dá apenas mediante Lei específica. Achei que a e) estava errada, mas tinha descartado as outras. Letra d) Esta alternativa está correta e é o gabarito em tela. Dispõe o inciso X, do caput, do artigo 37, da Constituição Federal, o seguinte: "X - **a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica**, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices." Letra e) Esta alternativa está incorreta, pois dispõe o inciso XIV, do caput, do artigo 37, da Constituição Federal, o seguinte: "XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores."
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VUNESP - 2022 - Procurador da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo - ALESP Considere que um servidor da Assembleia Legislativa, após atendidos os pressupostos legais, solicitou a sua aposentadoria, o que foi deferido pela autoridade competente. Após a concessão inicial, o processo foi remetido ao Tribunal de Contas, para controle da legalidade do ato. Considerando a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça, é correto afirmar que: **B)** Caso o ato do Tribunal de Contas venha a resultar na anulação da aposentadoria, não é necessário que se assegure ao interessado o contraditório e a ampla defesa. **D)** O Tribunal de Contas possui o prazo de 5 (cinco) anos para analisar a legalidade da aposentadoria, que será contado a partir do ato inicial de concessão.
**GABARITO: LETRA B** Respondi letra d), pois lembrei que realmente existia um prazo de 05 anos, para o Tribunal de Contas analisar a legalidade da aposentadoria, mas o termo inicial da contagem consiste na data de chegada do processo no âmbito da Corte de Contas, para fins de exame de legalidade. Alternativa b) - CERTO Ao entendimento de que a concessão de benefícios previdenciários a servidores públicos (e seus pensionistas) constitui ato complexo, que somente se aperfeiçoa após o controle de legalidade exercitado pela competente Corte de Contas, de fato, nossos Tribunais Superiores firmaram compreensão na linha de que, até então, não existe, **em verdade, ato administrativo formado. E, em assim sendo, se o próprio ato ainda não existe formalmente no mundo jurídico, não é necessário estabelecer prévios contraditório e ampla defesa** a fim de que seja anulada a concessão inicial da aposentadoria. Trata-se de aplicação da ressalva constante da parte final da **Súmula Vinculante n.º 3 do STF**, que ora reproduzo: **"Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão."** Alternativa d) - ERRADO: Atualizando sua jurisprudência sobre o tema, o STF passou a entender que a Corte de Contas deve, sim, apreciar a concessão inicial do benefício, no **prazo de 05 (cinco) anos, a contar da chegada do processo, sob pena de confirmação tácita do deferimento do benefício**, o que tem fundamento nos princípios da segurança jurídica e da confiança legítima. TESE: "Em atenção aos princípios da segurança jurídica e da confiança legítima, os Tribunais de Contas estão sujeitos ao prazo de 5 anos para o julgamento da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma ou pensão, a contar da chegada do processo à respectiva Corte de Contas". (RE 636553, Relator(a): GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 19/02/2020, PROCESSO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-129 DIVULG 25-05-2020 PÚBLICO 26-05-2020)
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# VUNESP - 2022 - Procurador da Assembleia Legislativa do Estado de São Pa No tema do conflito entre normas jurídicas, o princípio da concordância prática **A)** Guarda relação com o princípio da unidade da constituição e busca a harmonização entre os valores envolvidos, sem sacrifício de um princípio em detrimento do outro. **E)** Exige a interpretação do caso concreto à luz de suas consequências práticas, com a escolha do princípio que traz mais benefícios à parte hipossuficiente.
**GABARITO: LETRA A** Respondi letra e), realmente não sabia do que se tratava. **LETRA A- CORRETA**. Com efeito, o princípio da concordância prática dirime conflitos de princípios de maneira que a unidade e coesão do sistema jurídico são mantidas, partindo da ideia de que em caso de conflitos, com base na ponderação de interesses, tendo como metanorma a proporcionalidade, seja possível dizer, no conflito, qual interesse suporta o maior sacrifício em dado caso, o que, de forma alguma, elimina um princípio pontualmente sacrificado do ordenamento jurídico. **LETRA E- INCORRETA**. O princípio da concordância prática não é um pragmatismo, tampouco necessariamente tem como premissa adrede fixada a tutela de hipossuficientes.
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# FGV - 2022 - Procurador do Estado - AGE-MG Sociedade de economia mista estadual XYZ S/A, que presta serviço público essencial, mas com ações negociadas em bolsa de valores e que distribui lucros a seus acionistas privados, arrenda imóvel de propriedade da União para o desempenho de sua atividade-fim. Contudo, foi surpreendida com cobrança contra si, por parte do Município Alfa (em que está situado o imóvel arrendado), de Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) referente ao imóvel arrendado. Diante desse cenário e à luz da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, assinale a afirmativa correta. **C)** A cobrança deste IPTU é possível em face de XYZ S/A. **D)** Por se tratar o imóvel arrendado de propriedade da União, goza de imunidade tributária recíproca quanto ao IPTU, não sendo possível tal cobrança contra XYZ S/A.
**GABARITO: LETRA C** Respondi letra d), porque me confundi, achando que só pelo imóvel ser da União já teria a imunidade. Errei novamente em 31/01/25, com o mesmo raciocínio, de que o fato da SEM ter as ações negociadas na bolsa não influenciariam em nada, sendo apenas pegadinha da banca. Na verdade estou caindo na minha própria pegadinha. **Tema 385/STF:** incide IPTU considerando imóvel de pessoa jurídica de direito público arrendado a pessoa jurídica de direito privado, devedora do tributo. **Tema 508/STF:** Sociedade de economia mista, cuja participação acionária é negociada em Bolsas de Valores, e que, inequivocamente, está voltada à remuneração do capital de seus controladores ou acionistas, **não está abrangida pela regra de imunidade tributária prevista no art. 150, VI, ‘a’, da Constituição, unicamente em razão das atividades desempenhadas.**
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# FGV - 2022 - Procurador do Estado - PGE-SC Lei ordinária do Estado Alfa de iniciativa de um deputado estadual concedeu unilateralmente, sem prévia deliberação de Estados e Distrito Federal, um benefício fiscal que autorizava a concessionária de energia elétrica local a não cobrar o ICMS nas faturas de energia elétrica das entidades religiosas situadas no território estadual. A referida lei foi regulamentada por Decreto fazendo complexas exigências de documentos que as entidades religiosas teriam de apresentar à concessionária de energia elétrica. Diante desse cenário e à luz da atual jurisprudência dos Tribunais Superiores, é correto afirmar que: **B)** As entidades religiosas, embora sejam contribuintes de fato, possuem legitimidade ativa para questionar judicialmente as exigências documentais estabelecidas pelo Decreto; **D)** Tal lei, ao aplicar-se apenas ao âmbito do Estado Alfa, configura uma situação de guerra fiscal constitucionalmente vedada; **E)** Trata-se de lei que efetiva a imunidade tributária constitucional das entidades religiosas.
**GABARITO: LETRA B** Respondi letra d), porque cai na pegadinha do Malandro. Apesar de ser sugestivo, não configura guerra fiscal, de acordo com o STF. Errei novamente em 31/01/25, mas dessa vez coloquei a alternativa e), acreditando que a entidade religiosa realmente faria jus a tal imunidade. **Em tese, lei estadual que concede benefício fiscal sem deliberação do CONFAZ viola a Constituição Federal (art. 150, § 6.º). ** Tal lei estadual, no entanto, não viola a referida exigência constitucional, conforme jurisprudência do STF (item 3.1 e 3.2 supra), posto que em tal hipótese não haveria qualquer guerra fiscal entre os entes federativos; **b) Certo.** As **Entidades Religiosas**, embora sejam **Contribuintes de Fato do ICMS** na operação referida, possuem legitimidade ativa para questionar judicialmente as exigências documentais estabelecidas pelo Decreto, já que possuem interesse de agir e legitimidade ad causam em matérias tributárias a elas relacionadas. Podem, portanto, as instituições religiosas questionar judicialmente quaisquer lesões ou ameaças de lesões a seus interesses ou direitos; d) Errado. Tal lei, mesmo ao aplicar-se apenas ao âmbito do Estado Alfa, não configura uma situação de guerra fiscal constitucionalmente vedada, tal como reconhecido pela jurisprudência do STF. "A norma estadual, ao pretender ampliar o alcance da imunidade prevista na Constituição, veiculou benefício fiscal em matéria de ICMS, providência que, embora não viole o art. 155, § 2º, XII, “g”, da CF – à luz do precedente da CORTE que afastou a caracterização de guerra fiscal nessa hipótese (ADI 3421, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 5/5/2010, DJ de 58/5/2010) –, exige a apresentação da estimativa de impacto orçamentário e financeiro no curso do processo legislativo para a sua aprovação." **e) Errado.** A referida lei não está a efetivar a imunidade tributária constitucional das entidades religiosas prevista no art. 150, inc. VI, alínea “b”, da CF, a uma porque não se fala em imunidade sobre contribuinte de fato e a duas porque a hipótese tratada é de isenção fiscal. **Aqui residiu minha dúvida na última resolução, mas agora entendi. Tendo em vista que seria Contribuinte de Fato do ICMS, a entidade supracitada não faz jus à Imunidade Tributária, nesse caso. No entanto, seria beneficiada pela ISENÇÃO FISCAL criada pela supracitada lei estadual, de modo que, mesmo sendo apenas contribuinte de fato, poderia questionar judicialmente as exigências documentais exigidas pela nova lei, pois teria legitimidade ad causam e interesse de agir para tal.**
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FGV - 2022 - Procurador do Estado - PGE-SC A Cia. de Águas do Estado Alfa S/A, sociedade de economia mista estadual responsável pelo abastecimento de água, explora tal atividade em regime de exclusividade (sem concorrentes) no território estadual e possui ações negociadas em bolsa de valores adquiridas por acionistas privados. Diante desse cenário, é correto afirmar que: **B)** O fato de que tenha ações negociadas em bolsa de valores, adquiridas por acionistas privados, impede que goze de qualquer imunidade tributária; **E)** Tal empresa estatal faz jus às imunidades tributárias de impostos por prestar serviço público essencial em regime de exclusividade (sem concorrentes), ainda que possua ações negociadas em bolsa de valores.
**GABARITO: LETRA B** Respondi letra e), porque fiquei na dúvida se o fato de ter ações negociadas na bolsa automaticamente impediam o gozo de qualquer imunidade tributária ou se por explorar atividade em regime de exclusividade, poderia fazer jus a tais benefícios. A matéria foi decidida por maioria pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal, que acompanhou o voto do I. Relator, Min. Joaquim Barbosa: **"A imunidade tributária recíproca (art. 150, IV, “a”, da Constituição) não é aplicável às sociedades de economia mista cuja participação acionária é negociada em Bolsas de Valores, e que, inequivocamente, estão voltadas à remuneração do capital de seus controladores ou acionistas, unicamente em razão das atividades desempenhadas.** A finalidade de abrir o capital da empresa foi justamente conseguir fontes sólidas de financiamento, advindas do mercado, o qual espera receber lucros como retorno deste investimento. 5. A peculiaridade afasta o caso concreto da jurisprudência da Suprema Corte que legitima o gozo da imunidade tributária. As empresas públicas e as sociedades de economia mista delegatárias de serviços públicos essenciais, que não distribuam lucros a acionistas privados nem ofereçam risco ao equilíbrio concorrencial, são beneficiárias da imunidade tributária recíproca prevista no artigo 150, VI, a, da Constituição Federal, independentemente de cobrança de tarifa como contraprestação do serviço." (STF, Plenário, RE 1320054, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 06/05/2021, Repercussão Geral – Tema 1140).
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CESPE / CEBRASPE - 2022 - Procurador do Estado - PGE-PA Art. 37 [...] § 5.º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento. Brasil. Constituição Federal de 1988. Quanto ao dispositivo constitucional reproduzido anteriormente, o Supremo Tribunal Federal assentou o entendimento de que os prazos decadenciais e prescricionais previstos em leis específicas para os tribunais de contas são: **A)** Constitucionais, porque as regras de imprescritibilidade estabelecidas constitucionalmente devem ser interpretadas de modo restritivo. **C)** Inconstitucionais, porque as regras de imprescritibilidade estabelecidas constitucionalmente devem ser interpretadas de modo ampliativo.
**GABARITO: LETRA A** Respondi letra c), porque achei que não fosse possível que os Estados legislassem a esse respeito. O STF declarou a constitucionalidade de dispositivos da Constituição de Minas Gerais e de lei complementar estadual que determinam a aplicação da prescrição e da decadência no âmbito do Tribunal de Contas daquele estado. "A regra, nos mais diversos sistemas jurídicos, é a natural incidência dos institutos da prescrição e da decadência, tendo em conta sua direta relação com a “paz social e a segurança jurídica". **O Direito Público, apesar de submetido a peculiaridades, também a eles se sujeita. Nessa medida, as regras de imprescritibilidade estabelecidas constitucionalmente devem ser interpretadas de modo restritivo**, considerada a totalidade do sistema constitucional, mormente o princípio da segurança jurídica. O princípio da simetria não pode ser invocado desarrazoadamente, em afronta à sistemática constitucional de repartição de competências e à própria configuração do sistema federativo." **Portanto, como visto, o Supremo Tribunal Federal assentou o entendimento de que os prazos decadenciais e prescricionais previstos em leis específicas para os tribunais de contas são constitucionais, porque as regras de imprescritibilidade estabelecidas constitucionalmente devem ser interpretadas de modo restritivo.**
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CESPE / CEBRASPE - 2022 - Procurador do Estado - PGE-PA Considerando a hipótese de que uma unidade hospitalar pública do estado do Pará esteja em construção e que sua gestão ainda será definida, julgue os itens a seguir, acerca das possíveis formas de gestão dessa unidade hospitalar. **I** A administração estadual poderá manter a unidade hospitalar sob gestão direta da Secretaria de Estado de Saúde Pública. **II** A administração estadual poderá fazer da unidade hospitalar uma entidade da administração indireta, como autarquia criada por lei específica, sendo-lhe aplicado integralmente o regime juspublicista. **III** A administração estadual poderá fazer da unidade hospitalar uma entidade da administração indireta, como fundação estatal de direito público, à qual, a despeito da estrutura fundacional, aplica-se amplamente o regime juspublicista. **IV** A administração estadual poderá fazer da unidade hospitalar uma entidade da administração indireta, como fundação estatal de direito privado, criada por lei específica e submetida a regime jurídico de direito privado com algumas derrogações próprias do regime juspublicista. **V** A gestão da unidade hospitalar poderá ser ajustada com organização social, por meio de contrato de gestão, precedido de chamamento público, do qual não poderão participar entidades cujas contas tenham sido julgadas irregulares ou rejeitadas por tribunal ou conselho de contas de qualquer ente federativo, em decisão irrecorrível, nos últimos oito anos. A quantidade de itens certos é igual a: **C)** 3. **D)** 4.
**GABARITO: LETRA D** Respondi letra c), pois fiquei na dúvida se o Item V estava errado, em razão do excesso de informações e do prazo que não me recordava. I e II. CERTOS. Essas duas possibilidades são viáveis. A saúde é serviço público próprio, podendo a administração fornecê-la por meio direto (via Secretaria de Saúde), quando o serviço será prestado de forma geral, ou por meio de uma entidade criada para uma finalidade específica, quando o serviço oferecido também será específico. Por exemplo, um hospital que trate apenas, digamos, de câncer, seria um serviço específico, prestado por uma autarquia ou fundação autárquica. III. CERTO. Caso a opção seja a criação de uma fundação autárquica, sim, o regime aplicável será o regime juspublicista. IV. ERRADO. A questão acerta ao afirmar que essa fundação terá um regime predominantemente privado com derrogações ao regime público. Porém, se a fundação é de direito privado, ela não é criada por lei específica, mas por autorização legal. V. CERTO. Sim, é possível utilizar-se de parceria com uma organização social para esse fim, já que a lei que regula as Organizações Sociais prevê a saúde como uma das possíveis áreas de atuação das OSs.
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CESPE / CEBRASPE - 2022 - Procurador do Estado - PGE-PA Com base no entendimento do Supremo Tribunal Federal acerca das diretrizes firmadas na Constituição Federal de 1988 a respeito da administração pública, julgue os itens a seguir. **I** Tanto as funções de confiança quanto os cargos em comissão destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento, não sendo autorizada a criação de cargos em comissão e funções de confiança para atribuições meramente executivas ou operacionais, sob pena de burla à obrigatoriedade de concurso público. **II** O inc. X do art. 37 da Constituição Federal de 1988 estabelece o dever específico de que a remuneração dos servidores públicos seja objeto de aumentos anuais, mas o Poder Executivo pode deixar de encaminhar o projeto de lei de revisão anual dos vencimentos dos servidores públicos se houver, para tanto, razões de interesse público, a serem devidamente motivadas. **III** Nos casos de lícita acumulação remunerada de cargos, empregos e funções públicas, cada vínculo funcional deverá ser considerado isoladamente para a aplicação do teto remuneratório, afastada a observância do teto remuneratório quanto ao somatório dos ganhos do agente público. **IV** No caso dos ocupantes de cargo de professor, a idade mínima para fins de aposentadoria especial será reduzida em cinco anos para aqueles que comprovem tempo de efetivo exercício não apenas na docência, mas também nas atividades de direção de unidade escolar e de coordenação e assessoramento pedagógico, desde que desempenhadas exclusivamente em estabelecimentos de educação infantil e ensino fundamental, conforme fixado em lei complementar do respectivo ente federativo. **V** É inconstitucional lei que, de forma vaga, admite a contratação temporária para as atividades de educação pública, saúde pública, sistema penitenciário e assistência à infância e à adolescência, sem que haja demonstração da necessidade temporária subjacente. A quantidade de itens certos é igual a: **B)** 2. **C)** 3.
**GABARITO: LETRA C** Respondi letra b), por ter ficado na dúvida em relação ao Item III, no que diz respeito à exceção apresentada, de modo que ao cumular licitamente mais de um cargo, emprego ou função, o teto remuneratório deve ser considerado isoladamente. **Item I) CORRETO**, pois dispõe o inciso V, do artigo 37, da Constituição Federal, o seguinte: “Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento;". Ademais, cumpre salientar o seguinte entendimento jurisprudencial do **Supremo Tribunal Federal (STF): “Atribuições meramente executivas ou operacionais não autorizam a criação de cargos em comissão e funções de confiança, sob pena de burla à obrigatoriedade de concurso público, instrumento de efetivação dos princípios da isonomia, da impessoalidade e da moralidade, que garante aos cidadãos o acesso aos cargos públicos em condições de igualdade."** Precedentes: ADI 1.269, Rel. Min. Celso de Mello, Plenário, DJe de 28/8/2018; ADI 3.602, Rel. Min. Joaquim Barbosa, Plenário, DJe de 7/6/2011; ADI 3.706, Rel. Min. Gilmar Mendes, Plenário, DJ de 5/10/2007; ADI 3.233, Rel. Min. Joaquim Barbosa, Plenário, DJ de 14/9/2007; ADI 2.427, Rel. Min. Eros Grau, Plenário, DJ de 10/11/2006; ADI 1.141, Rel. Min. Ellen Gracie, Plenário, DJ de 29/8/2003; ADI 2.364-MC, Rel. Min. Celso de Mello, Plenário, DJ de 14/12/2001. **Item II) INCORRETO**, pois se refere ao inciso X, do artigo 37, CF: “X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices;". Ademais, cumpre salientar o seguinte entendimento jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal (STF): “A Constituição não estabelece um dever específico de que a remuneração dos servidores seja objeto de aumentos anuais, menos ainda em percentual que corresponda, obrigatoriamente, à inflação apurada no período, embora do artigo 37, X, da Constituição decorra o dever de pronunciamento fundamentado a respeito da impossibilidade de reposição da remuneração dos servidores públicos em dado ano, com demonstração técnica embasada em dados fáticos da conjuntura econômica." Precedente: RE 565.089, Redator do acórdão Min. Roberto Barroso, Plenário, DJe de 28/4/2020, Tema 19 da Repercussão Geral. **Item III) CORRETO**, devido ao seguinte entendimento jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal (STF): “O colendo STF, por ocasião do julgamento dos Recursos Extraordinários n. 602043 e n. 612975, nos quais foi reconhecida a repercussão geral sobre a matéria, consolidou tese no sentido de que: **“Nos casos autorizados constitucionalmente de acumulação de cargos, empregos e funções, a incidência do art. 37, inciso XI, da Constituição Federal pressupõe consideração de cada um dos vínculos formalizados, afastada a observância do teto remuneratório quanto ao somatório dos ganhos do agente público"**. (Acórdão 1239088, 07105430520178070018, Relatora: NÍDIA CORRÊA LIMA, Oitava Turma Cível, data de julgamento: 18/3/2020, publicado no PJe: 2/4/2020.) **Item IV) INCORRETO**, pois, conforme o § 5º, do artigo 40, da Constituição Federal, “os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima reduzida em 5 (cinco) anos em relação às idades decorrentes da aplicação do disposto no inciso III do § 1º, **desde que comprovem tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio fixado em lei complementar do respectivo ente federativo.**" **Item V) CORRETO**, devido ao seguinte entendimento jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal (STF): “É inconstitucional a lei que, de forma vaga, admite a contratação temporária para as atividades de educação pública, saúde pública, sistema penitenciário e assistência à infância e à adolescência, sem que haja demonstração da necessidade temporária subjacente." (ADI 3649, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Tribunal Pleno, julgado em 28/05/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-213 DIVULG 29-10-2014 PUBLIC 30-10-2014)
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FCC - 2022 - PGE-AM - Procurador do Estado O processo decisório das agências reguladoras federais foi disciplinado pela Lei nº 13.848/2019. A observância de tal diploma implica a: **B)** Manifestação do conselho diretor ou da diretoria colegiada, em relação ao relatório de análise de impacto regulatório, previamente à realização de consulta ou audiência pública. **C)** Obrigatoriedade da realização de análise de impacto regulatório em toda a decisão que envolva atos normativos caracterizados como de interesse geral dos agentes econômicos, consumidores ou usuários dos serviços prestados.
**GABARITO: LETRA B** Respondi letra c), por lembrar de ter estudado sobre a realização de análise de impacto regulatório dos atos normativos. **B) CORRETO**, pois segundo o art. 6º da Lei 13.848/2019, **quando se deseja alterar um ato normativo de "interesse geral dos agentes econômicos, consumidores ou usuários dos serviços prestados", antes de fazer a alteração notmativa é necessária a realização de Análise de Impacto Regulatório (AIR).** Além disso, será imprescindível que o conselho diretor (ou a diretoria colegiada) se manifeste sobre a Análise de Impacto Regulatório (AIR), sendo que a **AIR possuirá informações e dados sobre os possíveis efeitos do ato normativo.** Uma vez pronta a AIR, o conselho diretor ou diretoria colegiada pode decidir pelo encerramento ou continuidade do procedimento que posteriormente dará base à alteração normativa. Caso decida positivamente (pelo prosseguimento do procedimento), a manifestação (do conselho diretor ou da diretoria colegiada) deverá integrar (junto com o relatório da AIR) a documentação que será disponibilizada aos interessados em fazer consulta ou audiência pública. No ponto, repare que tanto a AIR quanto a manifestação já estão prontas e poderão ser usadas como base de consulta ou como base documental para a feitura de audiência pública. Assim, é evidente que a audiência pública veio depois (sucede) tanto da AIR quanto da manifestação. Em outras palavras, a manifestação precede a realização de eventual consulta e também precede eventual audiência pública. **C) INCORRETO** (art. 6º, §1º da Lei 13.848/2019). **Um Regulamento poderá fixar hipóteses nas quais a AIR será dispensável** para fins de se tomar decisão que envolva ato normativo caracterizado como de interesse geral.
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FCC - 2022 - PGE-AM - Procurador do Estado Conforme conceitua o Decreto Federal nº 8.945/2016, subsidiária é a empresa estatal cuja maioria das ações com direito a voto pertença direta ou indiretamente a empresa pública ou a sociedade de economia mista e conglomerado estatal é o conjunto de empresas estatais formado por uma empresa pública ou uma sociedade de economia mista e as suas respectivas subsidiárias. O regime jurídico da empresa subsidiária, no âmbito dos conglomerados estatais, **B)** Dispensa-a de realizar licitações, desde que adotem procedimento objetivo e impessoal para a realização de suas contratações. **E)** Dispensa autorização legislativa e licitação para alienação de seu controle acionário.
**GABARITO: LETRA E** Respondi letra b), por ter me confundido, achando que não era necessária a licitação para as subsidiárias. **b) ERRADA. As subsidiárias devem realizar licitação**, na forma do art. 173, §1º, III da CF: § 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração pública; **e) CORRETA - STF - ADI 5624 MC-Ref:** I – A **Alienação do controle acionário de empresas públicas e sociedades de economia mista exige autorização legislativa e licitação pública.** II – A **transferência do controle de subsidiárias e controladas não exige a anuência do Poder Legislativo e poderá ser operacionalizada sem processo de licitação pública, desde que garantida a competitividade entre os potenciais interessados e observados os princípios da administração pública** constantes do art. 37 da CF.
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FCC - 2022 - PGE-AM - Procurador do Estado À luz da Constituição Federal e da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, lei estadual que estabeleça que o valor do subsídio mensal dos Procuradores do Estado será equivalente ao dos membros do Ministério Público estadual, não podendo exceder o subsídio mensal do Governador, será: **B)** Inconstitucional, em relação aos membros da carreira que não o Procurador-Geral do Estado, cujo subsídio pode ser automaticamente equiparado ao do Procurador-Geral de Justiça, limitados, ambos, a 90,25% do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal. **D)** Inconstitucional, porque é vedada a vinculação de quaisquer espécies remuneratórias, para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público, não incidindo, em relação aos Procuradores, o teto remuneratório específico aplicável aos integrantes do Poder Executivo estadual, equivalente ao subsídio mensal do Governador.
**GABARITO: LETRA D** Respondi letra b), porque achei que pudesse haver uma exceção ao PGE, apesar de ter achado estranho a possibilidade de equiparar o seu subsídio ao do PGJ e me confundi com a assertiva d), que realmente está correta. **B) ERRADA.** É inconstitucional, nos termos do decidido pelo STF na ADI nº 6436. "É inconstitucional lei que equipara, vincula ou referencia espécies remuneratórias devidas a cargos e carreiras distintos, especialmente quando pretendida a vinculação ou a equiparação entre servidores de Poderes e níveis federativos diferentes. STF. Plenário. ADI 6436/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 27/11/2020 (Info 1000)." **D) CORRETA.** É vedada a vinculação de quaisquer espécies remuneratórias, para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público, não incidindo, em relação aos Procuradores, o teto remuneratório específico aplicável aos integrantes do Poder Executivo estadual, equivalente ao subsídio mensal do Governador. **A expressão “Procuradores”**, contida na parte final do inciso XI do art. 37 da Constituição da República, **compreende os PROCURADORES MUNICIPAIS**, uma vez que estes se inserem nas funções essenciais à Justiça, estando, portanto, submetidos ao **TETO DE NOVENTA INTEIROS E VINTE E CINCO CENTÉSIMOS POR CENTO (90,25%)** do subsídio mensal, em espécie, **dos ministros do Supremo Tribunal Federal.**
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Prova: Avança SP - 2022 - Câmara Municipal de Sorocaba - Procurador Legislativo Apesar da influência aristotélica na formação da ideia, o termo “constituição” tem origem mais sólida no vocábulo latino constituere, que significa estabelecer, firmar, organizar e delimitar. Vários constitucionalistas, mesmo assim, ressaltam a dificuldade em compreender um conceito e sentido específicos da expressão “constituição”, sobretudo considerando a multiplicidade de fatores que podem alterá-los. Assim, compreender as constituições em um sentido político, a fim de clarear a possibilidade de um conceito, é tê-la como uma decisão política fundamental, da qual pode ser feita uma norma jurídica ou não. “só é possível um conceito de Constituição quando se distinguem Constituição e Lei Constitucional [...]”. Assim, pelo sentido político, o governante deve respeitar a Constituição, “enquanto leis constitucionais podem ser suspensas durante o estado de exceção, e violadas pelas medidas do estado de exceção [...] Tudo isso não atenta contra a decisão política fundamental [...]”. Considerando as informações, acima, sobre conceito de constituição, qual dos autores listados, nas alternativas, abaixo, é o responsável pela concepção do sentido político das constituições? **C)** Carl Schmitt. **D)** Hans Kelsen.
**GABARITO: LETRA C** Respondi letra d), porque por eliminação sobraram Carl Schmitt e Hans Kelsen, acabei escolhendo o errado. Ferdinand La**SS**alle -> **S**OCIOLÓGICO Carl Schm**I**td -> POL**Í**TICO **K**elsen -> JURÍDI**K**O Ko**N**rad Hesse -> **N**ORMATIVO
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CESPE/CEBRASPE - 2021 - PGE-MS - Procurador do Estado Muito embora cada setor regulado conte com suas peculiaridades, a Lei n.º 13.848/2019 surgiu como instrumento uniformizador da forma e dos instrumentos de atuação dos agentes reguladores, consagrando elevada autonomia decisória desses agentes frente à administração direta. Nesse sentido, à luz da Lei n.º 13.848/2019, assinale a opção correta com referência à autonomia e transparência das agências reguladoras. **A)** A natureza especial conferida à agência reguladora é caracterizada pela ausência de subordinação hierárquica, autonomia funcional, decisória, administrativa e financeira, pela investidura a termo de seus dirigentes e a estabilidade durante os mandatos, estando ela sujeita apenas à tutela ministerial, que não a sujeitará a interferência nas suas competências finalísticas. **B)** Quando uma agência pública submeter a consulta pública minutas e propostas de alteração de atos normativos de interesse geral dos agentes econômicos, consumidores ou usuários dos serviços, competirá ao órgão responsável no Ministério da Economia opinar, quando considerar pertinente, sobre os respectivos impactos regulatórios.
**GABARITO: LETRA B** Respondi letra a), porque não me atentei à pegadinha de que na alternativa, afirma que as Agências Reguladoras estão sujeitas à Tutela Ministerial, o que não ocorre. Descartei as demais alternativas, pois estava convicto do acerto na a). **ALTERNATIVA A): INCORRETA** "Art. 3º A natureza especial conferida à agência reguladora é caracterizada pela ausência de tutela ou de subordinação hierárquica, pela autonomia funcional, decisória, administrativa e financeira e pela investidura a termo de seus dirigentes e estabilidade durante os mandatos, bem como pelas demais disposições constantes desta Lei ou de leis específicas voltadas à sua implementação." A despeito do caráter um tanto excessivo da norma, fato é que afirma que as agências reguladoras não estão sujeitas sequer à tutela, isto é, controle exercido pela administração direta, de sorte que este item da questão se mostra em confronto com a disposto na lei de regência, no ponto em que afirma que tais entidades estariam sujeitas apenas à tutela ministerial. **ALTERNATIVA B): CORRETA** Trata-se de afirmativa em perfeita conformidade com a norma do art. 9º, §7º, da Lei 13.848/2019, in verbis: "Art. 9º (...) § 7º Compete ao órgão responsável no Ministério da Economia opinar, quando considerar pertinente, sobre os impactos regulatórios de minutas e propostas de alteração de atos normativos de interesse geral dos agentes econômicos, consumidores ou usuários dos serviços prestados submetidas a consulta pública pela agência reguladora."
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CESPE / CEBRASPE - 2021 - PGE-CE - Procurador do Estado A respeito das limitações ao poder de tributar, considerada a CF e a jurisprudência do STF, julgue os seguintes itens. **I** A vedação à limitação ao tráfego de pessoas ou mercadorias por meio de tributos não impõe que sejam as operações interestaduais imunes a qualquer tributação, mas impede o agravamento da carga fiscal apenas pelo fato de ser a operação interestadual. **II** A imunidade tributária recíproca alusiva aos entes federados não tem aplicação na cobrança do imposto sobre produtos industrializados (IPI), ou do imposto sobre a circulação de mercadorias e serviços (ICMS), no tocante aos bens por eles adquiridos. **III** O princípio da vedação ao confisco revela a impossibilidade de ter-se tributação com efeitos antieconômicos, isto é, que inviabilize o desenvolvimento de atividades econômicas geradoras de riquezas. Assinale a opção correta. **B)** Apenas os itens I e II estão certos. **C)** Apenas os itens I e III estão certos.
**GABARITO: LETRA B** Respondi letra b), porque não sabia que em tributos indiretos, não havia a aplicação da imunidade tributária recíproca. **I - CORRETO** - O princípio da liberdade de tráfego encontra fundamento no artigo 150, V, CF/88, o qual estipula que sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, **é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público.** **II - ERRADO** - Há muito tem prevalecido no Supremo Tribunal Federal o entendimento de que a imunidade tributária subjetiva se aplica a seus beneficiários na posição de contribuintes de direito, mas não na de simples contribuintes de fato, sendo irrelevante para a verificação da existência do beneplácito constitucional a discussão acerca da repercussão econômica do tributo envolvido. **O ente beneficiário de imunidade tributária subjetiva ocupante da posição de simples contribuinte de fato** – como ocorre no presente caso –, embora possa arcar com os ônus financeiros dos impostos envolvidos nas compras de mercadorias (a exemplo do IPI e do ICMS), caso tenham sido transladados pelo vendedor contribuinte de direito, **desembolsa importe que juridicamente não é tributo, mas sim preço, decorrente de uma relação contratual.** Vale lembrar que o **IPI e o ICMS são impostos indiretos.** uma vez que o consumidor final é que, de fato, acaba por suportar a carga tributária, embora não seja designado pela lei como contribuinte desses impostos. **“A imunidade tributária subjetiva aplica-se a seus beneficiários na posição de contribuinte de direito, mas não na de simples contribuinte de fato**, sendo irrelevante para a verificação da existência do beneplácito constitucional a repercussão econômica do tributo envolvido."(RE 608872, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em 23/02/2017, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-219 DIVULG 26-09-2017 PUBLIC 27-09-2017). **III - CORRETO** - O princípio constitucional da vedação ao confisco preconiza que é vedada a utilização do tributo com efeito de confisco, ou seja, ao Estado é imposto um **impedimento, para que diante do argumento de cobrar tributo, não se aposse indevidamente de bens dos contribuintes.** Logo, há um mandamento indireto no sentido de que não se pode inviabilizar o desenvolvimento de atividades econômicas geradoras de riquezas.
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VUNESP - 2021 - Prefeitura de Várzea Paulista - SP - Procurador Municipal Segundo a legislação e a jurisprudência brasileiras em matéria tributária, é correto afirmar, acerca das limitações constitucionais ao poder de tributar, que **A)** A criação de imunidade tributária é matéria típica do texto constitucional, enquanto a de isenção é versada na lei complementar; há, pois, invasão da área reservada à lei complementar quando a lei ordinária cria isenção. **B)** O postulado da proporcionalidade qualifica-se como parâmetro de aferição da própria constitucionalidade material dos atos estatais. Atendendo a esse postulado, a legislação tributária reveste-se em sua dimensão material do necessário coeficiente de razoabilidade para sua constitucionalidade.
**GABARITO: LETRA B** Respondi letra a), pois achei que a alternativa b) trazia um conceito equivocado, acreditei que fosse uma pegadinha tratando o binômio Razoabilidade e Proporcionalidade como uma coisa só. Mesmo sabendo que a a) estava errada, por exclusão cheguei a essa resposta. **a) ERRADO**. A criação de imunidade tributária é matéria típica do texto constitucional, enquanto a de **Isenção é versada em lei ordinária específica** (e não em lei complementar), nos termos do art. 150, § 6.º, da Constituição Federal. Portanto, também é incorreta a afirmação de que há invasão da área reservada à lei complementar quando a lei ordinária cria isenção. **b) CERTO**. O postulado da proporcionalidade qualifica-se como parâmetro de aferição da própria constitucionalidade material dos atos estatais. Atendendo a esse postulado, a legislação tributária reveste-se em sua dimensão material do necessário coeficiente de razoabilidade para sua constitucionalidade. É a transcrição literal de parte da ementa de acórdão do STF. EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO - MATÉRIA TRIBUTÁRIA - SUBSTITUIÇÃO LEGAL DOS FATORES DE INDEXAÇÃO - ALEGADA OFENSA ÀS GARANTIAS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO ADQUIRIDO E DA ANTERIORIDADE TRIBUTÁRIA - INOCORRÊNCIA - SIMPLES ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA QUE NÃO SE CONFUNDE COM MAJORAÇÃO DO TRIBUTO - RECURSO IMPROVIDO. (...) **O postulado da proporcionalidade qualifica-se como parâmetro de aferição da própria constitucionalidade material dos atos estatais. Hipótese em que a legislação tributária reveste-se do necessário coeficiente de razoabilidade.** Precedentes (STF, RE n.º 200844 AgR, Relator(a): CELSO DE MELLO, julgado em 25/06/2002, DJ 16/08/2002).
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# **CICLO 02 - 31/01/2025** CESPE / CEBRASPE - 2024 - Procurador Substituto Acerca da aplicabilidade das normas constitucionais, julgue os itens a seguir. I As normas de eficácia limitada podem produzir determinados efeitos, como a não recepção de normas pré-constitucionais incompatíveis. II As normas de eficácia limitada, ainda que não regulamentadas, influem na interpretação das normas infraconstitucionais. III As normas de eficácia contida são desprovidas de eficácia até que lei as regulamente. IV As normas de eficácia plena são próprias do campo dos direitos fundamentais, em que se mostram capazes de produzir todos os efeitos almejados pelo legislador constituinte. Assinale a opção correta. **B** Apenas o item IV está certo. **C** Apenas os itens I e II estão certos.
**GABARITO: LETRA C** Respondi letra b) porque fiquei muito em dúvida se os itens I e II estavam corretos e o IV me pareceu correto. **I- Correto: TODAS AS NORMAS CONSTITUCIONAIS SÃO CAPAZES DE PRODUZIR EFEITOS DESDE A SUA ENTRADA EM VIGOR.** O que acontece é que algumas normas não conseguem produzir a totalidade desses efeitos porque precisam de complementação. Estas são as chamadas normas de eficácia limitada. Entretanto, **MESMO AS NORMAS DE EFICÁCIA LIMITADA PRODUZEM EFEITOS MÍNIMOS A PARTIR DE SUA ENTRADA EM VIGOR, COMO POR EXEMPLO, NÃO RECEPCIONAR NORMAIS QUE SEJAM COM ELAS INCOMPATÍVEIS.** **II- Correto:** pelo mesmo motivo acima, o item está certo, pois **OUTRO EFEITO MÍNIMO GERADO PELAS NORMAS DE EFICÁCIA LIMITADA É SERVIR COMO VETOR INTERPRETATIVO DAS NORMAS INFRACONSTITUCIONAIS.** **IV- Incorreto:** segundo as lições de José Afonso da Silva, as normas de eficácia plena estão situadas predominantemente entre os elementos orgânicos da Constituição. Cabe lembrar que os direitos fundamentais são enquadrados como elementos limitativos da Constituição, e não orgânicos.
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# CESPE/CEBRASPE - 2024 - Procurador do Município de Camaçari - BA Considerando os princípios jurídicos da administração pública e as consequências pelo seu descumprimento, assinale a opção correta. Alternativas **A** A probidade administrativa é um importante princípio constitucional cujo descumprimento configura crime de responsabilidade previsto expressamente na Constituição Federal de 1988. **D** O critério da principiolatria tem sido estimulado pela jurisprudência do STJ para a declaração de nulidade de atos administrativos, já que os princípios jurídicos são as bases fundamentais do ordenamento jurídico brasileiro.
**GABARITO: LETRA A** ​ Respondi letra d), porque fiquei na dúvida sobre ter lido algo parecido sobre o entendimento do STJ, mesmo tendo indicado a a) como possível alternativa correta e achando muito "estranho" o termo "princípiolatria" contido na alternativa marcada. **a) Certa.** A probidade é um princípio constitucional implícito, cuja previsão decorre de vários dispositivos constitucionais (CF, art. 14, § 9º; art. 15, § V; art. 37, § 4º; art. 85, V; entre outros). A violação desse princípio importará a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível (CF, art. 37, § 4º). Por fim, **são crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra: “a probidade na administração” (CF, art. 85, V).** **d) Errada.** O termo **"principiolatria"** vem sendo utilizado para explicar o uso excessivo de princípios como base para decisões judiciais contrárias ao ordenamento jurídico, configurando o denominado **“ativismo judicial”.** Por vezes, magistrados (ou autoridades públicas) utilizam os princípios para justificar decisões baseadas em convicções pessoais, em clara afronta ao ordenamento jurídico. Poderíamos citar inúmeros exemplos, muitos deles carregados de polêmica e polarização. **O STJ, apesar de utilizar também vários princípios para justificar as suas decisões, já criticou a principiolatria**, no seguinte caso: Embora não se descure da importância que deve ser conferida aos princípios jurídicos, o seu manejo exige parcimônia, sob pena de degenerar-se em verdadeira "principiolatria", **Logo, pelo menos “oficialmente”, o STJ não tem incentivado a “principiolatria”.**
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# FGV - 2024 - Procurador Legislativo ad Câmara Municipal de São Paulo-SP Jonas, professor de direito, questionou Pedro, um de seus alunos, a respeito do conceito de positivismo desenvolvido por Norberto Bobbio. Em sua explicação, Pedro observou que, na perspectiva de análise do célebre cientista político: **I.** o positivismo enquanto teoria indica o modo de análise do direito, opondo-se ao direito natural; **II.** o positivismo enquanto ideologia indica que o positivismo pode ser visto em sentido fraco, de modo que o direito deve encampar certos valores, ou em sentido forte, estando alheio à moral; e **III.** o positivismo enquanto método engloba três concepções sobre a natureza do direito, que são a coativa, a legal e a imperativa. Ao analisar as afirmações de Pedro, Jonas observou corretamente que **A** Todas as observações estão corretas. **C** Apenas a observação II está correta.
**GABARITO: LETRA C** ​ Respondi letra a), por não ter conhecimento suficiente sobre Norberto Bobbio e o Positivismo. Sabia apenas que o item II estava correto. **Norberto Bobbio distinguia três usos do termo "positivismo": **1. Positivismo como Método:** Oposição ao Direito Natural: Este uso enfatiza a análise do direito tal como ele é, em oposição ao direito natural que se concentra em como o direito deveria ser. O positivismo como método separa o "direito real" (o direito que existe e pode ser observado) do "direito ideal" (o direito que é desejado ou deveria existir). **2. Positivismo como Teoria: Seis Concepções sobre a Natureza do Direito:** Coativa, Legal e Imperativa: Estas três concepções formam a base do positivismo jurídico, descrevendo o direito como um conjunto de normas impostas pelo Estado e que devem ser obedecidas. Coerência, Completude e Interpretação Mecânica do Ordenamento: Estas concepções ampliam o positivismo, referindo-se à estrutura interna do sistema jurídico, sua coerência lógica, sua completude (ausência de lacunas) e a ideia de que a interpretação jurídica pode ser feita de forma mecânica ou automática. **3. Positivismo como Ideologia: Sentido Fraco e Forte:** Sentido Fraco: O direito positivista pode incorporar certos valores, reconhecendo a necessidade de que a legislação reflita valores sociais e morais. Sentido Forte: O direito deve ser aplicado independentemente de considerações morais, significando que as normas jurídicas devem ser observadas e obedecidas quaisquer que sejam seus conteúdos morais.
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# CESPE / CEBRASPE - 2023 - PGE-SE - Procurador do Estado Em relação aos direitos, aos deveres e às garantias fundamentais, assinale a opção correta. **C** O preceito convencional aprovado com status de emenda à Constituição se aplica de forma prevalente sobre o texto originário da Constituição, se for mais favorável ao titular do direito. **D** O direito ao esquecimento é direito fundamental implícito no direito à intimidade e à vida privada.
**GABARITO: LETRA C** ​ Respondi letra d), porque interpretei de uma maneira burra as alternativas. Sabia que a d) teria que ser uma forçação de barra para estar correta, mas entendi a c) de uma maneira que eliminei prontamente, apesar de claramente estar correta. **C. CERTO** De fato, caso um preceito convencional seja aprovado com status de emenda constitucional, ele poderá se sobrepor ao texto original da Constituição Federal, se for mais favorável, ou seja, se oferecer maior proteção ao titular do direito. **D. ERRADO** Sobre o assunto, o **STF tem entendimento consolidado, noticiado no informativo 1005, no sentido de que o direito ao esquecimento é incompatível com a Constituição:** "É incompatível com a Constituição a ideia de um direito ao esquecimento, assim entendido como o poder de obstar, em razão da passagem do tempo, a divulgação de fatos ou dados verídicos e licitamente obtidos e publicados em meios de comunicação social analógicos ou digitais. Eventuais excessos ou abusos no exercício da liberdade de expressão e de informação devem ser analisados caso a caso, a partir dos parâmetros constitucionais – especialmente os relativos à proteção da honra, da imagem, da privacidade e da personalidade em geral – e as expressas e específicas previsões legais nos âmbitos penal e cível". (STF. Plenário. RE 1010606/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 11/2/2021 (Repercussão Geral – Tema 786) **(Info 1005).**
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# VUNESP - 2023 - Procurador Legislativo da Câmara de Aparecida - SP Considere a situação hipotética na qual, em 04 de março de 2003, Felisberto adquiriu de Onofre um apartamento avaliado na época em R$ 100.000,00. Em 05 de maio do mesmo ano, foi lavrada a escritura de compra e venda do imóvel junto a um dos tabelionatos de notas do Município “X”, onde está localizado o imóvel, sem que fosse declarado e pago o Imposto sobre a Transmissão Onerosa de Bens Imóveis e direitos a eles relativos – ITBI. Durante os anos que se passaram, a escritura não foi levada a registro, o que somente veio a ocorrer em 03 de julho de 2023, sendo o ato realizado sem o pagamento do imposto, na medida em que Felisberto convenceu o Oficial Registrador de que não seria mais devido depois de tanto tempo. Todavia, em 16 de agosto de 2023, o Município “X” tomou conhecimento do fato e pretende exigir o ITBI. Diante da situação hipotética, é correto afirmar que o Fisco Municipal Alternativas **A** Pode efetuar o lançamento de ofício a fim de constituir o crédito referente ao ITBI até 31 de dezembro de 2028. **B** Pode efetuar o lançamento de ofício para constituir o crédito referente ao ITBI até 03 de julho de 2028.
**GABARITO: LETRA A** ​ Respondi letra b), porque me confundi na aplicação do dispositivo legal. De fato, temos a aplicação do art. 173, I do CTN, ou seja, **5 anos a contar do primeiro dia do exercício seguinte àquele que poderia ter sido efetuado, conforme jurisprudência que os colegas já mencionaram.** Pois bem. **Primeiro dia do exercício seguinte àquele que poderia ter sido efetuado: 01/01/2024** 2024 - Início da contagem decadencial 2025 - em 01/01/2025, passou-se 1 ano 2026 - em 01/01/2026, passaram-se 2 anos 2027 - em 01/01/2027, passaram-se 3 anos 2028 - em 01/01/2028, passaram-se 4 anos 2029 - em 01/01/2029, passaram-se 5 anos Isso não faria então com que a data ficasse para o dia 02/01/2029, tendo o fisco a possibilidade de cobrar até esta data? Não. **A lei diz que se extingue após 5 anos, aqui não se aplica aquilo que aprendemos, na regra geral da contagem de prazos, de incluir o dia de vencimento (acho que foi aqui que acabei fazendo confusão então achei válido mencionar). Desse modo, no dia 01/01/2029, a decadência vai ter ocorrido, por isso que o prazo derradeiro é no dia 31/12/2028. Um dia antes de se concluir os 5 anos. **Resumo da ópera: no 173, I, do CTN: **1. conta 5 anos a partir do exercício seguinte àquele que poderia ter sido efetuado; **2. no dia em que se completa os 5 anos, ocorreu a decadência; **3. o dia anterior ao do item '2' é o que será o último dia para a fazenda efetuar o lançamento.**
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# VUNESP - 2023 - Procurador Legislativo da Câmara de Aparecida - SP Considerando o sentido sociológico atribuído à constituição, é correto afirmar que o conceito compreende Alternativas **B** A somatória dos fatores reais do poder dentro de uma sociedade. **C** Norma que define e trata das regras estruturais da sociedade.
**GABARITO: LETRA B** ​ Respondi letra c), porque não sabia o conteúdo e fui por dedução. Deduzi mal. **B. CERTO**. A somatória dos fatores reais do poder dentro de uma sociedade. Ferdinand Lassalle, em conferência realizada em 1862 para intelectuais e operários da antiga Prússia, diferenciou o que ele denominou como constituição jurídica (ou escrita) da constituição real (ou efetiva). Para ele, os problemas constitucionais deveriam ser analisados como questões do poder, e não do direito. Desta forma, o fundamento da verdadeira constituição de um país seriam os fatores reais e efetivos do poder vigente, constituídos pelo conjunto de forças politicamente atuantes na conservação das instituições jurídicas como a monarquia, a aristocracia, a grande burguesia, os banqueiros etc. E estes fatores formariam a constituição real do país. Esta constituição seria “a soma dos fatores reais do poder que regem uma nação”. A constituição jurídica seria responsável por colocar a constituição real, os fatores reais e efetivos do poder vigente em uma “folha de papel”. Desta forma, para Lassale, como haveria sempre a prevalência da vontade dos titulares do poder, a constituição jurídica só seria boa e duradoura quando “corresponder à constituição real e tiver suas raízes nos fatores do poder que regem o país”. De outro modo, não passaria de uma “folha de papel” fadada a sucumbir. **Assim, na visão Sociológica de LaSSale, em um possível conflito entre a Constituição jurídica e a Constituição real, está última prevalecerá.**
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# VUNESP - 2023 - Procurador Municipal de Sertãozinho - SP A respeito dos princípios da Administração Pública, assinale a alternativa correta. **A** Os princípios administrativos autorizam que os gestores públicos decidam com base valores jurídicos abstratos, desde que sejam consideradas as consequências práticas da decisão. **B** O exercício do poder regulamentar, por agências reguladoras, de acordo com o STF, pode ser exercido sem base legislativa.
**GABARITO: LETRA A** ​ Respondi letra b), pois pensei na autonomia que as Agências Regulatórias possuem e acabei interpretando mal a questão. **B) ERRADA DEVE HAVER PREVISÃO EM LEI, RESPEITANDO O PRINCÍPIO DA LEGALIDADE).** A administração deve realizar tudo o que a lei permiti, se não há lei, não há poder para isso. O exercício da atividade regulatória da Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT) — especialmente as disposições normativas que lhe conferem competência para definir infrações e impor sanções e medidas administrativas aplicáveis aos serviços de transportes — deve respeitar os limites para a sua atuação definidos no ato legislativo delegatório emanado pelo Congresso Nacional. STF. Plenário. ADI 5906/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgado em 6/3/2023 (Info 1085). **C) ERRADA. O princípio da supremacia do interesse público e da indisponibilidade do interesse público** estão expressamente previstos na Constituição Federal. **(ESTÃO IMPLÍCITOS)**
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# CESPE / CEBRASPE - 2023 - PGM - SP - Procurador do Município Com base na Constituição Federal de 1988 e na jurisprudência dos tribunais superiores, julgue os itens a seguir. I Uma sociedade de economia mista estadual, que atue como prestadora exclusiva do serviço público de abastecimento de água potável e coleta e tratamento de esgotos sanitários, possui o direito à imunidade tributária recíproca sobre impostos federais incidentes sobre seu patrimônio, renda e serviços, desde que haja a prestação de um serviço público, que não ocorra a distribuição de lucros aos acionistas e que essa sociedade não atue em regime concorrencial. II As entidades religiosas podem se qualificar como instituições de assistência social, para aproveitar os benefícios da imunidade tributária prevista na Constituição Federal de 1988, que abrange não apenas os impostos incidentes sobre o patrimônio, renda e serviços dessas entidades, mas também os impostos relacionados à importação de bens a serem utilizados na realização de seus objetivos estatutários. III A sociedade de economia mista, prestação de serviço público, cuja participação acionária é negociada em bolsas de valores, e que, inequivocamente, está voltada à remuneração do capital de seus controladores ou acionistas, está abrangida pela regra de imunidade tributária. **A** Apenas o item I está certo. **C** Apenas os itens I e II estão certos.
**GABARITO: LETRA A** ​ Respondi letra c), pois achei que os impostos relacioados à Importação fossem uma exceção à Imunidade concedida às Entidades Religiosas. **ITEM II Informativo 1047 do STF.** As entidades religiosas podem se caracterizar como instituições de assistência social a fim de se beneficiarem da imunidade tributária prevista no art. 150, VI, ‘c’, da Constituição, que **abrangerá não só os impostos sobre o seu patrimônio, renda e serviços, mas também os impostos sobre a importação de bens a serem utilizados na consecução de seus objetivos estatutários. STF. Plenário. RE 630790/SP, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 18/3/2022 (Repercussão Geral – Tema 336) **(Info 1047).**
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# CESPE / CEBRASPE - 2023 - AGU - Procurador Federal Conforme a legislação processual civil e a jurisprudência do STJ no que se refere ao pedido de desistência de ação ajuizada contra pessoa jurídica de direito público da administração pública federal, assinale a opção correta. **B** Caso a desistência seja apresentada após o oferecimento de contestação, será legítima a exigência de renúncia expressa do autor ao direito sobre o qual se funda a ação, para que a fazenda pública concorde com o requerimento. **D** Somente até o momento do saneamento do processo, quando ocorre a estabilização da demanda, será possível a apresentação de pedido de desistência.
**GABARITO: LETRA B** ​ Respondi letra d), pois não tinha conhecimento necessário para acertar a questão. **A fazenda pública pode concordar com pedido de desistência da ação, nas causas de quaisquer valores desde que o autor renuncie expressamente ao direito sobre que se funda a ação, é o que dispõe o art. 3º da Lei 9.469/1997.** Isso ocorre porque o autor renunciando expressamente ao direito, o juiz homologará a renúncia à pretensão formulada e consequentemente **haverá resolução do mérito, o que faz coisa julgada material e inviabiliza que o autor entre novamente com tal ação.** Atente-se ao fato de que o **STJ** entende legítima tal conduta, de acordo com a tese firmada no **Tema repetitivo 524:** “Após o oferecimento da contestação, não pode o autor desistir da ação, sem o consentimento do réu (art. 267, § 4º, do CPC), sendo que é legítima a oposição à desistência com fundamento no art. 3º da Lei 9.469/97, razão pela qual, nesse caso, a desistência é condicionada à renúncia expressa ao direito sobre o qual se funda a ação."
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# CESPE / CEBRASPE - 2023 - AGU - Advogado da União A Presidência da República editou a Medida Provisória (MP) X, com efeitos a partir da respectiva publicação, revogando a cobrança do adicional de alíquota da COFINS. Antes de decorridos sessenta dias de vigência da MP X, foi editada a MP Y, com efeitos a partir da sua publicação, que, por sua vez, revogou o beneficio previsto na MP X, restaurando a cobrança daquele adicional de alíquota da COFINS. A MP Y perdeu eficácia pelo decurso do tempo, razão por que a MP X voltou a ter efeitos pelo prazo que restava, de forma que a cobrança do adicional da alíquota da COFINS foi novamente obstada. A MP X, também pelo decurso do tempo, perdeu sua eficácia, possibilitando que a cobrança do adicional da alíquota da COFINS fosse, por fim, reativada. Em relação a essa situação hipotética, observados o disposto na CF e a jurisprudência do STF acerca do princípio da anterioridade tributária, assinale a opção correta. **C** A anterioridade anual deveria ser observada em dois momentos: após a edição da MP Y, no que revogou a MP X, e após a volta da cobrança da alíquota adicional da COFINS em decorrência da perda da eficácia da MP X, pelo decurso do tempo restante. **D** A anterioridade nonagesimal deveria ser observada em apenas um momento: após a edição da MP Y, no que revogou a MP X.
**GABARITO: LETRA D** ​ Respondi letra c), porque não sabia que para incidência das anterioridades, é necessário que nova lei cause o aumento, mesmo que indireto dos tributos. Sendo assim, quando há o aumento indireto, com a volta da cobrança da alíquota adicional, em razão da perda de eficácia da MP, não constitui hipótese de aplicação da anterioridade. **Quando a MP Y revogou a MP X, houve majoração indireta de tributo, pois revogado benefício tributário. O STF entende que, em tal caso, deve ser observado o princípio da anterioridade.** Assim, conforme o DoD: O ato normativo que revoga um benefício fiscal anteriormente concedido configura aumento indireto do tributo e, portanto, está sujeito ao princípio da anterioridade tributária: Não apenas a majoração direta de tributos atrai a eficácia da anterioridade, mas também a majoração indireta decorrente de revogação de benefícios fiscais. STF. 1ª Turma. RE 1053254 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 26/10/2018. Portanto, não há dúvida da incidência do princípio da anterioridade quando da edição da MP Y. Por fim, **quando a MP deixa de ser convertida em lei, o que há é uma retomada da legislação anterior, que estava meramente suspensa, e não a publicação de uma nova lei instituindo ou majorando tributo.** Ou seja, não incide o art. 150, III, c, da CF, já que não se trata de publicação de nova lei. Veja o que diz a literalidade da norma: "Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: III - cobrar tributos: c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b;". E o art. 62, § 3º, da CF: "§ 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos termos do § 7º, uma vez por igual período, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes". **Deste modo, não incide o princípio da anterioridade quando perde vigência MP que tenha reduzido o tributo.**
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# CESPE / CEBRASPE - 2023 - AGU - Advogado da União Em relação ao constitucionalismo e ao sistema constitucional brasileiro, assinale a opção correta. **B** O marco histórico do neoconstitucionalismo no direito brasileiro data do reconhecimento dos preceitos democráticos e dos direitos básicos à liberdade, a propriedade e à segurança pela Constituição Federal de 1946. **E** O denominado patriotismo constitucional apregoa o abandona de ideias nacionalistas e a busca de uma identidade política coletiva conciliada com uma perspectiva universalista comprometida com os princípios do Estado democrático de direito.
**GABARITO: LETRA E** ​ Respondi letra b), porque não conhecia o conceito de "Patriotismo Constitucional", então fiquei tentando achar a alternativa mais razoável. De acordo com Vinícius Silva Bonfim, o patriotismo constitucional representa a construção de uma nova identidade que leva em consideração a história de uma coletividade a partir da Constituição. O termo foi inicialmente introduzido pelo filósofo Dolf Sternberg, e mais tarde, retomado pelo sociólogo Mario Rainer Lepsius (LACROIX, 2005, p.123), que foi utilizado na criação de uma nova identidade coletiva pós-guerra com base na Lei Fundamental da República Federativa Alemã de 1949, ou também denominada de “Lei Fundamental de Bonn”. **O patriotismo constitucional é um conceito cunhado por Jürgen Habermas, que defende a ideia de que os cidadãos devem se identificar com os valores e princípios da Constituição, em vez de adotar posturas nacionalistas. Essa ideia tem ganhado espaço em diversos países, inclusive no Brasil.**
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# VUNESP - 2022 - AL-SP - Procurador da Assembleia Legislativa As Constituições que são outorgadas, mas dependem de ratificação popular através do referendo, e aquelas que não têm valor jurídico, servindo apenas como instrumento de legitimação de poder, são classificadas, respectivamente, como constituições. Alternativas: **A** Cesarista e semântica. **E** Pactuada e nominal.
**GABARITO: LETRA A** ​ Respondi letra e), me confundi e troquei a resposta. Questão acertada anteriormente. **E) Errada**, pois **Constituição pactuada é aquela que decorre justamente de um pacto entre os detentores do poder constituinte** e, com isso, surge um pacto conciliatório para um texto. Constituição nominal é aquela que possui validade jurídica, mas no mundo real ela é ignorada ou o processo político acaba não se adequando a ela. **Constituições Cesaristas ou Bonapartistas:** -> São outorgadas, mas necessitam de referendo popular. -> O texto é produzido sem qualquer participação popular, cabendo ao povo apenas a sua ratificação.
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# FGV - 2022 - AGE-MG - Procurador do Estado Em relação às isenções e aos benefícios fiscais referentes ao ICMS, analise as afirmativas a seguir. **I.** O estorno proporcional de crédito de ICMS efetuado pelo Estado de destino, em razão de crédito fiscal presumido concedido pelo Estado de origem, unilateralmente, não viola o princípio constitucional da não cumulatividade. **II.** As reuniões do Conselho Nacional de Política Fazendária (CONFAZ) podem ser realizadas com a presença de representantes da maioria das unidades da Federação. **III.** É constitucional a lei estadual que, com amparo em convênio do CONFAZ, conceda remissão de créditos de ICMS oriundos de benefícios fiscais anteriormente julgados inconstitucionais. Está correto o que se afirma em **C** I e III, apenas. **E** I, II e III.
**GABARITO: LETRA E** ​ Respondi letra c), porque achei que fosse necessária a presença dos representantes de todas as Unidades da Federação. II. As reuniões do Conselho Nacional de Política Fazendária (CONFAZ) podem ser realizadas com a presença de representantes da maioria das unidades da Federação. Correto, por **respeitar a LC 24/75** (válido ressaltar que o dispositivo cita uma obrigatoriedade dessa presença de representantes da maioria das unidades da Federação): Art. 2º - Os convênios a que alude o art. 1º, serão celebrados em reuniões para as quais tenham sido convocados representantes de todos os Estados e do Distrito Federal, sob a presidência de representantes do Governo federal. § 1º - **As reuniões se realizarão com a presença de representantes da maioria das Unidades da Federação.
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# FGV - 2022 - PGE-SC - Procurador do Estado Acerca desses fenômenos e à luz também da atual jurisprudência dos Tribunais Superiores, é correto afirmar que: **C** A dívida tributária prescrita espontaneamente paga pelo sujeito passivo não pode ser objeto de repetição do indébito tributário; **E** Nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, quando a declaração é feita a menor, também com pagamento a menor do tributo devido, o prazo decadencial para o lançamento suplementar conta-se da ocorrência do fato gerador.
**GABARITO: LETRA E** ​ Respondi letra c), pois achei que estava correta. **LETRA C: ERRADA.** **A dívida tributária prescrita espontaneamente paga pelo sujeito passivo PODE ser objeto de repetição do indébito tributário.** CTN, Art. 165: “O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto, à restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento, ressalvado o disposto no § 4º do artigo 162, nos seguintes casos: I - cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido;(...) CTN, Art. 168: “O direito de pleitear a restituição extingue-se com o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contados: I - nas hipóteses dos incisos I e II do artigo 165, da data da extinção do crédito tributário; (...)” **LETRA E: CORRETA** Tributo sujeito à lançamento por homologação: **a)** Se o sujeito passivo antecipa o pagamento, mas paga menos do que deveria: O Fisco terá o poder-dever de realizar o lançamento de ofício cobrando as diferenças. O prazo decadencial para o lançamento de ofício é de 5 anos. O termo inicial do prazo é a data do fato gerador. Aplica-se a regra do art. 150, § 4º do CTN. Vale ressaltar que, se ficar comprovado que o contribuinte pagou apenas parte do valor, mas agiu com dolo, fraude ou simulação, ficará afastada a regra do § 4º do art. 150 (mais benéfica ao contribuinte), devendo ser aplicado o art. 173, I, do CTN (um pouco mais favorável ao Fisco, que ganhará um tempo maior para lançar). **b)** Se o sujeito passivo não antecipa nada do pagamento (não paga nada): O Fisco terá o poder-dever de fazer o lançamento de ofício cobrando todo o valor que não foi pago. O prazo decadencial para o lançamento de ofício é de 5 anos. O termo inicial do prazo será o primeiro dia do ano seguinte àquele em que ocorreu o fato gerador. Aplica-se a regra do art. 173, I, do CTN. Obs: chamo a atenção novamente para o fato de que o prazo é de 5 anos. Digo isso porque o Fisco, durante um bom tempo, defendeu a tese de que, no caso de não pagamento, o prazo decadencial seria de 10 anos (a Fazenda queria somar o prazo do art. 105, § 4º com o do art. 173, I). Após um tempo de polêmica, esta tese, foi finalmente rechaçada pelo STJ (REsp 973.733-SC). **Súmula 555-STJ:** Quando não houver declaração do débito, o prazo decadencial quinquenal para o Fisco constituir o crédito tributário conta-se exclusivamente na forma do art. 173, I, do CTN, nos casos em que a legislação atribui ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa. STJ. 1ª Seção. Aprovada em 09/12/2015. DJe 15/12/2015.
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# CESPE / CEBRASPE - 2022 - Prefeitura de Maringá - PR - Procurador Munici A respeito do poder constituinte e dos princípios fundamentais, assinale a opção correta. **B** As Constituições estaduais podem permitir a proposição de emenda constitucional por iniciativa popular. **E** O poder constituinte derivado decorrente é outorgado aos municípios, possibilitando que esses entes criem e reformem suas leis orgânicas.
**GABARITO: LETRA B** Respondi letra e), pois não tinha ideia que o Poder Constituinte Derivado Decorrente não se aplicava aos Municípios, mas tão somente aos Estados Membros e DF. ​ **b) CORRETO** - A iniciativa popular de emenda à Constituição Estadual é compatível com a Constituição Federal, encontrando fundamento no art. 1º, parágrafo único, no art. 14, II e III e no art. 49, VI, da CF/88. Embora a Constituição Federal não autorize proposta de iniciativa popular para emendas ao próprio texto, mas apenas para normas infraconstitucionais, não há impedimento para que as Constituições Estaduais prevejam a possibilidade, ampliando a competência constante da Carta Federal. STF. Plenário. ADI 825/AP, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 25/10/2018 (Info 921). **e) ERRADO** - O **Poder Constituinte Derivado Decorrente representa a possibilidade que os Estados-Membros**, como consequência da autonomia político-administrativa garantida constitucionalmente, têm de se auto-organizarem por meio de suas respectivas Constituições estaduais. Tal Poder visa complementar a Constituição com a obra produzida pelos Estados-membros, qual seja, as Constituições Estaduais, conforme artigo 11 do ADCT e artigo 25, CF/88. Devem obedecer, no entanto, aos limites fixados pela Constituição Federal, quais sejam: 1) Princípios constitucionais sensíveis: previstos no art.34, VII, CF/88, sendo que o seu descumprimento pelo Estado autoriza a política de intervenção federal; 2) Princípios federais extensíveis: são normas centrais comuns à União, Estados, DF, Municípios, de observância obrigatória e que perpassam toda a Constituição – art.1º, I a V, art.3º, I a IV, art.4º, I a X, art.5º, art.6 a 11, art.14; 3) Princípios constitucionais estabelecidos: normas espalhadas pelo texto constitucional, responsáveis por organizar a Federação, subdividindo-se em normas de competência –art.21, 22, 23 a 25, art.27,§3º, art.30, art.75, art.96, I, a a f, art.98, I e II, art.125, §4º a 6º, art.145, I a III, art.155 - , e normas de preoordenação – art.27 e 28, art.37, I a XXI, §§1º a 6º, art.39 a 41, art.42, §§1º a 11, art.75, art.95, I a III, parágrafo único, art.235, I a XI. As normas de preordenação também são chamadas de reprodução obrigatória, pois não só devem ser respeitadas, mas como alocadas nas Constituições Estaduais. **Quanto aos Municípios, a corrente doutrinária majoritária é no sentido de que não há nos Municípios poder constituinte decorrente, salvo no caso da Lei Orgânica do Distrito Federal.**
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# CESPE / CEBRASPE - 2022 - PGE-PA - Procurador do Estado A respeito do poder constituinte, é correto afirmar que: **A** Atualização de uma Constituição pode ser feita tanto pelo poder constituinte originário quanto pelo poder constituinte derivado, por meio da chamada mutação constitucional e da reforma constitucional. **B** O poder constituinte originário é extraordinário, uma vez que pode surgir a qualquer momento, devido à sua excepcionalidade.
**GABARITO: LETRA B** Respondi letra a), pois interpretei mal a questão, de modo que imaginei que o Poder Constituinte Originário não fosse extraordinário. **A. ERRADO.** A atualização de uma Constituição é feita através do Poder Constituinte Derivado Reformador, por meio das Emendas Constitucionais, que exige um quórum qualificado de aprovação, nos termos do art. 60, § 2º da Constituição Federal. A mutação constitucional, por sua vez, é a possibilidade de alterar o sentido de uma norma sem precisar fazer uma mudança expressa no texto. **B. CERTO.** O poder constituinte originário é extraordinário, uma vez que pode surgir a qualquer momento, devido à sua excepcionalidade. **O poder constituinte originário é considerado extraordinário porque é um poder de criação da ordem constitucional que surge em momentos excepcionais e de crise, quando a ordem jurídica existente não consegue mais atender às demandas sociais e políticas da sociedade.** O poder constituinte originário é exercido por um órgão ou entidade que não está subordinado a nenhuma outra autoridade constituída e não se submete a nenhum limite formal, ou seja, não está vinculado à Constituição ou a qualquer outra norma pré-existente. Ele é, portanto, o poder supremo e incondicionado de criar uma nova ordem constitucional. Por isso, o poder constituinte originário é considerado extraordinário e excepcional, porque ele só surge em momentos de ruptura institucional ou mudança profunda da sociedade e do Estado, como em casos de revoluções, golpes de Estado, guerras ou outros eventos que alteram de forma significativa a ordem jurídica e política. Em resumo, a assertiva está correta, pois o poder constituinte originário é extraordinário, já que surge em momentos excepcionais e é um poder supremo e incondicionado de criação da ordem constitucional.
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# FCC - 2022 - PGE-AM - Procurador do Estado da 3ª Classe Em demanda judicial em que se discute a inconstitucionalidade da cobrança de determinado tributo no ano de 2005, o contribuinte efetua o depósito do valor em discussão. A demanda transita em julgado em 2011 e, por demora da serventia, antes da conversão do depósito em favor do Fisco, sobrevém lei de 02/01/2012 que concede remissão do tributo em favor dos contribuintes. O contribuinte, autor da demanda, apresenta petição ao juiz, pleiteando que não haja a conversão em renda para o Fisco, mas levantamento do depósito em seu favor. O juiz deve decidir que o valor seja levantado em favor do: **C** Fisco, em respeito à coisa julgada e à boa-fé objetiva. **D** Contribuinte, considerando a remissão posterior à coisa julgada.
**GABARITO: LETRA D** Respondi letra c), pois imaginei que em razão da coisa julgada antes da Lei que concedeu a remissão do tributo, este deveria ser levantado em favor do Fisco, por não ter conhecimento da Jurisprudência do STJ Tema 485. **Alternativa D: CORRETA** O juiz deve decidir que o valor seja levantado em favor do contribuinte, considerando a remissão posterior à coisa julgada. Explica-se. I) O ajuizamento da ação acompanhada do depósito judicial do montante integral do tributo devido suspende o crédito tributário (CTN, art. 151, inc. II); II) Houve o trânsito em julgado da demanda em favor do fisco em 2011, mas o depósito não foi convertido em renda; III) Em 02/01/2012, ocorreu remissão (perdão) do tributo em favor do contribuinte, que é uma modalidade de extinção do crédito tributário (CTN, art. 156, inc. IV); IV) **A jurisprudência consolidada do STJ (tema 485) vaticina que “o crédito tributário, mesmo após o transito em julgado, pode ser objeto de remissão e/ou anistia, desde que não tenha havido ordem para transformação em pagamento definitivo e a lei instituidora da remissão e/ou anistia não exclua expressamente tal situação do seu âmbito de incidência”;** **Dessa forma, tendo havido a remissão, mesmo após o trânsito em julgado da decisão judicial e como não houve a conversão do depósito em renda (pagamento definitivo) em favor do fisco, o contribuinte tem o direito à repetição do que depositou, isto é, o juiz deve decidir que o valor seja levantado em favor do contribuinte, mesmo considerando que a remissão ocorreu posteriormente à coisa julgada.**
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# FCC - 2022 - PGE-AM - Procurador do Estado da 3ª Classe O Supremo Tribunal Federal reconheceu ser inconstitucional a majoração de determinado tributo com decisão transitada em julgado em 25/10/2019. Ao perceber que tinha recolhido tributo a maior em pagamento de 26/10/2015, Heitor Fortificações Ltda. efetua compensação tributária correspondente em 23/12/2020, deixando de recolher o tributo na mesma data. Ao ser contestado por autoridades fazendárias, Heitor Fortificações Ltda. imediatamente ingressa com mandado de segurança em 25/10/2021. De acordo com o Código Tributário Nacional e a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, **C** O mandado de segurança não é instrumento adequado à hipótese e houve prescrição do indébito tributário. **D** O mandado de segurança é instrumento adequado à hipótese e não houve prescrição do indébito tributário.
**GABARITO: LETRA C** Respondi d), pois apesar de saber que era alvo de Jurisprudência importante, não lembrava se o teor dela era no sentido de ser o instrumento adequado ou não. **Alternativa C:** Conforme a **Súmula STJ - 460** - **É incabível o mandado de segurança para convalidar a compensação tributária realizada pelo contribuinte.** (SÚMULA 460, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 25/08/2010, DJe 08/09/2010) O principal motivo de confusão é a **Súmula 213-STJ**, que **incentiva o uso do Mandado de Segurança de natureza preventiva para a declaração do direito à compensação.** "O mandado de segurança constitui ação adequada para a declaração do direito à compensação tributária." (SÚMULA 213, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 23/09/1998, DJ 02/10/1998, p. 250) Portanto, conforme a **Súmula 213 STJ** É cabível o uso do Mandado de Segurança de natureza preventiva para a declaração do direito à compensação, MAS de acordo com a **Súmula 460 STJ** esse reconhecimento não contempla a hipótese de convalidação das compensações de créditos já efetuados por iniciativa do próprio contribuinte.
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# FCC - 2021 - PGE-GO - Procurador do Estado Substituto Em tributo sujeito à homologação, a empresa Ecológica Engenharia Ltda. declara ao Fisco tributos no valor de R$ 5.000,00. Todavia, por problemas financeiros, não efetua o pagamento do valor na data do vencimento. Passados 2 anos do vencimento, o Fisco inscreve o valor em dívida ativa. Após 6 anos do vencimento, Ecológica Engenharia Ltda. confessa o débito, aproveitando vantagem tributária outorgada pela legislação, com abatimento do valor devido em 50%, e inicia o processo de parcelamento em 10 parcelas mensais. A empresa paga 6 parcelas corretamente e deixa de pagar as demais. O Fisco, assim, rescinde o parcelamento e inicia a ação de execução fiscal, pelo valor remanescente, considerando o abatimento outorgado pela legislação do parcelamento. Nesse contexto, nos termos do Código Tributário Nacional e da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, o Fisco está: **B** incorreto, pois o débito está prescrito, e deve devolver as parcelas já pagas pelo contribuinte. **E** Incorreto, pois deveria cobrar o valor atual da dívida, desconsiderando a vantagem de 50% do parcelamento rescindido, mas abatendo os valores pagos.
**GABARITO: LETRA B** Respondi e), pois achei que o débito não estivesse prescrito. **Passados 2 anos do vencimento**, o Fisco inscreve o valor em dívida ativa (**não houve decadência**, pois o lançamento se deu dentro do prazo quinquenal). **Após 6 anos do vencimento (o crédito tributário já está prescrito**, conforme art. 174, caput, do Código Tributário Nacional, pois transcorridos mais de cinco anos do lançamento), Ecológica Engenharia Ltda. **CONFESSA O DÉBITO (não houve interrupção da prescrição porque o reconhecimento do débito pelo devedor ocorreu após o transcurso do prazo prescricional)**, aproveitando vantagem tributária outorgada pela legislação, com abatimento do valor devido em 50%, e inicia o processo de parcelamento em 10 parcelas mensais. Nesse contexto, **tendo havido a prescrição, o crédito tributário já estava extinto no momento da propositura da ação de execução fiscal**, nos termos do art. 156, inc. V, do CTN. Considerando que o **crédito tributário já estava prescrito antes de realizado o parcelamento tributário pelo contribuinte**, a propositura da ação de execução pelo Fisco foi uma atitude incorreta em razão da prescrição que levou à extinção do crédito tributário. **Por tal razão, as seis parcelas pagas pela Empresa Ecológica são consideradas indevidas e deverão ser restituídas (repetição do indébito tributário).** EMENTA: PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. [...]. EXECUÇÃO FISCAL. PRESCRIÇÃO RECONHECIDA. DECURSO DE MAIS DE 5 ANOS ENTRE A CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO E O AJUIZAMENTO DA EXECUÇÃO. PARCELAMENTO POSTERIOR. RESTAURAÇÃO DA EXIGIBILIDADE DO TRIBUTO. [...]. O acórdão recorrido está em conformidade com a jurisprudência do STJ, que já orientou que o **parcelamento postulado depois de transcorrido o prazo prescricional não restabelece a exigibilidade do crédito tributário.** Isso por que: (a) não é possível interromper a prescrição de crédito tributário já prescrito; e (b) a prescrição tributária não está sujeita à renúncia, uma vez que ela não é causa de extinção apenas do direito de ação, mas, sim, do próprio direito ao crédito tributário (art. 156, V do CTN). Agravo Interno do Estado a que se nega provimento" (STJ, AgInt. no AREsp 1156016/SE, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, DJe. 04/06/2020).