Caderno de Erros - Não dominava o assunto Flashcards

1
Q

Consulplan - 2024 - Procurador Municipal de Cacoal/RO

Sobre a Teoria Geral do Processo Civil, os dispositivos do Código de Processo Civil – Lei nº 13.105/2015 e a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, assinale a afirmativa correta.

B) Nos procedimentos de jurisdição voluntária, a Fazenda Pública será sempre ouvida nos casos em que tiver interesse. Nessa espécie de procedimento, ainda que com a presença da Fazenda Pública, adstrita ao princípio administrativo da legalidade, o juiz não é obrigado a observar critério de legalidade estrita, podendo adotar em cada caso a solução que considerar mais conveniente ou oportuna.

D) Intimada a Procuradoria Municipal de Cacoal para apresentar contestação em ação ordinária, com pedido de anulação de concurso público e reclassificação do autor da ação, em certame que teve mais de dois mil candidatos inscritos concorrendo às vagas para o mesmo cargo do requerente, o Procurador Municipal se manifestou, em preliminar e nos termos do Art. 131 do Código de Processo Civil, pela desnecessidade de chamamento ao processo dos demais candidatos afetados, nos termos do que sedimentou o Superior Tribunal de Justiça, com base nos princípios da efetividade da tutela jurisdicional, da segurança jurídica e da razoável duração do processo.

A

GABARITO: LETRA B
Respondi letra d), pois imaginei que fosse um caso excepcional, que não exigisse o chamamento ao processo, mas o STJ entende que se trata de litisconsórcio necessário, pois a alteração da classificação de Lisandro afetaria diretamente outros candidatos. (STJ. 2ª Turma. REsp 1.831.507-AL, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 6/8/2024 (Info 822)).

A) Incorreta. Embora o autor possa, até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir sem consentimento do réu, após a citação e até o saneamento do processo, a alteração do pedido ou causa de pedir depende do consentimento do réu, observando-se o contraditório e a possibilidade de manifestação no prazo mínimo de 15 dias. A afirmativa não detalha corretamente as condições e etapas previstas nos artigos 329 e 10 do CPC.

B) Correta. Nos procedimentos de jurisdição voluntária, a Fazenda Pública será ouvida sempre que houver interesse. Além disso, conforme o artigo 723 do CPC, o juiz não está vinculado a critérios de legalidade estrita e pode adotar soluções que considerar mais convenientes e oportunas, desde que em conformidade com os princípios gerais do Direito.

C) Incorreta. De acordo com a teoria da substanciação, acolhida pelo CPC (art. 319), o autor deve narrar os fatos jurídicos relevantes que embasam sua pretensão. Entretanto, não é exigida a indicação dos dispositivos legais específicos. A jurisprudência do STJ é clara ao afirmar que basta expor os fatos jurídicos pertinentes, não sendo obrigatória a apresentação de fundamentação legal precisa.

D) Incorreta. O STJ tem entendimento consolidado de que, em casos como o descrito, onde há reflexos para terceiros (outros candidatos), a formação do contraditório é fundamental. Portanto, nesses casos, os demais candidatos devem ser citados para integrar o polo passivo, com base no princípio do contraditório e da segurança jurídica.

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2
Q

Consulplan - 2024 - Procurador Municipal de Cacoal/RO

Sobre as atribuições dos Tribunais de Contas, a partir do entendimento do Supremo Tribunal Federal, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.

( ) O Tribunal de Contas Estadual deve emitir parecer prévio sobre as contas que o Prefeito e o presidente da Câmara Municipal devem anualmente prestar.
( ) O Tribunal de Contas da União não tem competência para fiscalizar a aplicação pelos municípios, dos recursos integrantes do FUNDEB.
( ) É constitucional norma de Constituição Estadual que confira competência ao TCE para homologar os cálculos das cotas do ICMS devidas aos Municípios.
( ) É inconstitucional norma de Constituição Estadual que dispensa o parecer prévio no julgamento das contas dos Prefeitos, caso o TCE não o elabore no prazo de cento e oitenta dias.

A sequência está correta em:

A) F, F, F, F.
B) V, F, F, V.
C) F, V, V, F.
D) V, V, V, V.

A

GABARITO: LETRA A - Porém, sem correção oficial, com outra estudante afirmando que o item 4 estaria correto, com base em decisão do STF.

Respondi letra b), acreditando que o TCE deveria emitir parecer prévio sobre as contas do Prefeito e do Presidente da Câmara Municipal e que realmente fosse inconstitucional norma da CE que dispensasse parecer prévio no julgamento de contas do Prefeito, caso o TCE não elabore no prazo de 180 dias.

Impossibilidade do Tribunal de Contas homologar cálculo de ICMS devido a Municípios. É inconstitucional dispositivo legal que conceda ao Tribunal de Contas estadual a competência para homologar cálculo de quotas de ICMS devido a Municípios.

O último item está certo, in verbis: “É inconstitucional norma de CE que dispensa o parecer prévio no julgamento das contas dos Prefeitos, caso o TCE não o elabore no prazo de 180 dias. (ADI 3077, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em 16/11/2016, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-168 DIVULG 31-07-2017 PUBLIC 01-08-2017).”

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3
Q

Consulplan - 2024 - Procurador Municipal de Cacoal/RO

Analise o conteúdo da seguinte notícia vinculada no portal gov.br: Brasil assina a Convenção de Singapura sobre mediação internacional.

Considerando o que dispõe a Constituição Federal de 1988 sobre a participação dos Poderes na formação dos tratados internacionais, assinale a afirmativa correta.

A) Compete privativamente ao Presidente da República, através de decreto legislativo, celebrar a Convenção de Singapura.

D) Compete exclusivamente ao Congresso Nacional, sem a sanção do Presidente da República, resolver de maneira definitiva, por decreto legislativo, sobre a Convenção de Singapura.

A

GABARITO: LETRA D

Respondi letra a), por saber que é da Competência Privativa do Presidente da República, celebrar a Tratados Internacionais.

A questão trata do processo de celebração de tratados internacionais pelo Brasil, conforme disposto na Constituição Federal de 1988, principalmente nos artigos 84, VIII e 49, I.

A. Errada. A celebração (assinatura) de tratados internacionais é competência privativa do Presidente da República (art. 84, VIII, CF). No entanto, o uso de decreto legislativo é atribuição do Congresso Nacional e não do Presidente.

B. Errada. O Senado Federal não tem competência privativa para tratar de tratados internacionais. O Congresso Nacional (em suas duas casas) aprova tratados, convenções e atos internacionais por meio de decreto legislativo, conforme o art. 49, I, CF.

C. Errada. Tratados internacionais incorporados ao ordenamento jurídico brasileiro, em regra, têm status de lei ordinária. Apenas tratados de direitos humanos aprovados em dois turnos por quórum de 3/5 em cada casa legislativa têm status de emenda constitucional (art. 5º, § 3º, CF). A Convenção de Singapura, por sua natureza comercial, não se enquadra nesse caso.

D. Correta. A aprovação de tratados, acordos e atos internacionais compete exclusivamente ao Congresso Nacional, sem necessidade de sanção do Presidente da República, conforme o art. 49, I, CF. O Congresso o faz por meio de decreto legislativo.

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4
Q

Consulplan - 2024 - Procurador Municipal de Cacoal/RO

Em 2005 um Estado da federação, por atividade do seu Poder Legislativo, editou uma lei contendo previsão diversa à positivada em lei federal, estabelecendo a possibilidade de retrocessão nos casos de desapropriação para implantação de parcelamento popular destinados às classes de menor renda. Nesse caso, é correto afirmar que a lei estadual, em relação à Constituição Federal de 1988:

A) Possui uma inconstitucionalidade do tipo formal orgânica.

C) Possui uma inconstitucionalidade do tipo formal propriamente dita.

A

GABARITO: LETRA A

Respondi letra c), pois acreditei que se tratava de uma inconstitucionalidade do tipo formal propriamente dita, vez que o legislador estadual invadiu competência da União, mas claramente me confundi no conceito, entendi qual era o problema, mas me não soube classificar adequadamente.

A) Possui uma inconstitucionalidade do tipo formal orgânica.
A inconstitucionalidade formal subjetiva/ orgânica (também chamada de vício de iniciativa ou de competência) ocorre quando a iniciativa legislativa prevista é desrespeitada, por exemplo: um projeto de lei complementar que disponha sobre o Estatuto da Magistratura apresentado pelo Procurador Geral da República, em flagrante ofensa ao art. 93, caput da Lei Maior. (JUSTILEX, 20 março, 2007).

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5
Q

FEPESE - 2024 - Procurador Municipal de Caçador/SC

Assinale a alternativa correta.

A) É prescritível a ação de reparação de danos à Fazenda Pública decorrente de ilícito civil.

D) É imprescritível a ação de improbidade administrativa que tenha por objeto o ressarcimento ao erário em decorrência de danos causados à Fazenda Pública.

A

GABARITO: LETRA A

Respondi letra d), pois acabei confundindo a aplicação da tese do STF no tema 897: “São imprescritíveis as ações de ressarcimento ao erário fundadas na prática de ato doloso tipificado na Lei de Improbidade Administrativa”.
São imprescritíveis as ações de ressarcimento ao erário fundadas na prática de ato doloso tipificado na Lei de Improbidade, não a ação de improbidade que tem por objeto o ressarcimento em decorrência de danos causados ao Erário.

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6
Q

FCC - 2024 - PGE-GO - Procurador do Estado Substituto

No sistema constitucional brasileiro, o Poder Legislativo Federal é bicameral. Enquanto a Câmara dos Deputados é composta por representantes do povo, o Senado Federal é composto de representantes dos Estados e do Distrito Federal, segundo expressamente dispõe o art. 46 da CF. Justamente por isso, a Constituição atribui ao Senado importantes competências relacionadas aos impostos estaduais. Nos termos da Constituição, compete ao Senado fixar:

D) A alíquota de referência do IBS, que será aplicada obrigatoriamente em todos os Estados e Municípios, vedado ser fixada outra alíquota por lei estadual ou municipal.
E) As alíquotas máximas do ITCD.

A

GABARITO: LETRA E

Respondi letra d), pois achei que era de competência do Senado definir as alíquotas do IBS, no entanto, cada ente federativo fixará sua alíquota por lei específica.

A) INCORRETO. por meio de resolução, de iniciativa exclusiva do Presidente da República, as alíquotas de ICMS aplicáveis às operações e prestações interestaduais.

CF. Art. 155. […] II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior […] § 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: […] IV - resolução do Senado Federal, de iniciativa do Presidente da República ou de um terço dos Senadores, aprovada pela maioria absoluta de seus membros, estabelecerá as alíquotas aplicáveis às operações e prestações, interestaduais e de exportação […].

B) INCORRETO. as alíquotas de ICMS aplicáveis a operações que destinem mercadorias para o exterior.

CF. Art. 155. […] II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior […] § 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: […] X - não incidirá: a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços prestados a destinatários no exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto cobrado nas operações e prestações anteriores […].

C) INCORRETO. as alíquotas máxima e mínima para o IPVA.

CF. Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: […] III - propriedade de veículos automotores. […] § 6º O imposto previsto no inciso III: I - terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal […].

**D) INCORRETO. a alíquota de referência do IBS, que será aplicada obrigatoriamente em todos os Estados e Municípios, vedado ser fixada outra alíquota por lei estadual ou municipal.

CF. Art. 156-A. Lei complementar instituirá imposto sobre bens e serviços de competência compartilhada entre Estados, Distrito Federal e Municípios. § 1º O imposto previsto no caput será informado pelo princípio da neutralidade e atenderá ao seguinte: […] V - cada ente federativo fixará sua alíquota própria por lei específica […].**

**E) CORRETO. as alíquotas máximas do ITCD.

CF. Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: […] I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos […] § 1º O imposto previsto no inciso I: […] IV - terá suas alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal […].**

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Q

FCC - 2024 - PGE-GO - Procurador do Estado Substituto

A Emenda Constitucional nº 132/2023 veiculou a primeira ampla reforma do Sistema Tributário Nacional realizada desde a promulgação da Constituição Federal de 1988, e seu eixo central é a simplificação da cobrança de impostos sobre o consumo, com vistas a incentivar o crescimento econômico. De acordo com dispositivo constitucional inserido por esta emenda, o Sistema Tributário Nacional deve observar os seguintes princípios:

A) Simplicidade, segurança jurídica, redução das desigualdades regionais e sociais, busca do pleno emprego e tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte.

B) Simplicidade, transparência, justiça tributária, cooperação e defesa do meio ambiente.

A

GABARITO: LETRA B

Respondi letra a) por não saber os Princípios.

§ 3º O Sistema Tributário Nacional deve observar os princípios da SIMplicidade, da TRANSparência, da JUStiça tributária, da COOperação e da defesa do meio AMBIENTE.

Mnemônico:
SIM - TRANS - JUS - COO - AMBIENTE

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8
Q

FCC - 2024 - PGE-GO - Procurador do Estado Substituto

A propósito das parcerias com Organizações da Sociedade Civil (OSC), a Lei federal nº 13.019/2014 dispõe, no que tange ao chamamento público:

D) A realização de procedimento prévio de manifestação de interesse social dispensa a realização de posterior chamamento público.

E) O chamamento pode ser restrito à participação de concorrentes sediados ou com representação atuante e reconhecida na unidade da Federação onde será executado o objeto da parceria.

A

GABARITO: LETRA E

Respondi letra d) por ainda não ter domínio do assunto.

Lei n.º 10.019 | Art. 21. A realização do Procedimento de Manifestação de Interesse Social não implicará necessariamente na execução do chamamento público, que acontecerá de acordo com os interesses da administração. § 1º A realização do Procedimento de Manifestação de Interesse Social não dispensa a convocação por meio de chamamento público para a celebração de parceria. § 2º A proposição ou a participação no Procedimento de Manifestação de Interesse Social não impede a organização da sociedade civil de participar no eventual chamamento público subsequente. § 3º É vedado condicionar a realização de chamamento público ou a celebração de parceria à prévia realização de Procedimento de Manifestação de Interesse Social.

Lei n.º 10.019 | Art. 24. […] § 2º É vedado admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo em decorrência de qualquer circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto da parceria, admitidos: I - a seleção de propostas apresentadas exclusivamente por concorrentes sediados ou com representação atuante e reconhecida na unidade da Federação onde será executado o objeto da parceria […]

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9
Q

FCC - 2024 - PGE-GO - Procurador do Estado Substituto

Segundo a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, no tocante a usucapião de bens sob domínio da Administração,

B) O domínio útil de bem público sobre o qual foi instituído enfiteuse é passível de usucapião.

E) A ocupação indevida de bem público não é capaz de gerar usucapião, mas obriga a indenização por acessões e benfeitorias, desde que demonstrada a boa-fé.

A

GABARITO: LETRA B

Respondi letra e) porque fiquei na dúvide se seria possível a e indenização por acessões e benfeitorias, mesmo havendo mera detenção.

A Letra “E” está “ERRADA”, pois a ocupação indevida de bem público configura mera detenção precária, o que impede a usucapião e também a indenização por acessões e benfeitorias, conforme a Súmula 619, do STJ.
Logo, não há direito à indenização por benfeitorias em ocupações de bens públicos, mesmo que o ocupante esteja de boa-fé.
“A ocupação indevida de bem público configura mera detenção, de natureza precária, insuscetível de retenção ou indenização por acessões e benfeitorias.”

A Letra “B” está “CORRETA”, pois, segundo o entendimento do STJ, o domínio útil de bem público sobre o qual foi instituída enfiteuse é passível de usucapião.
Ou seja, temos que a substituição do enfiteuta pelo usucapiente não traz prejuízo ao Estado, pois o domínio direto continua sendo público.
No entanto, essa regra não se aplica ao domínio útil de bens públicos enfiteutados, pois a usucapião nesse caso se dá sobre o direito real de uso e não sobre o domínio pleno.
Logo, esse entendimento é reafirmado no AgInt no REsp 1.642.495/RO, que reconhece a possibilidade de usucapião do domínio útil nesses casos.

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10
Q

FCC - 2024 - PGE-GO - Procurador do Estado Substituto

Proposta de emenda a determinada Constituição estadual pretende estabelecer que a competência do Tribunal de Justiça para o julgamento de autoridades submetidas à sua jurisdição, nas infrações penais comuns, abrangerá a fase de investigação respectiva, para fins de supervisão judicial. Pretende estabelecer, ademais, que a instauração do inquérito, nesses casos, dependerá de decisão prévia do órgão especial da corte estadual.

Nessa hipótese, à luz da Constituição Federal e da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF), eventual emenda aprovada nos termos da referida proposta seria

C) Inconstitucional, no que se refere à exigência de decisão prévia do órgão especial da corte estadual, para instauração do inquérito, devendo o mesmo tratamento conferido às autoridades com foro por prerrogativa de função no STF ser aplicado, por simetria, às autoridades com foro privativo em outros Tribunais.

E) Inconstitucional, integralmente, por ser da União a competência para legislar sobre a matéria.

A

GABARITO: LETRA C

Respondi letra e) por acreditar que as duas partes se tratavam de competência da União legislar, referindo-se à matéria processual (CAPACETE DE PM), quando na verdade, só a segunda é inconstitucional.

PRIMEIRA PARTE:
A previsão na CE de que a competência do TJ para o julgamento de autoridades com foro por prerrogativa de função abrangerá a fase de investigações é constitucional.
Ao outorgar ao STF a competência para julgar as ações penais contra as autoridades com foro, a Constituição Federal, de forma implícita, conferiu também à Corte a prerrogativa de fazer o controle judicial das investigações envolvendo essas mesmas autoridades.
Se fosse permitido que tais autoridades pudessem ser investigadas pela autoridade policial ou pelo MP sem a supervisão do STF, haveria um enfraquecimento, uma mitigação, da garantia conferida pelo foro por prerrogativa de função. Em outras palavras, continuaria havendo riscos de perseguições políticas e instabilidade institucional se as autoridades pudessem ser investigadas sem o controle do STF.
A mesma razão jurídica apontada para justificar a necessidade de supervisão judicial dos atos investigatórios de autoridades com prerrogativa de foro neste Supremo Tribunal Federal aplica-se às autoridades com prerrogativa de foro em outros Tribunais (STF. Tribunal Pleno. Inq 2411 QO, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 10/10/2007).

SEGUNDA PARTE:
É inconstitucional norma de Constituição estadual que condiciona à prévia autorização judicial, mediante decisão fundamentada da maioria absoluta do órgão especial do respectivo tribunal de justiça, o pedido de medida cautelar para fins de investigação criminal ou instrução processual penal em desfavor de autoridades com foro por prerrogativa de função.

Essa norma viola a competência privativa da União para legislar sobre direito penal e processual penal (art. 22, I), o sistema acusatório e o princípio da isonomia (art. 5º, caput e LIII).

A competência para legislar sobre o tema é da União e, portanto, a Constituição estadual não poderia regular o foro por prerrogativa de função diversamente dos limites estabelecidos no modelo federal.

A exigência de deliberação prévia de órgão colegiado do TJ viola o entendimento do STF de que o relator pode apreciar monocraticamente as medidas cautelares penais requeridas na investigação ou na instrução processual. Além disso, a regra viola o princípio da isonomia, pois dá às autoridades com foro privativo uma garantia diferenciada e mais ampla que a assegurada aos demais detentores da prerrogativa, sem um fundamento idôneo que a justifique.

A norma da Constituição deve ser interpretada de forma a permitir que desembargadores apreciem individualmente as medidas cautelares penais requeridas durante a fase de investigação ou no decorrer da instrução processual nos casos de urgência. A mesma interpretação deve prevalecer quando for necessário sigilo para assegurar a efetivação da diligência pretendida.

Fica ressalvada a obrigatoriedade de referendo pelo órgão colegiado competente em momento oportuno, especialmente quando resultar em prisão cautelar, mas sempre sem comprometer ou frustrar sua execução da medida.

STF. Plenário. ADI 7.496 MC-Ref/GO, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 24/06/2024 (Info 1142).

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11
Q

FCC - 2024 - PGE-GO - Procurador do Estado Substituto

Certa associação de delegados de Polícia Civil pleiteia que sejam promovidas mudanças legislativas no Estado em que atua, a fim de assegurar melhorias nas condições de exercício da carreira de seus associados, entre as quais

I. a inclusão da Polícia Civil entre as funções essenciais à justiça estadual;
II. garantia de independência funcional aos delegados de polícia;
III. a fixação de subsídios para os delegados de polícia por lei própria;
lV. nomeação do Delegado-Geral da Polícia Civil, pelo Governador do Estado, entre os indicados em lista tríplice formada a partir de escolha dentre os membros efetivos da carreira.

Nos termos da Constituição Federal e da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, é passível de adoção o pleito referido em:

A) III, por ser compatível com o regime de subsídios a que se submetem os servidores policiais integrantes dos órgãos de segurança pública, bem como o referido em IV, por ser compatível com a vinculação hierárquico-administrativa das polícias civis ao chefe do executivo estadual; o referido em I e II é incompatível com a disciplina constitucional das funções essenciais à Justiça, que não contempla órgãos de segurança pública, além de apenas a membros do Ministério Público e da Defensoria Pública ser assegurada independência funcional.

C) III, apenas, por ser compatível com o regime de subsídios a que se submetem os servidores policiais integrantes dos órgãos de segurança pública; o referido em 1 é incompatível com a disciplina constitucional das funções essenciais à justiça, que não contempla os órgãos de segurança pública; e o referido em II e IV incompatível com o sistema constitucional de segurança pública, que estabelece vinculação hierárquico-administrativa das polícias civis ao chefe do executivo estadual.

A

GABARITO: LETRA C

Respondi letra a) porque entendi que a situação IV estava compatível com a vinculação hierárquico-administrativa das policias civis ao chefe do executivo estadual.

Assertiva I: É inconstitucional norma de Constituição estadual, oriunda de iniciativa parlamentar, que atribui às funções de polícia judiciária e à apuração de infrações penais exercidas pelo Delegado de Polícia natureza jurídica e caráter essencial ao Estado.
STF. Plenário. ADI 5528/TO, relator Ministro Nunes Marques, julgado em 21/11/2022 (Informativo 1076).

Assertiva II: É inconstitucional norma estadual que assegure a independência funcional a delegados de polícia, bem como que atribua à polícia civil o caráter de função essencial ao exercício da jurisdição e à defesa da ordem jurídica.
STF. Plenário. ADI 5522/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 18/2/2022 (Info 1044).

Assertiva III: Art. 39, §8, da CR. A remuneração dos servidores públicos organizados em carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º [regime de subsídio que significa a remuneração do agente público em parcela única].

Assertiva IV: É inconstitucional norma de Constituição estadual, oriunda de iniciativa parlamentar, que disponha sobre a nomeação, pelo governador do estado, de ocupante do cargo de diretor-geral da Polícia Civil, a partir de lista tríplice elaborada pelo Conselho Superior de Polícia. STF. Plenário. ADI 6923/RO, relator Ministro Edson Fachin, julgado em 28/10/2022 (Informativo 1074).

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12
Q

FUNDATEC - 2024 - Procurador Municipal - Prefeitura de Iraí/RS

O Município de Iraí/RS institui pagamento para ingresso em determinado parque municipal. Diante disso, é correto afirmar que:

B) O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído.

C) O parque tem a natureza de bem público dominical, portanto a sua utilização pode ser onerosa.

A

GABARITO: LETRA B

Respondi letra c), porque não lembrava a matéria e acreditei que apenas os bens públicos dominicais pudessem ter sua utilização de maneira onerosa.

FORMAS DE USO DOS BENS PÚBLICOS:

USO COMUM:
-> bens de uso comum
-> bens de uso especial
** Pode ser de forma gratuita ou retribuído.**

USO ESPECIAL:

-> bens de uso comum
-> bens de uso especial
** Sujeito a regras específicas e consentimento estatal. **
*Também se caracteriza quando o bem é objeto privativo por algum administrador.

Características do Uso Especial:

-> Exclusividade do uso aos que pagaram $ ou receberam consentimento;
-> Onerosidade, nos casos de uso especial remunerado
-> Privatividade, nos casos de uso especial privativo
-> Inexistência de compatibilidade estrita, em certos casos, entre o uso e o fim destinado.

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13
Q

Prova: VUNESP - 2024 - PGE-SP - Procurador do Estado

Pedro, servidor público ocupante de cargo permanente, foi indicado para integrar o Conselho de Administração de sociedade de economia mista controlada pelo Estado. Ocorre que, por ocasião da Assembleia de Acionistas em que se daria a eleição, um grupo de acionistas minoritários apresentou impugnação à eleição de Pedro, alegando que, pelo fato de ter sido nomeado Secretário Executivo (cargo em comissão) no Governo do Estado, haveria impedimento à sua eleição de acordo com as regras previstas na Lei das Estatais. Alegaram referidos acionistas, ainda, que haveria conflito de interesses impeditivo à eleição de Pedro pelo fato de já integrar o Conselho de Administração de empresa pública federal. Na condição de Procurador encarregado de avaliar as referidas impugnações, caberia:

B) Afastar a primeira impugnação, uma vez que o impedimento previsto na Lei das Estatais recai sobre os que ocupam exclusivamente cargo em comissão, bem como sobre Secretário de Estado (agente político); e, quanto à segunda impugnação, considerar cabível, caso se trate de empresa considerada concorrente no mercado, podendo a Assembleia-Geral autorizar a eleição.

D) Acolher a primeira impugnação, eis que configurado impedimento previsto na Lei das Estatais, o que, por si só, já vedaria a eleição de Pedro, não obstante descabida a segunda impugnação, eis que a legislação não contempla hipótese de conflito de interesse em tese ou ex ante, cabendo avaliar a ocorrência de conflito apenas em situações concretas em função da matéria.

A

GABARITO: LETRA B

Respondi letra d) acreditando que havia vedação ao Secretário Executivo no Governo do Estado para assumir cargo no Conselho de Administração de Sociedade de Economia Mista controlada pelo Estado, mas só se aplica aos que ocupam cargo em comissão e ao Secretário de Estado (agente político).

Primeiro ponto: Pedro é servidor público efetivo, NÃO SEM vínculo permanente com o serviço público!! Fato notado na primeira oração do enunciado da questão. A vedação é para a indicação para o Conselho de Administração e para a Diretoria de titular de cargo em comissão na administração pública federal, direta ou indireta, sem vínculo permanente com o serviço público, conforme art. 29, III, do Decreto nº 8.945, de 27 de dezembro de 2016 que Regulamenta, no âmbito da União, a Lei 13.303/2016 (Lei das Estatais).

Sobre o segundo aspecto questionado: Acionistas, ainda, que haveria conflito de interesses impeditivo à eleição de Pedro pelo fato de já integrar o Conselho de Administração de empresa pública federal, deve ser analisado in concreto.
Visto que a lei informa que é VEDADA a indicação, para o Conselho de Administração e para a diretoria de pessoa que tenha ou POSSA TER qualquer forma de CONFLITO DE INTERESSE com a pessoa político-administrativa controladora da empresa pública ou da sociedade de economia mista ou com a própria empresa ou sociedade, conforme art. 17, § 2º, V, da Lei 13.303/2016.

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14
Q

Prova: VUNESP - 2024 - PGE-SP - Procurador do Estado

O Serviço de Patrimônio do Estado “X” constata que, em determinado perímetro territorial, há glebas de terras que considera devolutas, havendo incerteza dominial, decorrente da possível sobreposição de terras privadas na mesma área, cuja titulação é de legitimidade duvidosa, em virtude do histórico de “grilagem” da região. Diante dessa situação e caso tenha se revelado inviável a solução administrativa da questão, a Procuradoria Geral do Estado deverá ajuizar ação

B) Discriminatória.
C) Demarcatória.

A

GABARITO: LETRA B

Respondi letra c) pois não sabia de qual ação se tratava.

O processo discriminatório das terras devolutas, regulado pela lei 6.383/76, tem por objetivo estabelecer a linha divisória entre as terras públicas e privadas.

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Q

Prova: VUNESP - 2024 - PGE-SP - Procurador do Estado

O Estado “X” pretende realizar acordo de cooperação com organização da sociedade civil (OSC), sob as regras da Lei no 13.019/2014. Assinale a alternativa que apresenta cláusula confeccionada para fins de inclusão na minuta do instrumento de parceria que se revela adequada ao negócio jurídico a ser celebrado.

D) “Em vista da vedação legal à celebração de parcerias com organizações de cunho religioso, a entidade parceira declara não ostentar tal natureza”.

E) “As atividades previstas no plano de trabalho serão inteiramente financiadas pela OSC parceira, a quem caberá, portanto, a responsabilidade pela captação dos recursos necessários para sua execução”.

A

GABARITO: LETRA E

Respondi letra d) porque não me lembrava qual das alternativas poderia ser um termo da minuta do instrumento de parceria.

Acordo de cooperação: Na cooperação ninguém transfere valores.
“Acordo de c00peração”: Zero a zero. Não há dinheiro público envolvido.

Termo de colaboração: A Administração é rica. Então ela propõe a colaboração e há transferência de recursos.

Termo de fomento: A OSC tem fome, então propõe o fomento e há transferência de recursos.

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Q

Prova: VUNESP - 2024 - PGE-SP - Procurador do Estado

Segundo Tércio Sampaio Ferraz Jr: “A interpretação legitima meios, alterando a realidade social, de modo que os fins positivamente vinculados possam ser alcançados. […] A interpretação legitima os fins, de modo que a realidade seja alterada, a fim de que os meios, se não existentes, possam ser adequadamente criados pelo legislador”; nesse contexto, é correto afirmar sobre o tema da eficácia e aplicabilidade das normas constitucionais:

D) A aplicabilidade é a qualidade do que é executável; significa que a norma tem capacidade para produzir efeitos, como nos casos das normas constitucionais de eficácia limitada, as quais receberam do constituinte normatividade suficiente para reger os interesses relativos a determinada matéria, mas deixando margem à atuação restritiva por parte da competência discricionária do Poder Público, razão pela qual possuem aplicabilidade não integral e indireta.

E) A efetividade da norma constitucional expressa o seu cumprimento pela materialização dos preceitos legais no mundo dos fatos; simboliza a aproximação entre o dever-ser e o ser da realidade social, conforme visão doutrinária impulsionada pelas teorias do neoconstitucionalismo e da teoria dos direitos fundamentais.

A

GABARITO: LETRA E

Respondi letra d) porque me confundi nos conceitos.

Efetividade, em suma, significa a realização do Direito, o desempenho concreto de sua função social. Ela representa a materialização, no mundo dos fatos, dos preceitos legais e simboliza a aproximação, tão íntima quanto possível, entre o dever-ser normativo e o ser da realidade social. (FONTE: DOUTRINA BARROSO)


D) ERRADA -
A norma que surte todos os seus efeitos desde logo, os quais, porém, podem ser restringidos, é a norma de eficácia contida. A de eficácia limitada não surte todos os efeitos, sem a regulamentação.

Ademais, escreveu o professor José Afonso da Silva: “Aplicabilidade significa a qualidade do que é aplicável. No sentido jurídico, diz-se da norma que tem possibilidade de ser aplicada, isto é, da norma que tem capacidade de produzir efeitos jurídicos. Não se cogita saber se ela produz efetivamente esses efeitos. Isso já seria uma perspectiva sociológica, e diz respeito à sua eficácia social, enquanto nosso tema se situa no campo da ciência jurídica, não da sociologia jurídica”. (FONTE: RODAPÉ DOUTRINA BARROSO)

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17
Q

Consulplan - 2024 - Prefeitura de Miracema/RJ - Procurador Municipal

Considerando o tema referente à Organização da Sociedade Civil De Interesse Público – OSCIP, assinale a afirmativa correta.

C) Os responsáveis pela fiscalização do Termo de Parceria, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade na utilização de recursos ou bens de origem pública pela organização parceira, darão imediata ciência ao Tribunal de Contas respectivo e ao Ministério Público, sob pena de responsabilidade solidária.

D) O vínculo da organização da sociedade civil de interesse público com o poder público ocorre por meio de Termo de Parceria, meio pelo qual podem receber delegação de serviços públicos, serem contratadas pela Administração Pública para a prestação de serviços ou obras ou fornecimentos de mão de obra, uma vez que a própria lei prevê que referidas entidades devem atuar paralelamente ao Estado.

A

GABARITO: LETRA C

Respondi letra d) porque não sabia muito bem o conteúdo.

A alternativa C está correta. De acordo com o Art. 12 da Lei nº 9.790/1999, os responsáveis pela fiscalização do Termo de Parceria, ao identificarem qualquer irregularidade ou ilegalidade na utilização de recursos ou bens de origem pública pela organização parceira, devem notificar imediatamente o Tribunal de Contas competente e o Ministério Público, sob pena de responsabilidade solidária.

Analisando as demais alternativas:

A: Incorreta. As OSCIPs são pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos.

B: Incorreta. A Lei nº 9.790/1999 não prevê que o Ministério da Justiça possa, de ofício, permitir o livre acesso público a todas as informações pertinentes às OSCIPs.

D: Incorreta. O vínculo das OSCIPs com o poder público ocorre por meio de Termo de Parceria para fomento e execução de atividades de interesse público, mas a lei não prevê que elas recebam delegação de serviços públicos ou sejam contratadas para prestação de serviços, obras ou fornecimento de mão de obra.

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18
Q

CESPE / CEBRASPE - 2024 - Procurador do Município - Prefeitura de Camaçari/BA

No tocante às formas de realização da função administrativa, assinale a opção correta.

B)Há centralização quando as atividades administrativas são desempenhadas por órgãos integrantes da administração direta.

C)Ocorre descentralização por delegação quando o Estado transfere determinado serviço público para uma entidade por ele criada.

A

GABARITO: LETRA B

Respondi letra c) porque interpretei que na alternativa b) se tratavam de órgãos e não das próprias entidades da administração direta.

Centralização é quando a atividade administrativa é desempenhada na mesma pessoa jurídica! Se fossem pessoas jurídicas diversas, ai seria descentralização!

Em relação à c), trata-se da Descentralização por Outorga, vez que o Estado transfere o serviço público à entidade criada por ele.
A Descentralização por Delegação ocorre por meio de Contrato, quando o Estado Delega à entidade apenas a execução do serviço, mantendo para si a titularidade.

19
Q

FGV - 2024 - Procurador Legislativo da Câmara Municipal de São Paulo - SP

Os Municípios Lala, Lele, Lili, Lolo e Lulu estão alinhavando um protocolo de intenções para fins de instituir um consórcio público para desenvolver atividades de interesse comum de tais entes federativos, de modo que surgiram dúvidas quanto à necessidade de participação do Poder Legislativo na sua constituição.
Acerca do tema, à luz disposto na Lei nº 11.107/2005, é correto afirmar que

D) A ratificação, mediante lei, do protocolo de intenções não pode ser realizada com reserva, ainda que aceita pelos demais entes subscritores.
E) é dispensado da ratificação o ente da Federação que, antes de subscrever o protocolo de intenções, disciplinar por lei a sua participação no consórcio público.

A

GABARITO: LETRA E

Respondi letra d) porque não dominava o assunto, então achei que pudesse ser uma característica dos contratos de consórcio público e a letra e) me pareceu uma exceção possível, mas não sabia que realmente existia.

Alternativa D (Incorreta):
Contraria a possibilidade prevista na Lei nº 11.107/2005 de ratificação com reserva, desde que aceita pelos demais entes subscritores.

Alternativa E (Correta):
De acordo com a Lei nº 11.107/2005, a formação de um consórcio público exige a ratificação do protocolo de intenções por meio de lei por todos os entes federativos participantes.
Entretanto, o ente federativo que, antes de subscrever o protocolo de intenções, disciplinar por lei a sua participação no consórcio público, está dispensado dessa ratificação.

20
Q

FGV - 2024 - Procurador Legislativo da Câmara Municipal de São Paulo - SP

A Constituição da República foi alterada pela Emenda Constitucional nº X, que inseriu no corpo permanente uma norma de eficácia limitada e de natureza programática disciplinando a implementação de determinada política pública. Essa norma, ao ver do Partido Político Beta, era francamente colidente com a Lei federal nº Y, que se encontrava em período de vacatio legis.
Ao consultar sua Assessoria Jurídica em relação às medidas passíveis de serem adotadas em razão da referida colidência, foi corretamente esclarecido que:

C) A dimensão objetiva da referida norma programática permite que ela seja usada como paradigma de confronto no controle concentrado de constitucionalidade da Lei federal nº Y.

E) Com a superveniência da Emenda nº X, não foi recepcionada a Lei federal nº Y.

A

GABARITO: LETRA E

Respondi letra c) porque errei, fui mlk! Cai na pegadinha da banca que poderia haver inconstitucionalidade, mas o STF não admite a Teoria da Inconstitucionalidade Superveniente, de forma que ocorrerá nesse caso apenas a Não Recepção da Lei Federal.

Lei não recepcionada é diferente de inconstitucional.

Quando a EC foi editada, a Lei Federal já existia, apenas não estava vigente, mas já tinha conteúdo delimitado. Não existe inconstitucionalidade superveniente. Por este motivo, a Lei Federal não pode ser objeto de controle de constitucionalidade com base na EC posterior.

O STF não adota a teoria da inconstitucionalidade superveniente em que a análise da constitucionalidade de uma norma infraconstitucional é objeto de parâmetro de uma norma constitucional posterior à sua edição.
Se o objeto (norma infra) é anterior ao parâmetro constitucional (norma da constituição, PEC) fala-se em revogação por ausência de recepção e não em inconstitucionalidade.

Ao mesmo tempo, a Lei, sendo incompatível com a EC, não será recepcionada

21
Q

FGV - 2024 - Procurador Legislativo da Câmara Municipal de São Paulo - SP

Determinado legitimado ao ajuizamento de ação civil pública ingressou com ação dessa natureza em face do Município Alfa, argumentando a existência de grave deficiência na prestação do serviço de saúde. Nesse caso, era notório o déficit de profissionais da área, já que o número de exonerações, falecimentos e aposentadorias superava a capacidade de reposição de Alfa.
Ao receber a citação, o Procurador-Geral do Município Alfa concluiu corretamente que

D) Como alternativa ao déficit de pessoal, podem ser contratadas organizações sociais e organizações da sociedade civil de interesse público.

E) Em razão das características do processo de implementação das políticas públicas, o Poder Judiciário deve apresentar à Administração o plano a ser cumprido e as medidas adequadas a alcançar o resultado.

A

GABARITO: LETRA D

Respondi letra e), porque não tinha conhecimento sobre o entendimento do STF e fiquei na dúvida entre as duas alternativas.

Inicialmente, conforme INFO 1101 STF - Na hipótese de ausência ou deficiência grave do serviço, a intervenção do Poder Judiciário em políticas públicas voltadas à realização de direitos fundamentais não viola o princípio da separação dos Poderes (art. 2º, CF/88), devendo a atuação judicial, via de regra, indicar as finalidades pretendidas e impor à Administração Pública a apresentação dos meios adequados para alcançá-las.

A questão trata sobre a intervenção do poder judiciário em políticas públicas. O Supremo Tribuna Federal possui jurisprudência pacífica sobre a matéria, ao apreciar o RE 684612 / RJ.

Pode o Poder Judiciário interferir em políticas públicas, mas deverá se ater a não avançar sobre generalidades do sistema, conforme Tese firmada no RE 684612. Vejamos:

“1. A intervenção do Poder Judiciário em políticas públicas voltadas à realização de direitos fundamentais, em caso de ausência ou deficiência grave do serviço, não viola o princípio da separação dos poderes.

  1. A decisão judicial, como regra, em lugar de determinar medidas pontuais, deve apontar as finalidades a serem alcançadas e determinar à Administração Pública que apresente um plano e/ou os meios adequados para alcançar o resultado;
  2. No caso de serviços de saúde, o déficit de profissionais pode ser suprido por concurso público ou, por exemplo, pelo remanejamento de recursos humanos e pela contratação de organizações sociais (OS) e organizações da sociedade civil de interesse público (OSCIP).”
22
Q

CESPE/CEBRASPE - 2023 - PGE-SE - Procurador do Estado

Nos termos da legislação processual civil em vigor e conforme a jurisprudência dominante do STJ, é correto afirmar que, caso seja constatada indisponibilidade de sistema eletrônico de tribunal, a prorrogação de prazo para interposição de recurso deve ser admitida:

C) Apenas nas hipóteses em que a inoperabilidade do sistema coincida com o primeiro ou o último dia do prazo recursal.

D) Apenas na hipótese em que a inoperabilidade do sistema coincida com o último dia do prazo recursal.

A

GABARITO: LETRA D

Respondi letra c), porque pensei apenas na prorrogação do prazo em razão de não ser possível efetuar o protocolo no último dia do prazo, mas realmente, caso no primeiro dia o sistema esteja indisponível, também se dará a prorrogação.

A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é no sentido de que, nos termos do art. 224, § 1º, do CPC/2015, não há falar em prorrogação do término do prazo recursal se ocorrer eventual indisponibilidade do sistema eletrônico no Tribunal no curso do período para interposição do recurso.
A prorrogação do prazo processual é admitida apenas nas hipóteses em que a indisponibilidade do sistema coincida com o primeiro ou o último dia do prazo recursal, caso em que o termo inicial ou final será protraído para o primeiro dia útil seguinte.

(AgInt nos EAREsp n. 1.817.714/SC, relator Ministro Raul Araújo, Corte Especial, julgado em 7/3/2023, DJe de 15/3/2023.)

23
Q

CESPE/CEBRASPE - 2023 - PGE-SE - Procurador do Estado

Acerca dos bens públicos, assinale a opção correta.

A) Bens móveis podem ser bens públicos.

C) Bens públicos dominicais são inalienáveis.

A

GABARITO: LETRA A

Respondi letra c), em razão da insegurança relacionada à matéria de bens públicos e suas peculiaridades. Ainda pensei que os Bens Públicos Dominicais, quando desafetados podem ser alienados, mas achei que a questão pudesse estar tratando como regra geral.

Realmente, nada impede que o patrimônio público seja formado por bens móveis, como é o caso de equipamentos que guarnecem as repartições públicas (mesas, cadeiras, computadores, material de escritório, impressoras), veículos oficiais, viaturas da polícia e dos corpos de bombeiros etc.

Os bens dominicais, uma vez que desafetados, podem ser alienados, observadas as condições legais para tanto. A propósito, o art. 101 do CC/2002:

“Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei.”

24
Q

CESPE/CEBRASPE - 2023 - AGU - Procurador Federal

Assinale a opção correta no que se refere às características e constituição das empresas públicas e sociedades de economia mista, previstas na Lei nº 13.303/2016.

A) A criação de subsidiárias de empresa pública e de sociedade de economia mista depende de autorização legislativa, mas é livre a participação de qualquer delas em empresa privada, cujo objeto social deve estar relacionado ao da investidora.

C) Sociedade de economia mista é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União, aos estados, ao Distrito Federal, aos municípios ou a entidade da administração indireta.

A

GABARITO: LETRA C

Respondi letra a), porque interpretei mal a questão, me enrolando com o devido entendimento da questão. Ademais, lendo a alternativa c), achei que tivesse que ser Entidade da Administração Direta.

a) Incorreta. A criação de empresas subsidiárias de estatais depende de autorização legislativa.
A participação de subsidiárias de estatais em empresa privada também depende de autorização legislativa, na forma do §2º do artigo 2º da Lei nº 13.303/2016 que dispõe o seguinte:
Art. 2º (…)

§ 2º Depende de autorização legislativa a criação de subsidiárias de empresa pública e de sociedade de economia mista, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada, cujo objeto social deve estar relacionado ao da investidora, nos termos do inciso XX do art. 37 da Constituição Federal.

c) Correta. A afirmativa reproduz a definição de sociedade de economia mista constante do artigo 4º da Lei nº 13.303/2016 que dispõe o seguinte:
Art. 4º Sociedade de economia mista é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios ou a entidade da administração indireta.

25
Q

CESPE/CEBRASPE - 2023 - AGU - Procurador Federal

No campo da hermenêutica constitucional, a via de interpretação que orienta os intérpretes a buscar a maior concretude possível das normas constitucionais, sem lhes alterar o conteúdo, corresponde ao princípio da:

A) Concordância prática ou da harmonização.
B) Razoabilidade.
C) Proporcionalidade.
D) Máxima efetividade.
E) Interpretação conforme a Constituição.

A

GABARITO: LETRA D

Respondi letra e), porque não soube classificar a descrição apresentada no enunciado.

D. CERTO. Máxima efetividade: O princípio da máxima efetividade busca conferir a máxima eficácia às normas constitucionais, interpretando-as de forma a garantir sua plena realização.
Ele orienta os intérpretes a adotarem uma interpretação que amplie o alcance e a efetividade dos direitos e princípios constitucionais, privilegiando sua finalidade e a proteção dos valores fundamentais consagrados na Constituição.

E. ERRADO. Interpretação conforme a Constituição: A interpretação conforme a Constituição é uma técnica interpretativa que busca dar preferência a uma interpretação que seja compatível com a Constituição.
Essa abordagem parte do pressuposto de que as normas infraconstitucionais devem ser interpretadas de acordo com a Constituição, evitando-se interpretações que as tornem inconstitucionais.
Essa via interpretativa visa garantir a conformidade das leis e demais normas com a Constituição, assegurando a sua supremacia e a proteção dos direitos fundamentais.

26
Q

CESPE / CEBRASPE - 2023 - AGU - Advogado da União

Quanto aos limites da jurisdição nacional, à cooperação internacional e à competência interna, assinale a opção correta.

C) Ocorrerá a continência entre duas ou mais ações quando houver identidade entre as partes, as causas de pedir e os pedidos.

D) Caberá auxilio direto quando a medida solicitada pela autoridade estrangeira não decorrer diretamente de decisão proferida por autoridade jurisdicional estrangeira a ser submetida a juízo de delibação no Brasil.

A

GABARITO: LETRA D

Respondi letra c), porque não tinha o conteúdo necessário sobre a matéria e a alternativa que tratava sobre continência me pareceu correta.

c) Errada. Na verdade, a continência ocorre entre 2 ou mais ações quando houver identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange o das demais, conforme o art. 56 do CPC.

d) Correta. O auxílio direto pode ser entendido como um pedido de ajuda para que a autoridade judiciária brasileira preste algumas informações, também chamado de pedido de assistência”, “pedido jurídico direto.
Ou seja, a autoridade estrangeira pede o cumprimento de um ato no território de outro Estado soberano. (Elpídio Donizetti).

27
Q

CESPE / CEBRASPE - 2023 - AGU - Advogado da União

Em relação ao domínio público terrestre, e correto afirmar que a terra devoluta:

C) Não possui qualquer destinação pública.
D) É bem indisponível.

A

GABARITO: LETRA C

Respondi letra d), por ter achado que as Terras Devolutas são Bem Indisponível.

C) não possui qualquer destinação pública.
Correta. As terras devolutas são bens imóveis públicos que não possuem destinação pública.

D) é bem indisponível.
Incorreta. As terras devolutas são bens dominicais que podem ser alienados, logo, são bens disponíveis.

28
Q

CESPE / CEBRASPE - 2023 - AGU - Advogado da União

Em relação ao constitucionalismo e ao sistema constitucional brasileiro, assinale a opção correta.

B) O marco histórico do neoconstitucionalismo no direito brasileiro data do reconhecimento dos preceitos democráticos e dos direitos básicos à liberdade, a propriedade e à segurança pela Constituição Federal de 1946.

E) O denominado patriotismo constitucional apregoa o abandona de ideias nacionalistas e a busca de uma identidade política coletiva conciliada com uma perspectiva universalista comprometida com os princípios do Estado democrático de direito.

A

GABARITO: LETRA E

Respondi letra b), porque achei que tivesse sido um marco histórico para o neoconstitucionalismo brasileiro o cenário pós Segunda Guerra, como foi para boa parte do mundo.

B. ERRADO. O marco histórico do neoconstitucionalismo no direito brasileiro se deu com o processo de redemocratização, que culminou com a promulgação da Constituição Federal de 1988.

E. CERTO. De acordo com Vinícius Silva Bonfim, o patriotismo constitucional representa a construção de uma nova identidade que leva em consideração a história de uma coletividade a partir da Constituição.
O termo foi inicialmente introduzido pelo filósofo Dolf Sternberg, e mais tarde, retomado pelo sociólogo Mario Rainer Lepsius (LACROIX, 2005, p.123), que foi utilizado na criação de uma nova identidade coletiva pós-guerra com base na Lei Fundamental da República Federativa Alemã de 1949, ou também denominada de “Lei Fundamental de Bonn”.

29
Q

CESPE / CEBRASPE - 2023 - AGU - Advogado da União

( … ) representa a tentativa de superar o contraste rígido entre norma e fato, deslocando o problema para o debate sobre estática e dinâmica na teoria do Estado. Nessa teoria, a Constituição é uma realidade integrante.
Paulo Bonavides. Curso de direito constitucional. 17.ª ed. São Paulo: Editora Malheiros, p. 178 (com adaptações).
O fragmento de texto apresentado diz respeito ao método interpretativo

A) Tópico-problemático.
D) Científico-espiritual.

A

GABARITO: LETRA D

Respondi letra a), porque pelo enunciado, acreditei que fosse esse o método tratado, por colocar o Problema como ponto central da análise.

A. ERRADO. Tópico-problemático.
Parte da solução do caso concreto para se estabelecer um diálogo entre as instituições. Parte do fato. O que esse método faz é identificar os problemas jurídicos ou as questões controversas dentro de um caso específico. Ele se concentra em entender os argumentos das partes envolvidas, as normas jurídicas aplicáveis e, a partir daí, desenvolver uma interpretação que responda aos desafios jurídicos apresentados.

D. CERTO. Científico-espiritual.
O que dá sustentação material ao método científico-espiritual de interpretação constitucional é, precisamente, a ideia de Constituição como instrumento de integração social, em sentido amplo, vale dizer, não apenas do ponto de vista jurídico-formal, enquanto norma-suporte e fundamento de validade de todo o ordenamento, segundo o entendimento kelseniano, por exemplo, mas também e, sobretudo, em perspectiva política e sociológica, como instrumento de regulação de conflitos e, por essa forma, de construção e preservação da unidade político-social.

30
Q

CESPE/CEBRASPE - 2023 - Procurador Geral do Município de Natal

Acerca das formas de execução das funções administrativas, assinale a opção correta.

C) A Presidência da República, por meio de seus ministérios, exerce funções administrativas de forma descentralizada .

D) A administração pública direta realiza a função administrativa de forma desconcentrada.

A

GABARITO: LETRA D

Respondi letra c), porque fiquei muito na dúvida entre elas, acabei optando por essa por imaginar que fosse errado dizer que a Administração Direta como um todo exerce suas funções administrativas de maneira descentralizada.

Decreto Lei 200/1967. Art. 4° A Administração Federal compreende:
“I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios.”

Quando se fala da Descentralização, há uma repartição externa de funções, ou seja, determinada pessoa jurídica irá repassar, por lei, contrato ou ato administrativo, a execução de determinado serviço para outra pessoa.

Quando se fala da Desconcentração, por sua vez, entende-se que há uma repartição interna de funções, ou seja, temos uma única pessoa jurídica que distribui suas diversas atribuições entre diversos órgãos.

C. ERRADO. A Presidência da República, por meio de seus ministérios, exerce funções administrativas de forma Desconcentrada.

D. CERTO. A administração pública direta realiza a função administrativa de forma desconcentrada.

31
Q

CESPE / CEBRASPE - 2023 - AGU - Procurador da Fazenda Nacional

Conforme o disposto na Lei n.º 13.848/2019 (Lei Geral das Agências Reguladoras), a análise de impacto regulatório é um procedimento:

A) Administrativo prévio à edição de atos normativos de interesse geral dos agentes econômicos, consumidores ou usuários de serviços e contém informações e dados sobre os possíveis efeitos do ato normativo.

D) Destinado a avaliar o impacto de atos normativos editados pelas agências reguladoras após o período de um ano da sua publicação.

A

GABARITO: LETRA A

Respondi letra d), porque fiquei muito em dúvida entre as duas, mas acreditei que se tratasse da análise posterior do impacto regulatório.

A Análise de Impacto Regulatório é procedimento administrativo previsto no artigo 6º da Lei nº 13.848/2019 que dispõe o seguinte:
Art. 6º A adoção e as propostas de alteração de atos normativos de interesse geral dos agentes econômicos, consumidores ou usuários dos serviços prestados serão, nos termos de regulamento, precedidas da realização de Análise de Impacto Regulatório (AIR), que conterá informações e dados sobre os possíveis efeitos do ato normativo.

Ou seja, a análise de impacto regulatório, nos termos do artigo 6º da Lei nº 13.848, a AIR é procedimento administrativo prévio à edição de atos normativos de interesse geral dos agentes econômicos, consumidores e usuários do serviço que conterá informações e dados sobre os possíveis efeitos do ato normativo.

32
Q

CESPE / CEBRASPE - 2023 - AGU - Procurador da Fazenda Nacional

A) Interpretação ubi eadem ratio, ubi eadem jus (expressão latina que, em português, significa onde há a mesma razão, há o mesmo direito) é técnica de hermenêutica rechaçada pelo STF.

B) Os magistrados devem buscar extrair a máxima eficácia das declarações internacionais, observando, internamente, o princípio hermenêutico básico da primazia da norma que se revelar mais favorável à pessoa humana.

A

GABARITO: LETRA B

Respondi letra a), pois fiquei muito em dúvida entre as duas, mas achei que a interpretação “ubi eadem ratio, ubi eadem jus” muito generalista para ser admitida.

A. ERRADO. A interpretação “ubi eadem ratio, ubi eadem jus” (expressão latina que, em português, significa onde há a mesma razão, há o mesmo direito) é técnica de hermenêutica aplicada pelo STF, e não rechaçada, conforme se depreende do RE 602.889.

B. CERTO. De fato, o STF tem entendimento nesse sentido (RE 466.343), onde os magistrados devem buscar extrair a máxima eficácia das declarações internacionais:

(…) o Supremo Tribunal Federal se defronta com um grande desafio, consistente em extrair, dessas mesmas declarações internacionais e das proclamações constitucionais de direitos, a sua máxima eficácia, em ordem a tornar possível o acesso dos indivíduos e dos grupos sociais a sistemas institucionalizados de proteção aos direitos fundamentais da pessoa humana, sob pena de a liberdade, a tolerância e o respeito à alteridade humana tornarem-se palavras vãs.

33
Q

CESPE / CEBRASPE - 2023 - AGU - Procurador da Fazenda Nacional

Consoante a jurisprudência dominante do STJ no que tange ao regramento referente à atuação da fazenda pública em juízo, assinale a opção correta.

C) A fazenda pública será isenta do pagamento de honorários de sucumbência caso deixe de apresentar impugnação em procedimento individual de cumprimento de sentença de ação coletiva em que figure como ré.

D) A remessa necessária devolve ao tribunal o reexame de todas as parcelas da condenação impostas à fazenda pública, inclusive a verba honorária, não sendo limitada pelo princípio do tantum devolutum quantum appellatum.

A

GABARITO: LETRA D

Respondi letra c), porque não tinha conhecimento do teor da Súmula 345 do STJ.

c) Errada.
São devidos honorários advocatícios pela Fazenda Pública nas execuções individuais de sentença proferida em ações coletivas, ainda que não embargadas, de acordo com a súmula 345 do STJ.

d) Correta.
A remessa necessária significa que está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal, a sentença: proferida contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público; que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução fiscal.
O STJ entendeu que “A remessa oficial devolve ao Tribunal o reexame de todas as parcelas da condenação suportadas pela Fazenda Pública, inclusive dos honorários de advogado.”, conforme a súmula 325.

34
Q

CESPE / CEBRASPE - 2023 - PGE-ES - Procurador do Estado

No que se refere ao conceito de constituição, assinale a opção correta.

A) A constituição dúctil é definida como um processo de integração, em permanente desenvolvimento, que, realizado de acordo com a dinâmica social, envolve fatores espirituais, sociais, individuais e coletivos.

D) A constituição suave é aquela que não contém exageros, não consagrando, ao exprimir o pluralismo social, preceitos que não possam ser vividos na prática.

A

GABARITO: LETRA D

Respondi letra a), porque não sabia a resposta e me pareceu a mais adequada.

A. ERRADO. A Constituição Dúctil, ou Suave, idealizada por Gustavo Zagrebelsky, corresponde àquela que não conta com exageros ou preceitos impossíveis de serem realizados.
Não define ou impõe uma forma de vida, mas assegura condições possíveis para o exercício dos mais variados projetos de vida.
Reflete o pluralismo ideológico, moral, político e econômico existente na sociedade.

D. CERTO. De fato, como exposto, a **Constituição Suave é aquela que não contém exageros, não consagrando, ao exprimir o pluralismo social, preceitos que não possam ser vividos na prática. **

35
Q

FGV - 2023 - PGM - Procurador do Município de Niterói

Caio intentou demanda em face de determinado Município, pleiteando a sua condenação a lhe pagar quantia correspondente a novecentos salários mínimos. Ofertada a peça contestatória e produzidas as provas requeridas por ambas as partes, o juiz da causa, invocando entendimento firmado em sede de incidente de assunção de competência, proferiu sentença em que condenava o ente federativo a pagar a Caio verba equivalente a seiscentos salários mínimos. Depois de transcorridos dezessete dias úteis de sua regular intimação do ato decisório, Caio interpôs recurso de apelação, postulando a reforma parcial da sentença para que se majorasse a verba condenatória para o patamar pleiteado em sua petição inicial. Intimado para responder ao apelo do autor, o ente político municipal ofertou, vinte e cinco dias depois de sua regular intimação, contrarrazões recursais, além de protocolizar, no mesmo dia, apelação adesiva, na qual pugnou pela reforma integral da sentença, a fim de que se julgasse improcedente o pleito autoral. É correto afirmar, nesse contexto, que:

A) Nenhum recurso de apelação deve ser conhecido;
D) O recurso de apelação do Município deve ser conhecido, mas não o de Caio;

A

GABARITO: LETRA A

Respondi letra d), por não ter me atentado ao recurso de Apelação do Município ser Adesivo à Apelação do Autor.

Caio interpôs recurso fora do prazo legal, que seria de 15 dias, de acordo com o art. 1.003, §5º do CPC: “Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para responder-lhes é de 15 (quinze) dias.”

Desta maneira, a apelação adesiva consequentemente foi intempestiva, mesmo que dentro do prazo do Município, vez que ela está subordinada à ação principal, é o que dispõe o art. 997, III do CPC: não será conhecido, se houver desistência do recurso principal ou se for ele considerado inadmissível.

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FGV - 2023 - PGM - Procurador do Município de Niterói

Certa agência reguladora federal, no exercício da competência normativa para dispor sobre aspectos técnicos no âmbito de sua atividade regulatória, após os devidos trâmites, fez editar a Resolução XYZ, que vedou determinada prática no respectivo setor, por considerá-la prejudicial à saúde da população, diante de justificativas técnicas e após o devido processo para a elaboração do ato normativo. Tal vedação importou em grande pressão popular sobre o Poder Legislativo, que acabou elaborando a Lei ABC, a qual passou a autorizar a prática proibida pela Resolução XYZ. Diante desse quadro, a sociedade Certínea, que atua no respectivo setor, está com fundadas dúvidas sobre a possibilidade ou não de realizar a conduta objeto das referidas normas. Diante dessa situação hipotética, considerando a orientação do Supremo Tribunal Federal acerca do tema, é correto afirmar para a sociedade Certínea que:

C) Deve ser reconhecida a inconstitucionalidade da Lei ABC, na medida em que sua determinação pode colocar em risco a saúde da população na forma estabelecida na Resolução XYZ;

E) A Lei ABC é hierarquicamente superior à Resolução XYZ, razão pela qual deve prevalecer a autorização contida na lei.

A

GABARITO: LETRA C

Respondi letra e), pois imaginei que a Lei fosse hierarquicamente superior à Resolução da Agência Reguladora.

Ocorre que, conforme precedente das Fosfoetanolamina Sintética:

É INCONSTITUCIONAL a Lei nº 13.269/2016, que autorizou o uso da fosfoetanolamina sintética (“pílula do câncer) por pacientes diagnosticados com neoplasia maligna mesmo sem que existam estudos conclusivos sobre os efeitos colaterais em seres humanos e mesmo sem que haja registro sanitário da substância perante a ANVISA.

Ante o postulado da separação de Poderes, o Congresso Nacional não pode autorizar, atuando de forma abstrata e genérica, a distribuição de medicamento. Compete à ANVISA permitir a distribuição de substâncias químicas, segundo protocolos cientificamente validados.

O controle dos medicamentos fornecidos à população leva em conta a imprescindibilidade de aparato técnico especializado, supervisionado pelo Poder Executivo. O direito à saúde não será plenamente concretizado se o Estado deixar de cumprir a obrigação de assegurar a qualidade de droga mediante rigoroso crivo científico, apto a afastar desengano, charlatanismo e efeito prejudicial.

STF. Plenário. ADI 5501/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 23/10/2020 (Info 996).

CONCLUSÃO: Só poderia haver lei regulando a matéria ao contrário do que dispõe a referida agência reguladora se houvesse nítida comprovação de estudos sobre a os alcances da lei e, ademais houvesse registro na ANVISA do medicamento. Agir de forma contrária é invadir a separação de poderes que garante ao Poder Executivo maquinário técnico para avaliar a higidez, qualidade e efeitos colaterais de medicamentos.

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FGV - 2023 - PGM - Procurador do Município de Niterói

Nino, prefeito de Niterói, determinou que a Procuradoria do Município apresentasse parecer versando sobre a viabilidade jurídica e os requisitos necessários para a desestatização da sociedade de economia mista XYZ e da subsidiária desta, denominada ABC. Tício, procurador do Município, foi instado a se manifestar e, ao estudar o caso concreto, verificou que: a) a lei que autorizou a criação da sociedade de economia mista não tratou da sua desestatização, tampouco da sua extinção; b) há uma lei local que trata sobre o programa de desestatização na municipalidade. Nesse cenário, de acordo com o Supremo Tribunal Federal, é correto afirmar que:

B) Como a lei que criou a sociedade de economia mista XYZ não trata da sua desestatização, esta independe da edição de lei específica, bastando a inclusão da estatal na legislação que trata, genericamente, sobre o programa municipal de privatização e a realização de licitação. Para fins de desestatização da subsidiária ABC, é dispensável autorização legislativa e licitação, mostrando-se necessária a observância dos princípios reitores da Administração Pública;

D) Para fins de privatização da sociedade de economia mista XYZ e da subsidiária ABC, é imprescindível a edição de lei específica, por intermédio da atuação da Câmara dos Vereadores, bem como a observância de processo licitatório, para se obter, dentre outros fins, a proposta mais vantajosa para o erário;

A

GABARITO: LETRA B

Respondi letra d), porque não sabia a resposta e me apeguei demais à necessidade de previsão legal.

A desestatização depende de autorização legislativa. No entanto, se a lei que criou a sociedade de economia mista não prevê em sentido diverso, segundo entendimento do STF, essa autorização pode constar em lei que trate de programa de desestatização, sem necessidade de edição de lei específica:
“Para a desestatização de empresa estatal é suficiente a autorização prevista em lei que veicule programa de desestatização.” (ADI 6241, Relator(a): CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em 08/02/2021, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-054 DIVULG 19-03-2021 PUBLIC 22-03-2021).

Com relação à necessidade de licitação, o STF já entendeu que a desestatização da sociedade de economia mista exige licitação pública, mas a desestatização de suas subsidiárias pode ser realizada sem licitação, desde que garantida a competição entre eventuais interessados e observados os princípios que regem a administração pública, previstos no artigo 37 da Constituição Federal:
“I – A alienação do controle acionário de empresas públicas e sociedades de economia mista exige autorização legislativa e licitação pública.
II – A transferência do controle de subsidiárias e controladas não exige a anuência do Poder Legislativo e poderá ser operacionalizada sem processo de licitação pública, desde que garantida a competitividade entre os potenciais interessados e observados os princípios da administração pública constantes do art. 37 da Constituição da República.”

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FGV - 2023 - PGM - Procurador do Município de Niterói

Odorico foi eleito prefeito do Município Utopia, após campanha eleitoral em que defendeu amplamente a necessidade de reformulação da remuneração dos servidores públicos municipais. Ao iniciar as suas atividades, Odorico submeteu à apreciação da respectiva assessoria jurídica alguns projetos de lei para atender a aludida plataforma. Considerando a orientação do Supremo Tribunal Federal, é inconstitucional o projeto que:

D) Estabelece que o aumento de remuneração dos servidores do Executivo será realizado por decreto do chefe do Poder Executivo;

E) Determina que os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores.

A

GABARITO: LETRA D

Respondi letra e), porque não sabia que aumento de servidor Municipal se dá apenas mediante Lei específica. Achei que a e) estava errada, mas tinha descartado as outras.

Letra d) Esta alternativa está correta e é o gabarito em tela. Dispõe o inciso X, do caput, do artigo 37, da Constituição Federal, o seguinte:
“X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices.”

Letra e) Esta alternativa está incorreta, pois dispõe o inciso XIV, do caput, do artigo 37, da Constituição Federal, o seguinte:
“XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores.”

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VUNESP - 2022 - Procurador da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo - ALESP

Considere que um servidor da Assembleia Legislativa, após atendidos os pressupostos legais, solicitou a sua aposentadoria, o que foi deferido pela autoridade competente. Após a concessão inicial, o processo foi remetido ao Tribunal de Contas, para controle da legalidade do ato. Considerando a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça, é correto afirmar que:

B) Caso o ato do Tribunal de Contas venha a resultar na anulação da aposentadoria, não é necessário que se assegure ao interessado o contraditório e a ampla defesa.

D) O Tribunal de Contas possui o prazo de 5 (cinco) anos para analisar a legalidade da aposentadoria, que será contado a partir do ato inicial de concessão.

A

GABARITO: LETRA B

Respondi letra d), pois lembrei que realmente existia um prazo de 05 anos, para o Tribunal de Contas analisar a legalidade da aposentadoria, mas o termo inicial da contagem consiste na data de chegada do processo no âmbito da Corte de Contas, para fins de exame de legalidade.

Alternativa b) - CERTO
Ao entendimento de que a concessão de benefícios previdenciários a servidores públicos (e seus pensionistas) constitui ato complexo, que somente se aperfeiçoa após o controle de legalidade exercitado pela competente Corte de Contas, de fato, nossos Tribunais Superiores firmaram compreensão na linha de que, até então, não existe, em verdade, ato administrativo formado.
E, em assim sendo, se o próprio ato ainda não existe formalmente no mundo jurídico, não é necessário estabelecer prévios contraditório e ampla defesa
a fim de que seja anulada a concessão inicial da aposentadoria.

Trata-se de aplicação da ressalva constante da parte final da Súmula Vinculante n.º 3 do STF, que ora reproduzo:
“Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.”

Alternativa d) - ERRADO:
Atualizando sua jurisprudência sobre o tema, o STF passou a entender que a Corte de Contas deve, sim, apreciar a concessão inicial do benefício, no prazo de 05 (cinco) anos, a contar da chegada do processo, sob pena de confirmação tácita do deferimento do benefício, o que tem fundamento nos princípios da segurança jurídica e da confiança legítima.

TESE: “Em atenção aos princípios da segurança jurídica e da confiança legítima, os Tribunais de Contas estão sujeitos ao prazo de 5 anos para o julgamento da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma ou pensão, a contar da chegada do processo à respectiva Corte de Contas”.

(RE 636553, Relator(a): GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 19/02/2020, PROCESSO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-129 DIVULG 25-05-2020 PÚBLICO 26-05-2020)

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VUNESP - 2022 - Procurador da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo - ALESP

No tema do conflito entre normas jurídicas, o princípio da concordância prática

A) Guarda relação com o princípio da unidade da constituição e busca a harmonização entre os valores envolvidos, sem sacrifício de um princípio em detrimento do outro.

E) Exige a interpretação do caso concreto à luz de suas consequências práticas, com a escolha do princípio que traz mais benefícios à parte hipossuficiente.

A

GABARITO: LETRA A

Respondi letra e), realmente não sabia do que se tratava.

LETRA A- CORRETA. Com efeito, o princípio da concordância prática dirime conflitos de princípios de maneira que a unidade e coesão do sistema jurídico são mantidas, partindo da ideia de que em caso de conflitos, com base na ponderação de interesses, tendo como metanorma a proporcionalidade, seja possível dizer, no conflito, qual interesse suporta o maior sacrifício em dado caso, o que, de forma alguma, elimina um princípio pontualmente sacrificado do ordenamento jurídico.

LETRA E- INCORRETA. O princípio da concordância prática não é um pragmatismo, tampouco necessariamente tem como premissa adrede fixada a tutela de hipossuficientes.

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FGV - 2022 - Procurador do Estado - AGE-MG

Sociedade de economia mista estadual XYZ S/A, que presta serviço público essencial, mas com ações negociadas em bolsa de valores e que distribui lucros a seus acionistas privados, arrenda imóvel de propriedade da União para o desempenho de sua atividade-fim. Contudo, foi surpreendida com cobrança contra si, por parte do Município Alfa (em que está situado o imóvel arrendado), de Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) referente ao imóvel arrendado. Diante desse cenário e à luz da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, assinale a afirmativa correta.

C) A cobrança deste IPTU é possível em face de XYZ S/A.
D) Por se tratar o imóvel arrendado de propriedade da União, goza de imunidade tributária recíproca quanto ao IPTU, não sendo possível tal cobrança contra XYZ S/A.

A

GABARITO: LETRA C

Respondi letra d), porque me confundi, achando que só pelo imóvel ser da União já teria a imunidade.

Tema 385/STF: incide IPTU considerado imóvel de pessoa jurídica de direito público arrendado a pessoa jurídica de direito privado, devedora do tributo.

Tema 508/STF: Sociedade de economia mista, cuja participação acionária é negociada em Bolsas de Valores, e que, inequivocamente, está voltada à remuneração do capital de seus controladores ou acionistas, não está abrangida pela regra de imunidade tributária prevista no art. 150, VI, ‘a’, da Constituição, unicamente em razão das atividades desempenhadas.

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FGV - 2022 - Procurador do Estado - PGE-SC

Lei ordinária do Estado Alfa de iniciativa de um deputado estadual concedeu unilateralmente, sem prévia deliberação de Estados e Distrito Federal, um benefício fiscal que autorizava a concessionária de energia elétrica local a não cobrar o ICMS nas faturas de energia elétrica das entidades religiosas situadas no território estadual. A referida lei foi regulamentada por Decreto fazendo complexas exigências de documentos que as entidades religiosas teriam de apresentar à concessionária de energia elétrica.

Diante desse cenário e à luz da atual jurisprudência dos Tribunais Superiores, é correto afirmar que:

B) As entidades religiosas, embora sejam contribuintes de fato, possuem legitimidade ativa para questionar judicialmente as exigências documentais estabelecidas pelo Decreto;

D) Tal lei, ao aplicar-se apenas ao âmbito do Estado Alfa, configura uma situação de guerra fiscal constitucionalmente vedada;

A

GABARITO: LETRA B

Respondi letra d), porque cai na pegadinha do Malandro. Apesar de ser sugestivo, não configura guerra fiscal, de acordo com o STF.

**Em tese, lei estadual que concede benefício fiscal sem deliberação do CONFAZ viola a Constituição Federal (art. 150, § 6.º). **
Tal lei estadual, no entanto, não viola a referida exigência constitucional, conforme jurisprudência do STF (item 3.1 e 3.2 supra), posto que em tal hipótese não haveria qualquer guerra fiscal entre os entes federativos;

b) Certo. As entidades religiosas, embora sejam contribuintes de fato do ICMS na operação referida, possuem legitimidade ativa para questionar judicialmente as exigências documentais estabelecidas pelo Decreto, já que possuem interesse de agir e legitimidade ad causam em matérias tributárias a elas relacionadas.
Podem, portanto, as instituições religiosas questionar judicialmente quaisquer lesões ou ameaças de lesões a seus interesses ou direitos;

d) Errado. Tal lei, mesmo ao aplicar-se apenas ao âmbito do Estado Alfa, não configura uma situação de guerra fiscal constitucionalmente vedada, tal como reconhecido pela jurisprudência do STF.

“A norma estadual, ao pretender ampliar o alcance da imunidade prevista na Constituição, veiculou benefício fiscal em matéria de ICMS, providência que, embora não viole o art. 155, § 2º, XII, “g”, da CF – à luz do precedente da CORTE que afastou a caracterização de guerra fiscal nessa hipótese (ADI 3421, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 5/5/2010, DJ de 58/5/2010) –, exige a apresentação da estimativa de impacto orçamentário e financeiro no curso do processo legislativo para a sua aprovação.”

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FGV - 2022 - Procurador do Estado - PGE-SC

A Cia. de Águas do Estado Alfa S/A, sociedade de economia mista estadual responsável pelo abastecimento de água, explora tal atividade em regime de exclusividade (sem concorrentes) no território estadual e possui ações negociadas em bolsa de valores adquiridas por acionistas privados.

Diante desse cenário, é correto afirmar que:

B) O fato de que tenha ações negociadas em bolsa de valores, adquiridas por acionistas privados, impede que goze de qualquer imunidade tributária;

E) Tal empresa estatal faz jus às imunidades tributárias de impostos por prestar serviço público essencial em regime de exclusividade (sem concorrentes), ainda que possua ações negociadas em bolsa de valores.

A
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CESPE / CEBRASPE - 2022 - Procurador do Estado - PGE-PA

Art. 37 […] § 5.º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.
Brasil. Constituição Federal de 1988.

Quanto ao dispositivo constitucional reproduzido anteriormente, o Supremo Tribunal Federal assentou o entendimento de que os prazos decadenciais e prescricionais previstos em leis específicas para os tribunais de contas são:

A) Constitucionais, porque as regras de imprescritibilidade estabelecidas constitucionalmente devem ser interpretadas de modo restritivo.

A) Inconstitucionais, porque as regras de imprescritibilidade estabelecidas constitucionalmente devem ser interpretadas de modo ampliativo.

A