Cabeça e Pescoço Flashcards

1
Q

Descreve de um modo geral a estrutura do crânio

A

Divide-se no neurocrânio e viscerocrânio. O neurocrânio é a camada óssea que cobre o cérebro e as suas meninges e pode ainda ser dividido na calvaria e na base craniana. A calvaria é constituída por ossos principalmente achatados - frontal, parietal e occipital, formados por ossificação intramembranosa e os da base apresentam porções substancialmente achatadas sendo ainda assim irregulares - esfenoide e temporal, formados por ossificação endocondral. O etmoide tem uma pequena contribuição para a base craniana mas pertence principalmente ao viscerocranio. Os ossos da calvaria são unidos por suturas, mas durante a infância alguns /esfenoide e occipital) são unidos por cartilagem hialina - sincondroses.
O Viscerocrânio trata-se dos ossos da face, formando a parte anterior do crânio e consiste da mandíbula, etmoide e vómer (ímpares) e maxilas, conhcas nasais inferiores, zigomáticos, palatinos, nasais e lacrimais (pares).
Encontram-se vários ossos pneumatizados (frontal, temporal, esfenoide e etmoide) que contêm espaços com ar e estes espaços aumentam com a idade.

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2
Q

Descreva o Aspeto Facial do Crânio

A

Aqui observamos o Fronta, Zigomático, Órbita, Região Nasal, Maxila e Mandíbula.
O Frontal, especificamente a porção escamosa forma a testa, articulando-se inferiormente com o nasal e zigomático, sendo que em alguns adultos persiste a sutura metópica no centro da glabela que se encontra entre os arcos supraciliares (é esta sutura que divide os frontais no crânio fetal). A sua interseção com os nasais forma uma depressão que é um dos pontos craniométricos. Também se articula com o lacrimal, etmoide e esfenoide e a sua porção horizontal forma o topo da órbita e uma pequena porção da base do crânio.
A margem supraorbital apresenta o foramen supraorbital (f.v.n. orbitário) e superiormente está o arco supraciliar que se estende lateralmente a cada lado da glabela e são mais proeminentes nos homens.
Os zigomáticos estão na face ínfero-lateral das órbitas e apoiam-se no maxilar, apresentam o foramen zigomaticofacial no seu aspeto lateral e articulam-se com o frontal, esfenóide e temporal e com o maxilar.
Inferiormente aos nasais está a abertura piriforme e o septo nasal ósseo pode ser observado pela mesma. Na parede lateral de cada cavidade estão as conchas nasais.
O maxilar tem processos alveolares que suportam os dentes maxilares e estes dois ossos estão unidos pela sutura intermaxilar no plano médio. Rodeia a maior parte da abertura piriforme e forma a margem infraorbitário medialmente e têm uma larga ligação com os zigomáticos lateralmente e apresenta o foramen infraorbitário para passagem do fvn homónimo.
A mandíbula tem a forma de U com processos alveolares que servem de suporto para os dentes mandibulares consistindo no corpo e ramos. Inferiormente aos segundos pré-molares estão os foramens mentonianos para o fvn homónimo. Encontramos ainda a protuberânica com o mesmo nome que dá a proeminência triangular do queixo que dá na sínfise mandibular.

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3
Q

Descreva o Aspeto Lateral do Crânio

A

Formada pelo neuro e viscerocrânio, sendo que do primeiro se destacam a fossa temporal, a abertura do meato acústico externo e o processo mastoide do temporal e do segundo a fossa infratemporal, o arco zigomático e os aspetos laterais da mandíbula e maxilar.
A fossa temporal é delimitada superior e posteriormente pelas linhas temporais superior e inferior, anteriormente pelo frontal e zigomático e inferiormente pelo bordo superior do arco zigomático, formado pela união do processo temporal do zigomático e do processo zigomático to temporal. Na sua porção anterior está o ptério, indicado pela formação de uma estrutura em H - suturas que unem o frontal, parietal, asa maior do esfenoide e temporal.
A abertura do meato acústico externo e este mesmo meato leva à membrana timpânica. O processo mastoide do temporal é póstero-inferior e o processo estiloide do temporal é-lhe ântero-medial.
A fossa infratemporal é um espaço irregular inferior e profundo relativamente ao arco zigomático e à mandíbula e posterior à maxila.

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4
Q

Descreva o Aspeto Occipital do Crânio

A

Constituído pelo occípito (protuberância posterior convexa da parte escamosa do occipital), parte do parietal e partes mastoides dos temporais.
A Protuberância Occipital externa é tipicamente palpável no plano médio e define o inião.
A Crista Occipital Externa desce da protuberância para o foramen magno
A Linha Nucal Superior delimita superiormente o pescoço, estende-se por cada lado da protuberância e a linha inferior é menos distinta. No centro do occípito encontra-se ainda o lambda - junção das suturas lamboides que pode ser sentido como uma depressão.

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5
Q

Descreva o Aspeto Superior do Crânio

A

Forma oval, alarga postero-lateralmente nas eminências parietais e, em algumas pessoas as eminências parietais também são visíveis conferindo um aspeto quase quadrado à calvária.
A Sutura Coronal separa o frontal e parietal, a sagital separa os parietais e a lambdoide o parietal e temporal do occipital. A interseção das suturas sagital e coronal chama-se bergma. O Vértex é o ponto mais superior da calvária, perto do ponto médio da sutura sagital.
O Foramen Parietal é pequeno e inconstante, na porção posterior do osso, perto da sutura sagital. Os foramenes mais irregulares são os foramenes emissários para as veias emissárias.

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6
Q

Descreva a Superfície Externa da Base Craniana

A

A Base do Crânio é constituída pela porção inferior do neurocrânio+ víscerocrânio - mandíbula e a sua superfície externa tem o arco alveolar da maxila, processos palatinos da maxila e os ossos palatino, esfenoide, vómer, temporal e occipital.
O Palato Duro é formado pelos processos palatinos da maxila (anteriormente) e porções horizontais dos palatinos posteriormente. O Bordo Posterior Livre do mesmo projeta-se no plano médio como a espinha nasal posterior. Posteriormente ao incisivo central está o foramen incisivo para onde abrem os canais incisivos.
Os nervos nasopalatinos direitos e esquerdos passam do nariz, por vários canais e forames incisivos. Póstero-lateralemtne estão os forames palatinos maior e menos e finalmente, superiormente ao bordo posterior do palato estão as coanas, separadas pelo vómer.
O Esfenoide, constituído pelo seu corpo, asas maiores, asas menores e processos pterigoideus encontra-se entre o frontal, temporal e occipital. As asas maiores têm superfícies orbitais, temporais e infratemporais (superfície externa) e cerebrais (internamente). Os processos pterigoideus, com lâminas laterais e mediais extendem-se inferiormente para formar a junção do corpo com as asas maiores.
O Sulco para a porção cartilagínea da tuba faringotimpânica fica medial à espinha do esfenoide e inferior à junção das asas maiores com a porção petrosa do temporal. A depressão na porção escamosa do temporal é a fossa mandibular - côndilos da mandíbula com a boca fechada.
O Occipital divide-se em 4 partes com base no foramen magno, por onde passa a medula espinhal, as meninges, artérias vertebrais, artérias espinhais anterior e posterior e CN XI. Na porção lateral do occipital estão os côndilos occipitais - articulação com a coluna. Encontram-se ainda os foramenes jugulares entre o occipital e a porção petrosa do temporal, por onde passa a jugular interna e os CN IX-XI. A entrada da carótida para o canal carotídeo é feita anteriormente a este e os processos mastoides servem de inserções musculares. Os foramenes estilomastoideus (VII e artéria estilomastoideia) ficam posteriormente à base do processo estiloide.

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7
Q

Quais as Estruturas Principais da Superfície Interna da Base do Crânio?

A

3 grandes depressões - fossas cranianas anterior, média e posterior que formam a cavidade craniana.

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8
Q

Descreva a Fossa Craniana Anterior

A

Frontal e etmoide, bem como o corpo e asas menores do esfenoide. Na parte orbital do frontal encontram-se impressões sinuosas. A crista frontal é uma extensão do frontal que tem na sua base o foramen cego para a veia emissária nasal insignificante na vida pós-natal. A Crista Galli fica posterior a este, projetando-se superiormente do etmoide onde tem vários forames pequenos para o CN I.

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9
Q

Descreva a Fossa Craniana Média

A

Póstero-inferior à anterior, da qual está separada pelo limbo esfenoidal que também delimita anteriormente o sulco pré-quiasmático entre canais ópticos, e pelas cristas esfenoidais, formadas principalmente pelos bordos posteriores das asas menores e que se terminam medialmente nos processos clinoideus anteriores. Constituída pela sela turca, asas maiores do esfenoide, porções escamosa e petrosa do temporal e posteriormente é delimitada pelo bordo superior da parte petrosa do temporal e mais medialmente pelo dorso da sela turca.

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10
Q

Descreva a Sela Turca

A

Depressão na Superfície Superior do Esfenóide rodeada pelos processos clinoides anteriores e posteriores. É composta por 3 partes - a sela tubercular (elevação mediana para formar o limite posterior do sulco pré-quiasmático e limite anterior da fossa hipofisial), a fossa pituitária (depressão onde está a hipófise) e o dorso da sela (placa quadrada que se projeta superiormente limitando posteriormente a sela e cujos ângulos súpero-laterais proeminentes formam os processos clinoideus posteriores.

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11
Q

Quais os Forames que podemos encontrar no andar médio da cavidade craniana?

A

Cada lado do corpo do esfenoide:

  • Fissura Orbitária Superior: entre as asas maiores e menores, abre-se anteriormente para a órbita
  • Foramen Redondo - posteriormente à terminação medial da fissura orbitária superior, de trajeto horizontal para se abrir na asa maior do esfenoide anteriormente até à fossa pterigopalatina.
  • Foramen Oval: póstero-lateral ao redondo, abre-se inferiormente para a fossa infratemporal
  • Foramen Espinhoso: póstero-lateralmente ao foramen oval e abre-se para a fossa infratemporal em relação com a espinha do esfenoide.

-Foramen Lácero: póstero-lateralmente à fossa pituitária, na vida está fechado por uma placa cartilagínea. Só algumas artérias meníngicas e pequenas veias apssam pela cartilagem. A Carótida Interna e os plexos simpático e venoso que a acompanham passam pelo aspeto superior da cartilagem e alguns nervos atravessam-na horizontalmente. Deste foramen estende-se póstero-lateralemento o sulco para o nervo petroso maior na superfície ântero-superior da parte petrosa do temporal e um sulco mais pequeno para o petroso menor.

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12
Q

Descreva a Fossa Craniana Posterior

A

Maior e mais profunda, formada pelo occipital e delimitada anteriormente pelo dorso da sela e pelas partes petrosas e mastoides do temporal.
O Clivo estende-se do dorso da sela ao foramen magno, posteriormente ao qual se divide a fossa através da crista occipital interna (que termina na protuberância occipital interna) em duas concavidades bilaterais - fossas cerebelares.
Encontram-se sulcos que demonstram o curso horizontal dos seios transversos e em forma de S dos sigmoideus. O Foramen Jugular dá passagem a vários CN, para além do seio sigmoideu e da veia jugular interna. Ântero-superiormente a este está o meato acústico interno para o CN VII e VIII e artéria labiríntica. O Canal Hipoglossal é superior à margem ântero-lateral do foramen magno.

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13
Q

Descreva as Paredes da Cavidade Craniana

A

Variam em espessura, menos espessas nas mulheres, em crianças e idosos. Os ossos tendem a ser mais finos em regiões que estão cobertos por músculo. Porções mais finas podem ser vistas radiograficamente ou com um crânio seco a luz forte.
A maioria dos ossos da calvária consistem em placas internas (mais fina) e externas de osso separadas por díploe que contém medula óssea vermelha por onde correm canais formados pelas veias diploicas.
Distinguem-se os reforços cranianos, porções mais espessas dos ossos que conduzem as forças passando ao largo das órbitas e cavidade nasal. Distinguem-se os reforços Frontonasal (dos dentes caninos entre as cavidades nasal e orbital até à parte central do frontal), Arco Zigomático - margem orbital lateral (molares até parte lateral do forntal e temporal) e os Occipitais que recebem as forças da coluna.

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14
Q

Descreva as Regiões da Cabeça e da Face

A

Cabeça:

  • Frontal
  • Parietal
  • Occipital
  • Temporal
  • Auricular
  • Mastoide

Facial:

  • Orbital
  • Infra-Orbital
  • Bucal
  • Parótida
  • Zigomática
  • Nasal
  • Oral
  • Mental
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15
Q

Descreva o TCE

A

O TCE é uma importante causa de morte e incapacidade. Suas complicações incluem hemorragia, infeção e lesão do encéfalo (p. ex., concussão) e dos nervos cranianos. O comprometimento do nível de consciência é a manifestação mais comum. É responsável por quase 10% das mortes nos Estados Unidos, e cerca de metade das mortes por traumatismo acometem o encéfalo (Rowland, 2010). Os TCE são mais frequentes em jovens, entre 15 e 24 anos. As causas de TCE variam, mas destacam-se os acidentes com automóveis e motocicletas.

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16
Q

Descreva a Cefaleia e Dor na Face

A

Poucas queixas são mais comuns do que a cefaleia e a dor na face. Embora geralmente sejam benignas e muitas vezes estejam associadas a tensão, fadiga ou febre baixa, as cefaleias podem indicar um problema intracraniano grave, como tumor encefálico, hemorragia subaracnóidea ou meningite. A neuralgia é caracterizada por dor intensa, pulsátil ou em caráter de punhalada no trajeto de um nervo, provocada por lesão desmielinizante. É uma causa comum de dor facial. Expressões como neuralgia facial descrevem sensações dolorosas difusas. A dor em locais específicos tem nomes como dor de ouvido (otalgia) e dor de dente (odontalgia).

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17
Q

Descreva a Lesão dos Arcos Supraciliares

A

Os arcos superciliares são cristas ósseas relativamente salientes, logo, um golpe neles (durante uma luta de boxe) pode romper a pele e causar sangramento. A contusão da pele ao redor da órbita causa acumulação de líquido tecidual e sangue no tecido conjuntivo adjacente, que se deposita na pálpebra superior e ao redor do olho (“olho roxo”)

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18
Q

Descreva o Rubor Malar

A

Antigamente, o zigomático era denominado osso malar; por conta disso, usa-se o termo clínico rubor malar. Esse eritema cutâneo que recobre a proeminência zigomática (eminência malar) está associado à elevação da temperatura que ocorre em algumas doenças, como a tuberculose e o lúpus eritematoso sistêmico (LES).

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19
Q

Descreva as Fraturas da Maxila e dos Ossos Associados

A

3 tipos de fraturas da Maxila:
Fratura Le Fort I: uma grande variedade de fraturas horizontais da maxila, que seguem superiormente ao processo alveolar maxilar (i. e., às raízes dos dentes), cruza o septo nasal ósseo e possivelmente as lâminas do processo pterigoide do esfenoide
Fratura Le Fort II: segue das partes póstero-laterais dos seios maxilares (cavidades nas maxilas) em sentido súpero-medial através dos forames infraorbitais, lacrimais ou etmoides até a ponte do nariz. Assim, toda a parte central da face, inclusive o palato duro e os processos alveolares, é separada do restante do crânio
Fratura Le Fort III: fratura horizontal que atravessa as fissuras orbitais superiores, o etmoide e os ossos nasais, e segue em direção lateral através das asas maiores do esfenoide e das suturas frontozigomáticas. A fratura concomitante dos arcos zigomáticos separa a maxila e os zigomáticos do restante do crânio.

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20
Q

Descreva as Frturas da Mandíbula

A

Em geral, a fratura da mandíbula é dupla, e frequentemente em lados opostos; assim, se for constatada uma fratura, deve-se procurar outra. Por exemplo, muitas vezes um golpe forte na mandíbula causa a fratura do colo e do corpo da mandíbula na região do dente canino oposto.
As fraturas do processo coronoide da mandíbula são raras e, de modo geral, únicas. As fraturas do colo da mandíbula costumam ser transversais e podem estar associadas à luxação da articulação temporomandibular (ATM) ipsilateral. As fraturas do ângulo da mandíbula geralmente são oblíquas e podem acometer a cavidade óssea ou o alvéolo do 3º dente molar. As fraturas do corpo da mandíbula amiúde atravessam o alvéolo de um dente canino

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21
Q

Descreva a Reabsorção de Osso Alveolar

A

A extração de dentes causa reabsorção de osso alveolar na região ou regiões afetadas (Figura B7.3). Após a perda completa ou extração dos dentes maxilares, as cavidades do dente começam a ser preenchidas por osso e tem início a reabsorção do processo alveolar. Do mesmo modo, a extração de dentes mandibulares causa reabsorção óssea. Aos poucos, o forame mentual aproxima-se da margem superior do corpo da mandíbula (Figura B7.3A a C). Em alguns casos, os forames mentuais desaparecem, expondo os nervos mentuais à lesão. A pressão de uma prótese dentária (p. ex., uma dentadura apoiada sobre um nervo mentual exposto) pode causar dor durante a alimentação. A perda de todos os dentes acarreta a diminuição da dimensão vertical da face e prognatismo mandibular (sobreoclusão). Também surgem na pele da face pregas profundas que seguem em sentido posterior a partir dos ângulos da boca.

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22
Q

Descreva as Fraturas da Calvária

A

A convexidade da calvária distribui e, desse modo, geralmente minimiza os efeitos de um golpe sobre a cabeça. Entretanto, golpes fortes em áreas finas da calvária tendem a produzir fraturas com afundamento, nas quais há depressão de um fragmento ósseo que comprime e/ou lesa o encéfalo. As fraturas lineares da calvária, o tipo mais frequente, geralmente ocorrem no ponto de impacto; mas muitas vezes as linhas de fratura se irradiam a partir dele em duas direções ou mais. Nas fraturas cominutivas, o osso é partido em vários pedaços. Se a área da calvária for espessa no local de impacto, o osso pode afundar sem fratura; entretanto, pode haver fratura a alguma distância do local de traumatismo direto, onde a calvária é mais fina. Em uma fratura por contragolpe, a fratura não ocorre no ponto de impacto, mas sim no lado oposto do crânio.

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23
Q

Descreva o Desenvolvimento do Crânio

A

Os ossos da calvária e algumas partes da base do crânio desenvolvem-se por ossificação intramembranosa. A maior parte da base do crânio se desenvolve por ossificação endocondral. Por ocasião do nascimento, os ossos da calvária são lisos e unilaminares; não há díploe. As eminências frontal e parietal são bastante proeminentes. O crânio de um recém-nascido é desproporcionalmente grande em comparação com as outras partes do esqueleto; mas a face é pequena em comparação com a calvária, e corresponde a cerca de um oitavo do crânio. No adulto, o esqueleto da face representa um terço do crânio. O grande tamanho da calvária em lactentes resulta do crescimento e desenvolvimento precoces do encéfalo e dos olhos.
O desenvolvimento rudimentar da face faz com que as órbitas pareçam relativamente grandes. A pequenez da face é consequência do desenvolvimento rudimentar da maxila, da mandíbula e dos seios paranasais; da ausência de dentes irrompidos e do pequeno tamanho das cavidades nasais.
As metades do frontal no recém-nascido são separadas pela sutura frontal, o frontal e os parietais são separados pela sutura coronal e as maxilas e mandíbulas são separadas pela sutura intermaxilar e sínfise mandibular (articulação cartilagínea
secundária), respetivamente. Os processos mastoide e estiloide estão ausentes. Como não há processos
mastoides ao nascimento, ao emergirem dos forames estilomastóideos os nervos faciais estão próximos da superfície. Assim,
podem ser lesados por fórceps durante um parto difícil ou mais tarde por uma incisão posterior à orelha (como no
tratamento cirúrgico da mastoidite ou de problemas da orelha média). A formação dos processos mastoides é gradual
durante o primeiro ano à medida que os músculos esternocleidomastóideos completam seu desenvolvimento e tracionam as
partes petromastóideas dos temporais.

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24
Q

Descreva as Alterações da Face Relacionadas com a Idade

A

A mandíbula é o osso mais dinâmico do corpo; seu tamanho e formato e o número normal de dentes variam muito com a idade. No recém-nascido, a mandíbula tem duas metades unidas no plano mediano por uma articulação cartilagínea, a sínfise da mandíbula. A união entre as metades da mandíbula é feita por fibrocartilagem; essa união começa durante o 1º ano e as metades estão fundidas até o final do 2º ano de vida. O corpo da mandíbula em recém-nascidos é uma simples armação sem processos alveolares, e cada metade contém cinco dentes decíduos. Em geral, esses dentes começam a irromper por volta dos 6 meses de idade. O corpo da mandíbula se alonga, sobretudo posteriormente ao forame mentual, para acomodar seu desenvolvimento. Mais tarde, oito dentes permanentes começam a irromper durante o 6o ano de vida. A erupção dos dentes permanentes só se completa no início da vida adulta.

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25
Q

Descreva a Obliteração das Suturas Cranianas

A

Em geral, a obliteração das suturas entre os ossos da calvária começa entre 30 e 40 anos de idade na superfície interna e cerca de 10 anos depois na superfície externa. Em geral, a obliteração das suturas começa no bregma e prossegue, em sequência, nas suturas sagital, coronal e lambdóidea. O tempo de fechamento varia consideravelmente.

26
Q

Descreva as Alterações do Crânio relacionadas com a idade

A

À medida que as pessoas envelhecem, os ossos do crânio normalmente tornam-se cada vez mais finos e leves, e a díploe é, aos poucos, preenchida por um material gelatinoso cinzento. A medula óssea perde as células sanguíneas e a gordura, adquirindo aparência gelatinosa.

27
Q

Descreva a Craniossinostose e Malformações Cranianas

A

O fechamento prematuro das suturas cranianas (craniossinostose primária) acarreta várias malformações cranianas. A incidência aproximada de craniossinostose primária é de 1 por 2.000 nascidos. Não se conhece a causa, mas os fatores genéticos parecem ser importantes. A hipótese prevalente é de que o desenvolvimento anormal da base do crânio gera forças exageradas sobre a dura-máter (membrana externa de revestimento do encéfalo), que compromete o desenvolvimento normal das suturas cranianas. Essas malformações são mais comuns nos homens e muitas vezes estão associadas a outras anomalias ósseas. O tipo de malformação varia de acordo com as suturas que se fecham prematuramente.
O fechamento prematuro da sutura sagital, no qual o fontículo anterior é pequeno ou está ausente, resulta em um crânio longo, estreito e cuneiforme, distúrbio denominado escafocefalia. Quando o fechamento prematuro da sutura coronal ou lambdóidea é unilateral, há torção e assimetria do crânio, um distúrbio chamado de plagiocefalia.
O fechamento prematuro da sutura coronal resulta em um crânio alto, semelhante a uma torre, conhecido como oxicefalia ou turricefalia. Este último tipo de malformação craniana é mais comum nas mulheres. Em geral, o fechamento prematuro das suturas não afeta o desenvolvimento encefálico.

28
Q

a

A

a

29
Q

Descreva as Meninges Cranianas

A

Membranas de Revestimento do Encéfalo imediatamente internas ao crânio. Protegem o encéfalo, compõem a estrutura de sustentação das artérias, veias e seios venosos e encerram o espaço subaracnóideo, fundamental para o funcionamento normal do encéfalo. Formadas por 3 camadas: Dura-máter (fibrosa externa espessa e resistente), aracnoide-máter (fina intermediária) e pia-máter (delicada interna e vascularizada). A Aracnoide e Pia-Máter são contínuas e formam a leptomeninge, estando separadas pelo espaço subaracnóideo, que contém líquido cerebrospinal e este espaço ajuda a manter o equilíbrio do líquido extracelular no encéfalo. É transparente mas de constituição semelhante ao sangue, produzido pelos plexos coroideos.

30
Q

Descreva a Dura-Máter

A

Membrana bi-laminar densa e espessa, adere à lâmina interna da calvária. Tem uma camada periosteal externa, formada pelo periósteo que cobre a face interna da calvária, e uma camada meníngea interna - membrana fibrosa forte e contínua no forame magno com a parte espinal da dura-máter que reveste a medula espinal.
A fixação da camada externa à calvária é resistente ao longo das linhas de sutura e na base do crânio e esta é contínua nos forames com o periósteo na face externa da calvária, mas essa camada não é contínua na medula.
Exceto nos locais de invaginações e seios durais, a camada interna está intimamente fundida à camada periosteal (separação impossível). A separação dural-craniana só ocorre em caso patológico.

31
Q

Descreva as Invaginações da Dura-Máter

A

As invaginações de dura-máter dividem a cavidade do crânio em compartimentos, formando divisões parciais (septos durais) entre algumas partes do encéfalo e oferecendo suporte para outras partes. As invaginações da dura-máter incluem:

  • Foice do Cérebro, a maior invaginação da dura-máter, está situada na fissura longitudinal do cérebro que separa os hemisférios cerebrais direito e esquerdo. A foice do cérebro está fixada no plano mediano à face interna da calvária, a partir da crista frontal e da crista etmoidal anteriormente até a protuberância occipital interna posteriormente. Termina tornando-se contínua com o tentório do cerebelo.
  • Tentório do Cerebelo, 2ª maior invaginação da dura-máter, é um septo largo, em formato de meia-lua, que separa os lobos occipitais dos hemisférios cerebrais do cerebelo. O tentório do cerebelo fixa-se na parte rostral aos processos clinoides do esfenoide, na parte rostrolateral à parte petrosa do temporal, e na parte posterolateral à face interna do occipital e parte do parietal. A foice do cérebro fixa-se ao tentório e mantém-no elevado. O tentório divide a cavidade num compartimento supratentorial (divisão D e E pela foice) e infratentorial. A margem ântero-medial côncava é lisa, produzindo a incisura do tentório
  • Foice do cereblo, invaginação vertical da dura-máter situada inferiormente ao tentório do cerebelo na parte posterior da fossa posterior do crânio. Fixada à crita occipital interna, separa parcialmente os hemisférios do cerebelo.
  • Diafragma da Sela, a menor, lâmina circular suspensa entre os processos clinoides cobrindo a hipófise com abertura para a passagem do infundíbulo e das veias hipofisárias.
32
Q

Descreva os Seios Venosos da Dura-Máter

A

Espaços revestidos de endotélio entre as lâminas periosteal e meníngea da dura, formando-se nos locais onde os septos se fixam ao longo da margem livre da foice do cérebro e drenam aqui veias da superfície do encéfalo, bem como grande parte do sangue do encéfalo pela VJI.
O seio sagital superior situa-se na margem fixada convexa da foice do cérebro. Começa na crista etmoidal e termina perto da protuberância occipital interna na confluência dos seios, um local de reunião dos seios sagital superior, reto, occipital e transverso. Recebe as veias cerebrais superiores e comunica-se de cada lado, através de aberturas semelhantes a fendas, com as lacunas venosas laterais, expansões laterais do seio sagital superior
As granulações aracnóideas (vilosidades aracnóideas) são prolongamentos em tufo da aracnoide-máter que se salientam através da lâmina meníngea da dura-máter para os seios venosos durais, principalmente as lacunas laterais, e afetam a transferência de LCS para o sistema venoso. Granulações aracnóideas aumentadas (corpos de Pacchioni) podem causar erosão do osso, formando depressões chamadas de fovéolas granulares na calvária. Geralmente são observadas na vizinhança dos seios sagital superior, transverso e alguns outros seios venosos da dura-máter. Adaptadas estruturalmente para o transporte de LCS do espaço subaracnóideo
para o sistema venoso.
O seio sagital inferior é muito menor do que o superior. Segue na margem livre côncava inferior da foice do cérebro e termina no seio reto. O seio reto é formado pela união do seio sagital inferior com a veia cerebral magna. Segue em sentido inferoposterior ao longo da linha de fixação da foice do cérebro até o tentório do cerebelo, onde se une à confluência dos seios.
Os seios transversos seguem lateralmente a partir da confluência dos seios, formando um sulco nos occipitais e nos ângulos póstero-inferiores dos parietais. Seguem ao longo das margens do tentório
do cerebelo fixadas póstero-lateralmente e, depois, tornam-se os seios sigmóideos à medida que se aproximam da face posterior das partes petrosas dos temporais. O sangue recebido pela confluência dos seios é drenado pelos seios transversos, mas raramente de forma igual. Em geral, o seio esquerdo é dominante (maior).
Os seios sigmóideos seguem trajetos em forma de S na fossa posterior do crânio, formando sulcos profundos no temporal e no occipital. Cada seio sigmóideo segue anteriormente e depois continua inferiormente como a VJI após atravessar o forame jugular.
O seio occipital situa-se na margem fixada da foice do cerebelo e termina superiormente na confluência dos seios comunica-se inferiormente com o plexo venoso vertebral interno.
O seio cavernoso, um grande plexo venoso, está localizado de cada lado da sela turca, sobre a face superior do corpo do esfenoide, que contém o seio esfenoidal. Consiste num plexo venoso com paredes extremamente finas, que se estende anteriormente da fissura orbital superior até o ápice da parte petrosa do temporal posteriormente. Recebe sangue das veias oftálmicas superior e inferior, veia cerebral média superficial e seio esfenoparietal. Os canais venosos nesses seios comunicam-se entre si através de canais venosos anteriores e posteriores ao pedículo da hipófise — seios intercavernosos — e algumas vezes através de veias inferiores à hipófise. Os seios cavernosos drenam em sentido póstero-inferior através dos seios petrosos superior e inferior e veias emissárias para os plexos basilar e pterigóideo.
• Dentro de cada seio cavernoso está a carótida interna com todos os seus pequenos ramos rodeada pelo plexo carotídeo simpático e o nervo VI. Para além disto, o CN III, IV e V1 e V2 estão na parede lateral deste seio.
• Os seios Petrosos superiores vão do fim posterior das veias do seio cavernoso até ao seio transverso onde estes se curvam inferiormente para formar os seios sigmóideos . Ficam na margem ântero-lateral do tentório do cerebelo que se liga à crista da porção petrosa do temporal.
• Os seios Petrosos Inferiores têm a mesma origem que os superiores e correm por um sulco entre a porção petrosa do temporal e a basilar do occipital, drenando os seios cavernosos para a transição do seio sigmoideu para a VJI no forâmen jugular. Está ligado ao plexo basilar que se comunica inferiormente com o plexo venoso vertebral.
• As Veias Emissárias ligam os seios venosos durais às veias do exterior do crânio, das quais se distinguem uma frontal que passa pelo forâmen cego para o seio sagital superior, uma parietal pelo forâmen parietal para o seio sagital superior, uma mastoide pelo forâmen homónimo que liga cada seio sigmóideo à veia auricular posterior e uma posterior condilar que atravessa o canal condilar ligando o seio sigmóideo aos plexos venosos suboccipitais.

33
Q

Descreva a vasculatura da Dura-Máter

A

As artérias da dura-máter fornecem mais sangue para a calvária do que para a dura-máter. O maior desses vasos, a artéria meníngea média, é um ramo da artéria maxilar. Entra no assoalho da fossa média do crânio através do forame espinhoso, segue lateralmente na fossa, e vira-se em sentido superoanterior sobre a asa maior do esfenoide, onde se divide em ramos anterior e posterior. O ramo frontal da artéria meníngea média segue superiormente até o ptério e depois curva-se posteriormente para ascender em direção ao vértice do crânio. O ramo parietal da artéria meníngea média segue em sentido póstero-superior e ramifica-se (divide-se em ramos de distribuição) sobre a face posterior do crânio. Pequenas áreas de dura-máter são supridas por outras artérias: ramos meníngeos das artérias oftálmicas, ramos das artérias occipitais e pequenos ramos das artérias vertebrais.
As veias da dura-máter acompanham as artérias meníngeas, amiúde em pares. As veias meníngeas médias acompanham a artéria meníngea média, deixam a cavidade do crânio através do forame espinhoso ou forame oval e drenam
para o plexo venoso pterigóideo.

34
Q

Descreva a Inervação da Dura-Máter

A

A dura-máter dos assoalhos das fossas anterior e média do crânio e do teto da fossa posterior do crânio é inervada por ramos meníngeos que se originam direta ou indiretamente do nervo trigêmeo. Cada uma das três divisões contribui com um ramo ou ramos meníngeos. Os ramos meníngeos anteriores
dos nervos etmoidais (NC V1) e os ramos meníngeos dos nervos maxilar (NC V2) e mandibular (NC V3) suprem a dura-máter da fossa anterior do crânio. Os dois últimos nervos também suprem a dura-máter da fossa média do crânio. Os ramos meníngeos do NC V2 e NC V3 são distribuídos como plexos periarteriais que acompanham os ramos da artéria meníngea média.
O Tentório do Cerebelo e a Parte Posterior da foice do cérebro é suprida pelo nervo tentorial (n. oftálmico) e a parte anterior da foice do cérebro é por ramos ascendentes dos ramos meníngeos anteriores. A Dura-Máter da fossa posterior do crânio recebe fibras sensitivas dos gg espinais C2 e C3 pelos nervos ou fibras que são transferidas para os NC X e NC XII. As terminações sensitivas são mais numerosas na dura máter ao longo de cada lado do seio sagital superior e no tentório do cerebelo do que no assoalho do crânio.
As fibras de dor são mais numerosas nos locais onde artérias e veias seguem na dura-máter. A dor originada na dura-máter geralmente é referida, percebida como cefaleia originada nas regiões cutânea ou mucosa supridas pelo nervo cervical ou pela divisão do nervo trigêmeo envolvido.

35
Q

Descreva a Aracnóide e Pia-Máter

A

Desenvolvem-se a partir de uma única camada de mesênquima que circunda o encéfalo embrionário e forma as partes parietal e visceral da leptomeninge. Esta é indicada no adulto pelas numerosas trabéculas aracnoideias que passam entre estas duas camadas. São formadas por fibroblastos achatados que formam pontes no espaço sub-aracnoideo. Estas camadas são contínuas na parte imediatamente proximal à saída de cada nervo craniano da dura-máter.
Aracnoide-Máter contém fibroblastos, fibras de colágeno e algumas fibras elásticas. Embora fina, tem espessura suficiente para que seja manipulada com pinça. A aracnoide-máter avascular,
embora esteja intimamente aplicada à lâmina meníngea da dura-máter, não está fixada à dura-máter; é mantida contra a face
interna da dura-máter pela pressão do LCS no espaço subaracnóideo.
A pia-máter craniana é ainda mais fina do que a aracnoide-máter; é muito vascularizada por uma rede de finos vasos sanguíneos. É difícil ver a pia-máter, mas ela confere uma aparência brilhante à superfície do encéfalo. A pia adere à superfície do encéfalo e segue todos os seus contornos. Quando as artérias cerebrais penetram no córtex cerebral, a pia-máter as segue por uma curta distância, formando um revestimento pial e um espaço periarterial.

36
Q

Descreva os Espaços Meníngeos

A

A interface dura-máter-crânio (“espaço” extradural ou epidural) não é um espaço natural entre o crânio e a lâmina periosteal externa da dura-máter porque a dura está fixada aos ossos. Só se torna um espaço extradural em caso de afeção — por exemplo, quando o sangue proveniente da ruptura de vasos meníngeos afasta o periósteo do crânio. O espaço extradural cranial potencial ou patológico não é contínuo com o espaço extradural espinal (um espaço natural ocupado por gordura peridural e um plexo venoso), porque o primeiro situa-se externamente ao periósteo que reveste o crânio, e o segundo situa-se internamente ao periósteo que reveste as vértebras
Do mesmo modo, a interface ou junção da dura-máter com a aracnoide-máter (“espaço subdural”) não é um espaço natural entre a dura-máter e a aracnoide-máter. Um espaço pode surgir na camada de células da margem dural em virtude de traumatismo, como um golpe forte na cabeça
O espaço subaracnóideo, entre a aracnoide-máter e a pia-máter, é um espaço real que contém LCS, células trabeculares, artérias e veias.

37
Q

Descreva a Fratura do Ptério

A

Pode ser fatal porque ele está sobre os ramos frontais dos vasos meníngeos médios, situados em sulcos na face interna da parede lateral da calvária. O ptério está situado dois dedos acima do arco zigomático e um polegar posterior ao processo frontal do zigomático. Um golpe forte na região lateral da cabeça pode causar fratura dos ossos finos que formam o ptério, produzindo rutura do ramo frontal da artéria ou veia meníngea média que cruza o ptério. O hematoma resultante exerce pressão sobre o córtex cerebral subjacente. A hemorragia do vaso meníngeo médio não tratada pode causar morte em algumas horas.

38
Q

Descreva a Tromboflebite da Veia Facial

A

A veia facial faz conexões clinicamente importantes com o seio cavernoso através da veia oftálmica superior, e o plexo
venoso pterigóideo através das veias oftálmica inferior e facial profunda (Figuras 7.25 e 7.29B; Quadro 7.6). Em
razão dessas conexões, a infecção da face pode propagar-se para o seio cavernoso e o plexo venoso pterigóideo.
Em geral, o sangue do ângulo medial do olho, nariz e lábios drena inferiormente pela veia facial, sobretudo quando a
pessoa está em posição ortostática. Como a veia facial não tem válvulas, o sangue pode atravessá-la na direção oposta.
Consequentemente, o sangue venoso da face pode entrar no seio cavernoso. Em indivíduos com tromboflebite da veia facial
— inflamação da veia facial com formação secundária de trombos —, fragmentos de um coágulo infectado podem estenderse para o sistema venoso intracraniano e causar tromboflebite do seio cavernoso.
A infecção das veias faciais que se disseminam para os seios venosos da dura-máter pode ser provocada por lacerações do
nariz ou pela expressão de pústulas (espinhas) na lateral do nariz e no lábio superior. Consequentemente, a área triangular do
lábio superior até a ponte do nariz é considerada o triângulo perigoso da face

39
Q

Descreva o Traumatismo Cranioencefálico não penetrante

A

Um golpe na cabeça pode descolar a camada periosteal da dura-máter da calvária sem fratura dos ossos do crânio. Na base do crânio, as duas camadas da dura-máter estão firmemente fixadas e é difícil separá-las dos ossos. Assim, uma fratura da base do crânio geralmente rompe a dura-máter e causa extravasamento de LCS. A parte mais interna da dura-máter, a camada celular da margem dural, é formada por fibroblastos achatados que são separados por grandes espaços extracelulares. Essa camada constitui um plano de fraqueza estrutural na junção da dura-máter com a aracnoide-máter

40
Q

Descreva a Herniação Transtentorial

A

A incisura do tentório é a abertura no tentório do cerebelo para o tronco encefálico e é pouco maior do que o
necessário para acomodar o mesencéfalo (Figura B7.18). Portanto, lesões expansivas, como tumores no
compartimento supratentorial, elevam a pressão intracraniana e podem provocar herniação de parte do lobo
temporal do encéfalo adjacente através da incisura do tentório. Durante a herniação transtentorial, o lobo temporal pode ser
lacerado pelo tentório do cerebelo, rijo, e o nervo oculomotor (NC III) pode sofrer distensão, compressão ou ambas. As
lesões oculomotoras podem causar paralisia dos músculos extrínsecos do bulbo do olho supridos pelo NC III.

41
Q

Descreva o Abaulamento do Diafragma da Sela

A

Os tumores hipofisários podem estender-se superiormente através da abertura no diafragma da sela ou causar seu
abaulamento. Muitas vezes esses tumores expandem o diafragma da sela, o que provoca distúrbios da função
endócrina cedo ou tarde (i. e., antes ou depois do aumento do diafragma da sela). A extensão superior de um tumor
pode ocasionar sintomas visuais em razão da pressão sobre o quiasma óptico, o local de cruzamento das fibras nervosas
ópticas

42
Q

Descreva a Oclusão das Veias Cerebrais e dos Seios Venosos da Dura-Máter

A

A oclusão das veias cerebrais e dos seios venosos da dura-máter pode ser causada por trombos, tromboflebite
(inflamação venosa) ou tumores (p. ex., meningiomas). Os seios venosos da dura-máter que sofrem trombose com
maior frequência são os seios transverso, cavernoso e sagital superior (Fishman, 2010b).
As veias faciais fazem conexões clinicamente importantes com o seio cavernoso através das veias oftálmicas superiores
(Figura 7.29B). A trombose do seio cavernoso geralmente é causada por infecções na órbita, seios nasais e parte superior da
face (o triângulo perigoso; Figura B7.17). Em pessoas com tromboflebite da veia facial, fragmentos de um trombo infectado
podem entrar no seio cavernoso, causando tromboflebite do seio cavernoso. Em geral, a infecção inicial acomete apenas um
seio, mas pode disseminar-se para o lado oposto através dos seios intercavernosos. A tromboflebite do seio cavernoso pode
afetar o nervo abducente enquanto atravessa o seio (ver Capítulo 9) e também pode afetar os nervos inseridos na parede
lateral do seio (Figura 7.31C). Muitas vezes a trombose séptica do seio cavernoso resulta no desenvolvimento de meningite
aguda.

43
Q

Descreva as Metástases de Células Tumorais para os Seios Venosos da Dura-Máter

A

O plexo basilar e o seio occipital comunicam-se com os plexos venosos vertebrais internos através do forame magno
(Figuras 7.29B e 7.33). Como esses canais venosos não têm válvulas, a compressão do tórax, abdome ou pelve,
como ocorre ao tossir forte e no esforço, pode forçar a passagem do sangue venoso dessas regiões para o sistema
venoso vertebral interno, e dele para os seios venosos da dura-máter. Logo, o pus presente nos abscessos e as células
tumorais nessas regiões podem disseminar-se para as vértebras e o encéfalo.

44
Q

Descreva as fraturas da Base do Crânio

A

As fraturas da base do crânio podem causar ruptura da artéria carótida interna, com consequente fístula arteriovenosa no seio cavernoso. O sangue arterial flui para o seio cavernoso, aumentando-o e forçando o fluxo sanguíneo retrógrado para
suas tributárias venosas, principalmente as veias oftálmicas. Assim, há protrusão do bulbo do olho (exoftalmia) e
ingurgitamento da conjuntiva (quemose). O bulbo do olho protruso pulsa em sincronia com o pulso radial, um
fenômeno conhecido como exoftalmia pulsátil. Como NC III, NC IV, NC V1, NC V2 e NC VI situam-se dentro ou perto da
parede lateral do seio cavernoso, esses nervos também podem ser afetados quando há lesão do seio

45
Q

Descreva a Origem Dural das Cefaleias

A

A dura-máter é sensível à dor, sobretudo no local onde está relacionada com os seios venosos da dura-máter e as
artérias meníngeas (Figura 7.31A). Consequentemente, a tração das artérias na base do crânio, ou das veias perto do
vértice onde perfuram a dura-máter, causa dor. A distensão do couro cabeludo ou dos vasos meníngeos (ou de
ambos) é considerada uma causa de cefaleia (Green, 2010).
Muitas cefaleias parecem ter origem na dura-máter, como a cefaleia que ocorre após uma punção lombar para retirada de
LCS (ver Capítulo 4). Acredita-se que essas cefaleias resultem da estimulação de terminações nervosas sensitivas na duramáter. Quando o LCS é removido, o encéfalo projeta-se um pouco, tracionando a dura-máter; isso também pode causar
cefaleia. Por essa razão, os pacientes são instruídos a manter as cabeças abaixadas após uma punção lombar a fim de
minimizar a tração da dura-máter e reduzir as chances de cefaleia.

46
Q

Descreva a Leptomeningite

A

A leptomeningite é uma inflamação das leptomeninges (aracnoide-máter e pia-máter) causada por microrganismos
patogênicos. A infecção e a inflamação geralmente são limitadas ao espaço subaracnóideo e à aracnoide-máter e piamáter (Jubelt, 2005). As bactérias podem entrar no espaço subaracnóideo através do sangue (septicemia) ou se
disseminar a partir de uma infecção do coração, dos pulmões ou de outras vísceras. Os microrganismos também podem
entrar no espaço subaracnóideo a partir de uma fratura exposta do crânio ou de uma fratura dos seios paranasais. A
meningite purulenta aguda pode ser causada por praticamente qualquer bactéria patogênica (p. ex., meningite
meningocócica).

47
Q

Descreva os Traumatismos Cranianos e Hemorragia Intracraniana

A

A hemorragia extradural (epidural) tem origem arterial. O sangue dos ramos rotos de uma artéria meníngea média acumula-se entre a camada periosteal externa da dura-máter e a calvária. O sangue extravasado separa a dura-máter do crânio. Em geral, isso se deve a um golpe forte na cabeça com formação de um hematoma extradural (epidural). Tipicamente, há concussão (perda da consciência) breve, seguida por um intervalo de algumas horas de lucidez. Mais tarde, há sonolência e coma. A compressão do encéfalo ocorre quando a massa de sangue aumenta, exigindo evacuação do sangue e oclusão do(s) vaso(s) hemorrágico(s).
Um hematoma da margem dural é comumente denominado hematoma subdural ; entretanto, esse nome é errado porque não há espaço natural na junção da dura-máter com a aracnoide-máter. Os hematomas nessa junção geralmente são causados por sangue extravasado que separa a lâmina de células da margem dural. O sangue não se acumula em um espaço preexistente, mas cria um espaço na junção dura-máter com a aracnoide-máter. A hemorragia da margem dural geralmente sucede um forte golpe na cabeça que balança o encéfalo dentro do crânio e causa lesão. O traumatismo precipitante pode ser trivial ou esquecido. A hemorragia da margem dural tem origem geralmente venosa e costuma resultar da rutura de uma veia cerebral superior quando entra no seio sagital superior.
A hemorragia subaracnóidea é um extravasamento de sangue, geralmente arterial, para o espaço subaracnóideo. A maioria das hemorragias subaracnóideas resulta da ruptura de um aneurisma sacular (dilatação saciforme da parede de uma artéria), como um aneurisma da artéria carótida interna.
Algumas hemorragias subaracnóideas estão associadas a traumatismo craniano que causa fraturas do crânio e lacerações cerebrais. A hemorragia para o espaço subaracnóideo resulta em irritação meníngea, cefaleia intensa, rigidez cervical e, muitas vezes, perda da consciência.

48
Q

Descreva as Vértebras Cervicais

A

7 vértebras cervicais formam a região cervical da coluna vertebral, que encerra a medula espinal e as meninges. Os corpos vertebrais empilhados e posicionados centralmente sustentam a cabeça, e as articulações intervertebrais (IV) – sobretudo as articulações craniovertebrais em sua extremidade superior – proporcionam a flexibilidade necessária para permitir o posicionamento da cabeça.

As quatro vértebras cervicais típicas (III a VI) têm as seguintes características:

  • O corpo vertebral é pequeno e mais longo no sentido laterolateral do que no sentido anteroposterior; a face superior é côncava e a face inferior é convexa
  • O forame vertebral é grande e triangular
  • Os processos transversos de todas as vértebras cervicais (típicas ou atípicas) incluem forames transversários para os vasos vertebrais (as veias vertebrais e, com exceção de C VII, as artérias vertebrais)
  • As faces superiores dos processos articulares estão voltadas em sentido súpero-anterior, e as faces inferiores estão voltadas em sentido ínfero-posterior
  • Os processos espinhosos são curtos e, em indivíduos de ascendência europeia, bífidos.
  • A vértebra C I ou atlas: um osso anular e reniforme que não tem processo espinhoso nem corpo e consiste em duas massas laterais unidas por arcos anterior e posterior. Suas faces articulares superiores côncavas recebem os côndilos occipitais
  • A vértebra C II ou áxis: um dente, semelhante a um pino, projeta-se de seu corpo para cima
  • A vértebra proeminente (C VII): assim denominada por causa do processo espinhoso longo, que não é bífido. Os processos transversos são grandes, mas os forames transversários são pequenos
49
Q

Descreva o Hioide

A

O hioide é um osso móvel situado na parte anterior do pescoço, no nível da vértebra C III, no ângulo entre a mandíbula e a cartilagem tireóidea. É suspenso por músculos que o unem à mandíbula, aos processos estiloides, à cartilagem tireóidea, ao manúbrio do esterno e às escápulas.
É um osso singular em razão de sua separação do restante do esqueleto, não se articulando com nenhum outro osso e tem formato de U. É suspenso dos processos estiloides dos temporais pelos ligamentos estilohióideos e está firmemente unido à cartilagem tireóidea. O hioide tem um corpo e cornos maior e menor. Do ponto de vista funcional, o hioide é um local de fixação para os músculos anteriores do pescoço e atua como suporte para manter a via respiratória aberta.
O corpo do hioide, sua parte média, está voltado anteriormente. A face convexa anterior projeta-se em sentido ântero-superior; a face côncava posterior projeta-se em
sentido póstero-inferior. Cada extremidade do corpo está unida a um corno maior que se projeta em sentido póstero-superior e lateral a partir do corpo. Em pessoas jovens, os cornos maiores são unidos ao corpo por fibrocartilagem. Em idosos, os cornos geralmente são unidos por osso. Cada corno menor é uma pequena projeção óssea da parte superior do corpo do hioide perto de sua união com o corno maior. Está unido ao corpo do hioide por tecido fibroso e, às vezes, ao corno maior por uma articulação sinovial. O corno menor projeta-se em sentido súpero-posterior em direção ao processo estiloide; pode ser parcial ou completamente cartilagíneo em alguns adultos.

50
Q

Descreva a Cervicalgia

A
A cervicalgia (dor no pescoço) tem várias causas, inclusive inflamação de linfonodos, distensão muscular e protrusão
dos discos intervertebrais. A linfadenopatia cervical pode indicar um tumor maligno na cabeça; entretanto, o câncer
primário pode estar localizado no tórax ou abdome porque o pescoço une a cabeça ao tronco (p. ex., o câncer de
pulmão pode metastatizar através do pescoço para o crânio). A maioria dos casos de cervicalgia crônica é causada por
anormalidades ósseas (p. ex., osteoartrite cervical) ou traumatismo. A cervicalgia geralmente é afetada pelo movimento da
cabeça e do pescoço e pode ser agravada pela tosse ou pelo espirro, por exemplo.
51
Q

Descreva as Lesões da Coluna Vertebral Cervical

A

As fraturas e luxações das vértebras cervicais podem causar lesão da medula espinal e/ou das artérias vertebrais e
plexos simpáticos que atravessam os forames transversários. Ver, no boxe azul, “Luxação de vértebras cervicais”,
“Fratura e luxação do atlas” e “Fratura e luxação do áxis”.

52
Q

Descreva a Fratura do Hioide

A

A fratura do hioide (ou dos processos estiloides do temporal; ver Capítulo 7) ocorre em pessoas estranguladas com
as mãos por compressão da parte oral da faringe, o que resulta em afundamento do corpo do osso sobre a
cartilagem tireóidea. A incapacidade de elevar o hioide e de movimentá-lo anteriormente sob a língua dificulta a
deglutição e a manutenção da separação dos sistemas digestório e respiratório, o que pode resultar em pneumonia por
aspiração

53
Q

Descreva a Tela Subcutânea Cervical e o Platisma

A

A tela subcutânea cervical é uma camada de tecido conjuntivo adiposo entre a derme da pele e a lâmina superficial da fáscia cervical, mais fina do que noutras regiões, sobretudo anteriormente. Contém nervos cutâneos, vasos sanguíneos e linfáticos e gordura. Contém ainda o platisma ântero-lateralmente.

54
Q

Descreva o Platisma

A

O músculo platisma é uma lâmina larga e fina de músculo na tela subcutânea do pescoço. Desenvolve-se a partir de uma lâmina contínua de musculatura derivada do mesênquima no 2º arco faríngeo do embrião e é suprido por ramos do NC VII. A VJE que desce do ângulo da mandíbula até meio da clavícula e os principais nervos cutâneos do pescoço situam-se profundamente ao platisma.
Cobre a face ântero-lateral do pescoço e as suas fibras originam-se na fáscia muscular que cobre as partes superiores dos músculos deltoide e peitoral maior e seguem em sentido súpero-medial, sobre a clavícula até à margem inferior da mandíbula. As suas margens anteriores cruzam-se sobre o mento e fundem-se aos músculos da face. Na parte inferior as fibras divergem deixando uma abertura anterior à laringe e à traqueia. Este músculo é suprido pelo ramo cervical do NC VII.

55
Q

Descreva a Fáscia Cervical

A

Formada por 3 lâminas fasciais: superficial, pré-traqueal e pré-vertebral, que sustentam as vísceras cervicais, os músculos, vasos e nódulos linfáticos profundos. Condensa-se ao redor das carótidas comuns e das jugulares internas e dos vagos para formar a bainha carotídea. Estas lâminas dormam planos de clivagem naturais através dos quais os tecidos podem ser separados durante a cirurgia e limitam a disseminação de abcessos resultantes de infeções. Garantem ainda o deslizamento de estruturas do pescoço para se movimentarem e passarem umas sobre as outras sem dificuldade.

56
Q

Descreva a Lâmina Superficial da Fáscia Cervical

A

Circunda todo o pescoço profundamente à pele e à tela subcutânea. Divide-se em superficial e profunda para revestir os músculos trapézio e ECM (ambos derivados da mesma lâmina embrionária muscular e inervados pelo NC XI, inserindo-se praticamente continuamente à base do crânio superiormente e à espinha escapular, acrómio e clavícula inferiormente).
Superiormente fixa-se nas linhas nucais superiores do occipital, processos mastoides, arcos zigomáticos, margem inferior da mandíbula, hioide e processos espinhoso das vértebras cervicais. Logo depois de se fixar na mandíbula divide-se para envolver a submandibular e posteriormente à mandíbula forma a cápsula fibrosa da parótida. O Ligamento Estilomandibular é uma modificação mais espessa dessa lâmina.
Inferiromente fixa-se no manúbrio, clavículas, acrómios e espinhas das escápulas. Posteriormente é contínua com o periósteo que cobre o processo espinhoso de C VII e com o ligamento nucal.
Entre as cabeças esternais do ECM e logo acima do manúbrio há ainda a divisão para envolver o ECM formando assim o espaço supraesternal que envolve as extremidades inferiores das VJA, arco venoso jugular, gordura e alguns nódulos linfáticos profundos.

57
Q

Descreva a Lâmina Pré-Traqueal da Fáscia Cervical

A

Limitada à parte anterior do pescoço, estende-se inferiormente ao hioide até ao tórax, onde se funde ao pericárdio fibroso que reveste o coração. Inclui uma parte muscular fina que reveste os músculos infra-hioideos e uma parte visceral que reveste a tiroide, traqueia e esófago e é contínua nas partes posterior e superior com a fáscia bucofaríngea da faringe. A Lâmina pré-traqueal funde-se com as bainhas carotídeas.
Superiormente ao hioide um espessamento desta forma uma tróclea para passar o tendão intermédio do músculo digástrico que suspende o hioide. Esta aprisiona ainda o músculo omo-hioideo

58
Q

Descreva a Lâmina Pré-Vertebral da Fáscia Cervical

A

Forma uma bainha tubular para a coluna vertebral e os músculos a ela associados (longo do pescoço e longo da cabeça anteriormente, escalenos lateralmente e profundos do pescoço posteriormente). Superiormente fixa-se à base do crânio e inferiormente funde-se à fáscia endotorácica na região periférica e ao ligamento longitudinal anterior na região central por volta de T3. Estende-se lateralmente como a bainha axilar circundando vasos axilares e plexo braquial. As partes cervicais dos troncos simpáticos estão incrustadas nesta.

59
Q

Descreva a Bainha Carotídea

A

Revestimento fascial tubular da base do crânio até à raiz do pescoço que se funde anteriormente às lâminas superficial e pré-traqueal da fáscia e posteriormente à lâmina pré-vertebral. Contém as Carótidas comum e interna, a jugular interna, o vago, os nódulos linfáticos cervicais profundos, o nervo do seio carotídeo e os plexos periarteriais carotídeos (simpáticos).
Tanto esta como a fáscia pré-traqueal comunicam livremente com o mediastino do tórax na parte inferior e com a cavidade do crânio na parte superior - possíveis vias para a disseminação de infeção e do sangue extravasado.

60
Q

Descreva o Espaço Retrofaríngeo

A

O Maior e mais importante espaço interfascial no pescoço, é um espaço virtual que consiste em t. conjuntivo laxo entre a parte visceral da lâmina pré-vertebral da fáscia cervical e a fáscia bucofaríngea que rodeia a faringe superficialmente (inferiormente esta última é contínua com a lâmina pré-traqueal). A Fáscia Alar forma outra subdivisão do espaço retrofaríngeo, sendo que está fixada ao longo da linha mediana da fáscia bucofaríngea crânio->C7. Daqui vai lateralmente para terminar na bainha carotídea. Este permite o movimento da faringe, esófago, laringe e traqueia em relação à coluna vertebral durante a deglutição. A parte superior deste espaço é fechada pela base do crânio e a cada lado pela bainha carotídea. A parte inferior abre-se no mediastino superior.

61
Q

Descreva a Paralisia do Platisma

A

A paralisia do músculo platisma, resultante da lesão do ramo cervical do nervo facial (Figura 8.8), causa o
surgimento de pregas frouxas na pele do pescoço. Consequentemente, durante dissecções cirúrgicas do pescoço, é
necessário cuidado extra para preservar o ramo cervical do nervo facial. Durante o fechamento de feridas no pescoço,
os cirurgiões suturam com cuidado a pele e as margens do músculo platisma. Se isso não for feito, as bordas da ferida
cutânea serão afastadas (tracionadas em direções diferentes) pela contração da fibras musculares do músculo platisma, o que
pode ocasionar uma cicatriz larga e feia.

62
Q

Descreva a Disseminação de Infeções no Pescoço

A

A lâmina superficial da fáscia cervical ajuda a evitar a disseminação de abscessos causados por destruição tecidual. A
infecção entre a lâmina superficial da fáscia cervical e a parte muscular da fáscia pré-traqueal que envolve os
músculos infra-hióideos geralmente não se dissemina além da margem superior do manúbrio do esterno. No
entanto, a infecção entre a lâmina superficial e a parte visceral da fáscia pré-traqueal pode disseminar-se para a cavidade
torácica anteriormente ao pericárdio.
O pus de um abscesso posterior à lâmina pré-vertebral da fáscia cervical pode estender-se lateralmente no pescoço e
formar uma protuberância posterior ao músculo ECM. O pus pode perfurar a lâmina pré-vertebral da fáscia cervical e entrar
no espaço retrofaríngeo, criando uma protrusão na faringe (abscesso retrofaríngeo). Esse abscesso pode dificultar a
deglutição (disfagia) e a fala (disartria).
Infecções na cabeça também podem disseminar-se em sentido inferior, posteriormente ao esôfago, e penetrar no
mediastino posterior, ou podem disseminar-se anteriormente à traqueia e entrar no mediastino anterior. As infecções no
espaço retrofaríngeo também podem estender-se em sentido inferior para o mediastino superior. Do mesmo modo, o ar
proveniente de uma ruptura da traqueia, brônquio ou esôfago (pneumomediastino) pode seguir em sentido superior no
pescoço.