Abdómen Flashcards

1
Q

Quais as regiões da cavidade abdominal e como as podemos delimitar?

A

As regiões são delimitadas por quatro planos: dois sagitais (verticais) e dois transversos (horizontais). Os dois planos sagitais geralmente são os planos medioclaviculares, que seguem do ponto médio das clavículas (a cerca de 9 cm da linha mediana) até os pontos medioinguinais, pontos médios das linhas que unem a espinha ilíaca anterossuperior (EIAS) aos tubérculos púbicos de cada lado.
Na maioria das vezes, os planos transversos são o plano subcostal, que atravessa a margem inferior da 10ª cartilagem costal de cada lado, e o plano intertubercular, que atravessa os tubérculos ilíacos (cerca de 5 cm posteriores à EIAS de cada lado) e o corpo da vértebra L V. Esses dois planos têm a vantagem de cruzar estruturas palpáveis

Nas descrições clínicas mais gerais, quatro quadrantes da cavidade abdominal (quadrantes superior e inferior, direito e esquerdo) são delimitados por dois planos facilmente demarcados: (1) o plano transumbilical, que atravessa o umbigo (e o disco intervertebral [IV] entre as vértebras L III e L IV), divide as metades superior e inferior, e (2) o plano mediano vertical, que atravessa o corpo longitudinalmente, define as metades direita e esquerda

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2
Q

Delimite a Cavidade Abdominal e indique as suas camadas

A

Superiormente pelas 7ª-10ª cartilagens costais e processo xifoide, inferiormente pelo ligamento inguinal e margens superiores do aspeto ântero-lateral da cavidade pélvica (cristas ilíacas, cristas púbicas e sínfise púbica). Nesta podemos descrever as seguintes camadas: pele, tecido subcutâneo (fáscia superficial - tecido adiposo, camada muscular e as suas aponevroses, fáscia profunda, gordura extraperitoneal e peritoneu parietal. No umbigo há adesão firme da pele ao tecido subcutâneo.

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3
Q

Descreva a Fáscia da Parede Ântero-lateral do Abdómen

A

Superiormente ao umbigo, a tela subcutânea é igual à encontrada na maioria das regiões. Inferiormente ao umbigo, a parte mais profunda do tecido subcutâneo é reforçada por muitas fibras elásticas e colágenas, formando duas camadas: o panículo adiposo do abdómen (fáscia de Camper) e o estrato membranáceo (fáscia de Scarpa) da tela subcutânea do abdome. O estrato membranáceo continua inferiormente na região perineal como o estrato membranáceo do períneo (fáscia de Colles), mas não prossegue até as coxas.
As camadas superficial, intermediária e profunda da fáscia de revestimento cobrem as faces externas das três camadas musculares da parede anterolateral do abdome e suas aponeuroses (tendões expandidos planos) e não podem ser facilmente separadas delas. As fáscias de revestimento são extremamente finas nesse ponto e são representadas principalmente pelo epimísio (camada externa de tecido conjuntivo fibroso que circunda todos os músculos — ver Introdução), situado superficialmente aos músculos ou entre eles. A face interna da parede do abdome é revestida por lâminas membranáceas e areolares de espessura variável formando a fáscia parietal do abdome (intra-abdominal). Embora essa fáscia seja contínua, suas diferentes partes são denominadas de acordo com o músculo ou aponeurose que revestem. A porção que reveste a face profunda do músculo transverso do abdome e sua aponeurose é a fáscia transversal. O revestimento brilhante da cavidade abdominal, o peritoneu parietal, é formado por uma única camada de células epiteliais e tecido conjuntivo de sustentação. O peritoneu parietal está situado internamente à fáscia transversal e é separado dela por uma quantidade variável de gordura extraperitoneal.

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4
Q

Descreva os Músculos da Parede Ântero-Lateral do Abdómen

A

Oblíquo Externo
Da face externa das costelas (V a XII) até à linha alba, tubérculo púbico e metade anterior da crista ilíaca, inervado pelos nervos espinhais T7 a T11 e pelo subcostal, comprime e sustenta as vísceras abdominais e faz a flexão e rotação do tronco.

Oblíquo Interno
Dos 2/3 anteriores da crista ilíaca até à margem inferior das 10ª-12ª costelas, linha alba e linha pectínea do púbis, através da foice inguinal. Inervado pelos ramos anteriores de T6-T12 e pelos primeiros lombares

Transverso do Abdómen
Da face interna das 7ª-12ª cartilagens costais, aponevrose toraco-lombar, crista ilíaca até à linha alba com aponevrose do m.o.i., crista púbica e linha pectínea do púbis pela foice inguinal. Inervado pelos ramos anteriores de T6-T12 e nervos lombares, comprime e sustenta as vísceras abdominais.

Reto
Da sínfise e crista púbica até ao processo xifoide e 5ª a 7ª cartilagens costais. Inervado pelos ramos anteriores de T6-T12, faz a flexão do tronco e comprime as vísceras abdominais, estabiliza e controla a inclinação da pelve

Piramidal
na bainha do músculo reto do abdómen anteriormente à parte inferior do músculo reto do abdome. Estende-se da crista púbica do osso do quadril até a linha alba. Esse pequeno músculo segue até a linha alba

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5
Q

Descreva a Bainha do Músculo Reto do Abdomen, Linha Alba e Umbigo

A

A Bainha é o compartimento onde se encontram o reto e o piramidal, bem como as artérias e veias epigástricas superiores e inferiores e as partes distais dos nervos toraco-abdominais. Para esta contribuem as aponevroses dos 3 músculos do abdómen (cada uma é bilaminar, total de 6 lâminas): oblíquos e transverso. Nos 2/3 superiores as 3 lâminas anteriores (2 oblíquo externo e anterior do interno) localizam-se anteriormente e as restantes 3 posteriormente. Entre os dois retos estas aproximam-se para formar a linha alba/branca. No 1/3 inferior estas aponevroses são todas anteriores e o músculo repousa diretamente sobre a fáscia transversalis.

A linha alba dá passagem a pequenos vasos e nervos para a pele. Na sua porção média, subjacente ao umbigo, a linha alba contém o anel umbilical, um defeito na linha alba através do qual os vasos umbilicais fetais entravam e saíam do cordão umbilical e da placenta. Todas as camadas da parede anterolateral do abdome se fundem no umbigo. À medida que a gordura se acumula na tela subcutânea no período pós-natal, a pele se eleva ao redor do anel umbilical e o umbigo torna-se deprimido.

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6
Q

Descreva os Nervos do Abdómen

A

Toracoabdominais (T7 a T11)

Continuação dos nervos intercostais inferiores (7º a 11º) distais à margem costal, seguem entre a segunda e a terceira camadas de músculos abdominais; os ramos entram na tela subcutânea como ramos cutâneos laterais de T10 a T11 (na linha axilar anterior) e ramos cutâneos anteriores de T7 a T11 (linha paraesternal) e vão para os músculos da parede ântero-lateral do abdómen e pele sobrejacente

7º-9º ramos cutâneos laterais
7-9 intercostais (ramos anteriores de T7-T9), seguindo a margem costal no tecido subcutâneo para a pele dos hipocôndrios direito e esquerdo

Subcostal (anterior de T12)
De T12, pela margem inferior da 12ª costela para a parede subumbilical entre a 2ª e 3ª camada muscular para os musculos e pele sobrejacente, superior à crista ilíaca e inferior ao umbigo.

Ílio-Hipogástrico
Como ramo terminal
superior do ramo
anterior do nervo
espinal L1, Perfura o músculo transverso do abdome
para seguir entre a segunda e a terceira
camada de músculos abdominais; os
ramos perfuram as aponeuroses do
músculo oblíquo externo do abdome da
parte inferior da parede do abdome. Vai para a Pele sobre a crista ilíaca,
região inguinal superior e
hipogástrio; músculos
oblíquo interno e transverso
do abdome
Ilioinguinal
Como ramo terminal
inferior do ramo
anterior do nervo
espinal L1, passa  entre a segunda e a terceira
camadas dos músculos abdominais; a seguir, atravessa o canal inguinal e vai para a pele da região inguinal
inferior, monte do púbis,
parte anterior do escroto ou
lábio maior do pudendo e
face medial adjacente da
coxa; parte inferior dos 
músculos oblíquo interno e
transverso do abdome
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7
Q

Descreva os Vasos da Parede Ântero-Lateral do Abdómen

A

A pele e a tela subcutânea da parede do abdome são servidas por um plexo venoso subcutâneo complexo, no qual a drenagem
superior se dá para a veia torácica interna medialmente e a veia torácica lateral lateralmente, e a drenagem inferior se faz para
as veias epigástrica superficial e epigástrica inferior, tributárias das veias femoral e ilíaca externa, respectivamente (Figura
2.11). As veias cutâneas que circundam o umbigo anastomosam-se com as veias paraumbilicais, pequenas tributárias da veia
porta que são paralelas à veia umbilical obliterada (ligamento redondo do fígado). Um canal de anastomose superficial
lateral relativamente direto, a veia toracoepigástrica, pode existir ou se desenvolver (em virtude da alteração do fluxo
venoso) entre a veia epigástrica superficial (tributária da veia femoral) e a veia torácica lateral (tributária da veia axilar). As
veias profundas da parede anterolateral do abdome acompanham as artérias e recebem o mesmo nome. Pode existir ou se
desenvolver uma anastomose venosa medial profunda entre a veia epigástrica inferior (tributária da veia ilíaca externa) e as
veias epigástrica superior/torácica interna (tributárias da veia subclávia). As anastomoses superficiais e profundas podem
garantir a circulação colateral durante a obstrução de uma das veias cavas.

Os vasos sanguíneos primários (artérias e veias) da parede anterolateral do abdome são:
Vasos epigástricos superiores e ramos dos vasos musculofrênicos dos vasos torácicos internos
Vasos epigástricos inferiores e circunflexos ilíacos profundos dos vasos ilíacos externos
Vasos circunflexos ilíacos superficiais e epigástricos superficiais da artéria femoral e veia safena magna,
respectivamente
Vasos intercostais posteriores do 11o
espaço intercostal e os ramos anteriores dos vasos subcostais

A irrigação arterial da parede anterolateral do abdome é mostrada na Figura 2.12 e resumida no Quadro 2.4. A
distribuição dos vasos sanguíneos abdominais profundos reflete a disposição dos músculos: os vasos da parede anterolateral
do abdome têm um padrão circunferencial, oblíquo (semelhante aos vasos intercostais; Figura 2.11), enquanto os vasos da
parede anterior central do abdome têm orientação mais vertical.
A artéria epigástrica superior é a continuação direta da artéria torácica interna. Ela penetra na bainha do músculo reto
do abdome superiormente, através de sua camada posterior, supre a parte superior do músculo reto do abdome e anastomosa-
-se com a artéria epigástrica inferior aproximadamente na região umbilical (ver Figura 2.9, Quadro 2.4).
A artéria epigástrica inferior origina-se da artéria ilíaca externa imediatamente superior ao ligamento inguinal. Segue em
sentido superior na fáscia transversal para entrar na bainha do músculo reto do abdome abaixo da linha arqueada. Penetra na
parte inferior do músculo reto do abdome e anastomosa-se com a artéria epigástrica superior (Figura 2.9).

A drenagem linfática da parede anterolateral do abdome segue os seguintes padrões (Figura 2.11):
Vasos linfáticos superficiais acompanham as veias subcutâneas; os vasos superiores ao plano transumbilical drenam
principalmente para os linfonodos axilares; entretanto, alguns drenam para os linfonodos paraesternais. Os vasos
linfáticos superficiais inferiores ao plano transumbilical drenam para os linfonodos inguinais superficiais
Vasos linfáticos profundos acompanham as veias profundas da parede do abdome e drenam para os linfonodos ilíacos
externos, ilíacos comuns e lombares direito e esquerdo (cavais e aórticos).

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8
Q

Descreva a Importância clínica da fáscia e dos espaços fasciais da parede do abdome

A

A lipoaspiração é um método cirúrgico para retirada de gordura subcutânea indesejada por meio da inserção
percutânea de um tubo de aspiração e uso de vácuo de alta pressão. Os tubos são introduzidos sob a derme através
de pequenas incisões cutâneas.
Ao fechar incisões cutâneas abdominais inferiores ao umbigo, os cirurgiões incluem o estrato membranáceo da tela
subcutânea ao suturar por causa de sua resistência. Entre essa camada e a fáscia muscular que cobre os músculos reto e
oblíquo externo do abdome há um espaço potencial onde pode haver acúmulo de líquido (p. ex., urina quando há ruptura da
uretra). Embora não haja barreiras (além da gravidade) que impeçam a passagem superior do líquido a partir desse espaço,
ele não pode seguir inferiormente para a coxa, porque o estrato membranáceo da tela subcutânea se funde à fáscia muscular
da coxa (fáscia lata) ao longo de uma linha cerca de 2,5 cm inferior e paralela ao ligamento inguinal.
A fáscia parietal do abdome (endoabdominal) é muito importante na cirurgia. Proporciona um plano que pode ser aberto
e permitir que o cirurgião aproxime-se de estruturas situadas sobre ou dentro da face anterior da parede posterior do
abdome, como os rins ou corpos das vértebras lombares, sem entrar no saco peritoneal membranáceo que contém as
vísceras abdominais. Desse modo, o risco de contaminação é minimizado. Uma parte anterolateral desse espaço potencial
entre a fáscia transversal e o peritônio parietal (espaço de Bogros) é usada para a colocação de próteses (tela de Gore-Tex,
por exemplo) ao reparar hérnias inguinais (Skandalakis et al., 1996)

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9
Q

Descreva a Protuberância do Abdómen

A

A proeminência do abdome é normal em lactentes e crianças pequenas, porque nessa idade o sistema digestório
contém muito ar. Além disso, as cavidades abdominais anterolaterais estão aumentando e os músculos abdominais
estão ganhando força. O fígado relativamente grande do lactente e da criança pequena também contribui para a
protrusão.
Os músculos abdominais protegem e sustentam as vísceras com maior efetividade quando seu tônus é bom; assim, o
adulto bem condicionado e com peso normal tem um abdome plano ou escafoide em decúbito dorsal.
As seis causas comuns de protrusão abdominal são alimento, líquido, gordura, fezes, flatos e feto. A eversão do umbigo
pode ser um sinal de aumento da pressão intra-abdominal, geralmente causado por ascite (acúmulo anormal de líquido
seroso na cavidade peritoneal) ou uma grande massa (p. ex., tumor, feto ou aumento de um órgão como o fígado).
Na maioria das vezes, o acúmulo excessivo de gordura causado pela ingestão excessiva de alimento ocorre na camada
adiposa subcutânea; entretanto, também pode haver deposição excessiva de gordura extraperitoneal em alguns tipos de
obesidade.
Os tumores e a organomegalia (aumento de órgãos, como o baço — esplenomegalia) também ocasionam aumento do
abdome. Quando os músculos anteriores do abdome são pouco desenvolvidos ou sofrem atrofia, em virtude da idade
avançada ou da prática insuficiente de exercício, o tônus é insuficiente para resistir ao aumento do peso de um abdome
protuberante na pelve anterior. A pelve inclina-se anteriormente nas articulações do quadril na posição ortostática (o púbis
desce e o sacro sobe), provocando lordose excessiva da região lombar

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10
Q

Descreva as hérnias Abdominais

A

A parede anterolateral do abdome pode apresentar hérnias. A maioria das hérnias ocorre nas regiões inguinal,
umbilical e epigástrica (ver, no boxe azul, “Hérnias inguinais”, adiante). As hérnias umbilicais são comuns em
neonatos, porque a parede anterior do abdome é relativamente fraca no anel umbilical, sobretudo em lactentes de
baixo peso ao nascimento. As hérnias umbilicais geralmente são pequenas e resultam do aumento da pressão intraabdominal associado à fraqueza e ao fechamento incompleto da parede anterior do abdome após a ligadura do cordão
umbilical ao nascimento. A herniação ocorre através do anel umbilical. As hérnias umbilicais adquiridas são mais comuns em
mulheres e em pessoas obesas. A gordura extraperitoneal e/ou peritônio protraem-se para o saco herniário. As linhas ao
longo das quais se entrelaçam as fibras das aponeuroses abdominais também são possíveis locais de herniação (ver Figura
2.6B). Às vezes existem aberturas no local onde ocorrem essas trocas de fibras — por exemplo, na linha mediana ou na
transição da aponeurose para a bainha do músculo reto do abdome. Essas aberturas podem ser congênitas, resultantes do
estresse da obesidade e envelhecimento, ou consequência de feridas cirúrgicas ou traumáticas.
A hérnia epigástrica, uma hérnia na região epigástrica através da linha alba, ocorre na linha mediana entre o processo
xifoide e o umbigo. As hérnias de Spigel são aquelas que ocorrem ao longo das linhas semilunares (ver Quadro 2.1B). Esses
tipos de hérnia tendem a ocorrer em pessoas com mais de 40 anos e geralmente estão associados à obesidade. O saco
herniário, formado por peritônio, é recoberto apenas por pele e tecido adiposo subcutâneo.

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11
Q

Descreva a Palpação da Parede Ântero-Lateral do Abdómen

A

O aquecimento das mãos é importante ao palpar a parede do abdome, porque as mãos frias provocam a tensão dos
músculos anterolaterais do abdome e espasmos involuntários dos músculos, conhecidos como defesa. A rigidez
muscular intensa reflexa de defesa (abdome em tábua), que não pode ser suprimida voluntariamente, ocorre durante
a palpação quando um órgão (como o apêndice vermiforme) está inflamado e é, por si só, um sinal clinicamente significativo
de abdome agudo. Os espasmos musculares involuntários tentam proteger as vísceras da compressão, que é dolorosa em
caso de infecção abdominal. A inervação comum da pele e dos músculos da parede explica por que ocorrem esses espasmos.
A palpação das vísceras abdominais é realizada com o paciente em decúbito dorsal, com as coxas e os joelhos semifletidos
para permitir o relaxamento adequado da parede anterolateral do abdome. Caso contrário, a fáscia muscular das coxas
traciona o estrato membranáceo da tela subcutânea abdominal e tensiona a parede do abdome. Algumas pessoas tendem a
colocar suas mãos atrás das cabeças quando estão em decúbito dorsal, o que também tensiona os músculos e dificulta o
exame. A colocação dos membros superiores ao lado do corpo e a colocação de um travesseiro sob os joelhos tendem a
relaxar os músculos anterolaterais do abdome.

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12
Q

Descreva os Reflexos Abdominais Superficiais

A

A parede do abdome é a única proteção da maioria dos órgãos abdominais. Consequentemente, ela reage em caso
de doença ou lesão de um órgão. Com a pessoa em decúbito dorsal e os músculos relaxados, o reflexo abdominal
superficial é induzido riscando-se rapidamente a pele no sentido horizontal, lateromedial em direção ao umbigo. Em
geral, nota-se a contração dos músculos abdominais; esse reflexo pode não ser observado em pessoas obesas. Do mesmo
modo, a lesão da pele abdominal provoca a contração reflexa rápida dos músculos do abdome.

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13
Q

Descreva a Lesão dos nervos da Parede ântero-Lateral do Abdómen

A

Os nervos espinais torácicos inferiores (T7 a T12) e os nervos ílio-hipogástrico e ilioinguinal (L1) aproximam-se da
musculatura abdominal separadamente para proporcionar a inervação multissegmentar dos músculos abdominais.
Assim, eles são distribuídos na parede anterolateral do abdome, onde seguem trajetos oblíquos, mas principalmente
horizontais. Eles são suscetíveis à lesão em incisões cirúrgicas ou por traumatismo em qualquer nível da parede do abdome.
A lesão aos nervos da parede anterolateral do abdome pode causar enfraquecimento dos músculos. Na região inguinal, essa
fraqueza pode predispor um indivíduo à hérnia inguinal (ver, no boxe azul, “Hérnias inguinais”, adiante).

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14
Q

Descreva as Incisões Cirúrgicas Abdominais

A

Os cirurgiões usam várias incisões cirúrgicas abdominais para ter acesso à cavidade abdominal. Quando possível, as
incisões seguem as linhas de clivagem (linhas de Langer) na pele (ver a análise dessas linhas na Introdução). É
escolhida a incisão que permita exposição adequada e, secundariamente, o melhor efeito estético possível. A
localização da incisão também depende do tipo de cirurgia, da localização do(s) órgão(s) que o cirurgião quer alcançar, dos
limites ósseos ou cartilaginosos, do afastamento de nervos (principalmente motores), da manutenção da irrigação e da
minimização da lesão dos músculos e da fáscia da parede enquanto se busca cicatrização favorável. Assim, antes de fazer
uma incisão, o cirurgião avalia a direção das fibras musculares e a localização das aponeuroses e nervos. Consequentemente,
várias incisões são usadas rotineiramente, e cada uma delas tem vantagens e limitações específicas.
Em vez da transecção dos músculos, que causa necrose irreversível das fibras musculares, o cirurgião afasta-os na direção
de (e entre) suas fibras. O músculo reto do abdome é uma exceção; pode ser transeccionado porque suas fibras musculares
seguem por curtas distâncias entre intersecções tendíneas e os nervos segmentares que o suprem entram na parte lateral da
bainha do músculo reto do abdome, onde podem ser localizados e preservados. Em geral, as incisões são feitas na parte da
parede anterolateral que permita o acesso mais livre ao órgão desejado com o menor comprometimento da inervação para os
músculos. Os músculos e vísceras são movidos em direção a seu suprimento neurovascular, e não no sentido contrário.
A secção de um nervo motor paralisa as fibras musculares supridas por ele, assim enfraquecendo a parede anterolateral
do abdome. Entretanto, devido à superposição das áreas de inervação, geralmente podem ser seccionados um ou dois
pequenos ramos de nervos sem que haja perda notável do suprimento motor para os músculos ou perda da sensibilidade
cutânea.

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15
Q

Descreva a Inversão do Fluxo Venoso e Vias Colaterais das Veias Superficiais do Abdómen

A

Quando há obstrução do fluxo na veia cava superior ou inferior, anastomoses entre as tributárias dessas veias
sistêmicas, como a veia toracoepigástrica, podem oferecer vias colaterais para passar ao largo da obstrução,
permitindo que o sangue retorne ao coração

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16
Q

Descreva a face Interna da Parede Ântero-lateral do Abdómen

A

A face interna (posterior) da parede anterolateral do abdome é coberta por fáscia transversal, uma quantidade variável de
gordura extraperitoneal e peritônio parietal (Figura 2.13). A parte infraumbilical dessa face apresenta cinco pregas peritoneais
umbilicais que seguem em direção ao umbigo, uma no plano mediano e duas de cada lado:
A prega umbilical mediana estende-se do ápice da bexiga até o umbigo e cobre o ligamento umbilical mediano, o
remanescente do úraco, que unia o ápice da bexiga ao umbigo
Duas pregas umbilicais mediais, laterais à prega umbilical mediana, cobrem os ligamentos umbilicais mediais,
formados por partes ocluídas das artérias umbilicais
Duas pregas umbilicais laterais, situadas lateralmente às pregas umbilicais mediais, cobrem os vasos epigástricos
inferiores e, portanto, sangram se forem seccionadas.

As depressões laterais às pregas umbilicais são as fossas peritoneais, e cada uma é um local de possível hérnia. A
localização de uma hérnia em uma dessas fossas determina a classificação da hérnia. As fossas superficiais entre as pregas
umbilicais são as:
Fossas supravesicais entre as pregas umbilicais mediana e mediais, formadas quando o peritônio se reflete da parede
anterior do abdome sobre a bexiga urinária. O nível da fossa supravesical sobe e desce com o enchimento e o
esvaziamento da bexiga urinária
Fossas inguinais mediais entre as pregas umbilicais mediais e laterais, comumente denominadas trígonos inguinais
(triângulo de Hesselbach), que são possíveis locais de hérnias inguinais diretas, menos comuns
Fossas inguinais laterais, laterais às pregas umbilicais laterais, incluem os anéis inguinais profundos e são possíveis
locais do tipo mais comum de hérnia na parede inferior do abdome, a hérnia inguinal indireta (ver, no boxe [azul] de
correlação clínica, “Hérnias inguinais”, neste capítulo).

A parte supraumbilical da face interna da parede anterior do abdome tem uma reflexão peritoneal com orientação sagital, o
ligamento falciforme, que se estende entre a parede anterossuperior do abdome e o fígado. Encerra o ligamento redondo do
fígado e as veias paraumbilicais em sua margem livre inferior. O ligamento redondo é um remanescente fibroso da veia
umbilical, que se estendia do umbigo até o fígado no período pré-natal

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17
Q

Descreva o Ligamento Inguinal

A

O ligamento inguinal é uma faixa densa que constitui a parte inferior extrema da aponeurose do músculo oblíquo externo
do abdome. Embora a maioria das fibras da extremidade medial do ligamento insira-se no tubérculo púbico, algumas seguem
outros trajetos:
-Algumas das fibras mais profundas seguem posteriormente para se fixarem ao ramo superior do púbis lateralmente ao
tubérculo púbico, formando o ligamento lacunar (de Gimbernat) curvo, que forma o limite medial do espaço subinguinal.
As fibras mais laterais continuam a seguir ao longo da linha pectínea do púbis como o ligamento pectíneo (de Cooper)
-Algumas das fibras superiores se abrem em leque para cima, desviando-se do tubérculo púbico e cruzando a linha alba
para se fundirem com as fibras inferiores da aponeurose do músculo oblíquo externo do abdome contralateral. Essas fibras
formam o ligamento (inguinal) reflexo

O trato iliopúbico é a margem inferior espessa da fáscia transversal, que se apresenta como uma faixa fibrosa que segue
paralela e posteriormente (profundamente) ao ligamento inguinal (Figuras 2.13 e 2.15B). O trato iliopúbico, observado no
lugar do ligamento inguinal quando a região inguinal é vista a partir de sua face interna (posterior) (p. ex., durante
laparoscopia), reforça a parede posterior e o assoalho do canal inguinal enquanto une as estruturas que atravessam o espaço
subinguinal.
O ligamento inguinal e o trato iliopúbico cobrem uma área de fraqueza inata na parede do corpo na região inguinal
denominada óstio miopectíneo (Fruchaud, 1956). Essa área fraca, que tem relação com as estruturas que atravessam a
parede do corpo, é o local de hérnias inguinais diretas e indiretas, bem como de hérnias femorais.

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18
Q

Descreva o Canal Inguinal

A

O canal inguinal é formado em relação à descida do testículo durante o desenvolvimento fetal. Em adultos, é uma passagem
oblíqua com cerca de 4 cm de comprimento, que segue em sentido inferomedial através da parte inferior da parede
anterolateral do abdome. Situa-se paralela e superiormente à metade medial do ligamento inguinal (Figuras 2.14 e 2.15). Os
principais conteúdos do canal inguinal são o funículo espermático em homens e o ligamento redondo do útero nas mulheres.
Estas são estruturas diferentes do ponto de vista funcional e do desenvolvimento, que têm a mesma localização. O canal
inguinal também contém vasos sanguíneos e linfáticos e o nervo ilioinguinal em ambos os sexos. O canal inguinal tem uma
abertura em cada extremidade:
-O anel inguinal profundo (interno) é a entrada do canal inguinal. Está localizado superiormente à região intermediária
do ligamento inguinal e lateralmente à artéria epigástrica inferior (Figura 2.14). É o início de uma evaginação na fáscia
transversal que forma uma abertura semelhante à entrada de uma caverna (Figuras 2.7B, 2.13 e 2.15). Através dessa
abertura, o ducto deferente extraperitoneal e os vasos testiculares nos homens (ou ligamento redondo do útero nas
mulheres) entram no canal inguinal. A própria fáscia transversal continua até o canal, formando o revestimento interno
(fáscia interna) das estruturas que atravessam o canal
-O anel inguinal superficial (externo) é a saída pela qual o funículo espermático em homens, ou o ligamento redondo em
mulheres, emerge do canal inguinal (Figuras 2.7A, 2.14 e 2.15). O anel superficial é uma divisão que ocorre nas fibras
diagonais, geralmente paralelas da aponeurose do músculo oblíquo externo do abdome, na região imediatamente
superolateral ao tubérculo púbico. As partes da aponeurose situadas lateral e medialmente ao anel superficial, e que
formam suas margens, são os pilares.

O pilar lateral fixa-se ao tubérculo púbico, e o pilar medial à crista púbica. As fibras da lâmina superficial da fáscia
de revestimento (muscular) sobre o músculo oblíquo externo do abdome e sua aponeurose, seguindo perpendicularmente
às fibras da aponeurose, passam de um pilar para o outro através da parte superolateral do anel. Essas fibras intercrurais
ajudam a evitar o afastamento dos pilares (i. e., elas evitam a expansão da “divisão” na aponeurose).
O canal inguinal normalmente está colapsado no sentido anteroposterior contra as estruturas que passam através dele.
Entre suas duas aberturas (anéis) o canal inguinal tem duas paredes (anterior e posterior), bem como o teto e o assoalho

O canal inguinal tem duas paredes (anterior e posterior), o teto e o assoalho (Figuras 2.8 e 2.15A e B).
Parede anterior: formada pela aponeurose do músculo oblíquo externo do abdome em toda a extensão do canal; sua parte
lateral é reforçada por fibras do músculo oblíquo interno do abdome
Parede posterior: formada pela fáscia transversal; sua parte medial é reforçada por fixações púbicas das aponeuroses dos
músculos oblíquo interno e transverso do abdome, que frequentemente se fundem em extensões variáveis para formar um
tendão comum — a foice inguinal — e o ligamento (inguinal) reflexo
Teto: formado lateralmente pela fáscia transversal, centralmente pelos arcos musculoaponeuróticos dos músculos oblíquo
interno e transverso do abdome, e medialmente pelo pilar medial da aponeurose do músculo oblíquo externo do abdome
Assoalho: formado lateralmente pelo trato iliopúbico, centralmente pelo sulco formado pelo ligamento inguinal invaginado,
e medialmente pelo ligamento lacunar.

Como o ligamento inguinal e o trato iliopúbico cobrem o óstio miopectíneo (Figura 2.13), eles demarcam os limites
inferiores do canal inguinal e suas aberturas. O trígono inguinal separa essas formações das estruturas da bainha femoral (os
vasos femorais e o canal femoral) que atravessam a parte medial do espaço subinguinal. A maioria das hérnias inguinais em
homens passa superiormente ao trato iliopúbico (hérnias inguinais), enquanto nas mulheres a maioria passa inferiormente a ele
(hérnias femorais). Em razão de sua relativa fraqueza, o óstio miopectíneo é coberto com uma tela colocada no espaço
retroinguinal extraperitoneal (espaço de Bogros) em muitos reparos de hérnias.

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Q

Descreva o Desenvolvimento do Canal Inguinal

A

Os testículos desenvolvem-se no tecido conjuntivo extraperitoneal na região
lombar superior da parede posterior do abdome (Figura 2.16A). O gubernáculo masculino é um trato fibroso que une o
testículo primitivo à parede anterolateral do abdome no local do futuro anel profundo do canal inguinal. Um divertículo
peritoneal, o processo vaginal, atravessa o canal inguinal em desenvolvimento, conduzindo lâminas musculares e de fáscia da
parede anterolateral do abdome à sua frente quando entra no escroto primitivo. Na 12a
semana de desenvolvimento, o
testículo está na pelve, e com 28 semanas (7o
mês) situa-se próximo ao anel inguinal profundo em desenvolvimento (Figura
2.16B). O testículo começa a atravessar o canal inguinal durante a 28a
semana e essa “travessia” leva aproximadamente 3
dias. Cerca de 4 semanas depois, o testículo entra no escroto (Figura 2.16C). Enquanto o testículo, seu ducto (ducto
deferente) e seus vasos e nervos mudam de lugar, são envoltos por extensões musculofasciais da parede anterolateral do
abdome, que são responsáveis pela presença de seus derivados no escroto do adulto: as fáscias espermáticas interna e externa
e o músculo cremaster (Figura 2.15). O pedículo do processo vaginal normalmente degenera; no entanto, sua parte sacular
distal forma a túnica vaginal, a bainha serosa do testículo e epidídimo (Moore et al., 2012).
Os ovários também se desenvolvem na região lombar superior da parede posterior do abdome e migram em direção à
parede lateral da pelve (Figura 2.17). O processo vaginal do peritônio atravessa a fáscia transversal no local do anel inguinal
profundo, formando o canal inguinal como no homem, e se projeta para o lábio maior do pudendo em desenvolvimento.
O gubernáculo feminino, um cordão fibroso que une o ovário e o útero primordial ao lábio maior do pudendo em
desenvolvimento, é representado no período pós-natal pelo ligamento útero-ovárico, entre o ovário e o útero, e o ligamento
redondo do útero, entre o útero e o lábio maior do pudendo. Devido à fixação dos ligamentos útero-ováricos ao útero, os
ovários não migram para a região inguinal; entretanto, o ligamento redondo atravessa o canal inguinal e se fixa à tela
subcutânea do lábio maior do pudendo (Figura 2.17B e C).
Exceto por sua parte inferior, que se transforma em um saco seroso que envolve o testículo, a túnica vaginal, o processo
vaginal geralmente se fecha no 6o
mês de desenvolvimento fetal. Os canais inguinais são mais estreitos nas mulheres, e os
canais em lactentes de ambos os sexos são mais curtos e muito menos oblíquos do que em adultos. Os anéis inguinais
superficiais em lactentes situam-se quase diretamente anteriores aos anéis inguinais profundos.

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20
Q

O que ocorre ao nível do canal inguinal quando há um aumento da pressão intra-abdominal?

A

Os testículos desenvolvem-se no tecido conjuntivo extraperitoneal na região
lombar superior da parede posterior do abdome (Figura 2.16A). O gubernáculo masculino é um trato fibroso que une o
testículo primitivo à parede anterolateral do abdome no local do futuro anel profundo do canal inguinal. Um divertículo
peritoneal, o processo vaginal, atravessa o canal inguinal em desenvolvimento, conduzindo lâminas musculares e de fáscia da
parede anterolateral do abdome à sua frente quando entra no escroto primitivo. Na 12a
semana de desenvolvimento, o
testículo está na pelve, e com 28 semanas (7o
mês) situa-se próximo ao anel inguinal profundo em desenvolvimento (Figura
2.16B). O testículo começa a atravessar o canal inguinal durante a 28a
semana e essa “travessia” leva aproximadamente 3
dias. Cerca de 4 semanas depois, o testículo entra no escroto (Figura 2.16C). Enquanto o testículo, seu ducto (ducto
deferente) e seus vasos e nervos mudam de lugar, são envoltos por extensões musculofasciais da parede anterolateral do
abdome, que são responsáveis pela presença de seus derivados no escroto do adulto: as fáscias espermáticas interna e externa
e o músculo cremaster (Figura 2.15). O pedículo do processo vaginal normalmente degenera; no entanto, sua parte sacular
distal forma a túnica vaginal, a bainha serosa do testículo e epidídimo (Moore et al., 2012).
Os ovários também se desenvolvem na região lombar superior da parede posterior do abdome e migram em direção à
parede lateral da pelve (Figura 2.17). O processo vaginal do peritônio atravessa a fáscia transversal no local do anel inguinal
profundo, formando o canal inguinal como no homem, e se projeta para o lábio maior do pudendo em desenvolvimento.
O gubernáculo feminino, um cordão fibroso que une o ovário e o útero primordial ao lábio maior do pudendo em
desenvolvimento, é representado no período pós-natal pelo ligamento útero-ovárico, entre o ovário e o útero, e o ligamento
redondo do útero, entre o útero e o lábio maior do pudendo. Devido à fixação dos ligamentos útero-ováricos ao útero, os
ovários não migram para a região inguinal; entretanto, o ligamento redondo atravessa o canal inguinal e se fixa à tela
subcutânea do lábio maior do pudendo (Figura 2.17B e C).
Exceto por sua parte inferior, que se transforma em um saco seroso que envolve o testículo, a túnica vaginal, o processo
vaginal geralmente se fecha no 6o
mês de desenvolvimento fetal. Os canais inguinais são mais estreitos nas mulheres, e os
canais em lactentes de ambos os sexos são mais curtos e muito menos oblíquos do que em adultos. Os anéis inguinais
superficiais em lactentes situam-se quase diretamente anteriores aos anéis inguinais profundos.

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Q

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22
Q

Descreva a Anatomia de Superfície da Parede Abdominal Ântero-Lateral

A

Define-se o plano transumbilical cujo ponto de referência é o umbigo - entre L3 e L4. Este indica o nível do dermátomo 10 e a fossa epigástrica é uma pequena depressão imediatamente inferior ao processo xifoide, mais evidente quando em decúbito dorsal e é tipicamente o local onde se sente a dor causada por pirose e as suas margens correspondem à margem costal. A Linha Alba é visível em indivíduos magros, sendo que abaixo do umbigo esta não é indicada por um sulco. Algumas gestantes apresentam uma linha nigra.
A Crista e Sínfise Púbica podem ser palpadas na extremidade inferior da linha alba, sendo que a prega inguinal é um sulco oblíquo superficial sobre o ligamento inguinal durante a sua passagem entre a Espinha Ilíaca Ântero-Superior e o tubérculo púbico. A Crista Ilíaca Óssea pode ser facilmente palpada ao estender-se posteriormente à espinha ilíaca ao nível de L4.
Assim, fazendo o limite inferior da cavidade abdominal e o superior do períneo e das coxas temos a crista púbica, prega inguinal e crista ilíaca. Para além disto as linhas semi-lunares são impressões lineares cutâneas levemente curvas que se estendem da margem costal inferior (9ªC) até aos tubérculos púbicos, de importância clínica por serem laterais à bainha dos retos. Nos indivíduos em que estes últimos estão bem desenvolvidos observam-se claramente as interseções tendinosas e ainda os ventres do serrátil anterior e do oblíquo externo do abdómen.
O Ligamento Inguinal é demarcado à superfície pelo sulco inguinal - prega cutânea paralela e imediatamente inferior ao ligamento, facilmente visível ao instruir o indivíduo a colocar um pé no chão enquanto se encontra em decúbito dorsal sobre a mesa do exame. Este divide a parede ântero-lateral do abdómen e a coxa.

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23
Q

Descreva a Criptorquidia

A

Os testículos não descem em cerca de 3% dos recém-nascidos a termo e em 30% dos prematuros (Moore, Persaud e
Torchia, 2012). Cerca de 95% das falhas de migração dos testículos são unilaterais. Se um testículo não tiver descido
ou não for retrátil, há criptorquidia. O testículo não descido geralmente está em algum ponto ao longo do trajeto
normal de sua descida pré-natal, na maioria das vezes no canal inguinal. A importância da criptorquidia é o grande aumento
do risco de câncer no testículo que não desceu, ainda mais problemático porque não é palpável e geralmente só é detectado
quando em estágio avançado.

24
Q

Descreva a Hérnia Supravesical Externa

A

A hérnia supravesical externa deixa a cavidade peritoneal através da fossa supravesical (Figura 2.13). A hérnia é
medial à hérnia inguinal direta (ver, no boxe azul, “Hérnias inguinais”, adiante). Há risco de lesão do nervo íliohipogástrico durante o reparo desse tipo raro de hérnia.

25
Q

Descreva a Perviedade Pós-Natal da Veia Umbilical

A

Antes do nascimento de um feto, a veia umbilical conduz sangue oxigenado e rico em nutrientes da placenta para o
feto. Embora frequentemente se faça referência à veia umbilical “ocluída” que forma o ligamento redondo do fígado,
essa veia permanece permeável por algum tempo depois do nascimento e é usada para cateterização da veia
umbilical para exsanguineotransfusão nas primeiras semanas de vida — por exemplo, para a eritroblastose fetal ou doença
hemolítica do recém-nascido (Kliegman et al., 2011).

26
Q

Descreva a Metástase do Cancro do Útero para o Lábio Menor

A

A metástase linfogênica de câncer é mais comum ao longo das vias linfáticas paralelas à drenagem venosa do órgão
que é a sede do tumor primário. Isso também é válido para o útero, cujas veias e vasos linfáticos drenam
principalmente por vias profundas. No entanto, alguns vasos linfáticos seguem o trajeto do ligamento redondo
através do canal inguinal. Assim, embora menos frequentemente, as células do câncer uterino metastático (principalmente de
tumores adjacentes à fixação proximal do ligamento redondo) podem se disseminar do útero para o lábio maior do pudendo
(o homólogo do escroto e o local de fixação distal do ligamento redondo) e daí para os linfonodos inguinais superficiais, que
recebem linfa da pele do períneo (inclusive dos lábios do pudendo).

27
Q

Descreva as Hérnias Inguinais

A

A maioria das hérnias abdominais ocorre na região inguinal. As hérnias inguinais representam 75% das hérnias
abdominais. Ocorrem em ambos os sexos, mas a maioria das hérnias inguinais (cerca de 86%) ocorre nos homens,
por causa da passagem do funículo espermático através do canal inguinal.
A hérnia inguinal é uma protrusão do peritônio parietal e das vísceras, como o intestino delgado, através de uma abertura
normal ou anormal da cavidade a que pertencem. A maioria das hérnias pode ser reduzida, o que significa que pode ser
recolocada em seu lugar normal na cavidade peritoneal por manipulação apropriada. Os dois tipos de hérnias inguinais são
diretas e indiretas. Mais de dois terços são hérnias indiretas. O Quadro B2.1 apresenta e ilustra as características das hérnias
inguinais diretas e indiretas, e a Figura B2.3A a C mostra a anatomia relacionada.
Normalmente, a maior parte do processo vaginal é obliterada antes do nascimento, exceto a parte distal que forma a
túnica vaginal do testículo (Quadro 2.6). A parte peritoneal do saco herniário de uma hérnia inguinal indireta é formada pela
persistência do processo vaginal. Se houver persistência de todo o pedículo do processo vaginal, a hérnia estende-se até o
escroto, superiormente ao testículo, formando uma hérnia inguinal indireta completa (Quadro B2.1).
O anel inguinal superficial é palpável superolateralmente ao tubérculo púbico por invaginação da pele da parte superior do
escroto com o dedo indicador (Figura B2.3D). O dedo do examinador segue o funículo espermático superolateralmente até o
anel inguinal superficial. Se o anel estiver dilatado, pode permitir a entrada do dedo sem causar dor. Caso haja uma hérnia, o
examinador sente um impulso súbito contra a ponta ou a polpa do dedo quando o paciente é instruído a tossir (Swartz, 2009). No entanto, como os dois tipos de hérnia inguinal saem pelo anel superficial, a palpação de um impulso nesse local
não determina o tipo de hérnia.
Com a face palmar do dedo contra a parede anterior do abdome, pode-se palpar o anel inguinal profundo como uma
depressão cutânea superior ao ligamento inguinal, 2 a 4 cm superolateralmente ao tubérculo púbico. A detecção de um
impulso no anel superficial e de massa no local do anel profundo sugere uma hérnia indireta.
A palpação de uma hérnia inguinal direta é realizada colocando-se a face palmar do dedo indicador e/ou médio sobre o
trígono inguinal e instruindo a pessoa a tossir ou fazer força para baixo. Se houver uma hérnia, é palpado um impulso forte
contra a polpa do dedo. O dedo também pode ser colocado no anel inguinal superficial; se houver uma hérnia direta, é
palpado um impulso súbito medial ao dedo quando a pessoa tosse ou faz força para baixo.

28
Q

Descreva o Reflexo Cremastérico

A

A contração do músculo cremaster é produzida estimulando-se levemente a pele na face medial da parte superior da
coxa com um bastão aplicador ou abaixador de língua. O nervo ilioinguinal supre essa área da pele. A rápida
elevação do testículo no mesmo lado é o reflexo cremastérico. Esse reflexo é extremamente ativo em crianças;
consequentemente, os reflexos cremastéricos hiperativos podem simular criptorquidia. Um reflexo hiperativo pode ser
abolido colocando-se a criança sentada com as pernas cruzadas; se os testículos tiverem descido, podem ser palpados no
escroto

29
Q

Descreva os Cistos e Hérnias do Canal de Nuck

A

As hérnias inguinais indiretas podem ocorrer em mulheres; entretanto, são cerca de 20 vezes mais comuns em
homens. A persistência do processo vaginal em mulheres forma uma pequena bolsa peritoneal, o canal de Nuck, no
canal inguinal, que pode se estender até o lábio maior do pudendo. Em lactentes do sexo feminino, esses
remanescentes podem aumentar e formar cistos no canal inguinal. Os cistos podem produzir uma protrusão na parte anterior
do lábio maior do pudendo e podem levar à ocorrência de uma hérnia inguinal indireta

30
Q

Descreva o Hidrocelo

A

Hidrocele é a presença de líquido em excesso em um processo vaginal persistente. Essa anomalia congênita pode
estar associada a uma hérnia inguinal indireta. O acúmulo de líquido resulta da secreção de uma quantidade anormal
de líquido seroso pela lâmina visceral da túnica vaginal. O tamanho da hidrocele depende do grau de persistência do
processo vaginal.
A hidrocele do testículo está limitada ao escroto e distende a túnica vaginal (Figura B2.4A). A hidrocele do funículo
espermático é limitada ao funículo espermático e distende a parte persistente do pedículo do processo vaginal (Figura B2.4B).
A hidrocele congênita do funículo espermático e do testículo pode comunicar-se com a cavidade peritoneal.
A detecção de uma hidrocele requer transiluminação, um procedimento no qual se faz incidir uma luz forte sobre a parede
do escroto aumentado, em um ambiente escuro. A transmissão de luz como uma cor vermelha indica excesso de líquido
seroso no escroto. Os recém-nascidos do sexo masculino frequentemente têm líquido peritoneal residual na túnica vaginal;
entretanto, esse líquido geralmente é absorvido durante o 1o
ano de vida. Algumas doenças, como lesão e/ou inflamação do
epidídimo, também podem causar hidrocele em adultos.

31
Q

Descreva o Hematocelo

A

A hematocele do testículo é um acúmulo de sangue na túnica vaginal que resulta, por exemplo, da ruptura de
ramos da artéria testicular por traumatismo do testículo (Figura B2.4C). O traumatismo pode provocar hematoma
(acúmulo de sangue, geralmente coagulado, em qualquer área extravascular) escrotal e/ou testicular. O sangue não é
transiluminado; portanto, a transiluminação diferencia hematocele ou hematoma de hidrocele. A hematocele do testículo
pode estar associada a hematocele escrotal, resultante do extravasamento de sangue para os tecidos escrotais.

32
Q

Descreva a Torção do Canal Espermático

A

A torção do funículo espermático é uma emergência cirúrgica, pois pode haver necrose do testículo. A torção impede
a drenagem venosa, com consequente edema e hemorragia, e subsequente obstrução arterial. A torção geralmente
ocorre logo acima do polo superior do testículo (Figura B2.4D). Para evitar a recorrência ou a ocorrência
contralateral, que é provável, os dois testículos são fixados cirurgicamente ao septo escrotal.

33
Q

Descreva a Anestesia do Escroto

A

Como a face anterolateral do escroto é inervada pelo plexo lombar (principalmente fibras L1 via nervo ilioinguinal) e
a face posteroinferior é inervada pelo plexo sacral (principalmente fibras S3 via nervo pudendo), para anestesiar a
face anterolateral do escroto é preciso injetar um anestésico subaracnóideo em nível superior ao necessário para
anestesia a face posteroinferior.

34
Q

Descreva o Espermatocelo e Cisto do Epidídimo

A

A espermatocele é um cisto de retenção (acúmulo de líquido) no epidídimo (Figura B2.5A), geralmente perto de sua
cabeça. As espermatoceles contêm líquido leitoso e geralmente são assintomáticas. O cisto do epidídimo é um
acúmulo de líquido em qualquer parte do epidídimo (Figura B2.5B).

35
Q

Descreva os Remanescentes Vestigiais dos Ductos Genitais Embrionários

A

Quando a túnica vaginal é aberta, podem ser observadas estruturas rudimentares nas faces superiores dos testículos
e epidídimo (Figura B2.6). Essas estruturas são pequenos remanescentes dos ductos genitais no embrião. Raramente
são observadas, exceto se houver alterações patológicas. O apêndice do testículo é um remanescente vesicular da
extremidade cranial do ducto paramesonéfrico (de Müller), o ducto genital embrionário que na mulher forma metade do
útero. Está fixado ao polo superior do testículo. Os apêndices do epidídimo são remanescentes da extremidade cranial do
ducto mesonéfrico (de Wolff), o ducto genital embrionário que no homem forma parte do ducto deferente. Esses apêndices
estão fixados à cabeça do epidídimo.

36
Q

Descreva o Variocelo

A

O plexo venoso pampiniforme, semelhante a uma planta trepadeira, pode tornar-se dilatado (varicoso) e tortuoso,
produzindo uma varicocele, que geralmente só é visível quando o homem está de pé ou fazendo força. O aumento
geralmente desaparece quando a pessoa se deita, sobretudo se o escroto for elevado em decúbito dorsal, permitindo
o esvaziamento das veias pela ação da gravidade. A palpação de uma varicocele pode ser comparada à palpação de um saco
de vermes. As varicoceles podem ser causadas por defeitos nas válvulas da veia testicular, mas problemas renais ou da veia
renal também podem causar distensão das veias pampiniformes. A varicocele ocorre predominantemente no lado esquerdo,
provavelmente porque o ângulo agudo que a veia direita forma ao entrar na VCI é mais favorável ao fluxo do que o ângulo
de quase 90° com que a veia testicular esquerda entra na veia renal esquerda, tornando-a mais suscetível a obstrução ou
inversão do fluxo.

37
Q

Descreva o Cancro Testicular e do Escroto

A

A metástase linfogênica é comum a todos os tumores testiculares, de modo que o conhecimento da drenagem
linfática auxilia o tratamento (Kumar et al., 2009). Como os testículos descem da parede posterior do abdome para o
escroto durante o desenvolvimento fetal, sua drenagem linfática é diferente da drenagem do escroto, que é uma
evaginação da pele da parede anterolateral do abdome (Figura 2.15). Consequentemente:
Câncer do testículo: metastatiza inicialmente para os linfonodos lombares retroperitoneais, situados imediatamente abaixo das veias renais. Pode haver disseminação subsequente para os linfonodos mediastinais e supraclaviculares
Câncer do escroto: metastatiza para os linfonodos inguinais superficiais, situados na tela subcutânea abaixo do ligamento
inguinal e ao longo da parte terminal da veia safena magna.
Também pode haver metástase de câncer testicular por disseminação hematogênica (pelo sangue) das células cancerígenas
para os pulmões, fígado, encéfalo e osso.

38
Q

a

A

a

39
Q

Descreva o Baço

A

O baço é massa oval, geralmente arroxeada, carnosa, que tem aproximadamente o mesmo tamanho e o mesmo formato da mão fechada. É relativamente delicado e considerado o órgão abdominal mais vulnerável. O baço está localizado na parte súpero-lateral do quadrante abdominal superior esquerdo (QSE) ou hipocôndrio, onde goza da proteção da parte inferior da caixa torácica. Como o maior dos órgãos linfáticos, participa do sistema de defesa do corpo como local de proliferação de linfócitos (leucócitos) e de vigilância e resposta imune.
No período pré-natal, é um órgão hematopoético (formador de sangue), mas após o nascimento participa basicamente da identificação, remoção e destruição de hemácias antigas e de plaquetas fragmentadas, e da reciclagem de ferro e globina. O baço atua como reservatório de sangue, armazenando hemácias e plaquetas, e, em grau limitado, pode garantir um tipo de “autotransfusão” em resposta ao estresse da hemorragia. Apesar de seu tamanho e das muitas funções úteis e importantes que tem, não é um órgão vital (não é necessário para manter a vida).
Para conciliar essas funções, o baço é uma massa vascular (sinusoidal) de consistência mole, com uma cápsula fibroelástica relativamente delicada. A fina cápsula é recoberta por uma camada de peritoneu visceral, que circunda todo o baço, exceto o hilo esplênico, por onde entram e saem os ramos esplênicos da artéria e veia esplênicas. Consequentemente, é capaz de sofrer expansão acentuada e alguma contração relativamente rápida.
O baço é um órgão móvel, embora normalmente não desça abaixo da região costal; está apoiado sobre a flexura esquerda do colon. Está associado posteriormente às costelas 9-11 (seu eixo longitudinal é quase paralelo à costela X) e separado delas pelo diafragma e pelo recesso costo-diafragmático — a extensão da cavidade pleural, semelhante a uma fenda, entre o diafragma e a parte inferior da caixa torácica. As relações do baço são:
-Anteriormente, o estômago
-Posteriormente, a parte esquerda do diafragma, que o separa da pleura, do pulmão e das costelas IX a XI
-Inferiormente, a flexura esquerda do colo
-Medialmente, o rim esquerdo.
A face diafragmática do baço tem a superfície convexa para se encaixar na concavidade do diafragma e nos corpos curvos das costelas adjacentes. A proximidade entre o baço e as costelas que normalmente o protegem pode ser prejudicial em caso de fraturas costais. As margens anterior e superior do baço são agudas e frequentemente entalhadas, ao passo que sua extremidade posterior (medial) e a margem inferior são arredondadas. Normalmente, o baço não se estende inferiormente à margem costal esquerda; assim, raramente é palpável através da parede ântero-lateral do abdómen, exceto se estiver aumentado. Quando está endurecido e aumentado, atingindo aproximadamente o triplo do seu tamanho normal, situa-se abaixo da margem costal esquerda, e sua margem superior (entalhada) situa-se ínfero-medialmente. A margem entalhada é útil ao palpar um baço aumentado, pois quando a pessoa inspira profundamente, muitas vezes é possível palpar os entalhes.
O baço normalmente contém muito sangue, que é expelido periodicamente para a circulação pela ação do músculo liso presente em sua cápsula e nas trabéculas. O grande tamanho da artéria (ou veia) esplênica indica o volume de sangue que atravessa os capilares e seios esplênicos. A fina cápsula fibrosa esplênica é formada por tecido conjuntivo fibroelástico, irregular e denso, que é mais espesso no hilo esplênico. Internamente, as trabéculas (pequenas faixas fibrosas), originadas na face profunda da cápsula, conduzem vasos sanguíneos que entram e saem do parênquima ou polpa esplênica, a substância do baço.
O baço toca a parede posterior do estômago e está unido à curvatura maior pelo ligamento gastrosplénico e ao rim esquerdo pelo ligamento esplenorrenal. Esses ligamentos, que contêm vasos esplênicos, estão fixados ao hilo esplênico em sua face medial. Não raro o hilo esplênico está em contato com a cauda do pâncreas e constitui o limite esquerdo da bolsa omental.
A irrigação arterial do baço provém da artéria esplênica, o maior ramo do tronco celíaco. Essa artéria segue um trajeto tortuoso posterior à bolsa omental, anterior ao rim esquerdo e ao longo da margem superior do pâncreas. Entre as camadas do ligamento esplenorrenal, a artéria esplênica divide-se em cinco ou mais ramos que entram no hilo esplênico. A ausência de anastomose dos vasos arteriais no baço resulta na formação de segmentos vasculares do baço: dois em 84% dos baços e três nos demais, com planos relativamente avasculares entre eles, o que permite a esplenectomia subtotal.
A drenagem venosa do baço segue pela veia esplênica, formada por várias tributárias que emergem do hilo esplênico. Recebe a VMI e segue posteriormente ao corpo e à cauda do pâncreas na maior parte de seu trajeto. A veia esplênica une-se à VMS posteriormente ao colo do pâncreas para formar a veia porta.
Os vasos linfáticos esplênicos deixam os gg no hilo esplênico e seguem ao longo dos vasos esplênicos até os gg pancreático-esplénicos no trajeto para os gg celíacos. Os gg pancreático-esplénicos estão relacionados com a face posterior e a margem superior do pâncreas.
Os nervos esplênicos, derivados do plexo celíaco, são distribuídos principalmente ao longo de ramos da artéria esplênica e têm função vasomotora.

40
Q

a

A

a

41
Q

Descreva, de um modo geral, o Diafragma

A

Divisão músculo-tendinosa com duas cúpulas que separa as cavidades torácica e abdominal, de face superior convexa. É o principal músculo da inspiração (e, consequentemente, da respiração), durante a qual se contrai para descer - apenas a parte central apresenta movimento. O pericárdio situa-se na sua parte central, deprimindo-o ligeiramente. A cúpula direita é mais alta que a esquerda - fígado e, durante a expiração esta chega à 5ª costela, enquanto que a esquerda chega apenas ao 5ª EIC. A sua porção muscular está na periferia, com fibras que convergem radialmente na parte aponevrótica central trilaminar (centro tendinoso)- Este não tem fixações ósseas e é dividido incompletamente em 3 partes. Embora perto do diafragma, o seu centro tendinoso está mais próximo da parte anterior do tórax. É perfurado pelo forame da veia cava.
Divide-se o diafragma em 3 porções:
-Parte esternal (duas alças musculares que se fixam à parte posterior do processo xifoide, nem sempre presente)
-Parte Costal (alças musculares largas que se fixam às faces internas das 6 cartilagens costais inferiores e suas costelas adjacentes, formam as cúpulas direita e esquerda)
-Parte Lombar (originada pelos ligamentos arqueados medial e lateral e de L1-L3, a parte lombar forma os pilares musculares direito e esquerdo, que ascendem até ao centro tendinoso.
Os pilares do diafragma são feixes músculo-tendinosos que se originam das faces anteriores dos corpos de L1-L3, do ligamento longitudinal anterior e dos discos intervertebrais. O Pilar Direito (maior e mais longo) é das primeiras 3-4 L, já o esquerdo é das primeiras 2-3L. O Hiato Esofágico, ainda que à esquerda da linha média, é uma formação do pilar direito e estas fibras, inferiormente, passam à direita do hiato aórtico. Estes dois pilares, juntamente com o ligamento arqueado mediano fibroso que se une a eles a passar a face anterior da aorta formam o hiato aórtico. O ligamento arqueado medial é um espessamento da fáscia que recobre o músculo psoas maior, estendendo-se entre os corpos das vértebras lombares e a extremidade do processo transverso de L1. O ligamento arqueado lateral cobre o músculo quadrado do lombo, continuando do processo transverso de L12 até a extremidade da costela 12.
A face superior do centro tendíneo do diafragma está fundida à face inferior do pericárdio fibroso, a parte externa e forte do saco pericárdico fibrosseroso que envolve o coração.

42
Q

Descreva os Vasos e Nervos do Diafragma

A

Irrigação Arterial
Superiormente pelas Artérias Pericárdio-frénicas e Músculo-Frénicas ramos da torácica interna) e pelas Frénicas Superiores (ramos da parte torácica da aorta). Inferiormente pelas Artérias Frénicas Inferiores (ou primeiros ramos da aorta abdominal ou ramos do tronco celíaco)

Drenagem Venosa
Superiormente pelas Veias Pericárdio-frénicas e Músculo-frénicas (para as torácicas internas) e do lado direito pela Veia Frénica Superior (para a VCI). Algumas veias da curvatura posterior vão ainda peara a veia ázigos ou hemiázigos. Inferiormente pelas Veias Frénicas Inferiores - direita para a VCI e esquerda para a VCI pelo hiato esofágico (ramo anterior) e para a suprarrenal esquerda (posterior)
Os plexos linfáticos nas faces superior e inferior do diafragma comunicam-se livremente. Os gg frênicos anteriores e posteriores estão na face superior do diafragma. A linfa desses gg drena para os gg paraesternais, pré-vertebrais e frênicos. Os vasos linfáticos da face inferior do diafragma drenam para os gg frênicos e lombares (cavais/aórticos) superiores. Os capilares linfáticos são densos na face inferior do diafragma, constituindo o principal meio de absorção de líquido peritoneal e de substâncias introduzidas por injeção intraperitoneal (IP).
Toda a inervação motora do diafragma provém dos nervos frênicos direito e esquerdo, que se originam dos ramos anteriores dos segmentos C3-C5 da medula espinal e são distribuídos para a metade ipsilateral do diafragma a partir de sua face inferior. A inervação sensitiva (dor e propriocepção) do diafragma também é feita principalmente pelos nervos frênicos. As partes periféricas do diafragma recebem sua inervação sensitiva dos nervos intercostais (seis ou sete inferiores) e dos nervos subcostais.

43
Q

Descreva os Buracos do Diafragma

A

Forame da Veia Cava
No centro tendinoso, por onde atravessa ainda os ramos terminais do nervo frénico direito e alguns linfáticos para o fígado. Este está à direita do plano mediano na junção das lâminas direita e média do centro tendinoso e é o mais superior das várias aberturas (T8-T9). A VCI está aderida à margem do forame; consequentemente, quando o diafragma se contrai durante a inspiração, alarga a abertura e dilata a VCI. Essas alterações facilitam o fluxo sanguíneo através dessa grande veia até o coração.

Hiato Esofágico
Oval, no músculo do pilar direito a T10, passa o esófago, troncos vagais anterior e posterior, ramos esofágicos dos vasos gástricos esquerdos e alguns linfáticos. Há decussão das fibras do pilar direito do diafragma inferiormente ao hiato, formando um esfíncter muscular que constringe quando o diafragma contrai. É superior (e à esquerda) do hiato aórtico.

Hiato Aórtico
Abertura posterior ao diafragma para a aorta descendente, bem como ducto torácico e por vezes ainda a veia ázigos e hemiázigos. Esta não perfura o diafragma, pelo que o seu fluxo não é afetado com a contração diafragmática e passa entre os pilares diafragmáticos, posteriormente ao ligamento arqueado mediano, ao nível de T12.

Pequenas Aberturas no Diafragma
Forame Esternocostal, entre as fixações esternal e costal do diafragma para os vasos linfáticos da face diafragmática do fígado e vasos epigástricos superiores. Os troncos simpáticos seguem profundamente ao ligamento arqueado medial, acompanhado pelos nervos esplâncnicos imos. Há duas pequenas aberturas em cada pilar do diafragma; uma dá passagem ao nervo esplâncnico maior e a outra, ao nervo esplâncnico menor.

44
Q

Descreva. de um modo geral a parede posterior do abdómen

A

Constituída por 5 vértebras lombares e os discos IV associados, lateralmente a estes os músculos da parede posterior do abdómen (psoas, quadrado lombar, ilíaco, transverso do abdómen e oblíquos do abdómen, mais lateralmente), Diafragma que contribui para a sua porção superior, Fáscia (incluindo a toracolombar), Plexo Lombar (ramos anteriores dos nervos espinhais lombares), gordura, nervos, vasos e gânglios linfáticos.

45
Q

Descreva a Fáscia da Parede Posterior do Abdómen

A

Coberta por uma fáscia endoabdominal entre o peritoneu parietal e os músculos. A fáscia continua-se com a fáscia transversalis.
A Fáscia do Músculo Psoas está fixa medialmente às vértebras lombares e à margem da pelve e é espessa superiormente para formar o ligamento arqueado medial, já lateralmente funde-se com a fáscia do quadrado do lombo e aponevrose toracolombar. Inferiormente à crista ilíaca continua-se com a parte da fáscia ilíaca que cobre o músculo ilíaco.
A Aponevrose Toracolombar é um complexo fascial extenso, fixo à coluna vertebral medialmente e, na região lombar apresenta lâminas posterior, média e anterior. As lâminas posterior e média revestem os músculos eretores da espinha (de modo semelhante ao que acontece anteriormente com os restos do abdómen). A lâmina posterior (lombar) vai da 12ª costela à crista ilíaca e fixa-se ao oblíquo interno e transverso do abdómen - tal como a bainha dos retos, mas não se fixa ao oblíquo externo, mas sim ao latíssimo do dorso. A lâmina anterior da aponevrose tóraco-lombar (fáscia do músculo quadrado do lombo), reveste a face anterior do músculo quadrado do lombo e fixa-se às faces anteriores dos processos transversos das vértebras lombares, a crista ilíaca e a 12ª costela. A lâmina anterior é contínua lateralmente com a origem aponevrótica do transverso do abdómen e espessa-se superiormente para formar o ligamento arqueado lateral. Adere aos ligamentos iliolombares

46
Q

Descreva os Músculos da Parede Posterior do Abdómen

A

Psoas Maior
Longo, espesso e fusiforme, lateral às vértebras lombares (processos transversos, laterais dos corpos e discos IV de L8-S5), vai ínfero-lateralmente, profundamente ao ligamento inguinal até ao trocânter menor do fémur. O plexo nervoso lombar insere-se na parte posterior deste músculo, anteriormente aos processos transversos lombares. É inervado pelos ramos anteriores de L1, L2 e L3 para fletir a coxa (com ilíaco), fletir a coluna vertebral lateralmente, equilíbrio do tronco e flexão do tronco quando sentado (com ilíaco)

Ilíaco
Triangular, grande, na face lateral da parte inferior do psoas maior (as suas fibras unem-se ao tendão deste mesmo) e juntos formam o iliopsoas (maior flexor da coxa. Superiormente insere-se nos 2/3 superiores da fossa ilíaca, asa do sacro e ligamentos sacroilíacos anteriores e inferiormente insere-se no trocânter menor do fémur e corpo inferior a ele e ao tendão do psoas maior. Inervado pelo Nervo Femoral (L2-L4). Estabilizam a articulação da coxa e ajudam a manter a postura ereta, mas este não realiza a flexão da coluna lombar.

Quadrado do Lombo
Quadrilátero, forma uma lâmina muscular espessa na parede posterior do abdómen e está adjacente aos processos transversos lombares, sendo mais largo inferiormente. insere-se na metade medial da margem inferior das 12ªs costelas e extremidades dos processos transversos lombares. Próximo da 12ª costela é cruzado pelo ligamento arqueado lateral, posteriormente ao qual passa o nervo subcostal, para seguir ínfero-lateralmente sobre o quadrado do lombo. Os ramos do plexo lombar seguem inferiormente sobre a face anterior deste músculo. Acaba por se inserir no ligamento iliolombar e lábio interno da crista ilíaca. É inervado pelos ramos anteriores de T12-L4 e estende e flete lateralmente a coluna vertebral, fixa a 12ª costela durante a inspiração.

47
Q

Descreva os Nervos da Parede Posterior do Abdómen

A

Os nervos subcostais (ramos anterior de T12) originam-se no tórax, passam posteriormente aos ligamentos arqueados laterais até o abdómen, e seguem em sentido ínfero-lateral na face anterior do músculo quadrado do lombo. Eles atravessam os músculos transverso do abdómen e oblíquo interno do abdómen para inervar o músculo oblíquo externo do abdómen e a pele da parede ântero-lateral do abdómen
Os nervos espinais lombares (L1–L5) saem da medula espinal através dos forames IV inferiormente às vértebras correspondentes, onde se dividem em ramos posterior e anterior. Cada ramo tem fibras sensitivas e motoras. Os ramos posteriores seguem posteriormente para inervar os músculos do dorso e a pele sobrejacente, enquanto os ramos anteriores seguem lateral e inferiormente, para suprir a pele e os músculos da parte inferior do tronco e os membros inferiores. As partes iniciais dos ramos anteriores dos nervos espinais L1, L2 e, às vezes, L3 dão origem aos ramos comunicantes brancos, que conduzem fibras simpáticas pré-ganglionares para os troncos simpáticos lombares.
A parte abdominal dos troncos simpáticos (troncos simpáticos lombares), formada por quatro gânglios simpáticos paravertebrais lombares e os ramos interganglionares que os unem, é contínua com a parte torácica dos troncos profundamente aos ligamentos arqueados mediais do diafragma. Os troncos lombossacrais descem nas faces ântero-laterais dos corpos das vértebras lombares em um sulco formado pelo músculo psoas maior adjacente. Inferiormente, eles cruzam o promontório da base do sacro e continuam em sentido inferior até a pelve como a parte sacral dos troncos.
Para a inervação da parede do abdómen e dos membros inferiores, as sinapses entre as fibras pré-ganglionares e pós-ganglionares ocorrem nos troncos simpáticos. As fibras simpáticas pós-ganglionares seguem da face lateral dos troncos através dos ramos comunicantes cinzentos até os ramos anteriores. Tornam-se os nervos toracoabdominais e subcostais e o plexo lombar (nervos somáticos), que propiciam estimulação vasomotora, sudomotora e pilomotora na parte inferior do tronco e no membro inferior. Os nervos esplâncnicos lombares originados na face medial dos troncos simpáticos lombares conduzem fibras simpáticas pré-ganglionares para a inervação das vísceras pélvicas.
Plexo Nervoso Lombar

48
Q

Descreva o Plexo Nervoso Lombar

A

Forma-se anteriormente aos processos transversos lombares, dentro da inserção proximal do músculo psoas maior, formada pelos ramos anteriores de L1-L4 dando os seguintes ramos:

  • Nervo Femoral (L2-L4), emerge da margem lateral do psoas maior, inerva o ilíaco e passa profundamente ao ligamento inguinal até à face anterior da coxa, suprindo os flexores da anca e extensores do joelho
  • Nervo Obturador (L2-L4) emerge da margem medial do psoas maior e segue até à pelve menor, passando inferiormente ao ramo superior do púbis (forame obturado) até à face medial da coxa, suprindo os músculos adutores da coxa
  • Tronco lombossacral (L4, L5) passa sobre a asa do sacro e desce até à pelve para participar na formação do plexo sagrado com os ramos anteriores de S1-S4
  • Nervos ilio-inguinal e ilio-hipogástrico (ramo anterior de L1, entra no abdómen posteriormente ao ligamento arqueado medial e segue ínfero-lateralmente, anteriormente ao quadrado do lombo, superior e paralelamente à crista ilíaca para perfurar o transverso do abdómen, perto da espinha ilíaca ântero-superior e de seguida atravessam os oblíquos para suprir os músculos abdominais e pele da região inguinal e púbica. A divisão do ramo anterior de L1 pode ocorrer até próximo da EIAS, sendo que muitas vezes estes são ainda um só nervo ao atravessar a parede do abdómen
  • Genitofemoral (L1, L2) perfura o psoas maior e segue inferiormente sobre a sua face anterior, profundamente à fáscia do iliopsoas, dividindo-se lateralmente às artérias ilíacas comum e externa em ramos femoral e genital.
  • Cutâneo Femoral Lateral da Coxa (L2, L3) segue ínfero-lateralmente sobre o músculo ilíaco e entra na coxa profundamente ao ligamento inguinal, medialmente à EIAS para inervar a pele na face ântero-lateral da coxa

Um nervo obturador acessório (L3, L4) é encontrado em quase 10% das pessoas. É paralelo à margem medial do músculo psoas, anterior ao nervo obturador, cruzando superiormente ao ramo superior do púbis, bem próximo da veia femoral.

49
Q

a

A

a

50
Q

Descreva, de um modo geral, a pelve e as subdivisões em pelve maior e pelve menor

A

Parte do corpo circundada pela pelve óssea, inferiormente à cavidade abdominal. A Pelve maior é circundada pela parte superior da pelve óssea e é ocupada pelas vísceras abdominais inferiores, já a pelve menor é circundada pela parte inferior da pelve óssea que forma a estrutura óssea dos compartimentos da cavidade pélvica e do períneo, separados pelo diafragma da pelve (estrutura musculofascial). A parte externa da pelve é coberta ou envolvida pela parede abdominal ântero-lateral inferior anteriormente, a região glútea do membro inferior póstero-lateralmente e o períneo inferiormente.

51
Q

Descreva a Pelve Óssea

A

Formada pelos ossos ilíacos (fusão do ílio, ísquio e púbis) e pelo sacro.

Em latentes e crianças os ossos do quadril são formados por 3 ossos unidos por cartilagem ao nível do acetábulo - a depressão na face lateral do ilíaco que se articula com a cabeça do fémur. Depois da puberdade estes unem-se e os dois ilíacos fazem o mesmo à frente, formando a sínfise púbica. Posteriormente articulam-se com o sacro nas articulações sacroilíacas.
O Ílio é a parte superior, apresentando a sua asa (abertura em leque, póstero-lateral) e o seu corpo (cabo) que se une ao púbis e contribui para a formação do acetábulo, na sua porção superior. Anteriormente apresenta as espinhas ilíacas ântero-superior e ântero-inferior. Entre estas encontramos a crista ilíaca que é um local importante de fixação aponevrótica e músculos finos, laminares e de fáscia muscular. Nesta crista encontramos ainda o tubérculo ilíaco, relativamente posterior à EIAS. Inferiormente à EIAP temos a espinha ilíaca ântero-posterior que marca a extremidade superior da incisura isquiática maior. Na face lateral da asa do ílio temos as linhas glúteas posterior, anterior e inferior, que marcam as inserções proximais dos 3 grandes glúteos. Medialmente encontramos uma grande depressão - a fossa ilíaca, para inserção proximal do músculo ilíaco. Posteriormente, ainda na face medial, encontramos a face auricular e a tuberosidade ilíaca superiormente, para a articulação sinovial e sindesmótica com as faces recíprocas do sacro na articulação sacroilíaca.
O Ísquio forma a parte póstero-inferior do ilíaco, sendo que este se funde com o púbis e o ílio através da parte superior do seu corpo e forma a face póstero-inferior do acetábulo. O ramo do ísquio une-se ao ramo inferior do púbis para formar o ramo isquiopúbico, limitando ínfero-medialmente o forame obturador. A Margem posterior do ísquio é também a margem inferior da incisura isquiática maior que, na sua porção mais inferior apresenta a espinha isquiática para fixação de ligamentos. É esta espinha isquiática que separa as incisuras isquiáticas maior da menor, sendo que a última atua como tróclea para um músculo que emerge da pelve óssea. A projeção óssea na junção da extremidade inferior do corpo do ísquio e do seu ramo é a grande tuberosidade isquiática.
O Púbis forma a parte ântero-medial do ilíaco, contribui para a porção anterior do acetábulo e é o local de fixação proximal dos músculos mediais da coxa. Divide-se num corpo e depois ramos (superior e inferior), que se projetam lateralmente. São estes que contribuem para a sínfise púbica toda a sua margem ântero-superior vai formar a crista púbica, local de inserção dos músculos abdominais. Desta crista projetam-se os tubérculos púbicos, pontos de referência importantes das regiões inguinais por serem local de fixação da principal parte do ligamento inguinal (fixação muscular indireta. Na sua margem póstero-superior encontra-se ainda a linha pectínea do púbis que forma parte da abertura superior da pelve.
O Forame Obturador é uma grande abertura oval ou triangular no ilíaco, limitado pelo púbis e pelo ísquio e pelos seus ramos. Tirando uma pequena passagem para o nervo e vasos obturadores /canal obturador), este forame é fechado pela membrana obturadora.
O Acetábulo é a grande cavidade caliciforme que se articula com a cabeça do fémur para formar a articulação da coxa. O seu limbo é incompleto inferiormente, na incisura do acetábulo e este apresenta uma depressão áspera que se estende superiormente a partir da incisura do acetábulo - a fossa do acetábulo que criam um defeito na face semilunar do acetábulo - face articular que recebe a cabeça do fémur.

SACRO
Cuneiforme, formado por 5 vértebras fundidas, está entre os ilíacos e forma o teto e parede póstero-superior da cavidade pélvica. Apresenta um canal sacral - continuação do canal vertebral, e nas suas faces dorsal e pélvica encontram-se, entre os componentes vertebrais, os forames sacrais para a saída dos ramos anteriores e posteriores dos nervos espinhais, sendo os pélvicos maiores que os dorsais. A base apresenta uma margem projetada anteriormente do corpo da vértebra - o promontório. O ápice tem uma face oval para articulação com o cóccix. Este é inclinado e assim forma o ângulo lombossacral com L5. A sua face pélvica é côncava e lisa, apresentando 4 linhas transversas que indicam a fusão das vértebras (na infância esta união é feita apenas por cartilagem hialina e separadas por discos intervertebrais). Na sua face dorsal, rugosa e convexa, encontramos 5 cristas longitudinais proeminentes: a crista sacral mediana (central, representa a união dos 3 ou 4 processos espinhoso rudimentares, sendo que S5 não apresenta processo espinhoso), as cristas sacrais mediais (representam a união dos processos articulares) e as cristas sacrais laterais (representam a união dos processos transversos). Nesta face encontramos ainda o hiato sacral (em U, resulta da ausência das lâminas e do processo espinhoso de S5 e leva ao canal sacral) invertido e os cornos sacrais (representam os processos articulares inferiores da vértebra S5, projetando-se inferiormente de cada lado do hiato). A parte superior da face lateral do sacro é semelhante a uma aurícula graças ao seu formato - é a face articular.

52
Q

Descreva as Articulações Sacroilíacas

A

São articulações compostas: formadas por uma articulação sinovial anterior (entre as faces articulares do sacro e do ílio, cobertas por cartilagem articular) e uma sindesmose posterior (entre as tuberosidades do sacro e do ílio).
Como meios de união encontramos vários ligamentos:
-ligamentos sacroilíacos anteriores, porção anterior da cápsula fibrosa da parte sinovial da articulação
-ligamentos sacroilíacos interósseos, estão profundamente entre as tuberosidades do sacro e do ílio
-ligamentos sacroilíacos posteriores, continuação externa posterior da mesma massa de tecido fibroso e, inferiormente, são unidos por fibras que se estendem da margem posterior do ílio (entre as espinhas ilíacas posteriores) e do cóccix para formar o ligamento sacrotuberal que vai até à tuberosidade isquiática, transformando a incisura isquiática no forame isquiático.
-Ligamento sacroespinhal vai da parte lateral do sacro e do cóccix até à espinha isquiática, subdividindo o forame isquiático em forame isquiático maior e menor.
Na maioria das vezes, o movimento da articulação sacroilíaca é limitado a leves movimentos de deslizamento e rotação
pelo entrelaçamento dos ossos que se articulam e os ligamentos sacroilíacos

53
Q

Descreva a Sínfise Púbica

A

Disco interpúbico fibrocartilaginoso e ligamentos adjacentes que unem os corpos dos ossos púbicos no plano mediano. O disco interpúbico é mais largo nas mulheres e os ligamentos que unem os ossos são espessos nas margens superior e inferior da sínfise, formando os ligamentos púbicos superior e inferior. O primeiro une as faces superiores dos corpos do púbis e disco interpúbico, estendendo-se até aos tubérculos púbicos. O segundo é um arco espesso de fibras que une as faces inferiores dos componentes articulares, arredondando o ângulo subpúbico quando forma o ápice do arco púbico.
As fibras decussadas dos retos do abdómen e oblíquo externo também fortalecem a sínfise púbica anteriormente.

54
Q

Descreva as Articulações Lombossacrais

A

L5 e S1 articulam-se na sínfise intervertebral anterior formada pelo disco L5/S! e nas duas articulações dos processos articulares posteriores entre os processos articulares dessas vértebras, sendo que os processos articulares de S1 estão virados póstero-mediamente, entrelaçando-se com os processos articulares inferiores de L1 voltados ântero-lateralmente, impedindo o deslizamento anterior da vértebra lombar sobre a inclinação do sacro. Estas são depois fortalecidas pelos ligamentos iliolombares que se irradiam dos processos transversos de L5 até aos ílios.

55
Q

Descreva a Articulação Sacrococcígea

A

Articulação Cartilagínea Secundária, com um disco intervertebral. A fibrocartilagem e os ligamentos unem o ápice do sacro à base do cóccix e os ligamentos sacrococcígeos anterior e posterior são longos filamentos que reforçam a articulação.

56
Q

Descreva os Limites da Cavidade Pélvica

A

Parede Ântero-inferior
Formada pelos corpos e ramos do púbis e pela sínfise púbica
Paredes Laterais
Ilíacos, cada um com o forame obturador fechado pela membrana obturadora. Esta parede está coberta e protegida em grande parte pelas inserções dos músculos obturadores internos e as suas fibras convergem posteriormente tornando-se tendinosas, fazem uma curva acentuada e seguem lateralmente, deixando a pelve menor pelo forame isquiático menor para se fixarem no trocânter maior do fémur. As suas faces mediais ficam então cobertas pela fáscia obturadora, espessada centralmente pelo arco tendinoso que oferece fixação para o diafragma da pelve.
Parede posterior
Na posição anatómica também constitui o teto - sacro e cóccix e depois segue lateralmente, onde é formada pelos ligamentos associados às articulações sacroilíacas (sacroilíaco anterior, sacroespinhal e sacrotuberal) e músculos piriformes. Estes músculos originam-se da parte superior do sacro, lateralmente aos forames pélvicos e vão lateralmente, para deixar a pelve menor pelo forame isquiático maior (que ocupam na sua grande maioria formando as paredes póstero-laterais) e se fixarem no trocânter maior do fémur. Imediatamente profundos a estes músculos estão os nervos do plexo sagrado que (bem como estruturas vasculares) podem passar para o membro inferior por meio de uma abertura na margem inferior do piriforme.

Assoalho Pélvico
Formado pelo diafragma da pelve, em forma de tigela ou funil, consistindo nos músculos isquiococcígeos e levantador do ânus e nas fáscias que os cobrem superior e inferiormente. O diafragma da pelve está na pelve menor, separando a cavidade pélvica do períneo, ao qual serve como teto.

57
Q

Descreva o Diafragma da Pelve

A

A sua fixação à fáscia obturadora divide o obturador interno numa porção pélvica superior e uma perineal inferior. Medialmente às partes pélvicas dos obturadores internos estão os nervos e vasos obturadores e outros ramos dos vasos ilíacos internos.
Os músculos isquiococcígeos originam-se nas faces laterais da porção inferior do sacro e cóccix