Aula 1 Flashcards
Descreva um Hematoma Epidural
A hemorragia extradural (epidural) tem origem arterial. O sangue dos ramos rotos de uma artéria meníngea média acumula-se entre a camada periosteal externa da dura-máter e a calvária. O sangue extravasado separa a dura-máter do crânio. Em geral, isso se deve a um golpe forte na cabeça com formação de um hematoma extradural (epidural). Tipicamente, há concussão (perda da consciência) breve, seguida por um intervalo de algumas horas de lucidez. Mais tarde, há sonolência e coma. A compressão do encéfalo ocorre quando a massa de sangue aumenta, exigindo evacuação do sangue e oclusão do(s) vaso(s) hemorrágico(s).
Artéria Meníngea Média (ramo da maxilar) ascende medialmente ao pterigóideo lateral até ao forame espinhoso, indo ântero-lateralmente até ao angulo esfenóideo do parietal para se ramificar na parede lateral da cavidade craniana. Esta dá origem a alguns ramos um dos quais penetra no hiato do canal do nervo petroso e anastomosa-se com a artéria estilomastoideia.
Descreva um Hematoma Subdural
(esse nome é errado porque não há espaço natural na junção da dura-máter com a aracnoide-máter – hematoma da margem dural); Os hematomas nessa junção geralmente são causados por sangue extravasado que separa a lâmina de células da margem dural. O sangue não se acumula em um espaço preexistente, mas cria um espaço na junção dura-máter com a aracnoide-máter. A hemorragia da margem dural geralmente sucede um forte golpe na cabeça que balança o encéfalo dentro do crânio e causa lesão. O traumatismo precipitante pode ser trivial ou esquecido. A hemorragia da margem dural tem origem geralmente venosa e costuma resultar da rutura de uma veia cerebral superior quando entra no seio sagital superior.
Descrever a anatomia lateral do crânio
- Formada pelo neuro e viscerocrânio, sendo que do primeiro se destacam a fossa temporal, a abertura do meato acústico externo e o processo mastoide do temporal e do segundo a fossa infratemporal, o arco zigomático e os aspetos laterais da mandíbula e maxilar.
- A fossa temporal é delimitada superior e posteriormente pelas linhas temporais superior e inferior, anteriormente pelo frontal e zigomático e inferiormente pelo bordo superior do arco zigomático, formado pela união do processo temporal do zigomático e do processo zigomático to temporal. Na sua porção anterior está o ptério, indicado pela formação de uma estrutura em H - suturas que unem o frontal, parietal, asa maior do esfenoide e temporal.
- A abertura do meato acústico externo e este mesmo meato leva à membrana timpânica. O processo mastoide do temporal é póstero-inferior e o processo estiloide do temporal é-lhe ântero-medial.
- A fossa infratemporal é um espaço irregular inferior e profundo relativamente ao arco zigomático e à mandíbula e posterior à maxila.
Descrever a anatomia do crânio, meninges e espaços associados
Meninges - Membranas de Revestimento do Encéfalo imediatamente internas ao crânio. Protegem o encéfalo, compõem a estrutura de sustentação das artérias, veias e seios venosos e encerram o espaço subaracnóideo, fundamental para o funcionamento normal do encéfalo. Formadas por 3 camadas: Dura-máter (fibrosa externa espessa e resistente), aracnoide-máter (fina intermediária) e pia-máter (delicada interna e vascularizada). A Aracnoide e Pia-Máter são contínuas e formam a leptomeninge, estando separadas pelo espaço subaracnóideo, que contém líquido cerebrospinal e este espaço ajuda a manter o equilíbrio do líquido extracelular no encéfalo. É transparente, mas de constituição semelhante ao sangue, produzido pelos plexos coroideos
Dura-Máter
• Membrana bi-laminar densa e espessa, adere à lâmina interna da calvária. Tem uma camada periosteal externa, formada pelo periósteo que cobre a face interna da calvária, e uma camada meníngea interna - membrana fibrosa forte e contínua no forame magno com a parte espinal da dura-máter que reveste a medula espinal.
• A fixação da camada externa à calvária é resistente ao longo das linhas de sutura e na base do crânio e esta é contínua nos forames com o periósteo na face externa da calvária, mas essa camada não é contínua na medula.
• Exceto nos locais de invaginações e seios durais, a camada interna está intimamente fundida à camada periosteal (separação impossível). A separação dural-craniana só ocorre em caso patológico.
Espaços Meníngeos
• A interface dura-máter-crânio (“espaço” extradural ou epidural) não é um espaço natural entre o crânio e a lâmina periosteal externa da dura-máter porque a dura está fixada aos ossos. Só se torna um espaço extradural em caso de afeção — por exemplo, quando o sangue proveniente da ruptura de vasos meníngeos afasta o periósteo do crânio. O espaço extradural cranial potencial ou patológico não é contínuo com o espaço extradural espinal (um espaço natural ocupado por gordura peridural e um plexo venoso), porque o primeiro situa-se externamente ao periósteo que reveste o crânio, e o segundo situa-se internamente ao periósteo que reveste as vértebras
• Do mesmo modo, a interface ou junção da dura-máter com a aracnoide-máter (“espaço subdural”) não é um espaço natural entre a dura-máter e a aracnoide-máter. Um espaço pode surgir na camada de células da margem dural em virtude de traumatismo, como um golpe forte na cabeça
• O espaço subaracnóideo, entre a aracnoide-máter e a pia-máter, é um espaço real que contém LCS, células trabeculares, artérias e veias.
Cortes de TC na cabeça e efeitos de massa associados a este caso
Descrever a anatomia os prolongamentos durais e os seios venosos
As invaginações de dura-máter dividem a cavidade do crânio em compartimentos, formando divisões parciais (septos durais) entre algumas partes do encéfalo e oferecendo suporte para outras partes. As invaginações da dura-máter incluem:
• Foice do Cérebro, a maior invaginação da dura-máter, está situada na fissura longitudinal do cérebro que separa os hemisférios cerebrais direito e esquerdo. A foice do cérebro está fixada no plano mediano à face interna da calvária, a partir da crista frontal e da crista etmoidal anteriormente até a protuberância occipital interna posteriormente. Termina tornando-se contínua com o tentório do cerebelo.
• Tentório do Cerebelo, 2ª maior invaginação da dura-máter, é um septo largo, em formato de meia-lua, que separa os lobos occipitais dos hemisférios cerebrais do cerebelo. O tentório do cerebelo fixa-se na parte rostral aos processos clinoides do esfenoide, na parte rostrolateral à parte petrosa do temporal, e na parte posterolateral à face interna do occipital e parte do parietal. A foice do cérebro fixa-se ao tentório e mantém-no elevado. O tentório divide a cavidade num compartimento supratentorial (divisão D e E pela foice) e infratentorial. A margem ântero-medial côncava é lisa, produzindo a incisura do tentório
• Foice do cereblo, invaginação vertical da dura-máter situada inferiormente ao tentório do cerebelo na parte posterior da fossa posterior do crânio. Fixada à crista occipital interna, separa parcialmente os hemisférios do cerebelo.
• Diafragma da Sela, a menor, lâmina circular suspensa entre os processos clinoides cobrindo a hipófise com abertura para a passagem do infundíbulo e das veias hipofisárias.
Seios Venosos
Espaços revestidos de endotélio entre as lâminas periosteal e meníngea da dura, formando-se nos locais onde os septos se fixam ao longo da margem livre da foice do cérebro e drenam aqui veias da superfície do encéfalo, bem como grande parte do sangue do encéfalo pela VJI.
• O seio sagital superior situa-se na margem fixada convexa da foice do cérebro. Começa na crista etmoidal e termina perto da protuberância occipital interna na confluência dos seios, um local de reunião dos seios sagital superior, reto, occipital e transverso. Recebe as veias cerebrais superiores e comunica-se de cada lado, através de aberturas semelhantes a fendas, com as lacunas venosas laterais, expansões laterais do seio sagital superior
• As granulações aracnóideas (vilosidades aracnóideas) são prolongamentos em tufo da aracnoide-máter que se salientam através da lâmina meníngea da dura-máter para os seios venosos durais, principalmente as lacunas laterais, e afetam a transferência de LCS para o sistema venoso. Granulações aracnóideas aumentadas (corpos de Pacchioni) podem causar erosão do osso, formando depressões chamadas de fovéolas granulares na calvária. Geralmente são observadas na vizinhança dos seios sagital superior, transverso e alguns outros seios venosos da dura-máter. Adaptadas estruturalmente para o transporte de LCS do espaço subaracnóideo para o sistema venoso.
• O seio sagital inferior é muito menor do que o superior. Segue na margem livre côncava inferior da foice do cérebro e termina no seio reto. O seio reto é formado pela união do seio sagital inferior com a veia cerebral magna. Segue em sentido inferoposterior ao longo da linha de fixação da foice do cérebro até o tentório do cerebelo, onde se une à confluência dos seios.
• Os seios transversos seguem lateralmente a partir da confluência dos seios, formando um sulco nos occipitais e nos ângulos póstero-inferiores dos parietais. Seguem ao longo das margens do tentório do cerebelo fixadas póstero-lateralmente e, depois, tornam-se os seios sigmóideos à medida que se aproximam da face posterior das partes petrosas dos temporais. O sangue recebido pela confluência dos seios é drenado pelos seios transversos, mas raramente de forma igual. Em geral, o seio esquerdo é dominante (maior).
• Os seios sigmóideos seguem trajetos em forma de S na fossa posterior do crânio, formando sulcos profundos no temporal e no occipital. Cada seio sigmóideo segue anteriormente e depois continua inferiormente como a VJI após atravessar o forame jugular.
• O seio occipital situa-se na margem fixada da foice do cerebelo e termina superiormente na confluência dos seios comunica-se inferiormente com o plexo venoso vertebral interno.
• O seio cavernoso, um grande plexo venoso, está localizado de cada lado da sela turca, sobre a face superior do corpo do esfenoide, que contém o seio esfenoidal. Consiste num plexo venoso com paredes extremamente finas, que se estende anteriormente da fissura orbital superior até o ápice da parte petrosa do temporal posteriormente. Recebe sangue das veias oftálmicas superior e inferior, veia cerebral média superficial e seio esfenoparietal. Os canais venosos nesses seios comunicam-se entre si através de canais venosos anteriores e posteriores ao pedículo da hipófise - seios intercavernosos - e algumas vezes através de veias inferiores à hipófise. Os seios cavernosos drenam em sentido póstero-inferior através dos seios petrosos superior e inferior e veias emissárias para os plexos basilar e pterigóideo.
• Dentro de cada seio cavernoso está a carótida interna com todos os seus pequenos ramos rodeada pelo plexo carotídeo simpático e o nervo VI. Para além disto, o CN III, IV e V1 e V2 estão na parede lateral deste seio.
• Os seios Petrosos superiores vão do fim posterior das veias do seio cavernoso até ao seio transverso onde estes se curvam inferiormente para formar os seios sigmóideos . Ficam na margem ântero-lateral do tentório do cerebelo que se liga à crista da porção petrosa do temporal.
• Os seios Petrosos Inferiores têm a mesma origem que os superiores e correm por um sulco entre a porção petrosa do temporal e a basilar do occipital, drenando os seios cavernosos para a transição do seio sigmoideu para a VJI no forâmen jugular. Está ligado ao plexo basilar que se comunica inferiormente com o plexo venoso vertebral.
• As Veias Emissárias ligam os seios venosos durais às veias do exterior do crânio, das quais se distinguem uma frontal que passa pelo forâmen cego para o seio sagital superior, uma parietal pelo forâmen parietal para o seio sagital superior, uma mastoide pelo forâmen homónimo que liga cada seio sigmóideo à veia auricular posterior e uma posterior condilar que atravessa o canal condilar ligando o seio sigmóideo aos plexos venosos suboccipitais.
Identificar os cortes da TC na cabeça e descrição de efeitos de massa associados a este caso
a
Bronquite aguda
A bronquite aguda é a inflamação da árvore traqueobrônquica, geralmente depois de uma ITRS que ocorre em pacientes sem doenças pulmonares crônicas. A causa quase sempre é uma infecção viral. O patógeno raramente é identificado. O sintoma mais comum é tosse, com ou sem febre, e possivelmente produção de escarro.
Os sintomas são constituídos por tosse, com nenhum ou pouco escarro, acompanhada ou precedida de sintomas de ITRS, normalmente em > 5 dias. A dispneia subjetiva resulta de dor torácica com a respiração, mas não de hipóxia. Frequentemente, não existem sinais, mas podem surgir roncos e sibilos esparsos. O escarro pode ser claro, purulento ou, ocasionalmente, conter sangue. As características do escarro não correspondem a uma etiologia particular (viral versus bacteriana). Pode haver febre leve, mas febre alta ou prolongada é incomum e sugere gripe ou pneumonia.
Epiglotite
É uma infecção bacteriana da epiglote e dos tecidos adjacentes, rapidamente progressiva, que pode ocasionar obstrução respiratória súbita e morte. Os sintomas incluem faringite grave, disfagia, febre alta, salivação excessiva e estridor inspiratório. Em crianças, faringite, odinofagia e disfagia se desenvolvem de forma abrupta. Asfixia fatal pode ocorrer dentro de poucas horas do início do quadro. Sialorreia é muito comum. Além disso, a criança tem sinais de toxemia (contato visual pobre ou ausente, a incapacidade de reconhecer os pais, cianose, irritabilidade, incapacidade de ser consolada ou distraída) e está febril e ansiosa. Dispneia, taquipneia e estridor inspiratório podem estar presentes, muitas vezes fazendo a criança sentar-se ereta, inclinada para frente, e mantendo hiperextensão do pescoço, com a mandíbula projetada para frente e de boca aberta, em um esforço para melhorar a troca de ar (posição de tripé). O abandono dessa posição pode ser sinal iminente de insuficiência respiratória. Pode haver retrações inspiratórias supraesternais, supraclaviculares e subcostais.
Abscesso retrofaríngeo
Disseminação de Infeções no Pescoço
• A lâmina superficial da fáscia cervical ajuda a evitar a disseminação de abscessos causados por destruição tecidual. A infeção entre a lâmina superficial da fáscia cervical e a parte muscular da fáscia pré-traqueal que envolve os músculos infra-hióideos geralmente não se dissemina além da margem superior do manúbrio do esterno. No entanto, a infeção entre a lâmina superficial e a parte visceral da fáscia pré-traqueal pode disseminar-se para a cavidade torácica anteriormente ao pericárdio.
• O pus de um abscesso posterior à lâmina pré-vertebral da fáscia cervical pode estender-se lateralmente no pescoço e formar uma protuberância posterior ao músculo ECM. O pus pode perfurar a lâmina pré-vertebral da fáscia cervical e entrar no espaço retrofaríngeo, criando uma protrusão na faringe (abscesso retrofaríngeo). Esse abscesso pode dificultar a deglutição (disfagia) e a fala (disartria).
• Infeções na cabeça também podem disseminar-se em sentido inferior, posteriormente ao esôfago, e penetrar no mediastino posterior, ou podem disseminar-se anteriormente à traqueia e entrar no mediastino anterior. As infeções no espaço retrofaríngeo também podem estender-se em sentido inferior para o mediastino superior. Do mesmo modo, o ar proveniente de uma rutura da traqueia, brônquio ou esôfago (pneumomediastino) pode seguir em sentido superior no pescoço.
Clinicamente, observamos quadro de dor e endurecimento situados profundamente ao músculo esternocleidomastoideo, com torcicolo em direção ao lado não envolvido.
Adenopatia – vias respiratórias superiores drenam para os gg linfáticos retrofaríngeos - Os retrofaríngeos são medianos ou laterais (p. superior do espaço retrofraríngeo) e estão na parte lateral da face posterior da faringe e anteriormente às massas do atlas. Recebem das cav. Nasais, ouvido médio e mucosa da naso e orofaringe e drenam na cadeia jugular interna.
Descrever as fáscias cervicais e compartimentos do pescoço
A Fáscia Cervical é formada por 3 lâminas fasciais: superficial, pré-traqueal e pré-vertebral, que sustentam as vísceras cervicais, os músculos, vasos e nódulos linfáticos profundos. Condensa-se ao redor das carótidas comuns e das jugulares internas e dos vagos para formar a bainha carotídea. Estas lâminas dormam planos de clivagem naturais através dos quais os tecidos podem ser separados durante a cirurgia e limitam a disseminação de abcessos resultantes de infeções. Garantem ainda o deslizamento de estruturas do pescoço para se movimentarem e passarem umas sobre as outras sem dificuldade.
Lâmina Superficial
• Circunda todo o pescoço profundamente à pele e à tela subcutânea. Divide-se em superficial e profunda para revestir os músculos trapézio e ECM (ambos derivados da mesma lâmina embrionária muscular e inervados pelo NC XI, inserindo-se praticamente continuamente à base do crânio superiormente e à espinha escapular, acrómio e clavícula inferiormente).
• Superiormente fixa-se nas linhas nucais superiores do occipital, processos mastoides, arcos zigomáticos, margem inferior da mandíbula, hioide e processos espinhoso das vértebras cervicais. Logo depois de se fixar na mandíbula divide-se para envolver a submandibular e posteriormente à mandíbula forma a cápsula fibrosa da parótida. O Ligamento Estilomandibular é uma modificação mais espessa dessa lâmina.
• Inferiromente fixa-se no manúbrio, clavículas, acrómios e espinhas das escápulas. Posteriormente é contínua com o periósteo que cobre o processo espinhoso de C VII e com o ligamento nucal.
• Entre as cabeças esternais do ECM e logo acima do manúbrio há ainda a divisão para envolver o ECM formando assim o espaço supraesternal que envolve as extremidades inferiores das VJA, arco venoso jugular, gordura e alguns nódulos linfáticos profundos.
Lâmina Pré-Traqueal
• Limitada à parte anterior do pescoço, estende-se inferiormente ao hioide até ao tórax, onde se funde ao pericárdio fibroso que reveste o coração. Inclui uma parte muscular fina que reveste os músculos infra-hioideos e uma parte visceral que reveste a tiroide, traqueia e esófago e é contínua nas partes posterior e superior com a fáscia bucofaríngea da faringe. A Lâmina pré-traqueal funde-se com as bainhas carotídeas.
• Superiormente ao hioide um espessamento desta forma uma tróclea para passar o tendão intermédio do músculo digástrico que suspende o hioide. Esta aprisiona ainda o músculo omo-hioideo
Lâmina Pré-Vertebral
• Forma uma bainha tubular para a coluna vertebral e os músculos a ela associados (longo do pescoço e longo da cabeça anteriormente, escalenos lateralmente e profundos do pescoço posteriormente). Superiormente fixa-se à base do crânio e inferiormente funde-se à fáscia endotorácica na região periférica e ao ligamento longitudinal anterior na região central por volta de T3. Estende-se lateralmente como a bainha axilar circundando vasos axilares e plexo braquial. As partes cervicais dos troncos simpáticos estão incrustadas nesta.
Bainha Carotídea
• Revestimento fascial tubular da base do crânio até à raiz do pescoço que se funde anteriormente às lâminas superficial e pré-traqueal da fáscia e posteriormente à lâmina pré-vertebral. Contém as Carótidas comum e interna, a jugular interna, o vago, os nódulos linfáticos cervicais profundos, o nervo do seio carotídeo e os plexos periarteriais carotídeos (simpáticos).
• Tanto esta como a fáscia pré-traqueal comunicam livremente com o mediastino do tórax na parte inferior e com a cavidade do crânio na parte superior - possíveis vias para a disseminação de infeção e do sangue extravasado.
Descrever a anatomia do espaço retrofaríngeo
O Maior e mais importante espaço interfascial no pescoço, é um espaço virtual que consiste em t. conjuntivo laxo entre a parte visceral da lâmina pré-vertebral da fáscia cervical e a fáscia bucofaríngea que rodeia a faringe superficialmente (inferiormente esta última é contínua com a lâmina pré-traqueal). A Fáscia Alar forma outra subdivisão do espaço retrofaríngeo, sendo que está fixada ao longo da linha mediana da fáscia bucofaríngea crânio->C7. Daqui vai lateralmente para terminar na bainha carotídea. Este permite o movimento da faringe, esófago, laringe e traqueia em relação à coluna vertebral durante a deglutição. A parte superior deste espaço é fechada pela base do crânio e a cada lado pela bainha carotídea. A parte inferior abre-se no mediastino superior.
Enfarte do miocárdio
um enfarte é necrose de uma área de tecido ou um órgão, decorrente da diminuição do suprimento sanguíneo. Causa dor torácica subesternal. Com a oclusão súbita de uma grande artéria por um êmbolo, a região de miocárdio irrigada pelo vaso ocluído sofre infarto (fica praticamente sem sangue) e necrose (morte patológica do tecido). Os três locais mais comuns de oclusão da artéria coronária e a percentagem de oclusão de cada artéria são: Ramo IV anterior (DAE) da ACE (40-50%), ACD (30-40%), Ramo Circunflexo da ACE (15-20%). A necrose de uma área de miocárdio é um infarto agudo do miocárdio (IAM). A causa mais comum de cardiopatia isquêmica é a insuficiência coronariana causada por aterosclerose. [O processo aterosclerótico, caracterizado por depósitos lipídicos na túnica íntima (camada interna) das artérias coronárias, começa no início da vida adulta e provoca a lenta estenose dos lumens das artérias coronárias (Figura B1.26). À medida que a aterosclerose coronariana avança, os canais colaterais que unem uma artéria coronária à outra se expandem, o que pode, inicialmente, permitir perfusão adequada do coração durante relativa inatividade. Apesar desse mecanismo compensatório, o miocárdio pode não receber oxigênio suficiente quando o coração precisa realizar mais trabalho. O exercício vigoroso, por exemplo, aumenta a atividade cardíaca e sua necessidade de oxigênio. A insuficiência do suprimento sanguíneo para o coração (isquemia miocárdica) pode resultar em IAM.] [A presença de sangue na cavidade do pericárdio, hemopericárdio, também causa tamponamento cardíaco (compressão cardíaca). O hemopericárdio pode ser causado por perfuração de uma área enfraquecida de músculo cardíaco em razão de um infarto do miocárdio prévio]. Se for na parede inferior dá muito mais náuseas e vómitos do que se for noutra zona, apesar de também poder dar esses sintomas, acontece menos vezes. Isto porque a parede inferior do coração é a mais densamente inervada pelo nervo vago (X), ou seja, há estimulação vagal quando esta zona é afetada por um enfarte, já no resto do coração há uma predominância do simpático, por isso não é incomum que possa acontecer taquicardia com um enfarte noutra zona do coração. Na parede anterior há mais recetores simpáticos, por isso, enfarte da parede anterior pode originar taquicardia (por hiperatividade simpática). Angina de peito: dor originada no coração causada por isquémia do miocárdio insuficiente para causar necrose que irá definir o enfarte. Normalmente resulta do estreitamento das artérias coronárias. Esta pode ser aliviada num período de repouso e pode-se administrar nitroglicerina sublingual porque dilata as artérias coronárias. No enfarte agudo do miocárdio a dor geralmente é mais intensa e não passa com repouso. a isquemia e o acúmulo de certos produtos bioquímicos estimulam as terminações nervosas do coração. Correspondem a T1-T4/5. A dor anginosa costuma ser percebida como subesternal e peitoral esquerda para o ombro esquerdo e face medial do membro superior esquerdo. A dor cardíaca é referida no membro superior porque os segmentos de medula espinhal desses nervos cutâneos (T1-T3) são comuns às terminações aferentes viscerais para as artérias coronárias.
Pneumonia
infeção dos pequenos sacos de ar (alvéolos) do pulmão e dos tecidos circundantes. Os alvéolos e os bronquíolos respiratórios ficam preenchidos com líquido resultante da inflamação, não sendo capazes de realizar as trocas gasosas, provocando dificuldade respiratória. Pode causar bronquite e levar à hemoptise (expectoração de sangue ou escarro tingido de sangue proveniente dos pulmões ou da árvore traqueobronquial, causada por hemorragia brônquica ou pulmonar)
Pneumotórax espontâneo primário
pneumotórax= entrada de ar na cavidade pleural, é espontâneo primário porque ocorre em indivíduos sem história de doença respiratória (tipicamente homens relativamente novos, fumadores) - provoca o colapso do pulmão: atlectasia (atelectasia: atelectasia secundária é o colapso de um pulmão previamente insuflado; atelectasia primária é a ausência de insuflação do pulmão ao nascimento). Pulmões normais in situ permanecem distendidos mesmo quando as vias respiratórias estão abertas, porque sua face externa (pleural visceral) adere à superfície interna das paredes torácicas (pleura parietal) em virtude da tensão superficial do líquido pleural. A retração elástica dos pulmões faz com que a pressão nas cavidades pleurais caia a níveis subatmosféricos. Em geral, a pressão é de aproximadamente – 2 mmHg; durante a inspiração, cai para cerca de – 8 mmHg. Se houver uma ferida penetrante na parede torácica ou na superfície pulmonar, o ar é sugado para a cavidade pleural em decorrência da pressão negativa. A tensão superficial que causa aderência da pleura visceral à pleura parietal (do pulmão à parede torácica) é rompida e há colapso do pulmão, com expulsão da maior parte do ar por causa da elasticidade inerente (retração elástica). Quando há colapso de um pulmão, a cavidade pleural (normalmente um espaço potencial) torna-se um espaço real. [Nos pacientes com pneumotórax — presença de ar ou gás na cavidade pleural — o ar pode dissecar os planos de tecido conectivo e entrar no saco pericárdico, produzindo um pneumopericárdio.]
Descrever a anatomia da pleura.
Camadas serosas que envolvem os pulmões, compostas pela pleura visceral ou pulmonar que reveste o pulmão e a pleura parietal aplicada à parede torácica, sendo contínuas entre sim, ao nível do hilo, contactando uma com a outra e limitando a cavidade pleural.
• Pleura Visceral – delgada e transparente, cobre toda a superfície pulmonar exceto o hilo e as paredes das fissuras interlobulares. A superfície livre está em contacto com a pleura parietal.
• Pleura Parietal – Cobre as paredes do compartimento que contem os pulmões, podendo encontrar tantas partes como áreas das superfícies pulmonares.
• Pleura Costal – está anterior ao esterno, ao m. transverso do tórax e vasos torácicos internos; lateralmente à superfície interna das costelas e EIC; posteriormente às partes laterais da coluna vertebral desde o fundo do canal costovertebral até ao bordo posterior da face mediastínica do pulmão, cobrindo o tronco simpático e os vasos intercostais posteriores. Inferiormente ao bordo inferior do pulmão a pleura costal está sobre a pleura parietal diafragmática – recesso costodiafragmático.
• Pleura Mediastínica – cobre os órgãos mediastínicos do esterno à coluna vertebral (à direita: pericárdio, n. frénico, vasos pericárdiofrénicos, vestígios do timo, tronco braquiocefálico, veia braquiocefálica direita e cavas superior e inferior, traqueia e esófago, veia ázigos e nervo vago direito; à esquerda: pericárdio, arco da aorta, carótida comum esquerda, n. vago esquerdo, frénico esquerdo, v. braquiocefálica esquerda, aorta torácica descendente, esófago, veia ázigos e superiormente o canal torácico). Cobre todos os órgãos na sua totalidade e insere-se no espaço entre eles, distinguindo-se a depressão supraórtica (posterior à origem da subclávia esquerda), entre o esófago e a veia ázigos (direita) e o esófago e a aorta (esquerda) formando o prolongamento do fundo de saco – recessos pleurais vertebromediastinicos direito e esquerdo (aumentam de profundidade inferiormente e estão unidos perto do diafragma pelo ligamento interpleural). O revestimento do mediastino pela pleura parietal é interrompido pela raiz pulmonar que liga o pulmão ao mediastino, sendo que pleura se reflete por aqui e continua-se com a pleura visceral, estendendo-se inferiormente ao hilo pulmonar, próximo ao diafragma. Esta reflexão circula as raízes pulmonares anterior, posterior e superiormente e temos aqui o ligamento pulmonar. Apenas os linfáticos se insinuam entre estes dois folhetos. O ligamento pulmonar esquerdo é quase vertical, já o direito é desviado para posterior pela cava inferior e um pouco inferiormente. Estão relacionados medialmente com o bordo lateral do esófago, por tecido conjuntivo que o rodeia. As duas lâminas estão ligadas a esta fáscia insinuando-se entre o esófago e a v. ázigos ou aorta, formando-se os recessos pleurais vertebromediastinais esquerdo e direito.
• Pleura Diafragmática – a pleura parietal reveste o diafragma em ambos os lados do mediastino, sendo que a serosa está muito ligada ao diafragma.
• Cúpula Pleural – cobre o vértice do pulmão e conjuntamente com feixes musculares e fibrosos do m. escaleno mínimo e dois feixes fibrosos principais . ligamento vertebropleural e costopleural, forma o aparelho suspensor da pleura. Quando ausente, o m. escaleno mínimo pode ser substituído pelo ligamento vertebropleurar que vais das lâminas prevertebral e pretraqueal da fáscia cervical até à parte súpero-medial da cúpula pleural. Já o ligamento costovertebral é frequente estar ausente, mas une a pleura ao pescoço da 1ª costela, sendo superior ao 1º nervo torácico, que depois atravessa o bordo medial da costela para chegar ao plexo braquial. Este aparelho termina numa cúpula conjuntiva independente da pleura. A depressão angular supra e retropleural com o gânglio cervicotorácico do tronco simpático é limitada pelo ligamento vertebropleural (medial), ligamento costopleural (lateral), pleura (inferior), 1ª costela (posterior) e m. escaleno superior (lateral).
• Recessos Pleurais – recesso costodiafragmático (ângulo de união da pleura costal com a diafragmática), costomediastínico anterior e posterior (união das pleuras costais e mediastínicas), recesso frenomediastínico (união das pleuras diafragmáticas e mediastínicas). A cúpula pode também designar-se por recesso pleural superior. O costomediastínico anterior e o costodiafragmático não se relacionam com o bordo do pulmão.
• Fáscia endotorácica – prende a pleura parietal em toda a sua extensão. Forma sob a pleura costal uma membrana que liga ao revestimento fibroso do músculo intercostal íntimo e ao periósteo das costelas, estando separada da pleura parietal por um tecido com trabéculas adiposas pelo bordo inferior das costelas. Ao nível da face lateral da coluna vertebral esta fáscia é mais densa e une-se às vertebras por finos ligamentos. Na cúpula pleural a fáscia forma uma cúpula que se une à anterior e, superiormente a esta estão inseridas algumas formações do aparelho suspensor da pleura e estes, juntos, formam a membrana suprapleural. É espessa na região mediastinal, e mais fina na região pleural diafragmática, ligando firmemente a fibrosa ao diafragma. Esta fáscia une também a parede o m. transverso do tórax, entre o ângulo posterior das costelas e a coluna vertebral.