BRONQUIOLITE E ASMA Flashcards
Qual é a principal causa de sibilância em crianças < 1 ano?
ASMA, porém podem haver outras causas
O que são os LACTENTES SIBILANTES?
Crianças <2 anos e que manifestam pelo menos 3 episódios de sibilância, em espaço de 6 meses
Pelo menos 20% das crianças <2 anos de idade apresentam sibilância transitória. Quais são os principais motivos?
tamanho das vias aéreas pequeno (genética), coexistência de infecções virais em VAS, exposição passiva ao tabagismo materno etc
30 a 60% dos lactentes apresentam sibilância nos 3 primeiros anos de vida. Quais são os principais fatores infecciosos relacionados ao aparecimento de sibilância em crianças?
vírus SINCICIAL RESPIRATÓRIO (VSR). Tem os subtipos A e B, sendo o A causador de infecções mais severas.
parainfluenza, adenovírus, influenza, rinovírus, Mycoplasma pneumonie (raramente)
Compare a ASMA com a BRONQUIOLITE.
ASMA
- Inicia-se após exposição ao ALÉRGENO
- Infiltrado celular composto por esosinófilos, mastócitos, linfócitos T e mononucleares
- Moléculas de adesão e mediadores inflamatórios também possuem importante papel no infiltrado celular.
- Associado com a expressão de CD 54 (ICAM-1) - principal receptor para rinovírus
BRONQUIOLITE
- Inflamação aguda do trato respiratório inferior =>bronquíolos
- Pródromo de IVAS (coriza, obstrução nasal, tosse seca, febre baixa etc)
- PREDOMÍNIO ABAIXO DE 2 ANOS
- Precedido por ivas
- Graus variados de obstrução
- SAZONALIDADE: final de outubro e durante o inverno (VSR)
- MAIOR causa de internação em lactentes previamente hígidos
O que é a bronquiolite viral aguda?
A Bronquiolite é uma doença infecciosa e inflamatória aguda do trato respiratório superior e inferior, que resulta em obstrução das Vias Aéreas de pequeno calibre
OBS: Maior frequência e gravidade em menores de 1 ano sendo significativamente mais importante em prematuros e abaixo de 6 meses de idade.
Pico de doença: entre 2 e 6 meses de idade
Quais são os principais modos de transmissão da bronquiolite?
Auto-inoculação de fomites (contato direto)
Colonização nas mucosas da nasofaringe e ocular
OBS: VSR sobrevive varias horas em mãos e superfícies
Lavar as mãos criteriosamente, Luvas descartáveis, Máscaras
A transmissão ocorre 98% para outras crianças e 46% para membros da família
Como é a fisiopatogenia do VSR?
promove redução da mobilização de precursores das células dendríticas na medula óssea
Alem da produção de IFN 1 pelas celulas T cd 4 com tendência ao eixo Th2
Diminuição da citotoxicidade das celulas T cd 8
Dimunição da neutralização dos antigenos do VSR pelos anticorpo maternos
Produção intensa de citocinas pro inflamatórias
Inflamação neurogênica pulmonar e extrapulmonar com ação parassimpática estimulada com aumento de permeabilidade e contração muscular.
Como é feito o diagnóstico de bronquiolite viral aguda?
CLÍNICO. Em um 1º episódio de sibilância em lactente com pródromos de infecção viral, independente da condição atópica, podemos fazer esse diagnóstico.
Como é o tratamento de bronquiolite viral aguda (BVA)?
OXIGENIOTERAPIA (FUNDAMENTAL, pois trata a hipoxemia e reduz o sofrimento respiratório).Administrado aquecido e umidificado, por cateter nasal, máscara, campânula ou oxitenda (máquina que aquece e umidifica o ar) para manter uma PaO2 de 70-90mm Hg ou SatO2 > 93%.
BRONCODILATADORES (Emprego não é recomendado pela maioria dos estudos realizados por não serem capazes de demonstrar alterações nas taxas de internação ou na SatO2). Se a resposta for positiva, manter, do contrário, suspender.
CORTICOESTERÓIDES (reduzem a inflamação). Porém, Estudos não demonstraram benefícios (redução da hospitalização, duração da oxigenoterapia, prevalência de sibilância)
A BVA pode ser classificada em leve, moderada e grave. Quais são as principais características e condutas tomadas em cada caso?
BVA LEVE: Alimenta-se normalmente, Pouca dificuldade respiratória, Saturação O2 >95%
Conduta: RX de tórax e teste com BD => tratar em casa, orientar a família, revisão em 2 ou 3 dias, manter BD se a resposta for positiva.
BVA MODERADA: Alimenta-se com dificuldade, Dispnéia moderada (tiragem intercostal e BAN moderados), SatO2 <95% corrigindo-se com oxigenoterapia, pode ter episódios curtos de apnéia
Conduta: RX de tórax, Teste com BD, Exames virológicos, Monitorização clínica e laboratorial => hospitalizar, O2 para SatO2 < 93%, BD se a resposta for positiva, líquidos EV
BVA GRAVE: Incapaz de se alimentar, Dispnéia grave (tiragem e BAN intensos, gemido), SatO2<91%, não se corrigindo com oxigenoterapia, episódios longos e freqüentes de apnéia.
Conduta: RX de tórax, Teste com BD, Exames virológicos, Monitorização clínica, laboratorial e cardíaca, Gasometria => Hospitalizar, Líquidos EV, Corticosteróide?, BD se resposta positiva
OBS: pode ser realizada nebulização com adrenalina no tratamento.
O que é a ASMA?
Doença inflamatória CRÔNICA potencialmente reversível das vias aéreas inferiores, marcada pela HIPERREATIVIDADE DA ÁRVORE TRAQUEOBRÔNQUICA.
A asma é classificada em intermitente, persistente leve, persistente moderada e persistente grave
Essa classificação é de acordo com: • Sintomas diurnos • Atividades • Crises Sintomas noturnos Uso de agonista beta-2 de alívio • PFE/VEF1
Quais são os principais fatores de RISCO e fatores DESENCADEANTES da asma?
Fatores de risco: Predisposição genética, Atopia (Rinite alérgica/ dermatite atópica), Vida urbana (poluição - fumaça de cigarro), sensibilização à alérgenos inalantes ou aeroalérgenos, pneumonia, bronquiolite, baixo peso ao nascer, sibilância fora de resfriados, gênero masculino, Baixas condições socioeconômicas
Fatores desencadeantes: Viroses respiratórias,Alérgenos, Mudanças Climáticas, Agentes químicos/ Fármacos, Estresse emocional
OBS: Asuscetibilidade para asma inclui os fatores
de risco maiores (asma nos pais, eczema, sensibilização a aeroalérgenos) e menores (rinite alérgica, sibilância fora de resfriados, eosinófilos ≥4%, sensibilização a alérgenos alimentares)
A asma é uma doença crônica que se manifesta após a interação com alérgenos (vírus, poluição etc), resultando na liberação de histamina pelos mastócitos, broncoconstrição, inflamação, lesão endotelial dos alvéolos etc. Quais são as principais manifestações INFLAMATÓRIAS da asma?
Broncoconstrição, edema, hipersecreção de muco, infiltração de células inflamatórias, hiperresponsividade das vias aéreas etc
Quais são os principais sintomas analisados no diagnóstico de ASMA em crianças pequenas?
TOSSE (recorrente/persistente, desencadeada por exercícios, choro, fumaça de cigarro, prolongada ou sem sintomas mesmo na ausência de sibilos, pode piorar a noite)
SIBILOS (recorrente, durante o sono ou devido à exercício, risadas, choro, fumaça etc)
DISPNÉIA (devido à exercício, risada, choro)
REDUÇÃO DE ATIVIDADES (criança não corre, brinca ou ri, e procura sempre o colo)
ANTECEDENTES (dermatite atópica, rinite alérgica, parente de 1º grau com asma)
Teste terapêutico com ICS (corticóide inalatório) em doses baixas e SABA (beta agonista de curta duração): melhora clínica com 2-3 meses de tratamento e piora com a suspensão.
OBS: os 3 parâmetros principais são tosse noturna, dispnéia e sibilância (na ausência, pode ser asma oculta)
Quais são os principais testes feitos para o diagnóstico de ASMA?D
1) Redução do VEF1/CVF <86%
2) Prova broncodilatadora positiva
VEF1 aumenta mais de 12% (mais de 7% do previsto)
3) Teste provocativo positivo:
Se VEF1 normal no período intercrítico
Queda do VEF1 superior a 20%
4)Variação do PFE (pico de fluxo expiratório) - velocidade com que se coloca o ar para fora dos pulmões
Mais de 20% em 2 a 3 semanas
Aumento superior a 30%, 15 min após broncodilatador
Quais são os principais fatores associados à sibilância na infância?
atopia (dermatite alérgica e rinite alérgica), infecções de vias aéreas, alérgenos, creches, número de irmãos etc
Em um diagnóstico diferencial, compare a BVA com a ASMA.
BVA: 1º episódio, atopia familiar presente ou ausente, sinais de atopia ausentes, resposta a BD incerta, presença de vírus em secreções de vias respiratórias, sazonalidade (inverno e primavera)
ASMA: vários episódios, atopia familiar presente e sinais eventualmente presentes, resposta positiva a BD, ausência de vírus em secreções respiratórias e ocorre durante todo o ano
Cite alguns diagnósticos diferenciais para BVA e ASMA.
SÍNDROMES ASPIRATIVAS / DRGE ASPIRAÇÃO DE CORPO ESTRANHO DISPLASIA BRONCOPULMONAR ALERGIA ALIMENTAR SÍNDROME DE LOEFFLER TOXOCARÍASE VISCERAL FIBROSE CÍSTICA DISCINESIA CILIAR IMUNODEFICIÊNCIAS TUBERCULOSE MASSAS MEDIASTINAIS ANOMALIAS DA ÁRVORE TRAQUEOBRÔNQUICA Doenças cardíacas Anomalias vasculares
Quais são as principais indicações para um paciente com asma ou BVA?
Sofrimento respiratório significativo Dificuldade na alimentação Hipoxemia progressiva Possibilidade de fadiga respiratória Cuidados inadequados no lar Doenças associadas
Quais são as principais indicações para admissão em UTI de um paciente com asma ou BVA?
Insuficiência respiratória progressiva - monitorização clínica e aferição contínua da Sat O2
Crianças que apesar de suporte de O2 > 50% mantêm:
PaO2 < 60 mmHg;
PCO2 > 50 mmHg;
pH < 7,25
Ou fazem apnéia com Sat O2 < 90% ou têm episódios freqüentes de apnéia
Como é o planejamento terapêutico da asma brônquica?
Controle ambiental
Uso escalonado de medicação
Step up
Step down
Uso de múltiplos medicamentos Corticóides (oral e inalatório) agonista Beta2 de ação prolongada Salmeterol Formoterol
Beta2 de alívio
Antileucotrieno
Imunoterapia
Cite alguns corticóides usados na asma.
beclometasona, budenosida, fluticasona, mometasona, flunisolida, triancinolona etc
OBS: Inaladores de pó são mais fáceis/eficientes do que aerosol dosimetrado – “bombinha” – exceto se uso de espaçadores
Como é o tratamento de uma crise asmática?
Tratamento na crise
O2
agonista B2 inalado – 10 a 20 gotas – na criança 1 gota para cada 3 Kg
Ipratrópio – 20 gts no adulto e 10 gts na criança
Aminofilina
Corticosteróides sistêmico
Predinisona – 1 mg por Kg de peso
Hidrocortisona – 200 md dose ou 10 mg por Kg de peso
Metilprednisolona – 40 a 80 mg dose
Manter o corticóide inalatório
Adrenalina – 0,3 ml no adulto e 0,1 ml na criança – SC
ATB