AVC isquêmico Flashcards
Definição de AVC isquêmico
Instalação súbita de um déficit neurológico focal, de rápida evolução, persistente, com duração maior que 24h
É consequência de uma isquemia seguida de infarto no parênquima encefálico
Ataque isquêmico transitório
Síndrome clínica caracterizada por distúrbio da função neurológica por redução focal no suprimento sanguíneo de uma região cerebral que se resolve em menos de 24h
Na prática considera resolução completa em 1h
Objetivo inicial da avaliação/tratamento do AVC
Obter recanalização rápida da artéria ocorrida (reperfusão do tecido isquêmico)
Otimizar fluxo colateral
Evitar lesão cerebral secundário
É importante descobrir a base patológica dos sintomas (etologia)
Avaliação inicial do AVC
Estabelecimento do tempo de início dos sintomas- principal determinante da elegibilidade do tratamento com trombólise e trombectomia
Se não souber o tempo exato considerar a última vez que o paciente foi visto normal
Deve-se garantir a estabilidade do paciente e reverter condições que piorem o quadro
Investigação inicial: glicose sérica, saturação de O2 e TC
Diferenciar AVC isquêmico do hemorrágico (neuroimagem). Importante para definir o tratamento
Diagnóstico diferencial AVC (outras causas de isquemia)
Descartar outras causas de isquemia (convulsões, síncopes, hipoglicemia, hiperglicemia, toxicidade de drogas, traumas recentes)
Avaliação neurológica do AVC (NIHSS)
11 itens
Nível de consciência, orientação, olhar conjugado, Campos visuais, paresia facial, paresia de membros, ataxia de membros, sensibilidade, linguagem, disartria, extinção/desatenção
Quanto maior a pontuação, mais grave o AVC
(>10- grave)
Indicações e contraindicações para a trombólise endovenosa
indivíduos com mais de 18 anos, com AVC isquêmico documentado, com início antes de 4,5h são candidatos a trombólise (se sem contraindicações)
Contraindicações absolutas: (risco de sangramento)
TCE grave nos últimos 3 meses
Cirurgia intracraniana ou da cólica vertebral nos últimos 3 meses
Hemorragia intracraniana prévia
Tumores cerebrais intra-axiais
Sangramento interno ativo
PA>185/110
Uso de Varfarina com INR>7, novos anticoagulantes orais
Uso de heparina nas últimas 48h
Plaqueta <100.000
Glicose <50
TC com hipodensidade em >1/3 do hemisfério cerebral
Contraindicações relativas AVC leve com NIH<5 Melhora rápida dos sintomas Gestação Convulsão abrindo o quadro Trauma extracraniano grave ou cirurgia grande nos últimos 14 dias IAM nos últimos 3 meses
Fatores que diminuem a chance de sucesso da trombólise endovenosa
Infartos muito intensos (escala NIH elevada)
Quadro que sugere oclusão de vaso proximal (ex. Carótida interna ou cerebral média a esquerda)
Nesses casos são indicados a trombectomia mecânica associada ao trombolítico para retirada do coágulo
Quanto mais proximal. Menor a chance de sucesso
Definição do território arterial comprometido pela clínica
Artéria oftálmica: alteração visual monocular
Artéria cerebral anterior: paralisia e perda de sensibilidade com predomínio em MMII, sinais de frontalização (personalidade) (lobos frontal e parietal- mediamente)
Artéria cerebral média: paralisia e perda de sensibilidade em MMSS e face, hemianopsia, afasia, negligência (parte lateral dos lobos frontal, temporal e parietal)
Artéria cerebral posterior: alteração do campo visual, rebaixamento do nível de consciência, déficit sensitivo ( lobo occipital, mesencéfalo, parte do temporal)
Artéria vertebral- náuseas, vômitos, tonturas, acometimento dos NC baixos, alterações cerebelares
Artéria basilar: definir motor e sensitivo bilateral,rebaixamento da consciência, alteração de NC
Cuidados neurocriticos do paciente com AVC
Glicemia- deve ser corrigida se menor que 60, e se alta deve ficar entre 140-180
Cabeceira inclinada a 30° para evitar aumento da PIC, aspiração, descompensação cardiopulmonar ou diminuição de sat de O2
Investigar pacientes com febre
PA
Normalmente estará alta. Não recomenda-se diminuí-la
Antes do tratamento com trombolítico, a PA deve ficar <185x110
Após o trombolítico deve ser mantida em ou abaixo de 180x105 por pelo menos 24h
Se o paciente não for candidato a trombólise não se deve abaixar a PÁ, a menos que ela esteja acima de 220x120 ou se houver doença cardíaca documentado
Principais mecanismos do AVC isquêmico
Doença de pequenos vasos (hipertensão arterial crônica)
Causas cardioembólicas (FA)
Causas aterotrombóticas ou ateroembólicas (estenose de carótida)
Causas criptogênicas ( sem causa identificada)
AVC isquêmico- 88% e o hemorrágico-12%
TC de crânio- sinais de isquêmico
No início do quadro pode vir normal
Pode ocorrer hiperdensidade da artéria cerebral média (sinal da artéria hiperdensa)
Na angioTC- oclusão do segmento
Comprometimento funcional do AVC (área em torno do infarto)
Em torno da área infartada, no início do quadro, há uma área de penumbra (hipoperfundida), que pela circulação colateral consegue manter a viabilidade celular por um período limitado de tempo
Sem o tratamento essa área sofrerá lesão irreversível (morte neuronal)
A PA elevada é importante para manter essa área viável
Trombectomia mecânica
> 18 anos
Previamente hígido
Infarto extenso- artéria proximal confirmado pela angio-TC
NIH>6
ASPECTS>6 - indica a extensão do AVC, quando menor o número. Mais grave
Receberam trombolítico
Ate 6h de evolução
Trombolítico usado
Alteplase- 0,9mg/kg sendo 10% da dose infundida em boléus e o restante em bomba de infusão por 1h
Sempre monitorar a PA, repetir o NIH a casa 15min (se diminuir 4 pontos, interromper), glicemia