Avaliação e preparo pré-anestésico Flashcards
Quais as três formas de administração da anestesia?
- Anestesia local
- Anestesia regional
- Anestesia geral
Explique como é a anestesia local
Inibe a sensibilidade do nervo naquele local onde se deseja anestesiar
Explique como é a anestesia regional
- Quando ocorre o bloqueio do sistema nervoso que é responsável pela referência nociceptiva da região.
Exemplo: bloqueio do plexo braquial, para que todo o membro superior fique anestesiado.
- Também são anestesias regionais a raqui e a peridural.
Explique como é a anestesia geral.
Qual é o tripé clássico?
Quando é feito uma manipulação do SNC, podendo também ser da medula espinal, mas supõe-se inconsciência.
O tripé clássico é:
- Analgesia
- Inconsciência
- Relaxamento muscular
Qual é o objetivo da anestesia?
DEVOLVER O PACIENTE O MAIS RÁPIDO POSSÍVEL PARA A SOCIEDADE, EM ESTADO IGUAL OU MELHOR DO QUE O RECEBEMOS.
O que não podemos ter na anestesia?
- Náusea ou vômito
- Dor PO
- Estresse pós-traumático: fobias, transtornos de ansiedade, etc.
- Shivering: temor de hipotermia ⇒ ENQUANTO O PACIENTE ESTÁ INCONSCIENTE NÃO HÁ TERMORREGULÇÃO, PODE CAUSAR MORTE (CORONARIOPATIA EM IDOSOS → OCORRE DIMINUIÇÃO DO O2)
- Depressão respiratória
- Recall: consciência intraoperatória à paciente curarizado mas não anestesiado; paciente recebe menor dose anestésica do que o necessário (exemplo: paciente grave e é realizada menor dose anestésica para evitar os efeitos diversos da anestesia que pioram o quadro, como a hipotensão).
O que a anestesia geral pressupõe?
O tripé clássico + Controle autonômico
- Analgesia: retirada de dor do paciente.
- Inconsciência: sedação.
- Relaxamento muscular: para melhor manipulação cirúrgica.
- Controle autonômico: antigamente não era incluso, porém, se o paciente, por exemplo, tem uma taquicardia importante, ele pode ter sequelas posteriores, o que pioram o seu estado de retorno → visa a estabilidade hemodinâmica do paciente.
O que é medicina perioperatória?
Para se ter a melhor anestesia possível, é preciso ter um cuidado perioperatório (o anestesista no futuro será chamado de médico perioperatório)
- Cuidados pré-operatórios: o anestesista deve conhecer o paciente → analisar história clínica do paciente, queixa principal, exames complementares; procedimento anestésico mais adequado e fármaco mais adequado; colher o termo de consentimento do paciente, etc.
- Cuidados intra-operatórios: monitoramento do paciente baseado na avaliação pré-operatória.
- Cuidados pós-operatórios: acompanhamento do paciente → cateter peridural para evitar dor no PO, por exemplo.
Quais os cuidados pré-operatórios?
- Conhecer a história clínica, cirúrgica e anestésica
- Medicamentos, fitoterápicos, chás, suplementos vitamínicos, etc.
- Exames complementares: bom senso.
- Risco coronariano: estimar a capacidade funcional do paciente (não existe indicação de pesquisa coronariana sem motivo algum → a indicação deve ser de um paciente que já deveria procurar a clínica).
- Profilaxias
- Reserva de CTI e sangue
- Tirar dúvidas e decidir se vai ocorrer sedação (para criança é praticamente obrigatório).
- Planejar a anestesia mais segura (relatar também se o paciente se recusa a alguma delas → a única que ele não pode negar é a geral, porque a qualquer momento, qualquer anestesia pode se tornar geral).
Classificação da anestesia quanto a programação
- Cirurgia eletiva: programada → paciente deve ser operado em sua melhor condição clínica.
- Cirurgia de urgência: executada entre 24-48h.
- Cirurgia de emergência: imediata → anestesista tem que aceitar o paciente em qualquer condição clínica.
Classificação da anestesia quanto ao porte cirúrgico
Quanto à perda de fluido e de sangue.
- Grande porte: grande perda de volume de sangue → grande chance de hemotransfusão.
- Médio porte.
- Baixo porte: pequena perda de volume de sangue → baixa chance de hemotransfusão.
Na avaliação e preparo pré-anestésico, o que é importante avaliarmos?
- RISCO ANESTÉSICO-CIRÚRGICO
- ASA (AMERICAN SOCIETY OF ANESTHESIOLOGISTS)
- CAPACIDADE FUNCIONAL (ÍNDICE DE DUKE)
- CLASSIFICAÇÃO DE NYHA
- FÁRMACOS
- JEJUM
- MEDICAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA
RISCO ANESTÉSICO-CIRÚRGICO, EM QUE ELE SE BASEIA?
- Também é chamado de risco perioperatório.
- A avaliação do estado clínico do paciente implica na avaliação do risco perioperatório ou da probabilidade de morbimortalidade.
- Baseado em uma tríade:
- Anestesia propriamente dita: fármacos e técnicas utilizadas para o procedimento.
- O procedimento a ser realizado sob anestesia ou sedação: cirúrgico, diagnóstico ou terapêutico.
- Fatores intrínsecos do paciente: idade, condição clínica, complicações anestesiológicas anteriores e classificação ASA.
Explique a classificação ASA
ASA I: paciente que não tem nenhum distúrbio (orgânica, fisiológica ou psiquiátrica); paciente completamente saudável.
ASA II: paciente que possui um distúrbio sistêmico leve, mas ele está totalmente compensado e controlado (DM II controlado e compensado/HAS leve).
ASA III: paciente que possui um distúrbio sistêmico grave ou descompensada (DM II geralmente está aqui, pois sua instalação é progressiva e geralmente descompensada/hipertrofia do ventrículo esquerdo – HVE-).
ASA IV: paciente com distúrbio sistêmico grave e incapacitante, que ameace a vida (coronariopatia).
ASA V: paciente moribundo, em que não se espera sobrevida além de 24h e que sem o procedimento, morre (aneurisma de aorta roto)
ASA VI: paciente com morte encefálica declarada e cujo órgãos serão doados.
Ela é muito simples, então acaba sendo subjetiva. O que me faz decidir entre duas categorias? Opta pela mais alta, que tem maior chance de complicação, logo, te dá maior respaldo.

Explique o índice de DUKE
Paciente realiza um teste ergométrico, em que será revelado quantos METs o paciente consegue ter sem ter nenhum sintoma (afastar risco de cardiopatia).
- Paciente com sintomas em repouso: < 2 METs.
- Paciente que tem vida normal, mas não sobe um andar de escadas: 2-4 METs → realiza atividades diárias, mas terá dificuldades para sair da anestesia.
Dormir e acordar de uma anestesia tem o gasto energético equivalente a subir um lance de escadas ou uma ladeira = 4 METs.

Explique a classificação de NYHA
Classe ou condição funcional na insuficiência cardíaca.

Qual a orientação geral quanto aos fármacos?
De forma geral, a orientação é de manutenção dos medicamentos de uso contínuo no período pré-operatório, devendo-se anotar as doses e os horários de administração e investigar possíveis interações com anestésicos.
- ANTIARRÍTMICOS, ANTIHIPERTENSIVOS, BETABLOQUEADORES, DIGITÁLICOS, DIURÉTICOS, MEDICAMENTOS PARA HIPO E HIPERTIREOIDISMO, MIASTENIA GRAVIS E REGIME ANTIRRETROVIRAL PARA AIDS
Devem ser mantidos, inclusive no dia do procedimento cirúrgico.
Diuréticos: retirada 24h (se o paciente necessita para viver, mantenha, mas avalie a reposição volêmica).
IECA e BRA: recomenda-se a retirada 18h antes do procedimento cirúrgico em pacientes com intolerância a hipotensão arterial (como a anestesia é altamente hipotensora, retira no dia da cirurgia pela manhã).
Beta bloqueador: deve ser mantido.
- HIPOGLICEMIANTES
DM II: suspende o HO na véspera e faz a glicemia 4/4h até a voltar a alimentar. Se alimentou e não vomitou, retorna o HO. Se não retornou, continua monitorando e espera tolerar alimento.
DM I: 1/3 ou ½ da dose da insulina da manhã. Faz acompanhamento glicemia de 4/4h. Deixa prescrito a insulina e a glicose de acordo com a glicemia. Quando retornar a comer, tolerou, retorna sua insulinoterapia normal.
- ANTICOAGULANTES
O anestesiologista deve sempre por em conta o risco-benefício do uso do anticoagulante x o procedimento a ser realizado.
- AINE: suspensão de 7 dias.
- Tienopiridínicos: 7 a 14 dias.
- Inibidores da GPIIbIIIa: 8h a 48h antes.
- ABICIXIMAB: 2 a 5 dias antes.
- Novos anticoagulantes orais: 3 a 6 dias.
- Varfarina: 5 dias.
- Aspirina: 7 dias.
- MEDICAMENTOS DE AÇÃO SOB O SNC (ANTIDEPRESSIVOS, ANTIEPILÉPTICOS, ANTIPSICÓTICOS, ANTIPARKINSONIANO, BENZODIAZEPÍNICOS)
A conduta atual é manter a medicação em uso até o dia do procedimento cirúrgico.
IMAO: 14 dias.
- FITOTERÁPICOS E SUPLEMENTOS VITAMÍNICOS
Deve-se suspender o uso por 7 dias.
- DROGAS E ÁLCOOL
Investigar → causas desconhecidas de complicações no PO.
Tabaco: 8 semanas (como geralmente não consegue parar, o ideal é que o paciente fique o tempo máximo possível sem fumar) → em 12h já ocorre o início da desintoxicação do organismo.
QUAL O OBJETIVO DO JEJUM
(decorar a tabelinha pois ela caiu na prova)
OBJETIVO: GARANTIR O ESVAZIAMENTO GÁSTRICO E PREVENIR COMPLICAÇÕES COMO BRONCOASPIRAÇÃO E REGURGITAÇÃO (SÍNDROME DE MENDELSON).
- Líquido claro: pede 3h por resguardo.
- Leite materno: 4h (fórmulas não vale isso).
- Leite não humano: no máximo uma xícara à 6h.
- Líquido não claro (suco de manga, vitamina, milk shake, etc):
- Refeição completa: 8h.
Uso de agentes farmacológicos para reduzir o risco de aspiração do suco gástrico não devem ser utilizados (estimulantes gastrointestinais, bloqueadores da secreção gástrica, antiácidos, antieméticos, ou qualquer combinação desses).

Medicação pré-anestésica, como ela funciona? Quais os objetivos?
Devem ter o uso decidido somente após o término da APA.
A MPA nunca substitui uma boa APA, que reduz significativamente a prevalência e a intensidade da ansiedade nos pacientes.
OBJETIVO: ANSIÓLISE/AMNÉSIA E SINERGISMO COM A ANESTESIA.
FÁRMACOS MAIS UTILIZADO: MIDAZOLAM, BZD de curta duração (CRIANÇAS E ADULTOS).
Em quais casos a MPA é contraindicada?
- Pacientes com história de reação paradoxal ou alérgica a BZD.
- Usuários de drogas e de álcool.
- Portadores de DPOC.
- Pacientes com apneia do sono, miopatias, miastenia gravis, insuficiência respiratória e ASA II.
PLANEJAMENTO ANESTÉSICO
A escolha do fármaco e da técnica anestésica depende de que?
- Condições clínicas do paciente: presença de comorbidades atuais ou anteriores, fatores de risco, anestesias precedentes, uso de medicamentos ou terapias alternativas, uso e abuso de substâncias lícitas ou ilícitas, alterações no exame físico ou complementar.
- Procedimento a ser realizado sob anestesia: cirúrgico, terapêutico ou diagnóstico.
- Habilidade técnica do profissional que realizará a anestesia.
- Condições do local onde será realizada a anestesia.
Deve planejar as possíveis técnicas anestésicas para cada paciente, principalmente os mais complicados, decidir os cuidados especiais e informar o anestesiologista do centro cirúrgico e o cirurgião sobre esses cuidados, além de informar ao paciente e decidir com eles os detalhes e obter o seu consentimento.
QUAL A FINALIDADE DA AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA?
definir o risco-benefício do ato anestésico-cirúrgico para cada paciente na situação específica que ele se encontra na APA (e não se irá liberar ou não o procedimento).
O QUE É IMPORTANTE NO REPOUSO PÓS-ANESTÉSICO?
- Monitorização completa.
- Sinais vitais de 15-15 min (na sala de cirurgia de 5-5 min).
- Mínimo 1 leito/sala à hoje 1,5-2 leitos por SO.
- Anestesista e enfermeira responsável.
- Oxigênio e vácuo para expiração (ar comprimido).
QUAIS AS PREOCUPAÇÕES NO REPOUSO PÓS-ANESTÉSICO?
- Obstrução de VA
- PaO2
- Hipoventilação
- BNM residual
- Alterações de PA
- Arritmia
- Sangramento
- Hipotermia
- Oligúria
- Agitação
- Náusea e Vômito
- Demora para acordar
ÍNDICE DE ALDRETE E KROULIK, O QUE É?
Avaliação da condição do paciente de receber alta.
O paciente NÃO PODE receber alta da RPA com menos de 8 pontos → ideal é entre 9-10 pontos.