Aula 2 - Segurança do Doente

Question 1

Porque é que a qualidade em saúde é importante?

Answer 1

• é transversal a toda a organização de saúde e diz respeito a todos os profissionais e stakeholders
• forte relação com os media
• falhas têm impacto económico, social e clínico
• é um fator de atração/afastamento dos doentes
• multidimensional
• Oportunidades de investigação e melhoria

Question 2

Quais as dimensões da qualidade segundo o Institute of Medicine?

Answer 2

• Segurança: mitigar erros, gerir o risco, evitar danos ao doente
• Efetividade: prestação de cuidados de acordo com a melhor prática/evidência científica
• Eficiência: prestar os melhores cuidados possíveis com os recursos disponíveis, sem desperdício
• Equidade: dar diferentes respostas a diferentes necessidades
• Centrado no doente: deve-se contemplar as expectativas e direitos do doente
• No tempo certo: agir no momento oportuno, diagnóstico atempado

Question 3

Segurança do doente é um conceito de difícil abordagem porque:

Answer 3

• Complexidade das organizações de saúde: esta depende da missão para que estão orientadas, das atividades que desenvolvem, das características do público-alvo (diferencial de conhecimento entre os doentes e profissionais), processos que se desenvolvem e profissionais que nela trabalham (formação diferenciada, trabalho em equipa, etc)
• Sensibilidade do tema: a área da saúde tem uma enorme visibilidade social e a segurança do doente, nomeadamente a falha, é um tema sensível e muito mediatizado. criam um ambiente de desconfiança e receio.
• Caráter multifatorial das falhas:
• Consequências/implicações das falhas de segurança: perda de confiança nas organizações de saúde, aumento dos custos sociais e económicos, os resultados afastam-se do esperado o que tem implicações diretas na qualidade dos cuidados prestados e é um tema muito valorizado e mediatizado pela sociedade.

Question 4

Quais são os 4 tipos de eventos adversos mais comuns e como se podem evitar?

Answer 4

• infeções associadas a prestação de cuidados de saúde: campanha da lavagem das mãos
• EAS relacionados com intervenções cirúrgicas: checklist cirúgica
• EAs relacionados a medicamentos: prescrição eletrónica, sistema automático de dispensa de medicamentos, validação pelo farmacêutica, educação da população
• quedas: protocolos internos, medidas preventivas e corretivas, avaliação prospetiva do risco de queda

Question 5

Quais os desafios para Portugal na área da Segurança do Doente?

Answer 5

• identificar a ocorrência e tipologia dos EAs que acontecem nas organizações de saúde portuguesas pois é necessário conhecer para intervir
• uniformizar os sistemas de notificação de erros e EAs
• olhar para as questões de segurança e qualidade como um investimento e não como despesa
• integração e articulação entre os diferentes sistemas de informação de forma a otimizar recursos e não desmotivar os profissionais de saúde
• apostar na investigação e no reforço de parcerias entre universidade e unidades de saúde
• introduzir na formação inicial e pós-graduada conteúdos na área da Qualidade e Segurança

Question 6

Quais as fases do ciclo de investigação em segurança do doente?

Answer 6

• Magnitude do problema: conhecer quantas pessoas sofreram eventos adversos e quais os tipos de eventos mais comuns, para sensibilizar para o tema e definir prioridades de investigação. Isto pode ser feito através de estudos epidemiológicos, transversais ou longitudinais, para conhecer a frequência e tipologia dos eventos, os custos associados, as características do doente e da organização que influenciam a sua ocorrência, a carga do problema e as incapacidade que dele resultam, a preventabilidade, etc
• Conhecer as causas: é essencial perceber a razão dos EAs para intervir sobre elas (nunca é só uma)
• Identificar soluções: é necessários investigar para conhecer as melhores soluções baseadas na evidência (lavagem das mãos para redução das infeções)
• Avaliar a efetividade das soluções: mesmo quando as soluções mostram evidência de funcionar em ambientes controlado, é necessário avaliar a sua efetividade no mundo real em termos de impacto, aceitabilidade e affordability.
• Transposição da evidência em cuidados seguros: perceber como é que as descobertas podem ser implementadas na prática