Arritmias Flashcards

1
Q

Qual a definição eletrocardiográfica de Fibrilação Atrial?

A
  1. Frequência cardíaca geralmente entre 90-170 bpm;
  2. Irregularidade do intervalo R-R;
  3. Ausência de onda P ou qualquer atividade elétrica atrial regular;
  4. QRS estreito (idêntico ao QRS do ritmo sinusal), a não ser em caso de bloqueio de ramo associado.
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2
Q

Qual a faixa normal de Frequencia cardiaca?

A

60 - 100 Bpm

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3
Q

Qual a epidemiologia das taquiarritmias?

A

1-2% na população

3-9% dos idosos (> 65 anos).

É discretamente mais prevalente nos homens.

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4
Q

Qual a etiologia da Fibrilação Atrial?

A
  1. Cardiopatia Hipertensiva
    1. Principal: Idosos hipertensos
  2. Cardiopatia Reumática
    1. Dupla lesão mitral + insuficiência tricúspide = 70%
    2. Dupla lesão mitral = 52%;
    3. Estenose mitral pura = 29%;
    4. Insuficiência mitral pura = 17%;
    5. Estenose aórtica (sem disfunção de VE) = 1%.
  3. IAM = 6 - 10% dos casos
  4. Cardiomiopatia dilata = 10 -15 %
  5. Cardiomiopatia Hipertrófica 10 - 30%
  6. CIA
  7. Anomalia de Ebsten
  8. Hipertireoidismo = 5-6% dos casos de início recente (aumento do tônus adrenérgico sobre o miocárdio atria).
  9. Pós-op de troca valvar (10-40%), revascularização miocárdica (40-60%), Transplante cardíaco (25%.
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5
Q

Qual o Quadro clínico de um paciente com FA?

A
  1. SInais e Sintomas
    1. Grande parte assintomático.
    2. Palpitações
    3. Dispneia
    4. Desconforto torácico
    5. Tonteira
    6. Sudorese fria
    7. Urgência urinária
  2. Exame físico
    1. Ritmo cardíaco irregularmente irregular
    2. Perda da onda A no pulso venoso.
    3. NÃO TEM B4 (ela depende da contração atrial).
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6
Q

Porque a FA pode piorar hemodinamicamente o paciente?

A
  1. Devido à própria taquicardia (reduzindo o tempo de en- chimento ventricular e aumentando o consumo miocárdico de oxigênio);
  2. Devido à perda da contração atrial, reduzindo em 20-40% o enchimento diastólico do ventrículo e, consequentemente, o débito cardíaco.
  3. O precário esvaziamento atrial provoca aumento de pressão no átrio esquerdo, determinando piora da congestão pulmonar.
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7
Q

Qual o diagnóstico?

A

Fibrilação Atrial “fina”

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8
Q

Qual o diagnóstico?

A

Fibrilação Atrial “grosseira”

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9
Q

Prque eventualmente, na FA, a frequência cardíaca contada no precórdio é maior do que a contada pelo pulso radial (dissociação pulso-precórdio)?

A

Como o tempo de enchimento diastólico é variável e às vezes muito curto, o ventrículo pode “bater” ainda vazio, sem produzir débito sistólico perceptível. Isso faz com que o batimento percebido no precórdio não se acompanhe de uma onda de pulso periférico.

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10
Q

Qual a causa mais comum de AVE isquêmico cardioembólico? Porque?

A

Fibrilação Atrial (1/3 de todos os AVEs).

Como os átrios perdem sua contração rítmica, o sangue sofre estase no interior dessas câmaras, predispondo à formação de trombos murais (aderidos à parede atrial).

O local preferido para a formação desses trombos é o apêndice atrial esquerdo (“auriculeta”).

Um fragmento do trombo (ou ele inteiro) pode se deslocar e caminhar pela circulação, até ocluir um vaso arterial.

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11
Q

Qual a influencia da fibrilação Atrial na mortlidade?

A

Em pacientes com IAM, triplica a mortalidade.

O prognóstico do AVE isquêmico é pior na presença da FA: a mortalidade em 30 dias é de 25% versus 14% no AVE isquêmico sem FA.

Além disso, a sequela neurológica é mais grave, já que o infarto cerebral costuma ser mais extenso com o AVE cardioembólico.

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12
Q

Quais os tipos clínicos de Fibrilação Atrial?

A

1- FA paroxística (autolimitada): os episódios duram < 7 dias, geralmente < 24h, e se resolvem espontaneamente. Pode ter dois ou mais episódios (FA paroxística recorrente);

2- FA persistente: a arritmia persiste por >7 dias, mantendo-se indefinidamente, caso o paciente não seja “cardiovertido” (não se resolve espontaneamente). Pode recidivar após a cardioversão (FA persistente recorrente);

3- FA permanente (tipo mais comum: 40-50% dos casos): a arritmia se mantém por mais de um ano ou é refratária à cardioversão. A FA persistente pode evoluir para FA permanente (às vezes após diversas recidivas pós-cardioversão).

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13
Q

Como é feito o procedimento de cardioversão elétrica?

A
  1. Prover analgesia: propofol ou midazolam (sedativos- -hipnóticos) + fentanil (analgésico).
  2. O paciente deve estar com suporte de O2, além de acesso venoso periférico e monitorização contínua do eletrocardiograma e dos sinais vitais
  3. Material de reanimação prontamente disponível.
  4. O choque inicial com o desfibrilador monofásico deve ter carga entre 100-200 J, e deve ser sincronizado com a onda R do complexo QRS.
  5. Se o ritmo sinusal não for reestabelecido, pode-se repetir o choque com uma carga maior, de 360 J.
  6. Se ainda assim a cardioversão não for bem-sucedida, pode-se ministrar o antiarrítmico ibutilida (1 mg IV em 10min) seguido de nova tentativa de cardioversão.
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14
Q

Na arritmologia, quais os sinais de instabilidade e o que fazer na FA com a presença de alguma deles?

A
  1. Choque circulatório
  2. Congestão pulmonar
  3. Isquemia miocárdica.

Se a FA se apresentar com algum critério de “instabilidade”, a conduta é a cardioversão elétrica imediata! (divido risco de morte súbita)

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15
Q

Qual a conduta na FA instavel?

A

Cardioversão Elétrica Imediata

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16
Q

Qual o tratamento em um Fibrilação Atrial estável?

A
  1. Controle da FC (drogas inibidoras do Nódulo AV) - Meta <110 bpm
    1. Betabloqueadores;
    2. Antagonistas de canais de cálcio não diidropiridíni- cos;
    3. Digitálicos
  2. Anticoagulação (CHA2DS2-VASC)
    1. Ver riscos de coagular (HAS-BLED)
    2. Associar heparina de baixo peso molecular (ex.: enoxaparina 1 mg/kg, SC, de 12/12h) e warfarina (dose ajustada para manter o INR entre 2-3), suspendendo a heparina após o INR atingir a faixa terapêutica; ou (2) com os novos anticoagulantes orais que não necessitam de heparina no início do tratamento (devido ao seu efeito anticoagulante imediato), tampouco monitorização laboratorial do TAP/INR ou PTTa…
17
Q

No paciente com FA, quais os prós, contras, medicamentos e dosagens dos Betabloqueadores?

A

Prós:

  1. São as drogas de escolha para controle da resposta ventricular na ausência de contraindicações.
  2. Ao bloquearem o efeito adrenérgico sobre o nódulo AV, reduzem a condução e aumentam a refratariedade.
  3. Seu início de ação é mais rápido do que o dos digitálicos.
  4. São particularmente efetivos na isquemia/infarto miocárdico, estenose mitral, hipertireoidismo e na hiperatividade adrenérgica (ex.: pós-operatório).

Contras:

  1. Contraindicados em história de broncoespasmo ou naqueles com IC descompensada, hipotensão arterial ou bradiarritmias.

Metoprolol:

  • Ataque – 5 mg IV em bolus (início de ação: 5min) Pode repetir a dose após 5min, até 3 vezes.
  • Manutenção VO – 50-400 mg/dia (2 tomadas- 12/12h).

Esmolol:

  • Ataque – 0,5 mg/kg IV em 1min (início de ação: 5min).
  • Manutenção IV – infusão contínua a 0,05-0,2 mg/kg/min.
18
Q

No paciente com FA, quais os prós, contras, medicamentos e dosagens dos BCC não diidropiridínicos?

A

Prós:

  1. Bloqueiam os canais de cálcio das fibras nodais, reduzindo a velocidade de condução e aumentando o período refratário.
  2. Quando ministradas pela via venosa, possuem efeito mais rápido do que os digitais.

Contras:

  1. Contra indicados em pacientes hipotensos e/ou bradiarrítmicos.

Diltiazem:

  • Ataque – 20 mg IV em bolus (início de ação: 2-7min).
  • Pode repetir a dose após 15min.
  • Manutenção IV – em infusão contínua 5-15 mg/h.
  • Manutenção VO – 120-360 mg/dia (4 tomadas – 6/6h).

Verapamil:

  • Ataque – 5-10 mg IV em 2-3min (início de ação: 3-5 min).
  • Pode repetir a dose após 30min.
  • Manutenção VO – 240-480 mg/dia (3 tomadas – 8/8h).
19
Q

No paciente com FA, quais os prós, contras, medicamentos e dosagens dos digitalicos?

A

Prós:

  1. Na IC, podem ser associados aos betabloqueadores, pois, além de inibirem o NAV, também são capazes de melhorar a contratilidade miocárdica.

Contras:

  1. Início e pico de ação relativamente tardios: 1h (início) e 6h (pico). A meia-vida do deslanosídeo é de 33h e seu efeito persiste por 2-5 dias.

Deslanosídeo (Cedilanide):

  • 0,4 mg IV lento 1-2x/dia.

Digoxina:

  • Ataque IV – 0,25 mg 2/2h até 1,5 mg.
  • Manutenção VO – 0,125-0,375 mg 1x/dia.
20
Q

Na fibrilação atrial, os (1) são preferidos nos coronariopatas, hipertireoideos e no pós-operatório. Os (2) são preferidos nos portadores de pneumopatia obstrutiva crônica e nos asmáticos. A (3) pode ser associada na insuficiência cardíaca grave. O (4) pode ser usado com cuidado nos casos de ICC leve a moderada, mas o (5) não…

A
  1. Betabloqueadores
  2. antagonistas do cálcio
  3. digoxina
  4. diltiazem
  5. verapamil
21
Q

Na fibrilação atrial, qual a associação de medicamentos existente?

A
  1. Digoxina + BB;
  2. Digoxina + diltiazem.

Evita-se associar betabloqueadores + antagonistas do cálcio (alto risco de bradiarritmia), bem como digoxina + verapamil (alto risco de intoxicação digitálica).

Se ainda assim o paciente permanecer taquicárdico, pode ser tentado o uso de baixas doses de amiodarona, pela sua capacidade de inibir o nódulo AV.

22
Q

Score CHA2DS2-VASC, o que é e pra que serve?

A

Analisa o Risco cardioembólico (formar trombos)

Congestão (ICC) - 1 ponto

Hipertensão - 1 ponto

(Age) Idade ≥ 75 anos - 2 pontos

Idade entre 65-74 anos - 1 ponto

Diabetes Mellitus - 1 ponto

(Stroke / TIA) AVC ou AIT - 2 pontos

(VAsculopathy) Doença vascular como IAM, DAP* ou placas de ateroma na aorta - 1 ponto

(Sex Category) Sexo feminino - 1 ponto

0 - Não há necessidade de profilaxia antitrombótica.

1 - Existem três opções possíveis: (1) não prescrever profilaxia antitrombótica; (2) prescrever apenas AAS; (3) anticoagular (preferencial).

>2 - Anticoagular.

23
Q

QUANDO AUTOMATICAMENTE O PCT É CONSIDERADO DE “ALTO RISCO CARDIOEMBÓLICO” NA VIGÊNCIA DE FA, DEVENDO, PORTANTO, SER ANTICOAGULADO?

A

ESTENOSE MITRAL MODERADA A GRAVE (OU PRÓTESE VALVAR)

24
Q

Se o risco cardioembólico for alto (FA “valvar”, CHA2DS2-

VASC ≥ 2), por quanto tempo devemos anticoagular o paciente?

A

PRO RESTO DA VIDA, MESMO QUE RETORNE O RITMO SINUSAL.

25
Q

O que é a classificação HAS-BLED, pra que serve?

A

Quantificar o risco de acidente hemorrágico induzido por anticoagulantes

Pontuação > 3 indica elevado risco de sangramento. Contudo, NÃO se contraindica a anticoagulação só por causa disso!!!

26
Q

Qual é a melhor estratégia para uma FA estável recém-diagnosticada, “controle do ritmo” ou apenas “controle da frequência cardíaca”?

A
  1. Controle da FC pois NÃO se associa a um maior número de AVE ou óbito, desde que o paciente receba anticoagulação . “Controle do ritmo” não aumenta a tolerância ao exercício nem melhora a qualidade de vida do paciente; mesmo que a cardioversão seja bem sucedida e o paciente utilize antiarrítmicos profiláticos, a maioria evolui com recidiva da FA e por isso acaba internando no hospital com mais frequência.
  2. Existem 3 situações em que se recomenda TENTAR O “controle do ritmo”:
    1. Primeiro episódio de FA, principalmente se associado a algum fator desencadeante reversível;
    2. Persistência dos sintomas após controle da frequência cardíaca (ex.: palpitações, fadiga)
    3. Impossibilidade de chegar à FC alvo.
27
Q

Como cardioverter com segurança uma FA com > 48h ou duração desconhecida, visto que o risco de acidente cardioembólico após retorno do ritmo sinusal é grande (6% em média)?

A
  1. Realizar ecocardiograma transesofágico.
  2. Na ausência de trombos, o paciente pode ser cardiovertido logo em seguida.
  3. Na presença de trombo, deve ser anticoagulado por 3-4 semanas antes da cardioversão (período suficiente para que o trombo seja desfeito).
  4. Se não for possível realizar um eco transesofágico, a conduta é assumir que existe trombo, anticoagulando por 3-4 semanas antes de cardioverter.