Aids e infecções oportunistas Flashcards
CRITÉRIOS DE DEFINIÇÃO DE CASOS DE AIDS EM INDIVÍDUOS COM 13 ANOS OU MAIS
- Critério CDC adaptado - Revisão 2013
* Evidência de diagnóstico de infecção pelo HIV por teste sorológico (de triagem, confirmatório e teste rápido) ou virológico, normatizados pelo MS
+
- Evidência de imunodeficiência: diagnóstico de pelo menos uma doença indicativa de aids e/ou Contagem de linfócitos T CD4 < 350 cél/mm³
1. Critério Rio de Janeiro/Caracas - Evidência de diagnóstico de infecção pelo HIV por teste sorológico (de triagem, confirmatório, e teste rápido) ou virológico, normatizados pelo MS
+
- Somatório de, pelo menos, 10 pontos, de acordo com a escala de sinais, sintomas ou doenças
1. Critério excepcional óbito - Menção de Aids/Sida em algum campo da declaração de óbito ou Menção de infecção pelo HIV e de doença indicativa/presuntiva de aids em algum campo da declaração de óbito
+
- Investigação epidemiológica inconclusiva
CRITÉRIOS DE DEFINIÇÃO DE CASOS DE AIDS EM CRIANÇAS MENORES DE 13 ANOS
- Critério CDC adaptado - Revisão 2013
* Evidência de diagnóstico de infecção pelo HIV por teste sorológico (de triagem, confirmatório e teste rápido) ou virológico, normatizados pelo MS de acordo com a idade da criança
+
- Diagnóstico de pelo menos uma doença indicativa de imunodeficiência de caráter moderado ou grave e/ou Contagem de linfócitos T CD4 menor do que o esperado para a idade atual da criança
1. Critério excepcional de óbito - Menção de aids/sida em algum campo da declaração de óbito ou menção de infecção pelo HIV e de doença indicativa/presuntiva de aids em algum campo da declaração de óbito
+
- Investigação epidemiológica inconclusiva
Pneumocistose
Etiologia
- Fungo
- Pneumocystis jiroveci
- A infecção ocorre na infância e as manifestações ocorrem por reativação
Pneumocistose
Quadro clínico
- Acometimento pulmonar com evolução subaguda
- Dispneia de início insidioso
- Tosse seca
- Desconforto torácico de piora progressiva; evolui para insuficiência respiratória aguda grave
- Febre pode ou não estar presente
Pneumocistose
Exame físico
- Taquidispneia
- Ausculta pulmonar normal ou com estertores
Pneumocistose
Exames laboratoriais
- Hipoxemia
- Elevação da desidrogenase láctica
Pneumocistose
Exames de imagem
- Infiltrado intersticial difuso, bilateral, simétrico (Raio X)
- Infiltrado pulmonar vidro fosco difuso, bilateral à TC
Pneumocistose
Achados atípicos
- Condensação lobar
- Infiltrado micronodular ou nodular
- Cavitação
- Pneumatocele
- Linfonodos mediastinais
- Derrame pleural
PNEUMOTÓRAX É UMA COMPLICAÇÃO COMUM!
Pneumocistose
Diagnóstico
- Pesquisa direta após indução com inalação de solução salina a 3% (sensibilidade 90%).
- Broncoscopia com pesquisa em lavado broncoalveolar (LBA) (sensibilidade >90%)
- Biópsia transbrônquica aliada à LBA (sensibilidade 100%)
- PCR
TC SEM ACHADO DE VIDRO FOSCO AFASTA A HIPÓTESE DE PNEUMOCISTOSE PULMONAR
Pneumocistose
Tratamento
- Medidas de suporte
- Sulfametoxazol-trimetoprim por 21 dias (1º linha)
- Clindamicina + Primaquina ou pentamidina isolada
- Corticosteroides (pO2 <70mmHg ou P (A-a) O2 > 35mmHg)
Pneumocistose
Profilaxia
- Indicada para pacientes com CD4 < 200 cél/mm³
- Primeira opção: Sulfametoxazol/trimetoprim 800mg/160 mg VO 1x/dia ou 400mg/80 mg VO 1x/d ou 800mg/160 3x/semana
Neurotoxoplasmose
Características
- MANIFESTA-SE GERALMENTE EM INDIVÍDUOS COM LINFÓCITOS T CD4 <200
- SUBAGUDA
- REATIVAÇÃO DE CISTOS TECIDUAIS NO SNC
- INFECÇÃO PRIMÁRIA -> CARNE MALPASSADA, FEZES DE GATOS E ESPORULADOS NO AMBIENTE
Neurotoxoplasmose
Quadro clínico
- Encefalite focal com cefaleia
- Confusão mental
- Sinais localizatórios
- Paresia ou plegia
- Alterações de pares cranianos
- Comprometimento da fala
- Febre
- Sintomas psiquiátricos
- Convulsão
- Rebaixamento do nível de consciência
- Coma
- Coriorretinite
- Pneumonia
- Envolvimento de outros órgãos
Neurotoxoplasmose
Diagnóstico
- IgG presente; IgM ausente
- Lesões anelares preferencialmente nos gânglios da base em TC ou RM com contraste. As lesões geralmente são múltiplas e frequentemente há edema perilesional
- Em decorrência do edema, podem ocorrer apagamento dos ventrículos ou desvio de linha média
- Também pode se apresentar como lesão única ou como encefalite difusa (mau prognóstico)
- O líquor mostra pleocitose e hiperproteinorraquia discretas
- PCR do líquor (sensibilidade 50%, especificidade 100%
Neurotoxoplasmose
Tratamento
- Sulfadiazina + Pirimetamina + Ácido folínico por pelo menos 6 semanas (Primeira opção)
- Pirimetamina + Clindamicina + Ácido folínico (tratamento alternativo)
- Estudos sugerem que sulfametoxazol-trimetoprim é eficaz no tratamento da encefalite por toxoplasma
- Dexametasona se houver indicação clínica
- Anticonvulsivantes se histórico de convulsões e mantidos no mínimo durante o tratamento de ataque
Neurotoxoplasmose
Profilaxia secundária (terapia de manutenção)
- Mantido até que ocorra reconstituição imune através da TARV
- Pirimetamina + Sulfadiazina + Ácido folínico (esquema de escolha)
- Pirimetamina + Clindamicina + Ácido folínico
- Suspensão da profilaxia quando CD4 > 200 células/mm³ > 6meses
- A profilaxia deve ser reintroduzida se houver queda do CD4
Neurotoxoplasmose
Profilaxia primária
- Pacientes com CD4 < 100 cél/mm³ e sorologia para toxoplasmose
- Sulfametoxasol-trimetoprim 800/160 mg, 1 comp ao dia (3x por semana é uma alternativa)
- Dapsona + pirimetamina + ácido folínico
- Pode ser suspensa em pacientes em uso de TARV com CD4 > 200 cél/mm³ > 3 meses
- Profilaxia deve ser reinstalada se ocorrer queda de CD4 a <100 a 200 cél/mm³
Tuberculose
Quadro clínico
- Astenia
- Febre
- Sudorese noturna
- Anorexia
- Perda ponderal
- CD4 ≥ 350, a apresentação clínica é semelhante à indivíduos sem infecção pelo HIV:
- Tosse produtiva prolongada (≥ 3 semanas)
- Alteração radiológica com infiltrados apicais com ou sem cavitações
Tuberculose
Exames complementares no HIV avançado
- Maior acometimento pulmonar de lobo médio/inferior
- Infiltrados micronodulares ou de distribuição miliar
- Acometimento linfonodal intratorácico
- Menor frequência de lesões cavitadas
Tuberculose
Exames laboratoriais em pacientes com CD4 < 200
- Aumenta-se o risco de manifestações extrapulmonares, inclusive TB disseminada.
- Meningoencefalite, de evolução subaguda em até 10% dos casos
- Acometimento ganglionar, hepático, esplênico e de medula óssea
- Dor abdominal, icterícia obstrutiva, hepatoesplenomegalia e citopenias
- Derrame pleural, pericárdico e ascite
- Sepse
Tuberculose
Diagnóstico
- Cultura + teste de sensibilidade
- Pesquisa direta de bacilos resistentes
- PCR
- Histopatológico
- Teste tuberculínico maior ou igual a 5 mm (identificar TB latente)
Tuberculose latente
Tratamento
- Pacientes assintomáticos com radiografia de tórax normal e:
- PPD > ou igual 5mm
- Contatos intradomiciliares ou institucionais com pacientes bacilíferos, independente do PPD
- Com registro documental PPD > ou igual a 5mm anterior, não tendo sido submetido a tratamento ou quimioprofilaxia na ocasião
- Pacientes assintomáticos com radiografia de tórax com presença de cicatriz radiológica de TB, sem tratamento anterior, independentemente do resultado da PPD
- Esquema: Isoniazida 5-10 mg/kg (máx: 300mg/dia) por 6 meses
- Deve ser descartada TB ativa antes da instituição do tratamento
Tuberculose
Tratamento
- Pacientes com baciloscopia positiva devem iniciar o tratamento para TB. Se posteriormente houver crescimento de outra micobactéria, o tratamento deverá ser ajustado.
- Nos pacientes que nunca realizaram a TARV, utiliza-se Rifampicina (R), isoniazida (H), pirazinamida (Z) e etambutol (E).
- RHZE por 2 meses + RH por 4 meses; A Rifampicina pode ser substituída por Rifabutina
- TARV na 2ª semana de tratamento se CD4 <200 ou sinais de imunodeficiência avançada
- TARV na 8ª semana se CD4 > 200 e ausência de sinais de imunodeficiência
- Cuidado com a Síndrome inflamatória da reconstituição imune!
Complexo Mycobacterium Avium-Intracellulare (MAC)
Características
- Segunda infecção por micobactéria mais comum
- As principais vias de aquisição são por inalação, inoculação direta ou ingestão
- A transmissão pessoa-pessoa parece ser extremamente rara.
- A mycobacterium avium corresponde a >95% dos casos de doença disseminada em pacientes com HIV (CD4 < 50 cél/mm³)
MAC
Quadro clínico
- Febre persistente
- Sudorese noturna
- Perda ponderal
- Inapetência
- Astenia
- Diarreia acompanhada de dor abdominal
MAC
Exames complementares
- Anemia
- Leucopenia
- Plaquetopenia
- Alterações de enzimas hepáticas
- O ACOMETIMENTO DO FÍGADO, BAÇO, LINFONODOS INTRA-ABDOMINAIS, MEDIASTINAIS OU CERVICAIS É COMUM
- PERICARDITE, DERRAME PLEURAL, ÚLCERAS GENITAIS E LESÕES CUTÂNEAS JÁ FORAM DESCRITAS
MAC
Diagnóstico
- Cultura
- Hemocultura
- Exames radiológicos e anatomopatológico podem auxiliar o diagnóstico, mas são inespecíficos.
MAC
Tratamento
- Macrolídeo (claritromicina ou azitromicina) + etambutol
- O tratamento por pelo menos 12 meses até a resolução dos sintomas e pelo menos 6 meses de recuperação imunológica com CD4 > 100