Adenomiose e Endometriose Flashcards
Defina adenomiose e seus prováveis fatores de risco
Adenomiose é a presença de tecido glandular endometrial dentro da espessura do miométrio.
Não se sabe sobre a fisiopatologia com exatidão.
Costuma incidir em:
• Mulheres de 40 a 50 anos
• Multíparas
• Com cicatrizes uterinas prévias
Na adenomiose, qual a clínica mais marcante?
SUA + DISMENORREIA SECUNDÁRIA (não tinha e passou a ter)
Ao exame físico: pode haver aumento homogêneo do volume uterino
Adenomiose: como diagnosticar?
Pode-se suspeitar pelo USG TV: áreas hipoecogênicas heterogêneas dentro do miométrio. Difícil ver; operador dependente.
O que tem melhor sensibilidade e especificidade para diferenciar adenomioma de leiomioma: RNM Pélvica
• Junção mioendometrial > 12mm é altamente sugestiva de adenomiose
DEFINITIVO: histopatológico após histerectomia.
Adenomiose: como tratar?
Depende das ambições reprodutivas
• O tratamento definitivo é a histerectomia. Indicar em mulheres com prole definida e sintomáticas
• Se desejam manter útero: ACO, DIU de levonorgestrel (evitar o de cobre, aumenta dismenorreia), pílula de progesterona podem diminuir os sintomas, mas não curam e a resposta terapêutica nem sempre é efetiva
• Análogos do GnRH: suprime estrogênio, mas não deve ser utilizado por mais de 6 meses por seus efeitos colaterais (hipoestrogenismo precoce)
• Em alguns casos: pode-se tentar ablação endometrial - casos leves, podem ser citorreduzidos antes com GnRH
Definir endometriose e suas teorias de etiologia.
Tecido endometrial (glândulas e estroma) fora da cavidade uterina.
Diversos fatores relacionados:
• Familiar poligenético: risco em parentes de 1º grau
• Fatores imunológicos: proposta alguma imunidade celular reduzida ou excesso de citocinas pelas células do endométrio
• Excesso de estrogênio: muita aromatase nos tecidos ectópicos e prostaglandinas
• Teoria da menstruação retrógrada
• Metaplasia celômica do peritônio
• Teoria de implantação iatrogênica após procedimentos cirúrgicos uterinos
• Teoria da disseminação linfática
Fatores de risco para endometriose
- Parente de 1º grau portadora
- Primiparidade tardia/nuliparidade
- Menarca precoce
- Ciclos menstruais curtos < 27 dias
- Menacme longo
- Malformações Müllerianas
- Consumo de álcool e cafeína
- Raça branca e asiática (controverso)
Quais os locais mais comuns da endometriose
1) Genital
2) Extragenital
1) Ovariana
Ligamentos uterossacros
Fundo de saco posterior
2) Trato gastrointestinal, sobretudo sigmoide
Qual a aparência e atividade das lesões endometrióticas?
Há correlação entre tamanho/extensão e sintomas?
As lesões mais ativas são vermelhas.
Passam a pretas (menos ativas)
Depois cicatrizam e ficam brancas
NÃO HÁ CORRELAÇÃO: doença extensa, profunda pode ser assintomática
Qual a clínica da endometriose?
O MAIS IMPORTANTE NAS QUESTÕES: DISMENORREIA SECUNDÁRIA PROGRESSIVA + INFERTILIDADE
Dispareunia também é comum.
No mais, depende do local:
• TGI: dor abdominal, tenesmo, hematoquezia cíclica
• Bexiga: hematúra e disúria
• Doença pulmonar: hemoptise
Como realizar o diagnóstico da endometriose?
- A boa suspeição já começa na clínica + exame físico durante a menstruação, tentando palpar massas, dor, útero fixo
- USG-TV: bom para doença pélvica, vê bem endometriomas > 5mm. Falha em detectar pequenos implantes. Se feita com enema retal 1h antes, o método fica melhor.
- RNM: método de imagem mais promissor, mas perde pequenos implantes peritoneais
- PADRÃO OURO: videolaparoscopia com visualização e biópsia
- E o CA 125? Ruim para diagnóstico, bom para acompanhar progressão.
Para quem indicar o tratamento clínico da endometriose?
Clínico: atua bem na prevenção da dismenorreia, mas não cura a doença.
Bom para mulheres com doença leve, que não desejam gestar no momento, cujo principal sintoma é a dismenorreia.
Os melhores são:
• ACO ininterrupto
• Métodos progestínicos
Danazol, Gestrinona e agonistas do GnRH não devem ser utilizados por períodos prolongados: muitos efeitos antiestrogênicos e androgênicos
Abordagem cirúrgica da endometriose
1) Quando indicar
2) Qual indicar
1) Indicar em doença muito extensa, grave, incapacitante, que não responda ao tratamento clínico.
Endometriomas também respondem melhor à técnica cirúrgica, sobretudo os > 3cm.
Em geral: se infertilidade por endometriose também.
2) Se a intenção é manter a fertilidade: abordagem por VLC, cauterizando focos e aderências.
No caso do endometrioma: retirar todo o cisto com cápsula (cistectomia).
Se a fertilidade não retornou com VLC ou é grave: FIV
Agora: se há prole constituída e doença grave - avaliar desejo de cirurgia radical: histerectomia + ooforectomia bilateral + ressecção de todos os focos visíveis