6.2 Oncologia 2 (TGI) Flashcards
Sobre câncer de esôfago, quem são os pacientes típicos do Carcinoma escamoso e Adenocarcinoma
- CEC: homem brasileiro, negro, magro, alcoolista e tabagista
- Adenoca: homem americano, branco, gordinho com refluxo
Fatores de Risco para Câncer de Esôfago
- CEC: Tabagismo e Etilismo (principais), tilose, bebidas quentes, esofagopatias…
- Adenoca: Barret
Diagnóstico de Câncer de Esôfago
- Esofagografia Baritada: maçã mordida ou degrau de escada +
- EDA com biópsia
Exames utilizados para estadiamento do câncer de esôfago
- TC tórax e abdome
- USG endoscópico de alta frequência
- Broncofibroscopia: se tumores no terço médio ou superior
Qual característica anatômica do esôfago faz dele um órgão cujos cânceres apresentem alta agressividade?
Ausência de serosa
O que é o câncer de esôfago precoce?
Tumor que invade até a submucosa.
Sobre Estadiamento do câncer de esôfago, qual o “T” segundo os seguintes acometimentos.
1) Lâmina Própria
2) Adventícia
3) Muscular da mucosa
4) Submucosa
5) Muscular própria
6) Pleura
7) Aorta
1) T1a
2) T3
3) T1a
4) T1b
5) T2
6) T4a: ressecável
7) T4b: irressecável
Tratamento câncer de esôfago
1) T1a (restrito à mucosa): mucosectomia endoscópica
2) T1b (submucosa): esofagectomia (margem de 8cm) + linfadenectomia
3) O resto: QTRT neoadjuvante + esofagectomia + linfadectomia
4) T4b (irressecável) ou M1: paliativo
→ A reconstrução do trânsito deve ser feita, sempre que possível, com estômago
Segundo o número de linfonodos acometidos, qual provável estágio do câncer de esôfago
1) Até 2 linfonodos (N1)
2) 3 a 6 linfonodos (N2)
3) ≥7 linfonodos (N3)
1) IIb
2) IIIa
3) IVa
Subtipo histológico de câncer de esôfago mais sensível à QTRT
Carcinoma escamoso
Fatores de risco para o adenocarcinoma gástrico
- Gastrite crônica atrófica: principal
- Dieta rica em nitrito (defumados)
- Tabagismo: etilismo não entra
- Tipo sanguíneo A
- Infecção pelo H. pylori
- Pólipo adenomatoso
Dentre os pacientes que se submeteram a algum tipo de gastrectomia, qual tipo de reconstrução do trânsito intestinal traz mais risco para desenvolvimento de Câncer Gástrico?
Bilroth II, devido exposição a secreções biliares, pancreáticas e intestinais que levam à gastrite atrófica
O que é câncer gástrico precoce?
Tumor que acomete mucosa e submucosa, independente de envolvimento linfonodal.
Classificação de Borrmann
I - polipodes ou fungiformes
II - ulceradas de bordas elevadas
III - ulceradas com infiltração da parede gástrica
IV - infiltrante difusa (linite plástica)
V - não se encaixa em nenhuma acima
Classificação de Lauren e suas caracterísitcas
1) Intestinal: homem, idoso, bem diferenciado, melhor prognóstico, disseminação hematogênica, associada a gastrite atrófica
2) Difuso: mulheres, jovens, sem história de gastrite, mau prognóstico, tipo sanguíneo A, células em anel de sinete, disseminação linfática e contiguidade
Epônimo das seguintes características metastáticas:
1) Linfadenopatia supraclavicular esquerda
2) Linfonodo axilar esquerdo
3) Implante de tumor gástrico no ovário
4) Implante de tumor gástrico no fundo de saco
5) Nódulo periumbilical
1) Linfonodo de Virchow
2) Linfonodo de Irish
3) Tumor de Krukemberg
4) Prateleira de Blumer
5) Nódulo da Irmã Maria José
O que é o sinal de Leser-Trélat?
Síndrome paraneoplásica onde há ceratose seborreica difusa
Sobre Adenocarcinoma gástrico, quando se deve realizar videolaparoscopia como parte do estadiamento do tumor?
- Líquido ascítico evidenciado pelos exames de imagem.
→ No ato cirúrgico, deve-se visualizar o peritônio e fazer citologia do líquido.
Indicação de Mucosectomia Endoscópica como tratamento de Adenocarcinoma Gástrico
→ Câncer gástrico precoce com tudo a seguir:
- Acomete apenas mucose
- Tipo intestinal de Lauren
- Não ulcerado
- <2cm de diâmetro
Tratamento padrão do Adenocarcinoma gástrico
- Gastrectomia subtotal (tumor distal) ou total (proximal) + Linfadenectomia D2 + Reconstrução em BII ou Y-Roux
→ QTRT podem ser neo ou adjuvantes ao tto, dependendo do tumor
→ Tumor inoperável pode ser feito gastroenteroanastomose (by-pass gástrico)
O que são as ressecções a R0, R1 e R2?
- R0: margens livres de doença (micro e macroscópicamente)
- R1: margem microscopicamente comprometida
- R2: margem macroscopicamente comprometida
(V ou F)
Câncer gástrico precoce pode ser considerado um tumor em estágio inicial.
Falso, ele representa apenas o “T” do TNM, não importando acometimento linfonodal ou metástases.
Principal fator de risco para Linfoma MALT
Infecção pelo H. pylori
Tratamento dos Linfomas gástricos:
- Difuso de Grandes Células
- MALT
1) Quimioterapia + rituximab
2) Erradicação do H. pylori.
Local mais comum de acometimento dos Tumores Estromais do TGI (GIST).
Estômago
Quais células dão origem aos tumores GIST, consideradas como “marca-passo” do tubo digestivo e qual marcador pode ser observado à imuno-histoquímica.
- Células intersticiais de Cajal
- Proteína KIT (CD 117)
Tratamento Tumor GIST
Ressecção cirúrgica com margem livre (em geral 1cm)
→ Não precisa de linfadenectomia
Em relação aos pólipos intestinais:
1) Quais são neoplásicos e não neoplásicos
2) Qual mais propenso à malignização
3) Como abordar os pólipos intestinais
1) Não neoplásicos: hiperplásicos, hamartomatosos e inflamatórios; Neoplásicos: adenomatoso e adenocarcinoma
2) Adenoma do tipo viloso
3) Polipectomia + histopatológico
O que fazer após polipectomia intestinal cujo resultado mostrou:
1) Pólipo hiperplásico
2) Pólipo adenomatoso
3) Póilipo adenocarcinomatoso com margem comprometida (R1)
1) Nada a mais
2) Faz colonoscopia em busca de câncer sincrônico
3) Colonoscopia + colectomia segmentar
→ Para os itens 2 e 3, faz-se necessário repetir colono após 3 meses para controle, após 3 anos para rastreamento e depois 5/5 anos.
Quais pólipos intestinais apresentam risco de malignização e qual é considerado pré-maligno?
- Adenomatoso: pré-maligno
- Hamartomatoso: na Sd. Peutz-Jeghers
Alteração genética característica da Polipose Adenomatosa Familiar
Gene APC mutante
(V ou F)
Na Polipose Adenomatosa Familiar, os pólipos não se restringem à região colorretal, podendo ser encontrados em todo TGI.
Verdadeiro
Condição extraintestinal da Polipose Adenomatosa Familiar.
Hiperpigmentação retiniana hipertrófica
Como deve ser o rastreio dos familiares para Polipose Adenomatosa Familiar, segundo as seguintes características:
1) Paciente fonte com PAF positivo para mutação APC
2) Paciente fonte com PAF negativo para mutação APC
1) Positivo: teste da mutação nos familiares a partir de 10-12anos:
- Se presente → Retossigmoidoscopia anual até 40 anos, depois a cada 3/3 anos
- Se ausente → nada a mais
2) Negativo: Retossigmoidoscopia a partir de 10-12anos, anualmente, até os 40 anos, depois a cada 3/3 anos
Qual variante da Polipose Adenomatosa Familiar está relacionada às seguintes características:
1) Dentes extranumerários, osteoma (ossos longos, crânio e mandíbula e lipoma
2) Tumores no SNC: meduloblastoma (principal), glioblastoma e ependimoma
1) Síndrome de Gardner
2) Síndrome de Turcot
Das síndromes polipoides hamartomatosas, qual tem menor e qual tem maior potencial de malignização?
- Menor: Sd. Cowden e Polipose Juvenil Familiar
- Maior: Sd. Peutz-Jegher
Características da Síndrome de Peutz-Jegher
- Afeta todo TGI
- Pólipos hamartomatosos com potencial de malignização
- ## Manchas melanocíticas na pele e mucosas
Tratamento da Polipose Intestinal Familiar
Proctocolectomia + anastomose ileoanal com bolsa ileal: procedimento de escolha
- Outros: proctocolectomia + ileostomia ou colectomia subtotal + anastomose ileorretal
(V ou F)
O câncer colorretal esporádico é o mais comum e dentre os de caráter hereditário, os não relacionados à doença polipoide também são os mais comuns.
Verdadeiro
Diagnóstico da Síndrome de Lynch (Critérios de Amsterdã)
→ Câncer colônico ou qualquer outro câncer relacionado à HNPCC em ≥ 3familiares +:
- 1 parente de primeiro grau
- 2 casos de câncer colorretal em gerações consecutivas
- 1 caso de câncer colorretal em <50 anos
- Ausência de Sd. Polipose Familiar
Além do câncer colorretal, quais outros tumores estão associados à Síndrome de Lynch II?
- Endométrio
- Ovário
- Estômago
- Delgado
- Pâncreas
- Vias biliares
- TGU superior
(V ou F)
Pacientes com câncer colorretal relacionados à Síndrome de Lynch têm pior prognóstico quando comparados aos esporádicos.
Falso, na Síndrome de Lynch o prognóstico é melhor.
A partir de qual camada tecidual um câncer colorretal pode ser chamado de invasivo?
Muscular da mucosa: até mucosa ele é localizado.
Acerca do rastreamento do câncer colorretal, quais são os exames classificados para Prevenção (1) e Detecção (2) e suas diferenças?
1) Identifica tanto pólipos como câncer: colonoscopia, retossigmoidoscopia flexível ou colono TC
2) Identifica apenas o câncer, para pacientes que se recusaram aos de prevenção: sangue nas fezes pelo método da imuno-histoquímica fecal.
Principais estratégias de rastreamento para os seguintes pacientes:
1) População geral
2) Síndrome de Lynch
1) Colonoscopia a partir dos 50 anos (negros a partir dos 45) de 10/10 anos
2) Colonoscopia bienal a partir dos 20 anos e anual a partir dos 35 anos
Conduta em paciente com tumor retal palpável mas com incapacidade de transpor tubo da colonoscopia
Colonoscopia tomográfica
Manifestação clínica mais comum e precoce do câncer colorretal
Sangramento
Em relação ao câncer colorretal:
1) Local mais acometido
2) Clínica de tumor cólon direito
3) Clínica de tumor cólon esquerdo
4) Principal sítio de metástase à distância
1) Cólon direito: antigamente era retossigmoide
2) Sangramento, anemia ferropriva
3) Constipação/diarreia
4) Fígado
Exames para estadiamento de Ca Colorretal
- TC abdome e pelve
- Rx/TC tórax
- CEA
- Colonoscopia
- USG endorretal e RNM pelve se câncer retal
Segundo as seguintes características, qual Estágio do câncer colorretal:
1) Tumor com invasão no peritônio
2) Tumor invade a submucosa, com linfonodo, sem metástase
3) Tumor invade a gordura pericólica/retal, sem linfonodo/metástase
4) Tumor invade a muscular própria, sem linfonodos/metástase
1) Estágio IV: M1
2) Estágio III: Qualquer T, N (+) e M)
3) Estágio II: T3 ou T4, N0 e M0
1) Estágio I: T1 ou T2, N0 e M0
Forma mais comum de metástase do câncer colorretal
Via linfática
Qual fator que individualmente é mais preditivo de metástase em linfonodos regionais.
Profundidade da invasão tumoral: o “T”, não necessariamente o tamanho do tumor
(V ou F)
Nos casos de muitas metástases à distância, o tumor colorretal não deve ser ressecado.
Falso, sempre deve-se tentar ressecar o tumor primário para evitar complicações: obstrução, perfuração etc.
Cirurgia nos tumores colônico nas seguintes localizações:
1) Ceco e Cólon ascendente
2) Cólon transverso
3) Flexura esplênica e Cólon descendente
4) Sigmoide
1) Hemicolectomia direita: tira metade direita do cólon transverso até parte do íleo terminal
2) Transversectomia
3) Hemicolectomia esquerda: tira metade esquerda do cólon transverso até sigmoide
4) Sigmoidectomia: não tira transverso e preserva reto
Quando realizar QT e RT adjuvantes no tratamento do câncer de cólon?
- Envolvimento linfonodal (estágio III)
- Tumor de alto risco: céls anel de sinete, pouco diferenciados, tumor perfurado ou obstruídos
- RT não é indicada
2 principais fatores prognósticos para sobrevida em pacientes com câncer colorretal
Acometimento linfonodal e metástases à distância.
Quando fazer QTRT neoadjuvantes no tratamento de câncer de reto?
- Tumores T3, T4, N(+)
- Reto baixo ou invasão do mesorreto
Quando indicar QT ou QTRT adjuvantes no tratamento de câncer de reto?
- QT: todos que receberam neoadjuvância
- QTRT: estágio II ou III que não receberam neoadjuvância
O que caracteriza um tumor retal como sendo alto, médio ou baixo?
- Alto: ≥11 cm margem anal
- Médio: 6 a 10 cm margem anal
- Baixo: ≤5 cm margem anal
Cirurgia para câncer de reto.
→ 4 a 6 semanas após QTRT neoadjuvantes, se indicados
1) Tumores médio ou alto: Ressecção Abdominal Baixa (RAB) + anastomose colorretal/anal
2) Tumor baixo: ressecção abdominoperineal + colostomia definitiva (Miles)
Quando ressecar metástases de câncer colorretal?
- Fígado
- Pulmão
- Fígado: até 3 implantes
- Pulmão: se não houver outros sítios de metástase
Principais sítios primários de metástases hepáticas
- Colorretal
- Pâncreas
- Mama
- Outros: pulmão, melanoma…
Sobre tumores hepáticos benignos:
1) Mais comum
2) Risco de ruptura e de malignização
3) Associado à cirrose
4) Associado à ACO
1) Hemangioma (seguido pela hiperplasia nodular focal)
2) Adenoma
3) Hiperplasia nodular focal
4) Adenoma
Diagnóstico provável dos seguintes tumores hepáticos:
1) Captação periférica na fase arterial que se dirige para centro na fase tardia
2) Nódulo hipervascularizado, com wash-out
3) Cicatriz hepática central (roda de carroça) + rápida captação do contraste na fase arterial
4) Lesão heterogênea, rápida captação do contraste na fase arterial
5) Múltiplos nódulos com tamanhos semelhantes
1) Hemangioma
2) Carcinoma hepatocelular
3) Hiperplasia nodular focal
4) Adenoma
5) Metástases hepáticas
Qual diagnóstico:
Crianças + CIVD (leva à trombocitopenia + hipofibrogenemia) + Hemangioma
Síndrome de Kassabach-Merrit
(V ou F)
A maioria dos adenomas hepáticos são sintomáticos ao diagnóstico; deve-se suspender ACO e evitar gravidez até ressecção do tumor
Verdadeiro, mais de 70% deles o são e devido incerteza durante gravidez, orienta-se a retirada do tumor.
Exame complementar mais específico para avaliação de hemangioma hepático
Cintilografia com hemácias marcadas
Marcadores tumorais de Carcinoma Hepatocelular
- Alfafetoproteína (AFP)
- Des-Gama-Carboxi Protrombina (DCP
Tratamento do Hepatocarcinoma, de acordo com as seguintes características
1) Lesão única + Child A + Ausência de Hipertensão Porta
2) Lesão única <5cm + Child A/B
3) Lesão única <5cm ou até 03 <3cm + Child B ou C + ausência de metástases à distância
4) Lesões >5cm, multifocais + função hepática preservada
1) Ressecção cirúrgica
2) Ablação local: por radiofrequência, injeção percutânea de etanol, crioterapia
3) Transplante hepático (esses são os critérios de Milão)
4) Embolização arterial
Sobre a variante do hepatocarcinoma, carcinoma fibrolamelar, quais suas características e tratamento?
- Jovens
- Mulheres
- Ausência de cirrose
- AFP negativa
- Lesões multifocais com área fibrótica central
- Tratamento de escolha é ressecção (inclusive das metástases)
Características clínicas dos tumores de parede abdominal (tumores desmoides e sarcoma).
- Massa >5cm
- Irredutível
- Indolor
- Fixo aos planos profundos ou órgãos adjacentes
Diagnóstico provável é como faz para confirmar:
- Rubor facial + quadro diarreico + broncoespasmo + telangiectasia
- Síndrome carcinoide: origem de tumores neuroendócrinos, geralmente quando estão bem disseminados.
- Dosagem de ácido 5-hidroxiindolacético na urina de 24h (metabólito da serotonina)