2. Síndromes Disfágica e Dispéptica Flashcards
Tipos de disfagia e principal característica de cada uma.
- Transferência: paciente ENGASGA
- Condução: paciente ENTALA
Dentro das causas neurológicas de disfagia, quais pares cranianos estão acometidos?
IX: glossofaríngeo
X: vago
XII: hipoglosso
Doenças neurológicas mais relacionadas a disfagia de transferência?
- Síndrome de Wallemberg
- Esclerose múltipla
- Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)
- Doença de Parkinson
- Demências
Principais diferenças entre disfagia de condução por obstrução mecânica e por distúrbio motor?
- Obstrução: exclusiva para sólidos e geralmente progressiva (sólido -> pastoso -> líquido)
- Distúrbio motor: sólidos e líquidos e caráter intermitente
(V ou F)
Na acalásia primária ocorre destruição dos Plexos de Meissner.
Falso, ocorre destruição dos Plexos de Auerbach
(V ou F)
A acalásia pode ser classificada como primária quando idiopática ou secundária quando relacionada, especialmente à Doença de Chagas.
Verdadeiro
Primeiro exame e padrão ouro para diagnóstico de Acalásia?
- Esofagografia baritada
2. Esofagomanometria
Quais achados típicos e qual o definidor da doença “Acalásia” pelo seu exame padrão ouro?
- Alteração (déficit) de relaxamento do EEI: principal
- Hipertonia do EEI (em geral >35mmHg)
- Peristalse anormal
- Aumento da pressão intraluminal do esôfago (muito ar)
Como diagnosticar Acalásia Chagásica?
- Esofagomanometria: definir Acalásia
+ - ELISA ou Reação de Machado-Guerreiro: definir Chagas
Tríade Clássica da acalásia e outros sintomas associados.
- Tríade: Disfagia + Regurgitação + Emagrecimento
- Outros: tosse noturna, soluços, broncoaspiração
Achados sugestivos de acalásia na radiografia de Tórax.
- Ausência da bolha gástrica
- Massa mediastínica tubular ao lado a aorta
- Nível hidroaéreo no mediastino na posição ereta (material estagnado no esôfago)
Achados sugestivos de acalásia na Esofagografia Baritada.
- Dilatação do corpo do esôfago
- Sinal do bico do pássaro (afilamento da porção final do esôfago)
- Falhas de enchimento do contraste
Quando e por que indicar EDA em paciente com acalásia?
- SEMPRE
- Avaliar diagnóstico diferencial: neoplasia
Avaliar complicações: esofagite e estenose pela esofagite
(V ou F)
O tratamento da acalásia permite recuperação completa da função motora do esôfago.
Falso, pois na doença ocorre lesão de Plexos nervosos, o tratamento é paliativo.
Como é o Estadiamento da Acalásia segundo Rezende/Mascarenhas?
I: até 4cm
II: 4 a 7cm
III: 7 a 10cm
IV: >10cm
Quais modalidades terapêuticas da acalásia e sua relação com o Estadiamento?
I: tratamento clínico (nitrato, bloqueador canal de Cálcio, sildenafil, botox)
II: dilatação endoscópica
III: Miotomia a Heller
IV: Esofagectomia trans-hiatal
Qual complicação mais temida da acalásia?
- Câncer de esôfago (carcinoma escamoso e adenocarcinoma)
Quem são os pacientes mais acometidos por Espasmo Esofagiano Difuso?
Mulheres com distúrbios psicossomáticos (depressão e ansiedade)
Quadro Clínico clássico do Espasmo Esofagiano Difuso?
- Dor retroesternal
+ - Disfagia
Principal diagnóstico Diferencial do Espasmo Esofagiano Difuso e como diferenciar pela clínica?
- Angina/IAM
- Tentar caracterizar disfagia durante o quadro de dor.
Quais exames podem ser usados para diagnóstico de Espasmo Esofagiano Difuso e quais alterações encontradas?
- Esofagografia Baritada: esôfago em saca-rolha
- Esofagomanometria (padrão ouro): contrações simultâneas não peristálticas repetitivas.
Tratamento do Espasmo Esofagiano Difuso.
- Clínico: nitrato, bloqueador do canal de cálcio e antidepressivo Tricíclico.
- Cirurgia: esofagomiotomia longitudinal (refratariedade)
Qual distúrbio de hipermotilidade mais comum do esôfago?
Esôfago em Quebra-Nozes
Quadro Clínico do Esôfago em Quebra-Nozes.
Dor retroesternal e disfagia
Como diferenciar Espasmo Esofagiano Difuso de Esôfago em Quebra-Nozes?
Apenas com esofagomanometria.
Achados na esofagomanometria do Esôfago em Quebra-Nozes?
Ondas peristálticas de altíssima amplitude (não-simultâneas)
(V ou F)
O tratamento de escolha para o Esôfago em Quebra-Nozes é cirurgia.
Falso, o tratamento preferencial é conservador com bloqueador do canal de Cálcio e nitrato.
Qual alteração mais precoce da Esclerodermia do Esôfago e como se manifesta?
- Redução da pressão do EEI
- Refluxo gastroesofágico
O que caracteriza fisiopatologicamente a Esclerodermia do Esôfago?
- Fibrose e atrofia da musculatura lisa do esôfago (2/3 distais)
Qual tratamento para Esclerodermia do Esôfago?
Corticoide e prevenção de broncoaspiração.
Qual divertículo esofágico mais comum?
Zenker
(V ou F)
Divertículo de Zenker é um divertículo verdadeiro, pois é composto por mucosa, submucosa e muscular, além de ser considerado faringoesofágico.
Falso, é não tem muscular mas, sim, é faringoesofágico
Local e limites anatômicos por onde se forma o divertículo de Zenker.
- Triângulo de Killian
- Entre as fibras horizontais do mm cricofaríngeo e as oblíquas do tireofaríngeo
Qual faixa etária mais prevalente com Divertículo de Zenker
Idosos na 7ª década de vida
Principais sintomas do Divertículo de Zenker?
- Regurgitação
- Halitose
- Disfagia de transferência e condução (engasgo e entalo)
Principal complicação do divertículo de Zenker.
- Broncoaspiração
Como se dá o diagnóstico de divertículo de Zenker.
Esofagografia Baritada
Quais tipos e indicações de tratamento Cirúrgico do Divertículo de Zenker.
- Divertículo <2cm: miotomia apenas
- Divertículo 2-5cm: miotomia + diverticulopexia/ectomia
- Divertículo >5cm: miotomia +diverticulectomia
Quando indicar tratamento endoscópico para divertículo de Zenker.
Divertículos >3cm
Qual mecanismo fisiopatológico (pulsão ou tração) dos diverticulos abaixo:
- Zenker
- Epifrênico
- Médio-esofágico (parabrônquico)
- Pulsão
- Pulsão
- Tração
Quais são os principais anéis esofagianos e como diferenciá-los?
- Síndrome de Plummer-Vinson ou Peterson-Kelly: anel hipofaríngeo é associado à anemia ferropriva
- Anel de Schatzki: esôfago distal, entalo súbito com alimentos sólidos (síndrome do steakhouse)
Causas da Disfagia Lusória.
Quaisquer anormalidades do arco aórtico que comprimem o esôfago
Como diagnosticar e tratar disfagia lusória e sling de artéria Pulmonar?
- Angiografia ou TC contrastada
- Reimplante dos vasos aberrantes
No que consiste o sling de artéria Pulmonar?
Emergência da artéria Pulmonar Esquerda que passa entre traqueia e esôfago.
Qual aspecto endoscópico e radiológico do leiomioma de esôfago.
- EDA: mucosa abaulada, porém integra
- Esofagografia Baritada: tumor arredondado na parede do esôfago
Imagem Radiológica sugestiva de tumor maligno de esôfago.
- Irregularidade na mucosa com súbita transição entre esofago normal e área obstruída: Sinal do Degrau
Na vigência de esofagite química, qual primeira conduta, após estabilização do paciente?
- EDA para avaliar o grau de lesão.
Quais condutas NÃO devem ser tentadas na vigência de ingestão de substâncias químicas?
- Lavagem gástrica e indução de vômitos
Como prevenir esofagite química relacionados a medicamentos?
Ingestão em Jejum, com água e ficar em posição ortostática por pelo menos 30min
Quais lesões Agudas e Crônicas são esperadas na ingestão de substâncias cáusticas?
- Aguda: perfuração Esofágica
- Crônica: fibrose e distorção da anatomia
Principais sintomas de paciente com de esofagite Infecciosa?
Odinofagia e disfagia
Fatores de Risco para esofagite Infecciosa.
- Imunodepressão (AIDS, neoplasia, transplantados)
- DM 2
- Antibiótico por longos períodos
- Estase esofagiana (acalásia)
Qual tratamento para esofagites por cândida, herpes e CMV?
- Fluconazol
- Aciclovir
- Ganciclovir venoso
O que fazer se o paciente com candidíase esofágica não responder ao tratamento inicial?
- Repetir EDA, colher novo material para cultura e tratar de acordo com o encontrado
Onde se deve biopsiar nas úlceras por herpes e por CMV?
- Herpes: halo da lesão
- CMV: centro da lesão
Quais achados definem dispepsia?
- Plenitude pós prandial
- Saciedade precoce
- Dor ou queimação epigástrica: pirose não entra
Quando indicar endoscopia na vigência de dispepsia?
- > 45 anos (ACG diz em >55)
- Sinais de Alarme
- Refratário ao tto com IBP
- Recidiva de sintomas após término do tto com IBP
Quais são os sinais de alarme para solicitar EDA?
- Perda de peso
- Anemia
- Disfagia
- Odinofagia
- Hematêmese
- Icterícia
- Massa abdominal
- História familiar ou pessoal de ca gástrico
O que fazer com pacientes dispépticos mas sem indicação de EDA?
- Investigar H. pylori: sorologia ELISA, teste respiratório de Ureia ou pesquisa de antígenos fecais.
- H. pylori positiva deve erradicar, se mantiver sintomas ou H. pylori for negativa deve fazer IBP empírico.
- Se suspeita de DUP, ainda que o H. pylori dê positivo, deve-se usar IBP associado.
(V ou F)
A DRGE é uma condição clínica caracterizada pelo retorno de parte do conteúdo gástrico para esôfago ou órgãos adjacentes, podendo ou não causar sintomas clínicos.
Falso, para ser DRGE deve, obrigatoriamente, causar repercussão clínica.
Fisiopatologia de DRGE.
- Relaxamento transitório e frequente do EEI, não associados à deglutição.
- EEI com tônus basal baixo
- Desestruturação anatômica do EEI (hérnia de hiato): contribuinte mas não determinante.
Principais causas de DRGE
- Idiopática (mais comum)
- Esclerodermia, trauma cirúrgico, tabagismo
- Drogas: anticolinérgicos, beta-adrenérgico, bloqueador do canal de cálcio, nitrato, sildenafil
- Aumento da pressão intra-abdominal: gestação, obesidade, roupa apertada
- Déficit do “clareamento esofágico”: déficit do esvaziamento gástrico (gastroparesia no DM) e diminuição da produção de saliva (Sjogren)
Manifestações clínicas típicas e atípicas do DRGE.
- Típicas: pirose (específica) e regurgitação
- Atípicas: esofágica (dor torácica não cardíaca), pulmonar (tosse crônica, hemoptise, broncoespasmo, pneumonia), otorrino (rouquidão, pigarro, otalgia) e orais (halitose, desgaste de dentes, aftas)
Diferença entre azia e pirose.
- Azia: queimação no epigastro
- Pirose: queimação retroesternal
(V ou F)
A infecção pelo H. pylori pode ser causa de DRGE.
Falso, não tem relação.
O que pensar diante de disfagia em paciente com DRGE?
- Estenose péptica
- Adenocarcinoma
- Disfunção motora associada (DRGE pode ser gatilho)
Pra que serve, como fazer e quando não usar a prova terapêutica na suspeita de DRGE?
- Diagnóstica e terapêutica
- Dose plena diária de IBP de 4 a 12 semanas
- Não usar quando há indicação de EDA
(V ou F)
O encontro de esofagite à EDA em pacientes com DRGE só ocorre em até 50% dos casos, sendo a intensidade e frequência dos sintomas preditores de presença ou gravidade da esofagite.
Falso, apesar da esofagite só ser encontrada em até 50% dos casos de DRGE, nem frequência nem intensidade dos sintomas predizem gravidade da esofagite.
Classificação endoscópica de Los Angeles
A: erosão <5mm
B: erosão >5mm sem confluência
C: erosões com convergência em <75% da circunferência do esôfago
D: erosões com convergência em >75% da circunferência
Diferença de erosão e úlcera.
- Erosão: solução de continuidade >3mm limitada à mucosa
- Úlcera: solução de continuidade que chega, ao menos, até muscular da mucosa.
Indicações de pHmetria para avaliação de DRGE.
- Sintomas típicos e atípicos de refluxo refratários ao tto convencional, com EDA normal ou duvidosa
- Confirmação de DRGE antes de cirurgia antirrefluxo e se após a cirurgia ainda estiverem sintomáticos
Diagnóstico de DRGE pela pHmetria
pH<4 em mais de 7% das medidas.
Principais limitações da pHmetria.
- Exame mais caro e desconfortável
- Não avalia refluxo alcalino (que também dá sintomas)
Qual exame mais sensível e específico para diagnóstico de DRGE?
Impedâncio-pHmetria: é capaz de avaliar refluxos ácidos e alcalinos (ainda não é padrão ouro)
Complicações principais da DRGE e quando pensar em cada uma delas.
- Esofagite de refluxo: não muita tem relação com a clínica, diagnosticada pela EDA.
- Estenose péptica: disfagia obstrutiva progressiva
- Úlcera esofágica: odinofagia e hemorragia
- Esôfago de Barrett: melhora da sintomatologia clínica, sem tratamento
O que define Esôfago de Barrett?
- Substituição do epitélio escamoso estratificado pelo colunar com células caliciformes = METAPLASIA INTESTINAL.
Por que se preocupar com paciente que tenha Barrett?
- Risco aumentado para adenocarcinoma de esôfago (e cólon)
Quais são as medidas antirrefluxo?
- Elevação da cabeceira em 15cm
- Perda de peso
- Fracionar dieta, evitar deitar-se logo após as refeições, cessar tabagismo, ↑salivação (chiclete), evitar alimentos que ↑sintomas, evitar drogas que ↓tônus do EEI.
Tratamento farmacológico de primeira linha para DRGE e qual seu papel no controle da doença.
- IBP dose plena por 8 semanas.
- Diminuir consequência da presença física do refluxo, ou seja, sintomas e complicações, uma vez que o refluxo não será extinto.
O que fazer com paciente com DRGE que não respondeu ao tto inicial?
- Deve-se dobrar a dose por mais 8 semanas.
- Ausência de resposta após essa segunda abordagem, deve-se investigar.
Complicações do uso crônico de IBP.
- ↑risco de colite pseudomembranosa
- Disabsorção: ferro, cálcio, magnésio, B12, levando a anemia, osteoporose e hipomagnesemia.
- Tumor carcinoide: devido hipergastrinemia
Quando indicar cirurgia casos de DRGE não complicada e complicada?
1) Não complicada
- Incapacidade de proceder com tratamento clínico
- Refratariedade ao tratamento, depois de investigação de dx diferencial
- Pacientes jovens (<40a) que necessitariam de tratamento de manutenção contínuo
2) Complicada
- Estenose, úlcera e adenocarcinoma
Técnica cirúrgica de escolha para DRGE.
- Fundoplicatura de Nissen
(V ou F)
O tratamento cirúrgico da DRGE apresenta o mesmo padrão de melhora clínica quando se comparam os sintomas típicos ou atípicos.
Falso, a cirurgia “resolve” melhor os sintomas típicos
(V ou F)
A fundoplicatura total eleva mais o risco de episódios de disfagia no pós operatório quando comparada com as parciais.
Polêmico! A percepção atual é que não, embora tradicionalmente essa fosse uma verdade. Por isso pedia-se manometria para todos para avaliar se tinham algum grau de dismotilidade.
Qual melhor abordagem cirúrgica para pacientes obesos com DRGE refratários ao tratamento clínico?
By-pass gástrico. Inclusive é considerado cirurgia conservadora no tratamento de DRGE.
Qual objetivo da abordagem cirúrgica em paciente com Barrett?
Evitar progressão da doença. Não se espera remissão do quadro
Tratamento do Esôfago de Barrett: IBP +…
- Sem displasia: EDA + bx a cada 3-5 anos
- Displasia de baixo grau: ablação endoscópica (ou EDA anual)
- Displasia de alto grau: ablação endoscópica (ou esofagectomia)
- Adenocarcinoma invasivo: esofagectomia + linfadenectomia
Qual úlcera do TGI é a mais comum
- Úlcera Duodenal: em números absolutos, mas mais comum em jovens
- Úlcera Gástrica: mais comum em >40 anos
(V ou F)
A infecção pelo H. pylori é a principal causa de úlcera péptica no mundo, no entanto, a maioria da população infectada não desenvolverá a DUP. A infecção por essa bactéria gram positiva se dá pelas vias oro-oral, oro-fecal e gastro-oral e está relacionada a má condição socioeconômica.
Falso, é bactéria gram negativa. AINES correspondem a segunda prinicipal causa; apenas 10-15% dos infectados terão úlcera.
Fisiopatologia da DUP pelo H. pylori
- Hipercloridria: H. pylori infecta antro, bloqueia células D, diminuindo somatostatina que leva a aumento de gastrina e HCL
- Hipocloridria: infecção crônica leva a pangastrite atrófica, com baixa gastrina (e baixos mecanismo de defesa) e HCL
Localizações mais comuns de DUP e sua relação com a fisiopatologia
1) Duodenal: hipercloridria
2) Gástrica:
- Tipo I (pequena curvatura): hipocloridria (GÁSTRICA MAIS COMUM)
- Tipo II (corpo gástrico): hipercloridria (ASSOCIADA A DUODENAL)
- Tipo III (pré-pilórica): hipercloridria
- Tipo IV (junção esôfago-gástrica): hipocloridria
- Tipo V (uso de AINES): qualquer lugar do estômago
Principal local de desenvolvimento de úlceras relacionadas ao uso de AINES.
Estômago
Quadro Clínico da DUP.
–> Dor/desconforto epigástrico, azia e/ou plenitude pós-prandial + …
- Úlcera duodenal: dor 2-3h após refeições e à noite; melhora com alimentação
- Úlcera gástrica: dor piora com a alimentação, perda de peso
Qual a principal causa de Síndrome Dispéptica?
Dispepsia funcional
Diagnóstico de DUP
- Clínico
- EDA: melhor exame, porém só feito em casos refratários, sinais de alarme ou indicação pela idade(>45 anos ou 55 anos).
Quando posso deixar de biopsiar uma úlcera evidenciada pela EDA?
- Úlceras duodenais, devido baixo risco de neoplasia.
- Úlceras gástricas SEMPRE devem ser biopsiadas (até 8% podem ser adenocarcinoma)
Como se deve pesquisar H. pylori?
- SEM EDA: Sorologia ELISA, teste da ureia respiratória ou antígenos fecais
- COM EDA: Teste rápido da urease ou biópsia com histopatologia (padrão-ouro)
Como e quando realizar controle de cura da infecção pelo H. pylori?
1)
- SEM EDA: teste respiratório da ureia (preferível) ou antígenos fecais
- COM EDA: Teste rápido da urease ou biópsia com histopatologia
2)
- SEMPRE realizar controle de cura
Tratamento Clínico da DUP.
- Medidas gerais: evitar alimentos desencadeantes da dor, cessar tabagismo, diminuir consumo de álcool.
- IBP dose padrão por 4 a 8 semanas (Bloqueadores H2 são 2ª linha)
- H. pylori: Amoxicilina 1g 12/12h + IBP 12/12h + Claritromicina 500mg 12/12h por 7 dias
Quando Pesquisar/Tratar infecção pelo H. pylori
- DUP
- Linfoma MALT
- Síndrome Dispéptica sem indicação de EDA
- História de Ca gástrico em familiar de 1º grau
- Após gastrectomia parcial por adenocarcinoma
- Usuários crônicos de AINES/AAS
- Portadores de PTI ou Anemia inexplicada
(V ou F) A identificação de Linfoma MALT obriga a pesquisa e tratamento de H. pylori, se não der certo deve fazer QT adjuvante e deixar cirurgia para último caso.
Verdadeiro.
O que fazer em caso de falha terapêutica à erradicação do H. pylori?
- Tentar por mais 2x com esquemas diferentes do incial por 10 a 14 dias
(V ou F) Nem todos os pacientes com dispepsia devem ser investigados quanto à infecção pelo H. pylori, entretanto, caso essa investigação tenha sido feita e o resultado tenha sido positivo, deve-se tratar o paciente.
Verdadeiro, segundo American College of Gastroenterology (2017)
Classificação endoscópica de Sakita para úlcera péptica (só precisa saber as letras).
- A: active
- H: healing (úlcera em cicatrização)
- S: scar (úlcera cicatrizada)
Quando repetir EDA para controle de cura da úlcera?
- Úlceras gástricas: 8 a 12 sem do tratamento
- Manteve úlcera: nova biópsia deve ser feita e repetir tratamento se ainda ativa (dobrar dose do IBP) e EDA após 8sem do tratamento
- Úlcera duodenal: não precisa repetir
Fatores relacionados a DUP refratária/recidivante ao tratamento clínico.
- Falha na erradicação do H. pylori
- Uso de AAS/AINE
- Baixa adesão ao tratamento
- Úlcera não péptica
- Hipersecreção ácida (gastrinoma)
Quando operar paciente com DUP?
- Intratabilidade clínica: erradicou H. pylori, suspendeu AINES e não curou da úlcera após 8-12sem de IBP
- Hemorragia
- Perfuração
- Obstrução
- Recidivas constantes
Tratamento cirúrgico da Úlcera Duodenal
–> Pilorotomia + Ulcerorrafia +…
• Vagotomia Troncular + Piloroplastia (principal) ou
• Vagotomia Seletiva + Antrectomia ou
• Vagotomia Gástrica Proximal (superseletiva)
Das cirurgias para tratamento de úlcera duodenal, qual delas:
1) Maior taxa de recorrência
2) Maior taxa de complicações
3) Mais utilizada
1) Vagotomia Superseletiva: mas é a que tem menor morbidade pós cirúrgica
2) Vagotomia Seletiva + Antrectomia: mas é a que tem menor recorrência
3) Vagotomia Troncular + Piloroplastia: “está no meio do caminho entre as duas”
Efeito fisiológico (1) causado pela vagotomia troncular gástrica, qual complicação (2) esse procedimento causa e o que fazer para evitar (3)?
1) Efeito fisiológico: redução estímulo colinérgico nas células parietais do fundo (menor produção de ácido e fator intrínseco)
2) Complicação: Atonia gástrica; não chega acetilcolina ao antro e, assim, ele não contrai
3) Prevenção: piloroplastia.
Tratamento cirúrgico da Úlcera Gástrica.
- Tipo I: Antrectomia + Reconstrução em BI
- Tipos II/III: Vagotomia Troncular + Antrectomia + Recontrução em BI ou BII
- Tipo IV: Gastrectomia Subtotal + Reconstrução em Y de Roux
(V ou F) O tratamento de DUP gástrica sempre necessita da realização de retirada da úlcera, já na duodenal não há essa necessidade.
Verdadeiro
Quando ocorre e tratamento da Sd. Alça Aferente.
- Após reconstrução em BII
- Coverter para Y de Roux
Quais reconstruções intestinais podem evoluir com Gastrite Alcalina e como corrigir?
- BII > BI
- Converter para Y de Roux
Como diferenciar clinicamente Sd. Alça Aferente de Gastrite Alcalina
- Sd. Alça Aferente: dor após alimentação, vômito em jato que melhora a dor, vômito não contem alimento
- Gastrite Alcalina: Dor constante, vômito não melhora a dor e pode conter alimentos.
Quadro Clínico e Tratamento do Dumping
1) Dumping precoce: 15-30 min após refeição, quadro de dor abdominal, náuseas, vômitos e diarreia explosiva; além de taquicardia, palpitação, sudorese e tontura (vasomotores)
2) Dumping tardio: 1 - 3h após refeição, manifestações vasomotoras. Ocorre hiperglicemia seguida de hiperinsulinemia seguida de hipoglicemia
—> Tratamento: fracionar refeição, evitar muito carboidrato.
Acarbose para dumping tardio (diminui absorção de carboidrato)
Octreotide SC para casos refratários
Quando ocorre Sd. do Antro Retido, qual sua relevância, como diagnostico e trato?
- Após antrectomia + BII, aí sobra um resto de mucosa antral no duodeno (essa mucosa produz muita gastrina porque é sempre banhada por conteúdo alcalino)
- Causa recidiva de úlcera
- Cintilografia
- IBP ou Conversão para BI ou excisão da mucosa antral retida
(V ou F) A Antrectomia invariavelmente leva à Anemia Megaloblástica (B12) devido falta de Fator Intrínseco o qual é produzido pelas células parietais do antro.
Falso, pois células parietais do fundo gástrico continuam a produzir o FI. A causa de Anemia Megaloblástica nesses pacientes ocorre secundariamente à hipocloridria, pois esta diminui a capacidade de ligação da B12 com proteínas.
Qual complicação mais comum da úlcera péptica (e da gástrica?) e principal causa de morte
- Sangramento (DUP em geral e duodenal também): 90% ocorre na parede POSTERIOR (lesão da aa gastroduodenal)
- Perfuração é a 2ª mais comum da DUP mas é a mais comum na GÁSTRICA
- Principal causa de morte: sangramento.
Tipos e Tratamento da Perfuração de uma úlcera péptica
1) Tipos (90% ocorre na parede anterior)
- Perfuração livre / tamponada: pode ser tamponada por diversos órgãos abdominais podendo evoluir com fístula
- Penetrante (Terebrante): quando é tamponada pelo Pâncreas
2) Tratamento
- Ulcerorrafia + proteção com omento (tampão de Graham)
- Se estável e perfuração <24h: tratamento cirúrgico definitivo da DUP
Qual diagnóstico a se pensar ao se observar imagem de “Piloro Duplo” pela EDA.
Úlcera perfurada que fez fístula gastroduodenal
O que é e quando pensar em Zollinger-Ellison?
- -> Úlcera péptica grave secundária a gastrinoma (tumor pancreático de células não-beta)
- Úlceras em segmentos incomuns: a partir da 2ª porção do duodeno
- Refratariedade e recidiva aos tratamentos clínico ou cirúrgico
- Úlceras sem associação com H. pylori ou AINES
- Múltiplas úlceras
Quadro clínico de Gastrinoma e localização mais comum?
- Úlcera péptica comum +
- DRGE
- Diarreia e esteatorreia: cessa se usar SNG (mostra que é secundário a hipersecreção gástrica)
- –> Mais comum no duodeno e pâncreas
Qual neoplasia neuroendócrina está mais associada ao gastrinoma e quais suas características?
NEM-1 (Sd. Wermer)
- Hiperparatireoidismo: cálcio alto
- Tumor endócrino do pâncreas: gastrinoma é o mais comum na NEM-1
- Adenoma hipofisário: prolactinoma
Tratamento da Zollinger-Ellison
- IBP dose alta
- Ressecção cirúrgica do tumor: tratamento definitivo
- Controle de doença metastática: QT, IFN-alfa, embolização artéria hepática
(V ou F) A gastrite crônica não é indicação de erradicação de H. pylori.
Verdadeiro, pois nesses casos a erradicação da bactéria pode resolver a gastrite, mas não melhora a dispepsia
Quais parasitoses podem estar associadas a quadro de úlcera?
Giárdia e estrongiloide
Tratamento Dispepsia Funcional
- -> Evolução das condutas
1. Pesquisa e trata H. pylori
2. IBP
3. Antidepressivo triclíclico
4. Pro-cinético
Quando realizar profilaxia de úlcera de estresse?
- Coagulopatia
- Ventilação mecânica >48h
- Grandes queimados (úlcera de curling)
- Infecção grave
- Uremia
- Hemorragia digestiva
- Politraumatismo (úlcera de Cushing)