2 - Síndrome Dispéptica Flashcards
Definição de dispepsia pelo Roma IV:
Um ou mais dos seguintes:
- plenitude pós prandial
- saciedade precoce
- dor ou queimação epigástrica
Quadro clássico de DRGE:
Pirose
Regurgitação
Quadro clínico e úlcera duodenal:
Quando o estômago secreta ácido sem alimento - Jejum
Dor 2 a 5h após as refeições, aliviada após alimentação, drogas antissecretoras e alcalinas.
Quadro da úlcera gástrica:
Dor piora ao se alimentar (medo de alimentar e perda ponderal)
Sintomas de DUP + sinais de alarme (vômitos, perda ponderal, disfagia, odinofagia, anemia, ictericia, hematemese…)
Pensar em CA gástrico
Quando indicar EDA na dispepsia?
- Dispépticos com > 45 anos;
- Pacientes com sinais de alarme
- Refratários ao IBP
- Recidivaram após o tto empírico
Sinais de alarme na dispepsia:
Perda ponderal Vômitos recorrentes Disfagia progressiva Odinofagia Anemia Ictericia Hematemese Massa abdominal Lindadenopatia HF Gastrectomia parcial previa
Definição de DRGE:
Retorno de conteúdo gástrico para esôfago causando alterações clínicas ou endoscópicas
Patogênese da DRGE: (3)
1) relaxamentos transitórios frequentes do EEI (5 a 35 segundos) + comum
2) EEI com tinha basal muito baixo
3) desestruturação anatômica da junção esofagogástrica (hérnia de hiato)
Fatores envolvidos na redução do tônus do EEI:
Esclerodermia, lesão cirúrgica do EEI, esofagite, anticolinergicos, relaxantes do músculo liso, colecistocinina e secretina
Conceito de pirose:
Queimação retroesternal, 30 a 60 min após a alimentação, principalmente se for copiosa, gordura e ácidos.
Dx de DRGE?
Clínico
Quando sintomas clássicos + prova terapêutica positiva melhor e mais barato metódico.
Prova terapêutica da DRGE:
Omeprazol dose plena - 20mg/dia por 4 semanas ou 12 semanas se presença de sintomas atípicos de via aérea.
Quando não podemos realizar a prova terapêutica de DRGE?
Quando houver indicação de endoscopia.
Uso da EDA na DRGE:
- excluir CA
- dx de lesões acusadas por refluxo
- dx em 50% dos casos
Classificação de Savary-Miller:
I- erosões em uma orelha longitudinal esofágica
II- erosões em mais de uma prega
III- em + de 1 prega em toda circunferência do esôfago
IV- úlcera esofágica ou estenose péptica
V- esôfago de barret
Classificação endoscópica de Los Angeles:
A- uma ou + erosões até 5mm
B- 1 ou + erosões em sua extensão
C - erosões continhas ou convergentes
D - erosões ocupando pelo menos 75% da circunferência
Solução de continuidade > 3 msm de diâmetro, limitada a mucosa superficial.
Erosão
Solução de continuidade que atinge ai menos a camada muscular da mucosa, com tampão e tecido de granulação.
Úlcera
Padrão ouro para detecção de DRGE:
PHmetria
Indicações de PHmetria:
- Sintomas típicos de refluxo refratários a tto (e com EDA normal ou duvidosa)
- Sintomas atípicos
- Confirmação da DRGE antes da cirurgia
- Reavaliação após cirurgia antirrefluxo
Dx de DRGE pela PHmetria:
PH < 4 em mais de 7% das medidas
Principal complicação de DEGE:
Esofagite de refluxo
Além da esofagite de refluxo, quais outras complicações da DRGE?
Estenose péptica do esôfago
Úlcera esofágica
Esôfago de barret
Sintomas respiratórios
Substituição de epitelio escamoso estratificado do esôfago por colunar contendo celular intestinais (metaolasia intestinal):
Esôfago de Barret
Dx de esôfago de Barret:
- EDA grau V de Savary-Miller
- confirmação por BX
Presença de células caliciformes melhor identificadas pelo corante alcian-blue, confirma:
Metaplasia intestinal (Barret)
Importância do esôfago de Barret:
Lesão precursora do adenocarcinoma de esôfago (10%)
Fatores de risco para Esôfago de Barret:
- Branco
- homem
- obesidade
- 40-45 anos
Fatores protetores do esôfago de Barret:
Consumo moderado de vinho tinto;
Infecção crônica HP
Raça negra
Triagem do esôfago de Barret com EDA indicada para:
Homem com DRGE + de 5 anos e/ou sintomas > 2x/sem + 2 dos seguintes:
- > 50 anos
- origem caucasiana
- obesidade central (CA > 102 ou relação cintura quadril > 0,9)
- tabagismo
- HF
Conduta após classificação B, C ou D de Los Angeles:
Nova EDA após 8-12 semanas e tto com IBP
Mecanismos de asma relacionada a DRGE:
- reflexo vagal esofagobronquico
- microaspiração de conteúdo ácido
Cite 9 medidas antirrefluxo:
- elevar cabeceira
- moderar ingestão de alimentos que agravem (gordura, cítricos, café…)
- fracionar a dieta
- evitar deitar após alimentar
- evitar roupas apertadas, abdominais
- redução de peso em obesos
- evitar drogas que relaxam EEI
- parar de fumar
- aumentar salivação
Drogas que reduzem o tônus do EEI e devem ser evitadas na DRGE:
Anticolinergicos Beta-agonistas BCC Nitrato Morfina Diazepínicos Barbitúricos Alendronato Teofilina
Tto de DRGE:
Antissecretores ácidos (bloqueadores H2 e IBP)
- IBP 4 a 8 sem (dose plena = 20mg/ dia se omeprazol)
Pode ser dobrada se esofagite de maior gravidade
Fisiopatologia dos IBP:
Inibem H+/K+ atpase luminal das células parietais do estômago, reduzindo a secreção ácida.
Doses plenas dos IBP:
Omeprazol: 20mg Lansoprazol: 30mg Pantoprazol: 40mg Reveprazol: 20mg Esomepeazol: 40mg
Como atuam os bloqueadores de H2?
Bloqueiam os receptores de histamina nas células parietais, uma das vias de estímulo de secreção ácida (outras são secretina e gastrina). São menos eficiente pois atuam em uma só via.
Atuação dos antiácidos:
Hidróxidos de alumínio e magnésio - alívio dos sintomas pois neutralizam o ácido em sal e agua.
Atuação dos procinéticos:
Aumentam pressão do EEI, além de aumentar a contratilidade esofagiana e acelerar esvaziamento gástrico.
São antagonistas dopaminérgicos D2, < atv dopa no plexo mioeterico e > atv colinérgica.
Bromoprida, domperidona, plasil… todos 10mg VO 15-30 min antes das refeições.
Quando indicar tto cirúrgico para DRGE não complicada?
- impossibilidade de tto clínico
- refratariedade*
- alternativa ao tratamento de manutenção em pct <40a
- antes de indicar - investigação
Quando indicar tto cirúrgico para DRGE complicada?
Estenose, úlcera ou adenocarcinoma
Como é a técnica cirúrgica para DRGE?
Fundoplicatura (fundo gástrico em torno do esôfago distal aumentando a pressão no EEI)
Cirurgia de escolha para DRGE:
Fundoplicatura de Nissen ou total.
Fundoplicatura anterior é chamada de:
Dor ou Thal (180º ou 90º)
Fundoplicatura posterior é chamada de:
Toupet-lind (270º)
Complicação da Nissen:
Síndrome pós-fundoplicatura (disfagia decorrente da estenose esofágica)
Antes de cirurgia de DRGE o paciente deve fazer quais exames?
PHmetria para confirmar
Esofagomanometria para melhor escolha da técnica
Tto de esôfago de Barret:
- IBP
- vigilância endoscópica com Bx
- algumas ref cirúrgicas afirmam que é tto cirúrgico
Conduta no esôfago de Barret de acordo com as BX:
-1) Sem displasia - EDA com bx em 1 ano e depois 2/2
2) displasia baixo grau- EDA com Bx 6/6m e após anual
3) alto grau - esofagectomia ou EDA com Bx de 3/3m
Obs: o americano indica ablação endoscópica no 2 e 3.
Deve tratar H.Pylori na DRGE?
Não. Não está associada a fisiopatologia.
Patogênese da úlcera duodenal:
H.Pylori diminui somatostatina -> ^ gastrina ^ HCL