VULVOVAGINITE Flashcards
CORRIMENTO VAGINAL FISIOLÓGICO
1.Pequena quantidade, homogêneo.
2. Fluido, esbranquiçado ou eventualmente amarelado.
3. PH entre 4,0-4,5. Odor ausente.
4. Ausência de prurido.
5. Ausência de sinais inflamatórios.
Várias são as condições que podem alterar a flora vaginal normal:
- Microrganismos
- Vestuário
- Higiene íntima inadequada
- Fases da vida da mulher.
Entretanto, existem mecanismos de defesa para que isso não ocorra!
A FLORA VAGINAL NORMAL É CONSTITUÍDA, PRINCIPALMENTE, POR DIFERENTES ESPÉCIES DE:
- LACTOBACILOS (L. ACIDOPHILUS OU BACILOS DE DODERLEIN)
- BACTÉRIAS AERÓBIAS GRAM- POSITIVAS
- STAPHYLOCOCCUS EPIDERMIDIS
- STREPTOCOCCUS AGALACTIAE
- E-COLI
- GARDINERELA VAGINALIS
- UREA PLASMA
- MYCOPLASMA
- Fungo CANDIDA
FLORA VAGINAL EM CRIANÇAS
- Os lactobacilos dependem da presença de glicogênio para a produção de ácido lático e, para isso, é necessário um adequado nível de estrogênio.
- Logo, nas meninas pré-púberes, nas quais os níveis de estrogênio são mais baixos, temos menores níveis de glicogênio e, consequentemente, pH mais alcalino e predisposição às vulvovaginites.
- Além disso, higiene inadequada, uso de fraldas e possibilidade de corpos estranhos, contribuem para o aparecimento de vulvovaginites nessa faixa etária
ATENÇÃO: A maioria das vulvovaginites em crianças são inespecíficas, as quais estão relacionadas:
- PH alcalino da faixa etária
- Higiene deficiente.
Entretanto, quando a questão se referir:
- À presença de corrimento vaginal com odor fétido, sanguinolento e sem melhora com medidas iniciais, pense também na possibilidade de corpo estranho!
VAGINOSE BACTERIANA
A diminuição dos lactobacilos aumenta o PH vaginal e estimula o aumento de anaeróbios:
- Gardinerella Vaginalis (mais comum)
- Mobiluncus
- Bacterioides
FATORES DE RISCO
- Atividade sexual (não é infecção sexualmente transmissível);
- Duchas vaginais;
- Tabagismo;
- ISTs
- Raça negra
- Obesidade
QUADRO CLÍNICO
- A maioria é assintomáticos (50-70%)
- Corrimento branco ou Branco-Acinzentado
- Homogêneo
- Odor Fétido(peixe podre) - geralmente após coito ou menstruação
- PH vaginal alcalino ( >4,5)
- Sem sinais inflamatórios
DIAGNOSTICO
- Critérios de Amsel (3-4 critérios para dx) :
- Corrimento vaginal branco ou branco acinzentado, homogêneo
- PH > 4,5
- Teste de amigas positivo - Whiff test : (odor ao adicionar solução KOH 10% na secreção vaginal)
- Clue Cells (células alvo ou guias no bacterioscopico)
TRATAMENTO
- Pacientes Sintomáticas
- Pacientes Assintomáticas: (Gestantes, Inserção de DIU, cirurgia ginecológicas)
- Não trata parceiros
- Via oral e tópica tem a mesma eficácia
1ª Opção (incluindo gestantes e lactentes)
- Metronidazol 250mg, 2cp, VO de 12/12h por 7 dias ou
- Metronidazol gel vaginal 100 mg/g, um aplicador cheio, via vaginal á noite ao deitar-se por 5 dias.
2ª Opção
- Clidamicina 300 mg, 1cp VO de 12/12 por 7 dias
Recorrência
- Metronidazol 250 mg 2cp VO 12/12 por 10 a 14 dias ou
- Metronidazol gel vaginal 100 mg/g, aplicador cheio via vaginal a noite ao deitar-se por 10 dias + Em seguida: Óvulo de ácido bórico intravaginal 600 mg por 21 dias e metronidazol gel vaginal 100 mg 2x por semana por 4 a 6 meses
CONSEQUÊNCIAS DA VAGINOSE BACTERIANA
- Risco de parto prematuro
- Risco de: Endometrite, DIP (em pct que vão colocar DIU ou curetagem uterina)
- Risco de aquisição de ISTs
IMPORTANTE:
- Metronidazol: não pode ingerir álcool por até 24h após o tratamento.
- A FREBASGO e o CDC acrescentam o Tinidazol como opção terapêutica (contraindicado na gestação)
- VB recorrente = 3 episódios de VB em 12 meses
CANDIDÍASE
- Candida albicans (80-92%) - Fungo
- Está presente na flora vaginal normal como comensal. Mas tem habilidade de tirar proveito das alterações do meio vaginal do hóspede para agredir a mucosa e gerar doença.
FATORES DE RISCO (Sintomáticos)
- Gravidez
- Imunossupressão
- DM
- Uso de antibióticos e Corticoides
- Estresse
- Contraceptivos hormonais
- Higiene inadequada
- DIU e diafragma
QUADRO CLINICO
- Prurido
- Corrimento vaginal Esbranquiçado com aspecto de “leite coalhado” ou “queijo cottage”
- SEM DOR
- Dispaurenia, Queimação e Disuria (se houver muita inflamação)
- Sintomas pioram uma semana antes da menstruação
- Hiperemia vulvar, Edema e Fisura
CLASSIFICAÇÃO
- Não complicada (todos critérios abaixo)
- Episódios esporádicos e pouco frequentes (<3x/ano)
- Sintomas leves a moderados
- Agente etiológico: provável Candida albicans
- Não gestantes e imunocompetentes
- Complicada (pelo menos um dos critérios)
- Episódios Recorrentes (4 ou mais ep. em 12 meses)
- Sintomas graves
- Agente: Outras espécie de Cândida (C.glabrata)
- Grávidas, DM descontrolada, imunodeprimidas
DIAGNOSTICO
- PH vaginal Ácido (<4,5)
- Teste de aminas NEGATIVO
- Leveduras, Hifas e Pseudohifas (secreção em no mínimo duas lâminas: uma com solução salina e outra com KOH 10%)
A cultura só deve ser solicitada se: alta suspeita de candidíase com microscopia negativa ou mulheres com sintomas recorrentes ou persistentes
TRATAMENTO (VO e tópica tem a mesma eficácia. Em gestantes somente Topico
- NAO TRATAR PARCEIRO
Nao complicada
- Dose única ou curta duração (1-3dias)
- Miconazol creme a 2% ou outros derivados imidazolicos via vaginal, um aplicador cheio a noite ao deitar-se por 7 dias ou Nistatina 100.000 UI, uma aplicação via vaginal a noite ao deitar-se por 14 dias
- Fluxonazol 150 mg, VO dose única ou Itraconazol 100 mg 2 cp VO 2x dias por 1 dia
Complicada
- Tratamento de indução (ep agudo)
- Fluconazol 150 mg VO 1x dia (1ª, 4ª e 7ª) ou Itraconazol 100 mg 2 cp VO 2x/dia por 1 dia ou Miconazol creme vaginal tópico diário por 10-14 dias
- Tratamento de Manutenção
- Fluconazol 150 mg VO 1x/semana por 6 meses ou Miconazol creme vaginal tópico 2x/semana ou Miconazol óvulo vaginal 1x/semana por 6 meses
TRICOMONÍASE
- Sexualmente transmissível
- TRATAR PARCEIRO
- Trichomonas vaginalis
- Pode ser transmitido por mãe infectada para o RN (2-17%)
QUADRO CLINICO (maioria assintomática)
- Corrimento Amarelo-esverdeado
- Fluido abundante e Bolhoso
- Odor desagradável
- Prurido
- Dispaurenia
- Disuria
- Hemorragias pontuais no colo uterino e na vagina (COLO EM FRAMBOESA/MORANGO)
- Colo tigroide (schiller malhado) - após a solução de lugol
DIAGNÓSTICO
- Microscopia: corpos ovalares móveis
- PH vaginal: acima de 4,5 (alcalino)
- Teste de aminas: pode ser positivo (devido a coinfeccao com VAGINOSE bacteriana)
- PCR: reação em cadeia polimerase
TRATAMENTO (somente por VO)
- Metronidazol 400mg 5cp VO dose única (dose total: 2g) ou
- Meteonidazol 250mg 2cp VO de 12/12h por 7 dias
CONSEQUÊNCIA DA INFECÇÃO
- NÃO grávidas - uretrite, cistite, DIP, infertilidade, risco de infecção por HIV
- GRAVIDAS - Ruptura prematura da membrana, parto pré-termo, Baixo peso ao nascer
- RN - pode ser infectado pela mãe
- Homens - prostatite, balanopostite, epididimite, infertilidade e Ca de próstata
Importante
- Tratar todos os parceiros
- Sem álcool até 24h após o tratamento
- O tratamento não difere para gestantes e lactentes
CAUSAS NÃO INFECCIOSA
VAGINOSE CITOLITICA
- Proliferação anômala de LACTOBACILUS na vagina
- Pode promover extensa cistólise das células da camada intermediária da vagina