Tumores Malignos não-melanoma Flashcards
[Tumores Malignos] Quais são os fatores promotores do câncer de pele?
Predisposição genética (genes p53, PTCH1), imunossupressão (Tx, HIV), exposição solar ( UVB penetra nas porções superiores da epiderme, enquanto a UVA pode chegar até a derme) e UV artificial, hábito de fumar, exposição ao vírus HPV e carcinógenos ambientais (arsênicos).
[Tumores Malignos] 1. O que é a ceratose actínica? 2. Por que ela ocorre e quais são suas características?
3. Há variações? Se sim, quais são as características histológicas?
- Também chamada de Ceratose Solar ou Ceratose Senil, pois ocorre em pessoas idosas com longa exposição solar durante a vida. É uma lesão pré-neoplásica, caracterizada por alterações displásicas da epiderme, à semelhança das atipias que precedem o carcinoma epidermóide do colo uterino. Quando ocorre no lábio é denominada queilite actínica.São ásperas, semelhantes a uma lixa. Algumas podem produzir tanta queratina que resultam no aparecimento clínico de um “corno cutâneo”. O corno cutâneo é uma elevação papulosa em forma de cone meio acastanhado e muito áspero e duro devido a grande camada córnea.
Histologicamente: primeiro vemos uma epiderme acantótica (espessada) e com muito estrato córneo em coluna e de padrão paraceratótico (hiperceratose paraceratótica).
Na base da lesão vemos arranjo desordenado e atipias celulares principalmente nas camadas inferiores da epiderme, típico de ceratose actínica. [Hiperceratose + Desarranjo estrutural + atipias na base] - Uma variação é a Ceratose Actínica Acantolítica: pode ter bolhas entre os queratinócitos, mas sem anticorpos nem neutrófilos. Ocorre porque a membrana plasmática dessas células está imatura devido a rápida proliferação, e não tem desmossomos muito bem feitos (anomalia estrutural). Com isso, eles se soltam e ficam frouxos.
Na derme há reação inflamatória crônica inespecífica em grau variado e degeneração basofílica do colágeno, causadas pelo sol (elastose solar).
[Tumores Malignos] 1. O que é o carcinoma in situ?
- Como ele se caracteriza?
- Quais suas características histológicas?
- Ou Doença de Bowen, é uma neoplasia intraepitelial de células escamosas (queratinócitos), sem invasão da derme, com preservação da membrana basal. Não depende da exposição solar.
Observada em adultos, sobretudo em homens, localizada na pele em qualquer região do corpo, com predomínio do ombro e tronco. Na glande do pênis é referida como eritroplasia de Queyrat. - Apresenta-se como placa vermelho-fosca, de contorno nítido e irregular, ligeiramente saliente (plana, parece uma placa), verrucosa ou hiperceratótica (pode ter crosta leve). Progride lentamente de modo centrífugo, podendo atingir grande extensão. É fortemente associada ao HPV do subtipo 16.
- caracteriza-se por células atípicas em todos os níveis da epiderme, desarranjo estrutural sem atravessar a membrana basal. A epiderme está muito acantótica e imatura (muito espessa). Pouca camada córnea.
Os queratinócitos estão disceratóticos (queratinização prematura), às vezes vacuolizados, com núcleo volumoso, hipercromático, podendo ser único ou múltiplo. A membrana basal permanece íntegra. Numerosas mitoses são vistas em vários níveis da epiderme. Há presença de pérolas córneas (pela grande diferenciação)
[Tumores Malignos] 1. O que é o carcinoma escamoso/espinocelular (CEC)?
- Como ele se caracteriza?
- Quais suas características histológicas?
- É a “evolução” do carcinoma in situ. Tumor maligno não-melanoma bastante frequente, originado das células epidérmicas da camada espinhosa (os queratinócitos altos com grande capacidade de produzir queratina).
Há invasão local e risco de mestástase locorregional (gânglios), raramente à distância.
-Localizações mais frequentes: face, orelhas, braços e mãos, lábio inferior e genitais.
Um diagnóstico diferencial são as síndromes verrucosas PLECT. - São lesões crostosas que podem ulcerar. Na pele são pápulas queratóticas que podem infiltrar, podem ser nódulos, podem ulcerar, podem ser exofíticas. Nas mucosas são placas leucoplásicas que podem infiltrar, ulcerar ou formar vegetação.
- É constituído por células escamosas, semelhantes às da camada de Malpighi da epiderme, as quais infiltram a derme e os tecidos profundos sob a forma de brotos ou blocos. Suas células que imitam as da epiderme normal, mas têm arquitetura desorganizada, pleomorfismo, atipias nucleares e mitoses típicas e atípicas.
As células podem mostrar graus variados de atipia, corneificação (pérolas córneas) e figuras de mitose típicas e atípicas. Tem sido utilizada uma classificação histológica de graus de I a IV, baseada na proporção de células diferenciadas, isto é, com capacidade de maturação (corneificação) e na freqüência das atipias celulares.
Classificação Histológica de Broders:
- Grau I (bem diferenciado). Freqüentes pérolas córneas, desmossomos presentes, discretas atipias. Pode ter leve edema intercelular (espongiose).
- Grau II (moderadamente diferenciado). Corneificação menos evidente, poucas pérolas córneas, atipias celulares mais freqüentes e evidentes.
- Grau III (pouco diferenciado). Corneificação de células isoladas (disceratose), células na maioria atípicas e freqüentes mitoses.
- Grau IV (indiferenciado). Ausência de queratinização, podendo as células se apresentarem com caráter fusiforme, com núcleos de tamanhos diversos e hipercromáticos, com nucléolos evidentes.
[Tumores Malignos] Sobre o CEC, quais são os fatores de risco e complicações possíveis?
- Fatores de risco: Pele clara, queratose actínica, leucoplasia, radiodermite crônica, úlceras crônicas, cicatrizes de queimaduras, líquen plano, líquen escleroatrófico genital, síndromes genéticas, H`PV 16 e 18 e exxposição crônica a UV.
- Infiltração local, ulceração, infecção e dor; metástases locorregionais, metástases sistêmicas (apesar de mais raro) e tratamentos cirúrgicos podem ser desfigurantes.
[Tumores Malignos]
- O que é o carcinoma basocelular (CBC)?
- Como ele se caracteriza?
- Quais suas características histológicas?
- É uma neoplasia de baixo grau bastante comum, originada das células da camada basal da epiderme (não queratinizadas) - células basalóides pluripotentes anaplásicas, na altura da membrana basal. Pode ser invasivo localmente, mas não costuma gerar metástases. Tem crescimento lento e insidioso.
- Raramente ocorre nas mucosas e preferencialmente ocorre na face. - Depende do tipo. Podem ser:
a) Sólidos: É a maioria, caracterizado por lesão papulosa brilhante e eritematosa, com crescimento exofítico.
b) Esclerosante: Mais raro, tem capacidade maior de infiltração.
c) Superficial: cresce mais lateralmente, eritematoso,
d) Pigmentado: sólido ou superficial, as células basalóides carregadas de melanina dão um aspecto escuro à lesão. - O tumor pode destruir a epiderme, ocupando a derme como blocos celulares arredondados, formados por células que lembram as da camada basal da epiderme (núcleo ovalado, cromatina densa, citoplasma escasso e basófilo).
Em cada bloco o centro é sólido (totalmente preenchido por células). Na periferia, as células tendem a formar uma camada mais nítida, em que os núcleos estão arranjados perpendicularmente à superfície do agrupamento (disposição em paliçada), um aspecto muito próprio do carcinoma basocelular. O limite com a derme na profundidade é nítido, indicando que a capacidade infiltrativa do tumor é pequena.
O carcinoma basocelular tem um aspecto considerado característico, com bordas elevadas e de aspecto perláceo. É clássica a denominação macroscópica de ‘ulcus rodens’ ou úlcera roedora.
[Tumores Malignos] Sobre o CBC, quais são os fatores de risco/recidiva e complicações possíveis?
Fatores de risco/recidiva: Forma esclerosante ou esclerodermiforme (que são mais infiltrativos); próximos às fendas naturais da face, uma vez que dão margem para retiradas incompletas em cirurgias; síndromes genéticas (sd. do nevo basocelular); longa duração e invasão de planos profundos.
O prognóstico, no entanto, é normalmente bom.
Em relação às complicações, o CBC pode ser muito agressivo localmente com infiltração de planos profundos; com sangramento, infecção, dor e desfiguração.
[Tumores Malignos] Como o tratamento dos tumores malignos não-melanomas é feito?
Normalmente é cirúrgica (excisional convecional ou micrográfica/ criocirurgia), além de poder ser radioterapia, quimioterapia tópica e fotodinâmica.