Tuberculose, Neoplasia do pulmão Flashcards

1
Q

Mycobacterium tuberculosis

A
Bacilos álcool-ácido resistentes (BAAR)
Crescimento lento (as culturas demoram a positivar)
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2
Q

V ou F?

Um BAAR + é diagnóstico de infeção por Mycobacterium tuberculosis

A

Falso!

Não são os únicos! Nocardia, Rhodococcus, Cryptosporidium

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3
Q

VIH e Tuberculose

A

Importante relação!
Rastreio VIH a todo o doente com diagnóstico de TB
e
Rastreio de TB a todo o doente com VIH

NOTA: os antibacilares interferem com os antivirais. Não devem ser usados concomitantemente - fazer primeiro terapêutica para Tb!

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4
Q

Isolamento a doentes com Tuberculose

A

Isolamento respiratório, pois a principal forma de transmissão é por inalação de gotículas/aerossolização (tosse, espirro e diálogo)

e não isolamento por contacto!

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5
Q

Quais são os tipos de tuberculoses que são contagiosas?

A

APENAS a pulmonar e laríngea

As extrapulmonares não são formas contagiosas!

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6
Q

V ou F?

BAAR negativo, i.e, exame direto negativo, significa que o doente não é contagioso

A

FALSO!

também é contagioso, embora tenha menor risco de contagiar do que BAAR positivo

Também se deve fazer o rastreio aos contactos

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7
Q

Crianças e imunodeprimidos (VIH)

A

Grupos de indivíduos que:

  • Menos contagiosos por serem menos bacilíferos e por apresentarem menos cavitações
  • Maior risco de desenvolver doença ativa, quer na primo-infeção quer na infeção latente
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8
Q

3 formas após contágio

A
  1. Resolução: IGRA e TST -
  2. Latente: IGRA e TST +
  3. Infeção ativa: BAAR e culturas +, IGRA e TST +
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9
Q

Quais são as células inflamatórias envolvidas na tuberculose?

E as citocinas inflamatórias?

A

Macrófagos
Linfócitos TCD4 (dai a importância do seu papel no VIH!)

TNF-alfa e IFN-gamma

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10
Q

TB primária vs secundária

A
Primária:
TB pulmonar após primo-infeção
Sem tempo de formação de granulomas, sem cavitações
Menos contagiosa
\++ lobos inferiores
Secundária:
Reativação após latência 
Cavitações (os ganulomas formados cavitam)
Mais contagiosa
\++ lobos superiores
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11
Q

V ou F?

TB pulmonar e pleural é uma forma de tuberculose disseminada/miliar

A

FALSO

TB miliar = atingimento de 2 ou mais órgãos que não são contíguos (ex: pulmão e cérebro)

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12
Q

Clínica TB

A

Quadro SISTÉMICO e INESPECÍFICO

Tosse produtiva e purulenta, com ou sem hemoptises
febre, calafrios, sudorese noturna
Quadro consumptivo - perda ponderal, anorexia, mal-estar e fadiga

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13
Q

V ou F?

A dispneia é um sintoma característico de TB

A

A DISPNEIA não é frequente apesar do envolvimento pulmonar extenso no RX (pode haver dispneia se doença extensa e periférica associado a toracalgia pleurítica)

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14
Q

Hiponatrémia na Tuberculose - qual a fisiopatologia?

A

Secreção Inapropriada de Hormona Antidiurética

é comum!

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15
Q

Diagnóstico de TB

A
  1. Exame direto / microscopia com BAAR
    coloração Ziehl-Neelsen
    3 amostras/baciloscopias das quais 1 deve ser matinal
    na criança pode ser suco gástrico
    Uma amostra de expectoração negativa não exclui TB doença activa
  2. Exame cultural - GS
    em meio sólido (Lowenstein - 4-8 semanas) ou líquido
    (10 dias-3 semanas)
    necessário para o TSA
  3. Testes moleculares
    PCR = TAAN
    GeneXpert, Genotype - Resistências
  4. Histologia - Granulomas com ou sem necrose

SEMPRE que pedimos exame direto, é STANDART pedir cultura

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16
Q

Quando internar um doente com TB?

A

Instabilidade clínica (ex: hemoptises grandes volumes, vómitos incoercíveis e diarreia, etc)
TBMR (resistência Rifampicina)
Sem apoio familiar e no domicílio
Insuficiência hepática&raquo_space; esquemas terapêuticos têm elevada toxicidade hepática

Nem todos os doentes necessitam de internamento!

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17
Q

Quando suspender o isolamento em internamento?

A

quando melhora clínica + 15 dias de tratamento + 3 baciloscopias negativas

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18
Q

Clínica + BAAR/granulomas

A

Diagnóstico possível

Logo BAAR + e granulomas não traduzem necessariamente TB (existem outras estirpes BAAR)

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19
Q

Exame cultural positivo
ou
BAAR + TAAN +

A

Diagnóstico confirmado

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20
Q

V ou F

Deve-se iniciar o tratamento na suspeita de TB, sem esperar pelos exames confirmatórios

A

FALSO!

Iniciar tratamento quando:
TB pulmonar - dx confirmado
TB extra-pulmonar - dx possível

Procurar sempre obter diagnóstico definitivo antes de iniciar terapêutica - não quer isto dizer que temos de esperar pela cultura e TSA para iniciar o esquema terapêutico HRZE

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21
Q

BAAR - e TAAN -

A

NÃO exclui diagnóstico!

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22
Q

Utilidade do TAAN

A

SÓ para o diagnóstico!

Não tem valor no seguimento do doente. Pode ser positivo mesmo na presença de bacilos inviáveis/mortos

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23
Q

TB pleural - o que a toracocentese revela no exsudado?

A

Exsudado de predomínio linfocitário e presença de ADA (que não é exclusivo de TB - empiema, AR, linfoma, etc)
Critérios de light positivos

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24
Q

Doente com sinais de infeção urinária (disúria, polaquiuria, piúria/hematúria) mas cultura estéril - pensar em que?

A

TB urinária!

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25
Q

Mal de Pot

A

= espondilite tuberculosa (que atinge a coluna vertebral)

26
Q

Quais são as 2 formas de Tb cujo uso de corticóides é benéfico?

A

TB meníngea e pericárdica

São as únicas formas de TB com benefício de corticoterapia adjuvante.

27
Q

Tratamento de TB multisensível

A

HRZE

Isoniazida (H)
Rifampicina (R)
Pirazinamida (Z)
Etambutol (E)

Indução: HRZE 2 meses (56 tomas) + manutenção: HR 4 meses
total de 6 meses, sob TOD

28
Q

Variação da duração da terapêutica anti-Tb

A

Normal : 6 meses
Prolongar se:

9m
aos 2 meses cultura ainda positiva
silicose
fase inicial sem Z (Pirazinamida)
TB pulmonar cavitada

12m (1 ano):
SNC, óssea, disseminada
Fase inicial sem R (Rifampicina)

29
Q

Doente com insuficiência renal (aguda ou crónica) - quais os fármacos que devem ser ajustados?

A

Pirazinamida e Etambutol precisam de
ajuste de dose/posologia
mnemónica - “Pee”

30
Q

Qual o principal efeito adverso do esquema HRZE?

A

Toxicidade Hepática!

quando ocorre ↑ transaminases (AST e/ou ALT):
3x + sintomas
5x sem sintomas

Se se desenvolver toxicidade hepática, suspender antibacilares e reiniciar apenas quando transaminases <2xLSN

31
Q

monoresistência
poliresistência
TB Multirresistente
TB Extremamente Resistente

A

Monorresistência – resistência a apenas 1 antibacilar (excepto R)

Polirresistência – resistência a 2 antibacilares de 1a linha (excepto H+R)

TB Multirresistente (TBMR) – resistência a pelo menos H+R
Porque se há resistência a R geralmente tem resistência a H 

TB Extremamente Resistente - TBMR + Fluoroquinolona + Aminoglicosídeo

32
Q

Resistência à Rifampicina

A

tratar como multirresistente (TBMR)

33
Q

Há particularidades nas grávidas?

A

Não - Antibacilares de 1º linha são seguros e devem continuar a amamentar

34
Q

Ao fim de quanto tempo, perante um exame bacteriológico positivo, se suspeita de falência terapêutica?

A

3 meses

35
Q

Para além da hepatotoxicidade, quais são os principais efeitos adversos?

A

Isoniazida (H) - neuropatia periférica
Rifampicina (R) - GI
Pirazinamida (Z) - artralgias - é tb o principal hepatotóxico
Etambutol - nevrite retrobulbar

Perante estes E.A opta-se por tolerá-los e mantém-se a terapêutica por ser a mais eficaz
Interromper se E.A graves e substitui-se por alternativos

36
Q

Com que fármaco podemos prevenir a neuropatia periférica provocada por HRZE?

A quem deve ser feito?

A

Piridoxina (vitamin B6)
Previne a neuropatia periférica (dor, parestesias, fraqueza das extremidades) nos grupos de risco:

▻ Grávidas
▻ Desnutridos
▻ Etanolismo
▻ Diabetes
▻ Doença renal crónica 
▻ Infecção VIH

Na prática faz-se a todos os doentes

37
Q

Crianças que contactam com caso positivo para TB - o que fazer?

A
  1. Rastreio
  2. Tratamento profilático
  3. Vacina BCG se < 6 anos ( e > 2000g)
38
Q

Significado TST e IGRA +

A

Apenas significa que já houve contacto com o bacilo:

  1. Resolução
  2. Infeção latente
  3. Infeção ativa
  4. Infeção ativa passada e resolvida

raramente com utilidade diagnóstica – não diferenciam doença activa de infecção latente

39
Q

Se o indivíduo fez a vacina BCG, que exame serológico deve realizar?

A

O IGRA

40
Q

Como realizar o rastreio?

A
  1. Excluir doença ativa - Avaliar sintomas, pedir RX tórax e exames microbiológicos (se alta suspeita)
  2. Pesquisar por infeção latente - testes imunológicos IGRA e TST (DGS recomenda fazer ambos)

Se clínica sugestiva, excluir sempre doença ativa ANTES de fazer o rastreio

41
Q

TST postivo - cut-offs

A

Imunocompetente (adulto e criança): > 10 mm

Imunodeprimido (adulto e criança): > 5 mm

42
Q

Quem deve realizar quimioprofilaxia após contacto com um caso positivo a TB?

Qual o esquema terapêutico da profilaxia?

A

Todas as crianças e imunodeprimidos

9M de Isoniazida 300mg
Alternativa: 4M de Rifampicina 600mg

nota: Não é necessário nenhum “teste de controlo/pós-tratamento”

43
Q

Ao fim de quanto tempo os testes serológicos devem ser repetidos?

A

8 - 10 semanas quando são negativos

44
Q

Quando é que se avança da fase de indução para a de manutenção?

A

cultura negativa + TSA com sensibilidade aos

Abs + mínimo de 2 meses de terapêutica (56 tomas)

45
Q

Rastreio do cancro do pulmão

A

TC tórax de baixa dose em doentes de alto risco:
Idade 55-74 anos
Carga tabágica >30 UMA
Fumadores ou ex-fumadores <15 anos

Diminuição de 20% da mortalidade

46
Q

Deteção de um nódulo - qual a probabilidade de malignidade?

A

Risco do doente + características do nódulo

Risco do doente:
- > 40 anos, hx de tabagismo ou exposição a asbestos, hx familiar de neo do pulmão

Características do nódulo

nódulo suspeito se único, grande > 8mm, bordos espiculados e irregulares, vidro despolido, calcificação periférica ou excêntrica, localizado nos lóbulos pulmonares superiores

47
Q

Perante um nódulo com alta suspeita de diagnóstico, como proceder?

A

TAC Torácica + Estadiamento + diagnóstico

48
Q

Estadiamento

A
  1. TAC toraco-abdominal (janela para fígado e suprarrenais)
    +
  2. PET - SUV > 2,5 é sugestivo de malignidade
    +
  3. TAC contraste/RM crânio-cefálica
49
Q

Quais são as limitações da PET?

A

Deteta nódulos apenas de dimensões > 10mm

Não estadia o SNC (o cérebro é metabolicamente activo)

50
Q

Quais são os órgãos para onde mais frequentes a neoplasia do pulmão metastiza?

A
Fígado
Suprarrenais
osso 
cérebro
pleura
51
Q

Tipos de neoplasias do pulmão

A
  1. Cancro de pulmão de pequenas células
  2. Cancro pulmão de não pequenas células
    a. Adenocarcinoma (+++)
    b. Carcinoma pavimentocelular / epidermóide / escamoso
    c. Carcinoma de Grandes Células
52
Q

Quais são os tumores associados ao tabagismo?

A

CPPC e CPC (+++)- são tumores mais centrais

53
Q

CPPC

A
  • Tumor rapidamente progressivo com metastização precoce
  • Boa resposta inicial à QT mas rapidamente resistentes
  • Fumadores, idosos, Central
  • O de pior prognostico
54
Q

Adenocarcinoma

A
  • Não-fumadores ou tabagismo leve (<10 UMA), periférico
  • Mulher
  • Adultos jovens (<60 anos)
55
Q

Síndromes paraneoplásicos

+ frequente no CPPC

A

▻ Hipercalcémia (produção ectópica de hormona paratiroideia)

▻ Hiponatrémia (Síndrome da Secreção Inapropriada de Hormona Antidiurética – SIADH)

▻ Síndrome de Cushing (produção ectópica de ACTH)

▻ Síndrome miasténico de Eaton-Lambert
(reação cruzada com pordução de Ac que resulta em fraqueza e fadiga dos músculos proximais, poupa os músculos extra-oculares e bulbares)

▻ Eventos trombo-embólicos (TVP, TEP)

56
Q

Síndrome Horner

A

▻ Enoftalmia
▻ Ptose
▻ Miose
▻ Anidrose

57
Q

Síndrome de Pancoast

A

Tumor no apéx pulmonar com atingimento dos nervos cervicais:
▻ Omalgia com irradiação cubital
▻ Destruição dos primeiros arcos costais

58
Q

Síndrome da Veia Cava Superior (compressão da veia cava superior)

A

▻ Edema e rubor facial
▻ Dispneia
▻ Circulação colateral torácica ▻ Distensão jugular
▻ Rouquidão

> > É uma emergência oncológica!
Tx: elevação da cabeceira + furosemida + corticoterapia + RT local

59
Q

Diagnóstico

A

Recolha de amostra histológica
(tumor primário ou metástase)

Nódulo Central - Broncofibroscopia (BFO) ou FNA-EBUS (broncofibroscopia com sonda)

Nódulo Periférico - Punção aspirativa transtorácica (PATT)

nota: FNA-EBUS é diagnóstico e faz estadiamento

60
Q

O pulmão é frequentemente local de metastização de tumores?

A
▻ Cólon
▻ Rim
▻ Melanoma 
▻ Ovário
▻ Próstata 
▻ Mama
61
Q

Se nódulo de baixo risco de malignidade, como vigiar?

A

Follow up com TAC após 3-6 meses
Vigilância imagiológica é a decisão a tomar na presença de nódulo sem sinais de malignidade em doente de baixo risco