Tuberculose Flashcards
Etiologia:
Mycobacter Tuberculosis e Mycobacter Bovis.
Transmissão:
Microgotículas aerosolizadas, provenientes de pacientes com tuberculose pulmonar e laríngea.
Fisiopatologia:
Os bacilos são fagocitados pelos macrófagos, lá eles conseguem permanecer dentro do fagossoma sem serem digeridos pelas enzimas lisossomais, reproduzindo-se até eventualmente destruírem o macrófago e serem liberados novamente.
Resposta Imune Suficiente: pacientes com resposta imune adequada terão seus macrófagos e linf.T recrutados para o sítio da infecção, formando assim o granuloma, esses pacientes desenvolveram então uma forma latente da infecção.
Resposta imunológica insuficiente: nesses casos o bacilo romperá os macrófagos e logo se disseminará para vias linfáticas, sangue, etc.
Quadro clínico - Doença Primária:
A tuberculose pulmonar primária ocorre pouco depois da infecção inicial e manifesta-se por febre (sintoma mais comum), sudorese noturna, inapetência e ocasionalmente dor torácica pleurítica.
A lesão inicial que se forma após a infecção inicial é habitualmente periférica e acompanhada de linfadenopatia hilar ou paratraqueal transitória.
-Achados radiológicos: complexo de Ranke (linfonodomegalia + nódulo de Ghon) é um achado característico (mas não patognomônico) da tuberculose primária.
Quadro clínico - Doença secundária:
Resulta da reativação de infecção latente.
Manifesta-se por: tosse seca ou produtiva, febre vespertina, sudorese noturna, perda ponderal, mal-estar e fraqueza.
Achados radiológicos: infiltrado lobar, cavitações, “árvore em brotamento” e em alguns casos pneumotórax.
Tuberculose extrapulmonar - Ganglionar:
A apresentação mais comum da tuberculose extrapulmonar é a doença de linfonodos entre pacientes infectados pelo HIV e em crianças.
Caracteriza-se por linfonodomegalia crônica
Tuberculose extrapulmonar - Pleural:
É a forma extrapulmonar mais comum em indivíduos sem comorbidades e é manifestada pelo derrame pleural.
Conforme a extensão da reatividade, o derrame pode ser pequeno e sofrer resolução espontânea, ou ser grande o suficiente para causar sintomas, como febre, dor torácica pleurítica e dispneia.
Tuberculose extrapulmonar - Neurológica:
meningite tuberculose e tuberculoma, caracteriza-se por cefaleia e alterações mentais discretas depois de um pródromo de semanas de febre baixa, mal-estar, anorexia e irritabilidade. Se não for reconhecida, a meningite tuberculosa pode evoluir de modo agudo com cefaleia intensa, confusão, letargia, alteração do sensório e rigidez de nuca. A evolução final leva ao coma, com hidrocefalia e hipertensão intracraniana.
Tuberculose extrapulmonar - Urogenital:
➜ TB urinária: as apresentações comuns consistem em frequência urinária, disúria, nictúria, hematúria e dor no flanco ou abdominal.
Entretanto, os pacientes podem ser assintomáticos, e a doença só é descoberta após o desenvolvimento de lesões destrutivas graves dos rins.
➜ Tuberculose genital
- Nas mulheres, acomete as tubas uterinas e o endométrio, podendo provocar infertilidade, dor pélvica e anormalidades menstruais.
- Nos pacientes do sexo masculino, a tuberculose acomete preferencialmente o epidídimo. Pode haver também desenvolvimento de orquite (infecção dos testículos) e prostatite.
Tuberculose extrapulmonar - Esquelética:
As articulações que sustentam peso (a coluna vertebral em 40% dos casos, os quadris em 13% e os joelhos em 10%) são mais comumente acometidas.
Quando o acometimento é da coluna vertebral, ela recebe o nome de mal de Pott.
- Clinicamente, o paciente apresenta-se com a tríade de dor lombar, dor a palpação do local e sudorese noturna.
Tuberculose extrapulmonar - Cardíaca:
- Ocorre com mais frequência em idosos, mas também é prevalente em pacientes com HIV.
- O início pode ser subagudo, ainda que seja possível uma apresentação aguda, com dispneia, febre, dor retroesternal surda e atrito pericárdico.
- Por fim, ocorre derrame em muitos casos; podem aparecer sinais e sintomas cardiovasculares de tamponamento cardíaco.
Tuberculose extrapulmonar - Gastrointestinal:
- Os achados comuns à apresentação consistem em dor abdominal (se assemelha à associada a apendicite) e tumefação, obstrução, hematoquezia e massa palpável no abdome.
É também comum a ocorrência de febre, perda ponderal, anorexia e sudorese noturna.
3 critérios obrigatórios para diagnóstico de tuberculose:
Sintomatologia compatível, achados radiológicos compatíveis e bacteriologia compatível.
Métodos bacteriológicos - BAAR:
Esfregaço de escarro expectorado ou de tecido.
Em crianças esse exame não é indicado, já que é difícil obter amostras de escarro de boa qualidade.
- Nos pacientes com suspeita de TB pulmonar, tem-se recomendado que duas ou três amostras de escarro, coletadas de preferência no início da manhã, devem ser enviadas ao laboratório.
- Apesar do baixo custo, a microscopia para BAAR possui sensibilidade relativamente baixa (40 a 60%) nos casos confirmados por cultura de tuberculose pulmonar. Não é um exame específico para detecção do M. tuberculosis.
Métodos Bacteriológicos - Teste rápido molecular:
O TRM é um teste que utiliza a técnica de PCR em tempo real para detectar o material genético (DNA) do M. tuberculosis (TRM-TB).
Sensibilidade de 90% e é específico para o M. tuberculosis.
Não deve ser usado para controle de cura, pois detecta material genético de bacilo morto e vivo.
- Essa técnica permite um diagnóstico rápido, geralmente em até duas horas.
- Além disso, ele também detecta simultaneamente a presença de resistência à rifampicina, uma das principais drogas usadas para tratamento da tuberculose.
Métodos Bacteriológicos - Cultura de Micobactérias:
Padrão ouro, avalia a espécie do patógeno e sensibilidades e resistências demora 30 dias para ficar pronto
Esquema básico de tratamento para tuberculose:
Trata todas as manifestações de tuberculose pulmonar e extrapulmonar, no entanto, não da conta da meningoencefálica e da osteoarticular:
Fase intensiva: RIPE (Rifampicina + Isoniazida + Pirazinamida + Etambutol) por 2 meses
Fase de manutenção: Rifampicina + Isoniazida por 4 meses
Particularidades do tratamento em gestantes e crianças:
Crianças: retirar o etambutol.
Gestantes; suplementar B6
Tratamento de manifestações meningoencefálica e osteoarticular:
Igual ao clássico, porém prolongado na manutenção para 10 meses.
Tuberculose Latente:
Forma latente da infecção dentro dos granulomas.
Diagnóstico de tuberculose latente - PPD:
- Esse exame consiste na inoculação intradérmica de antígenos do M. tuberculosis para medir a resposta imunológica contra eles.
Se a pessoa já teve contato com o bacilo, as células T de memória vão desencadear uma reação inflamatória no local da aplicação. - A leitura do exame deve ocorrer entre 48h e 72h após a aplicação. É medido o diâmetro da área do endurado e esse resultado é dado em milímetros
É considerado como infectado pelo bacilo da tuberculose o paciente que tiver enduração ≥ 5 mm.
Resultados < 5mm, considera-se como não reator. - Seu resultado informa se o paciente teve contato com o bacilo ou não. Dessa forma, será positivo em caso de vacinação prévia.
Diagnóstico de tuberculose latente - IGRA:
- O IGRA (Interferon-Gamma Release Assays) é um outro exame que também consegue informar se o paciente está infectado com o M. tuberculosis.
- O teste IGRA mede a liberação de interferon-gama por células T em resposta a antígenos específicos do bacilo da tuberculose, após avaliação de uma amostra de sangue colhida do paciente.
- Vantagens do IGRA comparado à PT:
Não é influenciado pela vacinação prévia da BCG e por infecções por micobactérias não tuberculosas.
O resultado é obtido em um único encontro com o paciente; - Desvantagens: preço elevado e não ser indicado para < de 2 anos de idade
Tratamento de Tuberculose Latente:
Consiste no uso da rifapentina (P) com isoniazida (H) em dose semanal, por 3 meses, totalizando 12 doses (esquema 3HP).
O que é, como é feita a investigação de contactantes e qual a profilaxia dos contactantes?
Pessoas que passam longos períodos expostos a indivíduos contaminados, trabalho, residência, escola, convívio próximo. Deve realizar exame PPD, se negativar, repetir em 4 a 8 semanas. Utiliza-se isoniazida por 9 meses para contactantes.