Endocardite Flashcards

1
Q

O que é endocardite infecciosa?

A

Endocardite infecciosa é um quadro inflamatório, provocado por uma infecção bacteriana ou fúngica no endocárdio (tecido interno do coração), sendo as valvas, as estruturas mais comumente acometidas.

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2
Q

Endocardite aguda:

A

Forma aguda causada por microrganismos de alta virulência, causando destruição rápida das valvas cardíacas, septicemia e manifestações embólicas generalizadas.
Staphylococcus aureus e Streptococcus pneumae.

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3
Q

Endocardite subaguda:

A

Forma mais branda, causada por microrganismos de baixa virulência em valvas previamente danificadas, com progressão lenta e gradual a menos que venha a complicar-se por evento embólico.
Estrepto do grupo viridans

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4
Q

Etiologia - Endocardite de Valvas nativas:

A

40 a 60% das infecções no Brasil. Streptococcus do grupo viridans; S.auginosus, S.salivarius, S.mitis , enterococcus, Staphylococcus aureus.

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5
Q

Etiologia - Endocardite de drogas injetáveis:

A

Acometimento da valva tricúspide principalmente por Staphylococcus aureus, especialmente o MRSA.

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6
Q

Etiologia - Endocardite de próteses valvares:

A

Corresponde a 10 a 20% das endocardites no Brasil, Staphylococcus epidirdimes e Staphylococcus aureus.

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7
Q

Fisiopatologia da endocardite infecciosa:

A

Após uma lesão do endotélio cardíaco, formam-se trombos estéreis de fibrina e plaquetas, esses trombos são eventualmente infectados por bactérias, que usam adesina para aderir-se a superfície dos mesmos.
Assim, as bactérias se proliferam e foram vegetações na superfície das valvas cardíacas, o que as permite terem uma maior proteção contra as respostas imunológicas, essas vegetações podem liberar fragmentos que causam repercussões embólicas pela corrente sanguínea (embolização séptica), que resulta em repercussões sistêmicas.

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8
Q

Quadro clínico clássico (agudas e subagudas):

A

Clássico: Febre baixa (exceto em casos agudos) e sopros cardíacos, presentes em casos e agudos e subagudos.
Subagudos: astenia, anorexia, perda de peso, sudorese noturna e fadiga.
Agudos: Febre alta, calafrios, prostracão, mal-estar, podendo ser acompanhada de sepse e choque séptico.

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9
Q

Manifestações neurológicas:

A

Acometem 30% dos pacientes com endocardite, sendo em metade desses a primeira manifestação sintomática.
Encefalopatias, acidente vascular encefálico, meningites e microabscessos.

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10
Q

Manifestações cutâneas;

A

Petéquia, infartos cutâneos, hemorragias subunguiais, sendo as principais manifestações as manchas de janeway e nódulos de osler.

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11
Q

Manifestações renais

A

Infarto renal e abscesso renal.

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12
Q

Manifestações pulmonares:

A

tosse e dor pleurítica.

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13
Q

Manifestações esplênicas:

A

Esplenomegalia, infartos e abscessos.

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14
Q

Manifestações oculares:

A

Manchas de roth, acometimento da acuidade visual, endoftalmite.

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15
Q

Achados no Hemograma:

A

Anemia norcrômica e normocítica.

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16
Q

Achados no Ecocardiograma:

A

Visualização direta das vegetações, comprometimento valvar. Prognóstico e estágio.

17
Q

Achados no Exame de Urina:

A

Proteinúria, hematúria microscópica.

18
Q

Achados na Hemocultura e Hemocultura negativa:

A

Hemocultura: retirado de mais de um sítio, permitem o diagnóstico etiológico.
Negativa: alguns microrganismos não se reproduzem em meios de cultura, portanto é necessário a realização de PCR ou métodos moleculares de detecção avançados.

19
Q

Critérios maiores de Duke:

A

1.Evidência de infecção: culturas ou métodos moleculares positivos.
2.Evidência de acometimento endocárdico: ecocardiograma, PET e tomografia com evidência de trombos, abscessos, regurgitações e vegetações.
3. Achado de vegetação cirúrgica.

20
Q

Critérios menores de Duke:

A

-Predisposição: doenças cardíacas predisponentes, como válvulas protéticas, defeitos cardíacos congênitos ou histórico de endocardite infecciosa.
-Febre: temperatura superior a 38°C, um sinal de inflamação generalizada.
-Eventos Vasculares: fenômenos embólicos, como infartos arteriais, hemorragias intracranianas, abscesso cerebral ou esplênico, ou embolias pulmonares sépticas.
-Fenômenos Imunológicos: manifestações como glomerulonefrite, nódulos de Osler, manchas de Roth e fator reumatoide positivo.
-Achados Microbiológicos: hemoculturas positivas para organismos não característicos ou evidência sorológica de infecção.
-Critério de Imagem Menor: detecção de atividade metabólica anormal, em exame de PET/CT com FDG realizado até 3 meses após o implante de válvula protética
-Exame Físico: detecção de uma nova regurgitação durante a ausculta.

21
Q

Interpretação dos critérios (endocardite infecciosa definitiva):

A

-2 critérios maiores
-1 critério maior e 3 menores
-5 critérios menores

22
Q

Interpretação dos critérios (endocardite infecciosa possível):

A

-1 maior e 1 menor
-3 menores

23
Q

Tratamento antimicrobiano empírico (acometimento de valva nativa):

A

Valva nativa aguda + protética tardia = oxacilina + gentamicina + amplicina

24
Q

Tratamento empírico (acometimento de prótese valvar):

A

Valva protética aguda = Vancomicina + gentamicina + rinfampcina

25
Q

Tratamento antimicrobiano dirigido a valva Nativa (Staphylococcus aureus e coaguleses negativos):

A

S. aureus MSSA: Oxacilina (2g a cada 4h)
S.aureus MRSA: Vancomicina (15mg/kg a cada 12h)

26
Q

Dirigido a valva nativa (Streptococcus grupo viridans):

A

-Penicilina G cristalina 2 milhões de UI a cada 4h ou ceftriaxona 2g ao dia por 4 semanas, podendo ser abreviado para 2 semanas caso associado a gentamicina 3mg/kg ao dia, contudo o paciente só pode ser tratado dessa forma caso não possua complicações associadas ou falência renal.
- caso haja resistência a penicilina, usa-se gentamicina durante todo os tratamento.

27
Q

Dirigido a valva nativa (Enterococcus):

A

Amplicina 2g a cada 4h e gentamicina 3mg/kg dia, por 4 a 6 semanas.

28
Q

Tratamento dirigido a prótese valvar:

A

-Rifampicina + Oxacilina, em casos de resistência + vancomicina por 6 a 8 semanas. recomenda-se ainda associação a rifampicina pelas 2 primeira semanas à fim de reduzir a resistência bacteriana.

29
Q

Tratamento cirúrgico - Indicação por falha de tratamento antimicrobiano:

A

-Endocardite causada por fungos ou por bactérias multirresistentes, como —– Pseudomonas aeruginosa;
-Presença de abscesso paravalvar;
-Persistência da infecção (hemocultura positiva e/ou continuidade da febre) após 7 dias de tratamento antibiótico adequado;
-A presença de vegetação de grande tamanho (> 10mm) em valva mitral ou aórtica também é um preditor de falha terapêutica.

30
Q

Tratamento cirúrgico - indicação por lesão cardíaca:

A

-A destruição valvar ou a extensão da lesão para estruturas paravalvares pela endocardite podem causar danos que só serão corrigidos por meio de procedimento cirúrgico.
- As principais indicações cirúrgicas devido à lesão cardíaca estrutural são: insuficiência valvar aórtica ou mitral, insuficiência cardíaca refratária, perfuração valvar, fístula, deiscência de prótese valvar e bloqueio de condução.

31
Q

Profilaxia:

A
  • Deve ser empregada para pacientes de alto risco para essa infecção, pontualmente antes de algum procedimento com risco elevado para bacteremia.
  • O antibiótico de primeira escolha utilizado é a amoxicilina via oral entre 30 e 60 min antes do procedimento. Caso esteja impossibilitado a VO, utiliza-se cefazolina ou ceftriaxona IM ou IV.